Hospitalidade Em Comunidades Tradicionais

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Síntese do Mestrado em Hospitalidade, o caso do Pouso da Cajáiba. A relação entre uma comunidade caiçara e o turismo. De que forma se manifesta este encontro? O que é ofertado ao turista em hábitos, costumes e tradições.

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Hospitalidade e Sustentabilidade: Hospitalidade e Sustentabilidade: paradigmas do turismo? paradigmas do turismo?

Hospitalidade em Comunidades Hospitalidade em Comunidades TradicionaisTradicionais

Simone Maria ScorsatoSimone Maria Scorsato

SorocabaOutubro, 2008

Mestrado em Hospitalidade: 2005Tema: Hospitalidade em

comunidades tradicionais . Hoje: Turismo de Base Local – TBCTermo sustentabilidade: Eco 1992Hoje: Turismo responsável.

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Hospitalidade: o desafio das populações de pescadores que se

transformaram em fornecedores de

serviços turísticos

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Hospitalidade

Um fato anterior ao do fenômeno turístico, remonta civilizações antigas,

O ato de bem-receber o outro, pensando na inter-relação de diversos atores, onde os protagonistas são o anfitrião e o hóspede,

Hospitalidade é um ato de troca.

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Os estudos da Hospitalidade

Os estudos da hospitalidade humana remontam conceitos sobre um receber privado (doméstico), social (público) e comercial.

Para Montandon, a hospitalidade ultrapassa os limites do hospedar no sentido de dar acolhimento como cama e mesa, mas sim, que a hospitalidade é a maneira de se viver em conjunto, regido por regras, ritos e leis.

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Turismo e hospitalidade

O turismo é uma atividade que exige sempre um bem receber, seja em uma pousada, em um restaurante, em uma cidade, em uma praia ou na casa de amigos, etc.

Talvez este seja o principal fator relacional entre o turismo e a hospitalidade: sempre se busca hospitalidade no turismo.

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O estudo de caso: comunidade do Pouso da Cajaiba.

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Os caiçaras

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O conhecimento tradicional como patrimônio cultural

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O conhecimento: os saberes e fazeres

São considerados como patrimônio cultural deste coletivo humano.:

as técnicas de cultivo, de pesca, a construção de barcos e canoas, o manuseio de ervas medicinais a fabricação de farinha de mandioca,

conhecimento está subentendido na conhecimento está subentendido na simbologia do espaço natural e nas simbologia do espaço natural e nas forças míticas da natureza, respeitando forças míticas da natureza, respeitando ciclos lunares para a pesca, caça e ciclos lunares para a pesca, caça e agricultura.agricultura.

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Ainda em algumas comunidades caiçaras se percebe o

conhecimento referente a modos de captura de pescado (cerco), construção de barcos, feitio de

redes de pesca, artesanato, etc., que resistem aos efeitos da

modernidade e que só sobreviverão se forem passados de

geração para geração.

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Como receber o turismo e não descaracterizar a cultura local?

Como sustentar os costumes, sem deixar que as comunidades vivam como peças de um museu antropológico e possam usufruir das facilidades do mundo moderno?

O turismo pode deixar de ser o vilão na descaracterização cultural e social de comunidades e lugares tradicionais?

Diante destas perguntas, as respostam esbarram na sustentabilidade: social, cultural, ambiental e econômica.

Para o turismo, incorporamos o termo responsável ... A gestão do turismo deve ser responsável como a qualidade de vida, com o desenvolvimento sócio-econômico, com a manutenção dos hábitos e costumes, com a preservação do ambiente vital a vida do Homem.

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O turismo e o patrimônio cultural

Se por um lado, o turismo apropria-se da história, das lendas e da biodiversidade de um lugar para caracterizar e legitimar o produto turístico, paradoxalmente por outro, esta apropriação pode servir de referência às comunidades autóctones na preservação e sustentação de seu modo de vida.

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A manutenção dos hábitos e costumes de comunidades tradicionais possibilita a difusão do conhecimento local e, no caso da oferta ao turista, pode trazer renda.

Quando há a possibilidade de ganhos financeiros e mais provável que as gerações atuais se interessem e valorizem suas tradições e o conhecimento dos mais velhos.

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Do porto ao cais: o escoamento de Do porto ao cais: o escoamento de uma nova viagemuma nova viagem

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O turismoO turismo

Possuem grande expectativa com relação ao turismo,

O turismo acontece de forma incipiente e sazonal, recebem turistas somente nos feriados de final de ano e carnaval,

Durante o ano serve como ponto de chegada e partida aos jovens que se deslocam para praia de Martim de Sá.

Oferecem casas para aluguel, transporte e a alimentação é servida nos antigos ranchos de pesca que se transformaram em bares na praia,

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Hospitalidade em comunidades tradicionais

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Hospitalidade no Pouso (o receber o outro Hospitalidade no Pouso (o receber o outro perante a comunidade)perante a comunidade)

O fator positivo em receber o outro é a possibilidade de ganhar dinheiro

Há harmonia e respeito do turista para a comunidade, A troca cultural é desejada pela comunidade, Receber turistas é a possibilidade de fazer amigos, Ir para o Pouso requer um esforço do viajante e desta

forma ele deve ter uma boa estadia, Sugerem e oferecem passeios para outras praias, Ajudam os turistas pelos caminhos e trilhas entre as

praias, A principal fonte de renda é o aluguel de casas, onde

oferecem (às vezes) roupa de cama,

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(in)Hospitalidade Há dificuldade em servir produtos frescos como saladas

e bebidas geladas devido a precariedade de acesso e a falta de um sistema de refrigeração,

Não oferecem produtos típicos de sua cultura pois não sabem se os turistas irão gostar,

Só se preocupam com a prestação de serviço “quando tem turistas”,

Não consideram os veranistas como turistas pois estes já não gastam mais no lugar,

Os veranistas concorrem com os caiçaras pois possuem mais recursos para melhorar suas casas e alugar na alta temporada,

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Funções da hospitalidade entre Funções da hospitalidade entre comunidades anfitriãs e turistascomunidades anfitriãs e turistas

Reciprocidade, Espírito de coletividade Amizade Prazer, ludicidade Honra Respeito Caridade Prestação de serviço

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Considerações Finais

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Considerações Finais A troca entre turista e comunidade

possui um valor.

O turismo como atividade econômica possibilita às pequenas comunidades auferir renda através da oferta de hospedagem, de alimentação e de lazer, mas são estas as únicas possibilidades de troca entre comunidade anfitriã e turistas? O que deseja o turista?

Imagina-se que quem viaja ao Pouso da Cajaíba busque um tipo de turismo alternativo, pois sabe que lá não irá encontrar serviços padronizados, mas sim uma hospitalidade espontânea.

O fato de o turismo se apropriar de elementos culturais nem sempre pode ser considerado como uma agressão ao patrimônio cultural e a comunidade local.

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Somente populações com grande capacidade de valorização de sua tradição podem, ao mesmo tempo, desfrutar dos benefícios econômicos e culturais do turismo sem prejuízo significativo ao seu patrimônio de usos e costumes,

Há a necessidade de uma intervenção junto a comunidade tradicional com vistas a prepará-la para a condição de destinação turística: a sensibilização.

Este é um tipo de trabalho pouco valorizado pelas instituições governamentais, que em muitos casos, como é no Pouso da Cajaíba, possuem direitos e exigem deveres da comunidade em seu território: aí é um outra questão .... a gestão e concepção das Unidades de Conservação.

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Obrigada!

simone@oh.tur.br

Oficina de Hospitalidade

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