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AS ALTERAÇÕES NOS NIVEIS DE RESISTÊNCIA
CARDIORRESPIRATORIA EM ATLETAS DE JIU-JÍTSU DA CIDADE DE
ARACAJU NAS DIFERENTES FASES DO CICLO MENSTRUAL
ANA KAROLINA SANTOS SOUZA
FERNANDA FERREIRA DOS SANTOS DE SOUSA
LUCIO FLÁVIO RIBEIRO DA COSTA
UNIVERSIDADE TIRADENTES/UNIT-ARACAJU- SE-BRASIL
ana.karolina52@yahoo.com.br
RESUMOO estudo teve como objetivo identificar as alterações nos níveis de resistência cardiorrespiratória nas diferentes fases do ciclo menstrual em atletas de jiu-jítsu da cidade de Aracaju-Se. Baseado nas fases Pré-menstrual, Menstrual e Pós-menstrual, a pesquisa contou com um estudo de caso realizado a campo de valor qualitativo possuindo como principais métodos avaliativos questionário adaptado e o teste de banco de McArdle. A pesquisa foi dividida em três etapas: a primeira foi aplicação de um questionário adaptado contendo perguntas especificas sobre o que as atletas sentem nas três fases do ciclo menstrual, 30 atletas de jiu-jítsu responderam o questionário, a segunda etapa foi à seleção de 12 atletas que possuem ciclo menstrual considerado regular e que praticam a modalidade a partir de um ano para a aplicação do teste de banco McArdle em cada fase do ciclo menstrual de acordo com o período de cada uma, e por fim foi feita uma avaliação baseada nos resultados para verificar as alterações ocorridas durante as diversas fases do ciclo menstrual nessas atletas. Os resultados obtidos revelam que de fato há alterações nos níveis de resistência cardiorrespiratória nas diferentes fases do ciclo menstrual em mulheres atletas de jiu-jítsu e que principalmente na fase pós-menstrual essas alterações são mais visíveis.PALAVRAS-CHAVE: Ciclo Menstrual. Treinamento. Esporte. Jiu-Jítsu. Atletas.
ABSTRACTThe study aims to identify changes in cardiorespiratory endurance levels in the different phases of the menstrual cycle in athletes of jiu-jitsu in the city of Aracaju himself. The study was based on the phases Premenstrual, menstrual and post-menstrual, offers a case study the qualitative value field having as main evaluation methods adapted questionnaire and McArdle bank test. The research was divided into three stages: the first application of an adapted questionnaire with specific questions about what the athletes feel the three phases of the menstrual cycle, 30 athletes of jiu-jitsu answered the questionnaire, the second stage was the selection of 12 athletes who have regular menstrual cycle considered and practitioners who practice from one year to the application of McArdle bench test at each stage of the menstrual cycle according to the length of each, and finally was made an assessment based on the results to check the changes during the different phases of the menstrual cycle in athletes. The results show that in fact there are changes in cardiorespiratory endurance levels in the different phases of the menstrual cycle in women athletes of jiu- jitsu and especially in the post -menstrual phase these changes are more noticeable.KEY-WORDS: Menstrual Cycle. Training. Sport. Brazilian ju-jitsu. Athletes.
INTRODUÇÂO
Segundo publicação realizada na revista Map Atividade Física citado por
Paulino, Atualmente mesmo com pesquisas e estudos já realizados com mulheres em
diversas atividades esportivas ainda assim existem tabus em relação à prática de
atividades em período menstrual. As mulheres durante as fases do ciclo menstrual
podem sofrer alterações nos níveis de diversas valências físicas, dentre elas, a
resistência cardiorrespiratória.
As alterações cíclicas que ocorrem no endométrio e nos ovários são
comumente referidas com ciclo menstrual. O ciclo normal varia de 21 a 35 dias, com
media de 28 dias, podendo ser dividido em três fases distintas: folicular, ovulatória e
lútea. Cada fase caracterizada por secreções alternadas dos hormônios folículo
estimulante (FSH) e luteinizante (LH) pela hipófise anterior e dos estrogênios e
progesterona pelos ovários (FREITAS, MENKE, 2001).
Mulheres atletas ou simplesmente praticantes de algumas modalidades
esportivas se sentem temerosas e inseguras aos praticar suas atividades tendo algumas a
menstruação como doença evitando qualquer esforço ou não ficam confortáveis no
período devido aos cuidados que se deve ter.
Juntando-se a essa falta de conforto durante o período menstrual, temos
também a baixa produção hormonal que faz com que as mulheres, atletas fiquem
indispostas a realizar suas atividades esportivas.
Nesse contexto encontra-se como problema de pesquisa buscar saber como as
fases do ciclo menstrual afetam o desempenho das atletas por meio da redução da
resistência cardiorrespiratória.
Desta forma, o estudo tem por objetivo identificar as alterações no desempenho
de resistência cardiorrespiratória nas diferentes fases do ciclo menstrual em atletas de
jiu-jítsu.
A pesquisa foi desenvolvida em três etapas: a primeira foi aplicação de um
questionário adaptado contendo perguntas especificas sobre o que as atletas sentem nas
três fases do ciclo menstrual, a segunda etapa foi à seleção de algumas atletas que
possuem ciclo menstrual considerado regular e que praticam a modalidade a partir de
um ano para a aplicação do teste de banco McArdle em cada fase do ciclo menstrual de
acordo com o período de cada uma, e por fim foi feita uma avaliação baseada nos
resultados para verificar as alterações ocorridas durante as diversas fases do ciclo
menstrual nessas atletas.
Buscando trazer maiores informações sobre o assunto abordado, o estudo foi
desenvolvido para o conhecimento de como o preparador físico deve elaborar um
treinamento visando todas as mudanças apresentadas nas diferentes fases do ciclo
menstrual de suas atletas, para as mesmas adquirir conhecimento e não se afastar de
suas atividades por motivos como: cansaço, fadiga muscular, cólica menstrual, stress,
dores de cabeça, inchaço, aumento de peso, entre outros.
O público alvo desse estudo foram atletas de jiu-jítsu da cidade de Aracaju
maiores de 18 anos de idade, independente de nível técnico, no entanto com mais de um
ano de vivência no esporte. O presente estudo tem como base as fases do ciclo
menstrual que segundo Miranda (2013) dura em torno de 28 dias e pode ser dividido em
fases, pré-menstrual, menstrual ou fluxo, pós-menstrual e intermenstrual.
Baseando-se nas fases Pré-menstrual, Menstrual e Pós-menstrual, contamos
com uma pesquisa descritiva de valor qualitativo possuindo como principais métodos
avaliativos questionário adaptado e o teste de banco de McArdle.
A resistência cardiorrespiratória é o desempenho do coração, pulmões e
sistema circulatório para transporte de oxigênio e nutrientes para os músculos
trabalharem. Uma das mais válidas medidas de funcionamento do sistema
cardiorrespiratório é o máximo oxigênio consumido (V02Max). O V02Max representa a
máxima quantidade de oxigênio que pode ser consumida, transportada e utilizada pelo
organismo para produzir energia. (COLUNISTA, 2013).
As lutas são em geral, caracterizadas como acíclicas, pois os atletas se utilizam
de diferentes sequencias de movimentos e manifestações de capacidades biomotoras
(BIANCHI apud DEL VECCHIO, 2006 p. 12).
O jiu-jítsu é uma modalidade de luta que está a crescer cada vez mais entre o
público feminino, seja para auto rendimento, saúde ou até mesmo estética. Segundo a
revista GracieMag, o Jiu-Jítsu brasileiro ou, lá fora, o Brazilian Jiu-Jítsu ou BJJ é uma
arte marcial de raiz japonesa que se utiliza essencialmente de golpes de alavancas,
torções e pressões para levar um oponente ao chão e dominá-lo. Essa modalidade exige
muito esforço físico das suas praticantes além de ser um esporte de contato onde muitas
atletas sentem mudanças e desconfortos durante o treinamento, principalmente
alterações na resistência cardiorrespiratória, como muitas denominam a “falta de Gás”,
essas alterações podem prejudicar o seu desempenho nos treinos e seu rendimento em
competições ou podem favorecer já que em algumas das fases do ciclo menstrual há
mudanças positivas.
Autores afirmam que o desempenho pode variar de acordo com as fases do
ciclo menstrual. Devido à influência de um aumento nos níveis de progesterona, na fase
pré-menstrual o desempenho pode sofrer uma redução. Já na Fase Pós-Menstrual,
graças à crescente taxa de estrogênio e maior secreção de noradrenalina, observa-se uma
melhora significativa no desempenho. (WEINECK, 2000).
A fase pré-menstrual ou progestogênica é caracterizada pela redução de força,
resistência e disposição para o treino, e dura em torno de 5 a 8 dias (MIRANDA, 2013).
Na fase pré-menstrual as atletas sentem menos disposição para a prática esportiva,
devido às alterações hormonais onde o corpo apresenta desconfortos em algumas partes
causando irritações e inquietações dificultando o interesse e concentração no esporte.
Na menstruação ou fluxo, por relatos de muitas mulheres sentem desconfortos
para o treinamento, é aconselhado um treino moderado com baixo volume e intensidade
moderada, essa fase dura em torno de quatro dias. (MIRANDA, 2013B) grifo nosso.
Na fase pós-menstrual que dura em torno seis dias, seguidos do período
ovulatório (três dias) e pós ovulatório (sete dias), temos um aumento da força e
disposição para o treinamento. Nesse momento, as cargas de treinamento podem ser
aumentadas, já que se consegue um maior rendimento e melhor capacidade de
recuperação, também podendo ser aumentado o volume do treinamento (MIRANDA.
2013).
Nem todas as mulheres sentem alterações no seu desempenho, mas grande parte
consegue sentir mudanças durante o treinamento nas diferentes fases do ciclo menstrual.
Embora existam muitas pesquisas relatando como o exercício afeta a
menstruação, são menos conhecidos os que analisam como a menstruação e as outras
fases do ciclo menstrual interferem no desempenho e quais as alterações que podem
comprometer o potencial físico e psicológico, não esquecendo que elas são altamente
individuais. Durante o ciclo menstrual ocorrem mudanças hormonais, a menos que a
mulher esteja em contracepção, e isso tem efeitos definidos no desempenho físico
(JUDY DALY apud WENDY EY 1996).
DESENVOLVIMENTO
Segundo Lakatos (2004, p.45) “os tipos de pesquisa quanto aos fins podem ser:
exploratória, explicativa, metodologia, descritiva, aplicada e intervencionista.” De
acordo com Vergara (2003, p.35-37) os tipos de pesquisa quanto aos meios são
“pesquisa de ação, pesquisa experimental, pesquisa ex post facto, pesquisa de revisão,
pesquisa etnográfica”.
Pretende-se abordar neste trabalho quanto aos fins, à pesquisa exploratória e
descritiva. A importância da pesquisa exploratória para o trabalho tem como objetivo
buscar informações sobre o estudo e quanto à pesquisa descritiva procura observar,
registrar, analisar os fatos sem manipulá-los.
E quanto aos meios, pretende-se utilizar a pesquisa de campo, pois esta é a
forma mais eficiente de obter informações sobre o tema abordado, e a pesquisa
bibliográfica, pois possibilitará um aprofundamento do conhecimento na área da
pesquisa.
Em se falando em método de abordagem, citar-se-á Marconi (1991, p.40)
“método de abordagem é o conjunto de atividades sistemáticas e racionais que, com
maior segurança e economia, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e
auxiliando nas decisões, permite alcançar o objetivo”. E os métodos podem ser:
“Indutivo, dedutivo, hipotético-dedutivo, dialético, quantitativo, qualitativo”.
Para este trabalho, os métodos de abordagem escolhidos serão: quanti-
qualitativa, pois irá contribuir de maneira que o pesquisador obtenha melhor
entendimento do comportamento dos sujeitos e seus elementos.
O público alvo desse estudo foram atletas de jiu-jítsu da cidade de Aracaju
maiores de 18 anos de idade, independente de nível técnico, no entanto com mais de um
ano de vivência no esporte.
Durante uma competição de jiu-jítsu realizada na cidade de Aracaju – Se, 30
atletas foram entrevistadas por meio de um questionário possuindo perguntas
especificas sobre as alterações diversas e resistência cardiorrespiratória ocorrida durante
as fases do ciclo e sobre o que elas verdadeiramente sentem durante as fases: pré-
menstrual, menstrual e pós-menstrual.
Após a aplicação do questionário, 12 atletas de jiu-jítsu independentes de nível
técnico e maiores de 18 anos de idade foram selecionadas para segunda e demais etapas
do estudo, essas atletas possuem o ciclo menstrual considerado regular tendo data de
iniciação e término do seu ciclo menstrual sendo assim, ajuda a controlar e respeitar o
tempo da pesquisa sem atrasos ou falhas que poderiam futuramente mudar os dados ou
prejudicar o processo dos testes, diferente das que não possuem que de tal forma
poderiam desordenar o andamento dos testes.
Para esta pesquisa foi utilizado um questionário contendo em sua estrutura
perguntas específicas sobre o que as atletas sentem nas diferentes fases do ciclo
menstrual. Foi aplicado o teste de banco MCardle. O Teste de Banco do Queens College
que também é conhecido como Teste de Banco de McArdle, é um teste submáximo que
dá uma medida da resistência ou da aptidão cardiorrespiratória. Para o procedimento de
avaliação é realizado movimento de subir e descer do banco durante 3 minutos num
ritmo (cadência) de 22 ciclos por minuto. Cada ciclo se completa quando a atleta sobe
com uma perna, depois com a outra perna, desce com a primeira perna e finalmente
desce com a segunda perna, o resultado da frequência cardíaca no teste se insere na
formula Vo2máx. (ml . kg-1 . min-1) = 65,81 – (0,1847 . FC bpm) para encontrar o
VO2 Maximo exigido pela atleta na realização do teste. Durante o teste foi aplicado à
escala de Borg simplificada. Para acompanhar os níveis de esforço realizado pela
avaliada.
A pesquisa foi realizada em três etapas principais:
Etapa 1: Aplicação de questionário com perguntas relacionadas ao Ciclo
menstrual – Idade de menarca; utilização de contraceptivos; data, duração e intensidade
do fluxo menstrual; sintomas físicos percebidos nas três fases do ciclo; rotina de
Treinamento ( levantamento das principais características do treinamento); total de
anos; dias e horas de treinamento; e Informações nutricionais (Uso de suplementação
alimentar e acompanhamento nutricional).
Etapa 2: Seleção das atletas que apresentavam ciclo menstrual regular por
conhecer seu ciclo como; data de iniciação e termino do seu período menstrual para a
aplicação do teste de banco McArdlle, nas fases pré – menstrual, intermenstrual e pós –
menstrual. Nessa fase 12 atletas participaram do teste.
Etapa 3: Avaliação dos dados adquiridos e levantamentos de ideias e
conclusões alcançadas por meio da pesquisa.
As atletas foram entrevistadas por meio do questionário durante uma
competição de jiu-jítsu realizada no município Aracaju - Se, com o auxilio das autoras
do estudo para prestação de maiores esclarecimentos, em caso de dúvidas. Após o
preenchimento dos questionários as atletas que possuíam ciclo menstrual regular, foram
submetidas à aplicação do teste de banco McArdlle nas três fases do ciclo menstrual.
Sendo que o primeiro teste foi aplicado cerca de cinco a seis dias antes do fluxo, o
segundo a partir do primeiro dia da menstruação e o terceiro três dias no máximo após o
fluxo. O teste foi aplicado nos locais de treinamento das atletas.
Em cada atleta foi utilizado o frequêncímetro da marca polar, com o relógio e a
cinta sendo postos em cada avaliada para verificar a frequência cardíaca durante o teste,
e ainda assim ao final do teste mediu-se a pulsação em 15 segundos e depois foi
multiplicado por quatro para garantir o resultado da sua frequência cardíaca; utilizou-se
um cronômetro para contar o tempo de 3 minutos; metrônomo para a contagem das 22
passadas/min e 88bpms/min; e a escala de percepção subjetiva de esforço (escala de
borg simplificada) no final do teste, para avaliar o esforço empregado na atleta.
Durante o teste as atletas seguiram o ritmo do metrônomo onde subiram e
desceram do banco no período de 3 minutos, após 5 segundos e de pé verificamos a
frequência cardíaca de todas elas, onde, foi apresentada a Escala de Borg que está
representada na figura 1, ao final para analisar o nível de intensidade que o teste causou
nas atletas.
Figura 1 Escala Simplificada de Borg (Fonte: http://www.efdeportes.com) Acesso em: 12/01/2015.
As atletas passaram pelo teste de Banco McArdle, que é um teste submáximo
mensurando uma medida da resistência ou da aptidão cardiorrespiratória. As avaliadas
realizaram movimentos de subir e descer do banco durante 3 minutos num ritmo
(cadência) de 22 ciclos por minuto. Cada ciclo se completa quando a atleta sobe com
uma perna, depois com a outra perna, desce com a primeira perna e finalmente desce
com a segunda perna onde o resultado da frequência cardíaca no teste se insere na
formula Vo2máx. (ml. kg-1. min-1) = 65,81 – (0,1847 . FC bpm) para encontrar o VO2
Máximo exigido pela atleta na realização do teste e seu resultado foi aplicado em uma
tabela representada na figura 2 para identificar a classificação da atleta.
Figura 2: Tabela de identificação do nível de Vo2máx.
Idade 15 a 19 anos
20 a 29 anos
30 a 39 anos
40 a 4 anos
50 a 59 anos
60 a 69 anos
Sexo M F M F M F M F M F M FExcelent
e>60 >43 >57 >40 >48 >37 >42 >35 >38 >30 >31 >25
> média 58-59
40-42
52-56
37-39
46-47
34-36
40-41
32-34
36-37
27-29
29-30
23-24
Média54-57
37-39
43-51
35-36
42-45
31-33
37-39
26-31
34-35
25-26
27-28
21-22
< média44-53
35-37
40-42
32-34
38-41
29-30
34-36
24-25
31-33
22-24
25-26
19-20
Fraco <43 <34 <39 <31 <37 <29 <33 <23 <30 <17 <24 <18
Fonte: http://www.avaliacaofisica.com.br/si/site/021803 Acesso em: 12/01/2015 Canadian Standardized Test of Fitness (CSTF) Operations Manual.
No questionário aplicado para 30 atletas de jiu-jítsu, contendo perguntas
relacionadas ao período menstrual, rotina de treinamento e informações nutricionais.
Verificamos diversas informações sobre o que as atletas sentem durante as fases do
período menstrual, os gráficos abaixo informam o que sentem as atletas durante as
diversas fases do ciclo menstrual.
Gráfico 1: Sintomas físicos no período pré-menstrual
15%
11%
5%1%
19%
6%
16%
28%
SENSAÇÃO DE CANSAÇO
FADIGA
AUMENTO DOS NÍVEIS DE FORÇA
AUMENTO DOS NÍVEIS DE R. C.
CÓLICAS ABDOMINAIS
PROBLEMAS DE MEMÓRIA OU DE CONCENTRAÇÃO
DORES DE CABEÇA
INCHAÇO OU AUMENTO DE PESO
Fonte: Dados obtidos na pesquisa de campo através de questionário adaptado.
No gráfico 1 referente aos sintomas físicos no período pré-menstrual foram
encontrados os seguintes resultados: 28% sentem inchaço ou aumento de peso, 19%
cólicas abdominais, 16% dores de cabeça, 15% sensação de cansaço, 11% fadiga, 5%
problemas de memória e de concentração ,5% aumento dos níveis de força e apenas 1%
aumento de resistência cardiorrespiratória em um estudo realizado com fundistas no
período pré-menstrual há redução na capacidade de concentração e fadiga muscular e
nervosa mais rápida (KEUL et al 1974).
Gráfico 2: Sintomas físicos no período menstrual
10%9%
7%
6%
17%
2%
15%
34%
SENSAÇÃO DE CANSAÇOFADIGAAUMENTO DOS NÍVEIS DE FORÇAAUMENTO DOS NÍVEIS DE R. C.CÓLICAS ABDOMINAISPROBLEMAS DE MEMÓRIA OU DE CON-CENTRAÇÃODORES DE CABEÇAINCHAÇO OU AUMENTO DE PESO
Fonte: Dados obtidos na pesquisa de campo através de questionário adaptado.
No gráfico 2 referente aos sintomas físicos no período menstrual foram
encontrados os seguintes resultados: 34% das atletas sentem inchaço ou aumento de
peso, 17% cólicas abdominais, 15% dores de cabeça, 10% sensação de cansaço, 9%
fadiga, 7% aumento dos níveis de força, 6% aumento dos níveis de resistência
cardiorrespiratória, 2% problemas de memória ou concentração. Segundo Lebrun
(1993) Muitas das mulheres estudadas em sua pesquisa quando associadas aos sintomas
pré-menstruais, foram identificados sintomas como a retenção de líquidos, aumento de
peso, alterações de humor [...].
Gráfico 3: Sintomas físicos no período pós-menstrual
4% 7%
31%
33%
4%11%
9%
SENSAÇÃO DE CANSAÇOFADIGAAUMENTO DOS NÍVEIS DE FORÇAAUMENTO DOS NÍVEIS DE R. C.CÓLICAS ABDOMINAISPROBLEMAS DE MEMÓRIA OU DE CONCENTRAÇÃODORES DE CABEÇAINCHAÇO OU AUMENTO DE PESO
Fonte: Dados obtidos na pesquisa de campo através de questionário adaptado.
No gráfico 3 referente aos sintomas físicos no período menstrual foram
encontrados os seguintes resultados: 33% das atletas sentem aumento dos níveis de
resistência cardiorrespiratória, 31% aumento dos níveis de força, 11% dores de cabeça,
9% inchaço ou aumento de peso, 7% fadiga, 5% sensação de cansaço, 4% cólicas
abdominais, 0% problemas de memória ou de concentração.
Gráfico 4: Em qual fase do ciclo menstrual você sente que apresenta maior desempenho de resistência cardiorrespiratória durante o treinamento?
20%5%
75%
PRÉ-MENSTRUALMENSTRUALPÓS-MENSTRUAL
Fonte: Dados obtidos na pesquisa de campo através de questionário adaptado.
O gráfico 4 apresenta dados em porcentagens sobre as alterações nos nineis de
resistência cardiorrespiratória nas três fases do ciclo menstrual verificadas por meio do
questionário aplicado as atletas, onde 75% disseram sentir maior desempenho
relacionado a resistência cardiorrespiratória no período pós-menstrual, 20% no período
menstrual e 5% no pós menstrual. Em estudo realizado com atletas de diversas
modalidades [...] Os melhores desempenhos foram, em geral, nos dias pós-menstrual,
imediatos, com os piores desempenhos durante o intervalo pré-menstrual e nos
primeiros dias de fluxo menstrual. (LEBRUN, 1993).
Gráfico 5: Seleção de atletas
63%
37% Ciclo Regular - 63%Ciclo Irregular - 37%
Fonte: Dados obtidos na pesquisa de campo através de questionário adaptado.
O gráfico 5 revela em porcentagem as atletas que possuem ciclo regular e que
contribuíram para a pesquisa. Onde 63% das atletas possuem o ciclo menstrual regular e
37% sofrem com a irregularidade no período não tendo data prevista para inicio e nem
fim do seu ciclo.
Segundo LUIZ (2012) A medida de consumo máximo de oxigênio é
amplamente usada para classificar o desempenho de endurance de atletas e para
prescrever treinamento.
Os gráficos abaixo apresentam os dados encontrados de forma geral por meio
do cálculo para encontrar o Vo2 máximo das atletas e o resultado já reconhecido pela
tabela de interpretação dos resultados demonstrado da figura 2.
Gráfico 6: Período Pré – Menstrual
Fonte: Dados obtidos na pesquisa de campo através de questionário adaptado.
Dessa forma o gráfico 6 revela que 83% das atletas se classificam excelentes,
8% média menor, 9% media maior, e 0% fraco.
Gráfico 7: Período Menstrual
80%
10%
10%Excelente
>Média
Média
< Média
Fraco
Fonte: Dados obtidos na pesquisa de campo através de questionário adaptado.
O gráfico 7 revela que 80% das atletas se classificam excelentes, 10% média
menor, 10% media maior, e 0% fraco.
Gráfico 8: Período pós – menstrual
83%
8%8%
Excelente >Média Média
< Média Fraco
67%
17%
17%Excelente
>Média
Média
< Média
Fraco
Fonte: Dados obtidos na pesquisa de campo através de questionário adaptado.O gráfico 8 revela que 67% se classificam excelentes, 0% média menor, 16%
media maior, e 17% fraco.
O quadro abaixo revala os resultados exatos do Vo2max. das doze atletas
participantes do teste de banco Mcardle, obtidos através da fórmula Vo2máx. (ml. kg-1.
min-1) = 65,81 – (0,1847 . FC bpm), cujo se da em kg/ml/min.
Em estudo realizado com atletas de diversas modalidades que utilizavam
contraceptivos orais e publicado na revista medicina do esporte, as atletas relatam
diversas diferenças em relação ao desempenho atlético nas diversas fases do ciclo
menstrual, isso mostra que há uma individualidade nessas alterações entre as atletas que
não conseguiram identificar se sentem ou não algumas alterações, já uma grande parte
considerando a maioria, relataram sentir-se menos dispostas no período entre o pré-
menstrual e menstrual, e mais dispostas no período pós-menstrual. (LEBRUN, 1995).
VO2 MAX NAS TRÊS FASES DO CICLO MENSTRUAL
ATLETAS
PRÉ- MENSTRUA
L
BORG
MENSTRUAL BOR
G
PÓS-MENSTRUA
L
BORG
Atleta 1 50 kg/ml/min 2 42 kg/ml/min 3 47 kg/ml/min 1
Atleta 2 43 kg/ml/min 2 46 kg/ml/min 4 50 kg/ml/min 1
Atleta 3 43 kg/ml/min 3 45 kg/ml/min 2 47 kg/ml/min 3
Atleta 4 45 kg/ml/min 2 42 kg/ml/min 3 50 kg/ml/min 1
Atleta 5 37 kg/ml/min 4 36 kg/ml/min 4 39 kg/ml/min 3
Atleta 6 45 kg/ml/min 2 43 kg/ml/min 2 46 kg/ml/min 3
Atleta 7 42 kg/ml/min 3 45 kg/ml/min 2 53 kg/ml/min 3
Atleta 8 46 kg/ml/min 3 44 kg/ml/min 4 34 kg/ml/min 5
Atleta 9 48 kg/ml/min 2 47 kg/ml/min 3 48 kg/ml/min 1
Atleta 10 48 kg/ml/min 2 45 kg/ml/min 3 46 kg/ml/min 2
Atleta 11 33 kg/ml/min 2 34 kg/ml/min 2 31 kg/ml/min 1
Atleta 12 45 kg/ml/min 2 48 kg/ml/min 3 35 kg/ml/min 1Quadro 1 Fonte: Dados obtidos na pesquisa de campo através do teste de Banco McArdle, nas diferentes fases do ciclo menstrual.
Os resultados obtidos e expostos no quadro 1 afirmam que há alterações nos
níveis de resistência cardiorrespiratória em atletas de jiu-jítsu, e que há uma alteração
positiva no período pós menstrual, um estudo realizado com fundistas relata que
também ocorreu uma alteração positiva, o rendimento no treinamento de força é
diferente nas diversas fases do ciclo menstrual. Na fase estrogênica (pós-menstrual) o
rendimento é melhor que na progestogênica (pré-menstrual) na qual, as atletas ficam
irritadas e menos pacientes com os treinos (LEBRUN, 1995).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A maioria das pessoas e principalmente as mulheres veem a menstruação como
um problema na prática do esporte, porém, não analisam quais benefícios e de que
forma deve ser trabalhado durante o período.
Na Fase Pré-Menstrual, devido à influência do aumento nos níveis de
progesterona, o desempenho pode sofrer uma redução. Já na Fase Pós-Menstrual, graças
à crescente taxa de estrogênio, observa-se uma melhora significativa no desempenho.
Diante do que foi exposto pelos resultados encontrados em testes foi verificado
que há alterações nos níveis de resistência cardiorrespiratória nas três fases do ciclo
menstrual. Com base no Vo2max de cada atleta foi identificado que na fase menstrual
há um declínio do Vo2max. e no período pós-menstrual um aumento considerável nos
níveis de resistência cardiorrespiratório.
Nos períodos pré e pós-menstrual os resultados de Vo2max. foram
aproximados em algumas atletas até iguais, e no período menstrual recaíram, das 12
participantes, apenas as atletas 8, 11 e 12 demonstraram declínio na fase pós-menstrual.
Sendo assim conclui-se que de fato há alterações nos níveis de resistência
cardiorrespiratória nas diferentes fases do ciclo menstrual em mulheres atletas de jiu-
jítsu e que principalmente na fase pós-menstrual essas alterações são mais visíveis,
devido a crescente taxa de estrogênio e maior secreção de noradrenalina, além da
reprodução de hemácias fazendo com que todo o corpo tenha melhor circulação
sanguínea, melhorando a oxigenação corporal e assim proporcionando melhora nos
níveis de resistência cardiorrespiratória das atletas e já na fase menstrual onde a mulher
tem uma perda considerável de sangue, juntamente com os desconfortos que essa fase
traz como: cólicas, dores de cabeça, inchaço, fadiga, aumento de peso entre outros.
Dificultando o treinamento e assim afeta o rendimento das praticantes de jiu-jítsu. É de
fundamental importância a aplicação de um treinamento adequado nas três fases do
ciclo menstrual, cabendo aos treinadores das atletas, saber qual o momento certo de
intensificar e reduzir o nível do treino respeitando a individualidade das mesmas.
BIBLIOGRAFIA
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BIANCHI Stefania, Caracterização Morfofuncional De Atletas Praticantes Do Brazilian Jiu-jítsu, Universidade Estadual De Campinas N ' Faculdade De Educação Física, Campinas, 2006.
FREITAS, F.; MENKE,C.H. Rotinas em Ginecologia. Porto Alegre: Art med, 2001.
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