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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCOATUALIZA ASSOCIAÇÃO CULTURAL
SILVANA SILVA PITOMBO
SAÚDE COLETIVA E GESTÃO PÚBLICA NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA: DIFICULDADES E
CONTRADIÇÕES
SALVADOR2010
SILVANA SILVA PITOMBO
SAÚDE COLETIVA E GESTÃO PÚBLICA NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA: DIFICULDADES E
CONTRADIÇÕES
SALVADOR2010
Monografia apresentada à Universidade Castelo Branco e Atualiza Associação Cultural como requisito parcial para a obtenção do título de especialista em Gestão em saúde Pública, sob a orientação do professor Fernando Reis do Espírito Santo.
AGRADECIMENTOS
Ao professor Fernando Reis do Espírito Santo, por sua grande colaboração durante a elaboração deste trabalho, tornando possível a sua execução.
À minha querida irmã Gildete dos Santos, que com seu carinho e dedicação me ajudou nas minhas dificuldades.
À Adriana Sena Gomes, bibliotecária da Atualiza, sua atenção e conhecimento foram importantes para a produção desta monografia.
RESUMO
Este estudo trata sobre o formato e a situação da saúde coletiva no Brasil, avaliando os serviços oferecidos, as relações pacientes e profissionais, as tecnologias disponíveis, a produção científica e os recursos para a execução dos mesmos. Estuda também sobre a Administração Pública, em especial a Gestão em Saúde Pública, tomando conhecimento dos princípios, normas e regulamentos que regem a administração brasileira. Avalia, ainda, a importância do indivíduo na sociedade, tornando-o peça fundamental para a implantação dos projetos de Saúde coletiva e, como todos esses componentes interagem dentro da sociedade contemporânea. O objetivo desse trabalho é identificar através da literatura, as principais dificuldades e contradições presentes nos projetos de Saúde Coletiva e de Gestão Pública na sociedade contemporânea. A metodologia utilizada para esse estudo, quanto a natureza, é de caráter qualitativo. Quanto aos objetivos trata-se de uma pesquisa explicativa e caracteriza-se, quanto ao procedimento, como bibliográfica. Após análise da literatura, esta pesquisa nos mostra que apesar dos grandes avanços tecnológicos e administrativos, ainda será necessário promover mudanças no comportamento desta sociedade com o propósito de conquistar uma verdadeira eqüidade nos serviços públicos de saúde do Brasil. Constata, que a saúde coletiva tem se articulado aos movimentos sociais a exemplo da democratização da saúde. Mas o sistema institucional da sociedade contemporânea, apresenta muitos fatores que dificultam ou impedem a satisfação das necessidades de assistência à saúde da população como um todo. Este estudo conclui que um dos fatores que contribuem para essa situação é a inacessibilidade de numerosos grupos da população aos serviços de saúde, fato que pode ser visualizado durante o processo de execução dos programas de saúde coletiva, onde surgem alguns entraves, e o setor saúde passa a ser “simultânea e paradoxalmente, espaço de experimentação de propostas inovadoras nos campos da assistência e de gestão pública, bem como lócus privilegiado das contradições sociais e do intenso processo de exclusão, segregação e desvalorização da vida
Palavras - chave: Saúde Coletiva, Humanização, Sociedade Contemporânea, Gestão em Saúde Pública.
ABSTRACT
This study focuses on the design and status of public health in Brazil, evaluating the services offered, patient and professional relations, the available technology, scientific production and resources for their execution. It also studies on government, particularly the Public Health Management, taking note of the principles, rules and regulations governing the administration of Brazil. Has evaluated the importance of the individual in society, making it the cornerstone for the implementation of projects of Public health, and how all these components interact within contemporary society. The aim of this study is to identify through the literature, the main difficulties and contradictions in the projects of the Public Health and Public Management in contemporary society. The methodology for this study, as nature is qualitative. As to the objectives it is an explanatory research and is characterized, on the procedure, such as literature. After examining the literature, this research showed us that despite great advances in technology and administrative will still be necessary to promote changes in behavior that society in order to gain a true equity in public health in Brazil. Notes that public health has been articulated social movements like the democratization of health. But the institutional system of contemporary society, has many factors that hinder or prevent the satisfaction of the needs of health care to the population as a whole. This study concludes that one of the factors contributing to this situation is the inaccessibility of many population groups to health services, which may be viewed during the process of implementing programs in public health, where there are some obstacles, and the health sector is to be "simultaneously and paradoxically, space for experimentation of innovative proposals in the fields of healthcare and public management, as well as the privileged locus of social contradictions and intense process of exclusion, segregation and devaluation of life
Key - words: Public Health, Humane, Society Contemporary Management in Public Health.
SUMÁRIO
Introdução............................................................................................................8
Revisão de Literatura.........................................................................................12
Capítulo 1 - Saúde coletiva..............................................................................12
1.1 SUS..........................................................................................................16 1.2 Desafios SUS..........................................................................................20
Capítulo 2 - Gestão Pública de Saúde.............................................................23 2.1 Administração Pública.............................................................................23
2.2 Gestão de Coletivos.................................................................................28
2.3 Gestão SUS.............................................................................................30
Capítulo 3 – Sociedade Contemporânea.........................................................32
3.1 Sociedade................................................................................................32 3.2 Sujeito(Indivíduo).....................................................................................36
Considerações Finais.......................................................................................39
Referências.......................................................................................................40
8
INTRODUÇÃO
Apresentação do objeto de estudo
A Constituição Federal brasileira de 1988 coloca os assuntos da saúde no Título VIII
- Da Ordem Social, CapI – Disposição Geral, Seção II- Da saúde, definindo no artigo
196 que: “A saúde é um direito de todos e dever do estado, garantindo mediante
políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua
promoção, proteção e recuperação”.
“A regulamentação da lei n° 8.080 do SUS em setembro de 1990, trata em seu Art.
2º-” A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover
condições indispensáveis ao seu pleno exercício”.
No §1º da lei diz: “O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e
execução de políticas econômicas e sociais que visem a redução de riscos de
doença e de outros agravos no estabelecimento de condições que assegurem
acesso universal e igualitário ás ações e aos serviços para a sua promoção,
proteção e recuperação”.
A saúde coletiva tem se articulado aos movimentos sociais a exemplo da
democratização da saúde, que no Brasil passou a ser conhecida como “movimento
sanitário”, sujeito coletivo do projeto da reforma sanitária brasileira (PAIM, 2008).
Porém durante o processo de execução dos programas de saúde coletiva, surgem
alguns entraves, e o setor saúde passa a ser “simultânea e paradoxalmente, espaço
de experimentação de propostas inovadoras nos campos da assistência e de gestão
pública, bem como lócus privilegiado das contradições sociais e do intenso processo
9
de exclusão, segregação e desvalorização da vida” (CANGUILHEM, 1990 apud SÁ,
2001).
A sociedade contemporânea, que tem como principais características a exclusão
social e a intolerância crescente vivem em um contexto de déficit de ideais
transcendentes, da exacerbação do individualismo e da desregulamentação no setor
saúdes do Brasil. Isso se dá, não só como deterioração da qualidade dos serviços e
aumento da desigualdade no acesso aos mesmos, mas como crescente
“banalização” da dor e sofrimentos alheios (SÁ, 2001).
Na prática, o sistema institucional da sociedade contemporânea, apresenta muitos
fatores que dificultam ou impedem a satisfação das necessidades de assistência à
saúde da população como um todo. Um dos fatores que contribuem para essa
situação é a inacessibilidade de numerosos grupos da população aos serviços de
saúde (SOUSA et al, 1987).
Para uma melhor compreensão dessa problemática é necessário entender como
essa mesma sociedade contemporânea percebe: o indivíduo (sujeito); a família; a
saúde; a própria sociedade, e como todos esses fatores interagem dentro de um
projeto de saúde coletiva.
Justificativa
O acesso da população aos serviços de saúde é um pré-requisito de fundamental
importância para uma eficiente assistência à saúde. Para que isso ocorra é
necessário que o conceito de equidade seja aceito dentro das relações sociais, de
forma a reduzir as desigualdades, exacerbação do individualismo e da
desregulamentação no setor saúde do Brasil. Diante desse fato, a presente revisão
faz-se necessário, pois pretende pesquisar o porquê dos projetos de saúde coletiva
10
passarem por dificuldades e contradições durante o processo de execução, no que
tange a forma como a sociedade contemporânea percebe a saúde coletiva dentro
dessa sociedade e depois de detectado os principais obstáculos, a sociedade possa
ser a principal colaboradora para que os projetos de saúde coletiva tenham
efetividade.
Problema
Quais as dificuldades e possíveis contradições apontadas pela literatura nos
projetos de Saúde Coletiva e de Gestão Pública na sociedade contemporânea ?
Objetivo
Identificar, através da literatura, dificuldades e contradições presentes nos projetos
de saúde coletiva e de Gestão Pública na sociedade contemporânea.
Metodologia
Para a realização desta pesquisa foi utilizada o método qualitativo explicativo
bibliográfico.
A metodologia qualitativa se preocupa em analisar e interpretar aspectos mais
profundos, descreve o comportamento humano. Fornece uma análise mais
detalhada sobre hábitos, atitudes, tendências de comportamento, etc. (MARCONI;
LAKATOS, 2007).
A pesquisa explicativa tem por finalidade identificar os fatores que determinam ou
que contribuem para a ocorrência dos fenômenos, buscando aprofundar o
11
conhecimento da realidade, procurando explicar a razão dos fatos (FIGUEIREDO,
2009).
Esta pesquisa foi realizada através da leitura de livros e artigos científicos relevantes
para o objetivo do estudo. Foram extraídas destas fontes, informações necessárias
para um melhor entendimento sobre a atuação da gestão pública e a compreensão
do projeto de saúde coletiva dentro da atual sociedade.
Estrutura do Trabalho
Este trabalho se trata de uma revisão de literatura e foi estruturado por capítulos.
O capítulo 1 descreve o formato e a situação da saúde coletiva no Brasil.
Entendendo por saúde coletiva, toda produção de serviços na área de saúde
oferecidos à população no território nacional. Nela estão inclusos a relação entre
pacientes e profissionais, as tecnologias disponíveis, a produção científica e os
recursos para a execução dos mesmos; o capítulo 2 fornece conhecimentos sobre a
administração pública, incluindo-se nela a gestão em saúde coletiva, descrevendo
as normas e regulamentos que regem a organização administrativa no Brasil; e o
capítulo3, faz uma análise comportamental da sociedade contemporânea, avaliando
a importância do indivíduo e tornando-o peça fundamental para a implantação dos
projetos de saúde coletiva.
12
Capítulo 1
SAÚDE COLETIVA
Os novos desafios sociais, culturais e políticos, a saturação do paradigma
biomédico e a mudanças do perfil epidemiológico da população nas últimas
décadas fizeram surgir a necessidade de novas formas no pensar e no fazer
sanitários. Sobressaindo entre essas o projeto da Promoção à Saúde, que constitui
hoje o principal eixo do projeto da Nova Saúde Pública. A organização Mundial da
saúde patrocinou o ideário da Promoção à Saúde e tem tido uma crescente
influência nas políticas públicas de distintos países (CARVALHO, 2004).
Muitas têm sido as tentativas para definir a Saúde Coletiva, as idéias desenvolvidas
as descreve como um campo extenso e diverso. A saúde é analisada com suas
inúmeras interfaces, e como parte do processo de constituição da área, são citados
três grandes espaços de formações disciplinares: as ciências sociais e humanas, a
epidemiologia, a política e o planejamento (CAMPOS et al 2007).
O contexto sócio-econômico e político-ideológico mais amplo, as sucessivas crises,
tanto no plano epistemológico, como nas práticas de saúde e de formação de
recursos humanos, estavam refletidos na emergência desses projetos (NUNES,
1994).
Na America Latina desde a década de 70, a denominação Saúde coletiva adquire
uma conotação mais ampla que a Saúde Pública. Inspirou-se na Medicina Social, ou
seja, “uma corrente de pensamento que apareceu originalmente como contestação
crítica ao pensamento da saúde pública dominante” (GARCIA, 1985 apud PAIM,
2006).
13
O projeto denominado Saúde Coletiva, teve na América Latina como referência os
anos 70, e como marco, a conferência em 1972, o pensamento teórico estabeleceu
o divisor de águas entre uma nova concepção da saúde e as teorias até então
dominantes na área (FLEURY, 1982).
A Saúde coletiva latino-americana teve na origem de sua formação, a crítica à
medicina preventiva, á comunitária, à medicina da Família, além de ser nutrida pela
Medicina Social do século XIX e pela saúde pública institucional dos serviços de
saúde, e na academia.Estando envolvidos neste contexto, as práticas técnicas,
políticas, econômicas e ideológicas desenvolvidas no meio acadêmico, nas
organizações de saúde e em instituições de ensino (PAIM, 2006).
No Brasil, a partir de um núcleo inicial bastante homogêneo, a saúde coletiva se
tornaria muito evidente. A fase denominada de “pré-saúde coletiva” se estendeu por
quinze anos e foi marcada pelo “projeto preventivista”. A segunda fase, até o final
dos anos 70, continua mantendo os ideais preventivistas, mas reforça uma
“medicina social”, e a partir dos anos 80 até a atualidade, vai se estruturando o
campo da “Saúde Coletiva” (NUNES, 1994).
O movimento da saúde coletiva no Brasil se aproxima do projeto de democratização
da saúde, constituindo um subconjunto do “movimento sanitário”. Este apresentando
um caráter mais amplo e incluindo além de atores institucionais, sindicatos,
entidades de saúde, organizações populares, grupos religiosos, partidos políticos,
etc. (PAIM, 2006).
No ideário brasileiro, já havia anteriormente às discussões internacionais, grande
debate sobre o caminho da medicina preventiva, destacando os níveis de prevenção
através das práticas individuais ou coletivas, “como o estudo dinâmico do processo
saúde doença nas populações, suas relações com a estrutura de atenção médica,
bem como das relações de ambas com o sistema social global, visando à
14
transformação destas relações para a obtenção dentro dos conhecimentos atuais,
de níveis máximos de saúde e bem estar das populações”
(AROUCA, 1975 apud NUNES, 1994).
Certamente, a Saúde Coletiva, não somente estabelece uma crítica ao
universalismo naturalismo do saber médico, mas rompe também com a concepção
de saúde pública, negando o monopólio do discurso biológico (CAMPOS, 2007).
O marco conceitual, no caso brasileiro, proposto para orientar o ensino, a pesquisa e
extensão em Saúde Coletiva foi composto basicamente pelos seguintes
pressupostos:
A saúde enquanto estado vital, setor de produção e campo do saber, está
articulada á estrutura da sociedade através da suas instâncias econômica e
político-ideológica, possuindo, portanto, uma historicidade.
As ações de saúde (promoção, proteção, recuperação, reabilitação)
constituem uma prática social e trazem consigo as influências do
relacionamento dos grupos sociais.
O objeto da saúde coletiva é construído nos limites do biológico e do social, e
compreendem a investigação dos determinantes da produção social das
doenças e da organização dos serviços de saúde, e o estudo da historicidade
do saber e das práticas sobre os mesmos.
O conhecimento não se dá pelo contato com a realidade, mas pela compreensão
das suas leis e pelo comprometimento com as forças capazes de transformá-la
(PAIM, 1982 apud PAIM, 2000).
15
A promoção da saúde ultimamente associa-se a um conjunto de valores (vida,
saúde, solidariedade, equidade, democracia, desenvolvimento sustentável,
participação e parcerias) referindo-se a uma combinação de estratégias que
envolvam a ação do Estado, da comunidade, dos indivíduos, do sistema de saúde e
de parcerias com instituições, trabalhando com a idéia de “responsabilização”
múltipla, pelos problemas ou solução dos mesmos (BUSS, 2003 apud TEIXEIRA,
2006).
No contexto brasileiro dos anos 90, as propostas do movimento pela Promoção da
Saúde tem estimulado a criação de “ cidades saudáveis”, que atualmente constituem
uma rede de cidades espalhadas por muitas regiões no país. Essa noção está
condicionada a uma visão ampliada da gestão governamental, envolvendo a
promoção da cidadania e o envolvimento de organizações “comunitárias”, no
planejamento e execução de ações direcionadas para a melhoria das condições de
vida e saúde, principalmente nas populações mais expostas a riscos relacionados a
fatores econômicos, sociais e culturais (TEIXEIRA, 2006).
Considerando as desigualdades em saúde como um dos principais problemas da
atualidade para as políticas públicas de saúde no Brasil, deverá ser empreendido um
expressivo esforço teórico-conceitual no sentido de separar este problema de outros
objetos pré-constituídos (disparidade, iniqüidade, diferença, distinção etc.
(SILVA, 2003 apud PAIM, 2008).
A equidade é um tema em saúde que vem ganhando destaque no debate público
setorial como uma meta a ser alcançada na gestão descentralizada do Sistema
Único de Saúde, para a efetiva melhoria das condições de saúde da população
brasileira. Este debate já bastante difícil, pela necessidade de precisar o conceito da
equidade, torna evidente a complexidade do ambiente em que as tarefas públicas
são processadas para alcançar a redução de desigualdades inter-regionais, no
contexto de interação e interdependência entre o processo econômico, sociais e
16
culturais, mundiais e nacionais, que interferem nas agendas do governo nestes
tempos de globalização (LUCCHESE, 2003).
1.1 SUS
O movimento de reforma sanitária teve como seu expoente a 8° Conferência
Nacional de Saúde, em 1986, quando legitimou o Sistema Único de Saúde, tornando
este o evento mais representativo, em termos de debate, em políticas de saúde
brasileira, pois, favoreceu a participação de toda a sociedade brasileira,
estabelecendo princípios e diretrizes que posteriormente seria a base do capítulo
saúde na constituição de 1988 (BONATO, 2007).
O Sistema único de Saúde, foi instituído pela constituição de 1988 e regulamentado
por leis ordinárias de 1990, apoiado no princípio geral de que Saúde é direito do
cidadão e dever do Estado. Corresponde a uma organização dos serviços de saúde
de forma hierarquizada, de acordo com os graus de complexidade e tendo a
pretensão de ter seu atendimento de caráter universal, gratuito, de qualidade e sob o
controle da comunidade (L’ABBATE, 2007).
Os serviços de saúde anteriormente não eram universais. O atendimento gratuito
era oferecido apenas por alguns hospitais universitários e estatais, entidades
filantrópicas ou em postos e hospitais de instituto de previdência para seus
associados (BONATO, 2007).
A criação do SUS chegou com o intuito de integrar as ações e serviços de saúde na
perspectiva de criar um sistema de saúde único para a população brasileira. A Lei no
8.080, de 19 de setembro de 1990, expressou os avanços incorporados na
constituição de 1988 que admitiam ser a saúde, em sua perspectiva ampliada, um
17
direito da população, e ainda, a universalidade e a equidade do acesso aos serviços
de saúde, a integralidade das ações praticadas, o intenso controle social e a
descentralização político-administrativa princípios norteadores do sistema de saúde
vigente no Brasil (FADEL et al, 2009).
A lei obedece aos seguintes princípios:
Universalidade - o acesso, as ações e os serviços de saúde devem se
garantidos a todas as pessoas, independente de sexo, raça, renda,
ocupação, ou outras características sociais ou pessoais.
Integralidade de assistência - entendida como conjunto articulado e contínuo
das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos
para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
Igualdade (Equidade) da assistência à saúde - sem preconceitos ou
privilégios de qualquer espécie. A rede de serviços deve estar atenta às
necessidades reais da população a ser atendida.
Descentralização político-administrativa - com direção única em cada esfera
de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde.
c) participação da comunidade;
O SUS é responsável não somente por prestação de serviços médicos,
odontológicos ou de enfermagem, mas também pela formulação de uma política de
promoção e proteção da saúde pública, estão envolvidas uma série de atividades,
como programas de fiscalização sanitária, epidemiológica, da saúde do trabalhador,
de alimentos, remédios, etc. (ALMEIDA, 2009).
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O gerenciamento do SUS deverá ser feito pelo município através de colegiados,
com participação de representantes das instituições públicas e privadas e
representantes da comunidade, doentes e setores organizados da população como
sindicatos e movimentos populares (L’ABBATE,1996 apud L’ABBATE, 2007).
A hierarquia traçada pelo SUS é regida pelo modelo da pirâmide, baseada no
sistema nacional inglês de saúde, no qual a assistência é dividida em três grandes
eixos. Na base está a atenção primária voltada para a promoção, prevenção de
saúde e as doenças mais corriqueiras, seguida pela secundária que tem como foco
o atendimento das especialidades básicas e no pico a atenção terciária que atende
as situações de maior complexidade (Figura1) (BONATTO, 2007).
A importância do reconhecimento de estratégias consolidadoras do Sistema Único
de Saúde (SUS) vem crescendo paulatinamente no Brasil, tanto sob a perspectiva
constitucional, relativa à conquista de direitos individuais e coletivos; quanto ao
campo das ações, enfatizando-se a valorização das dimensões que envolvem a
participação popular nos processos decisórios em saúde (LUCCHESE, 2003).
19
Figura1. Pirâmide da Hierarquia do SUS (BONATO, 2007)
1.2 Desafios do SUS
O SUS nestes vinte anos tem tido avanços na garantia de acesso e na atenção
integral, mas também muitos são os desafios a enfrentar para a concreta efetivação
dos seus princípios no dia a dia das práticas de atenção e gestão. Entender o que
no funcionamento do SUS se hibridiza com uma “ordem liberal-privatista que se
PROMOÇÃOE
PREVENÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO BÁSICA
CIRURGIAS E
TRATAMENTOS COMPLEXOS
20
manifesta como resistência permanente ao SUS, estando dentro do SUS e, dentro
do imaginário dessa nossa época de capitalismo globalizado” (CAMPOS, 2007 apud
NEVES, 2009). A falta de enfrentamento desta questão promove uma configuração
do SUS como uma política de saúde para pobres, com baixa capacidade resolutiva,
cuja finalidade seria apenas gerir sobrevidas (NEVES, 2009).
No Brasil ultimamente, a discussão de como mudar os modelos de atendimento,
com pretensão de ter uma maior extensão de cobertura e tornar as ações em saúde
mais efetivos, tem tomado o tema da rede básica como ponto estratégico. Devendo
ser este um lugar de efetivação das práticas de saúde que redirecione o sentido de
todo o mecanismo de produção de serviços e da suas finalidades, objetivando uma
mudança de direção de um sistema “hospitalocêntrico para redebasicocêntrico”.
Tem sido difícil aliar as tecnologias que são procedimentos importantes no controle
das exposições ao risco de adoecer, com aqueles que interferem junto aos
processos de “sentir-se” ou “estar-se” doente. Fazer uma interação entre a saúde
pública e medicina tem sido um grande desafio (MERHY, 2007).
No atendimento de saúde o aparato institucional é importante, a dotação de verbas e
equipamentos também, mas tudo isso pode passar a ser apenas superficial se o
profissional que atua na área de saúde, ele que está em contato direto com a
população, não for competente no trabalho que está realizando, não se convencer
que deve manter uma relação de respeito com o usuário. Portanto, dentro deste
contexto, é muito importante pensar na capacitação do profissional de saúde.
(ABBATE, 2007).
O financiamento da saúde no Brasil combina recurso de origem pública e privada,
mas ainda conta com a subvenção direta e indireta do Estado, ou seja, suas ações e
serviços de saúde implementadas pelos estados, municípios e Distrito Federal são
financiados com recursos da União próprios de outras fontes como: recursos das
contribuições sociais dos empregados sobre a folha de pagamento, dos patrões
sobre a folha, sobre o faturamento e sobre o lucro; e parte dos recursos dos
21
concursos prognósticos (loto, sena, etc.) devidamente contemplados no orçamento
da seguridade social. É fundamental reconhecer que os recursos financeiros
direcionados às ações e serviços de saúde poderiam ser melhores utilizados com
um planejamento que objetivasse o atendimento de saúde da população (MOIMAZ,
2008).
Muitos são as dificuldades para a implantação de projetos de melhoria no
atendimento prestado à população pelos hospitais da rede SUS. Desafios de toda
ordem parecem conspirar contra os esforços no sentido de melhorar a qualidade da
assistência hospitalar. Problemas como inadequação dos salários; conflitos de
inserção médica no projeto do SUS; descompromisso do setor privado com o
atendimento da grande parcela da população, cada vez mais empobrecida e
dependentes do serviço de saúde e fragilidade da rede básica no atendimento das
necessidades primárias da população (CECILIO, 2007).
Realizar mudanças no processo de trabalho é mexer com pensamentos e
interesses. Essa idéia de mudar o processo de trabalho não é nova, em geral é mais
abrangente do que o que se tem demonstrado nas análises das mudanças de
modelos de atenção á saúde. O processo de trabalho pode ser visto como
micropolítica e lugar estratégico de mudança, tirar proveito desta maneira de olhar
para o campo da gestão deste processo em saúde é o que se pretende com
algumas reflexões:
O processo de trabalho como uma dimensão que abre para práticas criadoras
de permanentes processos tecnológicos para enfrentar as necessidades de
saúde, que deve também ser vista sob a perspectiva de sua instituição.
Analisar a distinção entre o lugar que ocupa o processo de trabalho, e a
própria forma da sua “captura”, para um modelo médico-hegemônico e aquele
que se pode ocupar para um outro, o da defesa da vida.
22
Avaliar a presença das “tecnologias leves”, tecnologias de (e das) relações,
dos interseçores, no interior dos processos que podem criar significativas
mudanças no processo de trabalhar em saúde, e a importância de observar
os espaços de ligação entre o trabalho em saúde e o usuário, sob uma visão
baseada pela ética do compromisso com a vida e expressas nas dimensões
assistenciais do trabalho em saúde, como relação de acolhimento, criação de
vínculo e a produção de soluções para os problemas da saúde (MERHY,
2007).
A urgência em discutir com a sociedade a questão do financiamento do SUS é um
outro grande desafio . Com financiamento decrescente e custos crescentes, o que
aconteceu nos últimos anos é que os princípios constitucionais do SUS não se
concretizaram. O baixo investimento do governo federal em saúde ( menos de 1%
de seu orçamento fiscal ) é a primeira falha. A segunda é em relação aos demais
componentes de receita da Seguridade Social. Pensava- se quando da implantação
da Seguridade Social é que o seu orçamento fosse se constituir num grande fundo
Onde três parceiros iriam buscar recursos de acordo com as suas necessidades
(Saúde 30%, Previdência 65% e Assistência Social 5%). Isso não ocorreu, a fonte
de contribuição de empregados e empregadores foi mais destinada á previdência
ficando a saúde com apenas 15% dela (CARVALHO, 1993).
23
CAPÍTULO 2
GESTÃO PÚBLICA DE SAÚDE
2.1 Administração Pública
A administração como profissão, nasceu na área pública para expressar uma função
subordinada aos conselhos e às assembléias ou ao poder político. O termo mais
nobre da administração tem origem no século XVIII, com a institucionalização do
cargo de ministro; do latim minos (menos), que contrapõe a magis (mais), de
magister ou magistrado. O administrador era, assim, o executor das decisões vinda
dos órgãos políticos superiores ou dos parlamentares e das assembléias legislativas
(MOTTA, 1995).
O conceito de administração pública demanda a junção dos seus sentidos,
concretizados no conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas cuja função é a de
gerir a ação do poder público, a qual visa propiciar a satisfação da coletividade,
segundo os fins definidos pelo Estado (RICARDO, 2010).
A expressão Administração Pública é empregada, mais freqüentemente de duas
maneiras, sob a ótica dos executores (gestores) da atividade pública, e como a
própria atividade. No sentido subjetivo, orgânico ou formal, designa os entes que
exercem a atividades administrativas e, no sentido objetivo, funcional ou material,
designa a natureza da atividade, caracterizando a própria função administrativa
(FREIRE, 2007).
O administrador público trabalha em órgãos ou departamentos de âmbito nacional,
regional ou local. Exerce atividades de planejamento, organização, direção e
controle de recursos humanos, financeiros e materiais; formula as diretrizes para a
24
elaboração e aplicação da política econômico-administrativa governamental;
participa da elaboração, modificação e revogação das leis dentre outras atividades
públicas (MEIRELES; PAIXÃO, 2003).
A administração pública, através da atuação dos seus agentes, age respaldada em
prerrogativas necessárias à consecução dos fins públicos, constituindo-se em
verdadeiros poderes administrativos e, por óbvio, também estará submetida a
determinadas sujeições, as quais são conhecidas como os deveres administrativos
(RICARDO, 2010).
No Art. 37 da Constituição Federal diz que: “ A administração pública direta e
indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados de dos Municípios
obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência”.
Legalidade – significa que toda e qualquer atividade administrativa deve ser
autorizada por lei. Em caso contrário, a atividade será ilícita.
Impessoalidade - determina que o administrador tenha seus atos voltados,
exclusivamente para o interesse público.
Moralidade – impõe que o administrador não pode dispensar os princípios
éticos que devem estar presentes em sua conduta.
Publicidade – segundo esse princípio, é exigível uma ampla divulgação dos
atos praticados pela administração, de forma a dar transparência a estes
atos, ressalvadas as hipóteses que se admite sigilo.
25
Eficiência – significa que o agente público deve atuar de modo a produzir
resultados positivos à consecução dos fins que cabem ao Estado alcançar
(FREIRE, 2007)
A Lei 8.429 no art.4° afirma que, “Os agentes públicos de qualquer nível de
hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe
são afetos”.
A administração pública (e também a privada) tem como idéia central a ação
racional, que é definida como uma ação devidamente planejada para realizar
determinados objetivos desejados. Os objetivos devem ser bem definidos, para que
possam ser alcançados; as atividades a serem realizadas devem estar coerentes
com os objetivos perseguidos; os recursos devem ser suficientes e utilizados
corretamente (FRANCO, 2010)
“Administrar é estabelecer e prescrever a maneira pela qual as pessoas devem
executar o seu trabalho” (TAYLOR apud FRANCO, 2010).
A administração pode ser entendida dentro de quatro acepções distintas:
Como uma ação – constitui a tomada de decisões sobre como combinar bem
os objetivos, atividades e recursos, através do planejamento, da organização,
da direção e do controle.
Como um grupo de pessoas que dirigem a organização – representa os
gerentes que fazem o processo administrativo funcionar, são o grupo
chamado “a administração” ou “a gerência”.
Como uma arte que necessita de certas habilidades na execução –
considerada arte no sentido profissão, ofício ou área de atuação humana e,
26
dependem de algumas habilidades essenciais: a habilidade técnica, a
humana e a conceitual.
Como uma disciplina - um campo específico do conhecimento humano
(FRANCO, 2010).
A constituição federal de 1988 reforça a idéia de uma administração pública
gerencial quando menciona em seu art.37 que a administração pública obedecerá
entre outros, ao princípio da eficiência, devendo também obedecer ao princípio da
economicidade (ALMEIDA, et al, 2009).
Numa perspectiva histórica a administração pública evoluiu através de três modelos
básicos:
Administração Pública Patrimonialista – o rei ou monarca estabelecia seu
domínio sobre o país de forma absoluta, a “coisa pública” se confundia com o
patrimônio particular dos governantes.
Administração Pública Burocrática – surge como forma de combater a
corrupção e nepotismo patrimonialista. Seus princípios eram a
profissionalização, a idéia de carreira, a impessoalidade, o formalismo.
Administração Pública Gerencial – a reforma do Estado tem a sua orientação
mais determinante pelos valores da eficiência e qualidade na prestação de
serviços públicos e pelo crescimento de uma cultura gerencial nas
organizações (FRANCO, 2010).
O conceito que a administração pública tem buscado nas últimas duas
décadas é a gerencial, contrapondo-se ao modelo burocrático que tem
vigorado desde a revolução industrial. Busca-se uma administração com foco
na eficiência e eficácia, na ética, na transparência, voltada para o cidadão
como cliente (SILVA, DRUMOND, 2O04 apud ALMEIDA , 2009).
27
A administração pública gerencial inspira-se na administração de empresas, mas
não pode ser confundida com esta. Enquanto a administração de empresa está
voltada para o lucro privado, a administração gerencial está voltada para o interesse
público (FRANCO, 2010).
No caso da Gestão em saúde, a reorientação das atividades gerenciais pode ser
vista como uma estratégia para a consolidação dos princípios do SUS e
transformações das práticas de saúde, buscando criar condições para a melhoria
dos serviços. A gerência possui um caráter articulador e integrativo, sendo a ação
gerencia determinada e determinante no processo de organização de serviços de
saúde (FERNANDES et al, 2007).
A teoria contemporânea de decisão gerencial tem como meta a demonstração do
valor do senso comum, da simplicidade e do juízo dos indivíduos, usando
ativamente os instintos e percepções individuais, baseando na lógica dos fatos
explicitamente conhecidos e sistematizados (MOTTA, 1995).
A reforma administrativa brasileira direciona as organizações públicas para um
modelo de modernização gerencial, porém não garante as condições suficientes de
financiamento e operação para as suas organizações. Vivendo assim, momentos de
grande incerteza quanto às suas possibilidades de sobrevivência (AZEVEDO apud
SÀ, 2000).
Na concepção pluralista a organização é formada por uma grande variedade de
interesses de grupos e indivíduos, interna e externamente articulados. Esses
interesses acontecem com maior ou menor intensidade na organização conforme a
distribuição interna de recursos e poder, baseando-se principalmente em três
premissas:
28
Os indivíduos são significamente motivados e agem por interesses próprios.
Os indivíduos quando não podem agir por si sós na organização, formam
coalizões para defender seus interesses.
A capacidade de influenciar decisões e ações depende do poder que os
indivíduos e os grupos possuem, tornando a luta pelo seu controle parte
integrante da vida administra (MOTTA, 1995).
Ao acreditar que a saúde é um bem pessoal e social, a sua gestão terá que dar
importância à responsabilidade pessoal e social, exigindo desta forma, não apenas
uma ética social do indivíduo, mas uma ética do próprio indivíduo junto a sua
existência e à sociedade (FIGUEREDO, 2005).
Para que a administração pública esteja a serviço da cidadania, muitas reformas
serão necessárias, sendo uma delas o aperfeiçoamento do sistemas de controle, de
modo a se evitar a privatização das decisões públicas. Portanto, é de fundamental
importância não apenas uma reforma política, que democratize o sistema político,
como a reforma administrativa que profissionalize (e flexibilize) a função pública
(GRAU et al, 2005).
2.2 Gestão de Coletivos
Coordenar o trabalho de uma equipe é gerenciá-la e ao fato de fazer seu
gerenciamento chamamos de gestão. Gestão de coletivos Humanos, é então, o
gerenciamento de um grupo de pessoas ou, de uma equipe. (BELLUSCI, 2006)
Segundo Tannenbaum, “liderança é a influência interpessoal exercida numa
situação e dirigida por meio do processo de comunicação humana à consecução de
um ou de diversos objetivos específicos” (TANNENBAUM apud FRANCO, 2010).
29
Quando se separa as funções de “liderança” e “autoridade”, remete-se à capacidade
de orientar uma equipe em direção a seu objetivo (liderar), dando-lhe valor diferente
da função de orientar o método, as ferramentas e seu modo de usá-las em busca de
seu objetivo que é autorizar ou exercer autoridade. Dentro de um grupo essas
funções nem sempre são exercidas pela mesma pessoa, mas saber juntá-las é o
segredo do sucesso de uma equipe (BELLUSCI, 2006).
A liderança era identificada anteriormente como uma habilidade nata da
personalidade do indivíduo, estava associada a importantes personalidades da
história. Possuía dimensões mágicas capazes de transformar pessoas, chefes ou
dirigentes em líderes excepcionais (MOTTA, 1995).
Ao longo do tempo foram sendo desenvolvidas três teorias sobre liderança:
Teoria dos traços de personalidade – o líder é aquele que possui
características peculiares de personalidade, distinguindo-o das demais
pessoas.
Teoria dos estilos de liderança – o líder tem um estilo de comportamento em
relação aos seus subordinados.
Teoria situacionais de liderança – o líder é aquele que é capaz de se ajustar a
um grupo particular de pessoas sob condições extremamente variadas
(FRANCO, 2010).
Hoje acredita- se que a maioria das pessoas podem tornar-se líderes. Líderes são
pessoas comuns que aprendem habilidades comuns, mas que no conjunto tornam-
se incomuns. O exercício de fato na liderança, tem pouco haver com o domínio de
habilidades raras; as habilidades da liderança podem ser adquiridas através de
ensinamentos, treinamentos e das experiências vividas (MOTTA, 1995).
30
2.3 Gestão SUS
Segundo a lei 8.080, Cap.III, Da organização, da Direção, Da Gestão, a direção do
Sistema único de Saúde será exercida em cada esfera do governo pelos seguintes
órgãos:
No âmbito da União, pelo Ministério da Saúde.
No âmbito dos estados e do Distrito Federal, pela respectiva secretaria de
saúde ou órgão equivalente.
No âmbito dos municípios, pela respectiva secretaria de saúde ou órgão
equivalente.
A lei 8.080 também diz que, as ações e serviços de saúde executadas pelo SUS, de
forma direta ou mediante participação da iniciativa privada, serão organizadas de
forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente.
A gestão do SUS é única e é exercida em cada esfera de governo, tendo como
referência no âmbito municipal o secretário municipal de saúde. De acordo com o
manual de informações básicas para gestores SUS as funções nos municípios são:
secretários de saúde; diretores da Secretarias municipais de Saúde, gerentes de
unidade básica e chefias de postos de saúde (ALMEIDA, 2009).
No Art. 10°, “Os Municípios poderão constituir consórcios para desenvolver, em
conjunto, as ações e os serviços de saúde que lhes correspondam”.
Segundo a lei que regulamenta o SUS, no seu Art.12°, comissões intersetoriais
serão criadas em âmbito nacional, subordinadas ao conselho Nacional de Saúde,
integradas pelos ministérios e órgãos competentes e por entidades representativas
da sociedade civil, e no seu parágrafo único, diz que essas comissões, terão a
31
finalidade de articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja
execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do SUS.
O Art. 13° diz que “A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões
intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes atividades”:
Alimentação e nutrição
Saneamento e meio ambiente
Vigilância Sanitária e farmacoepidemiologia
Recursos humanos
Ciência e tecnologia
Saúde do trabalhador
Na esfera municipal, os gestores do SUS são responsáveis pelo planejamento e
execução dos serviços de saúde ao cidadão e, nas esferas estadual e federal,
ficam com a responsabilidade de promover a descentralização da saúde, prestar
apoio técnico e financeiro aos municípios e identificar fatores que influenciem em
suas competências (ALMEIDA, A.G, 2009).
O financiamento do SUS é conjunto com as três esferas do governo : federal,
estadual e municipal, com recursos originados se seus orçamentos da
seguridade social e fiscal. Os recursos destinados para saúde, repassados pelo
Tesouro Nacional e Seguridade Social, geridos pelo Ministério da Saúde, são
divididos em duas partes: uma é retirada para custeio e investimentos das ações
federais e a outra é repassada às secretarias de saúde estaduais e municipais,
de acordo com os critérios previamente definidos em função da população,
necessidades, de saúde e rede assistencial (ALMEIDA, 2009).
32
CAPÍTULO 3
SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
3.1 Sociedade
Sociedade é um termo bastante polissêmico que poderia ser definido como um
conjunto de pessoas que habitam num determinado território, compartilhando o
mesmo contexto histórico, político, cultural e socioambiental, e que se organizam
através de uma rede de relações hierárquicas afetivas, cognitivas e de interesse,
estimulando e garantindo a dinâmica social (FIGUEREDO, 2005).
O conceito de sociedade apresenta muitos sentidos ao longo da história, muitas
vezes entrando em contradição entre si. Entretanto nota-se que ao longo do tempo,
a compreensão de sociedade civil foi muitas vezes atrelada à dicotomia entre a
sociedade e o Estado: tudo que não cabia na esfera estatal era definido com
composição da sociedade civil. Assim, a sociedade civil é descrita muitas vezes
como: “esfera das relações sociais não reguladas pelo Estado” (BOBBIO,1999 apud
ANDION, 2004).
Numa forma negativa, entende-se por “sociedade civil”, a esfera das relações sociais
que não estão reguladas pelo Estado, como o conjunto dos aparatos que na
sociedade organizada exercem o poder coativo. Mais difícil porém, é dar uma
definição positiva de “sociedade civil”, pois se trata de fazer a relação de tudo que foi
de forma desordenada empregada pela exigência de limitar o âmbito do Estado
(BOBBIO, 1999).
33
Essa dicotomia assume significados diferentes nas principais correntes que vão
contribuir para delimitar o conceito de sociedade. Esta é vista como Estado, como
uma esfera pré-estatal, como uma esfera anti- estatal, como sinônimo de mercado,
ou como pós- estatal:
A concepção de sociedade como Estado advém da tradição Aristotélica, a
sociedade é um espaço privilegiado da ação política (comunidade) se
contrapondo à família, à sociedade natural ou à religião.
A pré-estatal sugere que antes da criação Estado predomina o “estado
natureza”, onde coexistiam várias formas de associação que os indivíduos
formavam entre si para satisfação dos seus interesses.
Segundo Marx, a sociedade é constituída pelo conjunto das relações
econômicas (sociedade burguesa) que forma a base material da sociedade.
Essa concepção se aproxima da visão liberal, que atribuem a sociedade civil
a capacidade de auto-regulação do mercado, livre da direção do Estado
(SCHERER-WARREN,1999 apud ANDION, 2004).
A concepção pós-estatal aparece nas reflexões de Gramsci, como um estágio
de sociedade sem Estado; um local onde entram em ação a ideologia, uma
superestrutura que envolve ideologias e instituições (ANDION, 2004).
Em muitos contextos a contraposição sociedade civil e instituições políticas é uma
velha forma de contrapor país real de país legal. O que é país real e sociedade civil?
Pode-se dizer numa primeira aproximação que sociedade civil é o lugar onde
surgem e se desenvolve os conflitos econômicos, sociais, ideológicos, religiosos,
que as instituições do Estado têm a responsabilidade de resolver ou através da
mediação ou através da repressão. Nesses conflitos os sujeitos são as classes
sociais, ou mais amplamente os grupos, os movimentos, as associações, as
organizações que as representam ou se declaram representativas (BOBBIO, 1999).
34
As sociedades humanas realização uma série de processos que operam nos
diferentes níveis, cujo efeito é a reprodução de toda a sociedade. Esses processos
são consolidados em práticas que podem ser agrupados em quatro dimensões :
Práticas reprodutivas biológicas, reproduzem as estruturas e os processos
celulares, tissulares, orgânicos e biossociais, e cujo plano de emergência ou
contexto é a biossociedade.
Práticas de reprodução da consciência e da conduta, reproduzem os
processos de socialização ou formação do psiquismo humano, cuja principal
finalidade é formar a comunidade familiar, redes de parentesco, amigos e
vizinhos.
Práticas de reprodução econômico-social, reproduzem a produção, a
distribuição e a troca dos meios de vida, tendo como plano de emergência a
sociedade civil, sua rede de relações contratuais e organizações secundárias.
Práticas de reprodução ecológico- política, reproduzem o meio e a relação
dinâmica do todo social com as demais sociedades do planeta, são os
Estados municipais até os nacionais e os tratados internacionais (COELHO,
2002).
A profusão de conceitos, definições e categorias explicativas na tentativa de dar
conta da realidade social é uma marca característica da sociedade contemporânea.
Os problemas de ordem sanitário, com dimensões coletivas, são apenas alguns dos
problemas, sendo uma das facetas mais intrigantes da realidade. Dentro de uma
cultura positivista de explicação do mundo, tentamos enquadrar todos os fenômenos
coletivos, às vezes rotulando esses fenômenos para compreendê-los e (ou) explicá-
los sendo necessário atentar para a importância da pesquisa e produção acadêmico-
científica na área de saúde coletiva que promova o debate destas questões, sem
perder de vista as características e dimensões dos fenômenos sociais, psicológicos,
antropológicos e clínicos (BELTRAME, 2007).
35
A sociedade contemporânea está sofrendo os efeitos de uma superioridade relativa
do que pode-se chamar “forças desagregadora “do tecido social. Tal situação se
manifesta através de um conjunto variados de sintomas, detectados, por muitos
autores que se têm ocupado dos problemas dessa sociedade e, particularmente, da
problemática do indivíduo na sociedade e em suas organizações. Fenômenos como
intensificação do individualismo, em detrimento da valorização do sujeito e da
interioridade; culto ao corpo, que passa a ser indicador de sucesso individual e
utilidade social compõe a produção de fenômeno como a perda progressiva de
referências ideológicas (SÁ, 1999).
A modernidade longe de estar associada a um determinado modelo capitalista-
burguês projeta-se como uma reinvenção dos direitos da cidadania e da experiência
democrática contemporânea. Durante esse processo, a individualização foi visto
como um aspecto importante para o entendimento da ideologia das sociedades
modernas. A concepção individualista, com ênfase na especificidade da
representação moderna do social, isto é, sua característica de sociedade auto-
instituinte, permite o entendimento ampliado do domínio público (BODSTEIN, 1997).
Alguns autores caracterizam a sociedade contemporânea como cada vez mais
esvaziadas em sua capacidade de propor “ideais elevados”, ou se definindo apenas
como “pós- alguma coisa”, “pós-modernas”. Há uma grande valorização da
dimensão econômica e da obsessão pela modernização, como a idealização da
técnica e da tecnologia em nome da intensificação da produção, inclusive dos afetos
(SÁ, 2001).
A família contemporânea também tem sido motivo de avaliações constantes dentro
da saúde coletiva por ser no seu interior o local de construção dos padrões sociais
(BELTRAME, 2007).
36
A exclusão e a segregação social, tendência a incriminar os problemas socialmente
produzidos, ressentimento e intolerância (inclusive entre os próprios excluídos), são
algumas das graves conseqüências da dinâmica social contemporânea (SÁ, 2001).
O fator social no morrer está caracterizado em diferentes países independentemente
de seu sistema de saúde. Mesmo países com sistema de saúde bem definido por
princípios igualitários, como é o caso da Suécia, as taxas de mortalidade variam
entre os grupos sociais. As diferenças existentes na totalidade de mortes
produzidas entre os grupos sociais, é claro, menos marcante em países como a
Suécia do que em países como o Brasil e até mesmo os EUA, que têm sistemas de
saúde plurais e com acesso bastante desigual (TRAVASSOS,1997).
O crescente desrespeito à dor e ao sofrimento alheio no setor saúde se manifesta no
descaso burocrático, no corporativismo e na omissão dos profissionais, na falta de
ética, de respeito e de solidariedade na relação entre profissionais de saúde e
destes para com os usuários (pacientes). O clientelismo político, o fisiologismo e a
corrupção também estão presentes nos serviços de saúde, e a conseqüência de
tudo isso não é apenas baixa qualidade dos serviços, a baixa produtividade ou a
ineficiência, mas é principalmente, sofrimentos, seqüelas e mortes (SÁ, 2001).
3.2 Sujeito (Indivíduo)
A sociedade contemporânea é influenciada pelo discurso capitalista da ciência e da
tecnologia, provocando a exclusão do sujeito nas discussões. A partir da teoria e
prática psicanalista destacou-se a singularidade, valorizando o saber do indivíduo
sobre o seu sofrimento. Por isso, é de grande relevância estudar a questão do
sujeito reavaliando o seu lugar nas práticas das ciências da saúde na atualidade.
Apreender algo desse sujeito permite-nos ter acesso aos determinantes que
respondem por alguns males tratados no campo da saúde (PACHECO; SADALA,
2009).
37
A expressão pessoa compreende indistintamente todos os seres componentes da
raça humana, sem distinção de idade sexo, cor, raça, estado de saúde e
nacionalidade (BIASIN, 2010).
Em termos jurídicos, pessoa é o ente físico ou moral, suscetível de direitos e
obrigações. Assim, pessoa é sinônimo de sujeito de relação jurídica. No direito
moderno, todo ser humano é pessoa no sentido jurídico. Desde que exista um
direito, existirá um titular desse direito, a pessoa ou grupo de pessoas a quem será
dado exercê-lo. O direito de uma pessoa será obrigação para outra, cada pessoa
será sujeito de direitos e de obrigações (BIASIN, 2010).
O corpo humano é o resultado de uma longa relação dialética estabelecida entre
desenvolvimento biológico e sócio-cultural, que se evidencia no processo saúde
doença. As pessoas durante o seu ciclo vital convivem com múltiplas agressões
ambientais ou minimamente, com o inevitável desgaste do seu organismo e esses
processos são mediados pela cultura. Não se pode pensar na doença e nos eventos
que ocorrem na vida do indivíduo como naturais, pois o homem sempre atribui
significado a esses processos. O sistema econômico e as estruturas políticas, têm
papel importante sobre os riscos a que expõem os indivíduos e os recursos de
tratamento que têm disponíveis (NAKAMURA., et al, 2009).
Nas práticas das ciências da saúde, uma das principais contribuições da psicanálise
é apontar a importância da consideração do discurso do sujeito para dele apreender
algo de uma verdade singular. O sujeito constitui-se a partir da linguagem e
apresenta peculiaridade que está presente na forma como ele se comunica com um
profissional da saúde, quando em função de um sofrimento ou dificuldade
(PACHECO; SADALA, 2009).
Nas instituições de saúde costuma haver uma busca pela cura do sintoma, que
chega através de um sujeito. Ou seja, encontrar uma solução rápida e fácil para a
38
angústia deste. O diagnóstico e a cura são baseados pelos sintomas, sendo
necessário a compreensão sobre o que levou o indivíduo à apresentá-los. Saber em
quais condições ele vive, como se alimenta, onde mora, como mora e qual é a sua
situação financeira. Enfim, considerar sua história e suas condições atuais de vida,
para não haver um tratamento padronizado. O paciente está sempre exposto ao
olhar do outro, ao olhar do profissional de saúde que ao receitar novas medicações,
terapias alternativas, novas técnicas de cada saber, deverá o profissional considerar
a peculiaridade de cada indivíduo. (PACHECO; SADALA, 2009).
Ao perder de vista, nos conceitos e práticas, a ipseidade dos sujeitos, será mais
difícil chegar ao âmago dos processos mais vivos de sua constituição como tal.
Assim, escapa- se, paradoxalmente, as mais ricas oportunidades de participar da
construção de identidades e de fortalecer o poder transformador de indivíduos e
grupos no que se refere à saúde (AYRES, 2001).
39
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante essa pesquisa, pode-se observar o desenvolvimento da saúde pública que
inicialmente não era universal e tinha seu atendimento gratuito oferecido apenas por
alguns hospitais universitários, entidades filantrópicas ou postos de previdência para
seus associados. O movimento da reforma sanitária com a 8° Conferência Nacional
de Saúde, em 1986 foi o evento mais representativo em termos de debate em
políticas de saúde brasileira, pois favoreceu a participação de toda a sociedade e
estabeleceu os princípios e diretrizes que seriam a base do capítulo saúde na
constituição de 1988. Em 1990 a lei 8.080 cria o Sistema único de Saúde, e os
serviços de saúde passam a ter acesso universal. Durante esses vinte anos o SUS
vem conquistando muitos avanços na área tecnológica, médica e de gestão, mas
ainda apresenta dificuldades em muitas questões referentes a financiamento, à
mudança do modelo tecnoassistencial, melhoria dos serviços prestados e a
conquista da tão sonhada equidade, são alguns dos desafios que o SUS tem
enfrentado.Podemos observar também que a gestão em saúde pública, que é a
administração pública atuando nos serviços de saúde publica, passa ainda por
muitas dificuldades para gerir os seus recursos e fazer as mudanças necessárias
para ser mais eficiente e eficaz nas sua ações. A gestão em saúde ainda luta para
tornar o Estado capaz de cumprir os princípios que regem a Administração Pública
do Brasil, princípios estes que tem o condão de inspirar a atividade pública,
reforçando a utilização de valores que legitimam a atuação da Administração
Pública: o princípio da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência. Através deste estudo pode-se observar ainda que todos esses
movimentos estão acontecendo dentro de uma sociedade que tem como principais
características a exclusão social, a intolerância crescente, e um intenso
individualismo, sendo estes provavelmente, um dos principais responsáveis pela
deterioração da qualidade dos serviços e o aumento da desigualdade no acesso ,
causando uma crescente “banalização” do sofrimento e da dor alheia.
40
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