1 cartografia em portugal

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Desde sempre a representação da terra exerceu Desde sempre a representação da terra exerceu um certo fascínio pelo Homem. Assim ao longo o um certo fascínio pelo Homem. Assim ao longo o tempo o ser humano foi desenvolvendo um tempo o ser humano foi desenvolvendo um conjunto de técnicas que lhe permitiam representar conjunto de técnicas que lhe permitiam representar o espaço geográfico o espaço geográfico dando origem à Cartografia.dando origem à Cartografia.

A A CartografiaCartografia é a ciência de criar mapas. é a ciência de criar mapas. Envolve a recolha de informação geográfica, o Envolve a recolha de informação geográfica, o armazenamento, processamento e edição desta armazenamento, processamento e edição desta informação, e sua a representação em forma de informação, e sua a representação em forma de mapas ou cartasmapas ou cartas

Robert de Vaugondy, 1753

A Cartografia ao longo dos tempos…A Cartografia ao longo dos tempos…

Um dos mapas mais antigos foi encontrado nas escavações das ruínas da cidade de Ga-Sur, cerca de 300km a norte da Babilónia e data de 2500 a.C.

Este mapa consiste numa placa de barro cozido onde se encontra representado o vale de um rio, provavelmente o Eufrates, com uma montanha de cada lado, simbolizadas em forma de escama de peixe.

Desde as civilizações mais antigas até aos tempos modernos, a informação espacial tem sido reunida por navegadores, geógrafos e geodesistas, tomando a forma gráfica através dos cartógrafos produtores de mapas.

Mapa de Ptolomeu séc. II Mapa de Ptolomeu séc. II d.C.d.C.

Inicialmente, os mapas eram utilizados para descrever regiões distantes, como apoio à navegação e a estratégias militares.

Mapa de Hecateu de Mileto, 560-480 a.C.

Este mapa representa o Mundo conhecido pelos gregos no século V a.C. A Terra era considerada como um disco, ao redor do qual corriam as águas dos oceanos. O Mundo conhecido era constituído por dois continentes (Europa e Ásia) separados pelo Mar Mediterrâneo, pelo Mar Negro (Euxino) e pelo Mar Cáspio.

Este mapa aparece no livro “Memórias Geográficas” de Eratóstenes. Este procurou dar a Terra uma imagem geométrica. Utilizou todos os dados que pôde reunir: posições astronomicamente determinadas, direcções de rotas, itinerários cujas distâncias foram medidas, indicações dos sábios que acompanharam Alexandre.

Mapa-Mundi de Eratóstenes

Ás concepções gregas da forma da Terra e das suas grandes divisões, juntaram-se outras hipóteses, respeitantes à repartição das Terras e dos Mares. Ligada à ideia da esfericidade da Terra, os sábios gregos admitiram que, além da ecúmena, deveriam existir outros continentes para estabelecer o equilíbrio do planeta. Surgiu o conceito de antípodas, ou continentes austral, simétrico da ecúmena (parte habitada pelo Homem).

O Mundo Idealizado pelos Gregos

Este mapa tem a particularidade de representar os graus de latitude num dos lados do mapa e do outro lado apresenta o

sistema de climas. A rede cartográfica é constituída por meridianos e os paralelos são representados por círculos concêntricos equidistantes, o

que constitui a prefiguração da projecção cónica.

Mapa-múndi de Ptolomeu

Depois de Ptolomeu houve um declínio evidente na exactidão dos mapas do mundo, declínio que perdurou até ao século XIV.

Orbis Terrarum dos RomanosNa Orbis Terrarum, os cartógrafos romanos representaram o Mundo que conheciam. Os três continentes aparecem dispostos mais ou menos simetricamente com a Ásia a leste, na parte superior do mapa. A Itália está bastante evidenciada, bem como Roma e as províncias romanas. Cerca de 4/5 do mapa são dedicados ao Império Romano. A Índia, a China (Seres) e a Rússia (Samárcia) estão reduzidas a pequenas regiões periféricas.

No ano de 776, São Beato adaptou o mapa romano à Teologia cristã. Note-se a grande extensão da Terra Santa e o Paraíso, com os seus quatro rios. Os limites da Terra estão simplificados para dar ao mapa um aspecto mais regular e decorativo.

Mapa de São Beato, 776 d.C.

O mapa-múndi típico da Idade Média era um disco conhecido com o nome de T no O (Orbis Terrarum). Utilizou-se de novo o Orbis Terrarum dos Romanos, mas com tais modificações que

perdeu a sua exactidão geográfica. Neste mapa a Ásia ocupava sempre a parte superior do O, com a

Europa e a África ocupando cada uma, a metade da parte inferior. O Mediterrâneo tinha uma posição meridiana entre os

dois continentes. Jerusalém estava no centro do círculo, de acordo com a Bíblia.

Orbis Terrarum - Idade Média

Até ao século XV

As fontes cartográficas foram os portulanos, cartas traçadas sem projecções, que se limitavam ao desenho do litoral

Atlas de Carlos V, realizado por Mecia de Villadeate em 1413

Portulano

Mapa dos fins da Idade Média, caracterizado por estar orientado ao norte magnético, representar portos, cabos e outros acidentes costeiros, e por ser um minucioso sistema de rosas-dos-ventos e rumos que se entrecruzam sobre todo o mapa;

Atlas de Cantino 1502Atlas de Cantino 1502

Primeiro Mapa de Portugal conhecido, datado de 1561, da autoria de Fernando Álvaro Seco. Durante um século foi a base de todas as cartas nacionais.

Mapa-Mundi de Juan de la Cosa

Juan de la Cosa (1512-1594) elaborou um mapa em que são representadas pela primeira vez as terras americanas conhecidas no momento: a área das Caraíbas.

Mercator (1512-1594) é considerado o fundador da cartografia holandesa. O seu principal mérito foi o de libertar a cartografia da influência de Ptolomeu. Mercator utilizou pela primeira vez a projecção cilíndrica no seu mapa-múndi de 1549.

Mercator mapa-múndi de 1549.

Ortelius (1570) publicou a obra “Theatrum Orbis Terrarum” que é considerado o primeiro atlas moderno do Mundo.

No século XVIII desenvolveram-se na Europa grandes potências cujos os exércitos necessitavam de mapas detalhados e precisos. Assistiu-se ao desenvolvimento da cartografia de grande escala, primeiro em França, com a publicação, a partir de 1746 da “ Carte Geometrique de la France”

No início do século XVIII foram encontrados em Istambul, certos mapas muito antigos pertencentes a um oficial da marinha turca, o Almirante Piri Reis (século XVI). Os mapas mostram as Américas, o oeste da África e a Região Antárctica, esta, representada na parte inferior do mapa, corresponde quase perfeitamente, à massa de terra que jaz há milénios sob espessa camada de gelo e que só recentemente foi revelada por meio de equipamentos especiais (Sonares)

Actualmente a Cartografia relaciona-se com diversas outras áreas, como a Geodesia, a Topografia, o Posicionamento e Navegação por Satélite, a Detecção Remota e os Sistemas de Informação Geográfica

A Geodesia baseia-se, fundamentalmente, no estudo da forma e das dimensões da Terra e das suas alterações.

O significado da palavra Topografia é "descrição do lugar". A Topografia é uma ciência aplicada, baseada na Geometria e na Trigonometria, e estuda os instrumentos, métodos de operação no terreno, cálculos e desenhos necessários ao levantamento e representação gráfica, com maior ou menor detalhe de uma parte da superfície terrestre.

A  Detecção Remota consiste na recolha de informação sobre objectos à distância. Uma vasta gama de informação sobre a superfície e atmosfera do planeta Terra pode ser obtida usando dados e imagens recolhidos por sensores a bordo de satélites artificiais ou de plataformas aéreas.

A Componente Espacial de um Sistema Global de Posicionamento e de Navegação por Satélite (Global Navigation Satellite System – GNSS) é constituída por uma constelação com um mínimo de 24 satélites activos, a altitudes de ordem dos 20 000 km, uniformemente distribuídos no espaço. Esta distribuição é tal que, a qualquer hora do dia e em qualquer lugar da Terra, um receptor dos sinais, electromagnéticos, enviados pelos satélites, pode registar informações vindas de, pelo menos, quatro satélites.

Um Sistema de Informação Geográfica é um sistema computacional para aquisição, manipulação, consulta e análise de dados geográficos.

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