1. CONTEXTO DA DESCOBERTA: identificamos um tema e uma … · 2015-09-22 · e a recreação da...

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LÓGICA DO TEXTO CIENTÍFICO

1. CONTEXTO DA DESCOBERTA: identificamos um tema e uma pergunta que nos conduz ao objetivo

2. CONTEXTO DA JUSTIFICATIVA : validação das conclusões

Pesquisa descritiva: motivo de se realizar a descriçãoPesquisa com hipótese: mostrar a adequação ou não do

teste dessa hipótese

Introdução (premissas)

LÓGICA DO TEXTO CIENTÍFICO

O ARGUMENTO LÓGICO (dedutivo ou indutivo) é composto:

EXIGÊNCIAS: (i) Não deve haver premissas desnecessárias (ii) nem faltar premissas necessárias (justo, exato e sintético)

Premissas Conclusões

EXEMPLO 1Premissa 1: Apenas plantas têm raízesPremissa 2: Este organismo tem raiz

Conclusão: Este organismo é uma planta

EXEMPLO 2Premissa 1: Todos seres humanos são mortais

Premissa 2: João é um ser humanoPremissa 3: João gosta de nadar

Conclusão: João é mortal

Quando tiver dúvidas sobre a inclusão de uma

informação na INTRODUÇÃO ,

pergunte-se: é uma premissa necessária?

CUIDADO: premissas com conteúdos falsos podem levar a CONCLUSÕES VERDADEIRAS!

EXEMPLOPremissa 1: Todos os cães voam (errado)Premissa 2: Os pássaros são cães (errado)

Conclusão: Os pássaros voam (Certo)

ROTEIRO PARA A REDAÇÃO CIENTÍFICA – 12 PASSOS

1 – Analise todos os dados (discuta, faça gráficos e tabelas), verifique o que já foi publicado e elabore o seu discurso

2 – Apresente oralmente seu trabalho (várias vezes) antes de começar a escrever (2 vezes ao dia, 15 minutos cada vez, por 5 dias.

3 – Escolha a revista para publicar e examine artigos desta revista.

4 – Junte toda informação necessária para a redação (gráficos, tabelas, artigos da revisão). Prefira escrever em regime de imersão.

5 – Comece escrevendo com suas próprias palavras, transcrevendo sua apresentação oral. Concentre-se primeiramente nas conclusões.

6 – Retorne a literatura que você já deve ter lido. Encontre informações que preencham as lacunas em seu texto. Encontre

informações que fundamentam o que foi escrito

ROTEIRO PARA A REDAÇÃO CIENTÍFICA – 12 PASSOS

7 - Cheque todo o conteúdo do texto. As citações são adequadas? Os resultados obtidos estão corretos?

8 – Cheque aspectos de estilo. Analise cada parágrafo e verifique se pode ser melhorado (gramatica, elegância, concordância, lógica, etc)

9. Descanse do texto. Num dado momento, quanto mais olhamos menos conseguimos identificar problemas (por ex.: uma semana)

10 – Retorne ao texto e corrija tudo que puder (conteúdo e forma). Prefira o regime de imersão.

11 – Escolha colegas para analisar criticamente o manuscrito. Dica: Escolha colegas inteligentes e combine prazos. Analise as sugestões

12 – Coloque nas normas da revista. Submeta imediatamente. Se o artigo não for aceito, analise os motivos e tente publicar numa

revista de mesmo nível ou num nível um pouco inferior.

COMO INICIAR A REDIGIR UM ARTIGO CIENTÍFICO?

1) CONCLUSÕES: Com os dados obtidos, redija as conclusões. Escreva-as num papel e deixe-o próximo. Nesta fase, cada conclusão

deve estar contida numa única frase.

2) RESULTADOS: Selecione o conjunto de resultados necessários para as conclusões. Exclua resultados que não fundamentam as

conclusões

3) MATERIAL E MÉTODOS: descreva os procedimentos utilizados para conseguir os resultados apresentados

4) DISCUSSÃO: Use seus resultados e informações de literatura para fundamentar seu texto.

5) INTRODUÇÃO: O necessário para que o leitor entenda o problema que originou a pesquisa e a fundamentação que justifica o

seu objetivo. Não use tudo obtido na revisão (desapegue!)

COMO INICIAR A REDIGIR UM ARTIGO CIENTÍFICO?

6) RESUMO: Mostre a novidade de seu estudo. Convide o leitor a ler o seu artigo.

7) TÍTULO: Prefira direcioná-lo para a principal conclusão do estudo (novidade).

8) PALAVRAS-CHAVE: Use palavras que não constem no título. Use palavras que são sinônimo das que já existem no artigo

(exemplo: chuva/precipitação)

9) DEMAIS PARTES: Agradecimentos, Endereços, Autores, Referências Bibliográficas (normas da revista).

DICA: Não seja prolixo. Não se preocupe com o tamanho do artigo ou da dissertação. Linguagem científica não é

sinônimo de linguagem rebuscada

Conter no mínimo três frases. Parágrafos com uma ou duas frases são exceções e devem ser evitados. Prefira o ponto final e

inicie uma nova frase em vez de vírgulas.

Unidade de pensamento. A primeira frase deve ser curta e conter a informação principal. As demais devem corroborar o conteúdo

da primeira. A última frase deve ligar ao parágrafo seguinte.

Os parágrafos devem interligar-se de forma lógica.

COMO ESCREVER BEM - PARÁGRAFOS

Um parágrafo só ficará bom após cinco leituras e correções1. Cheque se está tudo em ordem direta

2. Procure repetições e cacófatos* e elimine-os3. Cheque se as informações estão corretas

4. Não adivinhe pelo contexto, o sentido da frase mal redigida5. Observe se os parágrafos se interligam adequadamente

6. Elimine parágrafos que contém informações irrelevantes

1. Obteve vinte réplicas por cada tratamento.

2. O boom da população humana.

3. Lá tinha uma elevada diversidade de espécies.

CACÓFATOS

PARA FINALIZAR

• Os parágrafos se interligam entre si?

• Há repetições da mesma informação em pontos diferentes do texto, escrita de forma diferente, mas com significado

semelhante.

• Existem parágrafos com informações irrelevantes ou fora do assunto do texto.

LEMBRE -SE

Textos longos e complexos, com frases retóricas e palavras incomuns não

demonstram erudição. Ao contrário, indicam que o autor não sabe escrever.

ESTRUTURA BÁSICA DE UM TEXTO CIENTÍFICO

INTRODUÇÃOMÉTODOS

RESULTADOSDISCUSSÃO

INTRODUÇÃOMÉTODOS

RESULTADOS & DISCUSSÃO

PRIMEIRA PÁGINA

Título

Autores

Endereço

R e s u m o

Palavras -Chave

Introdução

Material & Métodos

Resultados

Discussão/Conclusão

Agradecimentos

Referências

AUTORIA

Aquele que definiu os objetivos

Aquele que participou Aquele que participou das conclusões

Capacidade de defender o trabalho

publicamente(Volpato, 2013).

Grupo de Pesquisa

Laboratório de Pesquisa

Endereço; e-mail

Instituição Departamento

ENDEREÇO

TÍTULO: última parte a ser elaborada

Inclusão de nome científico da espécie

Inclusão do nome do local do estudo

Prolixidade

TÍTULO ( O QUE EVITAR)

Curto

Fiel ao conteúdo do trabalho

Compreensível

TÍTULO ( O QUE CONTER)

TÍTULO

Curto e Informativo

Não enganoso

Sem excessos

Refletir o conteúdo do artigo

Público Alvo

TÍTULO

Evite transformar o texto num enigma de Sherlock Holmes, nem numa novela mexicana

Se a novidade de seu estudo for a conclusão, expresse -a claramente no

Título. O leitor se interessará em ler o texto para saber como chegou a ela

Centrado no objetivo do estudo ou na principal conclusão

Cartão de visitas de seu artigo científico

• O título adequado é aquele que descreve adequadamente o conteúdo descrito no artigo;

• Poucas revistas aceitam títulos em forma de frase completa.

Exemplo 1: O pulso de inundaçãoé o componente regulador dabiodiversidade emrios.

Alternativas:1. Biodiversidade emrios compulso de inundação.2. Pulso de inundação como regulador da biodiversidade emrios

TÍTULO

O que vocês acham do seguinte título: Estudos Ecológicos

Dica importante: Não mantenha o leitor em suspense. Escrever um artigo científico não é escrever uma estória policial. Deixe claro no início que o MORDOMO é o

assassino.

O título é muito amplo. Que tipo de estudo ecológico foi realizado? É necessário ler o artigo.

Alternativas:

1. Ecologia populacional de Anomalocardia brasiliana;

2. Biodiversidade de peixes em reservatório do Semi-Árido.

TÍTULO

O que vocês achamdo seguinte título:Efeito de

diferentes fontes de fosfato sobre o crescimento da

macrófita aquática flutuante Eichhornia crassipes

cultivada em laboratório.

Alternativas:

1. Efeito do fosfato sobre o crescimento de Eichhornia crassipes.

2. Efeito do fosfato sobre o crescimento da macrófita aquática Eichhornia crassipes.

TÍTULO

Títulos extensos contém palavras que pouco

acrescentam ao artigo: (estudo, investigação, uso, identificação, caracterização).

Exemplo de título redundante:Estudo dadinâmica populacional deNeritina verginea.

Alternativa menos prolixa: Dinâmicapopulacional deNeritina verginea.

TÍTULO

ERRO MAIS COMUM AO ESCREVER UM

TEXTO CIENTÍFICO: AUSÊNCIA DE SINTAXE.

Exemplo: Dinâmica populacional de moluscos

causadores de doençaspor amostradores circulares.

TÍTULO

Certamente os moluscos não utilizamos

amostradores para causaremdoenças.

Alternativa: Dinâmica populacional de moluscos

causadores de doenças.

RESUMO

• Mini versão do artigo;• Breve sumário das principais seções dos artigos, (Introdução,

Objetivos, Materiais e Métodos, Resultados, Discussão e Conclusão)

• Mini versão do artigo;• Breve sumário das principais seções dos artigos, (Introdução,

Objetivos, Materiais e Métodos, Resultados, Discussão e Conclusão)

1. Permitir ao leitor identifique rapidamente o conteúdobásico de umartigo;

2. Número de palavras: entre 250 e 300;3. Enfatizar o que é importante no artigo;4. Deve ser escrito emum único parágrafo e no tempo passado

(trabalho já concluído);5. Nunca forneça informações ou conclusões que não são

citadas na discussão do artigo;6. Referências de literatura não devemser mencionadas.

1. Permitir ao leitor identifique rapidamente o conteúdobásico de umartigo;

2. Número de palavras: entre 250 e 300;3. Enfatizar o que é importante no artigo;4. Deve ser escrito emum único parágrafo e no tempo passado

(trabalho já concluído);5. Nunca forneça informações ou conclusões que não são

citadas na discussão do artigo;6. Referências de literatura não devemser mencionadas.

RESUMO

RESUMO CRIATIVO

Inserir qualquer parte do trabalho

Mostrar o que há de mais importante no seu estudo e que seja convidativo ao leitor (mesmo um que não seja de sua área).

100 a 150 palavras.

Limite-se ao essencial

Curto e comunicar o mais

importante

RESUMO CRIATIVO (CONCLUSÕES)

O resumo pode:

• apresentar informações sobre o problema a ser abordado;

• anunciar os principais objetivose/ou hipótese;

• descrever os métodos utilizados;

• resumir os resultados;

• expor as principais conclusões.

O resumo pode:

• apresentar informações sobre o problema a ser abordado;

• anunciar os principais objetivose/ou hipótese;

• descrever os métodos utilizados;

• resumir os resultados;

• expor as principais conclusões.

RESUMO

Resumo: O efluente doméstico é a principal fonte de poluição emlocaiscomgrandes aglomerações humanas. O lançamento deste tipo de efluentenos ecossistemas aquáticos tende a prejudicar a pesca, a captação de águae a recreação da população(i). Neste contexto, objetivamos avaliar acapacidade de auto depuração de ecossistemas lóticos submetidos adiferentes níveis de poluição, emdecorrência do lançamento de efluentesurbanos (ii). As amostragens foramrealizadas emdiferentes trechos doRibeirão Claro no ano de 1998. As variáveis limnológicas analisadasforam: oxigênio dissolvido, pH, nitrogênio e fósforo(ii). Os resultadosdemonstraram altos teores de nutrientes e baixas concentrações deoxigênio dissolvido nos pontos que recebiamas maiores descargas deefluentes urbanos. No trecho mais impactado do Ribeirão Claro foramobtidos valores de 411µµµµg L-1 de N-amoniacal, 42µµµµg.L-1 de N-nitrito, 650µµµµg.L-1 de P-ortofosfato e 0,6 mg L-1 de oxigênio dissolvido.(iv).Concluímos que o Ribeirão Claro não apresenta condições de autodepuração, desaguando no Rio Corumbataí comconcentrações altas denitrogênio e fósforo e valores reduzidos de oxigênio dissolvido(v).

PALAVRAS -CHAVE

1. Muitas vezes as palavras-chaves sãomenosprezadas pelos autores;

2. Número de palavras-chave: 4-6;3. Acrescentar palavras que possamser utilizadas

pelos serviços de indexação;4. Colocar palavras que sejambastante utilizadas

emsistemas eletrônicos de busca;5. Colocar palavras-chave que possam ser

encontradas no artigoou que sejamsinônimos;6. Evitar palavras-chave que já constemno título

(aumentamas chances de seu artigo ser encontrado).

PALAVRAS-CHAVE

INTRODUÇÃO: redija apenas após concluir Material e Métodos; Resultados e Discussão (Conclusão)

INTRODUÇÃO

Informações suficientes para que o leitor

compreenda o estudo, sem ter que consultar publicações anteriores

INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO•Descrição e importância do tema

•Fundamentação teórica•Histórico do tema•Termos específicos•Objetivos/hipótese

•Tempo Verbal: Presente (estabelecimento do conhecimento)

•Abreviações

INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO• Erro comum nas Introduções: os autores apresentam uma revisão da literatura sem

relação com o objetivo principal do trabalho.

• Ex. a pesquisa testará se A INTERFERE EM B, mas na Introdução ele cita vários trabalhos que estudaram A; depois vários estudos que investigaram B; em seguida diz o objetivo.

•A essência do objetivo (ação de A sobre B) não foi justificada.

INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

Descrição do problema

DICA: peça para um colega ler sua Introdução (sem o objetivo). Se ele adivinhar qual o objetivo do trabalho,

EURECA! Se ele errar....REESCREVA A INTRODUÇÃO

Pesquisa Descritiva: mostrar que ainda não foi descrito. Pode ter sido descrito para um grupo e não para o seu

Fundamentação do objetivo

Objetivo da pesquisa

Pesquisa de Associação: Ao prever o comportamento de uma variável é possível prever o de outra. Ex: consumo de carne

vermelha está associado com o risco de infartos.

Pesquisa de Associação com Interação: Deixe claro que algo age diretamente sobre outro. Ex: Bactérias presentes no ser humano ao

decomporem a carnitina presente na carne vermelha produzem substâncias que obstruem os vaso sanguíneos.

INTRODUÇÃOA construção dos reservatórios ocasiona alterações na dinâmica dos

ecossistemas aquáticos e terrestres, acarretando alterações em suascaracterísticas físicas, químicas e biológicas. Emdecorrência das muitasbarragens e reservatórios da região semiárida do nordeste do Brasil, oinventário e monitoramento de macrófitas aquáticas são importantes paradeterminar se algumas espécies podemcausar problemas para os diversos usosdesses ambientes (XXYet al., 2010).

Em ambientes aquáticos produtivos, as concentrações de carbonoinorgânico dissolvido podemapresentar grandes flutuações diárias e sazonaisdevido às altas taxas metabólicas de microrganismos e de macrófitassubmersas, e às lentas trocas físicas coma atmosfera (WWY, 1989).

Os estudos sobre macrófitas aquáticas na região do semiárido do RioGrande do Norte são escassos.O desvio do rio São Francisco para a bacia dorio Apodi/Mossoró pode afetar a distribuição da riqueza e dacomunidade demacrófitas aquáticas. Estes projetos de integração da bacia podemconduzir aalterações físicas e químicas da água, e misturar as comunidades biológicasaquáticas através da introdução de espécies de uma bacia para outra.

QUAL O OBJETIVO DA PESQUISA?

INTRODUÇÃOEm ambientes aquáticos produtivos, as concentrações de

carbono inorgânico dissolvido podemapresentar grandes flutuaçõesdiárias e sazonais devido às altas taxas metabólicas demicrorganismos e de macrófitas aquáticas, e às lentas trocas físicascoma atmosfera (XXW, 2008). Neste contexto, a alcalinidade éum importante determinante da distribuição e composição demacrófitas submersas emecossistemas continentais (HHJ, 2009).

Estudos desenvolvidos emvários habitats naturais e emcondições controladas indicamque a alcalinidade (umsubstituto dadisponibilidade de carbono inorgânico) pode ser umfator limitantepara o crescimento da macrófita submersaNajas marina (MMM,2011).

Objetivo: verificar a influência do carbono inorgânico sobre o crescimento da macrófita aquática submersa Egeria densa.

Título: O conceito do continuo fluvial pode ser aplicado aos ecossistemas aquáticos do

semiárido brasileiro?

INTRODUÇÃO:

1. Breve explanação do conceito a ser testado;

2. Como o continuo fluvial vem sendo utilizado para compreender o funcionamentos dos

ambientes aquáticos de regiões semiáridas;

3. Objetivos e hipóteses do trabalho.

Título: Competição assimétrica entre duas espécies de macrófitas aquáticas flutuantes

(exemplo de título com a conclusão da pesquisa)

INTRODUÇÃO:

1. Breve explanação sobre o conceito de competição assimétrica;

2. Aspectos que podem influenciar na competição entre macrófitas aquáticas;

3. Objetivos e hipóteses do trabalho.

NA INTRODUÇÃO EVITE PARÁGRAFOS DO TIPO ABAIXO

Sousa (2012) mostrou que existedependênciados teores de nutrientes comaproduçãoprimária do ambiente lótico.

Silva (2010) encontrou relação entre oaumento da intensidade luminosa e oaumentoda produçãoprimária .

.

.

.

OBJETIVO (pergunta a ser respondida)

&

HIPÓTESE (afirmação a ser testada)

DICAS PARA REDIGIR O OBJETIVO DA PESQUISA

Pesquisa Descritiva: deixe claro para o leitor que irá descrever ou caracterizar algo. Dê a noção que você vai tirar uma “fotografia” de

uma amostra e concluirá que o todo é o espelho da “foto”

Pesquisa de Associação: cuidado com o termo

“associação” deixe claro se é associação ou se supõe

associação devido a interferência entre variáveis

Pesquisa de Interferência: se o objetivo é verificar interferência de X em Y, expresse com palavras (afeta, aumenta, diminui, reduz,

inibe, interfere).

Não incluir métodos no objetivo. Ex.: Verificar o efeito alelopáticode macrófitas aquáticas sobre o crescimento de cianobactérias

cultivadas em meio nutritivo.

Evitar incluir nome de locais de estudo no objetivo: você não faz ciência para um local. Com dados locais se faz ciência

OBJETIVO DA PESQUISA

1. Objetivo atrelado ao sujeito da pesquisa: espécie,

gênero, etnia.

2. Objetivo não atrelado ao sujeito da pesquisa (mais comum). Sujeito é uma

“ferramenta” para alcançar o objetivo

As conclusões do estudo devem convergir, no mínimo, para o objetivo, podendo ultrapassá-lo

Caso haja hipótese, as conclusões deverão negá-la ou corroborá-la

VARIÁVEIS PARA ESTRUTURAR O OBJETIVO

Variáveis: qualquer coisa que possa ser abordada pelo método científico (confusão com parâmetros).

Três classificações:

1. Variáveis Operacionais e Teóricas: operacionais são aquelas “coletadas diretamente”. Teóricas: aquelas que inferimos a

partir das operacionais.

Operacional

MassaRenda + EstudosTaxa de Glicose no sangueRiqueza e densidade de espécieFrequência de visitas as flores

Teórica

CrescimentoCondição socioeconômicaGlicemiaBiodiversidade/EquitabilidadePolinização

VARIÁVEIS PARA ESTRUTURAR O OBJETIVO

2. Variáveis Independentes e Dependentes: relações de interferência entre variáveis (uma age sobre a outra). Ex.

Temperatura (x) age sobre a densidade da água (y)

Independente

TempoQualidade de pesquisaFrustraçãoAumento da áreaAumento da latitude

Dependente

Ganho de massaQualidade da publicaçãoImpulso para comprasMaior riqueza de espéciesMenor riqueza de espécie

VARIÁVEIS PARA ESTRUTURAR O OBJETIVO

3. Variáveis Necessárias e Suficientes: Necessáriassão aquelas imprescindíveis (luz para fotossíntese, alimento para crescimento,

combustível para o motor). Variável Suficiente: promove ou permite algo (droga suficiente para eliminar gripe, pesticida

suficiente para eliminar uma espécie invasora; teores de oxigênio dissolvido para manter a vida aquática)

Necessária

O2 – respiração aeróbicaAlimento - crescimentoEducação – desenv. socialEletricidade – ligar a TV

Suficiente

Susto - taquicardiaQueda do 4º andar - morteEstresse – aumento cortisolTerremoto - desabamento

EVITE IR PARA CAMPO PARA COLETAR DADOS PARA DEPOIS VER O QUE DÁ! – Falta de planejamento

O QUE SÃO OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICO

Em teses e dissertações os objetivos específicos se transformam em rotinas de conduta técnica. ERRADO!

Ambos os objetivos têm que atender os requisitos lógicos da pesquisa (descrição, associação ou interferência)

Dica: use no OBJETIVO GERAL as variáveis teóricas e no OBJETIVO ESPECÍFICO as variáveis operacionais

Operacional

Renda + EstudosImpacto ambiental da atividadeRiqueza e densidade de espécieFrequência de visitas as flores

Teórica

Condição socioeconômicaSustentabilidade da AquiculturaBiodiversidadePolinização

OBJETIVO GERAL: testar se o nível socioeconômico favorece a aprendizagem dos alunos na Pós-Graduação

Variáveis Teóricas Variáveis Operacionais

Nível socioeconômico

Renda per capita da família

Grau de instrução dos pais

Tempo dedicado a leitura em casa

Aprendizagem Notas em provas

1. Testar se a renda per capita da família favorece a nota em provas

2. Testar se o grau de instrução dos pais favorece a nota em provas

3. Testar se tempo dedicado a leitura favorece a nota em provas

Objetivos Específicos:

4. Renda per capita da família contribui com a leitura em casa...

OBJETIVO GERAL: testar se o nível socioeconômico favorece a aprendizagem dos alunos na Pós-Graduação

1. Aplicar questionário para avaliar a condição socioeconômica

2. Aplicar provas de várias disciplinas para saber o desempenho do aluno

3. Quantificar o número de livros lidos em casa pelo aluno

ERRADO!INCLUIR PASSOS

METODOLÓGICOS NOS OBJETIVOS

ESTUDOS SOBRE COLONIZAÇÃO E PERTURBAÇÃO

OBJETIVO GERAL

Exemplo 1: Verificar se a taxa de colonização muda conforme a comunidade acumula espécies.

Exemplo 2. Verificar o grau de resiliência das espécies da comunidade após uma perturbação.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Analisar a riqueza de espécies na comunidade2. Determinar a densidade das espécies na comunidade

3. Identificar espécies-chave na comunidade4. Verificar quais sãos as espécies mais bem sucedidas em

termos de densidade absoluta

TODA PESQUISA NECESSITA DE HIPÓTESE?

Nem sempre a hipótese é necessária. Isto não tira o mérito do trabalho

Exemplo 2: A distribuição da espécies de macrófitas aquáticas tem relação com as características ambientais?

Resposta: Sim. Neste caso a formulação de hipóteses é valida

Hipótese 1: Ambientes oligotróficos e mesotróficos apresentam maior riqueza de macrófitas submersas

Hipótese 2: Ambientes eutróficos apresentam maior riqueza de macrófitas flutuantes

Exemplo 1: Avaliar a riqueza de espécie de macrófitas aquáticas de ambientes aquáticos temporários do semiárido nordestino

Hipótese: Existem 30 espécies (ADORNO). Pesquisa descritiva. O resultado responde a pergunta.

Exemplo 3: Quais as características físicas e químicas do açude de Santa Cruz

Hipótese: Temperatura é X; pH é Y; OD é Z....... (descrição)

Exemplo 4: Quais os principais componentes de uma célula animal?

Hipótese: Núcleo, Ribossomo, Mitocôndria, etc - Descrição

Exemplo 5: Qual a melhor temperatura para o bem estar de caprinos?

Hipótese: 25º C (Adorno) - Descrição

Exemplo 6: Qual a salinidade ideal para o máximo crescimento do bivalve Anomalocardia brasiliana ?

Hipótese: Salinidade de 30 (Adorno) - Descrição

TESTANDO UMA HIPÓTESE

Pergunta: Quantas espécies de aves existe no Parque Nacional da Furna Feia?

Hipótese: 10 espécies

Exemplos de pesquisas que não necessitam de hipótese: (i) levantamento de espécies, (ii) caracterização de determinada

estrutura, (iii) estudo de determinado comportamento animal.

Mero adorno. Mero capricho

Dados obtidos em campo revelam a existência de 20 espécies. É NECESSÁRIO TER A HIPÓTESE?

TESTANDO UMA HIPÓTESE

Pergunta: As espécies de aves existentes no Parque Nacional da Furna Feia estão distribuídas de acordo com o conceito

de Biogeografia de Ilhas?

Delineamento amostral: 1. Realizar o levantamento das espécies de aves no Parque

Nacional de Furna Feia2. Verificar como ocorre a riqueza e a densidade das aves

em áreas fragmentadas (ilhas) e em áreas não fragmentadas (matriz)

3. Verificar a distância das ilhas em relação a matriz.4. Verificar o tamanho das ilhas entre si.

Hipótese aceita se for concluído que há mais espécies em fragmentos maiores e se a maior riqueza de espécies ocorre

nas ilhas próximas a matriz.

COMO TRABALHAR COM AS HIPÓTESES?

O carro parou e não funciona mais. O que fazer?

H1: Está sem combustível?

H2: Mangueira entupida?

H3: Bomba de gasolina quebrada?

H4: Bateria descarregada?

H5: Bateu o motor?

USAR O PRINCÍPIO DA PARCIMÔNIA: testar hipóteses mais complexas após falsearmos as mais simples.

H1: Ligar para o marido!

O que fazer quando os dados não sustentam a hipótese ?

H1: A solubilidade do OD é máxima a 0o C.H2: A solubilidade do OD é máxima a 0oC em salinidade 0H3: A solubilidade do OD é máxima a 0oC em salinidade 0 ao níveldo mar

Contraria o objetivo da Ciência que é elaborar conc lusões gerais

Temp.

(oC) 0 10 20 30 40

0 14,6 13,6 12,7 11,9 11,1

5 12,7 11,9 11,1 10,4 9,8

10 11,2 10,5 9,9 9,3 8,7

15 10,0 9,4 8,9 8,3 7,8

20 9,0 8,5 8,0 7,6 7,1

25 8,2 7,7 7,3 6,9 6,5

30 7,5 7,1 6,7 6,3 6,0

35 6,9 6,5 6,2 5,9 5,6

40 6,4 6,0 5,7 5,,5 5,2

Salinidade (‰)

Solubilidade do oxigênio (mg/L) emfunção da temperatura e da salinidade

Altitude Pressão Fator0 760 1

100 750 1,01200 741 1,03300 732 1,04400 723 1,05500 714 1,06600 705 1,08700 696 1,09800 687 1,11900 679 1,12

1000 671 1,13

Fator de correção

% de saturação de OD = (OD mg/L / valor saturação) * fator correção*100

EXEMPLO DE PESQUISA DESCRITIVA DE ALTO IMPACTO

Nature (2013)

EXEMPLO DE PESQUISA COM HIPÓTE DE ALTO IMPACTO

PNAS(2013)

Metodologia: 105 mulheres avaliaram

343 figuras masculinas que variavam em (i)

altura, (ii) tamanho do pênise (iii) proporção entre ombros e cintura Homem: 9 cm

EXEMPLO DE PESQUISA COM HIPÓTE DE ALTO IMPACTOOs resultados apoiam a HIPÓTESE de que as

escolhas de companheiros pelas

mulheres pode ter levado a pênis maiores nos seres

humanos, quando comparados com outros primatas (preferência

com origens pré-históricas, quando

nossos ancestrais não usavam roupas).

MATERIAL & MÉTODOS

MATERIAL & MÉTODOS

• O método científico requer que os resultados sejam reproduzíveis;

• Proporcionar uma base de informações para que outros

pesquisadores possam repetir seus experimentos;

• Esta seção deve ser escrita no passado;

• O método científico requer que os resultados sejam reproduzíveis;

• Proporcionar uma base de informações para que outros

pesquisadores possam repetir seus experimentos;

• Esta seção deve ser escrita no passado;

MATERIAL E MÉTODOS

COLETAS EM CAMPO OU EM LABORATÓRIO

LABORATÓRIO : controle rígido das variáveis que afetam

o fenômeno em estudo. Limitações: raramente

reproduzirão a situação da natureza. Leva a extrapolações

infundadas.

CAMPO: permitem estudar um fenômeno numa situação

natural. Todas as variáveis estão presentes (o problema é que

nem sempre são amostradas). Limitações: dificuldades de

verificar o efeito de cada fator

QUAL O PROCEDIMENTO MAIS ADEQUADO?Quem define o melhor procedimento (campo ou laboratório) é o

objetivo da pesquisa e não o preconceito do cientista.

QUAL TÉCNICA UTILIZAR? Cuidado para não investir mais na sofisticação metodológica do que

na sofisticação intelectual das conclusões. Ex.: Uso de balança analítica (5 dígitos) para avaliar o crescimento de peixes.

O QUE É O DELINEAMENTO DE UMA PESQUISA?

Objetivo 1: testar se espécies de macrófita aquática interferem no sombreamento da coluna d́água. Pressupõe

que determinada espécie possa interferir na entrada de radiação nos ambientes aquáticos.

Comparações entre X e Y; X e Z possibilita atingir o objetivo do estudo

TratamentosSombreamento médio da coluna

d´água

Sem macrófitas -controle X

Eichhornia crassipes Y

Pistia stratiotes Z

O QUE É O DELINEAMENTO DE UMA PESQUISA?

Objetivo 2: testar se diferentes proporções de macrófita aquática interfere no sombreamento da coluna d́água.

TratamentosSombreamento

médio da coluna d´água

Sem macrófitas -controle

A

E. crassipes (100%)

B

P. stratiotes (100%)

C

E. crassipes (50%)+ P.

stratiotes (50%)D

O QUE É UM GRUPO CONTROLE?

É todo aquele que controle ou serve de parâmetro inicial para algo a ser testado. Estudos descritivos não

necessitam de controle

TRATAMENTO 1: Densidade do molusco Melanoides tuberculataem bancos da macroalga Chara

indica

TRATAMENTO 2: Densidade do molusco Melanoides

tuberculataem áreas de criação de peixes em tanques-rede

CONTROLE: Densidade do molusco Melanoides

tuberculataem áreas não impactas por criação de

peixes e sem a presença de macrófitas aquáticas

PLACEBOAlgo fornecido ao organismo, cuja essência da variável de teste

não está presente.

Pílula sem a droga a ser testada (placebo). Verifica de o aspecto psicológica influencia no resultado

ALTERNATIVA PARA SE EVITAR A SUBJETIVIDADE DO PESQUISADOR NA COLETA DE DADOS (induzir os resultados a

corroborarem a sua hipótese).

OUTRA FORMAS DE CONTROLE

Estudos com DUPLO CEGO: indivíduo que coleta os dados não sabe de onde eles provem. Aqueles que sabem a origem dos

dados, não os coletam (ambos não veem).

O QUE É AMOSTRA?A amostra é composta por réplicas: unidades que se imagina serem

similares e que representam o todo que se quer estudar.

Ex.: Descobrir se a música aumenta a produção de leite do gado:a) Gado ouvindo música; b) gado sem ouvir música.

Todas as demais condições devem ser iguais em ambos tratamentos.Não basta estudar apenas uma vaca em cada tratamento, pois cada

uma possui sua individualidade e variabilidade genética.

O QUE É AMOSTRA?

0 10 20 30 400,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

Data: Data1_T3.67.3Model: SigmoideChi^2 = 0.00122P1 1.46231 ±0.02142P2 2.33202 ±0.10596P3 0.162 ±0.00828

T3.67.3

Bio

mas

sa (

g de

mas

sa s

eca)

Tempo (dias)

Variabilidade entre indivíduos da mesma espécie

1. Local em que o experimento foi desenvolvido (coordenadas emapas).Não se coloca coordenadas de laboratórios!

2. Detalhes do delineamento experimental (tratamentos,réplicas, locais de amostragem, época do ano);

3. Evite o emprego de nomes comerciais. Exemplo: multi-sensorda marca Horiba, modelo U-10;

4. Identificação precisa dos organismos utilizados (gênero,espécie, variedades ou raças);

5. Informações de idade, sexo e condições fisiológicas e ambientais;6. Descrição sucinta dos equipamentos e métodos laboratoriais

utilizados;7. Explicar detalhadamente o método quando ele for novo ou

ainda não está consolidado na literatura científica;8. Descrição sucinta da análise estatística aplicada para

interpretação dos resultados.

MATERIAL E MÉTODOS

Erro mais comum é começar a ação sem colocar o seu agente

Exemplo 1: Para determinar a sua produção primária, a planta aquática foi acondicionada em frascos claros e escuros (o agente da

ação foi à planta aquática).

Alternativa : A planta aquática foi acondicionada em frascos claros e escuros para a determinação de sua produção primária.

Erro mais comum é começar a ação sem colocar o seu agente

Exemplo 1: Para determinar a sua produção primária, a planta aquática foi acondicionada em frascos claros e escuros (o agente da

ação foi à planta aquática).

Alternativa : A planta aquática foi acondicionada em frascos claros e escuros para a determinação de sua produção primária.

Exemplo 2: Tendo completado a marcação, o peixe foi solto.

Alternativa : O peixe foi solto após a sua marcação.

Exemplo 2: Tendo completado a marcação, o peixe foi solto.

Alternativa : O peixe foi solto após a sua marcação.

MATERIAL E MÉTODOS

RESULTADOS

RESULTADOS

Evite escrever uma frase apenas para mencionar quais são as variáveis nas figuras e tabelas

EVITAR: Os valores de pH da água em função da

hora do dia estão expressos na Figura 1

CORRETO: Os valores de pH VARIARAM em função da hora do dia

(Figura 1)

Enfatize alguns valores de uma tabela ou figura. Auxilia o leitor a visualizar o que é mais importante

O índice de diversidade foi maior (1,8) na região dos trópicos.

A essência do artigo científico são os dados obtidos com a pesquisa. A exposição dos resultados necessita ser clara e precisa, pois será a sua contribuição com um novo conhecimento para o

mundo (CONCLUSÕES).

1.As análises estatísticas, os gráficos e as tabelas devem facilitar a compreensão dos resultados. Prefira a utilização de gráficos;

2. Nunca exponha os mesmos dados em tabela e em gráficos. Escolha um ou outro.

3. Todos os resultados devem embasar uma discussão;

4. Apresente os dados representativos do trabalho (tempo passado);

A essência do artigo científico são os dados obtidos com a pesquisa. A exposição dos resultados necessita ser clara e precisa, pois será a sua contribuição com um novo conhecimento para o

mundo (CONCLUSÕES).

1.As análises estatísticas, os gráficos e as tabelas devem facilitar a compreensão dos resultados. Prefira a utilização de gráficos;

2. Nunca exponha os mesmos dados em tabela e em gráficos. Escolha um ou outro.

3. Todos os resultados devem embasar uma discussão;

4. Apresente os dados representativos do trabalho (tempo passado);

RESULTADOSRESULTADOS

Prefira a voz ativa, ao invés da voz passiva:

Exemplo: A ave abandonou o ninho (voz ativa)O ninho foi abandonado pela ave (voz passiva)

RESULTADOS

Não seja prolixo:

Exemplo: Está claramente demonstrado na tabela 1que o rio do Carmo apresentou os maiores valores de salinidade.

Alternativa : O rio do Carmo apresentou os maiores valores de salinidade (tabela 1).

RESULTADOS

• Resultado extensos devem ser apresentados em tabelas ou gráficos.

• Evite colocar muita informação emum único gráfico. O objetivodas tabelas e dos gráficos é facilitar a compreensão do artigo.

RESULTADOS

g

Mas

sa S

eca.

m-2

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Semanas

0

150

300

450

600

750

900

1050

Eichhornia crassipes

Pistia stratiotes

Figura 1. Curvas de crescimento das plantas aquáticasflutuantesEichhornia crassipes(◆) e Pistia stratiotes(◊).

g

Mas

sa S

eca.

m-2

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Semanas

0

150

300

450

600

750

900

1050

Eichhornia crassipes

Pistia stratiotes

Figura 2. Curvas de crescimento das plantas aquáticasflutuantesEichhornia crassipes(◆) e Pistia stratiotes(◊).

EXEMPLO 1 EXEMPLO 2

Variáveis Média Desvio Padrão

pH 8,3 0,4

Temperatura (oC) 27,8 1,7

Oxigênio Dissolvido (mg.L-1) 4,7 0,8

Condutividade Elétrica (mS.cm-1) 0,063 0,005

Turbidez (NTU) 64,8 12,7

N-orgânico total (mg.L-1) 0,5 0,1

P-total (µg.L-1) 287,0 85,2

Tabela 1. Valores médios e desvios padrão dasvariáveis limnológicas das unidades experimentaiscomEichhornia crassipese Pistia stratiotes.

EXEMPLO 1

Variáveis Média Desvio Padrão

pH 8,3 0,4

Temperatura (oC) 27,8 1,7

Oxigênio Dissolvido (mg.L-1) 4,7 0,8

Condutividade Elétrica (mS.cm-1) 0,063 0,005

Turbidez (NTU) 64,8 12,7

N-orgânico total (mg.L-1) 0,5 0,1

P-total (µg.L-1) 287,0 85,2

Tabela 2. Valores médios e desvios padrão das variáveislimnológicas das unidades experimentais comEichhornia crassipesePistia stratiotes.

EXEMPLO 2

O PAPEL DA ANÁLISE ESTATÍSTICA

1. Toda pesquisa necessita de análise estatística?

2. Quem deve definir a análise estatística a ser utilizada?

3. A análise estatística faz parte do delineamento experimental?

O PAPEL DA ANÁLISE ESTATÍSTICA

* Nos primórdios da Biologia e Ecologia a análise estatística era vista com receio e preconceito.

Ex.: Mendel: Uso de cálculos matemáticos para fundamentar suas ideias (Genética)

Atualmente: situação oposta a vivida por Mendel. As análises estatísticas são quase uma imposição

nos trabalhos científicos.

O PAPEL DA ANÁLISE ESTATÍSTICA

Ex: Estudo para verificar canibalismo em duas espécies de camarão de água doce:

• 50 observações em cada uma das espécies;

• Espécie 1: nenhuma observação de canibalismo (0%)

• Espécie 2: uma observação de canibalismo (2%)

• Estatisticamente são semelhantes, mas o bom senso permite concluir que a espécie 2 tem comportamento

canibal (sem uso de estatística).

QUANDO E COMO ESCOLHER O TESTE ESTATÍSTICO?

Na fase de planejamento do estudo. Evitar iniciar a coleta de dados sem ter a noção de como analisá-los.

*As variáveis quantificadas são discretas (Ex.: escalas de densidade – 1, 2, 3, 4, etc) ou contínuas (Ex.: Biomassa

20,4g; 30,8g; 44,4g)?

* Variáveis contínuas levam a distribuição normal –testes paramétricos.

* Variáveis discretas podem ser transformadas em contínuas (extração da raiz quadrada ou arco seno de

cada valor ou acrescido de 0,5 quando existe valor zero).

QUANDO E COMO ESCOLHER O TESTE ESTATÍSTICO?

NAS CORRELAÇÕES:

*Mais de duas variáveis correlacionadas ao mesmo tempo? (correlação multivariada).

*Uma variável versus um conjunto de variáveis? (análise de correlação multivariada simples. Ex: OD x

temperatura, salininidade e clorofila a)

* Correlações entre duas variáveis - correlação simples linear ou não

*Conjunto de Variáveis x outro conjunto – Correlação Canônica

3 4 5 6 7 8 9 10

Var2

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

3.5

4.0

4.5V

ar1

Var2:Var1: r2 = 0.9797; r = 0.9898; p = 0.0102

Correlação com quatro pares de pontos

0 50 100 150 200 250 300 350

Var2

0

10

20

30

40

50

60

70

80V

ar1

Var2:Var1: r2 = 0.8198; r = 0.9054; p = 0.0000

Correlação com vários pares de pontos

Quando a correlação for significativa e visualmente correta é possível fazer uma análise de regressão linear ou não.

Var1 = -0.3318+0.239*x

0 50 100 150 200 250 300 350

Var2

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Var

1

Var2:Var1: r2 = 0.8198; r = 0.9054; p = 0.0000; y = -0.3318 + 0.239*x

P-total (ug/L)

Fre

qüen

cia

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

<= 0 (0;10] (10;20] (20;30] (30;40] (40;50] (50;60] (60;70] (70;80] (80;90] (90;100] > 100

Histograma hipotético da distribuição de diferentes ecossistemas lóticos segundo as concentrações de fósforo total na água.

Distribuição Normal

Correlação simples - linear

Coeficiente de correlação: --1 a 1.

Correlação simples – ajuste logístico

0 10 20 30 400,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

2,4

2,6

Data: Data1_T3.140.4Model: SigmoideChi^2 = 0.00177P1 1.81586 ±0.0304P2 2.42593 ±0.10377P3 0.15012 ±0.00763

T3.140.4

Bio

mas

sa (

g de

mas

sa s

eca)

Tempo (dias)

Correlação e ausência de correlação. Onde há correlação?

Ponto discrepante forçou a linearidade. Estatisticamente seria significativo

Correlação real e reforçada pela análise visual

Correlação Canônica

QUANDO E COMO ESCOLHER O TESTE ESTATÍSTICO?

Mean Mean±SD Outliers1 2 3

Var1

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Var

2

1 8

1 10

1 44

2 7

2 9

2 11

3 13

3 15

3 16

Há dados muito discrepantes (outliers) e qual o coeficiente de variação dos dados em cada tratamento? Outlier: valor fora do

limite + 2 x desvio padrão

QUANDO E COMO ESCOLHER O TESTE ESTATÍSTICO?Há dados muito discrepantes (outliers) e qual o coeficiente de

variação dos dados em cada tratamento? Outlier: valor fora do limite + 2 x desvio padrão

1 8

1 10

1 44

2 7

2 9

2 11

3 13

3 15

3 16

Mean Mean±SD Outliers1 2 3

Var1

6

8

10

12

14

16

18

Var

2

Com exclusão do outlier –mudança de

resultado

Teste paramétrico

Teste não paramétrico

Testes paramétricos: comparam as médias das amostras

Testes não paramétricos: comparam as medianas das amostras

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

O objetivo principal da Discussão e da Conclusão é consolidar o que foi abordado em outras seções, especialmente na seção Resultados.

Principais componentes da Discussão:

1. Em uma boa discussão você discute e não recapitula os resultados;

2. Discuta todos os resultados apresentados e as suas relações;3. Discuta os aspectos gerais e depois os específicos;

4. Demonstre como seus resultados e interpretações estão de acordo ou não com outros trabalhos previamente publicados;

5. Finalize a discussão com as conclusões mais importantes da pesquisa;

6. Exponha suas conclusões com a maior clareza possível;7. As conclusões têm que responder os seus objetivos ou

hipóteses.

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

É CORRETO FAZER SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES?

Mais frequente em áreas aplicadas.

Importante: as sugestões decorrem de conclusões sólidas

Ex. 1: Estudos limnológico e de capacidade suporte realizado no açude de Pau dos Ferros mostram que as atividades de aquicultura neste ambiente aquático são insustentáveis. Sugestão: não realizar cultivo de peixe em tanques-rede.

Ex. 2: Estudo em escada para peixes numa represa de hidrelétrica demonstra que a existência de seleção artificial (apenas certos peixes sobem a escada). Sugestão: reduzir o

tamanho dos degraus.

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES DESNECESSÁRIAS

Ex. 1: Há uma reduzida biodiversidade de primatas no Parque Nacional de Furna Feia.

Sugestão desnecessária: São importantes mais estudos para se comprovar este fato.

Ex. 2: Foram identificadas dezenas de espécies de macrófitas aquáticas nos ambientes temporários do Parque

Nacional de Furna Feia.Sugestão desnecessária: Os resultados auxiliarão nos

projetos de preservação e conservação desta Unidade de Conservação.

Os erros mais frequentes encontrados na discussão e na conclusão são:

1. Inserção de resultados.

2. Discussão de aspectos que não são suportados pelos resultados (correlações espúrias).

3. A não discussão dos resultados apresentados.

4. Extrapolação equivocada dos resultados.

Os erros mais frequentes encontrados na discussão e na conclusão são:

1. Inserção de resultados.

2. Discussão de aspectos que não são suportados pelos resultados (correlações espúrias).

3. A não discussão dos resultados apresentados.

4. Extrapolação equivocada dos resultados.

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

• Inicie com um parágrafo mostrando as principais conclusões obtidas.

• Não precisa justificá-las (será feito posteriormente).

• Por exemplo: “Constatou-se um gradiente longitudinal de alterações físicas, químicas e

biológicas nos ambientes aquáticos estudados.

• Cada conclusão deve ser escrita no tempo presente, pois se refere ao geral e não

somente as amostras analisadas.

• Inicie com um parágrafo mostrando as principais conclusões obtidas.

• Não precisa justificá-las (será feito posteriormente).

• Por exemplo: “Constatou-se um gradiente longitudinal de alterações físicas, químicas e

biológicas nos ambientes aquáticos estudados.

• Cada conclusão deve ser escrita no tempo presente, pois se refere ao geral e não

somente as amostras analisadas.

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

• Valide seu estudo: compare seus dados com os da literatura ou com o seu CONTROLE.

• Após validado o estudo, podemos confiar nos dados (a Metodologia está correta e os Resultados

são satisfatórios).

• Comece a apresentar as argumentações para convencer o leitor sobre a validade de suas

conclusões.

• Use argumentações lógicas com respaldo da literatura ATUAL.

• Valide seu estudo: compare seus dados com os da literatura ou com o seu CONTROLE.

• Após validado o estudo, podemos confiar nos dados (a Metodologia está correta e os Resultados

são satisfatórios).

• Comece a apresentar as argumentações para convencer o leitor sobre a validade de suas

conclusões.

• Use argumentações lógicas com respaldo da literatura ATUAL.

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

• Evite a Discussão “fofoca”: se restringe a dizer os valores que obteve e compará-los com

os de outros autores.

• Por exemplo: o pH obtido foi de 7,3; fulano obteve valores de 7,0, siclano de 6,9 e beltrano

de 7,4.

• A simples comparação com outros trabalhos, se não for claramente organizada numa estrutura argumentativa lógica, de nada servirá para embasar suas conclusões.

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

• Evite “Discussão” que mostra que seu trabalho é pouco original.

• Exemplo: mencionar que seus dados indicam determinado fenômeno, conforme mostrado por fulano (2000), siclano (1995) e beltrano (1990).

• Se eles já mostraram isso, por que repetiu? Qual a novidade de seu estudo?

• Ao final, dê um fecho no trabalho, mostrando novamente, mas com outra retórica, as

conclusões gerais da pesquisa.

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

• Estrutura interessante para cada parágrafo da Discussão:

a) apresente a essência do que ser quer dizer naquele parágrafo (a conclusão dele);

b) fundamente com base em seus resultados;

c) apresente o suporte da literatura. Caso haja controvérsia da literatura, apresente-a e tente

explicar porque a controvérsia existe (geralmente a justificativa está ligada a algum aspecto da

metodologia).

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

• Alguns autores costumam incluir informações que não são conclusões do

trabalho:

• Exemplo: importância do estudo, relevância social. etc.

• Conclua apenas o que é conclusão decorrente dos resultados e literatura.

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

Informações que não são conclusões do trabalho (desnecessárias):

• Exemplo: Os resultados obtidos com o presente trabalho poderão auxiliar em

programas de preservação e conservação desta espécie.

1º Mostrar que nossos dados estão adequados. Por meio das comparações mostramos que

nossos resultados estão dentro de valores esperados pela comunidade científica

2º Identificar onde e como nossas conclusões se “encaixam”

no conhecimento existente. Corroboramos ou contrapomos:

soma de nossos dados a literatura e novas conclusões

gerais

CONCLUSÕES: Por que relacionar com as obtidas por outros autores?

Estrutura lógica do discurso científico

Mais abrangente que a Conclusão 3

Resultado 1: Valores

elevados de P-total

COMO CHEGAR AS CONCLUSÕES

Resultado 2: Valores

elevados de Clorofila a

Resultado 3: Reduzida riqueza de espécies

Resultado 4: poucas espécies

com elevada densidade

Conclusão 1: O ambiente é eutrófico

Conclusão 2: O ambiente possui reduzida biodiversidade

Conclusão 3: Ambientes eutrofizados apresentam reduzida biodiversidade

LITERATURA 1

Quando mais ampla a generalização, mais distante do mundo real. O objetivo do

cientista é criar leis gerais, mas preso a ciência empírica.

Alternativa: nem tanto aos dados nem tanto às ideias.

Como avançar nas generalizações durante as conclusões?

* Quanto mais desconhecidos somos, mais os revisores das revistas forçam para que nossas conclusões fiquem restritas aos dados

coletados.* Quando nos tornamos conhecidos a comunidade científica passa a

confiar mais nos nossos palpites e nossas generalizações são mais facilmente aceitas

Como avançar nas generalizações durante as conclusões?

Stephen HawkingX

Sheldon

AGRADECIMENTOS

Exemplo 1: Agradeço a FAPERN e ao técnico de laboratório Carlos.

Alternativa: Agradeço a FAPERN pelo auxílio financeiro e ao técnico Carlos Sanches pelo auxílio nas atividades de campo.

Exemplo 1: Agradeço a FAPERN e ao técnico de laboratório Carlos.

Alternativa: Agradeço a FAPERN pelo auxílio financeiro e ao técnico Carlos Sanches pelo auxílio nas atividades de campo.

AGRADECIMENTOS

• Não são obrigatórios dentro da estrutura de umartigo.• Agradecimentos: pessoas ou instituições que apoiaramoucolaborarampara a efetiva realização da pesquisa,• Evite simplesmente mencionar o nome de pessoas ouinstituições.

Exemplo 2: Agradeço ao professor Antonio pela auxílio na discussão dos dados e pelo empréstimo do medidor de oxigênio

Alternativa: Agradeço ao professor Antonio Camargo pela auxílio na discussão dos dados.

Exemplo 2: Agradeço ao professor Antonio pela auxílio na discussão dos dados e pelo empréstimo do medidor de oxigênio

Alternativa: Agradeço ao professor Antonio Camargo pela auxílio na discussão dos dados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Reduza ao mínimo necessário.

• Excesso de referências não deixa seu trabalho melhor. Uma das causas de recusa

de artigos de brasileiros no exterior!

• As referências são as “provas” para as informações usadas na sustentação de seu

trabalho. O leitor deve ter livre acesso a essas provas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Evite citações em idioma restrito (português) ou citações de artigos publicados em periódicos de difícil

acesso (não serão provas válidas). Ex: revistas de baixo escalão, boletins técnicos restritos e as teses e

dissertações.

• Não cite literatura que não tenha passado pelo crivo de um sistema de revisão por pares. Ex.: resumos

simples e expandidos em congresso e artigos publicados na íntegra em anais de congresso. Não

foram analisados por assessoria científica anônima. Eles são apenas o que o autor acha que está correto.

•Para escrever um artigo científico ou mesmo um relatório técnico é imprescindível que haja um bom embasamento teórico. Isto se dá através de MUITA LEITURA e discussão dos resultados com colegas

de profissão.

•Somente ir para campo e coletar dados ou realizar análises de laboratório não dá condições de escrever

um artigo científico (trabalho intelectual)

•Para escrever um artigo científico ou mesmo um relatório técnico é imprescindível que haja um bom embasamento teórico. Isto se dá através de MUITA LEITURA e discussão dos resultados com colegas

de profissão.

•Somente ir para campo e coletar dados ou realizar análises de laboratório não dá condições de escrever

um artigo científico (trabalho intelectual)

Coleta de dados em campo e análises de laboratório

TÉCNICO

Participação em todas as etapas do projeto

PESQUISADOR

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