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Revista Tecnológica Maringá, v, 19, p. 43-55, 2010.

CONTROLE DE CORROSÃO DE ARMADURAS DE CONCRETO ATRAVÉS DE IMPREGNAÇÃO DE CONTROLE DE CORROSÃO DE ARMADURAS DE CONCRETO ATRAVÉS DE IMPREGNAÇÃO DE CONTROLE DE CORROSÃO DE ARMADURAS DE CONCRETO ATRAVÉS DE IMPREGNAÇÃO DE CONTROLE DE CORROSÃO DE ARMADURAS DE CONCRETO ATRAVÉS DE IMPREGNAÇÃO DE PRODUTOS MIGRATÓRIOSPRODUTOS MIGRATÓRIOSPRODUTOS MIGRATÓRIOSPRODUTOS MIGRATÓRIOS

CONTROL OF CORROSION IN CONCRETE REINFORCEMENT BY IMPREGNATION OF MIGRATING INHIBITORS

Maria Luiza Almeida Cunha de Castro José Eustáquio Paiva1

1 Universidade Federal de Minhas Gerais

ResumoResumoResumoResumo: A partir da década de 1990, face à crescente preocupação com a durabilidade e com o desempenho das estruturas, foram desenvolvidos alguns produtos inibidores de corrosão, que migram através dos poros do concreto para proteger as armaduras. A tecnologia evoluiu a partir dos inibidores de corrosão anteriormente aplicados sob a forma de aditivos misturados na água de amassamento do concreto e também a partir dos inibidores vaporizados sobre a superfície do metal usados na indústria de fabricação de metais. Os três produtos desenvolvidos inicialmente constituem ainda hoje a base de referência do mercado e representam o resultado de pesquisas realizadas por importantes laboratórios tecnológicos associados a grandes grupos industriais. Estes produtos são: o MFP, à base de monofluorfosfato de sódio, comercializado pela francesa Spie Batignolles; o MCI, Migrating Corrosion Inhibitor, um composto orgânico baseado inicialmente em tecnologia de aminoálcool, tendo evoluído para tecnologia de carboxilato de amina, comercializado pela Cortec; o Ferrogard (901, 903) também à base de tecnologia de aminoálcool e produzido pela SIKA. Estes produtos têm sido submetidos a diversos ensaios que procuram verificar os seus mecanismos de penetração, a sua eficácia; os seus mecanismos de ação; a durabilidade do tratamento e o seu comportamento no longo prazo; e ainda investigar as mudanças produzidas em outras propriedades do concreto. Este artigo relata os principais ensaios pelos quais os produtos têm passado e seus resultados, destacando que a pesquisa ainda se encontra em desenvolvimento e os produtos ainda estão sendo aprimorados. PalavrasPalavrasPalavrasPalavras----chaves:chaves:chaves:chaves: Inibidores Migratórios. Corrosão. Concreto. AbstractAbstractAbstractAbstract:::: From the 1990s, given an increasing concern with the durability and performance of structures, there has been the development of a few corrosion inhibiting products which migrate through the pores of the concrete to protect the armor. The technology evolved from the corrosion inhibitors additives previously applied in the mixing water of concrete and also from the inhibitors vaporized on the surface of metal, used in manufacturing metals. The three products initially developed are still the baseline of the market and were the result of a research conducted by major technological laboratories associated with large industrial groups. These products are: MFP, based on mono-fluor-phosfate sodium, marketed by the french Spie Batignolles; MCI (Migrating Corrosion Inhibitor), an organic compound originally based on amino alcohol technology, having evolved to amine carboxylate technology, marketed by Cortec; Ferrogard (901, 903) also based on amino alcohol technology and produced by SIKA. These products have been subjected to various tests in order to verify the mechanisms of penetration, their effectiveness, their mechanisms of action, the durability of the treatment and their behavior in the long run; these tests also investigate the changes produced in other properties of concrete. This paper reports the main tests that the products have undergone and their results, noting that the research is still in development and products are still being improved. Key Words: Key Words: Key Words: Key Words: Migrating Inhibitors. Corrosion. Concrete.,

CoCoCoControle de corrosão de armaduras de concreto através de impregnação de produtos migratóriosntrole de corrosão de armaduras de concreto através de impregnação de produtos migratóriosntrole de corrosão de armaduras de concreto através de impregnação de produtos migratóriosntrole de corrosão de armaduras de concreto através de impregnação de produtos migratórios

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1 INTROD1 INTROD1 INTROD1 INTRODUÇÃOUÇÃOUÇÃOUÇÃO Por um longo tempo achou-se que a durabilidade

era uma propriedade inerente ao concreto e não houve maiores preocupações seja com técnicas seja com o tratamento de patologias. Segundo Mehta (1994), qualquer caso de deterioração prematura do concreto era tratado como exceção, causada por uma especificação inapropriada ou pelo uso impróprio de práticas construtivas ou materiais. Foi apenas na década de 1970 que surgiu uma preocupação com a questão da durabilidade, ao ser constatado o estado de deterioração avançado em que se encontrava uma grande parte das estruturas. O estudo das patologias, de suas causas e conseqüências é, portanto, relativamente recente, e ainda está em pleno desenvolvimento: ainda não houve prazo suficiente para se aperfeiçoar os métodos de investigação e tratamento. A cada dia surgem novas técnicas ou novas conclusões sobre técnicas em uso: muitas delas são descartadas, outras são aprimoradas e, pouco a pouco, o perfil de novas metodologias de prevenção e correção vai se delineando.

O estudo da corrosão nas armaduras de concreto é especialmente interessante quanto a este aspecto. Abrangendo variáveis químicas, eletroquímicas e físicas, ele é, exatamente devido a sua complexidade, um tema profícuo para os pesquisadores da área, que se deixam seduzir pela tentativa de conseguir dominar e controlar os mecanismos envolvidos no processo.

O tema é também tentador do ponto de vista de ações ligadas a políticas públicas: por um lado, existe a possibilidade de enormes economias em reparos se a detecção for feita prematuramente; por outro, produtos que sejam eficazes na prevenção podem trazer enormes ganhos financeiros. Desta forma, os estímulos intelectuais e financeiros gerados têm levando ao aparecimento de numerosas técnicas inovadoras.

Na investigação das patologias de corrosão, a evolução tem sido promissora, e tem-se assistido ao desenvolvimento e aperfeiçoamento de processos eletroquímicos, muitas vezes não destrutivos tais como as medições da diferença de potencial, da resistividade e da resistência de polarização .

A diferença de potencial tem sido utilizado para detectar a possibilidade da corrosão (Cascudo,1997; Helene, 1988) numa pesquisa que foi desenvolvida inicialmente no fim da década de 1950 e assumiu novas dimensões nos anos 1970. Com a evolução desta tecnologia, os valores numéricos das medições obtidas na prática passaram a ser tabulados levando

à constituição de bancos de dados, o que tem permitido a geração de referências e parâmetros para uma análise criteriosa. Os equipamentos utilizados têm se aprimorado aos poucos, tornando-se inteligentes, sofisticados, mais rápidos.

A medição da resistividade veio complementar esta pesquisa e dar uma idéia da severidade da corrosão (taxa). Diversos métodos têm sido estudados: com dois eletrodos, com três eletrodos (adotado pela ABNT), com quatro eletrodos (adotado pela ASTM); varia-se o espaçamento dos eletrodos (eletrodos homogeneamente espaçados, eletrodos com espaçamento diferente) (Millard, 1991, Cascudo,1997; Helene, 1988). Os avanços têm permitido encontrar valores de referência, limitações do processo, correlação com outros indicadores; os aparelhos têm sido aperfeiçoados e seu manuseio facilitado, tornando-os acessíveis a operadores sem maior especialização. Novos equipamentos foram lançados no mercado, capazes de realizar tanto a medição de diferença de potencial, como a da resistividade.

A medição da resistência de polarização também teve origem em estudos iniciados no fim da década de 1950, desenvolvendo-se nos anos 1970 com um aparelho para uma investigação rápida, que fornece a taxa de corrosão e também diferença de potencial. (Andrade,1992). Apesar das restrições a sua utilização - necessidade de maiores cuidados na aplicação e interpretação de resultados e o custo elevado – o constante aperfeiçoamento promete modelos mais modernos e talvez de preço mais acessível.

Além destas, outras técnicas menos exploradas comercialmente estão sendo estudadas em centros de pesquisa, experimentadas, testadas.

Do ponto de vista da prevenção e correção da patologia, também tem havido uma evolução constante. A proteção catódica foi aplicada com sucesso em alguns locais, embora seja muito dispendiosa. A técnica eletroquímica de realcalinização ou remoção de cloretos, também de custo elevado e de difícil execução, evoluiu em direção à praticidade (através da substituição da resina condutora por fibras projetadas). Outras técnicas têm sido estudadas e a sua viabilidade analisada: assim, assiste-se à tentativa de secagem artificial do concreto para eliminar-se o eletrólito ou à eliminação do acesso do oxigênio através de pinturas seladoras e outras. Mesmo os reparos tradicionais se aperfeiçoam, cuidados extras são tomados, grouts, aditivos, tintas e outros produtos são desenvolvidos, técnicas diferenciadas de limpeza aparecem (Baron e Ollivier, 1992).

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Dentro deste contexto assistiu-se nas últimas duas décadas, ao surgimento de inibidores de corrosão migratórios, que se encontram em plena experimentação. O estudo iniciou-se na década de 1990 e existem ainda muitas incógnitas: alguns pesquisadores questionam o seu comportamento no longo prazo, outros destacam a incoerência encontrada em algumas medidas de potencial após a impregnação com substâncias migratórias; o mecanismo exato de ação das substâncias ainda é controverso. Estes questionamentos estão sendo pesquisados, não existem ainda para eles respostas definitivas. Trata-se, no entanto, de uma pesquisa promissora, que tem trazido alguns resultados satisfatórios até o momento presente e que, comprovado o seu potencial, poderá vir a revolucionar a prevenção e correção do fenômeno de corrosão em armaduras no concreto armado.

Este artigo procura identificar os testes que têm sido realizados com os inibidores migratórios, partindo da análise da enorme diversidade de fatores que influenciam o estudo. Procura-se fazer um levantamento de métodos utilizados e dos resultados de testes realizados com os três inibidores inicialmente disponibilizados no mercado, a partir da década de 1990. Eles foram e continuam a ser estudados com um nível variável de detalhes por diversos laboratórios levando, por vezes, a resultados conflitantes. A primeira seção do artigo identifica estes inibidores; a segunda seção faz um apanhado dos principais métodos que têm sido utilizados para testar as substâncias migratórias. Em seguida os testes realizados com três destas substâncias inibidoras são descritos com maior detalhe quanto a seus métodos e resultados. Na conclusão, discute-se a validade dos ensaios que têm sido realizados e de seus resultados, bem como o potencial tecnológico da aplicação dos inibidores migratórios.

2 INIBIDORES MIGRATORIOS PARA O PROCESSO DE 2 INIBIDORES MIGRATORIOS PARA O PROCESSO DE 2 INIBIDORES MIGRATORIOS PARA O PROCESSO DE 2 INIBIDORES MIGRATORIOS PARA O PROCESSO DE CORROSÃO DAS ARMADURAS NO CONCRETOCORROSÃO DAS ARMADURAS NO CONCRETOCORROSÃO DAS ARMADURAS NO CONCRETOCORROSÃO DAS ARMADURAS NO CONCRETO

Pode-se definir corrosão como a interação

destrutiva de um material por reação química ou eletroquímica com o meio ambiente. As armaduras de aço para concreto armado sofrem basicamente dois processos principais de corrosão: a oxidação - processo extremamente lento à temperatura ambiente - e a corrosão propriamente dita - o ataque de natureza preponderante eletroquímica que se dá em meio aquoso (corrosão eletroquímica ou aquosa). Ela ocorre quando se forma uma película de eletrólito sobre a superfície dos fios ou barras de aço. Esta película é causada pela umidade, em geral

sempre presente no concreto. O mecanismo de corrosão do aço no concreto é

eletroquímico, tal qual a maioria das reações corrosivas em presença de água ou ambiente úmido (UR>60). Esta corrosão, no entanto, não acontece desde o início, devido à proteção química que a alcalinidade do concreto confere à armadura: forma-se uma capa ou película protetora de caráter passivo, que envolve esta armadura. O filme passivo é muito aderente ao aço e bastante delgado, (normalmente invisível). Além da passivação do aço, existe ainda no concreto um aspecto físico adicional de proteção contra a corrosão, que seria a formação de um precipitado de plaquetas hexagonais de Ca(OH)2 sobre a superfície metálica (Baron e Ollivier, 1992; Cascudo, 1997; Helene, 1982)

A película passiva pode ser perdida frente a duas condições básicas, que constituem as causas da corrosão: a presença de uma quantidade suficiente de íons cloretos ou a diminuição da alcalinidade do concreto (devido à carbonatação, à penetração de substâncias ácidas no concreto, ou à lixiviação). Uma vez despassivada a armadura, ela fica vulnerável à corrosão, que leva à formação de óxidos/hidróxidos de ferro: entretanto, ela só ocorrerá se houver um eletrólito (Mehta, 1994; Helene, 1982; Baron e Ollivier,1992).

A transformação de aço metálico em ferrugem é acompanhada por um aumento de volume o qual, dependendo do estado de oxidação pode ser de até 600% do metal original. Acredita-se que este aumento de volume seja a causa principal da expansão e fissuração do concreto. (Mehta,1994),

A reação anódica não irá progredir muito a menos que o fluxo de elétrons para o cátodo seja mantido pelo consumo de elétrons no cátodo. Para isso, a presença simultânea de ar e de água na superfície do cátodo é absolutamente necessária (Mehta, 1994, Helene, 1982).

Os inibidores de corrosão são produtos que têm sido utilizados há vários anos na forma de aditivos misturados na água de amassamento quando da preparação do concreto. A tecnologia tem evoluído e, a partir de 1977, inibidores vaporizados sobre a superfície do metal começaram a ser aplicados com sucesso na indústria de fabricação de metais.

Os inibidores podem ser classificados de maneiras diferentes. Uma classificação bastante utilizada é a da RILEM (organização internacional que reúne laboratórios e experts em materiais de construção, sistemas e estruturas) que os classifica dependendo do local em que vão agir. Quando agem inibindo o processo no anodo, são os inibidores anódicos; quando no cátodo, são inibidores catódicos. Têm-se ainda os mistos, que agem sobre

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o processo anódico e o catódico (Rosignoli et al, 1997).

Outra classificação é a que considera o mecanismo de ação. A inibição pode ser alcançada de várias formas: impedindo-se os íons agressivos de atingir a superfície metálica; reconstituindo-se a camada protetora que foi alterada pelo agente corrosivo; diminuindo-se a velocidade da degradação da camada passivadora; ou ainda preenchendo-se os poros da camada de produtos de corrosão com produtos insolúveis. Os chamados inibidores de adsorção representam a família de inibidores mais numerosa e em geral são compostos orgânicos que se adsorvem sobre a superfície do aço para formar um filme protetor. Os passivadores oxidantes em geral são produtos inorgânicos (nitritos, cromatos, etc.) que reforçam o filme de passivação do aço por oxidação do ferro ferroso em ferro férrico. Os passivadores não oxidantes, também na sua maioria inorgânicos, reforçam o filme de passivação, facilitando a ação do oxigênio na oxidação do ferro. Eles funcionam, assim, somente na presença do oxigênio e não são utilizados em reações de inibição, e são particularmente adaptados ao tratamento de concretos antigos. Nesta categoria, podemos citar os fosfatos e principalmente os fluorfosfatos tal como um dos inibidores migratórios mais difundidos, o MFP. A ação destes produtos é muitas vezes complementada pela formação sobre o aço de uma barreira de difusão sob a forma de um filme mineral (fosfatos de ferro, por exemplo) (Raharinaivo e Malric, 1998),

A classificação dos inibidores pode ainda ser feita segundo a forma de aplicação, o que define aditivos de uso preventivo ou produtos preventivos e curativos, tais como os inibidores migratórios: estes, quando aplicados sobre a superfície de uma estrutura existente penetram até as armaduras sujeitas à corrosão, podendo diminuir significativamente a atividade da corrosão já iniciada. (Raharinaivo et al, 1997)

Estes produtos migratórios pertencem a uma nova geração de tecnologia migrando através dos poros da estrutura, percorrendo o mesmo caminho que a água, para então agir sobre a superfície do metal, recriando o filme de proteção passivante. Diversas frentes de pesquisa têm sido desenvolvidas em laboratórios em diferentes partes do mundo para aprofundar os estudos sobre estes produtos: eles se encontram no mercado e têm sido empregados nos últimos quinze a vinte anos, com resultados satisfatórios em diversas situações (Chaussadent, 2006).

Uma das frentes de pesquisa do assunto mais importantes se situa na Europa, onde o prestigiado Laboratoire Central de Ponts et Chaussées (LCPC) na França, em colaboração com a empresa suíça Locher & Cia, realizou toda uma série de ensaios em laboratório e in situ, criando situações de agressividade extrema e envelhecimento precoce para observar o comportamento do MFP, um produto a base de mono fluorfosfato de sódio. Os resultados destes ensaios foram divulgados a partir do final da década de 1990 e o produto é comercializado pela empresa francesa Spie Batignolles (Chaussadent et al, 1996).

Paralelamente, outra frente de pesquisa foi desenvolvida envolvendo estudiosos da Universidade de Zagreb, na Croácia, e centros de estudos de empresas italianas e americanas. O produto testado é o MCI, e os ensaios realizados foram grosso modo semelhantes aos do MFP, embora nos estudos publicados a este respeito não seja divulgada a composição nem detalhes do mecanismo de funcionamento das substâncias constituintes do produto. A sua produção e comercialização é feita pela empresa americana Cortec (Bjegovic et al, 1999; Rosignoli et al, 1997).

A Sika também desenvolveu um inibidor migratório, o Ferrogard (901, 903), que tem sido submetido a extensivos ensaios, embora os detalhes destes ensaios tenham sido pouco divulgados.

Os laboratórios que têm pesquisado o assunto incluem ainda o Instituto para manutenção e segurança de estruturas (EHT) em Lausanne, Suíça; o Service d’Expertise en Materiaux (SEM), no Canadá, o Laboratório de Pesquisas de Monumentos Históricos (LRMH), na França, o Instituto Nuclear de Karlsruhe, na Alemanha, o Instituto de Ciências da Construção Eduardo Toroja (ICCET), na Espanha, o Instituto Sueco de Pesquisa sobre Cimentos e Concretos, o Instituto de Pesquisa da Construção da Islândia; o Laboratório Nacional de Engenharia Civil, (LNEC) - Departamento de Materiais de Construção, de Lisboa, Portugal, a Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia; e a Universidade de Heidelberg, na Alemanha.

3 MATERIAIS E MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO DOS 3 MATERIAIS E MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO DOS 3 MATERIAIS E MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO DOS 3 MATERIAIS E MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO DOS PRODUTOSPRODUTOSPRODUTOSPRODUTOS

Os métodos utilizados para os testes em

inibidores podem ser agrupados de acordo com seus objetivos, que são basicamente os seguintes: verificação da penetração e compreensão do mecanismo de penetração; verificação da eficácia; análise do mecanismo de ação; análise da

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durabilidade do tratamento e previsão de seu comportamento no longo prazo; investigação das mudanças produzidas em outras propriedades do concreto.

O controle de penetração é essencial para definir a eficácia do inibidor, uma vez que este deve penetrar em quantidade suficiente até a armadura. Os métodos utilizados para controlar a penetração consistem, portanto, na detecção de certos componentes do inibidor em várias profundidades por diferentes métodos. O mecanismo de penetração é muito complexo.

Os inibidores orgânicos comportam, quase sempre, um componente de baixa pressão que deve facilitar a sua penetração. As condições exatas de ação restam a ser esclarecidas para todos os inibidores. Quando o concreto é muito seco, a capilaridade desempenha um papel importante. O conhecimento do mecanismo de penetração permite a otimização dos parâmetros de aplicação de produtos, incluindo condições climáticas favoráveis de aplicação e o método.

A eficácia de um inibidor é avaliada por critérios convencionais, que refletem os valores da redução da taxa de corrosão; as técnicas de avaliação incluem a medida da perda de massa das amostras, métodos eletroquímicos e a análise de soluções. As técnicas eletroquímicas de caráter não-destrutivo permitem controlar a início da corrosão, a sua velocidade, sua evolução.

A presença do inibidor introduz, no entanto, nestes métodos, novos parâmetros que devem ser levados em consideração: por exemplo, os concretos, particularmente aqueles impregnados com o MFP, têm apresentado problemas nas medidas de diferenças de potencial; parece que esta não é uma técnica eficaz para avaliar o desempenho deste produto. Assim, é necessário efetuar uma avaliação crítica e analítica de alguns resultados.

O mecanismo de ação de um inibidor é influenciado não só por sua composição, mas também por aquela do concreto, pelo seu estado de conservação, pelos elementos presentes em sua microestrutura, por seu pH, pela umidade à qual ele é submetido, etc. Ao conhecer o mecanismo, pode-se tentar prever o comportamento baseado em condições de uso para cada caso.

Para que o inibidor seja eficaz ao longo do tempo, uma certa quantidade de elementos ativos devem estar presentes no nível da armadura. O risco de lavagem pelas intempéries levanta questões sobre a durabilidade do tratamento, o que está diretamente ligado à relação custo benefício de uma intervenção com um inibidor.

Por outro lado, existem riscos de redução de

características de concreto, que tem sido observada várias vezes, e um estudo preliminar deve ser feito quando da aplicação do inibidor para estudar a sua interação com o concreto existente, mas também com o concreto e a argamassa usados para reparos. A seguir examina-se com maiores detalhes os ensaios realizados e os resultados obtidos com os inibidores MFP, MCI e Ferrogard.

3.1 ENSAIOS COM O MFP, MONOFLUOR FOSFATO DE SÓDIO: MÉTODOS E RESULTADOS

O MFP, sistema de tratamento do concreto a

base de monofluorfosfato de sódio - Na2PO3F - é um inibidor não oxidante, migratório. Ele se apresenta na forma de uma solução aquosa incolor (Ngala et al; 2003).

A aplicação deve ser feita sobre os poros da superfície do concreto livres de toda contaminação ou resíduos de pinturas para permitir uma boa penetração. O concreto deteriorado também deverá ser retirado nesta etapa. Esta limpeza é normalmente realizada através da lavagem com água sob pressão.

A utilização eficaz da tecnologia se apóia num conhecimento do estado de contaminação e das propriedades do concreto da estrutura em questão, para que se possa conceber uma estratégia de recuperação otimizada. Dever-se-á ter conhecimento do recobrimento do aço, da profundidade da carbonatação, assim como do teor de cloretos. Sobre as áreas necessitando o tratamento, um ensaio de aplicação poderá ser efetuado para se certificar de que o concreto possui micro estrutura favorável à penetração do produto

A solução é aplicada com rolo ou por pulverização e a penetração desejada é obtida impregnando-se o concreto repetidamente, com um tempo de secagem quando este se encontra saturado. Cinco a dez aplicações são normalmente necessárias, num período de dois a três dias em função da densidade do concreto e das condições climáticas. O objetivo do tratamento é levar uma quantidade suficiente de produto ao contato com a armadura em um tempo relativamente curto, da ordem de alguns dias.

O MFP é compatível com a maioria dos produtos caso, por razões estéticas ou para assegurar uma proteção suplementar, um acabamento seja aplicado sobre a fachada (pintura, argamassa fina) (Pollet et al, 1997).

O efeito do produto tem sido estabelecido de maneira fiável nos ensaios controlados em laboratório. O estudo da penetração e de seus mecanismos consiste principalmente na detecção do

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fósforo, um de seus componentes, em profundidades variadas por meio de técnicas de dosagem (Ngala et al; 2003). A detecção do Flúor também foi tentada, com menos sucesso. Os principais ensaios para investigar a penetração incluem a espectrometria X com dispersão de energia (Laboratoire..., 1993; Raharinaivo et al, 1997; Raharinaivo, 1996); a observação de corpos de prova impregnados em microscópio de varredura eletrônica; (Laboratoire..., 1993), a dosagem de fósforo e cloretos (Malric; 1996; 1997); a espectrometria de emissão atômica com fonte de plasma (Laurent, 1999). A partir destes ensaios, pode-se observar algumas características da penetração.

O fósforo foi detectado em profundidades variadas, dependendo do método de impregnação, da qualidade do concreto, das condições climáticas. Ele penetra em certas amostras até uma profundidade de 60 mm aproximadamente. O teor de fósforo diminui com a profundidade e sobre a armadura o teor de fósforo pode ser elevado. O fósforo penetra na argamassa em presença simultânea de cloro e mais profundamente que a carbonatação e que os cloretos. Entre as questões que restam a ser investigadas está a influência de uma eventual formação precoce das apatitas na penetração do produto.

As variações do teor de água no concreto em função das condições climáticas permitem a saturação rápida dos poros da zona superficial do concreto em MFP pela absorção capilar, pela aplicação de camadas sucessivas de uma solução concentrada. O produto penetra em seguida mais profundamente por difusão no sistema de capilares e microfissuras do concreto. (Chaussadent et al, 2006)

Verifica-se a presença do produto após o tratamento lá onde ele é necessário, por exemplo, sobre o aço situado na zona carbonatada do concreto a partir da retirada de amostras, nas quais a quantidade do produto é medida em função da profundidade. Diversas técnicas têm sido utilizadas, a mais simples sendo a colorimetria. Os resultados são dados em forma de gráfico, mostrando a quantidade de produto em relação a peso de concreto em função da profundidade. (Chaussadent et al, 2006)

Devido ao método de aplicação em camadas sucessivas, existe no fim do tratamento um gradiente muito forte de concentração de MFP a partir da superfície em direção ao interior do concreto: a concentração perto da superfície é de cinco a dez vezes superior à quantidade necessária

ao nível da armadura fazendo com que o risco de lavagem significativa seja, então, mínimo. Experiências realizadas em amostras retiradas após cinco anos de aplicação do produto numa fachada exposta num edifício em Genebra mostraram um perfil de concentração sem modificações (Pollet et al,1997).

Entretanto, Bertolini et al (2004) relatam testes de campo nos quais uma penetração insuficiente do inibidor foi observada, em condições em que o concreto era muito denso, ou tinha mais de 45 mm de cobrimento. As condições de aplicação devem portanto ser devidamente analisadas.

Os ensaios realizados para verificar a eficácia do produto incluíram ensaios com corpos de prova carbonatados, corroídos e tratados (Alonso et al, 1996); a análise química; a polarização potencioestática com potencial constante; a medida de potencial em corpos de prova com duas camadas de armadura (Rharinaivo, et al, 1997; Rharinaivo, 1996; Schiegg et al, 2000, Chaussadent, 2006); a imersão de armaduras em meios corrosivos (exame visual) (Rharinaivo, et al; 1997; Rharinaivo, 1996); a polarização potencio-dinâmica (Nobel-Pujol, 1999; Schiegg et al, 2000); a medida de taxas de corrosão (Institute …,1999; Schiegg et al, 2000; Ngala et al; 2003).

Com relação à quantidade mínima eficaz, os ensaios em solução têm mostrado uma boa eficácia a partir de uma concentração de 0.01 M. Num concreto normal, esta concentração se traduz por um teor de produto de aproximadamente 0.005% do peso do concreto. Este valor é inferior à sensibilidade da análise e considera-se um valor de 0,05% como valor mínimo, para se ter uma margem de segurança devido às imprecisões de análises e variações de teor em fósforo do próprio concreto. (Chaussadent et al, 2006).

Nas amostras mede-se a profundidade de carbonatação e eventualmente o teor de cloretos. O tratamento é satisfatório se a frente de MFP atinge a frente de carbonatação ou a frente de teor crítico em cloretos (0.05%) em peso do concreto. As zonas deterioradas são em seguida consertadas de maneira clássica e um acabamento de superfície pode ser aplicado, seja uma argamassa fina ou pintura, embora tecnicamente um acabamento não seja necessário, podendo-se deixar o concreto aparente. O produto é também um retardador de pega para concreto e este fato deve ser levado em conta na escolha da argamassa de reparos e acabamento. Os acabamentos de pega acelerada devem ser especialmente evitados (Chaussadent et al, 2006).

No concreto atacado por cloretos, em presença

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do produto, a corrosão do aço é inibida. A presença do produto retarda a penetração de cloretos e o teor de cloretos em presença do produto chega a ser aproximadamente a metade do que ocorre no corpo de prova sem aplicação do produto. (Institute …,1999). Entretanto, Bertolini et al (2004) relatam uma redução da corrosão somente em baixas concentrações de cloreto (2,4% ou menos). No concreto carbonatado, a sua ação difere de acordo com o tipo de íons presentes e com o pH. A eficácia é ótima quando o pH é superior a 11,2 ou quando o íon CO32- está presente.

Em um concreto são, o produto inibe a corrosão provocada pelos cloretos e permite proteger eficazmente o aço, uma vez que retarda de maneira significativa a aparição de ataques por pite. O método que parece indicado para a aplicação é através de ciclos de imersão e secagem, apesar de grandes concentrações e tratamentos longos serem necessários para reduzir a corrosão ativa.

O mecanismo de ação do MFP foi investigado por meio de observação em microscópio de varredura eletrônica; por meio da observação em presença da fenolftaleína; (Raharinaivo et al, 1997; Raharinaivo, 1996); através da espectrometria de massa por íons secundários, (SIMS, perda de massa) (Nobel-Pujol, 1999).

Parece que o produto reage quimicamente com o aço para modificar significativamente o estado da superfície deste: o íon PO3F2 - se decompõe em parte quando penetra no concreto e produz uma inibição cujas características não são ainda muito claras. Esta inibição pode ser do tipo anódica, diminuindo a velocidade de dissolução do metal, mas pode também ser do tipo catódica, reduzindo a difusão e a redução de oxigênio em contato com o aço através de um subproduto do MFP, que é ainda pouco conhecido. A inibição pode também ser do tipo mista (Pollet et al,1997).

Diversos mecanismos de ação foram identificados: reforço do filme de passivação natural pela ativação do oxigênio, filme de fosfatos do ferro, aumento do ph. Análises da superfície da armadura extraídas de amostras de concreto tratadas com MFP têm demonstrado que o filme de óxidos protetores presentes no aço estava reforçado e se tornara mais resistente aos agentes agressivos. Mesmo quando o aço já se encontrava corroído, o MFP pôde tornar o processo de corrosão significativamente mais lento. O produto é também eficaz sobre armaduras aparentes.

Por outro lado, dentro da zona superficial do concreto fortemente impregnado com o MFP, uma pequena parte deste reage com o hidróxido de cálcio oriundo da carbonatação para formar apatitas,

mineral de composição semelhante ao esmalte dentário e assim sendo, particularmente estável e resistente, que tem como propriedade fixar uma parte dos cloretos em sua estrutura química e consolidar esta zona do concreto, sem afetar de maneira significativa a porosidade e as propriedades de transmissão de vapor. A partir de ensaios de resistência à descamação e ensaios em estrutura com 20 a 50 anos, também se observou a formação de apatitas até uma profundidade de 10 mm aproximadamente.

Em suma, a difusão e a redução de oxigênio em contato com o aço são retardadas por um produto ainda pouco conhecido proveniente do MFP. A observação da microestrutura evidenciou ainda a formação de fosfatos de cálcio na matriz do cimento.

Para averiguar a durabilidade do tratamento, foram efetuados ensaios de reatividade álcali-agregado (Service..., 1994); dosagem de fósforo e de cloretos (estabilidade) (Malric, 1996), ensaios de imersão–secagem em água destilada; ionização e cromatografia em fase gasosa (em corpos de prova) (Raharinaivo et al, 1997, Raharinaivo, 1996), fotometria (estabilidade) (Malric, 1997).

Apesar dos ciclos de imersão em água destilada e de secagem ao ar propiciarem a saída o produto contido na argamassa, verificou-se que após três ou quatro anos de impregnação, o íon flouorfosfato continuou estável em estruturas com vinte a cinquenta anos, com exceção da região da superfície (onde houve a formação de apatitas). O fósforo solúvel continha íons de fosfato e de fluorfosfato.

Quando o pH é superior a 12 e o teor de cálcio elevado, o produto hidrolisa e forma fosfatos insolúveis. Estas condições existem no concreto de baixa idade. Neste caso, a quantidade de produto necessária para inibir a corrosão pode ser mais elevada.

Em uma aplicação na ponte do Rocard (Malric, 1996), o produto pôde penetrar a uma profundidade de 60 mm aproximadamente nas amostras. Após dois anos, nenhuma perda significativa foi constatada no teor. Em outra aplicação, na ponte de Javroz, (Malric, 1997) quatro anos após a aplicação, o produto continuava quimicamente estável no concreto antigo, exceto em uma região superficial de 5 mm aproximadamente, na qual uma parte do MFP reagiu para formar apatitas insolúveis.

No que diz respeito a alterações nas outras propriedades do concreto, as variações dimensionais foram as mesmas nas amostras impregnadas e naquelas não impregnadas, mesmo se o produto parece ter um efeito de vedação parcial dos poros (Service..., 1993). A resistência ao fendilhamento

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sofreu uma diminuição pouco significativa (Raharinaivo, 1996); a resistência à compressão não aumentou significativamente após um ano; (Service..., 1994). Houve uma redução de sensibilidade do concreto à descamação, proporcional às taxas de impregnação. (Service...,1993,1994). No ensaio de permeabilidade aos íons cloro, que submete uma tensão de 60 volts às extremidades de corpos de prova impregnados,

verificou-se um aumento sensível de carga. É possível que a presença de íons adicionais resultantes da impregnação seja responsável pelo aumento da carga (Service..., 1993). Quanto à porosidade, a variação foi inexpressiva (Service..., 1993). A presença do MFP também parece retardar a progressão da carbonatação.

EFEITO DO MFP NA CARBONATAÇÃO

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tempo em uma atmosfera enriquecida com CO2 ( 0 a 2 8 dias)

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com MFP

sem MFP

GráficoGráficoGráficoGráfico 1111. Efeito do MFP na Carbonatação Fonte: Spie Batignolles (Information Technique MFP)

3.2 ENSAIOS COM O MCI - MIGRATING CORROSION INHIBITEURS: MÉTODOS E RESULTADOS

O Migrating Corrosion Inhibitor MCI é um

composto orgânico de impregnação desenvolvido pela empresa norte-americana CORTEC, destinado a reduzir a corrosão em todo o tipo de estruturas. Os antecedentes da pesquisa incluem os vapores inibidores de corrosão (VCI), que têm sido aplicados com sucesso em tratamentos para fabricação de metais e embalagens, em indústrias de processamento, em protetores de alta performance e como aditivos em formulações de polímeros e elastômeros. A ação iônica do VCI cria um filme inibidor molecular na superfície do metal.

O MCI 2020 foi desenvolvido a partir do VCI para migrar dentro do concreto até atingir a armadura e exercer uma ação inibidora da corrosão através da formação de um filme.

A aplicação do produto deve, entretanto, ser feita criteriosamente, uma vez que a sua eficácia ao longo do tempo depende de sua

concentração na armadura, da permeabilidade do concreto, do risco de lavagem e da difusão em direção à superfície externa. Assim, para alcançar e manter uma proteção eficaz, ele deve ser utilizado como componente de um sistema racional. Além disso, uma reatividade positiva e a compatibilidade com os outros componentes têm que ser garantidas (Bjegovic et al, 1999).

Os resultados da investigação do produto permitiram identificar diversas características. Assim, a difusão através da porosidade do concreto foi demonstrada por meio de técnicas como a do isótopo radioativo e a de eletrodos seletivos (Eydelnant et al, 1993a, 1993b; Rosignoli et al, 1997).

A técnica do isótopo radioativo consiste em utilizar o tritium (radio-isótopo do hidrogênio) para tornar o MCI radioativo e em seguida determinar a penetração das partículas radioativas. O tritium é uma fonte de radiações β e um excelente substituto para o hidrogênio em moléculas orgânicas. Uma reação é provocada substituindo-se moléculas de hidrogênio por moléculas de Tritium no composto MCI. O produto é então aplicado e, após um tempo determinado, amostras são retiradas a profundidades diversas. Dois tipos de aplicação foram feitas:

Castro, Paiva

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diretamente sobre o concreto ou após remoção da parte deteriorada do concreto, reparo com massa contendo MCI como adição e aplicação do produto sobre o concreto existente.

Observou-se que, quando aplicado diretamente no concreto, o produto foi detectado mais do que 3 cm abaixo da superfície. Quando adicionado à mistura de recomposição do concreto removido, e aplicado sobre o concreto existente, uma alta taxa de difusão também foi observada. Após um dia, o inibidor estava 3 cm abaixo da superfície da aplicação inicial.

A técnica de eletrodos seletivos utiliza experiências que comprovam a aplicabilidade de um eletrodo sensível à amônia para determinação quantitativa de aminas voláteis em soluções aquosas. Uma técnica eletroquímica pode provar que um eletrodo sensível à amônia, ao lado da amônia é também sensível aos componentes da molécula do MCI. Desta forma, medindo-se os potenciais deste eletrodo em soluções contendo MCI, a concentração do produto é estimada com o auxílio de curvas de calibração. Pode-se verificar que a concentração do produto ao nível da armadura, bem como as taxas de difusão são variáveis com o tempo. A concentração 100 ppm estará a cerca de 3 cm da superfície após 1 a 6 anos (valor estimado, mantendo-se uma correlação da penetração com a permeabilidade a gás do concreto). A concentração 100 ppm estará a cerca de 5 cm da superfície após 2 a 9 anos (Eydelnant et al, 1993a; Rosignoli et al, 1997).

A cromatografia em fase gasosa procurou determinar a quantidade de produto absorvida por uma fatia de amostra de argamassa, por meio da análise dos íons de amônia (Laurent, 1999). A natureza migratória do produto foi constatada e as medidas obtidas foram comparadas àquelas referentes à difusão do cloro. As curvas obtidas são bastante próximas, o que sugere que a difusão do produto é semelhante à do cloro. Para que os inibidores

penetrem rapidamente no concreto é, portanto, necessário que sua penetração se faça de uma maneira outra que a simples difusão. Verificou-se ainda que a penetração se faz melhor em produtos de baixa densidade (Bavarian e Reiner, 2002).

A eficácia das moléculas de MCI para proteção de armaduras contra corrosão na presença de cloretos pode ser estabelecida a partir de três indicadores principais, após ataques por cloreto produzidos artificialmente: a medida da corrente de corrosão (lendo-se a voltagem e aplicando-se a lei de OHM obtêm-se a corrente – V=IR), (Bjegovic et al, 1997; Gelner, 1993); a medida do potencial de corrosão com meia pilha de referência de prata–prata (Eydelnant et al, 1993a) e a medida da resistividade elétrica (Bjegovic et al, 1999).

Outra maneira de avaliar a eficácia é a realização de ensaios de polarização potencio-dinâmica, que também foram utilizados em amostras imersas em soluções básicas e neutras, com e sem cloretos (Cortec, 1995; Nobel-Pujol, 1999, Institute…, 1999).

Quando a performance foi monitorada por técnicas eletroquímicas, o produto demonstrou uma capacidade de reduzir a corrosão, seja quando aplicado em corpos de prova (Bavarian e Reiner, 2002), seja quando aplicado in situ.

A eficácia do produto foi ainda monitorada por meio do “cracked beam test” (ensaio de viga trincada). Utilizou-se uma variação do ensaio ASTM G109, que consiste em se preparar corpos de prova em forma de pequenas vigas, trincando-os no centro de flexão após vinte e oito dias de cura. Antes de se retirar a carga que ocasiona as trincas, coloca-se peças plásticas para manter a trinca aberta e pequenos tubos de acrílico são inseridos na trinca para permitir a penetração de uma solução de sal a 3%. Esta penetração é cíclica, intercalando-se cada duas semanas com duas semanas de secagem.

Os resultados obtidos mostraram que o produto aplicado na superfície trinta e seis dias após a moldagem do corpo de prova retardou significativamente o início da corrosão - em mais de duzentos dias - e determinou uma grande redução no aumento da corrente ao longo do tempo (redução > 75%) (Rosignoli et al, 1997).

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CORROSÃO TOTAL

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sem inibidor

MCI 2020

Gráfico 2. Corrosão total

Fonte: Rosignoli et al, 1997

O mecanismo de ação do inibidor foi investigado por meio da espectrometria de massa por íons secundários (SIMS), realizada em amostras de aço, imersas em solução de NaCl, que foram após oito dias examinados pelo SIMS e em seguida pesados, após períodos de um mês, dois meses e três meses (Nobel-Pujol, 1999). O fenômeno de adsorção da molécula orgânica sobre a superfície do aço é provavelmente o responsável pela inibição da corrosão, levando a crer que o inibidor age por adsorção e dessorção. A diferença de meio parece ter pouca influência sobre o mecanismo responsável pela inibição.

Por meio de ensaios in situ de medida de diferença de potencial em uma ponte tratada com o produto e monitorada durante cinco anos, observou-se uma forte tendência à diminuição da probabilidade de corrosão (Eydelnant et al, 1993a).

Alterações produzidas nas outras propriedades do concreto foram investigadas por meio de ensaios que se limitaram a determinar a compatibilidade entre a argamassa e o produto: verificou-se que a resistência à flexão e à compressão, a porosidade e a consistência da argamassa (quando o produto foi utilizado enquanto aditivo) não apresentaram variações significativas (Bjegovic et al, 1997).

3.3 ENSAIOS COM O SIKA FERROGARD: MÉTODOS E RESULTADOS

Sika Ferrogard (901 e 903) é uma

impregnação aquosa para estruturas de concreto armado. O produto foi submetido ao programa de ensaios de inibidores de corrosão

realizado pela Mott Mac Donald (1996). O produto tem basicamente as mesmas

propriedades de utilização que o MFP e do MCI, protegendo contra os efeitos negativos da corrosão por meio da penetração pela superfície, mesmo de concretos densos, e migrando até o aço para inibir a corrosão.

Ele pode ser aplicado na superfície externa do concreto utilizando pistola ou rolo sobre um suporte são e limpo, depois que as degradações visíveis – fissuras, descolamentos – tenham sido reparadas de maneira tradicional. A superfície do concreto deve estar seca antes da utilização do produto para facilitar a adsorção. Ele deve ser aplicado em várias camadas até que haja uma absorção total de 300g/m2 exigindo em geral duas a cinco camadas. No mínimo dois dias após a aplicação, as superfícies tratadas são enxaguadas com água.

Para verificar a penetração do produto em aplicações horizontal, vertical e lateral foram aplicados ensaios de espectrometria de massa com nêutron secundário SNMS (Plasma based SNMS à base de plasma) (Mader, 1996; Burge, 1996). Verificou-se que o produto migra a uma velocidade de 2,5 mm por dia aproximadamente, velocidade esta que diminui em função da profundidade de penetração. A porção orgânica do produto se transporta através da água intersticial do concreto; independente da posição de aplicação – horizontal, vertical ou lateral - a distribuição final do produto é semelhante.

Os ensaios de cromatografia gasosa em amostras impregnada explicitaram a necessidade de separar os componentes orgânicos e inorgânicos para verificar a penetração (Laurent, 1999). Foram aplicados então ensaios com eletrodo seletivo (Laurent, 1999) e dosagens do produto (Institute… 1999), que não conseguiram, entretanto, esclarecer de forma conclusiva os mecanismos de penetração. O elemento

Castro, Paiva

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inibidor parece ser o amino álcool, quando a armadura não foi ainda atingida pela carbonatação (quando a armadura é em zona carbonatada é possível que o componente inorgânico seja inibidor, mas é necessário que se continue a investigação neste sentido). O amino álcool não se liga, ou se liga fracamente com o cimento e permanece dissolvido na solução dos poros. Ele mantém sua mobilidade mesmo em zonas alcalinas do concreto. O transporte por difusão do amino álcool não parece ser muito rápido, portanto a penetração rápida do ingrediente ativo deve se fazer por sucção capilar.

Para averiguar a eficácia do produto, os seguintes ensaios foram realizados: medidas de resistência de polarização em corpos de prova tratados em ambiente marinho; polarização potencio-dinâmicas e potencio-estáticas, cracked beam test (Mader, 1996), testes eletroquímicos, (Mader, 1996; Institute..., 1999; Schiegg et al, 2000) exposição de corpos de prova a ambiente agressivo (Mott Mac Donald,… 1996), diferença de potencial (Institute... 1999; Schiegg et al, 2000).

Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1. Sistema de aquisição de dados e análise de corrosão pela medida da diferença de potencial Fonte: James Instruments (fabricante)

Verificou-se que o produto retarda o início

de corrosão por pite, reduzindo fortemente os riscos deste tipo de corrosão em meio alcalino ou fortemente clorado, quando é aplicado antes dos íons agressivos. As suas propriedades inibidoras foram determinadas em solução, e ele comporta-se bem como inibidor orgânico, impedindo os íons agressivos de atingir o metal. O produto também é eficaz na redução de corrosão em geral em meio neutro. Para os corpos de prova expostos ao ambiente marinho em solução alcalina ou em água do mar artificial, os

resultados mostram que o produto retarda a corrosão.

A investigação dos mecanismos de ação foi feita por meio da imersão de armaduras em soluções salinas com diferentes concentrações para simular a base intersticial do concreto contendo cloretos e posterior investigação por espectrometria XPS (Mader, 1996; Burge, 1996) e espectrometria de massa com íons secundários (SIMS) (Mader, 1996). Amostras impregnadas também foram examinadas no microscópio de varredura eletrônica. Os resultados dos testes demonstraram que o produto, nas condições dos ensaios, forma um filme inibidor contínuo e remove os cloretos da superfície do metal, mesmo em uma solução salina.

As resistências à compressão (Mader, 1996; Burge, 1996) e à tração (Mott Mac Donald, 1996); a porosidade (Burge, 1996; Mott Mac Donald, 1996), a consistência (Mader, 1996), a demanda de água, condutividade da água, a retração e a incorporação de ar (Mader, 1996, Burge, 1996) são características que não se modificam significativamente com a aplicação do produto. A resistência aos ciclos de gelo e degelo melhora ligeiramente e uma pequena diminuição da permeabilidade também foi observada (Burge, 1996; Mott Mac Donald, 1996).

4 CONCLUSOES4 CONCLUSOES4 CONCLUSOES4 CONCLUSOES

Após extensivos ensaios, observou-se que os

produtos migratórios penetram no concreto, atingem a armadura e criam um filme protetor mais eficaz do que o criado pela alcalinidade do concreto. Os produtos conseguem avançar mais profundamente do que a frente de carbonatação ou os cloretos podendo, se aplicados a tempo, impedir o processo de corrosão ou retardar o seu início. Quando aplicados após o início da corrosão, conseguem parar o processo ou diminuir a sua velocidade. Quando aplicados preventivamente, conferem à armadura uma certa imunidade à corrosão. Sua presença reduz a quantidade de cloretos livres aproximadamente à metade. A estabilidade do efeito dos produtos depende do risco de lavagem, mas costuma ser satisfatória, pois esta ocorre principalmente nas camadas superficiais, sem prejudicar o teor das substâncias inibidoras junto às armaduras.

Os produtos migratórios são uma tecnologia recente que já passou e ainda deve passar por uma série de adaptações: já se verificou, por exemplo, que ela é mais eficiente para estruturas com mais de dez anos do que para estruturas novas. A evolução dos estudos se acelera com o aumento gradativo do emprego dos produtos na prática, chegando-se a novas conclusões sobre a sua aplicabilidade.

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Os três produtos inicialmente colocados no mercado já evoluíram significativamente: Assim, o MFP já foi proposto sob a forma de gel, o MFX, para garantir uma melhor penetração (Bertolini et al, 2004); a Cortec já lançou diversas variantes de seu Migrating Corrosion Inhibitor, inicialmente baseado em tecnologia de amino-álcool, tendo evoluído para tecnologia de carboxilato de amina; por outro lado, alguns novos produtos foram lançados no mercado por outros fabricantes. O seu emprego é promissor; porém, ele deve ser feito tomando-se uma série de cuidados: apesar dos extensivos ensaios a que estes produtos têm sido submetidos, efeitos secundários são passíveis de aparecer no longo prazo.

Além disso, os produtos têm sido estudados de maneira diferente pelos fabricantes ou laboratórios e os relatórios descrevem a investigação com níveis diferentes de detalhamento, o que dificulta as comparações: o MFP foi analisado na Europa e no Canadá, por diversos laboratórios e existe documentação detalhada e abundante descrevendo os ensaios. O MCI foi estudado principalmente nos Estados Unidos, na Rússia e na Croácia, e os parâmetros dos ensaios não estão sempre disponíveis para análise. O Ferrogard foi mais ensaiado nos Estados Unidos, Suíça e Alemanha, mas os relatórios examinados para a redação deste artigo são bastante sumários. Algumas características foram testadas e confirmadas em várias ocasiões, outras permanecem em nível de hipótese. A eficácia dos testes aplicados na investigação ainda não foi estabelecida de forma objetiva e o segredo em torno da fórmula químicas de composição de alguns produtos faz com que os dados de determinados testes sejam descritos de forma incompleta ou sem indicação de quantitativos para sua eficácia. Há ainda outras razões para essa falta de informação: por exemplo, a reprodutibilidade do método não é confiável o suficiente. No entanto, ela deve melhorar com a experiência e os protocolos dos métodos poderão, neste momento, ser estabelecidos com maior aceitação.

O fato de grandes nomes da indústria mundial (Spie Batignolles, Cortec, Sika) e autoridades acadêmicas indiscutíveis do campo da corrosão se dedicarem a esse estudo dá aos inibidores migratórios uma enorme

credibilidade e deixa entrever a possibilidade de sua aplicação em grande escala no futuro, surgindo como uma solução barata e eficaz contra os efeitos da corrosão em determinadas situações.

Pesquisas continuam a ser desenvolvidas e espera-se que quando um prazo inicial de insegurança quanto a efeitos colaterais tenha decorrido, os produtos passem a ter ampla aceitação no mercado.

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