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Departamento de Química
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA NA RPPN BOA ESPERANÇA- TINGUÁ,
RJ
Aluno: Larissa de Souza Pinto Nogueira
Orientador: Angela de Luca Rebello Wagener
Co-Orientadora: Adriana Haddad Nudi
1.1 Introdução
O crescimento da população mundial estimula o aumento das atividades industria is,
comerciais e agropecuárias, e o desenvolvimento dessas atividades, de forma não sustentáve l,
contribui para a contaminação dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos em decorrência
do lançamento de rejeitos contendo metais, matérias orgânicas, fertilizantes, pesticidas, óleos,
percolados tóxicos de lixões, entre outros. Consequentemente, além da escassez, a sociedade
mundial está se deparando com a queda da qualidade das águas em taxas muito acentuadas
(SARAIVA et. al, 2009).
De acordo com a Resolução nº 357 de 2005 do CONAMA (Conselho Nacional Meio
Ambiente) quanto às diretrizes ambientais acerca dos corpos d’água, uma série de
considerações presentes nesta resolução são de suma importância para assegurarem a qualidade
da água, mesmo que para diferentes destinações. A exemplo, do que está previsto pela
Legislação: “CONSIDERANDO que a água integra as preocupações do desenvolvimento
sustentável, baseado nos princípios da função ecológica da propriedade, da prevenção, da
precaução, do poluidor-pagador, do usuário-pagador e da integração, bem como no
reconhecimento de valor intrínseco à natureza”. Assim, os corpos d'água sofrem todos os
impactos das atividades antropogênicas ao longo da bacia, da qual recebem materia is,
sedimento e poluentes, refletindo os usos e ocupação do solo nas áreas vizinhas (TUNDISI &
SHASKRABA, 1999).
A avaliação da qualidade da água pode ser realizada caracterizando determinados
parâmetros como: oxigênio dissolvido, coliformes termotolerantes, pH, demanda bioquímica
de oxigênio (DBO), temperatura da água, turbidez, resíduo total, nitrogênio total e fósforo total
(ANA_Agência Nacional de Águas, 2009). Sendo esses dois últimos, nutrientes de extrema
importância para esta avaliação, uma vez que, muitos compostos químicos presentes nos corpos
d’água possuem estes elementos em suas composições. Em paralelo às análises químicas, é
possível determinar qualitativamente o estado de conservação de ecossistemas que contém
corpos d’água, utilizando-se, por exemplo, o Protocolo de Avaliação Rápida de Rios-PAR
(CALLISTO et al., 2002; Bizzo et al., 2014) que é uma destas ferramentas pois realizam uma
análise integrada dos ecossistemas loticos por meio de uma metodologia de fácil aplicação, que
através de uma inspeção visual da área captam as caracteristicas do habitat para a valoração do
grau de impacto medido em escores pré-estabelecidos, determinando a qualidade ambienta l,
auxiliando no monitoramento ambiental de cursos hídricos a partir de informações coletadas no
local, gerando assim um diagnóstico, de forma rápida, do meio em que se encontra o rio.
Mesmo com alguns parâmetros pré-determinados que são utilizados para avaliação da
qualidade da água, há uma série de outros estudos que devem ser realizados no âmbito de
caracterização de corpos d’água acerca da presença de metais pesados, hidrocarbonetos
policíclicos aromáticos (HPAs) e pesticidas, por exemplo.
Na avaliação ambiental, além da utilização de ferramentas químicas, o uso de
bioincadores como ferramentas biologicas têm sido frequentemente empregados, pois tendem
a ser bem sensiveis e reacionarem, seja de forma comportamental ou a nivel fisiológico, os
possíveis efeitos de compostos e substâncias contaminantes disponíveis no ambiente e que
podem afetar a saúde ambiental ecossistêmica. Entre estes bioindicadores estão as minhocas,
organismos fáceis de visualizar e coletar, e segundo Brown e Dominguez (2010), são sensive is
e reagem a mudanças induzidas por atividades antropicas e naturais ao solo e sua cobertura
vegetal. Portanto, elas podem dar noções do estado atual dos ecossistemas e de mudanças
induzidas aos mesmos, por forças internas e externas (bioticas e abioticas) através do tempo.
As minhocas estão entre os organismos edáficos mais importantes para vários processos
considerados criticos para a manutenção da fertilidade e qualidade dos solos de
agroecossistemas e ecossistemas naturais (LAVELLE et al. 2001). Dentre os organismos de
solo, elas compreendem de 40% a 90% da biomassa de macrofauna da maioria dos ecossistemas
tropicais (FRAGOSO et al. 1999).
Ecotoxicologia é a ciência que estuda efeitos das substâncias naturais ou sintéticas sobre
organismos vivos, populações e comunidades, animais ou vegetais, terrestres ou aquáticos, que
constituem a biosfera, incluindo assim a interação das substâncias com o meio nos quais os
organismos vivem num contexto integrado (PLAA, 1982).
Biomarcadores são definidos como qualquer resposta a um contaminante ambiental ao
nível individual, medidos no organismo ou matriz biológica, indicando um desvio do status
normal que não pode ser detectado no organismo intacto. Ou seja, são medidas de fluidos
corporais, células, tecidos ou medidas realizadas sobre o organismo completo, que indicam, em
termos bioquímicos, celulares, fisiológicos, compartimentais ou energéticos, a presença de
substâncias contaminantes ou a magnitude da resposta do organismo alvo (LIVINGSTONE,
1993).
A PUC-Rio recebeu como doação em 2011 uma área de conservação ambienta l
denominada como Campus-Tinguá, que é uma Reserva Particular do Patrimônio Natural
(RPPN-Tinguá) inserida no Município de Nova Iguaçu no estado do Rio de Janeiro e faz parte
da URG Tinguá (Unidade Regional de Governo), que é composta por outros cinco bairros
(Tinguá, Montevidéu, Adrianópolis, Rio d'Ouro e Jaceruba). Atualmente diversos estudos em
Ecologia, Conservação, Química Ambiental, Geoambientais, dentre outros, e principalmente
de Educação Ambiental são desenvolvidos na área.
A paisagem de Tinguá reflete seus ciclos econômicos e suas resultantes ambienta is
expressas na composição de suas florestas e das áreas que hoje constituem o sistema de espaços
livres de ocupação: pastagens, campos antrópicos, matas degradadas e margens de rios
ocupadas. As propriedades rurais predominam na região e o número de habitantes é bem
inferior comparado ao centro de N. Iguaçu, mas uma ocupação menos densa também acarreta
transformações. Uma importante Reserva Biológica está instalada no local e segundo dados do
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a ReBio preserva em seu
interior um grande número de nascentes que formam as principais bacias hidrográficas do
estado do Rio de Janeiro. A unidade é de vital importância para a conservação dos manancia is
responsáveis pelo abastecimento de parte do estado, em especial de quase 80% da Baixada
Fluminense, com benefício direto para a população que utiliza este recurso.
Os objetivos do presente estudo foram avaliar a qualidade ambiental de diferentes
trechos do corpo d’água do Rio Boa Esperança, que corta a Reserva Particular do Patrimônio
Natural (RPPN PUC-Rio), através de análises de compostos orgânicos e inorgânicos e aplicar
o Protocolo de Avaliação rápida de Rios (PAR), entendendo os possíveis impactos das
atividades agrícolas e antrópicas na região mediante o contexto socioambiental do local, além
de introduzir o uso de bioindicadores como ferramenta de avaliação ambiental na área.
1.2 Fundamentos Teóricos
1.2.1 Pesticidas
Pesticidas são comumente utilizados no Brasil e muitas vezes em quantidades
exacerbadas. Dentre os empregados na agricultura destacam-se os herbicidas, que
correspondem à maior parcela comercializada mundialmente (UETA et al., 2001). Os
herbicidas são agentes biológicos ou substâncias químicas que agem matando ou suprimindo o
desenvolvimento de espécies daninhas (ROMAN et al., 2007). O problema é que muitas destas
moléculas têm grande probabilidade de contaminar os recursos hídricos, graças a característ ica s
como alto potencial de deslocamento no perfil do solo (lixiviação), elevada persistência no solo,
baixa a moderada solubilidade em água. (ALMEIDA et al., 2006; SILVA et al., 2006). Os
pesticidas podem ser carregados para dentro de rios através do runoff, podem ser absorvidos
por plantas e animais presentes no solo e entrar na cadeia alimentar, podem ser volatilizados na
atmosfera, entre outros destinos (BRADY e WELL, 2003).
O ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D) é amplamente utilizado como herbicida e
controlador de crescimento de espécies vegetativas em mais de 1500 produtos e em algumas
formulações de herbicidas no Brasil e no exterior (AMARANTE JR et al, 2002).
1.2.2 Esteróis
Os esterois são amplamente utilizados, desde a década de 1960, como marcadores
moleculares no estudo da origem e transformações da matéria organica no ambiente. A poluição
por esgotos domésticos no ambiente aquático é o principal tipo de poluição avaliada através do
mapeamento dos esterois, valendo-se das vantagens de boa especificidade e do elevado tempo
de meia-vida nos sedimentos anaerobicos, da ordem de décadas (TAKADA & EGANHOUSE,
1998). O coprostanol (5β-colestan-3β-ol), é o esterol de origem fecal, formado pela
hidrogenação do colesterol em organismos de sangue quente, mais utilizado como traçador da
contaminação por efluentes domésticos no ambiente (CORDEIRO, 2006). Além de
O lançamento de esgotos domésticos, com ou sem tratamento prévio, em ambientes
aquáticos afeta a qualidade da água do sistema receptor, provocando redução do oxigenio
dissolvido, aumento da turbidez, mudanças do pH, entre outros efeitos, e tem reflexos sobre a
manutenção das condições ideais para a sobrevivencia dos organismos e sobre a saude humana
(CARREIRA et al, 2001).
1.2.3 Hidrocarbonetos
A contaminação por hidrocarbonetos petrolíferos perfaz um dos enfoques mais
debatidos, visto o crescente conhecimento cientifico acerca dos prejuizos à saude humana e ao
meio ambiente decorrentes de compostos comumente utilizados na sociedade moderna, tais
como aqueles do grupo BTEX (benzeno, tolueno, etil-benzeno e xileno), os hidrocarbonetos
policíclicos aromáticos (HPAs), as bifenilas policloradas (PCB), metais, compostos organicos
voláteis (COV) dentre outros (ESTEVES, 2012).
Os HPAs são compostos organicos, formados por 2 ou mais anéis benzênicos,
amplamente distribuidos no meio ambiente e além de muito estáveis, altamente persistentes.
São considerados lipofilicos (possuem tendência em se acumularem nos compartimentos
gordurosos dos organismos) e potencialmente toxicos para a biota (AAS et al., 2001).
Segundo Tiburtius et al (2004) e Corseuil e Alvarez (1996), o maior problema da
contaminação por gasolina está relacionada aos BTEX que são os hidrocarbonetos voláteis
monoaromáticos. Os hidrocarbonetos aromáticos são geralmente mais toxicos que os
compostos alifáticos com o mesmo numero de carbonos e possuem maior mobilidade e
solubilidade em água, caracteristica que pode ser representada significativamente pelo menor
coeficiente de partição octanol-água. Um menor coeficiente de partição implica em uma lenta
absorção no solo e um transporte preferencial via água. Sua deposição no ambiente também
pode ser via material particulado atmosférico.
1.2.4 Espécie bioindicadora
As minhocas são importantes organismos do solo, que pertencem ao Domínio Eukarya,
Reino Animália, Filo Annelida, Classe Clitellata, Subclasse Oligochaeta (RUPPERT et al.,
2005; MADIGAN et al., 2010).
Segundo Brusca e Brusca (2007) e Ruppert e Barnes (1996), a subclasse Oligochae ta
contém cerca de 6800 espécies, e compreende o grupo terrestre das minhocas, embora existam
muitos em ambientes dulcícolas e poucos representantes marinhos. Os oligoquetas aproximam-
se dos poliquetas em tamanho. Acredita-se que os oligoquetas evoluíram diretamente dos
anelídeos marinhos ancestrais e escavadores. Os primeiros organismos deste grupo eram,
provavelmente, escavadores de sedimentos de água doce.
No Brasil são conhecidas 315 espécies (descritas), destas 269 são nativas (85%) e 46
são exoticas (15%), ou seja, espécies introduzidas e geralmente relacionadas a ambientes
antropizados (BROWN & JAMES, 2007).
Nos solos tropicais a identificação das espécies de minhocas é muito complexa e a alta
abundância da espécie invasora Pontoscolex corethrurus (Muller, 1857), nativa do Planalto
Guianense, pode indicar uma degradação severa do solo (CHAUVEL et al. 1999).
A P. corethrurus ou minhoca-mansa como é conhecida regionalmente, é uma espécie
peregrina da familia Glossoscolecidae, nativa da região neotropical. E predominante nos solos
brasileiros, ou seja, amplamente distribuida, geofaga e se destaca como indicadores de
perturbação (BROWN et al., 2006). Pode ser encontrada nos mais variados tipos de solos,
normalmente nas camadas superiores, até 30 centimetros de profundidade, habitando desde
solos arenosos a solos argilosos de terra vermelha ou preta bem como, em lugares muito umidos
tais como pantanos, e solos secos de topos de morros (Vannucci, 1953).
As minhocas da espécie Pontoscolex corethrurus apresentam uma proeminencia na
parte dorsal proxima a região caudal. O comprimento varia entre 7 a 10 cm, o diametro entre 3
a 4 mm e a biomassa de um adulto pode estar entre 0, 6 a 3,5 g (LAVELLE et al., 1987).
2. Área de estudo
O local de pesquisa é no entorno da RPPN da PUC Rio (22°35'27.37"S/43°24'20.67"O),
no bairro de Tinguá em Nova Iguaçu (Fig. 4.1.1 e Fig. 4.1.2) e se estende ao longo do rio Boa
Esperança.
Os rios que nascem na região da Reserva Biológica do Tinguá abrangem a bacia da Baía
de Guanabara, das lagoas metropolitanas, a Baía de Sepetiba, a bacia do Rio Paraíba do Sul e
zonas costeiras adjacentes.
Segundo dados contidos em uma cartilha confeccionada pelo IBAMA em 2005 sobre a
ReBio Tinguá, os mananciais denominados Serra Velha, Boa Esperança e Bacurubu, que
nascem na reserva contribuem até hoje para o abastecimento de água para boa parte da Baixada
Fluminense e o nucleo urbano do Tinguá cresce também em Duque de Caxias, na margem
esquerda dos Rios Boa Esperança e Tinguá, solicitando entendimentos entre as municipalidades
para uma gestão uniforme da área. O rio Boa Esperança é um afluente do rio Tinguá e possui
8,5 km de extensão, nascendo na Serra do Couto
Foram observados muitos sítios de lazer no local, os quais oferecem vários tipos de
atividades de recreação, principalmente parques aquáticos e por conta disso um dos pontos de
amostragem se situa bem próximo a um desses sítios. Segundo informações colhidas com
moradores da região, principalmente em finais de semana e no verão em época de férias, há
congestionamento e sobrecarga das vias urbanas, que são estreitas e não asfaltadas, devido ao
grande fluxo de excursionistas e de carros que trazem veranistas e a geração e acumulo de lixo
aumentam, além de sobrecargas do sistema de esgoto sanitário, quando existente, pois durante
as coletas, observaram-se em alguns locais, saídas de esgoto a céu aberto, diretamente no rio.
Segundo o IBAMA (2005), não há um controle sistemático dessas atividades e supõe-se que
estejam, em geral, longe de um padrão sustentável.
Figura 2.1: Mapa localizando o Município de Nova Iguaçu no Estado do Rio de Janeiro
Figura 2.2: Unidade Regional de Governo Tinguá em Nova Iguaçu-RJ (nº 68 no mapa)*.
*
3. Metodologia
3.1 Pontos de coleta e desenho amostral
Primeiramente foi realizada uma pesquisa de campo para a elaboração de um desenho
amostral, de modo a avaliar possíveis impactos oriundos das atividades locais (hoteleira e
agropecuária). Foram definidos cinco pontos de coleta ao longo do Rio Boa Esperança (Fig.
3.1.1) que passa por várias propriedades, sendo o primeiro ponto dentro da Reserva Biológica
de Tinguá (P1); o segundo foi sob uma ponte onde havia trânsito de pessoas, veículos e casa de
eventos- Sitio Seeamee (P2). O ponto três (P3) foi na fazenda do Senhor Mario, onde há uma
plantação de goiaba (área adjacente ao Campus da PUC); o ponto 4 é o localizado na própria
RPPN – PUC-Rio (P4) (Fig.3.1.2) e o cinco, localizado na área urbana de Tinguá (P5)
(Fig.3.1.3).
Figura 3.1.1: Pontos de coleta da área de estudo ao longo do rio Boa Esperança
e D) P4.
Figura 3.1.2: Pontos de coleta da área de estudo ao longo do rio Boa Esperança: A, P1; B, P2; C,
P3 e D, P4.
A B
C D
Figura 3.1.3: Ponto 5 na área urbana, evidenciando as moradias próximas às margens do rio,
saídas de esgoto diretamente no corpo d’ água e muito lixo no local.
Duas campanhas foram realizadas, a primeira em Julho de 2015 (C1) e a segunda em
Fevereiro de 2016 (C2) para comparação entre períodos seco e úmido. No local foram
realizadas as amostragens de água e sedimento, nas duas campanhas, além das informações
contidas no formulário PAR. Na primeira campanha, foram coletadas também algumas
amostras de peixes nos cinco pontos, mas como as espécies e n-amostral não foram suficientes
para obtenção das massas mínimas para as determinações químicas, na segunda campanha,
optou-se em utilizar minhocas como bioindicadores da condição ambiental local.
3.2. Aplicação do protocolo de Avaliação Rápida de Rios (PAR)
Objetivou-se uma abordagem qualitativa da área com a aplicação do questionário PAR,
aplicando 22 itens preconizados pelo protocolo em cada ponto do rio (Anexo 1). Os resultados
foram tabelados e quantificados, atribuindo notas e diagnosticando as áreas de acordo com as
notas geradas e descritas por Callisto et al. (2002).
3.3 Parâmetros físico-químicos
A coleta das amostras para determinação dos parâmetros físico-químicos: oxigênio
dissolvido (OD), pH, temperatura da água, turbidez, resíduo total, nitrogênio total e fósforo
total, seguiu o protocolo estabelecido pelo Laboratório de Caracterização de Águas
(LABAGUAS-PUC-Rio).
Para OD foram utilizados frascos de 300 mL com tampa esmerilhada e, ainda no local
de amostragem, após a coleta da água, adicionaram-se reagentes R1 e R2, (sulfato de manganês
e iodeto alcalino de potássio, respectivamente) na sequência para a fixação de oxigênio. O
conteúdo foi misturado por agitação, e após a sedimentação do precipitado formado (de cor
marron), acidificaram-se as amostras com ácido sulfúrico concentrado (R3), tornando-as mais
estáveis e posteriormente seguindo com a etapa de titulação com tiossulfato de sódio no
laboratório. Para os demais parâmetros, foram coletados dois frascos de material específico,
fornecido pelo LABAGUAS. Todas as amostras foram mantidas sob refrigeração até a chegada
à PUC.
3.4 Determinação de 2,4 D em amostras de água
Foram utilizadas garrafas de vidro âmbar de 1L previamente descontaminadas. Todas
as amostras foram mantidas sob refrigeração até a chegada à PUC.
A metodologia utilizada para a determinação de 2,4-D em água foi baseada na descrita
por Hamann (1987). As amostras de água foram extraídas em funis de separação de 2 L,
utilizando-se 100 ml de MeCl2, seguida de agitação dos funis por 10 minutos e repouso de 3
minutos, recolhendo a fase orgânica em um balão de vidro. Esse processo foi repetido por mais
duas vezes, porém, adicionando 50 mL de MeCl2, diferentemente da primeira vez (Figura
5.4.1). Antes da extração, as amostras foram acidificadas com ácido fosfórico até atingir pH 2.
O extrato final foi reduzido a 1 mL no sistema Turbo Vap II (Caliper Life Sciences), sob fluxo
de N2 e o solvente final foi trocado para metanol.
A quantificação foi realizada por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC),
utilizando uma fase móvel composta de metanol e água (75:25). Uma curva de calibração foi
confeccionada, composta por 8 concentrações, como segue: 3,13; 6,25; 12,50; 25,00; 50,00;
100,00; 250,00 e 500,00 ng mL-1. Uma correlação linear (R2 >0,90) foi obtida para as curvas.
Os parâmetros programados no instrumento foram 1.000 mL/minuto o fluxo da bomba, com
pressão média de 8.7 Mpa, modo isocrático, comprimento de onda de 280 nm e volume de
injeção de 20 μl. Apos a injeção de cada amostra, um branco de metanol puro era injetado no
aparelho para que não ocorresse nenhum resíduo de amostras anteriores, que pudessem
interferir no resultado.
3.5 Determinacao de hidrocarbonetos e esteróis em água
Foram coletadas 3 garrafas de 1 L (vidro âmbar, previamente descontaminadas) de água
do rio em cada ponto de amostragem. Todas as amostras foram mantidas sob refrigeração até a
chegada à PUC.
As amostras de água foram acondicionadas em geladeira até início do processo de
extração dos hidrocarbonetos, quando esta foi retirada com antecedência para que ficasse em
temperatura ambiente. Antes da extração foi adicionado 100 mL de MeCl2 à amostra, além dos
padrões subrogados de F1 e F2, para análise de hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos. A
adição destes padrões tem como objetivo o acompanhamento do desempenho da metodologia
empregada, que é considerada adequada caso a recuperação situe-se na faixa entre 40 e 125%.
(SAUER &BOEHM, 1995).
A metodologia utilizada na determinação de hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos
descrita acima é baseada no método EPA 8015C e EPA 8270C, respectivamente.
A quantificação da fração de hidrocarbonetos alifáticos foi obtida por cromatografia
gasosa com detector de ionização por chama (CG/DIC), segundo o método EPA-8015B. Os
alifáticos totais representam o somatório de compostos resolvidos e não- resolvidos pela
metodologia utilizada. Os alifáticos resolvidos incluem os n-alcanos individuais e outros picos
identificados no cromatograma.
Para a determinação de F3, as amostras passaram por um processo de derivatização
antes da injeção no (CG/EM), utilizando-se equipamentos da Thermo Finnigan® (cromatógra fo
modelo Trace e espectrômetro de massas modelo GCQ Plus).
A fração dos esteróis foi levada completamente à secura sob fluxo de nitrogênio.
Adicionou-se às amostras 200 µL de acetonitrila e 200 µL do reagente derivatizante BSTFA
(N,O-bis(trimetillsilil)trifluoroacetamida), os vials foram tampados e cobertos por teflon, em
seguida as amostras foram homogeneizadas e aquecidas por 30 minutos à 85 °C, aliviando a
pressão das tampas. As amostras foram secas novamente à 50 °C, sob o fluxo de Nz . Após esses
processos e despois do esfriamentos das amostras, adicionou-se 500 μL de MeCl2 e 25 μL do
padrão interno (colestano, C27H48 -5α-colestan) para a quantificação no cromatógrafo.
3.6 BTEX
Foram coletadas amostras de água em triplicata para cada ponto, totalizando 15
amostras. Foram utilizados vials especificos de 40 mL, previamente acidificados com HCl e a
temperatura foi mantida entre 2 a 6 °C, para minimizar o potencial de volatilização ou
biodegradação da amostra. As amostras foram analisadas por GCPID (Cromatografia Gasosa
com detector de fotoionização) da Thermo Finigan.
3.8 Coleta de minhocas e determinação de hidrocarbonetos e esteróis
3.8.1 Amostragem
As amostragens foram realizadas através de busca ativa com a cavação de buracos
aleatorios, porém bem próximo das áreas estabelecidas como pontos, nas margens dos rios.
Objetivou-se obter o maior numero de espécimes possiveis para identificação e realização das
análises químicas, acerca da contaminação por hidrocarbonetos e esteróis. Alguns dos
organismos encontrados foram fixados em álcool 70% para posterior identificação.
3.8.2 Identificação dos espécimes coletados
A identificação ocorreu a partir de artigos científicos como base, limitando-se às
espécies que possivelmente ocorressem em áreas similares ao presente estudo e apresentassem
características parecidas para uma comparação (Figura 5.8.2.1).
Mediante a esses fatores concluiu-se que os espécimes coletados são da espécie
Pontoscolex corethrurus cf.
Figura 3.8.2.1: A) espécime coletado, B) espécime coletado e C) imagem de retirada Pontoscolex corethrurus
do BOLD SYSTEMS
A B C
3.8.3 Extração de hidrocarbonetos e esteróis na biota
A extração dos hidrocarbonetos a partir das amostras de tecido foi realizada seguindo o
método EPA-3540C com modificações. As amostras foram acondicionadas em potes de vidros
descontaminados e congeladas a -80ºC e posteriormente, submetidas aos processos de extração,
clean-up e fracionamento, para a então análise dos compostos por cromatografia em fase gasosa
(GCMS), através da quantificação baseada na padronização interna.
4. Parâmetros estatísticos utilizados
Para análise estatística utilizou-se o programa estatístico BIOESTAT 5.0 (Ayres et al.
2007), aplicando o teste estatístico de Shapiro–Wilk para verificar normalidade dos dados e
Teste T para averiguar diferenças significativas e realizar a comparação entre os pontos
analisados em cada campanha (comparação entre as áreas P1, P2, P3, P4 e P5) e ainda, comparação
entre a sazonalidade das estações (campanhas C1 e C2).
5. Resultados e discussão
5.1 PAR
Com relação ao Protocolo de Avaliação Rápida de Rios (PAR) que foca a diversidade
dos pontos analisados, as áreas avaliadas apresentaram a seguinte classificação, de acordo com
os parâmetros observados e somados, a pontuação pré-determinada por Callisto et al. (2002),
segue a seguinte classificação: 0 a 40: “áreas consideradas impactadas”, de 41 a 60: “áreas
alteradas” e de 61 a 100: “áreas naturais”, diagnosticando cada área amostrada (Tabela 5.1.1).
Tabela 5.1.1: Diagnóstico para cada ponto de coleta de acordo com cada pontuação atribuída.
PONTOS DE COLETA
Coleta 1 Coleta 2
S O PONTUAÇÕES DIAGNÓSTICO PONTUAÇÕES DIAGNÓSTICO
1 (Controle) -
22.57889 -
43.39361 88 Área natural 87 Área natural 2 (Ponte depois do
hotel) -
22.58556 -
43.40139 44 Área alterada 59 Área alterada 3 Fazenda Sr. Mario
(Adjacente RPPN PUC-Rio)
-22.58778
-43.40306 61 Área natural 63 Área natural
4 (RPPN PUC) -
22.58833 -
43.40722 52 Área alterada 62 Área natural
5 (Cidade) -
22.59250 -
43.41417 28 Área
impactada 36 Área impactada
Dentre os resultados obtidos, percebem-se claramente várias diferenças entre os pontos
coletados mediante as características abordadas pelo PAR, principalmente entre o ponto 1,
utilizado como controle (dentro de uma mata densa) e o P5, localizado na parte mais urbana do
bairro. O P1, diagnosticado como área natural, está localizado dentro da Reserva Biológica do
Tinguá e pôde-se observar uma cobertura vegetal maior no leito, a água bem transparente, sem
odor e o único sem alterações antrópicas, de acordo com o preconizado no questionário PAR.
O ponto 5 apresenta moradias nas adjacências do rio, o despejo de lixo e esgoto doméstico (14
pontos de lançamento no trecho amostrado, além disto, a retirada parcial de vegetação aquática
influenciou bastante nos parâmetros avaliados, sendo assim o diagnóstico desta área foi tido
como “impactado”, desta forma, os pontos receberam as maiores e menores pontuações,
respectivamente.
Ressalva-se que embora o ponto 3 tenha sido classificado como natural, sua pontuação
foi limite ao estabelecido como área alterada, na primeira coleta. Visualmente a densidade de
vegetação no entorno deste ponto era menor que da área controle e o tipo também, pois não se
trata de uma área de floresta e sim uma propriedade agrícola e a largura do rio neste ponto
também era inferior ao P1 (3,50m e 1,80m, respectivamente).
Em todos os pontos amostrados as extensões de rápidos não foram tão expressivas na
C1, quanto na C2. Na C1, estes rápidos eram mais acentuados apenas no P1. Em comparação
ao P1 e com relação ao que se estabelece no protocolo, o P2 apresentou uma disponibilidade de
habitats insuficiente e isto implica diretamente na diversidade de espécies presentes no trecho,
e o P5 recebeu uma pontuação ainda menor, apresentando menos de 10% de habitats
diversificados. Não foi observado nenhum peixe no período em que a coleta de água e solo foi
realizada neste trecho, diferentemente dos outros pontos, nos quais observou-se alguns
espécimes de peixes e outros animais, porém a quantidade também variou, sendo o P1,
aparentemente mais abundante, porém uma amostragem mais detalhada e específica poderia
ser conduzida, com o intuito de corroborar essas observações rapidamente pontuadas. Na C1,
nos pontos 2, 4 e principalmente 5 havia um odor característico de esgoto tanto na água, quanto
no sedimento, porém, já na C2, esta característica não está tão evidenciada quanto antes, sendo
que apenas no P5 esse odor se mostrou presente. Ressalta-se que a segunda coleta foi realizada
após uma grande chuva, que além de ter aumentado a profundidade do rio, aumentou também
a frequência de rápidos do mesmo.
No P2, observou-se um bambuzal extenso na margem do rio, bananeiras e outras
espécies exóticas. O P1 apresentava uma grande diversidade em relação à vegetação ripária,
grande parte nativa, porém existiam algumas espécies exóticas, assim como no entorno do rio,
principalmente por se tratar de um trecho localizado dentro de uma mata de vegetação densa.
Nos outros trechos, observou-se alguns pontos de desflorestamento e uma clara redução da
vegetação ripária em relação ao P1, sendo que no P5, essas características estavam muito mais
acentuadas. Muitas espécies vegetais exóticas foram observadas nas margens dos diferentes
trechos avaliados e o impacto das atividades antrópicas era perceptível nos outros pontos.
5.2 Parâmetros físico-químicos
Os anexos 2 e 3 apresentam o resumo dos resultados dos parâmetros físicos e físico-
químicos obtidos nos cinco pontos estudados em ambas as campanhas. Os resultados foram
comparados ao Valor Máximo Permitido (VMP) de cada órgão balizador nacional, como a RDC
nº 274 de 2005, aplicável para águas minerais passíveis de serem engarrafadas da Resolução da
Agência da Vigilância Sanitária, Portaria nº 2914 de 2011 do Ministério da Saúde e a Resolução
nº 396 de 2008 do CONAMA. De um modo geral, os resultados destes parâmetros apresentam
a área com ausência de influências antropogênicas, com exceções. Alguns pontos (P2/C2,
P3/C2, P4/C1/C2 e P5/C2) mostraram valores acima dos limites estabelecidos pela portaria
2914 MS para a cor aparente e turbidez. Quanto aos parâmetros e ensaios físico-químicos, como
cátions (Na, K, Ca e Mg) pela cromatografia de íons, todas as amostras ficaram abaixo dos
limites preconizados pelos mesmos.
No intuito de qualificar o corpo d’água através dos parametros estabelecidos, criam-se
índices, que também podem ser empregados como importantes ferramentas na avaliação
ambiental., uma vez que, o Índice de Qualidade das Águas (IQA) reflete a interferência dos
esgotos domésticos e outros materiais orgânicos, nutrientes e sólidos na qualidade da água.
Segundo a ANA (2015), o IQA foi criado em 1970, nos Estados Unidos, pela National
Sanitation Foundation e a partir de 1975 começou a ser utilizado pela CETESB (Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo). Nas décadas seguintes, outros Estados brasileiros adotaram
o IQA, que hoje é o principal índice de qualidade da água utilizado no país, com algumas
adaptações. Significa uma espécie de nota atribuída à qualidade da água, podendo variar entre
zero e cem (Tabela 5.2.1)
A criação se baseou numa pesquisa de opinião feita entre 142 especialistas, os quais
indicaram os parâmetros que deveriam ser medidos, bem como sua importância relativa. Dos
35 parâmetros indicados inicialmente, nove parâmetros (preconizados pela ANA), com seus
respectivos pesos (w), que foram fixados em função da sua importância para a conforma ção
global da qualidade da água (anexo 4). E foi aplicado aos resultados obtidos no presente estudo
para diagnosticar os trechos selecionados do rio Boa Esperança (Tabela 5.2.2), também
adaptado do IQA da ANA, utilizando apenas sete dos parâmetros preconizados (oxigênio
dissolvido, pH, temperatura, fosfato total, nitrato, turbidez e sólidos totais), pois o laboratório
não realiza análises de DBO e coliformes fecais. O IQA foi estabelecido apenas com os dados
da C1, pois na C2 os resultados para OD não foram bem estabelecidos.
Alguns resultados se correlacionaram qualitativamente com os resultados obtidos no
questionário PAR, pois de um modo geral, os valores obtidos para os pontos 1, 3, 2, 4 e 5
apresentaram com raras exceções, um gradiente crescente dos parâmetros avaliados, ou seja,
em relação ao P1, considerado “área natural”, segundo o PAR e escolhido como área controle
no estudo, apresentou a maior nota no IQA, porém este índice diagnostica apenas acerca da
qualidade da água, enquanto no PAR, a questão socioambiental também é preconizada,
demonstrando assim as diferenças no diagnóstico de alguns dos outros pontos, por exemplo, o
P5, considerado “área impactada”, de acordo com o PAR e foi a área mais problematizada em
relação ao uso e ocupação do solo (quanto a lançamento de esgoto de domestico, margens
ocupadas, lixo nas margens e no rio), dentre os pontos analisados, mas em relação apenas aos
parâmetros do IQA, a área é diagnosticada como excelente. Sendo assim, salienta-se a
importância de integrar as duas ferramentas, originando um diagnóstico mais completo.
Quanto aos resultados dos ânions fluoretos, cloretos, brometos, nitratos, fosfatos e
sulfatos, nenhuma amostra apresentou níveis próximos aos estabelecidos pelas normas.
Tabela 5.2.1: Indicadores de qualidade preconizados pelo IQA
Tabela 5.2.2: IQA C1 e diagnóstico de área
5.4 BTEX
A tabela 5.4.1 apresenta os resultados de BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e
xilenos) nas amostras de água, bem como os limites de detecção e de quantificação da
metodologia utilizada. Estes resultados indicam que a área não sofre impactos referentes a estes
compostos, ou seja, existe pouca influência de carreamento deste tipo de composto pela ação
de chuvas e/ou outros carreamentos para os corpos d´água. A sazonalidade não apresentou
diferenças entra as campanhas.
Tabela 5.4.1 Resultados de BTEX das amostras de água coletadas na RPPN-Tinguá em julho de 2015
e fevereiro de 2016. Valores expressos em ng mL-1.
Campanhas C1 e
C2 Benzeno Tolueno Etilbenzeno m/p xileno O-xileno
Limite Quantificação < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00
Limite Detecção < 0,49 < 0,17 < 0,08 < 0,19 < 0,08
P1 < 0.49 <LQ <LQ < 0.19 < 0.08
P2 < 0.49 <LQ <LQ < 0.19 <LQ
P3 < 0.49 <LQ <LQ < 0.19 <LQ
P4 < 0.49 <LQ <LQ < 0.19 <LQ
P5 < 0.49 <LQ <LQ < 0.19 <LQ
5.5 Herbicida 2,4-D em água
Os resultados obtidos na determinação de 2,4-D nas amostras de água em ambas as
campanhas estão apresentados na Tabela 5.5.1. As concentrações variaram em torno de 2,78 e
4,51 ng L-1, na C1 e 2,76 e 3,20 ng L-1 na C2. Embora tenha sido quantificado o herbicida 2,4-
D em todos os pontos avaliados, os resultados estão muito abaixo dos valores preconizados nas
agências balizadoras. Na C1, a maior concentração foi obtida no P3, local onde existe uma
grande plantação de goiabas, o que justifica o valor encontrado. Os cromatogramas gerados
para cada amostra estão apresentados no Anexo 5. Não foram obtidas diferenças significat ivas
entre as áreas e campanhas.
Tabela 5.5.1: Concentrações de 2,4-D em amostras de água nas campanhas C1 e C2.
Concentrações expressas em ng L-1.
Concentração de 2,4-D (ng L-1)
PONTOS C1 C2 Conama 357/2005 Portaria 2914/2011
P1 2,78 2,92
4,0 µg L-1 30,0 µg L-1
P2 3,66 2,76
P3 4,51 3,20
P4 3,73 3,08
P5 2,81 3,16
5.6 Hidrocarbonetos e esteróis em água e biota
Os resultados de HPAs nas amostras de água da C1 estão apresentados no Anexo 5a e
5b (C1) e de água e biota da C2, no Anexo 7b. Na campanha 1, foram determinados HPAs
apenas em amostras de água, pois embora tenham sido coletados amostras de peixes, as mesmas
não foram amostradas em quantidade suficiente para realização desta análise. A recuperação da
metodologia variou entre 50 e 60% e os valores para o somatório dos 16 HPA (EPA) variaram
entre 0,5 e 172 ng L-1. Na 2ª campanha, foram também coletadas amostras de minhocas das
áreas estudadas. Como já mencionado, a coleta ocorreu após forte chuva na região e os
resultados obtidos apresentaram valores superiores aos da 1ª campanha. As concentrações nas
amostras de água ficaram todas abaixo do que é estabelecido pelo CONAMA 357/05 para
alguns compostos (Tabela 5.6.1). As figuras 5.6.1 e 5.6.2 apresentam os histogramas da C2,
onde é possível observar um alto sinal de hidrocarbonetos nas amostras de minhocas. Os valores
variaram de 60 a 308 ng g-1, para os somatório dos 16 HPAs. Ressalva-se a presença de
compostos alquilados, que são característicos de fontes petrogênicas. É possível identificar
predominantemente as famílias dos fluorenos e dos fenantrenos nas figuras apresentadas. Pelas
escalas, nota-se uma acumulação na ordem de até 100 vezes as concentrações de fluorenos. Este
comportamento já foi observado em outros trabalhos com mexilhões (FRANCIONI et al, 2005,
YOSHIMINE et al, 2012, NOGUEIRA, 2014 e caranguejos NUDI et al, 2007 e 2010).
Tabela 5.6.1: Limite para alguns compostos em água estabelecidos pelo CONAMA 357/05
Figura 5.6.1. Resultados de HPAs em amostras de água na campanha C2. Concentrações
expressas em ng L-1.
Figura 5.6.2. Resultados de HPAs em amostras de biota na campanha C2.
Concentrações expressas em ng g-1.
0
2
4
6
8
10
N
2M
N
1M
N
C2
N
C3
N
C4
N
AC
EN
F
AC
E F
C1
F
C2
F
C3
F
DB
T
C1
DB
T
C2
DB
T
C3
DB
T
Fe
C1
Fe
C2
Fe
C3
Fe
C4
Fe A Fl
Pi
C1
Pi
C2
Pi
Ba
A
Cri
C1
Cri
C2
Cri
Bb
Fl
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Ba
Pi
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Da
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Bg
hiP
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HP
A e
m á
gu
a (
ng
L-1
)P1 P2 P3 P4 P5
5.7 Esteróis
Os resultados da determinação de esteróis nas amostras de água de ambas as campanha s
estão apresentados na Tabela 5.7.1. Conforme esperado, por se tratar de uma área controle, o
ponto P1 não apresentou nenhum dos compostos analisados no presente estudo na primeira
campanha, no P2 observou-se uma tubulação diretamente conectada ao rio, advinda de um sitio
(figura 5.7.1), que funciona também como parque aquático, localizado bem próximo ao local
de amostragem e o ponto P5, foi o que apresentou os maiores valores (figuras 5.7.2 e 5.7.3). Na
segunda campanha, os valores detectados nas cinco áreas ficaram abaixo dos obtidos na C1 e
não variaram entre os pontos. Segundo Cordeiro em um estudo realizado em 2006 sobre esterois
como marcadores moleculares da contaminação fecal, a coprostanona é um dos marcadores
fecais mais importantes e nos resultados obtidos nesse trabalho quando o ambiente estava mais
anoxico havia maior producao de estanois e quando o ambiente estava mais oxigenado era mais
propicio a uma maior preservacao das estanonas, produzindo assim, menos coprostanol.
Verificou-se uma mesma tendência no presente estudo em relação a esses compostos na
primeira campanha em relação à C2, principalmente no P5, local onde foram contabilizados 14
saídas de esgoto no trecho de coleta, provenientes de casas construídas às margens do rio Boa
Esperança. Sendo assim, conclui-se que a quantidade de oxigênio disponivel no corpo d’água
era menor na C1 em comparação à C2, gerando mais estonas, que demonstram o perfil
encontrado em relação às concentrações dos compostos, uma vez que a produção de coprostanol
foi maior na primeira coleta.
Quanto ao sinal de esteróis na matriz biológica escolhida, este foi baixo e salienta-se a
possibilidade de um estudo mais aprofundado no local, sendo proposta uma coleta de minhocas
e repetição do teste, porém também associando a determinação dos marcadores de esgoto em
sedimento.
Tabela 5.7.1: Concentração de esteróis em cada ponto
Legenda: (%) de recuperação da metodologia através do Androstanol
Compostos P1 P2 P3 P4 P5
C1 C2 C1 C2 C1 C2 C1 C2 C1 C2
Coprostanol 1,4 <LD 648,4 <LD 472,6 148,6 373,2 384,2 1027,4 265,3
Epicoprostanol 1,4 104,4 648,4 107,8 472,6 107,4 373,2 <LD 1027,4 125,7
Etilcoprostanol <LD 98,1 625,7 11,8 416,5 103,1 339,2 158,3 872,5 140,2
Colestanona <LD 124,0 118,2 134,0 98,8 117,9 104,4 124,3 309,7 154,6
Coprostanona <LD <LD 112,4 117,4 95,6 117,7 99,6 118,3 301,0 118,1
Androstanol (%) 46,0 107,0 103,8 79,5 76,4 59,3 80,2 90,8 85,2 112,0
Figura 5.7.1 Tubulação diretamente conectada ao rio no P2.
Figura 5.7.2: Gráfico expondo a concentração de esteróis em cada ponto na Campanha 1
0
200
400
600
800
1000
1200
P1 P2 P3 P4 P5Co
nce
ntr
ação
em
ng
L-1
C1
Coprostanol Epicoprostanol Etilcoprostanol Colestanona Coprostanona
Figura 5.7.3: Gráfico expondo a concentração de esteróis em cada ponto na Campanha 2
6. Conclusões
Para os resultados do protocolo PAR, os quais classificaram qualitativamente os locais
de estudo, principalmente quanto ao uso e ocupação do solo nas áreas próximas ao rio Boa
Esperança, o resultado corrobora com o que foi observado nos pontos de amostragem
escolhidos, ainda mais no que tange aos extremos, como o P1, se tratando de uma área controle
e obtendo a maior pontuação e o P5 quanto a degradação do solo, despejo de esgoto doméstico,
lixo, ocupações das margens e portanto, obtendo a pontuação mais baixa e evidenciando o
impacto na área. Este protocolo se mostrou uma ferramenta bem útil sendo aplicada de forma
fácil, rápida e de baixo custo para avaliações iniciais e contínuas em monitoramentos
ambientais.
De uma maneira geral, os resultados obtidos acerca dos parâmetros químicos e
biológicos para a avaliação ambiental da área, mostraram que apesar das diferenças obtidas
entre as concentrações nas duas campanhas, o rio Boa Esperança não está sendo afetado a ponto
de sinalizar um estresse ambiental. Salientam-se, porém, alguns parâmetros que demonstram
uma potencialidade futura de um prejuízo da saúde ambiental na região, uma vez que, os efeitos
da antropização e sua influência através do uso e ocupação do solo no entorno do rio são fatores
que representam riscos ambientais.
A questão da sazonalidade é um fator importante em relação ao que foi observado nos
resultados nas duas campanhas, já que no período chuvoso, principalmente na segunda
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
P1 P2 P3 P4 P5
Co
nce
ntr
ação
em
ng
L-1C2
Coprostanol Epicoprostanol Etilcoprostanol Colestanona Coprostanona
campanha, realizada no verão, quando temporais fortes, porém passageiros, são comuns. A
segunda coleta foi realizada justamente após um episódio de uma forte chuva na região e o rio
apresentou um fluxo continuo de suas águas, em relação a C1, concluindo que muitos dos
compostos analisados estavam mais diluídos e a matéria organica mais homogeneizada por toda
a extensão do corpo d’água, propiciando valores mais uniformes, a exemplo dos esteróis. Mas
em relação aos hidrocarbonetos, os quais apresentaram sinais maiores na C2, hipotetiza-se a
um possível resuspensão desse tipo de composto por conta da chuva e a coleta de água é uma
“fotografia instantanea” da área de estudo. Mediante esse aspecto, reforça-se a importância do
uso de bioindicadores para uma avaliação ambiental mais refinada, já que o resultado sinalizado
através das análises químicas nos indivíduos de Pontoscolex corethrurus cf. para
hidrocarbonetos corroboram com que foi observado anteriormente. Ressaltando a utilização
desse bioindicador em estudos futuros, principalmente pela facilidade de coleta e visualização.
Em relação a um dos objetivos propostos no presente estudo, quanto a classificar o corpo
d´água segundo as agências reguladoras (CONAMA 357/05, Portaria 2914/11, entre outros
utilizados) os valores obtidos através das ferramentas químicas utilizadas para quantificar os
níveis de possíveis contaminantes na área, se apresentaram abaixo dos limites preconizados
pelos órgãos legisladores, ou seja, a avaliação ambiental nas áreas amostradas foi satisfatór ia,
embora ocorram fatores que contribuem para a degradação dos serviços ecossistêmicos da
região, principalmente em relação à qualidade de água. Salienta se o importante papel do rio
Boa Esperança para a região em termos de abastecimento de água e como componente
integrante de outras bacias de grande importância, como bacia do rio Paraíba do Sul devido a
sua importância em um contexto ecológico, econômico e de Saúde Pública.
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Anexo 1. Questionário do protocolo PAR utilizado nas duas campanhas.
Protocolo de Avaliação Rápida da Diversidade de Habitats em trechos de baciais hidrográficas. Fonte: Callisto et al.(2002)
Parâmetros 4 pontos 2 pontos 0 ponto
1.Tipo de ocupação das
margens do corpo d'água
(principal atividade) Vegetação Natural
Campo de patagem/
agricultura/monocultura/
Reflorestamento Residencial/Comercial/ Industrial
2. Erosão próxima e/ou nas
margens do rio e assoreamento em seu leito Ausente Moderada Acentuada
3. Alterações Antrópicas Ausente
Alterações de origem doméstica
(esgoto, lixo)
Alterações de origem
industrial/urbana (fábricas, siderurgias, canalização do curso
do rio
4. Cobertura vegetal no leito Parcial Total Ausente
5. Odor da água Nenhum Esgoto (ovo podre) Óleo/industrial
6. Oleosidade da água Ausente Moderada Abundante
7. Transparência da Água Transparente Turva/cor de chá-forte Opaca ou colorida
8. Odor do sedimento Nenhum Esgoto (ovo podre) Óleo/industrial
9. Oleosidade do fundo Ausente Moderada Abundante
10. Tipo de Fundo Pedras/cascalho Lama/Areia Cimento/canalizado
Parâmetros 5 pontos 3 pontos 2 ponto 0 ponto
11. Tipos de fundo
Mais de 50% com
habitats diversificados;
pedaçoes de troncos submersos; cascalho ou
outros habitats estáveis
30 a 50% de habitats diversificados;
habitats adequados para a manutenção das populações de
organismos aquáticos
10 a 30% diversificados;
disponibildade de habitats insufuciente; substratos
frequentemente modificados
Menos de 10% de habitats
diversificados; ausência de habitats óbvia; sustrato rochoso instável para
fixação dos organismos
Protocolo de Avaliação Rápida da Diversidade de Habitats em trechos de baciais hidrográficas. Fonte: Callisto et al.(2002)
12. Extensão de rápidos
Rápidos e corredeiras
bem desenvolvidas;
rápidos tão largos quanto
o rio e com o
comprimento igual ao dobro da largura do rio
Rápidos com a largura igual à do rio,
mas com comprimento menor que o dobro da largura do rio
Trechos rápidos podem estar
ausentes; rápidos não tão largos
quanto o rio e seu comprimento
menor que o dobro da largura do rio Rápidos ou corredeiras inexistentes
13. Frequência de rápidos
Rápidos relativamente
frequentes; distância entre
rápidos dividida pela
largura do rio entre 5 e 7
Rápidos não frequentes; distância
entre rápidos dividida pela largura do
rio entre 7 e 15
Rápidos ou corredeiras ocasionais; hábitats formados pelos contornos
do fundo; distância entre rápidos
dividida pela largura do rio entre
15 e 25
Geralmente com lâmina d'água "lisa" ou
com rápidos rasos; pobreza de hábitats;
distância entre rápidos dividida pela
largura do rio maior que 25
14. Tipos de substratro
seixos abundantes (prevalecendo em
nascentes) seixos abundantes; cascalho comum
fundo formado predominantemente por cascalho;
alguns seixos presentes fundos pedregoso; seixos ou lamoso
15. Deposição de lama
entre 0 e 25% do fundo
coberto por lama
entre 25 e 50% do fundo coberto por
lama entre 50 e 75% coberto por lama mais de 75% coberto por lama
16. Depósitos sedimentares
Menos de 5% do fundo
com deposição de lama;
ausência de deposição
nos remansos
Alguma evidência de modificação no
fundo, principalmente como aumento
de cascalho, areia ou lama; 5 a 30 %
do fundo afetado; suave deposição de
remansos
deposição moderada de cascalho
novo, areia ou lama nas margens;
entre 30 e 50% do fundo afetado;
deposição moderada de remansos
grandes depósitos de lama, maior
desenvolvimnto nas margens; mais de
50% do fundo modifcado; remansos
ausentes devido à deposição de
sedimentos
17. Alterações nos canais do
rio
Canalização (retificação)
ou dragagem auente ou
mínima; rio com padrão
normal
alguma canalização presente,
normalmente próximo à construção de
pontes; evidencia de modificações há
mais de 20 anos
alguma modificação presente nas
duas margens; 40 a 80% do rio
modificado
margens modificadas; acima de 80% do
rio modificado
Protocolo de Avaliação Rápida da Diversidade de Habitats em trechos de baciais hidrográficas. Fonte: Callisto et al.(2002)
18. Características do fluxo
das águas
Fluxo relativamente igual em toda a largura do rio;
mínima quantidade de
substrato exposta
lâmina d'água acima de 75% do canal
do rio; ou menos de 25% do substrato
exposto
lâmina d'água entre 25 e 75% do
canal do rio, e /ou maior parte do
substrato nos "rápidos" exposto
lâmina d'água escassa e presente apenas
nos remansos
19. Presença de mata ciliar
Acima de 90% com
vegetação ripária nativa,
incluindo árvores, arbustos
ou macrófitas; mínima evidência de
desflrestamento; todas as
plantas atingindo altura
normal
entre 70 e 90% com vegetação ripária nativa; desflorestamento evidente mas
não afetando o desenvolvimento da
vegetação; maioria das plantas atingindo
a altura "normal"
entre 50 e 70% com vegetação
ripária nativa; desflorestamento óbvio; trechos com solo exposto ou
vegetação eliminada; menos da
metade das plantas atingindo a
altura "normal"
menos de 50 % da mata ciliar nativa;
desflorestamento muito acentuado
20. Estabilidade das margens
margens estáveis;
evidência de erosão
mínima ou ausente;
pequeno potencial para problemas futuros. Menos
de 5% da margem afetada
moderadamente estáveis; pequenas áreas de erosão frequentes. Entre 5 e
30% da margem com erosão
moderadamente instável; entre 30 e 60% da margem com erosão. Risco
elevado de erosão durante enchentes
Instável; muitas áreas com erosão;
ferquentes áreas descobertas nas curvas do rio; erosão óbvia enre 60 e 100% da
margem
21. Extensão de mata ciliar
Largura da vegetação
ripária entre
MODIFICADO NO RELATÓRIO
Largura da vegetação ripária entre MODIFICADO NO RELATÓRIO
Largura da vegetação ripária entre MODIFICADO NO RELATÓRIO
Largura da vegetação ripária entre MODIFICADO NO RELATÓRIO
22. Presença de plantas
aquáticas
pequenas macrófitas
aquáticas e ou musgos
distriuídos pelo leito
macrófitas aquáticas ou algas
filamentosas ou musgos distribuídos no
rio, substrato com perifiton
algas filamentosas ou macrófitas em
poucas pedras ou alguns remansos,
perifiton abundante e biofilme
ausência de vegetação aquática no leito
do rio ou grandes bancos macrófitas (p.
ex. aguapé)
Anexo 2. Resultados dos parâmetros físicos e físico-químicos das amostras de água coletadas na RPPN-Tinguá em JUL de 2015 e FEV de 2016
Anexo 3. Resultados de ânions por cromatografia de íons das amostras de água coletadas na RPPN-Tinguá em JUL de 2015 e FEVde 2016
Anexo 4: Parâmetros preconizados para o IQA e seus respectivos pesos (w)
Anexo 5a- Resultados de HPAs em água, campanha C1.
Compostos Água (ng L-1) Br P1 P2 P3 P4 P5
N <LD <LD <LD <LD <LD 5,2 2MN <LD <LD <LD <LD <LD <LD 1MN <LD <LD <LD <LD <LD <LD C2N <LD <LD <LD <LD <LD <LD C3N <LD <LD <LD N/F <LD <LD C4N <LD <LD <LD N/F <LD <LD
ACENF 0,4 0,5 0,5 <LD 0,2 71,4 ACE 0,1 <LD <LD 0,4 <LD 57,6
F <LD <LD <LD <LD <LD 35,5 C1F <LD <LD <LD <LD <LD <LD C2F <LD <LD <LD <LD <LD <LD C3F <LD <LD <LD <LD <LD <LD
DBT <LD <LD <LD <LD <LD <LD C1DBT <LD <LD <LD <LD <LD <LD C2DBT <LD <LD <LD <LD <LD <LD C3DBT <LD <LD <LD <LD <LD <LD
Fe <LD <LD <LD <LD <LD <LD C1Fe <LD <LD <LD <LD <LD <LD C2Fe <LD <LD <LD <LD <LD <LD C3Fe <LD <LD <LD <LD <LD <LD C4Fe <LD <LD <LD <LD <LD <LD
A <LD 0,7 1,9 0,7 <LD 0,6 Fl <LD 0,2 28,0 <LD <LD 0,4 Pi <LD <LD 90,0 <LD <LD <LD
C1Pi <LD <LD <LD <LD <LD <LD C2Pi <LD <LD <LD <LD <LD <LD BaA <LD <LD <LD <LD <LD <LD Cri <LD <LD <LD <LD <LD <LD
C1Cri <LD <LD <LD <LD <LD <LD C2Cri <LD <LD <LD <LD <LD <LD BbFl <LD <LD <LD <LD <LD <LD BkFl <LD <LD <LD <LD <LD <LD BePi <LD <LD 3,3 <LD <LD <LD BaPi <LD 0,4 3,1 0,4 0,5 1,5 Per <LD <LD 0,7 0,3 3,1 <LD IPi <LD <LD <LD <LD <LD <LD
DahA <LD <LD <LD <LD <LD <LD BghiPer <LD <LD 4,2 <LD <LD <LD 16 HPA 0,5 1,8 127,8 1,5 0,7 172,3 SHPA 0,5 1,8 131,8 1,7 3,8 172,3
Rec(%) 52,7 53,4 58,2 50,4 55,5 60,6
Anexo 5b- Resultados de HPAs em água e biota, campanha C2.
Compostos
Água (ng L-1) Biota (ng g-1)
Branco_f2 P1 P2 P3 P4 P5 P2 P3 P4 P5
N <LD 2,12 2,14 0,86 <LD 2,62 3,23 4,07 <LD <LD
2MN <LD 1,49 1,52 1,21 1,19 1,58 4,31 4,12 3,31 4,07
1MN <LD 1,28 1,30 1,11 1,11 1,37 3,68 3,33 2,99 3,91
C2N <LD 1,69 1,93 1,48 1,33 1,65 5,19 7,16 4,38 7,14
C3N <LD 1,59 1,54 1,86 1,43 1,55 5,15 5,87 4,45 7,40
C4N <LD 1,02 1,16 1,32 0,98 1,03 4,20 11,81 4,34 6,41
ACENF <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD
ACE <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD
F <LD 0,80 0,99 0,71 0,94 0,97 13,70 15,79 6,21 58,04
C1F <LD 1,99 2,34 1,81 1,92 2,68 196,15 310,18 100,03 124,21
C2F <LD 0,80 0,95 1,37 1,06 0,79 766,03 795,14 259,71 291,71
C3F <LD 1,53 2,51 1,41 1,47 0,87 699,73 748,65 244,42 278,55
DBT <LD <LD <LD <LD <LD <LD 10,00 9,50 5,20 11,20
C1DBT <LD <LD <LD <LD <LD 0,87 47,58 45,86 9,95 18,78
C2DBT <LD <LD <LD <LD <LD 0,73 18,19 20,09 4,94 6,96
C3DBT <LD <LD <LD <LD <LD <LD 22,17 17,96 5,08 6,65
Fe <LD <LD <LD <LD 0,73 0,74 2,46 2,79 <LD 12,94
C1Fe <LD <LD <LD <LD 0,80 0,80 88,67 48,82 12,82 32,99
C2Fe <LD 0,88 1,62 1,36 0,97 2,31 43,99 37,77 16,27 42,13
C3Fe <LD 1,05 3,17 1,66 1,39 2,75 595,78 345,96 79,57 151,33
C4Fe <LD 1,34 2,03 <LD 1,26 1,84 165,30 102,99 20,20 29,99
A <LD 1,64 1,62 1,34 1,95 2,08 <LD 2,16 <LD <LD
Fl <LD 0,80 0,99 0,71 0,94 0,97 13,70 15,79 6,21 58,04
Pi <LD <LD <LD <LD <LD <LD 5,20 2,53 <LD 30,25
C1Pi <LD <LD <LD <LD <LD <LD 13,85 13,36 <LD 20,28
C2Pi <LD <LD <LD <LD <LD <LD 8,91 7,28 <LD 12,95
BaA <LD <LD <LD <LD <LD <LD 2,28 3,00 2,47 33,00
Cri <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD 3,21 <LD 21,88
C1Cri <LD <LD 1,14 <LD <LD <LD <LD 6,15 <LD 17,08
C2Cri <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD 5,16
BbFl <LD <LD 3,16 3,22 3,28 3,00 31,00 33,76 31,99 14,09
BkFl <LD <LD <LD <LD <LD 5,00 <LD 2,13 2,41 20,11
BePi <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD 20,85
BaPi <LD 1,65 2,05 1,48 4,86 4,29 <LD 6,94 11,03 22,55
Per <LD 1,36 1,74 1,19 4,52 3,99 <LD 7,32 9,89 5,23
IPi <LD <LD <LD <LD <LD <LD 3,26 3,61 <LD 21,44
DahA <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD 2,46
BghiPer <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD 100,82 <LD 14,04
16 HPA 7,01 10,96 8,33 12,71 19,67 74,83 196,58 60,32 308,83
SHPA 23,02 33,91 24,10 32,14 44,49 2773,72 2745,86 847,86 1413,81
Rec(%) 109,4 59,3 45,4 88,6 72,8 68,0 83,3 94,0 95,5 89,9
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