2013-2-4-5-1232-Uilma_Souza_Estrela

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  • XVII Jornada de Iniciao Cientfica - 2013

    Pr-Reitoria de Pesquisa e Ensino de Ps-Graduao (PPG) - Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

    Estrutura de comunidades de formigas epgeas em fragmentos florestais daregio de fronteira com o semirido do Territrio Litoral Norte e Agreste

    Baiano.Uilma Souza Estrela, uilestrela20@hotmail.com, Eltamara Souza Da Conceicao, elta_mara@yahoo.com.br

    Departamento de Cincias Exatas e da Terra, Campus II, AlagoinhasPalavras Chaves: Formicidae, Poneromorfas, Diversidade, Riqueza

    IntroduoO estudo sobre as comunidades de formigas muitorelevante. Vrios especialistas tm demonstrado aexistncia de correlao significativa entre ascaractersticas estruturais dos habitats e padresestruturais dessas comunidades (MARINHO, 2001).Devido a sua ampla diversidade, estas podem indicar oestado de conservao de um ambiente, o manejo douso do solo, efeitos da fragmentao e regenerao dehabitats (LEAL; LOPES, 1992). As Poneromorfas tmgrande importncia entre as formigas, pois soconsideradas como um grupo basal (ZABALA et al.,2003). O Territrio Litoral Norte e Agreste Baianopossui uma extenso de 14.377,83 Km (IBGE, 2010),com fragmentos florestais tanto tpicos de FlorestaOmbrfila densa, como de Formao no florestalestacional arbrea/arbustiva decdua espinhosa. Oobjetivo do presente estudo foi verificar a estrutura decomunidades de formigas epgeas em fragmentosflorestais da regio de fronteira com o semirido doTerritrio Litoral Norte e Agreste Baiano.

    MetodologiaO estudo foi conduzido em dois fragmentos de mata eum arbreo-arbustivo, respectivamente o fragmento daFazenda Salgado, Inhambupe/BA (11 50' 56.614"S,38 29' 23.792"W); Projeto Ourianguinhas,Ouriangas/BA (38 33 07W, 11 58 14S) e; ProjetoBiritinga, Stiro Dias/BA (11 34 38S 38 42 0.5W).As coletas foram realizadas entre setembro edezembro de 2012. Entre os pontos de coletamanteve-se uma distncia de 50 m e 100 m da borda.Utilizaram-se armadilhas de Winkler e pitfall. OsFormicidae foram triados e identificados no Lab. deZoologia do DCET II e Lab. de Mirmecologia doCEPEC, Ilhus, BA. A frequncia relativa das espciesfoi calculada atravs do Excel v. 2007. A escolha dasespcies mais frequentes foi baseada no percentil5%. Obtiveram-se os ndice de riqueza (Chao 2) e dediversidade (Shannon Winner) atravs do EstimateS.Foi construdo um dendrograma de similaridade usandoo programa MVSP.

    Resultados e DiscussoO nmero de espcies de Poneromorfas encontradasno solo foi relativamente alto. Sendo a espcieEctatomma opaciventre, (Tabela 1) subfamliaEctatominae, encontrada nas trs reas. Esse gnero

    costuma ser relacionado com ambientes bemestruturados e so formigas moderadamente grandes eendmicas de regies neotropicais (KUGLER; BROWN,1982). Dinoponera quadriceps, Ponerinae, tambmapresentou alta freqncia em Stiro Dias eOuriangas, sendo considerada tpica da Regio doNordeste, principalmente de reas de Caatinga(ANDRADE, 2010 apud BRANDO, 1995) como ocaso de Stiro Dias. Mirmicinae foi uma dassubfamlias com maior nmero de gneros, sendo Pheidole o mais comun em todas as reas. Isso podeestar relacionado com o comportamento derecrutamento em massa, mais eficiente (CALDAS;MOUTINHO, 1993) que possui ou pela sua capacidadede colonizar habitats alterados pelo homem e combaixa complexidade estrutural (FOWLER et al., 1991).Tabela 1 - Frequncia de espcies de formigas epgeas em trsfragmentos de floresta do Territrio Litoral Norte e Agreste Baiano. Bahia,Brasil. Setembro a dezembro de 2012.

  • XVII Jornada de Iniciao Cientfica - 2013

    Pr-Reitoria de Pesquisa e Ensino de Ps-Graduao (PPG) - Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

    Os fragmentos florestais que apresentaram maioresvalores de ndices de riqueza e diversidade foram o deOuriangas e Inhambupe, (Tabela.2) maisrepresentativos do Bioma Mata Atlntica. A diversidadeda mirmecofauna est relacionada com o aumento dacomplexibilidade da vegetao e da serrapilheira.Habitats mais heterogneos apresentam maiorvariedade de stios de nidificao, alimento, microclimae interaes interespecficas para as formigas seestabelecerem (GRAHAM et al., 2009).Com relao composio faunstica, as reas que se agruparamforam o fragmento de Inhambupe e o de Stiro Dias(Figura.1). O que indica que pelo menos em relao composio mirmefaunstica so mais similares, apesarde apresentar aparentemente caractersticas distintasde vegetao. provvel que, alm das caractersticasda vegetao, outros fatores estejam influenciando aestrutura das comunidades, tais como, a perturbaoantrpica e a colonizao oportunista das espcies(DAUBER; WOLTERS, 2005) ou at mesmo o fato degeralmente as espcies de ambiente de Caatinga noapresentarem hbitos especializados (LEAL, 2003).

    Tabela 2- Diversidade e riqueza de espcies de formigas epgeas de trsfragmentos de mata localizados no Territrio Litoral Norte e AgresteBaiano, Bahia, Brasil. setembro a dezembro de 2012.

    Figura 1 - Dendrograma de Similaridade das formigas epigas em trsfragmentos florestais no Territrio Litoral Norte e Agreste Baiano.Tabela2- Diversidade e riqueza de espcies de formigas epgeas de trsfragmentos de mata localizados no Territrio Litoral Norte e AgresteBaiano, Bahia, Brasil. setembro a dezembro de 2012.

    ConclusesNo solo, as formigas do agrupamento dasPoneromorfas foram as mais frequentes. Apesar dadiferena em relao s caractersticas fisionmicas eecolgicas de um em relao aos outros dois, acomposio faunstica no foi diferente entrefragmentos representativos de biomas distintos, mas adiversidade e riqueza foram maiores nos fragmentoscom caractersticas de Mata Atlntica.

    Agradecimentos UNEB pela bolsa PICIN concedida e COPENER,principalmente aos senhores William, Marcos Vincius, Dailson eJacy pela disponibilizao das reas infraestrutura para as coletas.____________________

    ANDRADE, A,C,S. 2010. Aspectos da Ecologia Comportamental de Dinoponeraquadriceps (HYMENOPTERA, FORMICIDAE PONERINAE). So Cristvo- SE,Brasil.BOLTON, B. 2003. Synopsis and classification of Formicidae. Memoirs of theAmerican Entomological Institute.CALDAS A, MOUTINHO P R S. 1993. Composio e diversidade da fauna deformigas (Hymenoptera, Formicidae) em reas sob remoo experimental dervores na Reserva Florestal de Linhares, ES, Brasil. Rev Brasil Entomol 37(2):299-304.DAUBER, J.; WOLTER, V. 2005. Colonization of temperate grassland by ants.Basic and Applied Ecology. 6: 83-91.FOWLER, H. G.; FORTI, L. C.; BRANDO, C. R. F.; DELABIE, J. H. C.;VASCANCELOS, H. L. 1991. Ecologia nutricional de formigas. In: PANIZZI, A. R.;PARRA, J. R. P. (Ed.). Ecologia nutricional de insetos e suas implicaes nomanejo de pragas. So Paulo: Manole.GRAHAM, C.; NUTTER, J.P.; BALBACH, H.E. 2009. Species richness, equitability,and abundance of ants in disturbed landscapes. Ecological indicators. 9: 866877.IBGE. 2010. http://www.censo2010.ibge.gov.br/resultados. Acesso em 24 deagosto de 2013.KUGLER, C. & W. R. JR. BROWN. 1982. Revisionary and other studies on the antgenus Ectatomma, including the descriptions of two new species. Search Agric. N.Y. State Agric. Exp. Snt. Ithaca.LEAL, I. R.; 2003. Diversidade de formigas em diferentes unidades de paisagemda Caainga. In: Ecologia e conservao da Caatinga. Recife: Editora Universitriada UFPE. p.435-461.LEAL, I. R. & B. C. LOPES. 1992. Estrutura das comunidades de formigas(Hymenoptera: Formicidae) de solo e vegetao no Morro da Lagoa da Conceio,Ilha de Santa Catarina, SC. Biotemas 5(1): 107-122.MARINHO, C.G.S. 2001.Efeitos da idade do sub-bosque de eucaliptais sobre acomunidade de formigas (Hymenoptera: Formicidae). Dissertao (Mestrado emEntomologia) Lavras: UFLA.ZABALA, G. A.; GUTIRREZ, C.; CHACN DE ULLOA, P. 2003. Biogeografaprovincial: ponerofauna del Valle del Cauca. Instituto de Investigacin deRecursos Biolgicos Alexander von Humboldt. n. 19, pp. 593-605.