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22 Jornal da FrutaASRlú200BHigiene, frigorificação e uso de desinfestantes na pós-colheita ajudam a controlar aparecimento e

disseminação de fungos e melhora a segurança das frutas e seus derivados - * Rosa Maria Valdebenito Sanhueza

I~,

As perdas que produtores e/ou empacota-dores de maçãs têm por causa das podridões empós-colheita podem atingir 35 % a 40% da frutafrigorificada. Aquelas iniciadas durante a frigori-ficação são causadas principalmente pelo fungoPenicillium expansum e a podridão é conheci-da como 'mofo azul'. O microrganismo coloni-za a epiderme da fruta e pode iniciar a infecção,se esta apresentar ferimentos. Maiores perdaspor podridões são constatadas na cv. Fuji, quetem mostrado maior suscetibilidade à doença.Este fungo produz, em grande quantidade, lon-gas correntes constituídas pelas estruturas defrutificação, chamadas conídios na epiderme dostecidos colonizados, mesmo sob condições deO°C e tanto na presença de luz como no escuro.Elas são disseminadas pelo arem todas as insta-lações das empacotadoras e câmaras frias. Ain-da, quando os frutos são suspensos em águapara lavagem ou classificação, estas estruturasdo patógeno os contaminam e infectarn duranteseu processamento.

O controle de P. expansum e de outras es-pécies de Penicillium é desejável para dimi-nuir a perda de fruta causada pela podridão. Ocontrole também minimiza os riscos de conta-minação dos sucos e derivados de maçãs, comum produto tóxico ao homem, produzido pelo

lagens; lavagem e desinfecção freqüente dassacolas de colheita e das instalações onde semanuseia e armazena as maçãs; o controle dasestruturas do patógeno que se encontram nasuperfície das maçãs e das que estão suspen-sas na água, mediante o uso da luz ultravioletaUV-C; e, o controle de Penicillium na água delavagem e no ambiente com produtos desinfes-tantes.

Na colheita, deve ser prevista a higie-nização de bins e sacolas. Deve ser feita alavagem freqüente das sacolas para elimi-nação de terra e restos de frutas da colhei-ta, e a desinfecção com solução de hipoclo-rito de sódio ou de cálcio contendo 0,025 %de cloro ativo ou com saneantes, contendocloro orgânico nas doses recomendadas paratratamento da água de lavagem das maçãs.A eliminação prévia de resíduos orgânicos, pre-sentes nas sacolas, é indispensável para maxi-mizar o efeito do cloro.

No caso dos bins e caixas de colheita, apósa utilização, devem ser lavados para elimina-ção da terra e restos de frutas deterioradas.Bins que armazenaram frutas que desenvolve-ram alta incidência de podridões durante a ar-mazenagem e, especialmente, os que tinhamfruta com podridão por Botrytis cinérea(mofo cinzento) devem sofrer um tratamentoadicional. O tratamento consiste em colocá-los em uma câmara onde serão submetidosà desinfecção com uma mistura de 0,5 Ideágua; 0,51 de formaldeído 38% a 40% e 250g de permanganato de potássio para 100m3 de câmara. Recomenda-se colocar a solu-ção aquosa de formaldeído em duas ou trêsbacias de plástico e adicionar a proporção cor-respondente de permanganato de potássio nofinal, pouco antes de fechar a câmara. A tempe-ratura do ambiente, durante o tratamento, deveser superior a 15°C. Após o tratamento, a câ-

ser usado em concentrações entre 25 a 50 ppmde cloro livre para ser efetivo no controle dePenicillium. Mas ele apresenta várias des-vantagens: a) se volatiliza rapidamente exigin-do reposição permanente e contaminando o am-biente da área de tratamento, trazendo riscos àsaúde dos trabalhadores que permanecem aoredor dos pontos de aplicação; b) o seu usodeve ser feito em pHs entre 6 e 7 para contro-lar os microrganismos; c) é altamente corrosi-vo aos metais do maquinário e estruturas dasempacotadoras; d) tem elevada afinidade commatéria orgânica e, na presença desta, diminuia sua concentração efetiva e produz produtoscomplexos com características cancerígenas.

Uma alternativa ao hipoclorito de sódiosão os cloros inorgânicos usados como sanean-tes, para potabilização de água e na conserva-ção de alimentos, e em produtos usados paraprevenir doenças no homem. Eles têm menorafinidade com a matéria orgânica, maior poderresidual e volatilidade, e menor efeito corrosi-vo. Neste grupo, incluem-se o digluconato declorhexidina e o dicloro isocianurato de sódio,produtos que têm mostrado grande eficácia para

o controle de Penicillium nos ambientes ondese manuseia a maçã. O uso deste grupo é reco-mendado no sistema de Produção Integrada deMaçã (PIM) e consta na grade de produtosaceitos para uso em pós-colheita (Tab. 2)

Outra opção disponível e já utilizada nosetor da maçã para a desinfestação de maçãs éo controle físico de P. expansum com luz ultra-violeta de baixo comprimento de onda (UV-C/254 nm). Lâmpadas de luz UV-C, conhecidascomo gennicidas, podem ser colocadas no tú-nel de secagem, à temperatura ambiente,para a exposição das frutas durante umminuto com a dose de 5,9 erg.mm2/seg. Estetratamento diminui a contaminação superficialda fruta, não deixa resíduo e não tem risco aoambiente. Contudo, este tratamento exige a ins-talação das lâmpadas em uma cabine fechada,adequada para que a luz atinja somente a fruta,pois pode provocar lesões nos trabalhadoresexpostos a ela.

* Engenheira Agrônoma, Doutora emFitopatologia Embrapa Uva e Vinho.www.cnpuv.embrapa.br- Tel: (54) 3455-8000- fax (54) 3451-2792

= 11~.III-;-r'·1 I1:';':";'Ti;~ lI. ...,.I

Formaldeído 500ml + Dividir o volume(38-40"10) + 500ml + 250g a ser usado emAgua + cada câmara. colocarPermanganato o permanganatode Potássio antes de fechar

a câmara.

Hidroxifenil 6OgjlOOml Tratamento feito noSalicilamida ambiente fechado.

Digluconato O.Ozoto de Em pulverizaçâo.de ingrediente nebulização ouClorhexidina ativo termonebulização.

Tabela 1. Produtos para desin-fecção de câmaras frias no con-trole de Penicillium expansum!

, - Todos os tratamentos de-vem ser feitos após a higienizaçãodo local e, logo após, a ventilaçãoforçada da câmara por uma hora.Pode ser feito com e sem bins tam-bém previamente lavados

patogeno na polpa da maçã, que é a micoto~ina"patulina" .

A falta de cuidado na eliminação rápida derefugo, o uso de embalagens sujas com terra ourestos de frutas e a substituição pouco fre-qüente da água de lavagem são fatores que con-tribuem, decisivamente, para aumentar o nú-mero de estruturas dos patógenos causadoresdas podridões de frutas.

Os métodos de controle da podridão porPenicillium são bem conhecidos no Brasil eincluem medidas que asseguram a diminuiçãoda suscetibilidade da fruta às infecções, taiscorno a utilização de fungicidas em pré e pós-colheita; a colheita no ponto adequado paracada cultivar; armazenagem da fruta sob condi-ções de atmosfera controlada e a diminuição dapopulação do agente causal. Para se obter aredução do agente causal deve-se adotar umconjunto de medidas de higiene para as emba-

mara deve permanecer fechada durante um diae, depois, ventilada por dois dias, no minimo.O formaldeído é irritante às mucosas e deveser aplicado com máscara e óculos de pro-teção. As recomendações para o controle dacontaminação nas câmaras frias sem fruta, an-tes do seu uso, incluem a higienização dos lo-cais, seguido do uso de desinfestantes, produ-tos, no geral, sem efeito residual prolongado.(Tab. 1).

Érecomendada a amostragem freqüente dosfungos contaminantes do ambiente (câmarase empacotadora) por meio do sistema de mo-nitoramento desenvolvido pela Embrapa Uvae Vinho, utilizando meio de cultura contidoem placas. Para o controle das estruturas dePenicillium no ar, na água e nas frutas, umdos produtos mais utilizados em pós-colheitasão fontes de cloro inorgânico, tal como ohipoclorito de sódio. De baixo preço, deve

Tabela 2. Desin-festantes utilizados

Oidoro Clor·;n 0,6 a 8 911001 Saneante· em pós-colheita naTrialinatriona Produção IntegradaSódica'" de Maçã (PIM)Didoro Geoera 65.,. 7,7911001 Saneante' * Com registro deTriali natriona saneante na AnvisaSódica·· • ** AutorizadosDido1O Sany-(1ean 3,85 a 11.5ggj1001 Sanear:e' na Produção Integra-TriazinatrionaSódica( 65"') da de Maçã (PIM) so-

Oigluconato de Killbadc 20'10 25mV1001 Sanea-:e'mente para as frutas

Oorhexidina' •• que serão frigorifi-

Fonnaldeido '0"10. Fonnol SOOrnL Z50g [)es'n'ecçàc :lecadas por período

Permangal)ilto de Permangal)ilto de 500m1 de água/100m' W"'<l-as '-~ maior que três me-Potássio, Agua Potlssio. Agua Se- ••. ses

Oióxido de 0010 Teesa Cor -I 50 a 100 ppm Sa""a-:,,' *** Utilizar so-

Hipodorito de Hipodorito de 50 a 100 ppm de Sa'lf,!-.t'mente na água com

Sódio'" Sódio 10·1Z'1o Oo1OAtm pH6a7

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