View
2
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
248
A inovação estilística dos convites de casamento no século XXI
Denise Giarola Maia Universidade Federal de São João del-Rei-REUNI
Orientador: Cláudio Márcio do Carmo
Universidade Federal de São João del-Rei
Resumo: O convite de casamento é um gênero que possui um formato bem padronizado e um estilo formal. No entanto, certas mudanças podem ser percebidas em relação ao estilo dos convites de casamento, produzidos no início deste século. O presente trabalho tem como objetivo descrever essa inovação estilística em convites de casamento, datados do século XXI. Para isto, apresentamos primeiramente uma discussão sobre o estilo e o gênero discursivo, fundamentada em Possenti (1988) e Bakhtin (2000). Em seguida, descrevemos as características recorrentes do estilo e da configuração dos convites de casamento, conforme Travaglia (2007), e as comparamos a cinco convites de casamento produzidos no início do século XXI. A partir dos dados obtidos, podemos perceber um estilo mais informal e subjetivo nesses convites. Palavras-chaves: Gênero discursivo. Estilo. Convite de casamento.
Abstract: The wedding invitation is a genre that has a standardized form and a formal style. However, certain changes can be perceived in relation to the style of wedding invitations produced in the earlier of this century. This paper aims to describe the stylistic innovation in wedding invitations, dating from the XXI century. For this, firstly we present a discussion on the style and genre, based on Possenti (1988) and Bakhtin (2000). Then, we describe the recurrent features of style and configuration of wedding invitations as Travaglia (2007), and compare them with five wedding invitations made at the beginning of the XXI century. From the data obtained, we can see a more informal and subjective style in these invitations. Keywords: Genre of discourse. Style. Wedding invitation.
Introdução
Na sociedade ocidental, o funcionamento das famílias tende a seguir o ciclo de vida,
dividido em seis estágios: os jovens solteiros, o novo casal, famílias com filhos pequenos,
famílias com filhos adolescentes, o ninho vazio e famílias no estágio tardio de vida. A
passagem da primeira etapa (jovens solteiros) para a segunda (o novo casal) geralmente é
marcada por um ritual, o casamento civil e/ou religioso. Neste ritual, o casal promete, perante
aquele que preside a celebração, e também perante as testemunhas, os familiares e os amigos,
a formar outra família e assumir a partir daquele instante os deveres de cônjuges.
249
O objeto que pretendemos estudar está vinculado a essa prática social. Ao solicitar a
presença dos familiares e amigos na cerimônia de casamento, faz-se o uso do gênero convite.
Nesse sentido, nosso interesse é descrever as características do estilo e da configuração dos
convites de casamento, de acordo com Travaglia (2007), para posteriormente, compará-las a
cinco convites de casamento produzidos no início deste século, buscando identificar se há
neles marcas linguísticas de um estilo informal que evidencie uma maneira diferente de esses
sujeitos tratarem o destinatário, a situação comunicativa e o tema.
O presente artigo se insere na linha de pesquisa sobre variação linguística, estilo e
gêneros discursivos, numa perspectiva bakhtiniana de estilo como pertencente à natureza dos
gêneros. E, é divido em três momentos: um primeiro, em que discutimos sobre a questão do
estilo e dos gêneros discursivos, e descrevemos as características estilísticas e a configuração
do conteúdo dos convites de casamento; um segundo, no qual comparamos cinco convites de
casamento do início deste século às características recorrentes desse gênero, tentando
identificar marcas estilísticas que evidencie um estilo informal e diferenças na configuração
do conteúdo; e finalmente, um terceiro, no qual fazemos as considerações finais, assegurando
a dinamicidade e a plasticidade dos gêneros, e também as restrições que o nosso dizer sofre
em relação à esfera, à situação sociocomunicativa e ao gênero, mantendo assim os valores
culturais do grupo. Em contrapartida, podemos observar que a maneira como estruturamos
nossos dizeres também podem afetar a situação comunicativa, a relação entre os sujeitos, e até
modificar nossa percepção acerca de certos temas.
Fundamentação teórica
Estilo e gêneros discursivos
Quando falamos ou escrevemos, isto é, produzimos enunciados verbais orais ou
escritos, preocupamo-nos não somente com o conteúdo da mensagem que será transmitida, o
objeto do discurso, mas também com o como construiremos esses enunciados, a fim de
sermos compreendidos e, sobretudo, de atingirmos nossos propósitos comunicativos.
Assim, temos sempre em mente, nosso interlocutor, aquele para quem dirigimos
nossos enunciados. E, de acordo com sua posição social, faixa etária, gênero, entre outros,
fazemos escolhas dos recursos linguísticos de que dispomos para interagirmos uns com os
250
outros. De modo que, dentro da potencialidade do sistema linguístico, fazemos escolhas, nos
diferentes níveis (fonológico, morfológico, sintático) da estrutura, daquilo que acreditamos
que melhor expresse e represente o que queremos significar.
Além disso, nossas escolhas estilísticas dependem do, ou são “motivadas” pelo
contexto. Embora Possenti (1988) considere que o contexto possa ser alterado dependendo
das escolhas dos recursos linguísticos que empregamos em nossos enunciados.
A partir dessa compreensão de que estilo não é apenas um ato individual, mas que
fatores sociais implicam para que falemos e escrevamos sobre um objeto de maneira distinta,
a disciplina de estilística deu um salto significativo para perceber que há estilo sempre, e não
somente quando estamos inseridos na esfera artística. Isto porque, por algum tempo, o estilo
esteve relacionado à noção de desvio, elaboração e conotação, e, portanto, somente os textos
literários eram considerados como portadores de estilo. E a análise estilística desses textos,
muitas vezes, resumia-se a encontrar os traços (desvios) recorrentes de cada autor.
Encontramos o tratamento do estilo nos trabalhos do Círculo de Bakhtin que, aliás,
criticava a estilística tradicional de sua época, muito presa ao texto literário1. Para Bakhtin
(2000), há estilo em todos os gêneros do discurso, até mesmo naqueles cujas formas são bem
padronizadas e que eram considerados como sem estilo por essa estilística tradicional.
Na obra Marxismo e Filosofia da Linguagem, Bakhtin (1988, p. 43) comenta que
“cada época e cada grupo social têm seu repertório de formas de discurso na comunicação
sócio-ideológica.” Ou seja, de acordo com as práticas sociais de cada época e grupo,
possuímos enunciados tipificados que nos permitem interagir e compreender cada situação e,
dessa forma, ter acesso a determinadas práticas sociais de certas esferas de atividade humana.
O estilo de nossos enunciados, para Bakhtin (1988), é um dos elementos
fundamentais para o entendimento do que são e como funcionam os gêneros do discurso, e de
como essas formas da língua influenciam e são influenciadas pela organização hierarquizada
das relações sociais.
O respeito às regras de ‘etiqueta’, do ‘bem-falar’ e as demais formas de adaptação da enunciação à organização hierarquizada da sociedade têm uma importância imensa no processo de explicação dos principais modos de comportamento. (BAKHTIN, 1988, p. 43)
1 A própria noção de gênero nos remete à classificação dos textos literários.
251
No texto Os gêneros do discurso, Bakhtin (2000) explica que os enunciados possuem
características estruturais que lhes são comuns e fronteiras delimitadas, e, portanto, nosso
discurso se molda à forma do enunciado, ou seja, aos gêneros do discurso. “Para falar,
utilizamo-nos sempre dos gêneros do discurso, em outras palavras, todos os nossos
enunciados dispõem de uma forma padrão e relativamente estável de estruturação de um
todo.” (BAKHTIN, 2000, p. 301)
Os gêneros do discurso, portanto, são definidos como “tipos relativamente estáveis
de enunciados” (BAKHTIN, 2000, p. 279) [grifo do autor], em termos de conteúdo temático,
estrutura composicional e estilo, e que transitam por todas as esferas de atividade humana.
Eles são enunciados ‘relativamente estáveis’, porque, apesar de todo gênero ter suas
convenções, são dinâmicos e flexíveis às mudanças históricas e socioculturais, o que pode
implicar no surgimento de novos gêneros e desaparecimento de outros.
As inovações tecnológicas multiplicaram e inovaram os gêneros em nossa sociedade,
o que nos permite dizer que alguns gêneros de hoje não são os mesmos, ou não existiam há
duzentos anos. Ao mesmo tempo, uma comunidade que não faz uso dessas tecnologias será
totalmente alheia aos novos gêneros, ou “gêneros emergentes” (MARCUSCHI, 2004), tais
como, e-mail, chat, blog, vídeo-conferência interativa, etc. Observe, no entanto, que as novas
tecnologias, televisão, celular, computador, internet e outras, por si só não produzem esses
gêneros. O aparecimento deles se dá devido à intensidade do uso destas tecnologias e suas
influências nas atividades comunicativas.
Quanto aos novos gêneros produzidos pelas mídias, Marcuschi (2003, p.20) lembra-
nos que “são formas inovadoras, mas não absolutamente novas”, pois, um gênero é sempre a
transformação de um gênero do passado. O autor nos adverte que os gêneros não devem ser
definidos a partir dos seus traços lingüísticos (forma). Pois, um gênero pode não possuir um
determinado traço lingüístico, ou assumir outra forma e, no entanto, continuar sendo o mesmo
gênero.
Utilizamos assim, a expressão “'intertextualidade inter-gênero' para designar o
aspecto da hidridização ou mescla de gêneros em que um gênero assume a função de outro”.
(FIX, 1997 apud MARCUSCHI, 2003, p.31)2
A intertextualidade inter-gênero evidencia a plasticidade e dinamicidade dos gêneros
e também reafirma o predomínio da função sobre a forma. Contudo, alguns gêneros são mais 2 MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionamento. In: DIONISIO, A.; MACHADO, A.; BEZERRA, M. Gêneros textuais e ensino. São Paulo: Lucerna, 2003.
252
propensos à intertextualidade inter-gênero como é o caso dos gêneros produzidos no domínio
publicitário.
Mas, voltando à noção do estilo dentro da perspectiva dos gêneros discursivos de
Bakhtin, tem-se que o locutor, com intuito de dizer algo e com a intencionalidade de provocar
uma “responsiva ativa” no seu destinatário, escolhe o gênero em que seus enunciados serão
estruturados. Mas, essa escolha é determinada
[...] em função da especificidade de uma dada esfera da comunicação verbal, das necessidades de uma temática (objeto do sentido), do conjunto constitutivo dos parceiros, etc. Depois disso, o intuito discursivo do locutor, sem que este renuncie à sua individualidade e à sua subjetividade, adapta-se e ajusta-se ao gênero escolhido, compõe-se e desenvolve-se na forma do gênero determinado. (BAKHTIN, 2000, p. 301)
Quanto às individualidade e subjetividade do locutor, Bakhtin (2000) não as ignora
como fica evidente na citação acima, contudo, para ele, nem todos os gêneros permitem que o
querer-dizer individual do locutor se manifeste. É o caso, por exemplo, dos ofícios, dos
documentos, das leis e das contas, que apresentam formas bem padronizadas.
Para Bakhtin (2000, p.284), “os estilos da língua pertencem por natureza ao gênero”,
isto é, devemos analisar o estilo, o modo de expressar de um locutor, mediante o gênero, pelo
qual a interação é realizada; ou então, acabamos por fazer julgamentos preconceituosos acerca
de um determinado estilo. Por exemplo, muitos criticam as abreviações e alterações fonéticas
que ocorrem nos textos produzidos na internet, julgando errado este tipo de variação da língua
que, para eles, pode destruir a Língua Portuguesa. Há pessoas que se recusam, por exemplo,
numa conversa no bate-papo, escrever naquele estilo, tornando-se, na verdade, inadequadas
àquela interação. Pois, tal estilo corresponde perfeitamente à finalidade comunicativa
(máximo de expressão num mínimo de esforço) daquela situação de interação.
O papel ativo do destinatário no processo comunicativo, percebido por Bakhtin
(2000), é também fundamental para o entendimento do estilo, nessa perspectiva dos gêneros
do discurso. “A quem se dirige o enunciado? Como o locutor (ou escritor) percebe e imagina
seu destinatário? Qual é a força da influência deste sobre o enunciado? É disso que depende a
composição, e sobretudo o estilo do enunciado.” (BAKHTIN, 2000, p. 321).
Portanto, nesta perspectiva, a escolha do gênero, e assim, dos recursos linguísticos
(estilo) e também dos procedimentos composicionais empregados, é determinada pela
253
maneira como o locutor percebe seu destinatário e pressupõe sua responsiva ativa.
(BAKHTIN, 2000)
Além disso, através da análise estilística dos gêneros discursivos, é possível
identificar como os membros de um determinado grupo de indivíduos se relacionam
socialmente, e quais são as visões de mundo que eles têm sobre determinado tema, em um
dado momento histórico.
Bakhtin (2000, p. 326) termina o texto Os gêneros do discurso dizendo que “uma
análise estilística que queira englobar todos os aspectos do estilo deve obrigatoriamente
analisar o todo do enunciado e, obrigatoriamente, analisá-lo dentro da cadeia da comunicação
verbal que o enunciado é apenas um elo inalienável.” [grifo do autor]
Gênero convite de casamento
De acordo com Travaglia (2007), os gêneros convite, convocação, intimação,
notificação, que têm o objetivo de solicitar a presença de alguém em um lugar e/ou evento,
possuem em comum alguns elementos de conteúdo, como: quem solicita a presença, quando e
onde se deve comparecer e para o que.
Travaglia (2007) observa que, na caracterização desses gêneros, o convite tem um
detalhamento maior no conteúdo, configurando-se em espécies, de acordo com o elemento
para o qual se convida como é o caso do objeto de estudo deste artigo, o convite de
casamento.
Geralmente, os convites são configurados da seguinte maneira: primeiramente, é
apresentado o nome dos pais, os anfitriões da festa e, em seguida, o nome dos noivos. Abaixo
dos nomes, tem-se um texto contendo as informações sobre o evento, e por fim, o endereço
residencial dos pais. É comum também uma mensagem – um versículo bíblico ou um verso de
música, de poesia – que pode vir no início, acima do nome dos pais, ou no final, abaixo dos
endereços, e, além disso, uma imagem. O convite da ilustração (1), produzido na década de
80, é um exemplo deste formato descrito acima.
Pelas convenções do gênero, o convite de casamento possui um estilo bastante
formal, visto que a cerimônia do casamento3 é uma prática da esfera religiosa, que exige certa
3 Apesar de os noivos casarem também no civil, o comum é o convite para a cerimônia religiosa.
254
polidez. Desse modo, os gêneros pertencentes a essa esfera utilizam-se daquelas formas
linguísticas marcadas por certo prestígio social, ou que denotam formalidade.
No convite de casamento, marcas desse estilo podem ser observadas, por exemplo,
no uso dos pronomes de tratamento. Para a gramática normativa, a utilização dos pronomes de
tratamento deve se adequar ao grau de intimidade, ao prestígio social, o grau hierárquico, e a
idade daquele a quem dirigimos nossos enunciados.
Portanto, os pronomes de tratamento utilizados nos convites de casamento para se
dirigir aos convidados geralmente são aqueles mais cerimoniais, tais como: Senhor (Sr.),
Senhora (Sr.ª), Vossa Senhoria (V. S.ª). Dentro do discurso, estes dão o sentido de que aquele
que fala mantém certo distanciamento, ou respeito, com aquele que é seu interlocutor.
Monteiro (1991, p. 73) comenta que “num processo comunicativo, todo emissor experimenta
às vezes graduação efetiva em relação ao receptor e isto tem que ser expresso por mudança da
expressão tratamental.” Isto é, às vezes, dirigimo-nos ao nosso interlocutor de maneira formal,
utilizando um “senhor”, e ao longo da conversa, à medida que vamos nos conhecendo,
trocamos para “você”.
Marcas recorrentes do estilo dos convites de casamento também podem ser
observadas em relação aos numerais. A gramática prescreve certas regras para o emprego dos
numerais em certas situações do uso da língua e em certos gêneros. Por exemplo, emprega-se
o numeral cardinal (aquele que indica a quantidade exata de seres) na numeração de artigos,
leis, decretos e outros gêneros jurídicos, a partir do dez. Também ao preencher um cheque, o
cliente deve preocupar-se em destacar o valor pago em forma numérica (algarismo) e em
forma escrita (numeral cardinal). Além disso, o Manual de Redação da Editora Abril (1991)
prescreve que não se deve iniciar frases com algarismos, mas com o numeral escrito por
extenso.
Segundo Cunha e Cintra (1985, p.365), “nas referências aos dias do mês, usam-se os
cardinais, salvo na designação do primeiro dia, em que é de regra o ordinal. Também na
indicação dos anos e das horas empregam-se os cardinais.” Os autores não fazem
especificação se esse numeral deve aparecer por extenso, ou em algarismo; nos exemplos que
eles dão na gramática, os numerais aparecem por extenso. Já o Manual de Redação da
Editora Abril (1991) apresenta certas situações, tais como, em horas e em endereços, nas
quais se deve usar o algarismo, ao invés de escrever o numeral por extenso.
255
Nos convites de casamento apresentados nas ilustrações (1), a data e horário do
casamento são escritos por extenso (numeral cardinal), e não por algarismos.
Em relação à colocação pronominal, a gramática normativa determina que os
pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) podem ocupar três
posições em relação ao verbo: antes do verbo (próclise), no meio do verbo (mesóclise) e
depois do verbo (ênclise). A mesóclise é usada quando o verbo estiver no futuro do presente,
como a que aparece no convite de casamento acima (sentir-se-ão), ou no futuro do pretérito.
No português brasileiro, há um desuso da mesóclise. Assim, utilizar mesóclises, mesmo
quando a situação exige, pode criar um efeito de arcaísmo, por se tratar de uma forma em
desusos, o mesmo acontece, por exemplo, com a utilização das formas correspondentes aos
pronomes “tu”4 e “vós”.
Outra característica estilística dos convites de casamento é que o ato de convidar é
sempre feito em terceira pessoa (singular ou plural), como podemos observar no convite da
ilustração (1). Nesse tipo de discurso, há o apagamento dos sujeitos, já que não há marcas de
subjetividade, ou seja, formas linguísticas que designam a pessoa que fala (eu) e a quem se
fala (tu). Enquanto que “ele” é a pessoa da qual se fala, não pertencendo à situação de
enunciação. “Ele” é a “não-pessoa”, segundo Benveniste (2006). Desse modo, os efeitos
gerados com o apagamento dessas marcas de subjetividade são: distanciamento, neutralidade,
verdade e objetividade.
Vejamos agora o estilo dos convites de casamentos em relação aos tipos de frase.
Segundo Martins (1989, p. 130), “como unidade de comunicação, a frase exprime um sentido,
encerra um conteúdo, que corresponde à sua função.” Em outras palavras, cada tipo de frase -
declarativa, exclamativa, imperativa - realiza uma função: representativa, emotiva, apelativa,
respectivamente. Há ainda uma quarta função, interpessoal, que se caracteriza pela
modalidade. Geralmente, os convites de casamento são frases declarativas. Nesse tipo de
frase, “o emissor exprime um fato que a seu juízo é verdadeiro ou falso”. (Martins, 1989, p.
130)
Além disso, Monteiro (1991, p. 51) diz que “a opção pelos períodos curtos ou longos
tem sempre uma motivação estilística.” Para este autor:
4 Na verdade, as formas estilísticas do “tu” exprimem certa intimidade entre os interlocutores, porém, o “tu” quase não é utilizado no português brasileiro, restringindo aos falantes dos estados do sul e do nordeste do país. A forma “tu” foi substituída por “você” como a forma de intimidade, mas, também usada com tratamento de igual para igual ou de superior para inferior. (CUNHA; CINTRA, 1985)
256
[...] os períodos curtos, incisivos, atêm-se ao coloquialismo, à espontaneidade. São estruturas da linguagem prevalentemente afetiva. Os períodos mais longos, armados hipotaticamente, exprimem menor escala de afetividade e se prestam para linguagens denotativas, técnicas. (MONTEIRO, 1991, p. 51)
Nos convites de casamento, geralmente, opta-se por períodos longos, no qual é
transmitido todo o conteúdo (quem convida, para o que, onde e quando). Além disso, quanto
ao ato de convidar, apesar de não ser o caso do convite da ilustração (1), em que o verbo
“sentir” expressa um processo mais relacionado ao mundo mental, é bastante recorrente o
emprego do verbo “convidar”, relacionado ao processo do fazer, do acontecer.
Por fim, não podemos deixar de fazer uma observação em relação às imagens, que
geralmente podem vir acompanhando o texto escrito. Estas normalmente são o símbolo das
duas alianças cruzadas, representando a união eterna de duas pessoas, já que a aliança é um
círculo e não tem fim. Além disso, é de costume ainda na época do namoro o homem dar uma
aliança à mulher amada como sinal de compromisso e fidelidade. Ou, outro símbolo comum é
o de dois pombinhos, representando o casal apaixonado.
Por todas essas características identificadas, podemos descrever o convite de
casamento como um gênero com um formato mais padronizado e um estilo mais formal.
No entanto, como vimos, no item 1.1, os gêneros são dinâmicos e flexíveis, e
transformam-se, juntamente com a língua, a sociedade e a cultura. Desse modo, coletamos 46
(quarenta e seis) convites de casamento - 20 (vinte) produzidos no final do século XX, entre a
década de 70 e década de 90, e 26 (vinte e seis) convites produzidos no século XXI, entre os
anos de 2001 e 2009. Notamos que vem ocorrendo uma sutil inovação na produção dos
convites de casamento, especialmente, em termos de configuração e de estilo, em decorrência
da maneira como os parceiros têm se relacionado nessa interação verbal, do como têm
percebido a cerimônia de casamento.
Para a análise que pretendemos realizar neste artigo, no próximo tópico, escolhemos,
entre os 25 convites produzidos no século XXI, 5 (cinco) que exemplificam as principais
inovações observadas, em relação à configuração e ao estilo desse gênero. Como referente à
tradição, destacamos um convite da década de 80 (ilustração 1), que nos servirá como
parâmetro para indicação das alterações.
Assim, desenvolveremos o seguinte procedimento de análise: (i) a partir da
fundamentação teórica sobre estilo e gênero discursivo, bem como da descrição das
257
características recorrentes dos convites de casamento, tomando como parâmetro o convite da
ilustração 1, identificaremos quais foram as escolhas feitas pelos locutores nos convites das
ilustrações 2, 3, 4, 5 e 6; (ii) discutiremos, simultaneamente, quais são os efeitos produzidos
pelos recursos linguísticos utilizados, que tipo de relação o locutor pretende estabelecer com
seu interlocutor, e que fatores socioculturais e históricas estão imbricadas na configuração e
estilo desses convites.
As inovações na produção do convite de casamento
O conteúdo do convite de casamento não varia muito. Nele, encontramos
basicamente as seguintes informações: os nomes dos pais e dos noivos, o dia, a hora, o local,
o endereço residencial dos pais e se terá ou não recepção festiva. (TRAVAGLIA, 2007) Mas,
apesar da rigidez na forma e no conteúdo desse gênero, algumas motivações podem ser
descritas em relação à configuração e ao estilo dos convites que vêm sendo produzidos nesses
últimos anos.
No convite da ilustração (2), as informações aparecem em tópicos, sem que haja a
utilização de verbos, isto é, o texto compõe-se apenas de frases nominais que se
classificariam, de acordo com Martins (1989), como frases incompletas, cujo entendimento
exige certos dados contidos na situação de enunciação ou no contexto linguístico.
As frases nominais são usadas para destacar a informação. Esse tipo de frase é muito
usado em propagandas, placas, tabuletas, faixas, e em capas de revista, principalmente, nas
chamadas.
Já no convite da ilustração (3), há uma mistura de frase verbal, ou frase completa, e
de frases incompletas. Podemos notar ainda alguns enunciados interrogativos, em que ocorre
a elipse5 de quase todos os termos, ficando apenas o pronome ou advérbio interrogativo,
evitando assim que informações anteriormente mencionadas se repitam.
Conforme descrevem Halliday e Matthiessen (2004), a elipse pode ocorrer nas
orações, de diferentes formas. Por exemplo, nas orações interrogativas com o emprego de “o
que”, “onde”, “quando” 6, em que pode ocorrer a elipse de toda a oração, isto é, o todo da
5 A elipse é tratada como um traço estilístico. Para os autores Halliday e Matthiessen (2004), a elipse é um recurso do sistema de coesão do texto. Assim, é possível omitir partes da estrutura que podem ser pressupostas pelo que foi dito anteriormente. 6 Em inglês, são os elementos “wh”: what, where, who, why.
258
frase é usualmente omitido, restando apenas o elemento da resposta. Assim, temos no convite
(3) a seguinte elipse:
• “Convidam familiares e amigos a participar de um momento especial na vida de seus
filhos. O que [é este momento especial na vida de seus filhos]? O casamento!
Quando [será o casamento]?” [Será no dia] 08/07/2006 [às] 18:40 hs. Onde [será o
casamento]? Paróquia São Paulo Apóstolo [situada na] Av. Alberto Ramo, [no
número] 614, [no bairro] Jardim Independência, [na cidade de] São Paulo, [no estado
de] São Paulo.”7
Observe que nas respostas, novamente, tudo é omitido, em outras palavras, eles
apresentam apenas o conteúdo da informação demandada:
• “Quando [será o casamento]? [O casamento será] 08/07/2006.”
Para Halliday e Matthiessen (2004), a elipse ocorre tipicamente em sequências
dialógicas, isto é, perguntas e respostas.
A frase interrogativa é “simultaneamente emotiva (exprime o desejo do locutor de
saber alguma coisa, podendo ir de uma discreta curiosidade a uma intensa ansiedade) e
apelativa (atua sobre o interlocutor do qual se espera uma resposta).” (MARTINS, 1989, p.
131)
• “Por que? Porque os dois são loucos... um pelo outro!”
Aqui, temos as reticências, criando uma expectativa no leitor, e ao mesmo tempo,
permitindo que ele a complete. A palavra “loucos” nos remete a certo discurso, no qual o
casamento não é nada romantizado, pelo contrário, visto como uma espécie de “forca”, de
“fim do mundo”, já que a pessoa casada não poderia mais ter os mesmos comportamentos da
vida solteira, perdendo assim a “liberdade”.
7 Usamos as chaves [ ] para marcar a informação omitida, ou seja, a elipse. Já os termos sublinhados são aquelas informações que nos ajudam a recuperar o que foi omitido na oração seguinte. Os termos em negrito marcam a informação que se pretende receber na resposta.
259
Portanto, esse tipo de construção, em que se dá preferência aos períodos curtos, ajudar
a inovar o estilo desses convites, justamente por não apresentar aquele formato padronizado
da mensagem, ou seja, é uma maneira nova de apresentar o mesmo conteúdo, destacando as
informações e facilitando a leitura, pois permite uma rápida visualização do todo do conteúdo.
Além disso, torna ainda o estilo mais coloquial, espontâneo e afetivo, conforme Monteiro
(1991).
Podemos observar ainda que, nesses dois convites analisados, optaram-se por
registrar a data e o horário em algarismos, e não por extenso, como é o convencional.
Outra característica estilística que tem se tornado mais comum nos convites de
casamento é o ato de convidar ser realizado em primeira pessoa, mostrando assim
subjetividade, ou seja, há presente, neste discurso, sujeitos que se comprometem com aquilo
que é dito.
As marcas de primeira pessoa podem fazer referência simplesmente aos noivos,
como no convite da ilustração (4), e em outros dizeres, tais como: “Para quem não
acreditava... vamos nos casar. Abençoados por Deus e nossos pais.”, “Nós [nome do casal]...
temos o prazer de convidar...”; ou então, elas fazem referência aos noivos e aos pais, já que
muitos convites trazem dizeres do tipo: “Em nome de nossos pais [nome dos pais]... vimos
convidá-lo...”, “Nós [nome do casal]... nossos pais [nome dos pais]... sentiremos honrados...”.
Geralmente, o convite começa com o nome dos pais, por serem os anfitriões da festa.
O nome do homem (pai) vem sempre primeiro e, em seguida, o nome da mulher (mãe), e
depois os dois filhos (os noivos), o que nos remete à estrutura hierárquica de uma família no
sistema patriarcal, em que os pais tinham certo controle sobre a vida dos filhos e os
casamentos eram estabelecidos pelos patriarcas, que casavam seus filhos com a intenção de
manter a herança em família, de aumentar territórios e de formar alianças políticas.
Certos convites produzidos na década de 80, por exemplo, trazem dizeres, tais como:
“As famílias [sobrenome] convidam...”. O sobrenome da família é algo muito importante em
nossa sociedade, mas, principalmente, em épocas mais remotas, na qual o indivíduo era
identificado como “bom” ou “ruim” pela família à qual ele pertencia, ou o (a) filho (a)
deveriam obedecer aos costumes religiosos para não “sujar, ou desonrar o nome do pai”.
Hoje, a relação entre pais e filhos tem se mostrado mais amigável. Isso pode ser
notado no convite de casamento pela configuração diferente para os nomes. Alguns convites
260
trazem dizeres do tipo: “[nome do casal] juntamente com seus pais [nome dos pais] convidam
para a cerimônia...”.
Também podemos perceber, nos convites produzidos no século XXI, uma mudança
no tratamento do interlocutor, como na ilustração (3) e (5). Nestes dois, é empregado o
pronome “você” para se dirigir aos convidados, ou os termos “familiares” e “amigos”.
O convite da ilustração (5) apresenta, além do conteúdo esperado nessa espécie de
convite, uma breve narrativa em quadrinhos sobre a história do casal, ou seja, como o casal se
conheceu, o desejo de ficarem juntos, os empecilhos que a princípio os separaram e,
finalmente, o desfecho feliz, o casamento dos dois. Mas, ao contrário, dos romances
românticos, ou contos de fadas, a história dos dois termina com um fim interrogativo.
Portanto, neste convite, temos um exemplo da ‘intertextualidade inter-gênero’
(MARCUSCHI, 2003), conforme foi discutido no item 1.1.
Na ilustração (6), a seguir, podemos observar o mesmo fenômeno. O gênero convite
de casamento assume o formato de anúncio de espetáculo teatral, mas, a função continua a
mesma.
Aqui, a intertextualidade inter-gênero, isto é, a hibridização do convite de casamento
com outros gêneros, produz um efeito humorístico. Não se esperaria, em uma ocasião formal
como o casamento religioso, que o convite apresentasse um formato de cartaz de filme ou
peça teatral (ilustração 6), como se o casamento fosse uma produção hollywoodiana. Embora,
ultimamente, os cerimoniais tenham buscado transformar esse ritual em um grande negócio,
como mostra a reportagem de Heringer (2010, p. 4), cujo título e subtítulo são:
Casar está na moda
O que para muitos representam uma instituição falida, para os profissionais de casamento, não. Este mercado está crescendo e se aprimorando cada vez mais, exigindo profissionais qualificados e atendimento vip.
Outra matéria, publicada no site do Yahoo, Bares e restaurantes substituem buffes de
casamento8, informa sobre essa nova preferência dos casais por uma cerimônia festiva com
menos formalidade, como, por exemplo, em um bar.
8 CANALE, Felippe. Bares e restaurantes substituem buffes de casamento. Yahoo. 2011. Disponível em: <http://br.noticias.yahoo.com/s/08022011/48/manchetes-bares-restaurantes-substituem-tradicionais-buffets.html> Acessado em 9 fev.2011.
261
Nossa última análise é com relação às imagens. Como mostram os quatro convites
(ilustrações 2, 3, 5 e 6), atualmente, as imagens são caricaturas dos noivos, ou desenhos
engraçados de bonequinhos de noivos se puxando por uma corda. Isto torna o convite de
casamento muito mais engraçado e inovador.
No convite (3), também a imagem desenhada dos noivos permite criar uma interação
bastante íntima entre esses dois participantes e aqueles que os observam. A caricatura do casal
retrata apenas seus rostos, ou seja, em uma distância curta, de proximidade entre eles e
aqueles que os observam (o “interlocutor”). Além disso, o noivo direciona seu olhar para o
observador, demandando desse algo.
Considerações finais
A partir desses dados, podemos dizer que, se o estilo dos convites de casamento era
bastante formal, e (re)produzia uma sociedade com valores um pouco mais conservadores,
nesses 5 (cinco) convites de casamento analisados deste século, o estilo se apresenta bem
mais informal, afetivo e até lúdico. Além disso, os destinatários desses convites são tratados
com certo grau de familiaridade, intimidade, e sem muita cortesia.
A análise realizada neste artigo contribui, portanto, para se pensar nas práticas e nas
relações sociais, e como elas se dão na e pela linguagem. O casamento, ao mesmo tempo em
que é uma cerimônia religiosa, é também percebido pelos sujeitos como uma cerimônia
festiva. Na imagem do último quadrinho do convite da ilustração (5), os pais e os noivos estão
segurando uma taça, certamente, brindando esse momento de união. Desde modo, esse estilo
e a configuração do convite permitem criar outro contexto, no qual o casamento é tido pelos
destinatários como uma situação informal, mas, não necessariamente simples, pelo contrário,
alguns casamentos são uma produção técnica espetacular.
De acordo com o site da Revista Noiva9, as empresas responsáveis pelo cerimonial
têm classificado convites como o da ilustração (1) como convites tradicionais, e os convites
das ilustrações (2), (3), (5) e (6) como convites modernos. Ou então, definindo o estilo do
convite como tradicional ou moderno também pela diferença do suporte físico e virtual. Essa
escolha por um convite tradicional ou moderno, segundo a revista, implica como será
9 Informação extraída do e-book, Convites de casamento: saiba como escolher o seu, da Revista Noiva. Disponível em: <http://www.noivasecia.com.br/como-escolher-seu-convite-de-casamento.php>. Acessado: 17 abril de 2009.
262
organizada toda a cerimônia, como, por exemplo, a decoração do salão festivo, o traje da
noiva, as músicas, as lembranças da festa, etc.
Assim, vemos que as inovações estilísticas apresentadas nos convites produzidos
neste século não são motivadas apenas por uma individualidade, ou somente pelas
transformações culturais e históricas, mas também motivadas pelo capitalismo da “indústria
do casamento” (HERING, 2010) que quer se dar bem e, portanto, cria essas estratégias para
que se consumam esse tipo de serviço especializado.
Por fim, acredita-se que outras pesquisas podem ser realizadas em relação aos
convites que vêm sendo produzidos nesses últimos anos, por exemplo, com relação ao
suporte, muitos dos convites têm um formato (quadrado, retangular, com abertura de cima
para baixo, ou da direita para esquerda) e textura ou material (tipo de papel) diferente e, além
disso, alguns ainda trazem um endereço eletrônico de um site dos noivos, como o convite da
ilustração (5), em que os convidados podem acessá-lo para saber mais detalhes da cerimônia,
bem como ver fotos e ter informações sobre o casal. Além disso, neste site poderão ser
postados posteriormente fotos da cerimônia, como uma espécie de cobertura do evento.
Referências bibliográficas
BENVENISTE, E. O aparelho formal da enunciação. In:___. Problemas de linguística geral
II. 2. ed. Campinas, São Paulo: Pontes Editores, 2006.
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem: Problemas fundamentais do Método
Sociológico na Ciência da Linguagem. 4. ed. São Paulo: Editora Hucitec, 1988.
BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In:______. Estética da Criação Verbal. 3. ed. São
Paulo: Martins Fontes, 2000.
CUNHA, C.; CINTRA, L. F. Nova gramática do português contemporâneo. 2. ed. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
HALLIDAY, M.; MATTHIESSEN, C. An introduction to functional grammar. 3 ed.
London: Hodder Arnold, 2004.
HERINGER, E. Casar está na moda. O ponto: jornal laboratório do curso de comunicação
social – Universidade FUMEC/FCH, Belo Horizonte, p. 4, 13 maio 2010.
LOPES, R.; MENEZES, C.; SANTOS, G.; PICCININI, C. Ritual de casamento e
planejamento do primeiro filho. Psicologia em Estudos, Maringá, v. 11, n. 1, p. 55-61,
jan./abr.2006.
263
Manual de estilo editora Abril: como escrever bem para nossas revistas. 15 ed. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1991.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionamento. In: DIONISIO, A.;
MACHADO, A.; BEZERRA, M. Gêneros textuais e ensino. São Paulo: Lucerna, 2003.
MARCUSCHI, L. A.; XAVIER, A. C. Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de
construção de sentido. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.
MARTINS, N. A estilística da frase. In:___. Introdução à estilística: a expressividade da
língua portuguesa. São Paulo: T.A. Queiroz/Edusp, 1989.
MONTEIRO, J. A escolha estilística. In:___. A estilística. São Paulo: Ática, 1991.
POSSENTI, S. Discurso, estilo e subjetividade. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
TRAVAGLIA, L. C. A caracterização de categorias de texto: tipos, gêneros e espécies. Alfa,
São Paulo, v. 51, n. 1, 2007. Disponível em: <www.alfa.ibilce.unesp.br/download/v51-1/03-
Travaglia.pdf>. Acessado em: 17 abril de 2009.
264
Anexos10
10 Para manter em sigilo a identidade dos sujeitos, os nomes foram apagados e substituídos por suas iniciais, enquanto os endereços estão representados pela letra X.
Ilustração 1. Convite de casamento da década de 80
Ilustração 2. Convite de casamento do início do séc. XXI
265
Ilustração 3. Convite de casamento do início do séc. XXI
Ilustração 4. Convite de casamento do início do séc. XXI
266
Ilustração 5. Convite de casamento com formato de história em quadrinhos
Ilustração 6. Convite de casamento com formato de cartaz
Recommended