View
2
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
A regulamentação, cada vez mais exigente, e a conscientização das empresas para seus benefícios estão adubando o setor de lubrificantes food grade, que floresce cheio de boas perspectivas para este e proximos anos. A avaliação dos profissionais da área é que incrementados com novas tecnologias, este tipo de lubrificante conquiste, definitivamente, seu lugar ao sol.
O mercado de lubrificantes food grade vem crescendo gradativamente, já que as exigências dos clientes e a maior fiscalização dos órgãos competentes fazem com que as empresas passem a enxergar este tipo de lubrificante como uma necessidade. "Um dos destaques do setor, dentre vários outros, é a classificação das empresas do mercado sucroa lcooleiro como produtoras alimentícias, devido à produção de açúcar, fazendo com que vários pontos sejam necessários e exigidos os lubrificantes food-grade", argumenta Vinicius de Medeiros, diretor técnico-comercial da Avia-Lubrisint, que tem no mercado de food grade seu principal negócio. Em relação ao primeiro semestre, houve um bom desempenho no setor, visto o maior interesse da indústri a em busca r produtos com melhor qualidade e preocupação com o meio ambiente. "De um modo geral foi bom, com crescimento destacado nos primeiros quatro meses do ano e um pouco estagnado nos últimos dois meses, em função da incerteza momentânea no mercado internacional",
analisa Airton Bertaglia, diretor técnico-comercial da Grax. Ele destaca uma maior conscientização dos fabricantes de alimentos pelo uso de lubrifica ntes corretos e, também, pela busca ca da vez maior de produtos não agressivos ao ambiente. O volume de produção da empresa cresceu, no semestre, 15% sobre igual período do ano passado. A estratégia de atuar em nichos também contribuiu para os bons resultados no primeiro semestre do ano. A opinião é de Jorge Efrain Rey de Oliveira, gerente de mercado - Mercados Industria is e Serviços da Klüber Lubrication. "Ava lio como positivo em função de ações estratégicas específicas e de foco em aplicações em nicho que identificamos. Neste mercado, os principais destaques foram a indústria de ca rnes e bebidas, com crescimento superior a 10% sobre igua l período do ano passado", informa. A Lumobras é outra que registrou bons negócios nos seis primeiros meses do ano. Conforme a gerente de suporte técn ico, Anna Katrin e Jarosch, a empresa vendeu 22% a mais neste segmento, em relação ao mesmo período do ano passado. Para Paulo Roberto Antal, gerente indus-
"Temos o/guns produtos sendo desenvolvidos e oté o final deste ano, infcio de 2013, teremos por volta de mais seis produtos certificados pelo NSF/ FDA para podermos atender cada vez mais os necessidades de nossos clientes com a alta performance de sempre" Vinicius de Medeiros, diretor técnico-comercia/ da Avia-Lubrisint
\ "Nos últimos anos, o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções inovadoras vem crescendo de acordo com a necessidade da adequação às novas aplicações e equipamentos da indústria" Felipe Lopes, Account Manager - Lubricants & Industrial Chemica/ da Croda
triai da Molybras, houve um acréscimo de produção e vendas de aproximadamente 30%, "pois empresas de menor porte passaram a consultar e consumir estes lubrifi cantes antes rest ritos a grandes empresas e/ou multinacionais", justifica.
Necessidade e adequação Tecnologia certamente foi a grande aliada dos lubrificantes food grade na conquista de novos usuários. M edeiros argumenta que os fabricantes de matérias-primas e aditivos, principalmente os importados, passaram a desenvolver mais opções com certificação do FDA, fazendo com que os fabricantes de produtos finais pudessem ter maior flexibilidade para obter a especificação necessária aos produtos. "Com isso, a performance foi ampliada, aumentando o custo/benefício deste tipo de produto, minimizando o impacto dos preços, que são um pouco superiores aos de mercado", ana lisa. "Nos últimos anos, o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções inovadoras vem crescendo de acordo com a necessidade da adequação às novas aplicações e equipamentos da indústria", concorda Felipe Lopes, Account Manager - Lubricants & Industrial Chemical da eroda, acrescen-
LUBGRAX • Edição 17 • 2012 • 59
LUBRIFICANTES FOOD GRA
Moenda de cana-de-açúcar: uma das apostas da setor
tando que, além disso, novos produtos ambientalmente corretos estão sendo desenvolvidos e lançados, seguindo a tendência mundial de produtos ecofriendly. A contribuição dos aditivos também entra na conta. De acordo com Va ldir Adão de Camargo, diretor comercial da DNC, aditivos de altíssima qua lidade aliados à l inha de pol ialfalefinas e outros ésteres é possível se chegar a produtos com qualidade para atender a uma gama maior de cl ientes como: indústria alimentícia, indústria de bebidas, indústria de cosméticos, indústria farmacêutica, etc. Oliveira, da Klüber, também atribui aos ad it ivos parte do bom desempenho tecnológico dos lubrificantes food grade. "Os avanços tecnológicos orientam para novos espessantes em graxas food grade, que asseguram performance a um custo mais competitivo, bem como a introdução, pesquisa e desenvo lvimento de lubrificantes de bases renováveis (vegetais) e produtos para os quais possamos assegurar biodegradabi lidade", expl ica, declarando que também tem sido uti lizado lubrificantes que têm contato d ireto com o alimento - um grau maior de rigor da legislação e diferente das homologações Hl para contato incidental.
60 • LUBGRAX • Edição 17 • 2012
A Dow América Latina ilustra a questão desenvolvimento tecnológico por meio do Ucon SL-17000, um lubrificante que oferece excelente desempenho e é o único com certificação máxima de grau al imentício (NSF Hl), o que garante total segurança no processo produtivo. "O Ucon SL 17000 é um lubrificante sintéti co de alta viscosidade, biodegradáve l, de baixa toxicidade e que oferece redução de até 70% na utilização de lubrificantes no processo de moagem de cana-de-açúcar e que já está sendo comerc ializado e uti lizado no maquinário das usinas de açúcar e álcool no Brasil", informa Flavia Venturoli, gerente de marketing e produto da Dow Lubrificantes e Fluidos, antecipando que a companhia, por meio da divisão de Fluidos e Lubrificantes, vem trabalhando para o desenvolvimento da linha completa de lubrificant es pa ra moendas de cana de açúcar (Ucon SL), destacando suas prop riedades sustentáveis, além de proporcionar alto desempenho às moendas.
Fecha o cerco A regulamentação do seto r está, também, contribuindo para o desenvolvimento desse tipo de lubrificante. No Brasil, os órgãos envolvidos são a Secretaria de Agricultura e abastecimento - Instituto
de tecno logia de Al imentos, CETEA; o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Departamento de Inspeção de produtos de Origem Animal, DIPOA; e Secretaria de Estado da Saúde, Instituto Adolfo Lutz. Outros órgãos como NSF e SGS fornecem laudos internacionais. "Os produtos que estiverem aprovados por estes órgãos, são considerados competitivos e legais como sendo grau alimentício", pondera Anna, da Lumobras. Essa in iciativa, sem dúvida, faz com que as empresas se adaptem, dando origem ao que Medeiros, da Avia-Lubrisint, chama de "seleção natural dos produtos que realmente são de grau al imentício dos apenas atóxicos." Lopes, da Croda, lembra que, para competir no mercado de lubrificantes food grade, é preciso que o formu lador trabalhe com matérias-primas que estejam especificamente aprovadas para esta f inal idade. "Até o começo de 1998, para receber a aprovação, o formulador precisava provar que todos os insumos da formulação eram substâncias permitidas e que atendiam aos padrões do FDA para contato acidental com al imentos (FDA 21 CFR §178.350)", explica, acrescentando que, atua lmente a NSF, National Sanitation Foundat ion, é o órgão que gerencia o programa de avaliação para aprovação dos lubrificantes (Hl) ou dos óleos básicos e adit ivos (HX-1) que possam vir a ter contato acidenta l com alimentos. A aprovação da NSF geralmente é reconhecida e aceita mundialmente.
Flavia Venturoli, gerente de marketing e produto da Dow Lubrificantes e Fluidos
"Esperamos sempre alguma medida da governa na sentida de redução da carga tributária, que hoje é a grande vilã para a indústria nacional, tanta a exportadora, quanta àquela voltada ao mercado interno." Airtan Bertag/ia, diretor técnica-comercial da Grax
Em relação às regras legais, Oliveira, da Klüber, afirma que se percebe um rigor maior que passa a se estender também a pequenas empresas (produção de pães, por exemplo), bem como a alguns nichos específicos de grandes subsegmentos da indústria de al imentos (carne, grãos), que outrora utilizava m lubri ficantes convencionais e, agora, utilizam lubrificantes food grade.
Boas perspectivas A sustentabilidade, a "onda verde" e principalmente a conscientização das empresas e de seus dirigentes estão realmente fazendo com que este tipo de lubrificante seja uma necessidade, o que leva as compa nhias a focar mais em novos produtos e novas tecnologias. Por co nta dessa contatação, a expectativa é otimista pa ra os seis próx imos meses. " Temos alguns produtos sendo desenvo lvidos e até o final deste ano, início de 2013, t eremos por volta de mais se is produtos certificados pelo NSF/ FDA para podermos atender cada vez mais as necessidades de nossos clientes com a alta performance de sempre", revela M edeiros, da Avia-Lubri -
sint, antecipando que a pe rspectiva de produção é de alta sign ificativa, pois "estamos homologando nossos produtos na Europa por meio por meio Avia, abrindo assim um enorme mercado de atuação com nossa parceira Avia-Bantleon da Alemanha." Na Croda, onde muitos dos ésteres e aditivos desenvolvidos são derivados de matérias-p rim as de fontes renováveis e apresentam alto grau de biodegradabilidade, que são ca racteríst icas cada vez mais valorizadas pelos clientes, a t endência é posi tiva . "Durante o primeiro semestre de 2012 houve uma procura
significativa por insumos que já tenham aprovação NSF HX-1, principalmente por ésteres res istentes à altas t em peraturas, para a fa bricação de lubrificantes sintéticos para aplicação em correntes em diversos segmentos", justifica, reforça ndo que. Em função disso, existe uma expectat iva de crescimento para est e mercado durante os próximos anos devi do ao aumento dos clientes que passem a utilizar lubrificantes já aprovados para esta finalidade. Camargo, da DNC, aposta no crescimento do setor, independente do que ocorra em out ros países, tanto na produção de grãos,
Recommended