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Revista FACID: Cincia & Vida, Teresina, v. 11, n. 2, Setembro 2015
Pgina 1
a revista do conhecimento humano publicada pela FACID
Teresina - PI
Semestral
ISSN 2358-3142
Revista FACID: Cincia & Vida, Teresina, v. 11, n. 2, Setembro 2015
Pgina 2
Revista FACID: Cincia & Vida, Teresina, v. 11, n. 2, Setembro 2015
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a revista do conhecimento humano publicada pela FACID
Teresina-PI
As opinies e artigos expressos aqui so de inteira
responsabilidade dos autores.
Periodicidade Semestral
Rua Veterinrio Bugyja Brito, 1354 - Horto Florestal
CEP: 64052-410 Teresina (PI) Brasil
Fone: (086) 3216-7900 / 3216-7901
www.facid.edu.br
http://www.facid.edu.br/Revista FACID: Cincia & Vida, Teresina, v. 11, n. 2, Setembro 2015
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Revista Facid
http://www.facid.edu.br
revista@facid.edu.br
Editor - responsvel
Maria Helena Chaib Gomes Stegun
Projeto Grfico
Castino Martins da Silveira e Luiz Carlos dos Santos Jnior
Reviso
Antonia Osima Lopes, Maria Helena Chaib Gomes Stegun, Maria Rosilndia Lopes de Amorim.
Jornalista Responsvel
Marcos Svio Sabino de Farias - MTB 1005
Impresso
Grfica
Capa
Amanda Paiva e Silva Martins
Catulo Coelho dos Santos
George Mendes Ribeiro Sousa
Juciara Freitas Ribeiro
(Egressos do Curso de Publicidade e Propaganda da FACID)
Revista Facid: Cincia & Vida / Faculdade Integral Diferencial.
V. 11, N. 2, 2015 / Teresina: FACID, 2015.
Semestral
ISSN 2358-3142
1. Pesquisa cientfica. 2. Desenvolvimento cientfico.
CDD 509
CDU 001.891
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a revista do conhecimento humano publicada pela FACID
Teresina-PI
FACID - Faculdade Integral Diferencial
Integral - Grupo de Ensino Superior do Piau S/C Ltda.
Maria Josec Lima Cavalcante Vale
Diretora Geral
Lucia Cristina Gauber
Coordenadora Geral Acadmica
Maria Helena Chaib Gomes Stegun
Coordenadora de Pesquisa e Ps-Graduao
Conselho Editorial da Revista
Antonia Osima Lopes
Maria Helena Chaib Gomes Stegun
Hilris Rocha e Silva
Isabel Cristina Cavalcante Moreira
Maria do Carmo Bandeira Marinho
Maria Josec Lima Cavalcante Vale
Nivea Maria Ribeiro Rocha da Cunha
Thais Barbosa Reis
Valria de Deus Leopoldino de Ara Leo
Bibliotecria Marijane Martins Gramosa Vilarinho - CRB/3 1059
Revista FACID: Cincia & Vida, Teresina, v. 11, n. 2, Setembro 2015
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EDITORIAL
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Revista FACID: Cincia & Vida, Teresina, v. 11, n. 2, Setembro 2015
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EDITORIAL
O ensino, a pesquisa, bem como a extenso, fazem parte do cotidiano acadmico de qualquer
instituio de ensino superior, uma vez que so partes indissociveis do ensino de qualidade. A
DeVry/FACID tem como propsito a integrao dessas trs atividades visando a formao de
profissionais de excelncia, alm do mais, a pesquisa possui uma relevncia estratgica na produo
de conhecimentos para o desenvolvimento cientfico e tecnolgico da nao.
Com o crescimento acelerado do conhecimento e o acesso rpido informao nos ltimos
anos, tornou-se impraticvel o ensino baseado exclusivamente na transmisso de conhecimentos. A
pesquisa cientfica est presente em todos os currculos das instituies de ensino, demonstrando
assim sua importncia no meio profissional. O mercado de trabalho est exigindo cada vez mais do
profissional, que tenham no s conhecimentos tericos, mas que possam realizar uma prtica
buscando a produo de novas ideais e conhecimentos.
Partindo do princpio que o conhecimento no algo acabado, mas em construo, uma vez
que o mundo no esttico e o prprio homem est em permanente transformao, modificando
assim a prpria sociedade, muitas descobertas esto sendo feitas para atender as necessidades da
populao. O desafio das instituies de ensino superior hoje formar indivduos crticos que sejam
capazes de buscar conhecimentos e de saber utiliz-los, buscando respostas as suas dvidas quando
estas respostas no esto disponveis, utilizando a pesquisa como meio.
Assim, o ensino superior tem como pressuposto a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e
extenso, objetivando a construo de solues individuais e coletivas conscientemente posicionadas
em favor do desenvolvimento sociocultural da humanidade e esse conhecimento no poder ficar
guardado dentro da instituio, mas o trabalho produzido deve se disseminado atravs de
apresentaes em congressos, semanas cientificas e publicaes em Anais , Jornais e Revistas
cientficas, para que possa contribuir com a sociedade.
Com esse propsito, a Revista FACID Cincia & Vida mantm, na sua 2 edio do ano de
2015 o compromisso com a divulgao de estudos e pesquisas e tem como enfoque os dados gerados
atravs dos trabalhos de concluso de curso e o Programa de Iniciao Cientfica e Tecnolgica
(PICT). Com esse compromisso, no volume 12, edio n 2 de 2015, contamos com dezessete artigos,
dentre eles artigos originais e artigos de reviso. Esta edio conta com artigos nas reas de
Psicologia, Medicina, Fisioterapia, Farmcia e Odontologia.
Dentre os artigos da rea da sade, podemos identificar discusses de temas complexos e de
diferentes contextos, desde esclarecimentos da comunidade sobre o uso adequado de plantas
medicinais no trato das enfermidades pesquisa sobre o uso indiscriminado de benzodiazepnicos,
trazendo uma reflexo para a necessidade do treinamento dos mdicos a respeito.
A Fisioterapia e a Medicina nos presenteiam com pesquisas experimentais e de campo que
tratam de temas atuais, como a verificao da eficcia do mtodo de eletroestimulao na constipao,
estudos sobre incontinncia urinria feminina, Acidente Vascular Cerebral. A constatao da
ocorrncia de infeco do trato urinrio, sobretudo em gestantes primparas, e a identificao do tipo
de infeco mais prevalente, assim como identificao de complicaes em transplantes renais, dentre
outros artigos.
Podemos tambm adentrar a uma reviso bibliogrfica sobre o uso do retalho fasciocutneo
sural como opo teraputica para a reconstruo cirrgica de leses com exposio de reas pouco
vascularizadas.
Essa edio apresenta tambm uma pesquisa experimental com ratos, chamando a ateno do
uso de suplementos a base de protena do soro do leite, o que abre espao para a utilizao indevida
dos mesmos, pelos esportistas podendo traduzir-se em riscos para a sade.
Revista FACID: Cincia & Vida, Teresina, v. 11, n. 2, Setembro 2015
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A Psicologia vem nos presentear com um estudo atual sobre a parentalidade, discutindo o
exerccio dos papis dos pais dentro de uma sociedade contempornea.
Diversos artigos produzidos pelos alunos de Odontologia relatam pesquisas na rea de
ocluso, uso de drogas e infiltrao, com pesquisas de campo que vm contribuir para o avano na
rea.
Os temas so vastos e de grande relevncia para a sociedade, mostrando cada vez mais a
qualidade da produo dos alunos e o interesse por pesquisa.
Boa leitura!
Maria Helena Chaib Gomes Stegun
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SUMRIO
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SUMRIO
ARTIGOS
ABORDAGEM FISIOTERAPUTICA DE MULHERES COM
INCONTINNCIA URINRIA DE ESFORO: UMA REVISO SISTEMTICA
Thainara Valente de Amorim Alves, Evandro Nogueira Barros Filho ...........................
AVALIAO FUNCIONAL E MORFOESTRUTURAL DO RIM DE RATOS
WISTAR APS O USO DE SUPLEMENTO ALIMENTAR A BASE DE
PROTENA
Andressa Alves de Andrade Silva1, Antnio Gonalves Rodrigues Junior2.......................
O CONHECIMENTO DOS MDICOS DA ATENO PRIMRIA DE SADE
SOBRE OS BENZODIAZEPNICOS
Karoline Cruz Silva , Marlia Ione Futino2........................................................................
DROGAS LCITAS E ILCITAS E SUAS PRINCIPAIS MANIFESTAOES
BUCAIS
Giselle da Silva Oliveira; Eliana Camplo Lago .............................................................
OS EFEITOS DA ELETROESTIMULAO EM MULHERES COM
CONSTIPAO
Kelly Serejo Machado , Veruska Cronemberger Nogueira Reblo2...................................
INFECO URINRIA EM GESTANTES QUE REALIZARAM O PR-NATAL
DE ALTO RISCO EM UMA MATERNIDADE DE REFERNCIA
Luanna Dias dos Reis Crisanto Leo, Isabel Cristina Cavalcante Carvalho Moreira......
INFLUNCIA DO ESTADO NUTRICIONAL NAS ATIVIDADES DE VIDA
DIRIA (AVDS) EM IDOSOS
Daniel Fialho de Oliveira Sampaio , Adeildes Bezerra de Moura Lima2............................
O USO DO RETALHO FASCIOCUTNEO SURAL REVERSO: UMA REVISO
DE LITERATURA
Joassan Perys Antonio de Arajo, Edison de Arajo Vale, Marcella Silva Marcos.......
MICROCORRENTE GALVNICA E PEELING QUMICO DE CIDO
GLICLICO PARA TRATAMENTO DE ESTRIAS ALBAS
Raphaela Gonalves Silva , Juara Gonalves de Castro2 .................................................
INFILTRAO MARGINAL EM RESTAURAES DE RESINA COMPOSTA
APS CLAREAMENTO DENTAL COM PERXIDO DE HIDROGNIO 35%
Natrcya Brenda de Arajo Cavalcante, Conceio de Maria Probo de Alencar Batista..
17
26
39
46
56
66
72
79
90
97
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OCORRNCIA DE BACTRIAS MULTIRRESISTENTES EM UMA UNIDADE
DE TERAPIA INTENSIVA PEDITRICA DE HOSPITAL PBLICO DE
TERESINA-PI
Ylara Liza Porto de Carvalho1 , Carlos Leonardo Evangelista Bento dos Santos2 ,
Guilherme Henrique Mendes Leal de Sousa Martins3 , Maria Clara Pimentel Lopes 4 ,
Gssica Kelly de Sousa Andrade5 ......................................................................................
USO DE PLANTAS MEDICINAIS POR USURIOS DE UM AMBULATRIO
ESCOLA EM TERESINA-PI
Robson de Carvalho da Silva 1 , Jairelda Sousa Rodrigues2 , Rosemarie Brandim
Marques3..............................................................................................................................
ABORDAGEM FISIOTERAPUTICA DE MULHERES COM
INCONTINNCIA URINRIA DE ESFORO: UMA REVISO SISTEMTICA
Thainara Valente de Amorim Alves, Evandro Nogueira Barros Filho.............................
PROPORES DE IGUALDADE E UREA EM MEDIDAS CRNIO-FACIAIS
DE INDIVDUOS EM FASES DISTINTAS DO CRESCIMENTO
Mrcia Valria Martins 1, Edmundo Mdici Filho 2.............................................................
SER PAI NA CONTEMPORANEIDADE: A VISO DO HOMEM SOBRE A
PARENTALIDADE
Marcelle Beatriz Moraes Sousa1 , Milene Martins2 .............................................................
TRANSPLANTE RENAL EM UM HOSPITAL PRIVADO DE TERESINA:
INCIDNCIA DE COMPLICAES CLNICAS E CIRRGICAS NOS
PRIMEIROS SEIS MESES PS-OPERATRIO
Denise Sampaio Mendes Freire1, Avelar Alves da Silva2....................................................
O PERFIL CLNICO-FUNCIONAL E DEMOGRFICO DE PACIENTES
ACOMETIDOS POR ACIDENTE VASCULAR ENCEFLICO
Ana Flvia Machado de Carvalho, Gabriela Feitosa da Silva ..........................................
NORMAS EDITORIAIS ................................................................................................
106
117
126
136
146
154
165
177
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ARTIGOS
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ABORDAGEM FISIOTERAPUTICA DE MULHERES COM INCONTINNCIA
URINRIA DE ESFORO: UMA REVISO SISTEMTICA
PHYSIOTHERAPY APPROACH FOR WOMEN WITH STRESS URINARY
INCONTINENCE: A LITERATURE REVIEW
Thainara Valente de Amorim Alves,
Evandro Nogueira Barros Filho
RESUMO
A incontinncia urinria de esforo (IUE) definida pela perda involuntria de urina ocasionada por
um aumento de presso e enfraquecimento da musculatura do assoalho plvico (MAP). a forma de
incontinncia urinria que apresenta maior prevalncia, sendo responsvel por 60% de todos os casos
de incontinncia urinria feminina, ocorrendo quando h um aumento da presso intra-abdominal por
esforos tais como: tosse, espirro, sorrir, saltar, caminhar ou orgasmo. Alguns fatores de riscos podem
facilitar o desenvolvimento dessa afeco, como a idade avanada, raa branca, partos traumticos,
multiparidade, diminuio do estrgeno, alm de cirurgias que podem lesionar e enfraquecer o
assoalho plvico desencadeando essa doena. A fisioterapia uma rea da sade, integrante da equipe
multidisciplinar, que atravs de algumas modalidades proporciona o fortalecimento da MAP, afim de
restabelecer a continncia urinria, prestando assistncia aos pacientes com essa afeco. O objetivo
desse estudo foi identificar na literatura os tratamentos fisioteraputicos em mulheres com
incontinncia urinria de esforo. Para o alcance do objetivo, optou-se pelo mtodo de reviso
sistemtica. O levantamento dos artigos ocorreu nas bases de dados do Google Acadmico e de
portais como Bireme, Lilacs e Scielo. Aps a busca, foram encontrados 43 resultados e,
posteriormente aplicao dos critrios de incluso, 11 artigos foram selecionados. Os recursos e
tcnicas fisioteraputicas no tratamento da IUE mais utilizados nos artigos selecionados foram,
cinesioterapia (54%), seguido de eletroestimulao transvaginal e uso de cones vaginais (27%),
ginstica hipopressiva (15%) e Biofeedback (8%). Conclui-se que a fisioterapia mostrou-se como
parte fundamental no tratamento conservador da IUE, proporcionando maior controle na perda de
urina e um aumento significativo na qualidade de vida das mulheres. Mas devido escassez de
trabalhos encontrados na literatura, e a quantidade de mulheres acometidas por tal doena, faz-se
necessrio uma maior investigao e pesquisa acerca desse assunto, com o objetivo de esclarecer e
observar os efeitos proporcionados e quais mtodos so mais eficazes no tratamento da IUE.
Palavras-chave: Fisioterapia. Incontinncia urinria. Sade da mulher.
__________________ Aluna do Curso de Fisioterapia da Faculdade Integral Diferencial FACID/DeVry
Email: thainara.valente@gmail.com
Professor do Curso de Fisioterapia da Facid. Email: enbfm@uol.com.br
Revista FACID: Cincia & Vida, Teresina, v. 11, n. 2, Setembro 2015
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ABSTRACT
Stress Urinary incontinence (SUI) is defined as the involuntary loss of urine caused by increased
pressure and weakening of the pelvic floor muscles (PFM). It is the most common kind of urinary
incontinence, accounting for 60% of all cases of female urinary incontinence. It occurs when there is
an increase of intra-abdominal pressure by efforts such as coughing, sneezing, smiling, jumping,
walking or orgasm. Some risk factors such as advanced age, white race, traumatic births, multiparity
and decreased estrogen can make it easier for the disease to appear as well as surgeries that can
damage and weaken the pelvic floor triggering this disease. Physiotherapy, which is a member of a
multidisciplinary team belonging to the health area, can restore urinary incontinence and assist
patients with this condition through some modalities that provide the strengthening of PFM. This
study aimed to identify physiotherapy treatments in women with stress urinary incontinence in
literature. It used the systematic review method. The survey of articles occurred in database such as
the Google Scholar, Bireme, Lilacs and Scielo. After the search, 43 results were found and, by the
inclusion criteria, 11 articles were chosen. Physical therapy has an important role in the treatment of
stress urinary incontinence and makes use of a series of techniques and resources. Among them, the
most used one in the selected articles were kinesiotherapy (54%), followed by transvaginal
electrostimulation and the use of vaginal cones (27%), hypopressive gymnastics (15%) and
Biofeedback (8%). Physical therapy proved to be a key part in the conservative treatment of stress
urinary incontinence, providing greater control in the loss of urine and a significant increase in
womens quality of life. But, due to the scarcity of studies in literature and the number of women
affected by this disease, there is the need of further investigation and research on this subject in order
to clarify and observe the effects provided and which methods are most effective in SUI treatment.
Keywords: Physiotherapy, Urinary Incontinence, Women's Health.
1 INTRODUO
Para manter uma boa continncia urinria, devem-se ter alguns fatores em boa funcionalidade,
como presso intrauretral maior que a intravesical, integridade da musculatura do assoalho plvico
(MAP), uma boa sustentao anatmica do trato urinrio, alm da funo normal dos esfncteres
(DUMONT, 2013).
De acordo com Silva (2012), o assoalho plvico uma estrutura complexa formada por
msculos, fscias e ligamentos que engloba a pelve e sua funo suportar os rgos plvicos, manter
a continncia urinria e fecal, alm da funo sexual. A musculatura que o compe representada
pelo esfncter anal, msculos perineais superficiais, diafragma urogenital e diafragma plvico. Um
assoalho plvico (AP) saudvel e funcional tem um bom tnus e elasticidade.
Segundo Rodrigues (2008) um assoalho plvico com funo deficiente ou inadequada um
fator etiolgico relevante na ocorrncia da incontinncia urinria de esforo (IUE).
Segundo a "International Continence Society" (ICS), incontinncia urinria de esforo (IUE)
a perda involuntria de urina pela uretra, que pode ocorrer quando a presso intravesical exceder a
presso uretral mxima na ausncia de contrao do msculo detrusor. A forma de incontinncia
urinria que apresenta maior prevalncia a IUE, sendo responsvel por 60% de todos os casos de
incontinncia urinria feminina, ocorrendo quando h um aumento da presso intra-abdominal por
esforos tais como: tosse, espirro, risada, saltar, caminhar ou orgasmo (ABRAMNS et al., 2003).
No Brasil, so poucos os estudos sobre a prevalncia de incontinncia urinria ou mesmo sobre
seus fatores de risco. Em mulheres idosas (maiores de 60 anos) com domiclio no municpio de So
Paulo, a prevalncia de IU registrada por meio de entrevistas foi de 26,2%. Fatores de risco citados
para o desenvolvimento de incontinncia urinria de esforo incluem: idade avanada; raa branca;
obesidade; partos vaginais quando, na passagem do feto, podem ocorrer danos musculatura e
Revista FACID: Cincia & Vida, Teresina, v. 11, n. 2, Setembro 2015
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inervao locais; partos traumticos com o uso de frceps e/ou episiotomias; multiparidade e gravidez
em idade avanada, deficincia estrognica, condies associadas a aumento da presso
intraabdominal; tabagismo; diabetes, doenas do colgeno; neuropatias e histerectomia. No Brasil,
apesar de muitas mulheres no relatarem a presena de IUE, estima-se que 11 a 23% da populao
feminina sejam incontinentes e em idosas essa prevalncia pode variar entre 8 a 35% (OLIVEIRA;
ZULIANI, 2010).
De acordo com Maggi (2011), o exerccio do assoalho plvico uma forma de tratamento para
pacientes com incontinncia urinria de esforo (IUE). Tal abordagem, adequadamente conduzida e
supervisionada, alcana resultados satisfatrios.
Segundo Knorst et al. (2013) h tempos sabe-se que o tratamento fisioteraputico por meio da
cinesioterapia, eletroestimulao vaginal, reforo com cones vaginais, biofeedback, reeducao
comportamental e ginstica hipopressiva, apresenta resultados expressivos na melhora dos sintomas
de IUE em at 85% dos casos. Essas modalidades podem ser usadas de forma isolada ou associadas
e o tratamento pode ser individual ou em grupo.
Desta maneira, o problema de pesquisa objetivou saber quais os tratamentos fisioteraputicos
da incontinncia urinria de esforo em mulheres relatados na literatura. Com isso, o objetivo geral
foi identificar na literatura os tratamentos fisioteraputicos em mulheres com incontinncia urinria
de esforo. Apresentando como os objetivos especficos: descrever a incontinncia urinria de
esforo; descrever os tipos de tratamento fisioteraputico apontados no tratamento de mulheres com
incontinncia urinria de esforo; analisar a eficcia dos efeitos proporcionados e a melhora na
qualidade de vida dessas mulheres.
Essa pesquisa justifica-se, pois mesmo a fisioterapia sendo indicada como a primeira opo no
tratamento de IUE (ABRAMS et al., 2003), existe pouca assistncia voltada preveno e tratamento
de mulheres incontinentes no Brasil, considerando o alto ndice dessa patologia e com um grande
nmero de mulheres afetadas. Faz-se necessria a investigao de novas tcnicas propeduticas, alm
do cirrgico e o medicamentoso, afim de observar os efeitos proporcionados, e a melhora na qualidade
de vida dessas mulheres, possibilitando medidas preventivas e tratamento especializado.
2 METODOLOGIA
O levantamento dos artigos ocorreu nas bases de dados do Google Acadmico e de portais como Bireme, Lilacs (Literatura Latino-Americana em Cincias da Sade) e Scielo (Scientific
Electronic Library Online). Os descritores utilizados foram: fisioterapia, incontinncia urinria, sade
da mulher. As buscas foram realizadas no perodo de fevereiro a junho de 2015, limitando-se aos
artigos que foram publicados retrospectivamente at o ano de 2008.
Os critrios de incluso elegveis corresponderam aos seguintes itens: ensaios clnicos, estudo
caso-controle, estudos descritivos, experimental de caso nico, sries de casos, relato de caso e
abordando algum recurso fisioteraputico no tratamento da incontinncia urinria de esforo. Foram
excludos aqueles com outro desenho metodolgico e os que no discriminavam os resultados por
tipo de recurso fisioteraputico, bem como os artigos sem possibilidade de acesso gratuito e que
estavam disponveis apenas em formato de resumo simples.
A anlise dos dados foi feita aps apurao dos estudos includos na pesquisa, atravs da
estatstica descritivas utilizando o software Microsoft Excel 2010, onde foram calculados os
percentuais dos recursos e elaborados um grfico e um quadro.
3 RESULTADOS E DISCUSSO
Depois do levantamento dos dados, 43 artigos foram encontrados que, aps a aplicao
dos critrios de incluso, resultou em 11 estudos selecionados envolvendo as modalidades
fisioteraputicas e que apresentaram uma maior significncia para identificar as formas mais
relevantes no tratamento da incontinncia urinria de esforo em mulheres. O Quadro 1 apresenta a
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distribuio dos artigos que fundamentaram este estudo, indicando-se os autores, ano de publicao,
ttulo do trabalho e abordagem metodolgica.
Quadro 1 Distribuio dos artigos conforme autores, ano de publicao, ttulo do trabalho e
abordagem metodolgica
Autores/Ano Ttulo Metodologia e
Amostragem
Varivel Concluso
Dreher et al.
2009
O fortalecimento do
assoalho plvico com
cones vaginais:
programa de
atendimento
domiciliar.
Estudo de caso com
uma paciente de 60
anos submetida ao uso
dos cones vaginais.
3x na semana
realizado protocolo
de exerccios 2x ao
dia.
Aps a interveno
observou-se uma
significativa melhora na
qualidade de vida.
Honrio et
al. 2009
Anlise da qualidade
de vida em mulheres
com incontinncia
urinria antes e aps
tratamento
fisioteraputico.
Pesquisa do tipo
intervencionista com
10 pacientes que
foram submetidas a
cinesioterapia e
eletroestimulao
endovaginal.
10 sesses
realizadas
individualmente, 2x
na semana com
protocolo de
exerccios de kegel
associadas a EE.
Os resultados foram: na
percepo geral da sade
5,3 ( 1,64) e 3,0 ( 1,05) e
p=0,001. Apresentaram
declnio bem como o uso de
proteo diria que passou
de 50% para 10%.
Santos et all.
2009
Eletroestimulao
funcional do assoalho
plvico versus terapia
com os cones vaginais
para o tratamento de
incontinncia urinria
de esforo.
Estudo randomizado
com 45 mulheres
divididas em dois
grupos, sendo um
utilizado a
eletroestimulao e o
outro a utilizao dos
cones vaginais.
2x na semana, com
durao de 20 min,
em um perodo de 4
meses, divididas em
GElet e GCon.
Diminuio do peso do
absorvente (em gramas)
nos dois grupos (28,5 g e 32
g versus 2,0 g e 3,0 g, para
GElet e GCon,
respectivamente)
(p
Revista FACID: Cincia & Vida, Teresina, v. 11, n. 2, Setembro 2015
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apresentando aumento da
funo muscular do
assoalho plvico
Glisoi;
Girelli, 2011
Importncia da
fisioterapia na
conscientizao e
aprendizagem da
contrao da
musculatura do
assoalho plvico em
mulheres com
incontinncia
urinria.
Estudo experimental
quantitativo com 10
mulheres submetidas
a cinesioterapia,
treino funcional e
Biofeedback.
8 sesses 2x por
semana submetidas
a protocolo de
exerccios
assoaciados.
Biofeedback em relao
mdia inicial (11,22 para
19,040) com p
Revista FACID: Cincia & Vida, Teresina, v. 11, n. 2, Setembro 2015
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Fonte: Dados da pesquisa (2015).
Segundo Oliveira e Garcia (2011) e a totalidade dos artigos afirmaram que a maioria da
populao acometida por tal afeco, so mulheres idosas e que muitas vezes erroneamente
interpretada como parte natural do envelhecimento o que leva a um pequeno nmero dessas mulheres
a procurarem uma ajuda profissional. Embora possa ocorrer em todas as faixas etrias, a incidncia
da incontinncia urinria aumenta com o decorrer da idade. Calcula-se que 8 a 34% das pessoas acima
de 65 anos possuam algum grau de incontinncia urinria, sendo mais prevalente em mulheres.
Aproximadamente 10,7% das mulheres brasileiras procuram atendimento ginecolgico queixando-se
de perda urinria.
A incontinncia urinria repercute na qualidade de vida, no que diz respeito ao trabalho e vida
social, acarretando perdas funcionais, psicossociais e emocionais e levando essas mulheres a
isolamento social e mudana nos hbitos de vestimenta e da vida diria, como forma de evitar
situaes constrangedoras (DREHER et al., 2009). As alteraes que comprometem o convvio social
como vergonha, depresso e isolamento, que frequentemente fazem parte do quadro clnico, causando
grande transtorno aos pacientes e familiares foi outro apontamento visto em todos os artigos.
Independentemente do tipo de IU, os prejuzos para a qualidade de vida so inmeros e, por
isso, a ICS tem recomendado a aplicao de um questionrio para melhor avaliar esse problema.
Existem vrios questionrios que podem ser utilizados em mulheres incontinentes com esse objetivo,
podendo ter um carter genrico ou especfico. Dentre os especficos destaca-se o Kings Health
(KHQ), por investigar tanto a presena de sintomas de IU quanto seu impacto relativo, levando a
resultados mais consistentes (SOUSA et al., 2011).
Segundo Camillato, Barras e Silva Junior (2012), a patognese da IUE comea com a perda de
suporte da musculatura do assoalho plvico (AP), o treinamento desses msculos eficaz. O
treinamento da musculatura do assoalho plvico (TMAP) atravs da fisioterapia, leva hipertrofia
das fibras dos msculos e maior recrutamento de neurnios motores ativos, promovendo elevao
permanente da musculatura do AP e melhor suporte para as vsceras dentro da pelve.
O TMAP proporciona contrao muscular rpida e forte do AP, que sustenta a uretra e aumenta
a presso intrauretral, evitando perda de urina durante aumentos da presso intra-abdominal. Alm
disso, a coordenao e o tempo exato da contrao muscular do AP podem impedir a descida da uretra
durante o aumento abrupto da presso intra-abdominal. O TMAP a opo menos invasiva para o
tratamento e no causa efeitos colaterais, o que o torna o nico mtodo sem restries para qualquer
paciente (CAMILLATO; BARRAS; SILVA JUNIOR, 2012).
O fortalecimento da MAP, atravs da cinesioterapia perineal, foi descrito pela primeira vez em
1948, por Arnold Kegel. Seu tratamento constitudo por exerccios que promovem o fortalecimento
Grfico 1 - Diviso dos recursos fisioterapeuticos encontrados nos artigos selecionados
Cinesioterapia Eletroestimulao e Cones Vaginais Ginstica Hipopressiva Biofeedback
54
23%
15
8
Revista FACID: Cincia & Vida, Teresina, v. 11, n. 2, Setembro 2015
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e a melhora do tnus muscular, atravs da contrao voluntria do assoalho plvico. O principal
objetivo da cinesioterapia perineal o reforo da resistncia uretral e a melhora da sustentao dos
rgos plvicos (OLIVEIRA; GARCIA, 2011).
Os mesmos autores supracitados, realizaram um estudo envolvendo 11 mulheres com mdia
etria 74.2 anos, divididas em dois grupos com sesses uma vez por semana durante 3 meses,
compostas de exerccios especficos para a musculatura do assoalho plvico, realizados nas posies
sentada, deitada, de p e andando, com durao de 30 minutos cada sesso. Ao final do tratamento,
observaram reduo na mdia de frequncia de mices noturnas na presena de noctria (3 versus
1,5) e na mdia do nmero de situaes de perda urinria aos esforos (3,72 versus 1,45) com p=0,02.
Comparando o estudo anterior com a pesquisa de Fitz et al. (2012), estes autores propuseram
para 36 mulheres, com idade mdia de 55,2 anos ( 9,1), a realizao de contraes rpidas e lentas
em diversas posies, porm com o mesmo tempo de durao; observaram que tambm houve um
aumento da fora e endurance muscular, com consequente diminuio da perda urinria e alm disso,
ainda houve a reduo da noctria.
Berbam (2011), em um estudo realizado com uma paciente, 1x ao dia durante 30 dias
consecutivos, com protocolo de exerccios de Kegel intercalados com exerccios da ginstica
hipopressiva, mostrou resultados satisfatrios. Desta forma, o treinamento da MAP com a
cinesioterapia perineal (exerccios de Kegel) de forma isolada ou associada a ginstica hipopressiva
ser capaz de promover o incremento da fora, endurance muscular, a reduo da noctria, a
diminuio da perda involuntria de urina e ainda a melhora no perfil emocional das pacientes, o que
corrobora com os efeitos encontrados nos estudos de Fitz et al (2012) e Oliveira e Garcia (2011).
A fisioterapia dispe de outros recursos que podem ser associados ao tratamento da IUE, dentre
eles o Biofeedback, um aparelho que auxilia na mensurao e demonstrao da contrao muscular,
ajuda a potencializar os efeitos do fortalecimento da MAP, atravs de estmulos visuais e/ou
auditivos, que vo conscientizar a mulher, de quando deve contrair e relaxar a musculatura (GLISOI;
GIRELLI, 2011).
O Biofeedback demonstra ser um recurso eficaz para a propriocepo do assoalho plvico e
melhor controle desta regio atravs dos resultados de um estudo que teve em relao mdia inicial
(11,22 para 19,040) com p
Revista FACID: Cincia & Vida, Teresina, v. 11, n. 2, Setembro 2015
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As pesquisas demonstraram que os exerccios propostos por Kegel, associados ginstica
hipopressiva, em mulheres que apresentam uma boa conscientizao corporal, de forma
supervisionada, foram capazes de trazer relevante reduo das perdas involuntrias de urina, na
diminuio da frequncia urinria, reduo da noctria e ainda melhora no perfil emocional das
pacientes.
Os resultados alcanados pelos tratamentos com o Biofeedback tambm foram positivos, e
indicaram que um importante aliado quando associado ao treinamento de contraes rpidas e lentas
da MAP, proporcionando mudana significativa na conscincia perineal, ganho de fora muscular,
reduo da perda urinria e melhora na qualidade de vida das mulheres.
A eletroestimulao transvaginal e o uso dos cones vaginais, destacaram-se como outros
recursos fisioteraputicos eficazes no tratamento da IUE, sendo melhor utilizados quando as pacientes
no possuem uma conscientizao corporal adequada, proporcionando ativao nas conexes
neuromusculares, facilitando o reconhecimento da MAP pelas pacientes.
4 CONCLUSO
Foi possvel identificar que a fisioterapia se mostra como parte fundamental no tratamento
conservador da IUE, onde vem demonstrando bons resultados, especialmente, nos casos em que h
correta indicao mdica e realizado um trabalho em equipe. As pesquisas evidenciaram que a
cinesioterapia o recurso mais utilizado, representando mais da metade das modalidades citadas pelos
artigos. Essa terapia associada ou no ginstica hipopressiva, de forma supervisionada, so capazes
de trazer relevante reduo das perdas involuntrias de urina, na diminuio da frequncia urinria,
reduo da noctria e ainda melhora no perfil emocional das pacientes.
Os resultados alcanados pelos tratamentos com o biofeedback, a eletroestimulao
transvaginal e os cones vaginais, tambm foram positivos, principalmente, quando a paciente no
apresentava uma adequada conscientizao corporal, proporcionando mudana significativa na
conscincia perineal, ativando as conexes neuromusculares, ganho de fora muscular, reduo da
perda urinria, mas que raramente pode trazer alguns efeitos adversos.
Os estudos mostraram que os recursos fisioteraputicos relatados, proporcionaram melhora
significativa dos sintomas da IUE, o que levaram, consequentemente, ao aumento da qualidade de
vida das mulheres acometidas por tal afeco, como tambm evidenciaram a escassez de trabalhos
relacionados a essa temtica, visto o grande nmero de mulheres acometidas, sendo necessrio novas
investigaes e estudos sobre tal rea da sade, afim de apontar e esclarecer qual seria a melhor
propedutica no tratamento da incontinncia urinria de esforo..
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AVALIAO FUNCIONAL E MORFOESTRUTURAL DO RIM DE RATOS WISTAR
APS O USO DE SUPLEMENTO ALIMENTAR A BASE DE PROTENA
FUNCTIONAL AND MORPHOSTRUCTURAL ASSESSMENT OF WISTAR RATS KIDNEYS
AFTER USING THE DIETARY PROTEIN SUPPLEMENT
Andressa Alves de Andrade Silva1,
Antnio Gonalves Rodrigues Junior2
RESUMO
Os esportistas vm tornando-se cada vez mais adeptos ao uso de suplementos a base de protena do
soro do leite, o que abre espao para a utilizao indevida dos mesmos, podendo traduzir-se em riscos
para a sade. O objetivo foi avaliar as alteraes de filtrao glomerular, funes tubulares renais e
histopatolgicas relacionadas ao uso de suplemento alimentar base de protena no rim de ratos
Wistar. Foi realizada uma pesquisa experimental com 12 ratos Wistar divididos em dois grupos
aleatrios: Grupo I (controle) e Grupo II (com interveno). O grupo II recebeu o suplemento por um
perodo de quatorze dias. Foram coletadas amostras de urina dos animais para realizao de sumrio
de urina e amostras de sangue para dosagem de uria, creatinina, sdio, potssio e cloro. Ao final do
experimento, os animais foram eutanasiados e os rins foram coletados para estudo histopatolgico.
Aps a suplementao observou-se no Grupo II uma reduo nos nveis de uria (p = 0,00930) e
aumento da densidade urinria (p = 0,4645). A grande maioria dos animais (67%) do grupo II tiveram
proteinria significativa (p = 0,040); a presena de clulas epiteliais e cilindros creos ocorreu em
50% e 67%, respectivamente. A anlise histolgica dos rins mostrou a presena de reas com
dilatao dos vasos sanguneos peritubulares e glomrulos congestos. Conclui-se que o uso do
suplemento proteico provocou alterao na filtrao glomerular e tubular, representada somente pelo
aumento significativo da proteinria, congesto glomerular e vascular peritubular anlise
histopatolgica.
Palavras-chave: Leso renal aguda. Sobrecarga proteica renal. Suplementos base de protena
derivada do soro do leite.
ABSTRACT
Sportsmen have used whey protein supplements more and more, which can cause their misuse and
health risks. This paper aimed to evaluate the glomerular filtration, renal tubular and histopathological
changes regarding the use of protein supplement in the Wistars kidney. 12 Wistar rats were divided
into two random groups: Group I (control) and Group II (with intervention). Group II received the
supplement for fourteen days. Animal urine samples were collected to conduct summary of urine and
blood samples for levels of urea, creatinine, sodium, potassium and chlorine. At the end of the
experiment, the animals were euthanized and kidneys were collected for histopathology. After
supplementation, a reduction in urea levels (p = 0.00930) and increased urinary density (p = 0.4645)
was observed in group II. Most animals (67%) had significant proteinuria (p = 0.040), the presence
___________________ 1Aluna do Curso de Medicina da Faculdade Integral Diferencial FACID. Email: andressa_alves_andrade@hotmail.com
2Mdico nefrologista. Professor de Nefrologia da Faculdade Integral Diferencial. Email: goncardjiu@gmail.com.br.
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of epithelial cells and CREOS cylinders occurred in 50% and 67%, respectively. The kidney
histological examination revealed the presence of areas peritubular glomeruli extension and
congested blood vessels. The use of protein supplement caused change in glomerular and tubular
filtration, represented only by the significant increase in proteinuria and glomerular and vascular
peritubular congestion at the histopathological analysis.
Keywords: Acute renal injury. Kidney protein overload. Whey Protein Supplements.
1 INTRODUO
O uso de suplementos alimentares a base de protena do soro do leite transformou-se em uma
verdadeira epidemia, principalmente, entre os praticantes de atividades fsicas, em virtude da busca
implacvel pela beleza corporal a qual cultiva a sociedade moderna. Os esportistas vm tornando-se
cada vez mais adeptos ao uso de suplementos nutricionais, o que abre espao para a utilizao
indevida dos mesmos, podendo traduzir-se em riscos para a sade (ARAJO; SOARES, 1999).
A protena do soro do leite um dos suplementos alimentares mais populares dentre os
praticantes de atividades fsicas. A utilizao de suplementos a base de protenas e aminocidos
comerciais por atletas e esportistas, possui como principais objetivos a substituio de protenas da
dieta, aumento do valor biolgico das protenas da refeio e seus efeitos anti catabolizantes e
anabolizantes (KREIDER; MIRIEL; BERTUN,1993).
Apesar das inmeras pesquisas mostrando efeitos fisiolgicos benficos das protenas e
peptdeos do soro de leite, particularmente, em experimentos com animais, o conhecimento ainda
muito limitado sobre esses efeitos no organismo humano. Muito h que se pesquisar sobre os
verdadeiros mecanismos de ao dessas protenas e peptdeos e das quantidades que devem participar
da dieta para produzir seus efeitos benficos (SGARBIERI, 2004).
Segundo Paiva, Alfenas e Bressan (2007), a sobrecarga proteica associada ao uso de tais
suplementos tem sido associada a repercusses orgnicas. No existe, entretanto, consenso a respeito
dos efeitos sobre a morfologia e funo renal.
O presente estudo teve como objetivo avaliar alteraes de filtrao glomerular, funes
tubulares renais e histopatolgicas ocasionadas pelo uso do suplemento alimentar Whey Protein Gold
Standard no rim de ratos Wistar.
2 MATERIAL E MTODOS
Aps aprovao da Comisso de tica no Uso em Animais CEUA/FACID, sob Protocolo n
056/14, realizou-se o estudo no Laboratrio de Fisiologia da FACID DeVry, respeitando os princpios
ticos estabelecidos pela Lei n. 11.794/08, conhecida como Lei Arouca. Todo o experimento
obedeceu aos princpios ticos em experimentao animal, preconizados pelo Colgio Brasileiro de
Experimentao Animal (COBEA).
Trata-se de um estudo experimental, longitudinal, intervencionista, tipo caso-controle com
abordagem quantitativa. O estudo foi realizado no Laboratrio de Fisiologia da Faculdade Integral
Diferencial (FACID), localizada em Teresina, Estado do Piau, regio nordeste do Brasil.
Populao estudada e procedimentos experimentais
Foram utilizados 12 ratos machos adultos (Rattus norvegicus) da linhagem Wistar, pesando
aproximadamente 256,17g 21,94, mantidos no Biotrio do Laboratrio de Fisiologia da FACID,
confinados em gaiolas plsticas, em ambiente com temperatura, umidade, luminosidade e rudo
controlados, em ciclo claro-escuro de 12 horas e alimentados com rao balanceada tipo Purina e
gua ad libitum.
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Os animais foram distribudos aleatoriamente em dois grupos: o Grupo I (controle; n=6), foi
mantido com rao e gua filtrada, oferecidos ad libitum, durante quatorze dias. O Grupo II (com
interveno; n=6), alm de receber sua alimentao habitual e gua filtrada, recebeu suplementao
diria, seis dias por semana, do suplemento alimentar Whey Protein Gold Standard diludo em gua
filtrada, durante quatorze dias, na dose de 1 g/kg de peso corporal, administrada por gavagem.
O suplemento alimentar foi adquirido de fonte comercial, e composto por protena do soro do
leite isolada, protena do soro do leite concentrada, peptdeos do soro do leite, cacau, sal, aroma
natural e artificial, estabilizante lecitina de soja, edulcorantes artificiais sucralose e acessulfame K.
Os animais foram mantidos em gaiolas metablicas por 24 horas, antes do incio da
suplementao e aps administrao da ltima dose do suplemento alimentar, para coleta de urina,
para posterior avaliao fsica, qumica, dos elementos anormais e sedimentos urinrios, com o
objetivo de avaliar funo glomerular e renal, atravs do mtodo tira reativa, do fabricante Bioeasy.
Aps a coleta da urina, os animais foram submetidos anestesia com uma soluo de cloridato de
cetamina 100 mg/kg (Cristlia) + cloridato de xilazina 20mg/kg (Anasedan), por via intraperitoneal.
Aps completa anestesia, os animais foram submetidos a uma traco-laparotomia mediana e coleta 5
a 8 ml de sangue atravs da puno da veia cava inferior.
O sangue retirado foi acondicionado em tubos de vidro e submetido a centrifugao, por 15
minutos a 2000 rotaes por minuto, para obteno do soro. As amostras de soro foram
acondicionadas em frascos de vidros com tampa e armazenadas em freezer para determinao
bioqumica de uria, creatinina, sdio, potssio e cloro, com o objetivo de avaliar funes glomerular
e tubular renal. Uria e creatinina foram determinadas, respectivamente, por mtodo cintico-
enzimtico e cintico-calorimtrico, atravs de kits do fabricante Biosystems, pelo equipamento A15.
Sdio, potssio e cloro plasmticos foram determinados pelo mtodo do eletrodo on-seletivo, pelo
equipamento AVL.
Aps coleta de sangue, os animais foram submetidos eutansia, de acordo com os princpios
ticos adequados (COBEA), atravs da seco do diafragma, provocando pneumotrax, o que levou
morte do animal por hipxia. Posteriormente foi realizada nefrectomia bilateral, os rgos foram
fixados em formalina a 10% e processados histologicamente para obteno de cortes transversais de
5 micrmeros de espessura, corados com hematoxilina e eosina (HE) e avaliados em microscpio de
luz da marca Nikkon.
Atravs de fotomicrografias dos cortes histolgicos dos rins foram realizadas anlises
histolgicas. Nos rins, a normalidade obedeceu aos quesitos: bem conservados, apresentando
corpsculos renais e tbulos contorcidos proximais e distais ntegros; os glomrulos formados por
capilares, podcitos, clulas endoteliais e mesangiais sem alteraes histolgicas. Na regio medular,
analisaram-se as alas de Henle junto aos capilares e tbulos coletores, estes com citoplasma bem
delimitado e ncleo esfrico, quando dentro da normalidade. Outros itens avaliados: cpsula de
Bowman ntegra, presena de clulas cbicas ou polidricas, apresentando citoplasma eosinfilo e
ncleo arredondado.
Anlise estatstica
Os dados das variveis aleatrias contnuas foram submetidos ao teste de
normalidade D'Agostino & Pearson, para averiguao da distribuio normal do dados, seguindo a
anlise dos dados atravs do estudo das diferenas mdias dos grupos atravs do teste t de student.
Na anlise da correlao dos dados de variveis aleatrias discretas entre classes foram submetidos
ao teste Qui-quadrado onde os mesmos foram transferidos para o programa estatstico SPSS 19,0. Em
todos os testes foram utilizados Intervalo de Confiana de 95% e significncia estabelecida em
p
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3 RESULTADO E DISCUSSO
Estudou-se 12 animais (ratos Wistar) no perodo de 14 dias. Resultados expressos na Tabela 1
mostram os valores de massa corprea e da dosagem bioqumica do soro dos animais.
Tabela 1 - Valores da massa corprea e dosagem bioqumica no plasma de 12 animais (ratos
Wistar), aps o uso de suplemento alimentar Whey Protein Gold Standard.
A mdia de peso dos animais do grupo I (controle) foi de 274,5g ( 22,12), com peso mnimo
de 240g e mximo de 300g. O peso mdio do grupo II (com interveno) foi de 256,17g ( 21,94),
com peso mnimo de 250g e mximo de 300g.
Observou-se uma reduo nos nveis de uria [41,77%(4,62) versus 31,83%(5,42)]
estatisticamente significativa (P = 0,0093) entre os grupos I e II, respectivamente. Houve elevao
dos nveis de creatinina srica do grupo II em comparao ao grupo I, porm em nveis no
estatisticamente significativos (P = 0,2563).
A funo tubular renal dos animais no presente estudo foi avaliada atravs da dosagem de sdio,
potssio e cloro sricos e atravs da anlise urinria. Como mostra a Tabela 1 no houve alteraes
estatisticamente significativas nas dosagens destes eletrlitos entres os grupos I e II (P = 0,1392; P =
0,1372 e P = 0,096, respectivamente).
O consumo diettico de protena pode modular a funo renal, no havendo consenso na
literatura quanto ao seu papel na patogenia da doena renal. No centro da controvrsia encontra-se a
preocupao de que o consumo habitual de protena diettica acima das quantidades recomendadas
promove doena renal crnica devido hiperfiltrao por aumento da presso glomerular, contra o
fato de que a pesquisa em indivduos saudveis no apoia esta ideia e de que hiperfiltrao constitui
uma resposta fisiolgica, ou seja, um mecanismo adaptativo normal (WADA et al., 2014).
No presente estudo, mesmo aps suplementao com elevado teor de protenas no grupo II, no
houve um aumento desse analito no soro dos animais experimentais. Os resultados da presente
pesquisa corroboram com o estudo de Martin, Armstrong e Rodriguez (2005), que descreveram que
o impacto renal secundrio a uma dieta hiperproteica por um curto perodo de tempo diferente do
impacto causado por um consumo crnico deste tipo de dieta, desta forma, o perodo de
suplementao de 14 dias no foi suficiente para causar uma alterao significativa no metabolismo
proteico e aumento deste metablito.
Segundo Menezes (2010), a uria srica geralmente no aumenta at que mais de 60% dos
nfrons estejam sem funo, tratando-se, portanto, de um marcador de alta especificidade e baixa
sensibilidade.
Os estudos avaliando o papel da ingesto proteica na filtrao glomerular, realizados por Bosch
et al. (1983) tiveram como consequncia inicial a introduo do conceito de reserva funcional renal,
que consiste na diferena de TFG que ocorre entre o estado basal e aps alimentao. Segundo estes
autores, a creatinina no somente aumenta a sua excreo renal devido a maior secreo tubular aps
Variveis Controle Caso
P M DP M DP
Massa corprea (g) 256,17 21,94 274,50 22,12 0,1801
Uria (mg/dL) 41,17 4,62 31,83 5,42 0,0093**
Creatinina (mg/dL) 0,50 0,07 0,56 0,10 0,2563
Sdio (mmol/L) 138,92 1,10 137,70 1,50 0,1392
Potssio (mmol/L) 5,12 0,32 6,75 2,45 0,1372
Cloreto (mmol/L) 169,18 29,52 146,18 9,59 0,0996
M: mdia; DP: desvio padro; P: teste T de Student com IC 95% e significncia em p
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ingesto proteica, levando assim a um aumento da TFG numrica, mas tambm devido a ingesto de
creatinina que acompanha a ingesto de protena.
Vegetarianos saudveis so conhecidos por possurem uma linha de base estatisticamente
reduzida de TFG, mas a capacidade de aumentar a taxa de filtrao glomerular aps dieta rica em
protenas ainda mantida, ao contrrio de pacientes com um reduzido nmero de nfrons cuja reserva
funcional renal pode ser diminuda ou ausente (LOHSIRIWAT, 2013).
Outro mecanismo sugerido para o aumento da TFG foi a diminuio da sensibilidade do balano
tbulo glomerular. Esta hiptese se basea no fato de que ocorre aumento da reabsoro de sdio pelo
tbulo proximal aps ingesto de dieta hiperproteica. O aumento da reabsoro de sdio na poro
proximal do nfron acarretaria menor carga de sdio na mcula densa e, assim, poderia ocorrer
aumento da filtrao glomerular por nfron (HARRIS; SEIFTER; BRENNER, 1984).
Embora o efeito de hiperfiltrao na funo renal em indivduos com doena renal e fatores de
riscos pr-existente esteja bem documentada, a aplicao destes achados para pessoas saudveis com
funo renal normal, no apropriada. At a presente data, nenhuma pesquisa clnica ou experimental
correlacionou a hipertrofia ou hiperfiltrao renal induzida por protena para a iniciao da doena
renal em indivduos saudveis (MARTIN; ARMSTRONG; RODRIGUEZ, 2005). Um coorte
prospectivo de dez anos que estudou mulheres de meia idade no encontrou nenhuma relao entre
dietas de alto teor proteico e um risco aumentado de declnio de funo renal (KNIGHT, 2003).
A funo tubular renal dos animais no presente estudo foi avaliada atravs da dosagem de sdio,
potssio e cloro sricos e atravs da anlise urinria. Como mostra a Tabela 1, no se observou
alteraes estatisticamente significativas nos nveis destes eletrlitos entres os Grupos I e II.
Contrariamente aos resultados do presente estudo, Singer (2003), aps realizar estudo em
animais de espcies variadas com implementao de uma dieta rica em protenas, e objetivando
avaliar a funo excretora renal induzida por tal mudana alimentar, concluiu que, em geral, os
animais respondem a um aumento da ingesto de protena com uma alterao na funo excretora
renal, de modo a aumentar a eliminao dos principais produtos finais azotados do metabolismo de
protenas. Os componentes desta resposta incluem uma redistribuio de perfuso regional com
aumento do fluxo sanguneo renal, aumento da taxa de filtrao glomerular e apuramento de amnia,
aumento da depurao renal de uria tubular, alteraes no transporte de protena e hipertrofia renal.
O catabolismo de aminocidos com a gerao de amnia parece ser um pr-requisito necessrio para
esta resposta excretora ocorrer, visto que a amnia uma molcula reguladora e um sinal importante
para comunicao entre o catabolismo de aminocidos na sequncia de um aumento na ingesto de
protena e para a sequncia de eventos que levam a uma mudana na funo excretora.
Outros estudos, corroborando com os resultados da presente pesquisa, mostram que dietas
hiperproteicas podem no alterar ou alterar ligeiramente os nveis sricos dos eletrlitos, mas sem
manifestaes clnicas (NANKIVELL, 1994).
Na anlise fsica da urina dos animais do presente estudo, observou-se aumento da densidade
aps a interveno, entretanto no estatisticamente significativo (Tabela 2). A densidade um teste
muito til para a avaliao da capacidade de diluio e concentrao renal. A perda da capacidade de
concentrao costuma ser o primeiro sinal de doena tubular renal (REINE; LANGSTON, 2005).
Tabela 2 - Anlise fsica da urina de 12 animais (ratos Wistar) antes e aps o uso do
suplemento alimentar Whey Protein Gold Standard
Variveis Controle Caso
X n % n %
Cor
Antes*
mbar 6 100% 6 100%
___ Outra cor 0 0% 0 0%
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Depois**
mbar 6 100% 6 100%
___ Outra cor 0 0% 0 0%
Aspecto
Antes*
Turvo 6 100% 6 100%
___ Outros 0 0% 0 0%
Depois**
Turvo 6 100% 6 100%
___ Outros 0 0% 0 0%
Densidade Antes*
0,1577
1000 3 50% 2 33%
1010 1 17% 1 17% 1015 0 0% 3 50% 1020 2 33% 0 0%
Depois** 0,4645
1020 3 25% 2 17%
1025 2 17% 1 8%
1030 1 8% 3 25%
M: mdia; DP: desvio padro; X: teste Qui-quadrado com IC 95% e significncia em p
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interveno. Os cilindros granulares e creos representam estgios sucessivos na degenerao dos
cilindros celulares medida que avanam pelos nfrons. Alm de representar restos celulares, os
grnulos presentes nesses cilindros tambm podem representar agregados de protenas plasmticas,
ou seja, os cilindros granulares podem aparecer em qualquer patologia que curse com proteinria
(GREENBERG, 1998).
No presente estudo, no se encontrou alteraes histolgicas nos rins do Grupo I (Figura 1). No
Grupo II, na maioria dos rins (62%), observou-se reas com dilatao dos vasos sanguneos
peritubulares e alguns glomrulos congestos (Figura 2).
Figura 1 - Fotomicrografia do rim de animal do Grupo I (controle) demonstrando glomrulos,
tbulos e interstcio normais
Fonte: Dados da pesquisa (2015).
Figura 2 - Fotomicrografia do rim de animal do Grupo II (com interveno) demonstrando
congesto vascular peritubular e leve congesto glomerular
Fonte: Dados da pesquisa (2015).
Estudos realizados em seres humanos e animais mostraram que a ingesto proteica tem
influencia na hemodinmica intra-renal, aumentando de forma aguda a taxa de filtrao glomerular
(TFG) e o fluxo sanguneo renal (FSR) em at 100% em relao ao nvel basal (BRENNER; MEYER;
HOSTETTER, 1982).
Brenner, Meyer e Hostetter (1982) postularam a hiptese de que a ingesto de protenas
determinava uma vasodilatao glomerular com consequente aumento da presso hidrosttica capilar
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e aumento da TFG. Estas alteraes hemodinmicas renais ocorreriam aps cada refeio que
contivesse protenas e manteriam um estado de vasodilatao renal crnica que favoreceria o
desenvolvimento de leses glomerulares em pacientes que j apresentassem algum grau de leso
renal. De acordo com estes autores, alteraes da hemodinmica renal seriam importantes para o
incio e a progresso da glomeruloesclerose. O aumento da presso hidrosttica intracapilar e o
aumento da TFG alterariam a seletividade da membrana glomerular, favorecendo o maior fluxo de
protenas plasmticas que se acumulariam no mesngio, servindo como um estmulo para a produo
de matriz mesangial, contribuindo para o processo de glomeruloesclerose.
O efeito hemodinmico a longo prazo de uma dieta de alto teor proteico no rim saudvel no
bem compreendido. Ratos alimentados com uma dieta rica em lactoprotenas durante seis meses no
apresentaram manifestao alguma de doena renal no exame histolgico, apesar de terem
apresentado mudanas dramticas a nvel de composio corporal em relao ao grupo controle
(LACROIX et al., 2004).
Condies experimentais apontam para o fato de que dietas hiperproteicas induzam aumentos
significativos na TFG e no FSR, e que essas alteraes tenham efeitos deletrios na funo renal. No
entanto, o impacto de uma dieta hiperproteica no rim de um indivduo saudvel, que adere a este tipo
de dietas por perodos relativamente curtos, no est bem estabelecida (RODRIGUEZ-ITURBE;
HERRERA; GARCIA, 1988).
Em discordncia com Harris, Seifter e Brenner (1984), no presente estudo, no se observou
alteraes de celularidade tubular e glomerular, nem hipertrofia de pores dos nfrons dos rins dos
animais aps suplementao proteica. Segundo os autores supracitados, uma dieta hiperprotica,
aumenta a reabsoro proximal de sdio, com aumento da atividade do trocador Na+-H+ no tbulo
proximal. O aumento da carga protica na dieta causa hipertrofia de todo o nfron, mas em especial
da poro espessa da ala de henle, com aumento da atividade da bomba de Na-K-ATPase na
membrana basolateral deste segmento.
4 CONCLUSO
O presente estudo concluiu que o uso do suplemento alimentar Whey Protein Gold Standard
no rim de ratos Wistar durante curto perodo de dias, provocou alterao na filtrao glomerular e
tubular, representada somente pelo aumento significativo da proteinria. Na avaliao
histopatolgica, a dieta hiperproteica ocasionou congesto glomerular e vascular peritubular.
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APNDICE A
Tabela 3 - Anlise qumica da urina de 12 animais (ratos Wistar) antes e aps o uso do
suplemento alimentar Whey Protein Gold Standard
Variveis Controle Caso X
n % n %
Reao
Antes* cida 0 0% 0 0% ___ Alcalina 6 100% 6 100%
Depois** cida 0 0% 0 0% ___ Alcalina 6 100% 6 100%
Protenas
Antes* + 4 67% 1 17%
0,0465*
++ 0 0% 4 67%
+++ 0 0% 0 0%
++++ 0 0% 0 0%
Ausente 2 33% 1 17%
Depois** + 3 50% 0 0%
0,0404*
++ 1 17% 1 17%
+++ 0 0% 4 67%
++++ 0 0% 1 17%
Ausente 2 33% 0 0%
Hemoglobina
Antes* Presente 0 0% 0 0%
___ Ausente 6 100% 6 100%
Depois** Presente 0 0% 0 0%
Ausente 6 100% 6 100%
Glicose
Antes* Presente 0 0% 0 0%
___ Ausente 6 100% 6 100%
Depois** Presente 0 0% 0 0%
Ausente 6 100% 6 100%
Corpos cetnicos
Antes* Presente 0 0% 0 0% ___
Ausente 6 100% 6 100%
Depois** Presente 0 100% 1 17% 0,2962
Ausente 6 100% 5 83%
Continua.......
Tabela 3. Continuao
Bilirrubina
___ Antes* Presente 0 0% 0 0%
Ausente 6 100% 6 100%
Depois** Presente 0 0% 0 0%
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Ausente 6 100% 6 100%
Urobilinognio
Antes* Presente 0 0% 0 0%
___ Ausente 6 100% 6 100%
Depois** Presente 0 0% 0 0%
Ausente 6 100% 6 100%
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Tabela 4. Continuao
Depois** Alguns de
fosfato
triplo
4 67% 1 17%
0,2087
Vrios de
fosfato
triplo
1 17% 3 50%
Alguns de
oxalato de
clcio
0 0% 0 0%
Vrios de
oxalato de
clcio
0 0% 0 0%
___
Ausentes 1 17% 2 33% ___
Cilindros
Antes* Creos 3 50% 2 33% 0,5581
Ausente 3 50% 4 67%
Depois** Creos 1 17% 4 67% 0,0789
Ausente 5 83% 2 33%
M: mdia; DP: desvio padro; X: teste Qui-quadrado com IC 95% e significncia em p
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O CONHECIMENTO DOS MDICOS DA ATENO PRIMRIA DE SADE SOBRE OS
BENZODIAZEPNICOS
THE KNOWLEDGE OF THE PRIMARY HEALTH CARE PHYSICIANS ON
BENZODIAZEPINES
Karoline Cruz Silva1,
Marlia Ione Futino 2
RESUMO
Em 1960, ocorre a "Revoluo dos Benzodiazepnicos" e com isso tem incio o uso indiscriminado
desse tipo de medicao. Por serem medicamentos seguros, eficazes e bem tolerados conquistaram a
classe mdica e passaram a ser "objeto de desejo" dos pacientes tendo como resultado um excesso de
prescrio por parte do profissional. O presente trabalho tem como objetivo analisar o nvel de
conhecimento dos mdicos da Ateno Primria de Sade sobre a indicao dos benzodiazepnicos;
alm de avaliar a capacitao do profissional mdico para a prescrio dos benzodiazepnicos e
descrever o entendimento dos mdicos sobre possveis riscos com o uso inadequado dos
benzodiazepnicos. Trata-se de uma pesquisa descritiva, de campo, com abordagem qualitativa. O
estudo foi realizado de acordo com a Resoluo 466/2012 sobre as Diretrizes e Normas Reguladoras
que trata de pesquisa com seres humanos, aprovada pelo Comit de tica em Pesquisa da Faculdade
Integral Diferencial. A pesquisa foi realizada em Unidades de Ateno Primaria de Sade que so
gerenciadas pela Fundao Municipal de Sade no municpio de Teresina PI. Foram includos na
pesquisa mdicos que trabalham na Estratgia de Sade da Famlia. Os dados foram coletados no
perodo de fevereiro a abril de 2015, atravs de questionrio elaborado e organizado em planilhas do
programa Excel 2010. A presente pesquisa mostrou que 100% dos mdicos entrevistados nunca
receberam treinamento sobre os benzodiazepnicos, 75% encaminham os pacientes ao servio de
sade mental por apresentarem critrios de dependncia medicao e 60% mantm a prescrio
para manuteno do tratamento. Existem indicativos de dificuldade do mdico em relao ao tema e
a pouca adeso ao tema da pesquisa pode indicar a proteo contra a exposio indesejada da
fragilidade do conhecimento mdico, observando tambm uma falta de preocupao da gesto local
no aprimoramento contnuo de seus profissionais e na deteco da dependncia, a maioria encaminha
para um servio especializado.
Palavras-chave: Benzodiazepnicos. Uso indiscriminado. Ateno Primria de Sade.
ABSTRACT
1 Aluna de graduao (10 perodo) do Curso de Medicina da Faculdade Integral Diferencial FACID
Email: karolcruz04@gmail.com
Endereo: Av. Presidente Kennedy, n2680, Apartamento 103 Bloco: Osona, Condomnio Catalunya Residence, Bairro:
Horto, CEP: 64052-675 Teresina-PI.
Tel.: (86) 99928-9686
2Prof. Esp. da FACID.
Email: mariliafutino@terra.com.br
Endereo: Rua Lino Correia Lima, n 2425, Bairro: Planalto Ininga.
Tel.: (86) 86 98126-9222
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In 1960, the "Revolution of Benzodiazepines" began and, thus, the indiscriminate use of this type of
medication takes place. Once they are safe, effective and well tolerated medicine, they have
conquered the medical class and become the patients object of desire, which made professionals
prescribe them excessively. This study aims to analyze the level of knowledge of Primary health care
physicians about the prescription of benzodiazepines as well as to assess the doctors qualification to
prescribe those medicines and to describe the doctors understanding about possible risks regarding
the improper use of benzodiazepines. It is a descriptive, field research with a qualitative approach.
This study was based on resolution 466/2012 concerning the guidelines that deal with human beings
research and approved by the Ethics and Research Committee at Integral Diferencial College. The
survey was carried out in Primary Attention health units that are managed by the Municipal Health
Foundation in the city of Teresina PI. The doctors who work in family health strategy were included
in the research. The data were collected from February to April 2015, through a questionnaire
previously prepared and organized in worksheets in the Excel 2010 program. This survey showed
that 100% of doctors surveyed have never received training on benzodiazepines, 75% refer patients
to mental health service because they show dependence to medication and 60% keep the prescription
to maintain the treatment. It could be observed some doctors difficulties regarding the theme and the
little complaince to the research theme may indicate the protection against unwanted exposure on the
fragility of medical knowledge. It could also be observed the lack of concern of the local management
in continuous improvement of its professionals and on the dependence detection; most refer them to
a specialized service.
Keywords: Benzodiazepines. Indiscriminate use. Primary health attention.
1 INTRODUO
Conforme definio do Ministrio da Sade, a Ateno Bsica caracteriza-se por um conjunto
de aes de sade, no mbito individual e coletivo, que abrange a promoo e a proteo da sade, a
preveno de agravos, o diagnstico, o tratamento, a reabilitao, reduo de danos e a manuteno
da sade com o objetivo de desenvolver uma ateno integral que impacte na situao de sade e
autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de sade das coletividades (MS, 2011).
No Brasil, no ano de 2.014, foram realizados 651.104.498 procedimentos mdicos. Destes,
303.988.255 (46,7%) foram realizados no mbito da Ateno Bsica de Sade, dos quais 179.059.884
(58,9%) foram realizados por mdicos da Estratgia de Sade da Famlia ESF, destacando-se a
grande abrangncia do trabalho mdico na Ateno Bsica ou Ateno Primria Sade, termos
considerados equivalentes pelo Ministrio da Sade (MS, 2015).
Os servios da Ateno Bsica devem cumprir a funo de porta de entrada da Rede de
Assistncia Sade, de coordenador do cuidado, elaborando, acompanhando e gerindo projetos
teraputicos singulares bem como acompanhando e organizando o fluxo dos usurios entre os pontos
de ateno das redes de ateno sade e de ordenador das redes (STARFIELD, 2002).
Destaca-se, a grande importncia da Ateno Bsica na observncia e acompanhamento do uso
racional de medicamentos, incluindo o uso dos benzodiazepnicos (TELLES et al., 2011).
Os benzodiazepnicos (BDZs) foram sintetizados em meados da dcada de 1950 pelo Doutor
Leo H. Sternbach, sendo o clordiazepxido o primeiro medicamento a ser desenvolvido. Na sua fase
de experimentao observaram-se poderosos efeitos anticonvulsivantes, antiagressivos e que
reduziam significamente a ansiedade. Aps exaustivos estudos clnicos o clordiazepxido foi lanado
no mercado em 1960, momento conhecido como o incio da "Revoluo dos Benzodiazepnicos"
(ANDRADE, 2010).
Os BZDs no so antipsicticos, antineurticos ou anti-insnia como pensam muitos clnicos e
pacientes. Portanto, devido a um estado de ansiedade por estmulos exagerados em determinadas
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reas cerebrais, os BZDs exercem efeito contrrio, inibindo os mecanismos de estimulao exagerada
e produzindo uma depresso da atividade cerebral que se caracteriza por diminuio da ansiedade,
induo do sono, relaxamento muscular, reduo do estado de alerta (BALLONI; ORTOLANI,
2012).
O presente trabalho props como problema de pesquisa, a seguinte indagao: Qual o
conhecimento dos mdicos sobre a indicao de uso dos benzodiazepnicos aos pacientes da Ateno
Primria de Sade? Propondo ainda como hiptese primria que o uso de benzodiazepnicos por
tempo prolongado causa prejuzos sade dos usurios, e est sendo utilizados na Ateno Primria
de Sade sem a adequada indicao clnica aos pacientes; como hiptese secundria que houve um
aumento da prescrio de benzodiazepnicos pelos profissionais da Ateno Primria de Sade, sem
levar em conta que seu uso inadequado e/ou mau indicado pode trazer malefcios para a sade dos
usurios a longo prazo.
O presente trabalho possuiu como objetivo geral analisar o conhecimento dos mdicos da
Ateno Primria de Sade sobre a indicao dos benzodiazepnicos; e como objetivos especficos
avaliar a capacitao do profissional mdico para a prescrio dos benzodiazepnicos e descrever o
entendimento dos mdicos sobre possveis riscos com o uso inadequado dos benzodiazepnicos.
2 MATERIAL E MTODOS
2.1 Procedimentos ticos
O presente estudo foi realizado de acordo com a Resoluo 466/2012 sobre as Diretrizes e
Normas Reguladoras que trata de pesquisa com seres humanos.
A pesquisa foi submetida ao do Comit de tica em Pesquisa (CEP) da Faculdade Integral
Diferencial FACID DEVRY e aps sua aprovao foram iniciadas as atividades.
Solicitou-se dos participantes da pesquisa a assinatura do Termo de Consentimento Esclarecido
(TCLE) em 02 vias, no qual foi declarada a participao por livre e espontnea vontade e garantindo
o anonimato dos participantes.
2.2 Mtodo da Pesquisa
Trata-se de uma pesquisa descritiva, de campo, com abordagem quantitativa.
2.3 Cenrio e Participantes do Estudo
A pesquisa foi realizada em unidades de Ateno Primaria de Sade que so distribudas em 3
zonas da cidade e pertencentes a Fundao Municipal de Sade do municpio de Teresina PI.
O municpio de Teresina PI conta com uma populao de 234 equipes de Estratgia de Sade
da Famlia e cada equipe possui um mdico. Utilizando a Equao de Proporcionalidade, com
intervalo de confiana de 95%, um erro absoluto de 2%, se obteve uma amostra de 58 mdicos que
participariam da pesquisa, entretanto, apesar da distribuio de 58 questionrios, somente 20 mdicos
se dispuseram a participar, fato que impossibilitou que a seleo dos participantes fosse estratificada
por regio.
A escolha do local da pesquisa foi realizada pelo motivo da Ateno Primria de Sade ser a
porta de entrada do servio de sade.
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2.4 Coleta de Dados
Os dados foram coletados atravs de questionrio elaborado, no perodo de fevereiro a abril de
2015, nas segundas, quartas e sextas feira.
2.5 Organizao e Anlise de Dados
Aps a coleta, os dados foram organizados por planilhas do programa Excel 2010. Os resultados
obtidos foram apresentados em modo de grficos e tabelas.
3 RESULTADOS E DISCUSSO
Os resultados do presente estudo foram analisados conforme os dados consolidados das
informaes colhidas nos questionrios. Para melhor analisar os dados e atender aos objetivos desse
estudo, dividiu-se o trabalho em duas partes. Inicialmente foi abordada a caracterizao da populao
entrevistada atravs do perfil socioprofissional, e em seguida foi analisado a situao de indicao de
benzodiazepnicos, a reavaliao e a utilizao de substncias alternativas.
Tabela 1 Perfil socioeconmico dos mdicos que trabalham na Ateno primria
entrevistados
Profissionais Perfil
Faixa etria 20 a 25 anos 5%
26 a 30 anos 20%
31 a 35 anos 5%
36 a 40 anos 5%
41 anos ou mais 55%
Sexo Feminino 25%
Masculino 75%
Tempo de formao 1 a 5 anos 15%
6 a 10 anos 30%
11 a 15 anos 15%
16 a 20 anos 20%
21 anos ou mais 20%
Tempo em que
trabalha no ESF
Menos de 1 ano 20%
1 a 5 anos 20%
6 a 10 anos 40%
11 a 15 anos 20%
Residncia Mdica Sim Sade Pblica 10%
Cardiologia 30%
Cirurgia Geral 20%
Pediatria 10%
Medicina do Trabalho 5%
Ginecologia 20%
No 5%
Observa - se 06 profissionais so do sexo feminino (25%), e 14 profissionais do sexo masculino
(75%). Vale destacar que 55% profissionais possuem mais de 10 anos de formao na rea.
Visto a adeso do municpio de Teresina Estratgia de Sade da Famlia, os mdicos que
desenvolvem seus trabalhos na Ateno Bsica so denominados Mdicos de Sade da Famlia apesar
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da incipiente realizao de atividades de educao permanente e de os mesmos no se colocarem
como tal na indicao de sua especializao.
Tabela 2 Situao clnica na qual o mdico entrevistado utiliza Benzodiazepnicos
Situao clnica Percentual de indicao
Manuteno do tratamento 60%
Ansiedade 25%
Insnia inicial 10%
Depresso 5%
De acordo com os dados 60% dos mdicos entrevistados optam pela manuteno do tratamento,
enquanto 25% utilizam Benzodiapnicos em casos de ansiedade, ao passo que 10% utilizam em
situaes de insnia inicial, e apenas 5% em casos de depresso.
Em um estudo realizado por Firmino et al., (2012) foram avaliadas as indicaes de
benzodiazepnicos no Servio Municipal de Sade de Coronel Fabriciano MG, e observou-se que
50% das indicaes relatadas pelos mdicos foram como hipntico ou ansioltico, 21,9% para "uso
crnico/dependncia" e o restante para outras indicaes. Das receitas que atenderam aos critrios de
incluso para anlise da adequao da indicao (1618), cerca de 70% foram consideradas no
adequadas, tendo em vista a indicao e o tempo de tratamento.
Tabela 3 Reavaliao do uso de Benzodiazepnicos em paciente que j utilizam de modo
constante pelos mdicos entrevistados da Ateno Primria.
Reavaliao do uso de Benzodiazepnicos Percentual de indicao
Sim 80%
No 20%
Conforme os dados 80% dos mdicos entrevistados realizam a reavaliao do uso de
benzodiazepnicos.
Conforme Andrade, Silva e Santos (2010), o uso prolongado de BZDs ultrapassando perodos
de 4 a 6 semanas pode levar ao desenvolvimento de tolerncia, abstinncia e dependncia. A
possibilidade de desenvolvimento de dependncia deve ser considerada na vigncia de fatores de
risco para a mesma, como o uso em mulheres idosas, poliusurios de drogas, alvio de estresse,
doenas psiquitricas e distrbios do sono, tambm sendo comum a observao de overdose de BZDs
nas tentativas de suicdio associadas ou no a outras substncias.
Tabela 4 Dose-limtrofe de seguridade do Clonazepam indicada pelos mdicos entrevistados
da Ateno Primria
Dose-limtrofe de seguridade do
Clonazepam
Percentual de indicao
0,5 mg/dia 25%
1,0 mg/dia 15%
2,0 mg/dia 40%
4,0 mg/dia 20%
10,0 mg/dia 0%
Conforme os dados coletados 40% dos mdicos entrevistados consideram 2,0mg/dia como a
dose limtrofe de seguridade do Clonazepam, enquanto 25% indicam 0,5mg/dia, 20% indicam como
4mg/dia, e 15% recomendam 1mg/dia.
Quanto dosagem, a maioria dos autores no possuem conhecimento sobre a dose-limtrofe,
enquanto Ballone e Ortolani (2012) afirmam que os BZDs so bastantes seguros, uma vez que apenas
doses altas (20 40 vezes mais altas que as habituais) podem produzir efeitos mais graves, como, por
Revista FACID: Cincia & Vida, Teresina, v. 11, n. 2, Setembro 2015
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exemplo, a hipotonia muscular, dificuldade grande de ficar em p e andar, hipotenso, perda da
conscincia, e com doses mais elevadas pode levar ao coma e morte.
Tabela 5 Prescrio de substncias alternativas mais seguras em relao aos
Benzodiazepnicos pelos mdicos entrevistados da Ateno Primria
Prescrio de substncias alternativas
mais seguras
Percentual de indicao
Sim 35%
No 65%
De acordo com os dados pesquisados 65% dos mdicos entrevistados no prescrevem
substncias alternativas mais seguras em relao aos Benzodiazepnicos, ao passo que apenas 35%
utilizam substncias alternativas.
Ferreira et al., (2014) afirma que a buspirona consiste em uma alternativas aos
benzodiazepnicos no caso de pacientes com transtornos ansiosos, e que utilizam os BZDs como
antidepressivos e antipsicticos em baixas dosagens.
Tabela 6 Encaminhamento para o Servio de Sade Mental pelos mdicos entrevistados da
Ateno Primria
Encaminhamento para o Serv
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