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Organizada inicialmente como cidade-Estado, a expansão de Roma pela península itálica levou 230 anos para consolidar. Após tê-lo feito, porém, seu domínio se alastrou desde a península ibérica até a Mesopotâmia. Nos dois primeiros períodos de sua história, Roma conheceu a Monarquia e a República.Por essa época, constituiu-se em seu território um Estado forte e unificado, com uma poderosa burocracia. Surgiram também grupos sociais diferenciados, que viviam em permanente conflito. Desse conflito originaram-se as instituições políticas responsáveis por representar as camadas populares da sociedade, bem como em defender interesses “corporativos”.
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A SOCIEDADE ROMANA
Organizada inicialmente como cidade-Estado, a expanso de Roma pela
pennsula itlica levou 230 anos para consolidar. Aps t-lo feito, porm, seu
domnio se alastrou desde a pennsula ibrica at a Mesopotmia. Nos dois
primeiros perodos de sua histria, Roma conheceu a Monarquia e a Repblica.
Por essa poca, constituiu-se em seu territrio um Estado forte e
unificado, com uma poderosa burocracia. Surgiram tambm grupos sociais
diferenciados, que viviam em permanente conflito. Desse conflito originaram-se
as instituies polticas responsveis por representar as camadas populares da
sociedade, bem como em defender interesses corporativos.
1. A FUNDAO DE ROMA:
Rodeada de terras frteis, banhadas pelo rio Tibre, Roma localiza-se no
centro da pennsula Itlica. A fertilidade do solo, aliado ausncia de portos
naturais, levou os habitantes da regio, nos primeiros tempos, a desenvolver
mais a agricultura e a pecuria do que o comrcio de longa distncia.
O relevo montanhoso, por sua vez, favoreceu, assim como na Grcia, a
formao de vrios ncleos urbanos independentes. Embora a pennsula Itlica
j fosse habitada desde tempos remotos, foi no segundo milnio a.C. que
comearam a chegar os italiotas, povos de origem indo-europeia. Eles se
dividiam em diversos grupos ou tribos, como: sabinos, os latinos e os samnitas.
Alm dos italiotas, habitavam a pennsula os etruscos, na regio centro-norte,
chamada Etrria; os gregos, no sul; e os gauleses, no norte.
A partir do sculo VII a.C., os italiotas estabeleceram-se na regio
centro-sul. A histria das origens de Roma das mais imprecisas, muitas
informaes a respeito de sua fundao so legendria ou esto registradas
em relatos literrios. Segundo a lenda, os irmos gmeos Rmulo e Remo,
descendentes do prncipe troiano Eneias, foram os responsveis pela fundao
de Roma, em 753 a.C. De acordo com a pesquisa histria, o que se sabe que
a cidade de Roma existe desde o final do segundo milnio a.C. perto do rio
Tibre, nas proximidades do mar tirreno.
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Nessa regio, protegido por colinas, instalaram-se grupos latinos e
sabinos, que teriam sido os fundadores da cidade. Esse pequeno ncleo
urbano originaria um vasto imprio. A trajetria romana, para efeito de
estudos, dividida em trs perodos caracterizados por diferentes formas de
organizao politica: Monarquia (753 a 509 a.C.) Republica (509 a 27 a.C.)
Imprio ( 27 a.C. a 476).
2. ROMA NO TEMPO DOS REIS:
Segundo as lendas sobre a origem de Roma, sete reis governaram a
cidade. Os quatro primeiros foram, alternadamente, latinos e sabinos. Os trs
ltimos eram de origem etrusca. Podemos concluir, portanto, que Roma teria
sido dominada pelos etruscos, numa poca em que esse povo liderava uma
federao de cidades na pennsula Itlica. Como era comum na antiguidade, o
rei romano acumulava as funes de juiz supremo e de chefe religioso e militar.
Sua autoridade, contudo, era limitada pelo senado (do latim senes, velho),
composto por chefe de cls. Uma terceira instncia de poder era constituda
pelas assembleias.
Patrcios e plebeus.
Na poca da Monarquia, a sociedade se dividia, basicamente, em quatro
grupos: patrcios, plebeus, clientes e escravos. A economia estava
fundamentada na agricultura. A palavra patrcia (do latim pater, pai)
designava, a princpio, o chefe da grande unidade familiar ou cl.
Os patrcios eram descendentes dos fundadores de Roma. Donos das
principais terras constituam a aristocracia, reservando si as tarefas do
governo. No inicio, somente eles tinham direitos polticos em Roma.
Os plebeus eram descentes das populaes que primeiro povoaram a
pennsula Itlica. Dedicavam-se ao comrcio e ao artesanato. Embora livres,
no dispunham de direitos polticos; alm de no participar do governo da
cidade, eram impedidos de se casar com indivduos pertencentes ao patriciado
(grupo dos patrcios).
Os clientes, parentes mais pobres dos patrcios, trabalhavam para as
famlias destes em troca de proteo.
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No incio, os escravos eram principalmente aqueles que no dispunham
de meios para pagar suas dividas. Com as guerras de conquista, o
aprisionamento dos vencidos fez com que o numero de escravos aumentasse,
chegado a constituir a maioria da populao.
3. SOB O DOMNIO DO SENADO:
Em 509 a.C., o rei Tarqunio, o soberbo, tomou uma srie de medidas
favorvel ao plebeus. Os patrcios, vendo seu poder diminuir, revoltaram-se e
expulsaram-no de Roma sob acusao de tirania. Esse acontecimento marcou
o fim da Monarquia e instituio da repblica. Com o advento da nova forma
de governo, o poder foi descentralizado, passando a ser exercido por perodos
determinados. Entretanto, todas as funes ligadas ao poder permaneceram
reservada exclusivamente aos patrcios.
O governo da Repblica.
As instituies bsicas do Estado republicano eram as seguintes:
Senado. Principal instncia de poder em Roma, administrava a cidade e as
regies conquistadas. No incio, era formado por cem senadores; mais tarde esse
nmero aumentou para trezentos.
Magistrados. Exerciam funes administrativas. Os mais importantes eram os
cnsules, dois magistrados cujo poder equivalia ao dos reis. Encarregavam-se e
comandar os exrcitos, convocar o senado e presidir os cultos religiosos. Nos
momentos de maior perigo, indicavam um ditador, que governava como poder
absoluto por um prazo mximo de seis meses. Os pretores, censores, questores
e edis eram outros magistrados e cumpriam funes distintas na administrao
pblica.
Assembleia. Existiam trs diferentes assembleias em Roma: as assembleias
Centurial, Curial e Tribal. A mais importante era a Assembleia Centurial, formada
pela reunio de unidades militares (centrias), organizada de acordo com a
condio social. Cabia assembleia centurial designar os principais magistrados
para ditar leis e declarar a guerra. Cada centria tinha direito a um voto na
assembleia. Ao se armar, os homens deveriam arca com todos os custos, por isso,
as centrias mais bem armadas eram sempre as dos patrcios. Por disporem de
mais armas, elas necessitavam de poucos homens. Assim, as centrias formadas
pelos homens ricos acabavam sendo mais numerosas que as dos plebeus. Como
resultado, os patrcios sempre obtinham maioria nas votaes.
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Comea a expanso.
Desde a fundao de Roma, sua populao teve de disputar as terras da
pennsula Itlica, defendendo-se dos ataques dos povos vizinhos. Aos poucos,
porm, entre os sculos V e III a.C., Roma passou a empreender guerras
de conquista, com o objetivo de expandir seu territrio e adquirir escravos, de
cujo trabalho dependia a economia vigente. A conquista se completou entre
272 e 265 a.C., com a ocupao da Etrria, ao norte da Magna Grcia, ao sul
da pennsula.
As guerras Pnicas
A expanso romana no se deteve com o domnio sobre a pennsula
Itlica. Roma passou a querer a supremacia no mar Mediterrneo, despertando
a hostilidade dos cartagineses. Cartago, cidade fundada no norte da frica
pelos fencios, dominava o comercio martimo nessa regio. No princpio, as
relaes entre as duas cidades eram relativamente amistoso, at que Roa
comeou a disputar territrio colonizado por Cartago. O conflito, conhecido
como guerras Pnicas (derivado de poeni, nome dado pelos romanos aos
fencios), durou de 264 a 146 a.C. No final Cartago foi arrasada e seus
domnios anexados pelos romanos.
Roma chega ao Oriente.
Antes mesmo de encerrar o confronto com Cartago, Roma j iniciara um
movimento de conquista do antigo imprio de Alexandre Magno, na regio do
Mediterrneo oriental. Assim, em 149 a.C., a Macednia tornou-se uma
provncia romana e dois anos depois, foi a vez de a Grcia ser incorporada
pelos romanos. E seguida, veio a formao da provncia da sia (129 a.C.) e o
estabelecimento de um protetorado no Egito, mais tarde convertido tambm
em provncia. Com essas conquistas, os romanos efetivaram sua hegemonia
no mar Mediterrneo, que eles denominaram mare nostrum, ou seja, nosso
mar.
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Consequncia da expanso.
A posse de um extenso territrio e conflitos sociais constantes acabaram
por alterar profundamente a organizao social, politica e econmica em
Roma. O aumento dos prisioneiros, provenientes das guerras, levou a mo de
obra escravizada a se constituir na principal fora de trabalho no territrio
romano. Concomitantemente, o crescimento das atividades comerciais e da
economia monetria fizeram com que as relaes sofressem grandes
transformaes. Essas transformaes foram acompanhadas de profundas
mudanas na estrutura da sociedade. No campo, ocorreu a concentrao das
propriedades rurais, como o surgimento de grandes latifndios que o trabalho
escravo. Isso levou ruina os pequenos agricultores, que no podiam
concorrer com os grandes proprietrios. Muitos deles foram obrigados a
abandonar o campo e migrar para Roma.
Ao mesmo tempo, a expanso do comercio deu origem aos cavaleiros,
ou classe equestre, grupo social formado por comerciantes, banqueiros e
homens de negcio. Estes faziam parte do patriciado, mas tinham divergncia
com a aristocracia, formada por grandes proprietrios de terras que
controlavam o senado. As inmeras mudanas provocadas pelas conquistas
expansionistas aumentaram as desigualdades entre ricos e pobres,
estimulando os conflitos entre patrcios e plebeus. Esses dois grupos
protagonizaram inmeras disputas polticas e guerras civis por mais de cem
anos (133 27 a.C.). Durante esse perodo as instituies republicanas
entraram em crise, abrindo caminho para um novo tipo de governo
centralizado, instituindo-se a Monarquia.
Mudanas culturais e religiosas.
As conquistas territoriais tambm transformaram a cultura romana. O
contato com as sociedades orientais trouxe inovaes nos costumes,
mudanas nos hbitos de alimentao e na conduta moral. A sociedade tornou-
se cosmopolita, atraindo intelectuais, pensadores e artistas de diversas
origens, inclusive os gregos. Novos valores foram assimilados influenciando os
hbitos do cotidiano, na religio os deuses gregos foram adotados em Roma,
recebendo nomes latinos.
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PARA SISTEMATIZAR O ESTUDO
1. A histria de Roma dividida em trs perodos, de acordo com suas
diferentes formas de organizao poltico-social. Caracterize cada forma
de governo e sua relao com o poder.
2. Quais os principais grupos sociais constitudos em Roma, e como se
caracterizava a relao de poder entre os grupos?
3. As guerras de conquistas provocaram mudanas estruturais na
sociedade romana, em suas mais variadas dimenses, alterando a
organizao poltico-social e religiosa. Identifique e descreva as
transformaes, bem como as consequncias provocadas pelas guerras
de conquistas.
4. A Republica romana, instituda em 509 a.C., tinha como instituies
bsicas: o Senado, as Magistraturas e as Assembleias. (a) Descreva a
atribuio de cada instituio; (b) Compare as instituies romanas com
as instituies republicanas da contemporaneidade brasileira.
Material elaborado pelo prof. Elicio Lima para sistematizar situaes de aprendizagem na sala de aula, a intertextualidade desse trabalho so entre as obras: Histria: Volume nico: Divalte Garcia Figueiredo. 1. ed. So Paulo: tica, 2005. Histria global volume nico: Gilberto Cotrim. 8. ed. So Paulo: Saraiva, 1995. (Feitas algumas adaptaes e grifos para facilidade o processo didtico ensino aprendizagem - 2015). Sequencia didtica para o Primeiro ano do ensino mdio.
A SOCIEDADE ROMANA Situao de aprendizagem 7 Histria - Prof. Elicio Lima
N Srie Data
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