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Os Gêmeos Férreo Livro um
A União dos Anjos
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Cecília Ferreira Leal
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Para minha mãe Alessandra,
Meu pai Tiago,
Minha avó Sandra,
Felipe, e meus amigos Marcos, Pedro e Matheus.
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Índice:
Dou Um Pulo Para a Morte - Sarah ------------------- 07
Centro Aura - Sarah ------------------------------------ 16
Uma Serpente Quer Nos Matar - Sean ---------------- 25
Nossa Descendência - Sarah ----------------------------- 31
Olhamos Nos Olhos De Um Demônio - Sean ----------- 49
Um Mago Elemental - Sean --------------------------- 60
Batalha Com Demônios - Sarah ------------------------- 74
Portal Para Pensilvânia - Sarah ------------------------- 91
Lutamos Contra Um Cão - Sarah --------------------- 103
Um Plano Incompleto - Sean -------------------------- 115
Uma Casa Abandonada - Sean ------------------------- 129
Caçados Por Dragões - Sean --------------------------- 145
Lutamos Em Um Avião - Sarah ----------------------- 164
Ruínas de Atenas - Sarah ----------------------------- 192
E Agora? - Sean -------------------------------------- 215
De uma olhada no próximo livro da série – Sean ----- 222
Sobre a Autora --------------------------------------- 227
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Dou Um Pulo Para Morte
Meu nome é Sarah Férreo.
Tenho 15 anos, cabelos curtos castanho claro e
olhos da mesma cor, pele branca e minhas cores
preferidas são vermelho e preto. Meu estilo é meio...
Como posso dizer... Diferente! E o mais importante:
sou uma Semideusa.
Para ser exata, nós somos Semideuses, eu e meu
irmão gêmeo, Sean Férreo. Naquela época, nós dois
estudávamos juntos e morávamos com nossa mãe
em um apartamento alugado numa cidade chamada
Tucson, no Arizona. Éramos felizes e unidos, mas...
A vida de semideus não é muito fácil, com monstros
te perseguindo e tal...
Bem, tudo começou numa sexta-feira, quando eu
tinha apenas 13 anos.
Acordei, era o último dia de aula e minha mãe já
tinha preparado o café da manhã. Para mim, um
achocolatado, e para meu irmão pão com manteiga,
frutas, e biscoitos.
Minha mãe é uma mulher bonita. Seu nome é
Cassandra. Alta, magra, de cabelos e olhos
castanhos escuros. Neste dia já estava usando o
uniforme de trabalho. Por ser médica, vestia tudo
branco. Ela é muito gentil, a pessoa mais legal que
eu conheço. Perfeita.
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Já meu irmão, Sean, não é nada perfeito, alto,
roliço, (apesar de sermos gêmeos) se parece pouco
comigo. Desengonçado, mas legal, leal, e... Até
bonitinho. Para falar a verdade, ele tinha uma
namorada, Marta Olsen, loira, alta, magrinha, e
sempre usava roupas estranhas que pareciam uma
mistura de anos 80 e dias de hoje. Ele parecia
gostar mesmo dela, até ela se mudar para o
Paraguai.
Enfim, nossa mãe nos chamou para tomar o café
da manhã e depois de comer, fomos nos arrumar
para ir para a escola.
No ônibus escolar, me sentei no lugar de sempre e
fui falar com minhas amigas Asla Wesley e Marry
Kimi, enquanto meu irmão foi se sentar com os
meninos de nossa sala, incluindo o esquisito Ortiz
Nevul.
Ortiz era um garoto simples: de cabelos castanhos
cacheados, de olhos um tom mais escuro, baixinho,
e costumava comer tudo o que lhe aparecia pela
frente quando ficava frustrado.
Asla era uma menina baixa, morena e de cabelos
e olhos escuros. No mínimo divertida.
Marry era alta, de cabelos e olhos claros, chata e,
como Asla, completamente o oposto de mim. Como
posso explicar? Elas eram as típicas patricinhas
americanas.
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Nosso colégio era enorme e nossa sala ficava no
terceiro andar, porém, com este andar em reforma,
utilizávamos uma sala pequena dois andares acima.
Quando chegamos à escola, como sempre, fui
envolvida em uma discussão.
Entenda, o meu irmão e o menino que ele dizia ser
seu melhor amigo, Matt Bassen, discutiam quase
todos os dias, no entanto, no dia em questão, havia
virado uma briga.
Matt tinha cabelos compridos e negros, olhos de
um tom castanho escuro, magricela e o que não
tinha de altura, tinha de implicância.
Enquanto a professora de história não chegava, os
meninos começaram a zoar meu irmão, agredindo-o
verbalmente.
Matt estava comandando o grupo dos insultos. Ele
começou dizendo que Sean deveria mudar de escola
no ano que vem.
Quando Sean passou pelo lugar onde Bassen se
sentava, tropeçou e sem querer derrubou tudo que
estava em cima da mesa, quebrando quase todos os
incríveis lápis que brilham no escuro, os mesmos de
que ele se gabava tanto.
O garoto bateu com toda a força na cabeça do
meu querido irmão. Todos os meninos riram alto. Ele
começou a chorar. Fiquei cheia de raiva.
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“Só eu posso dar uma surra no meu irmão!”,
pensei.
Enquanto eu me dirigia para o local do ocorrido,
pronta para socorrê-lo, algo estranho aconteceu.
Assim que a professora entrou, Sean deu um grito
de ódio. Com um baque profundo, a porta de
madeira bruta se fechou trancando-nos dentro da
sala de aula. O vidro das grandes janelas de onde
estávamos se estilhaçou por completo e um vento
muito forte entrou arrastando tudo que estava por
perto.
De nossos colegas, os que não estavam correndo
e gritando, estavam sendo arrastados pelo vento.
Reparei debilmente que Mark, o garoto mais bonito
da escola e eu estávamos milagrosamente parados
no centro da sala, como se o vento não nos
atingisse.
─ Como seu irmão fez isso? – ele me perguntou,
espantado, em meio aos gritos.
─ Não sei, Mark...
Quer dizer, eu não sabia como, e se tinha mesmo
sido Sean, o criador da ventania, e se fosse, não
sabia como pará-la.
Mark era um garoto muito bonito, educado, e nós
até nos dávamos bem, mas meu irmão não aprovava
nenhum tipo de relacionamento entre nós dois. Mal
podíamos ser amigos.
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“Sean!”, um sentimento horrível passou por mim.
Me virei apressada á procura de meu irmão.
Foi quando vi Sean, sendo arrastado pelo vento,
inconsciente. Fiquei horrorizada, estávamos no
quinto andar do prédio do colégio, se ele caísse,
estaria morto e só me restava alguns segundos.
Gritei por ajuda, mas era tarde demais, meu irmão
caíra.
O que eu iria fazer? Fiz o que achei certo, corri e
saltei pela janela.
Sei o que você está pensando, esta foi à pior ideia
que já ouviu, eu entendo e concordo, entretanto
achei que era a única maneira de salvar a vida dele.
E quer saber, eu acho que estava certa.
Não tenho medo de altura, mas com toda a
certeza, tenho medo de morrer por me jogar do
quinto andar de um prédio.
Não tinha a mínima ideia de um porquê, mas
enquanto caia, fechei os olhos e percebi que três
coisas haviam acontecido: a primeira era que eu
estava abraçada ao meu irmão; a segunda foi saber
que o vento havia parado; e enfim, nós não
estávamos mortos.
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Quando o vento parou e ao mesmo tempo, tudo
pareceu parar, reabri os olhos. Estávamos flutuando
no ar, uns poucos metros acima do chão.
Sean havia acordado. Meu maninho olhou para
dentro dos meus olhos.
─ O que você fez? Como fez isso? – ele parecia
em transe.
─ Não sei o que ou como fiz, nem sei se fiz algo...
Arre! Você está me deixando confusa!
─ Deixa para lá e nos leva logo para a sala!
“PARA CIMA”, pensei.
Instantaneamente, começamos a subir até a sala
devastada. Todos ainda estavam gritando, nossas
amigas Asla, Ellen, Marry e Ferdinandy estavam
chorando de medo. Will, Davi, Kevin, Matt e mais
alguns meninos estavam discutindo (aos berros, é
claro), a causa da ventania. A professora e o resto
da turma de trinta alunos estavam gritando,
assustados demais para pensar direito ou tentando
abrir a porta que continuava trancada.
─ Você não vai contar nada a ninguém! Jure! –
falei para Sean tentando ser ameaçadora.
Ele concordou com um aceno de cabeça.
─ Eu juro que não conto, de jeito nenhum.
Ninguém nos viu chegar pela janela. Meu irmão se
afastou e foi falar (ou tentar falar) com seus amigos.
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Aproximei-me de Asla e Marry que estavam
abraçadas chorando.
─ Gente, vocês sabem como vamos sair daqui? –
perguntei educadamente, com uma calma forçada.
─ Nós vamos morrer! – Marry gritou ainda aos
prantos.
─ Ah, me poupe. Vamos, ninguém vai morrer.
Olhem, o vento já parou. – apontei para a janela
arruinada.
Elas me ignoraram. Suspirei, meu corpo tremia.
Corri para a porta e esbarrei com a nossa
professora, a senhorita Stella.
─ A senhora acha que temos chance de sair
daqui?
─ Não sei, já tentei de tudo, mas a porta está
mesmo emperrada.
─ Posso tentar? – ela deu de ombros.
Girei a maçaneta e com um “click” a porta
destrancou.
─ Como você fez isso? – ela parecia horrorizada.
─ Humm... – é claro que eu não sabia o que dizer,
mas com a porta destrancada, todos os alunos
saíram correndo.
Todos menos eu e meu irmão. Não sei como, mas
alguém havia ligado para a ambulância e para a
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polícia. Era de se esperar. O lugar estava lotado.
Nossa mãe estava lá, nos esperando.
─ Ai meus deuses, vocês estão bem?
Nossa mãe sempre foi assim, nunca a ouvi dizer
algo como “ai meu deus”, ou “minha nossa”.
─ Estamos bem, mamãe.
─ É mãe, ele fala por mim.
─ Mas a polícia disse... Ah, bem, é que... Venham
cá. – ela nos deu um abraço forte - Eu fiquei...
Preocupada.
─ Mãe, não precisava. – meu irmão já parecia
comovido.
Ela nos levou para o carro.
─ Contem-me, o que houve lá dentro?
Até chegarmos em casa, contamos tudo o que
aconteceu, ou quase tudo, modificando apenas a
parte que meu irmão fizera os vidros se
estilhaçarem, caíra e eu o salvara.
─ Como os vidros da sala se quebraram?
─ Nós... – meu irmão se virou para mim, em busca
de ajuda.
─ Nós não sabemos.
Apesar de não insistir para que contássemos
mais, nossa mãe pareceu perceber que estávamos
escondendo algo. E eu tinha um pequeno palpite de
que ela sabia de tudo.
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Assim, nossas férias passaram normalmente.
Nós morávamos num apartamento, no oitavo
andar, só eu, meu irmão e minha mãe.
Nós não tínhamos avós vivos, nem mesmo tios
(nosso único tio, ou o que conhecíamos, havia
morrido há dois anos).
Ela sempre dizia que nosso pai se perdeu em um
acidente de avião.
─ Ele não morreu. Só... Se perdeu – e não havia
mais como discutir.
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