Ação evangelizadora e planejamento FORMAÇÃO. A Conferência de Aparecida convocou a Igreja na...

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Ação evangelizadora e planejamento

FORMAÇÃO

A Conferência de Aparecida convocou a Igreja na América Latina e no Caribe a colocar-se em “estado permanente de missão”. Retomar o elã missionário é para a Igreja condição essencial de fidelidade a Jesus Cristo, que, sendo enviado pelo Pai, envia seus discípulos em missão (cf. DA 551

Só uma Igreja missionária e evangelizadora experimenta a fecundidade e a alegria de quem realmente realiza sua vocação (DGAE 87, 210).

Por isso, o apóstolo Paulo podia afirmar com vigor: ‘Anunciar o Evangelho não é título de glória para mim. É, antes, uma necessidade que se me impõe. Ai de mim se eu não evangelizar’ (1Cor. 9,16).”

Nós, Igreja no Brasil, assumimos o compromisso com a Missão Continental, conforme a inspiração de Aparecida,compromisso que exigirá aprofundar e enriquecer todas as razões e motivações que convertem cada cristão em discípulo missionário enviado a edificar o mundo na perspectiva do Reino de Deus.

“A Igreja necessita de forte comoção

que a impeça de se instalar na comodidade, no estancamento e na indiferença, à margem do sofrimento dos pobres do Continente.”(DA 362)

“Torna-se inevitável assumir a convocação que Aparecida nos faz para uma efetiva conversão pastoral. Esta exige que se vá além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária e servidora. “Assim será possível que o único programa do Evangelho continue introduzindo-se na história de cada comunidade eclesial” (NMI 29)

A necessidade dessa conversão torna-se ainda mais intensa considerando que a “nossa maior ameaça é o medíocre pragmatismo da vida cotidiana da Igreja, no qual, aparentemente, tudo procede com normalidade, mas na verdade a fé vai se desgastando e degenerando em mesquinhez”(DA 12).

Trata-se de despertar nossas comunidades para:

1.aproveitar intensamente este tempo de graça;

2.implorar e viver um novo Pentecostes em todas as comunidades cristãs;

3.despertar a vocação e a ação missionária dos batizados e animar todas as vocações e ministérios que o Espírito dá aos discípulos de Jesus Cristo, na comunhão viva da Igreja;

4. sair ao encontro das pessoas, das famílias, das comunidades para comunicar e partilhar o dom do encontro com Cristo, que plenificou nossas vidas de sentido; de verdade e amor; de alegria e esperança (cf. DA 548 e PNE 2).

A paixão pelo Reino de Deus nos leva a

desejá-lo cada vez mais presente entre nós. Na força do Espírito Santo, que sempre nos precede, a Missão nos levará a viver o encontro vivo com Jesus, capaz de impulsionar os batizados à santidade e ao apostolado e de atrair os que estão distantes do influxo do Evangelho ou que nem sequer experimentaram o dom da fé.

1) Geral Abrir-se ao impulso do Espírito Santo

e incentivar, nas comunidades e em cada batizado, o processo de conversão pessoal e pastoral ao estado permanente de Missão, para a Vida plena.

1. Proporcionar a alegre experiência do discipulado, no encontro com Cristo;

2. promover a formação em todos os níveis para sustentar a conversão pessoal e pastoral do discípulo missionário;

3. repensar as estruturas de nossa Ação Evangelizadora para um compromisso de ir e atingir a quem normalmente não atingimos;

4.favorecer o acesso de todos, a partir dos pobres, à “atrativa oferta da vida mais digna em Cristo” (cf. DA 361);

5.aprofundar a Missão como serviço à humanidade;

6.discernir os sinais do Espírito Santo na vida das pessoas e na história.

a. Círculos Bíblicos, especialmente à luz dos Discípulos de Emaús (cf. Lc 24,13-35), do Bom Samaritano (presença e compaixão) e contribuições advindas do Sínodo sobre a Palavra de Deus.

b. Levar-se-á em conta a promoção da pessoa (amor e liberdade), a renovação da comunidade (unidade e diversidade) e a construção da sociedade (justiça e vida).

c. Leitura Orante da Bíblia (Lectio Divina).

“No processo de formação do discípulo missionário aparecem cinco aspectos fundamentais, diversos em cada etapa do caminho, mas que se complementam intimamente e se alimentam entre si:

= mediante o querigma, fio condutor de um processo que culmina na maturidade do discípulo e deve renovar-se constantemente pelo testemunho pessoal, pelo anúncio do querigma e pela ação missionária da comunidade;

= resposta inicial de quem crê em Jesus

Cristo e busca segui-lo conscientemente;

= como amadurecimento constante no conhecimento, amor e seguimento de Jesus Mestre, quando também se aprofunda o mistério de sua pessoa, de seu exemplo e de sua doutrina, graças à catequese permanente e à vida sacramental;

= pois não pode existir vida cristã fora da comunidade: nas famílias, nas Paróquias, nas comunidades de vida consagrada, nas comunidades de base, nas outras pequenas comunidades e movimentos, tal como acontecia entre os primeiros cristãos; a comunhão na fé, na esperança e no amor deve estender-se também aos irmãos e irmãs de outras tradições cristãs (ecumenismo);

= que nasce do impulso de compartilhar a própria experiência de salvação com outros, de plenitude e de alegria feita com Jesus Cristo; a Missão deve acompanhar todo o processo, embora diversamente, conforme a própria vocação e o grau de amadurecimento humano e cristão de cada um, tendo Maria como modelo perfeito do discípulo missionário” (DGAE 92).

PLANEJAMENTO: UM ATO DE FÉ

Entre os pastoralistas há um consenso em constatar que a vida da Igreja anda a deriva. Daí a necessidade de eleger uma direção.

Na ação PASTORAL/EVANGELLIZADORA há dois rumos:

1.atitude apologética (insana): ver o “novo” como um risco. Defender o que está posto e não ousar. É a pastoral da manutenção. Há dificuldade em aceitar o que desmobiliza.

2.atitude de agiornamento (sã): não é mera mudança de mentalidade, mas uma mentalidade de mudança permanente. A grande exigência é o diálogo que é o caminho para sair da deriva (também com a sociedade e a cultura). Será preciso revitalizar as instâncias de participação na Igreja e exercitar o consenso.

Depois da década de 70 e metade de 80, nasce o desencanto quanto ao planejamento, a utopia do Reino. Falta um horizonte pastoral e uma mística. Verifica-se em certos setores uma “volta à grande disciplina”.

Verifica-se um “amadorismo” na ação pastoral e eclesial (realizar ações de forma caseira, movida por impulso). Além disso:

Ausência de visão de futuro e estratégia de ação;

Pouca relação com a sociedade; Baixa ênfase nos resultados; Concentração de poder e infantilização;

Desequilíbrio entre centralização x descentralização;

Fixação em patrimônio material e investimentos desproporcionais;

Ausência de gestão de pessoas.

Qualquer ação pastaral ou iniciativa de

evangelização sem planejamento fracassa e sem espiritualidade se

esvazia

“O planejamento é um processo que

sempre re-começa. Por isso, dizemos que ele é a espiritualidade ou o modo de ser da paróquia. Planejar a ação evangelizadora, de modo geral, significa organizar nossas forças humanas e materiais à luz da prática de Jesus, em vista da Evangelização como finalidade principal o Reino de Deus” (Blog da Revista Paróquias).

Todo Projeto é mais que projeto, ele não diz tudo por si mesmo. Ele aponta e indica pessoas, ambientes e contextos...

O Planejamento é, por excelência, um ato espiritual. Não é simples estratégia em vista de... É planejamento do anúncio do Evangelho.

O Planejamento terá efeito quando for feito como um ato de fé. Deve nascer de uma experiência que fizemos de Deus. Não se planeja para crer. Porque cremos, planejamos nossa ação. Planejamento é ato de pensar a ação, é fé na força da União.

Quando se faz Planejamento de Pastoral não se quer quantificar resultados, mas evangelizar e formar evangelizadores. É necessário lubrificar com o óleo do Espírito os passos do Planejamento. Fazer um “azeitamento” do Projeto é fazer de sua elaboração uma experiência de Deus. Assim ele não se tornará uma engrenagem sem lubrificação que desune, fere e não gera vida nova.

Planejamento é IGREJA A CAMINHO, portanto, uma experiência de vida no Espírito.

•Em nível pessoal: promover a ADESÃO das pessoas (reconhecer o protagonismo do Espírito e aderir na fé ao sacramento da comunidade; crer na participação e no discernimento comunitário; ao conflito e ao imprevisível, abrir mão de certezas pessoais);

•Em nível de coordenação: promover sua IDENTIFICAÇÃO (é necessário um grupo de gerenciamento do processo, coeso e que se identifique com os objetivos propostos;

•Em nível de instituição: promover sua VINCULAÇÃO (em pastoral, cada nível eclesial é uma unidade de planejamento. É toda a diocese que precisa entrar no planejamento e renovar-se).

Quem sabe aonde quer chegar escolhe o caminho e o melhor

jeito de caminhar!

Planejamento é o processo de tomar decisões sobre o trabalho a ser feito. Não se faz numa reunião. Ele começa bem antes de se registrar qualquer coisa por escrito e não termina depois que elaboramos um plano de ação. Esse processo acompanha todo o trabalho e vai indicando caminhos o tempo inteiro.

PLANO: é o registro por escrito das

motivações e decisões tomadas para dar andamento ao trabalho. O plano pode e deve ser modificado se for percebida uma necessidade de correção de decisões anteriormente tomadas. A Avaliação constante permite verificar o que precisa ser modificado.

Cronograma: é a lista de ações a serem realizadas, com seus prazos,agentes e destinatários.

Contudo, planejamento não é fazer cronograma de atividades.

•Ter presente1.Planejamento também não se resume em “fazer o plano”. 2.Fica claro que não se pode apresentar o cronograma e dizer que está feito o planejamento. 3.Plano é para ser usado o tempo todo e confrontado com as ações de cada dia, para ver se precisamos mudar as ações ou reformular o plano, sempre tendo em vista os objetivos.

ONDE QUEREMOS CHEGAR? Corresponde aos objetivos que devem ser claros para todos, partir da realidade concreta e sair da reflexão para se tornarem prática.

COMO VAMOS CHEGAR? Corresponde aos meios que vamos usar para alcançar os objetivos. Envolvem também os recursos humanos e materiais.

COMO SABER SE CHEGAMOS? Corresponde à AVALIAÇÃO que deve ser permanente.

Para avaliar se estamos no caminho certo; Para não perder de vista os objetivos; Para confrontar tudo que acontece com o

objetivo que queremos alcançar; Para aproveitar melhor os recursos

disponíveis; Para evitar esforços inúteis ou

duplicados; Para entender com mais clareza o próprio

trabalho; e, principalmente, para nos tornarmos

cada dia mais competentes.

A vida comunitária não pode ser uma iniciativa baseada na boa vontade, na improvisação. É de fundamental importância nunca improvisar qualquer trabalho, principalmente na caminhada pastoral. A improvisação leva normalmente, à decepção e perda de tempo, ao passo que um trabalho organizado, planejado, produz frutos e faz o processo avançar.

Paulo Freire diz: “a prática de pensar a prática é a melhor maneira de pensar certo”.

A vida comunitária não pode ser uma iniciativa baseada na boa vontade, na improvisação. É de fundamental importância nunca improvisar qualquer trabalho, principalmente na caminhada evangelizadora e pastoral.

A improvisação leva normalmente, à decepção e perda de tempo, ao passo que um trabalho organizado, planejado, produz frutos e faz o processo avançar.

O planejamento não é solução mágica. Não resolve tudo e, principalmente, não funciona de forma instantânea. É um longo processo, no qual não apenas se trabalha mas se aprende enquanto o trabalho se desenvolve.

Não cobre deficiência de recursos, mas ajuda a aproveitar melhor os recursos que tivermos. É uma ferramenta e, como tal, não substitui os operários, mas permite que a obra ganhe qualidade e que eles possam contemplar com mais satisfação o progresso que realizam.

Planejar é “projetar para o futuro”, é acionar um processo de intervenção na realidade comunitária, em vista de objetivos.

O Planejamento participativo integra elementos das modernas técnicas de administração aplicada, do estatuto da ação e do desejo antropológico-teológico de comunhão e participação. São três grandes “momentos”, cada um com seus passos.

Os horizontes da Ação Pastoral e Evangelizadora

(Referenciais)

A realidade vista à luz da Pastoral

3. Avaliação (Diagnóstico) pastoral:

que distância separa a realidade do que se deseja

(COMO ESTAMOS?) - (rosto)

O Caminho e os passos possíveis

Os objetivos e a programação pastoral

Os Objetivos

Os objetivos devem responder a pergunta:

Onde queremos chegar?

são os horizontes, ou seja, metas amplas e orientadoras da ação Evangelizadora da Diocese e da Paróquia. Por isso, os objetivos

gerais da paróquia são os mesmos da Diocese. Eles são os horizontes da Ação Pastoral e Evangelizadora da Diocese e, portanto, apontam para a Igreja que queremos ser.

São as prioridades pastorais que vão construindo a Igreja que queremos ser. São objetivos possíveis

de serem atingidos num determinado prazo. Devem estar de acordo com os objetivos gerais,

mas visam resultados cabíveis nas circunstâncias e limites do trabalho que está sendo planejado. Para não ficar fazendo tudo ao mesmo tempo

sem chegar a lugar algum, é importante concentrar nossos esforços em torno de algumas

prioridades. Elas devem ser determinadas em conjunto e com a participação de todos.

Definir Atividades pastorais que precisam ser realizadas para que os objetivos específicos sejam alcançados. As atividades precisam ser programadas e devem responder a pergunta: Como vamos chegar? Elaborar projetos e especificar as Atividades permanentes: o que se faz cotidianamente (Agenda Pastoral)

A Organização Pastoral

Fase de organização e acompanhamento

da ação

(consiste em organizar ou remodelar a organização pastoral que tem a tarefa de coordenar, animar e acompanhar a ação pastoral).

- Deve responder a pergunta: - Como saber se chegamos?

Avaliação Permanente (profunda e

humilde revisão, a partir dos resultados e

dificuldades).

Portanto, o Planejamento é um processo que supõe:

REFLEXÃO/AVALIAÇÃO

DECISÃO (em Assembléia) das prioridades Programação (Plano Pastoral)

Cronograma

O Processo pós-Assembléia é tão importante quanto o processo anterior a Assembléia.

Esquema mais simples:

= Da Paróquia= Da Diocese

Consulta em todos os níveis.Instrumento de trabalho (subsídio)

contendo as indicações que a consulta revelou.

Ter presente os níveis da Ação Pastoral(DGAE): PESSOA,

COMUNIDADE, SOCIEDADE

Objetivos Gerais e Específicos

Onde queremos chegar?

1. Decide-se o que precisa ser feito em ordem de prioridade.

2. Decide-se em Assembléia. 3. Não é possível “fazer tudo”,

atender todas as necessidades. Por isso, definir PRIORIDADES.

4. A Assembléia também indica o que fazer para realizar as prioridades.

5. Prioridades valem para todos os envolvidos na ação pastoral da Diocese.

PastoraisProjetos Pastorais

Como vamos chegar?

1. As atividades pastorais indicadas pela Assembléia irão realizar os objetivos específicos.

2. Não adianta dizer, definir que a prioridade é Juventude, é preciso indicar a linha de ação, projetos mais concretos. É preciso propor uma mudança mais concreta e não algo muito geral, que não é possível de realizar.

3. Os Projetos Pastorais indicam as ações concretas que serão realizadas. São ações que realizam a curta, médio e longo prazo os objetivos específicos indicados em Assembléia.

ou agenda pastoral com as datas de tudo que será desenvolvido no ano.

Como saber se chegamos?

Que atividades foram ou não realizadas. Como as atividades foram realizadas. Verificar se os objetivos foram alcançados, quais

foram as dificuldades e como foram superadas. Constatar os avanços e retrocessos do caminho

percorrido.

Projeto Pastoral

Identificar a atividade pastoral a realizar

Objetivo Definir os objetivos da ação

Justificativa Porque a ação é importante e está sendo realizada

Estratégias Como? Definir o método e os passos para desenvolver a ação

Responsável Definir as pessoas que vão assumir a ação

Prazo Quando? (elaborar um cronograma para a atividade)

Local Onde será realizada a ação

Recursos Com que recursos (prever verba, material, subsídio etc.)

QUEM NÃO SABE ONDE ESTÁ NÃO ACHA

CAMINHO.

A Assembléia Diocesana é a reunião solene, uma convocação dos

representantes das pastorais e movimentos da diocese, das

paróquias para decidir as prioridades da

missão evangelizadora da

Diocese.

A Assembléia Diocesana é a reunião solene, uma convocação dos representantes das pastorais e

movimentos da diocese, das paróquias para decidir as prioridades da missão evangelizadora da Diocese.

A Assembléia faz parte do processo de Planejamento da ação Pastoral. Supõe um

processo de avaliação da caminhada diocesana e definição dos horizontes (objetivos gerais). A assembléia nos ajuda a perceber que Igreja

queremos ser e viver neste pedaço de chão onde Deus nos chamou a construir o seu Reino, a Diocese.

A Assembléia é um processo de envolvimento de todas as

estruturas de organização, das comunidades paroquiais,

pastorais, movimentos e outros. Enfim, envolvimento de todas as

forças vivas da Diocese, em vista da avaliação e da

definição das prioridades (objetivos específicos) da caminhada pastoral.

O Planejamento participativo integra elementos das modernas técnicas de administração aplicada, do estatuto da ação (harmonização entre realidade/contexto, horizonte/utopia, intervenção/ação) e do desejo antropológico-teológico de comunhão e participação. São três grandes “momentos”, cada um com seus passos.◦ Os horizontes da Ação Pastoral e Evangelizadora◦ (Referenciais)

◦ Definir os objetivos da ação O que é uma Assembléia de Pastoral?

◦ A Coordenação Pastoral Articular e animar

Mãos à obra, bom trabalho.

Obrigado pela paciência!