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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DA
CAPITAL – PE.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXx , brasi leira, casada,
devidamente inscrita no CPF do MF sob o nº 000.000.000-00, portadora da
cédula de identidade de nº 0000000, expedida pela SSP/PE, com endereço
residencial na Rua XXXXXXXXXXXXXXXXXXX, nº 00, apto. 000, bairro da
XXXXXXXXXXX, Recife-PE, por seus advogados e procuradores devidamente
constituídos conforme mandato em anexo (doc. 01), com fulcro no art. 282, 806
e seguintes do CPC, bem como nos termos do disposto no art. 186 do Código
Civi l Brasi leiro, art igos úteis do Código de Defesa do Consumidor e art igos 196
e 197 da CF/88, vem perante V.Exa., para propor a presente AÇÃO ORDINÁRIA
DE OBRIGAÇÃO DE FAZER, NULIDADE DE CLÁUSULA CONTRATUAL, COM
PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA JURISDICIONAL, COM PEDIDO
LIMINAR – INAUDITA ALTERA PARS – nos termos do art. 273 do CPC, em face
da SULAMÉRICA SAÚDE, pessoa jur ídica de direito privado, com endereço
onde deverá ser citada e int imada na Avenida Domingos Ferreira, nº 467, Boa
Viagem, Recife-PE, CEP nº 51011-902, em razão dos relevantes fundamentos de
fato e de direito adiante aduzidos:
DOS FATOS.
A medida judicial ora impetrada visa a proteger direito inconteste
da AUTORA, consubstanciando-se na uti l ização de assistência médica –
hospitalar e auxi l iares de diagnóstico e terapia, objeto do contrato empresarial
f i rmado com a SULAMÉRICA SAÚDE.
A Autora é t i tular do contrato f irmado com a SULAMÉRICA SAÚDE,
plano ESPECIAL I , APARTAMENTO, com código de identi f icação nº
48565.0000.7621.0016 (doc. 02), por se tratar de t ípico contrato de adesão,
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cujas cláusulas foram elaboradas uni lateralmente pela empresa Ré, sem que
fosse dado ao mesmo o direito de discuti - las previamente, como de praxe o são
os contratos desta natureza.
Vale ressaltar que desde o início da vigência do presente contrato
em nenhum momento deixou a Autora de cumprir com a sua parte na avença.
Desta forma, não deu a Autora qualquer motivo para que a Seguradora Ré
l imitasse os seus direitos de consumidor/usuário, tampouco ocorreu qualquer
ruptura no referido pacto, ou interrupção parcial motivada pelo mesmo.
Ocorre que a Autora é portadora de SÍNDROME DE HIPERATIVIDADE
DE CÉLULA NK. As células NK são células de defesa do sistema imune que têm
como função, reconhecer células estranhas ao organismo, células infectadas
por vírus e que apresentam como característ ica induzir a morte celular quando
ativadas. Uma grande quantidade de células NK é encontrada na circulação
peri fér ica e no útero, sendo assim, um equi l íbr io adequado de sua função é
fundamental no processo de aceitação ou não do embrião. Estudos mostram
que quando a quantidade de células NK ativadas é aumentada, aumenta o r isco
de que elas venham a atacar o embrião, levando a quadros de abortamento.
Estudos recentes mostraram que o próprio embrião também part ic ipa do
processo de regulação da atividade NK, relatado pela Autora.
A Autora vem sendo acompanhada periodicamente para
tratamento da HIPERATIVIDADE DE CÉLULAS NK desde o seu descobrimento.
Esta síndrome caracteriza-se por alterações autoimunes múlt iplas,
identi f icadas em testes dinâmicos para atividades das células NK, presença de
autoanticorpos e de anticorpos anti fosfol ipideos. Devido à at ivação da sua
autoimunidade, a agressividade das células NK, e pelo alto r isco de
abortamento sol ic ito tratamento com imunoglobul ina humana (ENDOBULIN)
endovenosa em regime ambulatorial com acompanhamento médico e de
enfermagem e HEPARINA (Clexane 40mg).
A médica, a qual vem acompanhando a Autora, c iente da
gravidade do quadro cl ínico da mesma, sol ic itou autorização para a real ização
de ENDOBULIN 15g EV, a cada 21 (vinte e um) dias,a te a 16 (décima sexta)
semana de gestação, associada ao uso de HBPM (Clexane 40 UI) diar iamente.
A médica Dra. Rosa Arcuri , CRM 5059, fez a sol ic itação para a
ENDOBULIN 15g EV e HEPARINA (Clexane 40mg), como mostra a sol ic itação
preenchida pela mesma (doc. 03):
“Declaro para os devidos f ins, que a Sra. JUSSARA DOS ANJOS
RODRIGUES, é portadora de Síndrome de Hiperatividade de
células NK, esta síndrome caracteriza-se por alterações
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autoimunes múlt iplas, identi f icadas em testes dinâmicos para
atividades de células NK, presença de autoanticorpos e
anticorpos anti fosfol ipideos. Devido à at ivação da sua
autoimunidade, a agressividade das células NK e pelo alto
r isco de abortamento sol ic ito tratamento com imunoglobul ina
humana (ENDOBULIN) intravenosa em regime ambulatorial
com acompanhamento médico e de enfermagem.
Sol ic ito autorização para real ização de ENDOBULIN 15.000mg
EV e HEPARINA (CLEXANE 40mg).”
Porém, a Operadora Ré, SULAMERICA SAÚDE, não autorizou a
ENDOBULIN e nem a HEPARINA (Clexane 40mg), com a just i f icativa
inconsistente de que o procedimento é experimental , por este motivo não está
contemplado em seu contrato. Ora Douto Julgador, como pode a Ré ao seu
talante decidir , uni lateralmente, o que estará coberto do contrato sob comento,
quando O QUE ESTÁ EM RISCO É A VIDA DO FETO QUE A MESMA CARREGA NO
VENTRE, POIS É PORTADORA DE HIPERATIVIDADE DE CÉLULA NK.
Apesar de todas as sol ic itações feitas pela médica e da procura
para que tudo fosse autorizado devedemente da Autora à Operadora Ré,
SULAMÉRICA SAÚDE, não autorizou a ENDOBULIN 15g e nem a HEPARINA
(Clexane 40mg), JÁ QUE É A ÚNICA FORMA DA MESMA PRESERVAR A VIDA DE
SEU FILHO QUE AINDA ENCONTRA-SE NO VENTRE.
A ENDOBULIN, associado com a HEPARINA (Clexane 40mg), tem
diversas vantagens extremamente no caso da Autora, por ser jovem de apenas
41 (quarenta e um) anos de idade, pois o efeito é ef icaz na preservação da
vida de seu f i lho que ainda está em seu ventre.
Para rat i f icar a necessidade da ENDOBULIN associado com a
HEPARINA (Clexane 40mg) a médica, prescrevendo a NECESSIDADE PREMENTE
do procedimento, elaborou laudo médico já mencionado acima, o qual informa
que a paciente-Autora, necessita o quanto antes, pois disso depende a vida do
f i lho da Autora que está em seu ventre.
Todavia, apesar de toda a explanação e just i f icativas da médica,
competente para esse t ipo de procedimento, já que é Ginecologista, a
Operadora Ré negou a autorização para a ENDOBULIN, sem relevar que seja
preservada a vida, a saúde e o bem estar de seu filho, não corredo
nenhum risco de prejuízo a vida do mesmo .
No entanto, a Operadora Ré, apesar de toda a expl icação da
médica para a necessidade da real ização da ENDOBULIN associada com
HEPARINA (Clexane 40mg, não autorizou o procedimento indicado pela médica
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estando, portanto, a Autora desamparada sem poder real izar o procedimento,
pois não tem mais condições de arcar com os custos do procedimento, haja
vista que já arcou com algumas dessas injeções tentando zelar pela vida de
seu f i lho. A Autora gastou R$ 2.900,00 (dois mil e novecentos reais), com a
ENDOBULIN, conforme mostra documento em anexo (doc. 04), não podendo
mais arcar com tal despesa por ser muito oneroso.
Ora, Douto Julgador, como pode a Operadora Ré diante do caso
grave da Autora, PORTADORA DE SÍNDROME DE HIPERATIVIDADE DE CÉLULA NK,
a seu bel prazer se negar a autorizar e cobrir os custos desse procedimento, já
sol ic itado pela médica e também já fundamentado, considerando sem nenhum
respaldo legal que o procedimento é experimental e por este motivo não está
contemplado pela cobertura contratual.
Neste quadro, a DESOLAÇÃO e a PREOCUPAÇÃO da Autora é
DESESPERADORA, dada a incapacidade f inanceira de arcar mais de uma vez
com as despesas do procedimento, necessário para a sobrevivência de seu f i lho
ainda no ventre, que CORRE O RISCO DE TER SUA VIDA INTERROMPIDA
BRUTALMENTE POR NEGLIGÊNCIA DA OPERADORA RÉ em não autorizar o
procedimento autorizado pela médica o quanto antes. Sabendo a Autora do seu
direito como usuária, nesse momento crucial de sua vida, se vê numa situação
vexatória, constrangedora e humilhante, ante a negativa do respeito a este seu
direito negado pela Operadora Ré, desde que a VIDA tem que ser preservada
com dignidade até o últ imo momento, porquanto é um direito inconteste e
constitucional de qualquer ser humano.
Ademais, muito menos justo, ainda, é que a Ré, ao seu talante,
possa decidir , uni lateralmente, pelo não custeamento do procedimento que irá
recuperar a saúde da Autora, já sol ic itados e suf ic ientemente just i f icados pela
médica que prescreveu laudo médico, ao contrário da Operadora Ré, que sem
just i f icativas plausíveis, sem qualquer embasamento em opiniões médicas
competentes, no momento em que a mesma mais dela necessita, em verdadeira
situação de emergência, posto que é PÓRTADORA DE SINDROME DE
HIPERATIVIDADE DE VÉLULA NK, QUE PODE LEVAR AO COMPROMETIMENTO DA
VIDA DE SEU FILHO, deixou-a ao desamparo total .
Considerando, portanto, a PREMENTE NECESSIDADE DA AUTORA EM
SER SUBMETIDA AO TRATAMENTO DE IMUNOGLOBULINA HUMANA (ENDOBULIN),
ASSOCIADA COM HEPARINA (Clexane 40mg), COMO ATESTA A MÉDICA
ESPECIALIZADA, COMO ÚNICA FORMA DE QUE DISPÕE PARA A MELHORA DE SEU
QUADRO CLÍNICO, VISTO QUE É PORTADORA DE SÍNDROME DE HIPERATIVIDADE
DE CÉLULA NK, QUE PODE LEVAR AOP COMPROMETIMENTO DA VIDA DE SEU
FILHO, mas seu direito está cerceado pela Ré, faz-se necessário que a Empresa
Demandada, seja compelida a emit ir a guia de autorização para a cobertura de
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TODAS as despesas do procedimento, o mais rápido possível , sem qualquer
l imitação, restr ição ou exclusão, assim, como também, seja compelida a
Operadora Ré REPARAR DE FORMA PECUNIÁRIA POR DANOS MORAIS, pelo
constrangimento e frustração da Autora que no momento em que mais precisou
da Seguradora Ré não obteve o tratamento necessário.
Que seja a ordem dada urgentemente, tendo em vistam, o
constrangimento que passou a Autora, pois a Operadora Ré, não considerando
a urgência que o quadro demanda, desde que foi dada entrada na sol ic itação,
com o laudo médico necessário, nas várias vezes que a Autora procurou a
Operadora Ré em busca de respostas e a mesma comunicava que o
procedimento não era acobertado pela Operadora Ré, deixando a Autora sem
resposta satisfatória, medida esta que pleiteia junto ao Poder Judiciár io como
única via restante para garantir a dignidade e integridade do bem maior de
todo o ordenamento jur ídico que é a VIDA, devido ao ESTADO DELICADO em que
se encontra a Autora, PORTADORA DE SÍNDROME DE HIPERATIVIDADE DE
CÉLULA NK, QUE PODE LEVAR AO COMPROMETIMENTO DA VIDA DE SEU FILHO.
DO DIREITO.
A Lei 8.078, de 1990 – Código de Defesa do Consumidor – no seu
art. 83, assegura o ajuizamento de qualquer t ipo de ação, sempre que t iver em
jogo e em risco o direito de um consumidor.
O consumidor, pela necessidade de integrar-se a um plano de
saúde, há de f irmar contrato de adesão. É matéria esta da mais polêmica na
atual idade, pois, nesses contratos, não é dado à parte contratante a discussão
das condições assumidas.
Denota-se, que o contrato sob comento, é na verdade um
CONTRATO DE ADESÃO, bastante comentado nos dias atuais, em que o
Consumidor não toma conhecimento das cláusulas ou, pelo menos, não tem
condições de discuti - las previamente, ou seja, a Autora não tem condições de
fazer um estudo prévio do que tem direito ou não, tendo que assinar,
porquanto as questões já são elaboradas e del iberadas uni lateralmente e
previamente pela Empresa Ré.
Part indo do acima exposto, outro não é o entendimento pacif icado
pela jur isprudência que brota do nosso trato pretoriano, af irmando:
No contrato, a melhor interpretação é a que entende a conduta dos contraentes, ou seja, o modo pelo qual eles o vinha executando anteriormente, de comum acordo, pois a observância do ato negocial é uma das melhores formas de demonstrar a interpretação autêntica da vontade das partes,
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servindo de guia para solucionar dúvidas levantadas por qualquer delas (RT-166/815-RF-82/138).
DA PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL à SAÚDE DO CONSUMIDOR.
Os fatos relatados se apresentam como material ização de uma
relação jur ídica estabelecida entre as partes a part ir do contrato de prestação
de serviços de Assistência Médico-Hospitalar. Na l inguagem comum, trata-se de
contratação do chamado “seguro” de saúde pela Autora, no qual a Ré está
obrigada a prestar serviços necessários à saúde daquele, ou através de rede
credenciada de médicos e hospitais, ocasião em que a Ré paga diretamente aos
respectivos prof issionais e prestadores, ou mediante o reembolso dos despesas
efetuadas junto a médicos e/ou hospitais não credenciados.
Há de serem ressaltados, de início, disposições constitucionais
acerca do tema:
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante pol ít icas sociais e econômicas que visem
à redução do r isco de doença e de outros agravos e ao
acesso universal e igual itár io às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação.
Art. 197. São de relevância públ ica as ações e serviços de
saúde, cabendo ao Poder Públ ico dispor, nos termos da lei ,
sobre sua regulamentação, f iscal ização e controle, devendo
sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e,
também, por pessoa f ís ica ou jur ídica de direito privado.
Dessas normas expl ic itadas, subsume-se faci lmente ser a
prestação de serviços de saúde, uma atividade essencial . Assim sendo,
eventual solução de continuidade ou interrupção da execução em caso
específ ico, deverá atender a cr itér ios puramente técnicos nas circunstâncias, o
prof issional qual i f icado para tal anál ise é o médico que cuida do paciente. À
Contratada – empresa prestadora de serviço – não é dado o direito de
interromper a execução do serviço, porque não está tendo lucro ou porque a
despesa efetuada com o tratamento requerido pelo paciente – contratante –
extrapola as margens estabelecidas como aceitáveis pelo cálculo atuarial .
A Carta Magna estabelece ser a saúde essencial à pessoa humana,
cabendo ao Estado, ou a quem lhe substitua, a prestação adequada e
suf ic iente à el iminação do r isco. Dessa forma, é l ímpida a inconstitucional idade
da norma que impõe prévia e genericamente a l imitação de internamento em
tantos ou quantos dias por ano ou excluindo estes ou aqueles procedimentos,
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independentemente do estado de saúde do paciente ou do indicativo médico
para as circunstâncias respectivas.
É verdade que a prestadora privada de serviços de saúde não é
obrigada a operar sem lucros, até mesmo porque tal s ituação levanta à
extinção da empresa. Contudo, mesmo a atividade econômica, tem que
considerar o consumidor em posição privi legiada por expressa disposição
constitucional.
DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR ÀS RELAÇÕES
CONTRATUAIS DECORRENTES DE PLANOS E SEGUROS DE SAÚDE.
Dispõe o Código de Defesa do Consumidor – Lei nº 8.078/90, no
seu art. 6º, que são direitos básicos do consumidor, dentre outros:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os r iscos
provocados por práticas no fornecimento de produtos e
serviços considerados perigosos ou nocivos;
I I - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos
produtos e serviços, asseguradas a l iberdade de escolha e a
igualdade nas contratações;
I I I - a informação adequada e clara sobre os diferentes
produtos e serviços, com especif icação correta de
quantidade, característ icas, composição, qual idade e preço,
bem como sobre os r iscos que apresentem;
IV - a proteção contra a publ ic idade enganosa e abusiva,
métodos comerciais coercit ivos ou desleais, bem como contra
práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de
produtos e serviços;
V - a modif icação das cláusulas contratuais que estabeleçam
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de
fatos supervenientes que as tornem excessivamente
onerosas;
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patr imoniais e
morais, individuais, colet ivos e difusos;
VI I - o acesso aos órgãos judiciár ios e administrat ivos, com
vistas à prevenção ou reparação de danos patr imoniais e
morais, individuais, colet ivos ou difusos, assegurada a
proteção jur ídica, administrat iva e técnica aos necessitados;
VI I I - a faci l i tação da defesa de seus direitos, inclusive com a
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civi l ,
quando, a cr itér io do Juiz, for verossímil a alegação ou
quando for ele hipossufic iente, segundo as regras ordinárias
de experiências;
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IX - (Vetado);
X - a adequada e ef icaz prestação dos serviços públ icos em
geral .
Com tal disposit ivo, ao elencar os direitos fundamentais do
Consumidor, quis o referido diploma legal garantir a proteção dos
consumidores de serviços em geral , part icularmente dos serviços essenciais e
contínuos, englobando nste conceito, o respeito e proteção à vida, saúde e
segurança dos consumidores pelos prestadores de serviços, assegurando de
maneira correlata o direito à efetiva prevenção e reparação de danos
patr imoniais e morais decorrentes das ditas relações de consumo.
A prestação de serviços na área da saúde é, portanto, de
competência do Estado, que pode, todavia, delegar a sua execução a
part iculares que executam sob sua conta e r isco, mas sem descaracterizar a
natureza dos serviços prestados t idos como essenciais e contínuos.
Nesse contexto, insere-se a regra do art. 22 do Código de
Defesa do Consumidor, que alicerçando-se no que dispõe o §6º, do art.
37, da CF, prevê a responsabi l idade dos prestadores de serviços públ icos
( incluindo a saúde), ainda que por delegação, ns moldes seguintes:
Art. 22. Os órgãos públ icos, por s i ou suas empresas,
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma
de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços
adequados, ef ic ientes, seguros e, quanto aos essenciais,
contínuos .
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou
parcial , das obrigações referidas neste artigo, serão as
pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar
os danos causados, na forma prevista neste Código .
Assim, nos termos do disposit ivo legal supracitado, o
descumprimento de cláusula contratual pela Empresa Ré, prestadora de serviço
públ ico essencial e contínuo , por ter como objeto de seu comércio a saúde ,
fere o princípio da continuidade do serviço, acarretando danos irreparáveis
à parte consumidora, que no caso da Autora necessita da AUTORIZAÇÃO
PARA A SOLICITAÇÃO DO TRATAMENTO COM IMUNOGLOBULINA
(ENDOBULIN) INTRAVENOSA, ASSOCIADA COM HEPARINA (Clexane 40mg)
QUE PODE COMPROMETER A VIDA DE SEU FILHO QUE AINDA ESTÁ NO
VENTRE, SOLICITADA PELA MÉDICA, como ÚNICA FORMA DE QUE DISPÕE
PARA MELHORA DE SUA SAÚDE, QUE FOI NEGADA INCONSISTENTEMENTE,
ou seja, a Operadora Ré não autorizou, apesar de todas as sol ic itações.
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Caracterizada a prestação de serviços contínuo e essencial como é
a saúde pela Empresa Ré, bem como a lesão ao direito da Autora, não há como
negar a plena incidência do Código de Defesa do Consumidor à relação
contratual em tela.
Tendo a empresa Ré a obrigação de autorizar e arcar com o
custo referente ao procedimento de HIPERATIVIDADE DE CÉLULAS NK,
solicitado pela médica para realização do tratamento, arcando, desse
modo, com TODAS AS DESPESAS DO PROCEDIMENTO, que NÃO foi
autorizado, impossibilitando a realização do ÚNICO procedimento
EFICIENTE para o restabelecimento da saúde da Autora e do seu filho,
ainda no ventre, pois a mesma não possui mais condições de arcar com
os custos do procedimento, e NECESSITA RECEBER O TRATAMENTO
ADEQUADO, como ÚNICA OPÇÃO DE MELHORAR SUA SAÚDE, com a
máxima urgência.
A apl icação do Código de Defesa do Consumidor aos contratos
decorrentes de relações entre fornecedores de serviços de planos/seguros de
saúde e seus segurados (consumidores), constitui ponto pacíf ico na doutr ina
brasi leira, verbi gratia a opinião do Dr. Luis Mário P. S. Gomes , procurador
do Município de São Bernardo do Campo, SP, manifesta em excelente art igo
publ icado na Revista Literária de Direito, nº 18, julho/agosto de 1997, págs.
42/43, verbis :
“Mesmo quanto aos hospitais ditos particulares, a
regra do Código de Defesa do Consumidor é
diretamente incidente, já que se trata de serviço
público delegado pelo Estado.
A subsunção ao regime jurídico do consumidor resulta em
benefícios efetivos para todos aqueles que se submetem aos
tratamentos médico-hospitalares. Entre os mais importantes
desses benefícios estão:
a) a responsabi l idade objetiva dos hospitais quanto ao
serviço prestado, quer pelos seus efeitos (fato do serviço)
quer pela sua própria execução (vício do serviço). Esse
espécie de responsabi l idade não só encontra fundamento no
Código de Defesa do Consumidor, como também na
Constituição Federal;
b) a possibi l idade de tutelas cautelares e/ou antecipatórias,
para f im de resguardar tais direitos, bem como sanções
administrat ivas;
c) a inversão do ônus da prova quando tais demandas
versarem sobre temas atinentes a serviços hospitalares,
entre outros.
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Ante a inserção desses apl icativos específ icos do Código de
Defesa do Consumidor, muitas sãs as repercussões.
Pensemos, preliminarmente, a conseqüente
solidariedade legal entre hospitais e planos/seguros de
saúde (estes também integrantes das relações de
consumo ).
O expediente comum de remover o paciente (consumidor)
do hospital , quando vencidos os prazos contratuais, f i rmados
com os hospitais e planos/seguros de saúde, impl ica a
possibi l idade de responsabi l idade destes, a ser auferida na
hipótese de danos, ou até mesmo evitada tal remoção
cautelarmente.
Mais do que isso, os riscos a que submetem tais
contratantes (hospitais e planos/seguros de saúde) são
de natureza objetiva.
Outro aspecto prático é o saque prévio de t í tulos de crédito
a f im de garantir os débitos hospitalares.”
(. . . )
Assim, a negl igência quanto aos doentes esparramados nos
corredores dos hospitais, os hospitais despreparados, a
situação de omissão absoluta do Estado e a ânsia f inanceira
dos fornecedores de serviços médicos (hospital e
planos/seguros de saúde) devem servir de motivação para
apl icação dos instrumentos postos pelo Código de Defesa do
Consumidor à sociedade civi l . É o que se espera!”
E como é obvio NINGUÉM deseja, ou quer, celebrar um contrato de
seguro de saúde l imitado no tempo ao bel prazer de um das partes. E é
justamente isto o que faz a Ré no momento em que não AUTORIZA O
TRATAMENTO COM ENDOBULIN E HEPARINA (Clexane 40mg) PARA A MESMA, AO
QUAL PRECISA A AUTORA SER SUBMETIDA, APESAR DA CONSIDERAÇÃO MÉDICA,
SOLICITAÇÃO E LAUDO EMBASADO, NÃO OBTEVE A COBERTURA PARA O
PROCEDIMENTO. Portanto, não faz sentido que a Operadora Ré, a sua vontade,
s implesmente ache autorize o procedimento, discordando da médica que vem
l idando com o caso da Autora desde o início do diagnóstico, entendendo,
portanto, a necessidade de ser submetido ao tratamento necessário, para
poder viver dignamente com seu f i lho.
Daí ser nula de pleno direito, as cláusulas do contrato sob
comento que não estejam compatíveis com o art igo 51, IV, X, XV, § 1º e incisos
do CDC, in verbis :
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Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
contratuais relat ivas ao fornecimento de produtos e serviços
que:
(. . . )
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas,
que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou
sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
(. . . )
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente,
variação do preço de maneira uni lateral;
( . . . )
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao
consumidor;
( . . . )
§ 1º. Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem
que:
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a
que pertence;
I I - restr inge direitos ou obrigações fundamentais inerentes à
natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou o
equi l íbr io contratual;
I I I - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor,
considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o
interesse das partes e outras circunstâncias pecul iares ao
caso.
O que se quer af irmar é que, ao prestar serviço de natureza
essencial e contínua, na área da saúde, or iginalmente de competência do
Estado, a empresa Ré deve fazê- lo integralmente, sem exclusões ou l imitações
injust i f icadas, inclusive temporais, sem que possa submeter ao consumidor
restr ições que não encontram fundamento legal, quiçá de cunho moral ou ético.
Não pode a empresa Ré ignorar as relevantes disposições legais
adiante transcritas, todas da Lei nº 8.078/90, verbis :
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo
não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a
oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo,
ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a
dif icultar a compreensão de seu sentido e alcance.
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de
maneira mais favorável ao consumidor.
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E como é obvio, NINGUÉM deseja, ou quer, celebrar um contrato
de seguro saúde l imitado no tempo, ao bel prazer de uma das partes. E é
justamente isto o que faz a Ré, assim entendido o caso da Autora pela Ré.
DA JURISPRUDENCIA PÁTRIA.
Em várias decisões a casos semelhantes ao ora exposto, o Egrégio
Tribunal de Just iça do Estado de Pernambuco vêm decidindo de modo a manter
as decisões singulares que deferem medidas cautelares idênticas a aqui
requisitada.
A jur isprudência pátr ia tem se manifestado no sentido de não
admitir , por serem abusivas, as cláusulas de l imitação temporal para
internações urgentes. Destarte, pedimos vênia a Vossa Excelência para trazer a
colação as seguintes decisões:
“SEGURO-SAÚDE – Prazo de carência para internações
urgentes – Inadmissibilidade – Caracterização de
cláusula abusiva – Admissibi l idade de carência somente nas
hipóteses de internações normais.
Ementa da redação: nos contratos de seguro-saúde a
estipulação de prazo de carência para internações
urgentes constitui cláusula abusiva, pois a carência só
pode ser t ida como aceitável para as internações normais,
sob pena de se ter um desequi l íbr io na relação contratual.”
( in RT 744, pág. 224)
PROCESSO: 024940061419 – DESEMBARGADOR: FREDERICO
GUILHERME PIMENTEL – APELAÇÃO CÍVEL – ORIGEM: COMARCA
DA CAPITAL – JUÍZO DE VITÓRIA – Autores: UNIMED – RÉUS:
KEILE GIURIZATTO.
ACÓRDÃO: EMENTA: “CÍVEL – PLANO DE SAÚDE –
INTERNAÇÃO EM U.T.I. LIMITAÇÃO TEMPORAL –
CLÁUSULA ABUSIVA – NULIDADE – PRELIMINAR QUE SE
CONFUNDE COM O MÉRITO – NÃO CONHECIMENTO. A
ALEGAÇÃO DE QUE A INICIAL DA AÇÃO SERÁ INEPTAEIS QUE
CALCADA EM RESOLUÇÃO DO CONSELHO FEDERAL DE
MEDICINA QUE CONTRARIAVA A CF, É MATÉRIA DE MÉRITO,
DEVENDO SER APRECIADA NA OCASIÃO DEVIDA. CONSIDERA-
SE INEFICAZ A CLÁUSULA LIMITATIVA DE INTERNAÇÃO
EM UTI INSERIDAS EM CONTRATOS DE ADESÃO A PLANOS
DE SAÚDE. INTERPRETAÇÃO QUE SE COADUNA COM OS
PRINCÍPIOS DE PROTEÇÃO INSERIDAS NA LEI 8.078, DE
11 DE SETEMBRO DE 1990.”
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AGRAVO DE INSTRUMENTO TUTELA ANTECIPADA SEGURO
SAÚDE DOENÇA NEUROLÓGICA INTERNAÇÃO HOSPITALAR
RECUSA INJUSTIFICADA Agravo.
Processo: 1999.002.07869
Ementa:
AGRAVO DE INSTRUMENTO TUTELA ANTECIPADA SEGURO
SAÚDE DOENÇA NEUROLÓGICA INTERNAÇÃO HOSPITALAR
INJUSTICADA Agravo. Ação de preceito cominatório.
Obrigação de fazer. Deferimento de tutela antecipada.
Presença dos requisitos legais. Verossimilhança do
direito e possibilidade de dano irreparável. Manutenção
da liminar. Art. 273 do CPC. Plano de saúde. Recusa por
parte da seguradora em cobrir as despesas e autorizar
a internação do segurado requerente portador do Mal
de Alzheimer. A cláusula contratual que excetua da
cobertura doenças de ordem psiquiátrica, nervosa ou
mental não exonera a recorrente de responder pela
moléstia de que padece o autor que é caracterizada
pela OMS como doença neurológica. (SCK)
DA OBRIGAÇÃO DA EMPRESA REQUERIDA DE CUSTEAR OS MATERIAIS
PARA O TRATAMENTO COM IMUNOGLOBULINA HUMANA (ENDOBULIN)
INTRAVENOSA DA AUTORA.
Impõe-se à Empresa Ré a obrigação de custear TODAS AS
DESPESAS REFERENTES AO PROCEDIMENTO, INCLUINDO TODOS OS
MATERIAIS, QUE SE FAÇA NECESSÁRIO, impossibi l i tando que a cirurgia
ocorra. Pois, a mesma foi sol ic itada por médico competente que tem se suas
razões embasamento mais que suf ic iente para real ização da cirurgia que a Ré
ao seu talante SIMPLESMENTE SE NEGA A AUTORIZAR.
Desse modo, é incoerente que apesar de todas as expl icações e
just i f icativas respaldadas em anál ises e acompanhamento especial izados,
assim como laudos prescritos, e também da cobertura contratual, possa a
Operadora Ré negar sem nenhuma just i f icativa plausível o uso dos materiais,
necessários para real ização do TRATAMENTO COM IMUNOGLOBULINA
HUMANA (ENDOBULIN) INTRAVENOSA, ASSOCIADA A HEPARINA (Clexane
40mg) para que não ponha em risco a INTEGRIDADE FÍSICA DA AUTORA E
DO SEU FILHO QUE AINDA ENCONTRA-SE NO VENTRE, uma vez que, seu
caso é delicado, correndo risco ao comprometimento da vida e de seu
filho.
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13
Restando portanto a obrigação à Operadora Ré de arcar com
TODAS AS DESPESAS REFERENTES AO TRATAMENTO COM
IMUNIGLOBULINA (ENDOBULIN) INTRAVENOSA, JUNTAMENTE COM
HEPARINA (Clexane 40mg) ASSIM COMO TODAS AS DEMAIS DESPESAS
PARA O PROCEDIMENTO REFERIDO, sejam elas: materiais necessários,
honorários de toda equipe médica, inclusive anestesistas e instrumentadores e
diárias de internação.
DO DIREITO à INDENIZAÇÃO PELO DANO MORAL SOFRIDO.
A Constituição da Repúbl ica Federativa do Brasi l de 1988, tornou
expresso o direito à honra e sua proteção, ao dispor, em seu art igo 5º, inciso
X:
X - são invioláveis a int imidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo
dano material ou moral decorrente de sua violação;
Já o “caput” do art igo 186 do Código Civi l Brasi leiro, assim
prescreve:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negl igência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato i l íc ito.
Neste mesmo sentido, o Código de Defesa do Consumidor, Lei nº
8.078/90, assegura ao consumidor de bens e serviços, efet iva prevenção e
reparação de danos patr imoniais e morais – a teor do seu art. 6º, inciso VI,
entre outros tantos direitos considerados básicos pelo Diploma Legal em foco,
in verbis :
Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os r iscos
provocados por práticas no fornecimento de produtos e
serviços considerados perigosos ou nocivos;
I I – omissis:
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais , individuais, colet ivos e difusos;
VI I - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos,
com vistas à prevenção ou reparação de danos
patrimoniais e morais , individuais, colet ivos ou difusos,
assegurada a proteção jur ídica, administrat iva e técnica aos
necessitados;
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VII I - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive
com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
processo civil , quando, a cr itér io do Juiz, for verossímil a
alegação ou quando for ele hipossufic iente, segundo as
regras ordinárias de experiências;
Apenas para aprumo didático, transcreve aqui a Autora às
definições fornecidas por JOSE AFONSO DA SILVA 1 , para o vernáculo pátr io
“honra” e “moral”, in verbis :
“ A Honra é o conjunto de qual idades que CARACTERIZAM A
DIGNIDADE DA PESSOA, O RESPEITO DOS CONCIDADÃOS, O
BOM NOME, A REPUTAÇÃO.
A Moral individual s intetiza a honra da pessoa, o bom nome,
a boa fama, a reputação que integram a vida humana como
dimensão imaterial . Ela e seus componentes são atr ibutos
sem os quais a pessoa f ica reduzida a uma condição animal
de pequena signif icação.”
A exposição fát ica demonstra amplamente que houve o dano
moral, decorrente do prejuízo resultante de uma lesão a um bem juridicamente
tutelado pelo direito, “expressão especial do direito à honra” nas palavras
de ERNST HELLE 2.
Assim, a Autora, conforme os fatos narrados na anál ise fát ica
acima real izada, sofreu gritantes prejuízos de ordem moral, perceptíveis sem
muito esforço, sendo justa a sua reparação por parte da empresa Ré.
DA JURISPRUDENCIA PÁTRIA.
Inúmeras são as decisões dos tr ibunais pátr ios amparando os
direitos da personal idade e reconhecendo o ressarcimento do dano moral,
senão vejamos:
³”Direito à honra - Direito Constitucional - Dano moral – Os
direitos da personalidade estão agrupados em direito à
integridade f ís ica (direito à vida; direito sobre o próprio
corpo; e o direito ao cadáver) e direitos a integridade
moral (direito à honra; direito à liberdade; direito ao
1 IN, Curso de Direito Constitucional Posit ivo, 11ª Edição, Revista, Malheiros Editora, págs. 197 e 204.2 IN, Der Schutz Der Persönl ichen Eher Und Des Wirtschft l ichen Rufes Im Privatrecht, 1, 2, Apud, Responsabi l idade Civi l e Sua Interpretação Jurisprudencial , de Rui Stoco, 3a Edição, 1997, Editora Revista dos Tribunais, pág. 537.
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recato; direito a imagem; direito ao nome ; direito
moral do Autor.) A Constituição Federal de 1988
agasalhou nos incisos V e X do art. 5º os direitos
subjetivos privados relativos à integridade moral” .
(Original sem gri fos e/ou realces)
“O ressarcimento do dano moral é inteiramente
cabível, ainda porque albergado na nova Constituição
da República , e porque , em rigor, encontra guarida na
própria regra geral consagrada no art. 159 do Código Civi l .
Na espécie, foram atingidos direitos integrantes da
personal idade do apelante, TENDO OCORRIDO O ‘SOFRIMENTO
HUMANO’ , QUE RENDE ENSEJO À OBRIGAÇÃO DE
INDENIZAR . Potente a ofensa não só à integridade f ís ica,
como também ao sentimento de auto-estima da vít ima,
também merecedor da tutela jur ídica. Concretiza-se, em
resumo, a hipótese de ofensa a um direito, ainda que
dela não ocorrido prejuízo material” (Original sem gri fos
e/ou realces)
“O dano simplesmente moral , sem repercussão no
patr imônio, não há como ser provado. Ele existe tão
somente pela ofensa, e dela é presumido, sendo o
bastante para justificar a indenização .” (Original sem
gri fos e/ou realces)
O Juiz de Direito Dr. Antônio Jeová Santos, na bri lhante obra “Dano
Moral Indenizável” (2ª Edição, Ed. Lejus, 1999) expl ica
“Intentando caracterizar o dano moral, Messinco
(Derecho Civi l , p. 566), aponta como lesão extrapatr imonial
passível de ressarcimento, o ato que atenta contra um direito
de personal idade moral ou espir itual ( l iberdade, dignidade,
respeitabi l idade decoro, honra, reputação social) , o que
ocasiona paixão de ânimo, gerando uma dor não f ís ica;
aquele ato que provoca uma alteração psíquica, ou uma
grave perturbação; a lesão a afetos e sentimentos.. . .”
O que caracteriza o dano moral é a conseqüência de
algum ato que cause dor, angústia, af l ição f ís ica ou espir itual
ou qualquer padecimento inf l igido à vit ima em razão de
algum evento danoso. É o menoscabo a qualquer direito
inerente à pessoa, como a vida, integridade f ís ica, a
l iberdade, a honra, a vida privada e a vida de relação”
( i tál ico no original) .
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A Jurisprudência pátria, igualmente, consolidou-se e ratifica
a doutrina:
“Os danos puramente morais são indenizáveis” (RT 670/143).
“Para que se imponha o dever de indenizar basta o dano
moral, sem se cogitar de qualquer dano patr imonial”(RSTJ
106/227).
“Dano moral, Preterição do primeiro classif icado na colação
de grau por erronia da Universidade, privando-o de fazer jus
a bolsa de estudos. Dever de indenizar os danos decorrentes
da dor ante as frustrações.”(TJRS, 6ª Câm., 18.2.97, RJTJRS
182/360).
“Dano moral puro. Caracterização. Sobrevindo, em razão de
ato i l íc ito, perturbação nas relações psíquicas, na
tranqüi l idade , nos entendimentos e nos afetos de uma
pessoa, configura-se o dano moral, passível de indenização.
Recurso especial conhecido e provido.” (STJ, 4ª Turma, Resp.
nº8768-SP, DJ 06.04.1992, v.u.) .
Assim sendo, pode-se f irmar que a responsabi l idade civi l adotada
pelo Direito pátr io, baseia-se na existência do ato ofensivo, do dano
experimentado e do nexo causal entre ato e dano. Como já foi expl icado
anteriormente, não restam dúvidas que a mera exposição da AUTORA, ao
tormento. Porquanto é uma mãe que zela por sua vida pela vida de seu
filho, para que tenha possibilidade de acompanhar de perto o
crescimento de seu filho, porém v indo depois a receber a negativa da Ré
quanto à cobertura do procedimento.
O dano moral, que a doutr ina e a jur isprudência já pacif icaram
independer de prova(prova in re ipsa, depende apenas da prova de fato),
outrossim, foi bastante claro. Foi menoscabo ao bem-estar emocional, à
dignidade, gerando angústia, humilhação, verdadeira lesão ao equi l íbr io
natural do psiquismo da autora.
O nexo de causal idade entre o fato e dano moral, sem comprova a
part ir do instante em que toda a af l ição humilhação (que se seguiram às
negativas da Ré, discussões, telefonemas de esclarecimentos, contratação de
advogado), sofr idas pela Autora, decorrem única e exclusivamente por culpa da
RÉ, que negou de forma absurda autorização para a real ização do TRATAMENTO
COM IMUNGLOBULINA (ENDOBULIN) INTRAVENOSA, ASSOCIADA A HEPARINA
(Clexane 40mg), da forma prescrita pelo médico da Autora.
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O Judiciár io vem consol idando a previsão legal de que a empresa
prestadora de serviços ter a obrigação de indenizar o cl iente submetido a
demora, af l ição ou expectativa de forma desnecessária, a saber:
“Plano de saúde. Demora na autorização de internação em
CTI, acarretando piora no estado do paciente. Ação
objetivando reparação por danos materiais e morais.
Procedência. Apelação. – O simples fato de ter o autor
corr ido r isco de vida não enseja indenização por dano
material , eis que o dano hipotético não é indenizável.
Contudo, indiscutível é o sofrimento de quem é
submetido a injusta e angustiosa espera, somente
vindo a ser removido para CTI por iniciat iva e
responsabi l idade da médica plantonista, ante a gravidade do
fato. Fazendo jus, ante a tal situação, a indenização por
dano moral. – No arbitramento da indenização, deve ser
levada em consideração a gravidade da ofensa e a
repercussão do dano. Havendo sucumbência recíproca,
impõe-se a observância da regra do art. 21 do Código de
Processo Civi l (TJRJ 5ª Câm. Cível , Rel .Des. Carlos Ferrari ,
Ementário 27/1997, nº 32, de 20.11.1997, Processo
1997.001.2178, Partes: Golden Cross Assist. Intern. de Saúde
e Evaristo José Aniceto, v.u.)
Oportunamente, traz-se a colação, decisão do tr ibunal de just iça
do Estado do Rio de Janeiro, prolatada nos embargos Infr ingentes na apelação
Cível nº 44.186, na qual foi Embargante a rede Ferroviária Federal S/A e
Embargado, Francisco Moreira da Si lva, in verbis:
“Todo e qualquer dano causado a alguém, ou ao seu
patr imônio, dever ser indenizado, de tal obrigação não se
excluindo o mais importante deles que o dano moral, que
deve autonomamente ser levado em conta.
O dinheiro possui valor permutativo, podendo-se, de
alguma forma, lenir a dor com a perda de um ente querido
pela indenização, que represente também punição e
desestimulo ao i l íc ito.
Impõe-se indenizabi l idade do dano moral para que
não seja morta o princípio neminem laedere”
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Infere-se dessa decisão que a indenização possui
uma dupla f inal idade, sendo a primeira de lenir o sofr imento
provocado e a Segunda de punir o ofensor, desist imulando-o
a repetir o ato danoso. É de se admitir , portanto, que tal
caráter punit ivo há de ser equacionado, levando-se conta
quão reprovável, ofensivo e constrangedor foi o ato.
A propósito do assunto, assim se expressa o festejado
NELSON NERY JÚNIOR:
“(. . . . . . . . . ) É suf ic iente que seja relação jur ídica de consumo
para que o negócio jur ídico receba proteção contra as
cláusulas abusivas ( . . . . . . . . ) . No regime jurídico do CDC as
cláusulas abusivas são nulas de pleno direito porque
contrariam a ordem públ ica do consumidor. Isso quer dizer
que as nul idades podem ser reconhecidas a qualquer tempo e
grau de jur isdição, devendo-se o juiz ou tr ibunal pronunciá-
las ex-of ic io, porque são normas de ordem públ ica,
insuscetível de preclusão (CDC, Ed. Universitár ia, 4º Ed.
Pag.306/308).
DO VALOR DA CONDENAÇÃO
O valor a ser est ipulado em sede de sentença para f ins de
indenização, isto é, o quantum , a l iquidação o ser determinada em ação que
busca reparação para danos morais, exige do magistrado a observação de
parâmetros importantes, tanto quanto dist intos dos parâmetros uti l izados para
f ins de apuração do valor da indenização a ser apurada em ação que busque
indenização por danos materiais.
Assim é que na determinação da indenização por danos morais, os
parâmetros uti l izados pelo Magistrado devem observar entre outras tantas que
a caso concreto indicar, duas variáveis específ icas: 1) a condição financeira
do ofensor , sua saúde econômica: 2)a função compensatória que deve a
quantif icação do valor indenizatório representar para o ofendido, in casu , a
Autora.
É que a indenização por danos morais, que muitas vezes causam
no ofendido dano de tal monta irreparável, que toda a fortuna colocada à sua
disposição mostra-se insufic iente para f ins da reparação pretendida, tem no
Estado o substituto direto, aqui de modo vis ivelmente solar, da just iça com
mãos próprias, que em priscas eras imporia fosse o ofendido buscar via vis-
autotutela, a reparação do dano moral sofr ido.
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Desta sorte, o ofensor tem que efetivamente sentir o
constrangimento legal que lhe é imposto via condenação indenizatória por
perdas e danos morais causados ao ofendido. O ofensor tem que perceber,
via indenização, o caráter punitivo da mesma, sem o que estará pronto a
agredir, a desrespeitar a esfera moral de tantos quanto acredite que deva.
Por outro lado, a quantia a ser est ipulada para f ins de indenização
tem que ser de tal monta que cause no ofendido a prazer interior supostamente
equivalente ao constrangimento que tenha lhe causado a ato i l íc ito praticado
pelo ofensor. Só assim, estará se dando pela via judicial a reparação
perseguida a t í tulo de dano moral.
Se os parâmetros uti l izados pelo Magistrado para f ins de
quantif icação do valor da condenação / indenização são efetivamente subjetivos
e variáveis caso a caso, isso não implica que em função da dif iculdade
aparente devam ser os mesmos ignorados, ao revés, devem ser levados na
mais alta conta, sem o que não se estará a fazer just iça.
A estipulação de um valor que não revele em si efet iva punição ao
ofensor, ainda que seja a sentença para considerar procedente a Ação
proposta, mais agravará os danos morais do que os reparará, pois que estará a
mostrar à sociedade, ao ofendido e principalmente ao próprio ofensor, o
desleixo e o pouco valor que foi dado aos direitos de personal idade do
ofendido, direito à honra e a moral, nas palavras de JOSÉ AFONSO DA SILVA,
“direitos fundamentais do homem” , quanto se sabe serem estes os direitos
mais caros a qualquer individuo.
Conclui-se que, a interpretação do nosso ordenamento jur ídico, é
de que a ofensa ao direito já é suf ic iente para que exista a proteção legal
obrigando a reparação, como vem demonstra o art. 159 do CC em consonância
com o art. 3º do CPC. Portanto, o sofr imento causado da Autora, quando teve
seu direito violado, evidentemente, trouxe enormes prejuízos para o mesmo.
DOS FUDAMENTOS DO PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DA TUTELA:
Ressalte-se, o art.273, inciso I do CPC, que preconiza a mesmo
norma:
“Art. 273. O Juiz poderá, a requerimento da parte,
antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela
pretendido no pedido inicial, desde que, existindo
provas inequívoca, se convença da verossimilhança da
alegação e:
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I - HAJA FUNDADO RECEIO DE DANO IRREPARÁVEL OU
DE DIFÍCIL REPARAÇÃO ”(Original sem gri fos e/ou realces)
Diante de tudo o que acima se expôs, cumpre seja concedida,
inaudita altera pars , em caráter de urgência, MEDIDA LIMINAR a t i tulo de
antecipação da tutela pleiteada, para determinar seja a Ré compelida a emit ir
as guias autorizativas e arcar como TODOS MATERIAS NECESSARIOS AO
TRATAMENTO COM IMUNOGLOBULINA (ENDOBULIN) INTRAVENOSA e com
HEPARINA (Clexane 40mg), para real ização do procedimento necessário,
visto que tal procedimento é FUNDAMENTAL para o sucesso da
tratamento e conseqüentemente para o restabelecimento da saúde da
Autora e a vida de seu filho que ainda encontra-se no ventre, pois sem
os medicamentos acima descritos, põe em RISCO A INTEGRIDADE FISICA
DO FILHO DA AUTORA.
Dispõe, ainda, o CDC, em seu art. 84, parágrafo 3º, que:
“Art.84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da
obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela
específica da obrigação ou determinará providências
que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento”
Parágrafo 1º e 2º omissis:
Parágrafo 3º - Sendo relevante o fundamento da
demanda e havendo justificado receio de ineficácia do
provimento final, é l ícito ao juiz conceder a tutela
liminarmente ou após justificação prévia, citado a réu.
Idêntica disposição encontra-se no Código de Processo Civi l , Art.
461 parágrafo 3º, que discipl ina de forma idêntica a questão, exigindo apenas,
para a concessão da tutela antecipada, a presença da relevância do
fundamento, alem de justificado receio de ineficácia do provimento
final, nos termos:
“Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da
obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela
especif ica da obrigação ou, se procedente o pedido,
determinará providência que assegurem o resultado prático
equivalente ao do adimplemento.
Parágrafo 3º. Sendo relevante o fundamento da demanda e
havendo just i f icado receio da inef icácia do provimento f inal ,
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é l íc ito ao juiz conceder a tutela l iminarmente ou mediante
just i f icação prévia, c itado o réu. A medida l iminar poderá ser
revogada ou modif icada a qualquer tempo, em decisão
fundamentada” (gri fos nossos )
Ademais, impõe-se a concessão da medida l iminar, porque se não
bastassem os relevantes motivos acima descritos, basta ressaltar o simples
fato de que não dispõe a AUTORA de recurso para custear esses
materiais, o que pode ser faci lmente assumido pela RÉ, bem como constituir o
objeto do seu contrato e até de sua existência como pessoa jur ídica, além do
fato de que a negativa do custeamento das despesas pela empresa RÉ
coloca a AUTORA em humilhante situação de desamparo total, uma vez
que contratou com a Empresa Ré justamente para se um dia precisasse,
pudesse contar com um tratamento de saúde digno, sem ter de recorrer
às humilhantes filas do serviço público de saúde, e, o que é pior
tomando a vaga daqueles que sequer têm condições de pagar um plano
de saúde.
Desta forma, não há dúvidas de que presentes, no caso em tela, a
fumaça do bom e cristalino direito , haja vista a farta documentação
comprobatória anexada pela AUTORA, a comprovarem a existência da doença, a
emergência que a medida requer, e a necessidade da cobertura do
procedimento cirúrgico, assim como DE TODOS OS MATERIAIS PARA A MESMA,
pela empresa demandada, bem como a f lagrante violação dos disposit ivos
legais supra invocados, além do perigo da demora, que poderá resultar na
inef icácia do tratamento de saúde da AUTORA.
DAS PROVAS
A Autora protesta provar o alegado por todos os meios de prova
em direito permit idos, inclusive com a inversão do ônus da prova (art. 6º, I I do
CDC), sobretudo, juntada superveniente de documentos, depoimento pessoal da
parte e oit iva de testemunhas a serem oportunamente arroladas, provas que,
desde logo, f icam requeridas.
DO PEDIDO.
EX. POSITIS, requer o autor a vossa excelência:
a) LIMINARMENTE, e sem audição da parte contrária,
conceder ANTECIPAÇÃO DE TUTELA JURISDICIONAL pleiteada, para que a
Operadora RÉ, autorize e seja compelida a arcar com todas as despesas
referentes ao TRATAMENTO DE IMUNOGLOBULINA (ENDOBULIN)
INTRAVENOSA E DE HEPARINA (Clexane 40mg), CONFORME PRESCRIÇÃO
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MÉDICA, o qual NECESSITA SER SUBMETIDA A AUTORA VISTO QUE, É
PORTADORA POSSUINDO A SÍNDROME DE HIPERATIVIDADE DE CÉLULA DE
NK QUE PODE LEVAR AO COMPROMETIMENTO DA VIDA DO SEU FILHO QUE
ENCONTRA-SE EM SEU VENTRE, devido a gravidade do quadro cl ínico em que
se encontra, compelindo a Empresa Ré a emitir TODAS AS GUIAS
AUTORIZATIVAS PARA O PROCEDIMENTO SOLICITADO NOS MOLDES
PRESCRITOS PELA MÉDICA, até seu completo restabelecimento.
b) Ainda, l iminarmente e em sede de tutela antecipada, seja
determinado que a Seguradora Ré deposite em juízo, a importância de R$
2.900,00 (dois mil e novecentos reais), alusivo ao desembolso feito pela
Autora, ante a negativa da Ré em autorizar o procedimento sol ic itado pela
médica, conforme sol ic itação e recibo em anexo;
c)Após a concessão da medida l iminar pleiteada, requer a Autora
a Vossa Excelência, a citação da Seguradora Ré, para que, querendo,
conteste a presente no prazo legal, sob as penas da lei .
d)Determinar multa diária no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil
reais), para o caso do não cumprimento da decisão judicial por parte da Ré.
e)No Mérito seja julgada inteiramente PROCEDENTE a presente
AÇÃO, reconhecendo a responsabi l idade contratual da Empresa Ré a dar TOTAL
E IRRESTRITA cobertura Médico-Hospitalar para O TRATAMENTO COM
IMUNOGLOBULINA (ENDOBULIN) INTRAVENOSA, JUNTO COM HEPARINA
(Clexane 40mg) , CONFORME PRESCRITO PELA MÉDICA, OU SEJA,
AUTORIZAR E ARCAR COM TODOS OS CUSTOS DOS MATERIAIS
NECESSARIOS NO PROCEDIMENTO, QUE SE NÃO UTILIZADOS PÕE EM
RISCO A VIDA DO FILHO DA AUTORA QUE AINDA ENCONTRA-SE NO
VENTRE, devido a gravidade do quadro clínico em que se encontra,
porquanto, é PORTADORA DA SINDROME DE HIPERATIVIDADE DE CÉLULA
NK, conforme foi prescrito pela médica, emitindo A GUIA AUTORIZATIVA
PARA O PROCEDIMENTO SOLICITADO NOS MOLDES PEÇO PELA MÉDICA,
até seu completo restabelecimento.
f)Que seja confirmada a tutela antecipada que determina a
rest ituição do valor de R$ 2.900,00 (dois mil e novecentos reais) pago pela
Autora porquanto a negativa da empresa Ré em não autorizar o procedimento
sol ic itado pela médica conforme sol ic itação em anexo:
g)E, ainda, seja a Empresa Ré condenada a indenizar a AUTORA,
por perdas e danos morais e materiais, decorrentes do ato i l íc ito perpetrado,
de acordo com o Art. 6º, VI do 14 do CDC, e/ou nos termos da art. 186 do CC,
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cujo quantum debeatur há de ser apurado através de l iquidação por
arbitramento.
h)Que , por f im seja a Ré, também, condenando nas custas
judiciais e honorários advocatícios, estes a base de 20% (vinte por cento),
sobre o valor da condenação.
Medidas estas que pleiteia a Autora junto ao Poder Judiciário como
única via restante para garantir a dignidade e integridade do bem
maior que é a sua saúde e, conseqüentemente, sua vida !!!
Dá-se a causa o valor de R$ 2.900,00 (Dois mil e novecentos reais).
Nestes termos
Pede deferimento.
Recife, 25 de setembro de 2009.
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