View
271
Download
52
Category
Preview:
DESCRIPTION
A plena inclusão dos alunos com deficiência, que atualmente frequentam o ensino regular, só será efetivada se as escolas forem acessíveis. Com o intuito de garantir essa inclusão, desenvolveu-se com a parceria do Grupo PET/ARQ/UFSC, o projeto de extensão intitulado "Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC". O Objetivo principal foi avaliar as condições de acessibilidade espacial da escola e propor diretrizes de projeto. Este caderno apresenta todas as etapas do projeto de extensão realizadas entre os anos de 2005 e 206.
Citation preview
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina Avaliação e Propostas de Projeto
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina Avaliação e Propostas de Projeto
Universidade Federal de Santa Catarina
Lúcio BotelhoReitor
Marcos LaffinPró-reitoria de ensino de Graduação
Centro Tecnológico
Júlio Felipe SzeremetaDiretor de Centro
Departamento de Arquitetura e Urbanismo
Wilson Jesus da Cunha Silveira Chefe de Departamento
Sonia AfonsoCoordenadora do Curso
Grupo PET - Arquitetura e Urbanismo
Vera Helena Moro Bins ElyTutora
Marta Dischinger e Vera Helena Moro Bins ElyOrientadoras
Greyce Kelly LuzMilena de Mesquita Brandão
Bolsistas
Colégio de Aplicação / UFSC
Romeu Augusto de Albuquerque BezerraDiretor Geral
Sylvia Teresinha Martins DamianiDiretora de Ensino
Aceli Catarina Simas UlbrichtHorácio Dutra MelloFabíola Cirimbelli Búrigo CostaComissão de Acessibilidade Espacial
2007Grupo PET - Arquitetura e Urbanismo - UFSC
�
Sumário
1. Introdução ................................................................................. 07 1.1. Apresentação e justificativa .................................................... 091.2. Objeto de estudo ............................................................... 111.3. Objetivos .......................................................................... 191.4 Metodologia ........................................................................ 19
2. Conceitos ................................................................................... 232.1. Acessibilidade Espacial .......................................................... 25 2.2 Ter uma deficiência vesus sofrer uma restrição .............................. 262.3. Barreiras à acessibilidade espacial ............................................ 27
3. Estudo Piloto ............................................................................ 293.1. Programa de Acessibilidade do Ministério Público de Santa Catarina ........ 31 3.2 Estudo Piloto no Colégio de Aplicação ....................................... 333.3. Aplicação das Planilhas Técnicas no Colégio de Aplicação .............. 34
4. Percepção do usuário ............................................................. 354.1. Passeio Acompanhado: aluna de 7a série do Ensino Fundamental ........ 38 4.2. Passeio Acompanhado: aluna de 1a série do Ensino Médio ................ 424.3. Observação das atividades de alunos de 1a série do Ensino Fundamental e entrevista informal com professores e pais .................................... 48
5. Resultados .................................................................................. 515.1. Laudo Técnico ....................................................................... 53 5.2 Algumas Soluções de Projeto .................................................. 1275.3. Mesa para auxiliar na comunicação de aluno com paralisia cerebral ...... 143
6. Considerações Finais .............................................................. 155Bibliografia ................................................................................. 159Anexos ........................................................................................ 163
Coordenação e TextosMarta Dischinger e Vera Helena Moro Bins Ely
TextosGreyce Kelly LuzMilena de Mesquita Brandão
FotosGreyce Kelly LuzJonatan Camboim BezerraMarcos Vinícius Dias Ramos GuerreiroMilena de Mesquita Brandão
IlustraçõesJonatan Camboim Bezerra
Maquete EletrônicaMarcos Vinícius Dias Ramos Guerreiro
Tratamento de imagens e Arte FinalGreyce Kelly LuzMilena de Mesquita Brandão
Edição e diagramaçãoGreyce Kelly LuzMilena de Mesquita Brandão
CapaGreyce Kelly LuzMilena de Mesquita Brandão
AgradecimentosAo Grupo PET - Arquitetura e UrbanismoAos funcionários, alunos e pais do Colégio de Aplicação
�
1. Introdução
A Constituição Brasileira, de 1988, garante o direito de igualdade a todos os cidadãos sem nenhuma forma de discriminação. Para garantir a concretização destes direitos, e a efetiva acessibilidade aos espaços físicos urbanos para as pessoas com deficiência, leis e normas específicas foram criadas.
Em 1989 foi criada a Coordenadoria Nacional para In-tegração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE) pela Lei n° 7.853 que dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência e sua integração social, institui a tute-la jurisdicional de interesses coletivos ou difusos des-sas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências. Somente em 20 de dezembro de 1999, dez anos após a publicação da Lei n° 7.853, surge o Decreto n° 3.298 que a regu-lamenta, além de consolidar os direitos garantidos às pessoas com deficiência.
A fim de garantir especificamente a acessibilidade espacial a todos os cidadãos, publicou-se a Lei n° 10.098/2000. Esta lei foi regulamentada pelo Decre-to nº 5.296 (Fig. 1), de 02 de dezembro de 2004, o qual estipula um prazo de 30 meses, a partir de sua publicação, para que os edifícios públicos tornem-se acessíveis.
“Ao publicar o Decreto n° 5.296/2004 e as Leis n° 10.048/2000, 10.098/2000, que tratam da acessibili-dade e das pessoas com mobilidade reduzida espera-se estar contribuindo para que, à apropriação dessas legislações resulte na eliminação das barreiras arqui-tetônicas e atitudinais que impedem, reduzem ou re-tardam a inclusão social das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, construindo sociedades adap-tadas às necessidades plurais e diversas de todos ci-dadãos - sociedades inclusivas. Sem acessibilidade, a pessoa se torna prisioneira das barreiras impostas pelo meio social, o que é inadmissível continuar acontecen-do. Estas leis foram promulgadas para serem cumpri-das”. (BRASIL, 2004)
Por sua vez a Norma Brasileira NBR 9050/2004, em sua edição revisada, fornece parâmetros e critérios técni-cos a serem observados durante o projeto, construção, instalação e adaptação de edificações, mobiliário, es-paços e equipamentos urbanos.
1.1. Apresentação e justificativa
Fig. 1 - Decreto 5.296/2004. Fonte: Brasil, 2004.
10
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Para garantir o direito a educação para todos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 9.394 torna obrigatória a inclusão de alunos com deficiência na rede de ensino regular. Mais recentemente, o Con-selho Nacional de Educação instituiu diretrizes para a educação especial na educação básica, com caráter nacional, a serem implementadas a partir de 2002 (Re-solução CNE/CEB nº 02/01). Temos ainda nesta área a lei estadual nº 12870/2004 – Política Estadual para Promoção e Integração Social da Pessoa Portadora de Necessidades Especiais.
Em uma decisão judicial emanada pelo Ministério Pú-blico Federal contra a UFSC foi determinada a destina-ção de 5% das vagas do Colégio de Aplicação no Ensi-no Fundamental e Médio para alunos com deficiência. Dessa forma, a cada ano letivo existe um acréscimo de alunos com deficiência, por conta da cota exigida pela decisão judicial.
O Colégio de Aplicação, no Ensino Fundamental e Mé-dio, tem recebido alunos com história de deficiência há alguns anos. Para melhorar as condições de parti-cipação efetiva e inclusão destes alunos no segundo semestre de 2005, firmou-se uma parceria entre o Co-légio de Aplicação da UFSC e o Grupo PET/ARQ visando o desenvolvimento do Projeto de Pesquisa e Extensão “Acessibilidade Espacial e Inclusão no Colégio de Apli-cação da Universidade Federal de Santa Catarina: Ava-liação e Propostas de Projeto”.
É importante salientar que a realidade existente, não só no Colégio de Aplicação, mas na maioria das esco-las, é a ausência de acessibilidade espacial, a qual tor-na pouco viável a integração efetiva e a inclusão no ensino. Esta situação, no entanto pode ser corrigida a partir de reformas e adaptações dos edifícios escolares atuais, adequando-os às necessidades dos alunos que
possuem algum tipo de deficiência, seja esta físico-motora, sensorial e/ou cognitiva. Mudanças físico-es-paciais são necessárias não só para garantir o acesso físico às escolas e suas instalações, mas também para garantir a participação em todas as atividades escola-res para todos os alunos levando em conta suas dife-rentes habilidades e limitações.
O caráter pontual das normas técnicas e a ausência de conhecimento específico sobre diferentes dificuldades para realização de atividades advindas de diferentes tipos de deficiências (sensoriais, cognitivas e físico-motoras) levam geralmente ao desenvolvimento de soluções parciais (tais como rampas e corrimãos) que visam apenas à eliminação de barreiras arquitetônicas para as pessoas com deficiência motora. Tais soluções não contemplam, por exemplo, uma melhoria do espa-ço para portadores de deficiência visual, que enfren-tam problemas de outra ordem, necessitando acesso à informação espacial. Por sua vez, a especificidade do espaço escolar e suas atividades, assim como do próprio usuário criança, principalmente quando este possui deficiências múltiplas, coloca situações proble-ma que exigem a busca de soluções inovadoras e que não estão previstas nas atuais normas técnicas.
A pesquisa realizada visa então analisar e propor so-luções que permitam a adequação dos espaços e sua acessibilidade espacial considerando justamente aten-der necessidades diversas, oriundas dos diferentes ti-pos de deficiências, nas mais variadas situações físico-ambientais promovendo assim a inclusão de todos os alunos.
11CAPÍTULO 1 - Introdução
1.2. Objeto de estudoO Colégio de Aplicação (C.A.), unidade educacional pertencente ao Centro de Ciências da Educação (CED) da Universidade Federal de Santa Catarina, atende ao Ensino Fundamental e Médio. Está localizado no Cam-pus Universitário no Município de Florianópolis, limi-tando com o Centro de Ciências Biológicas (CCB) e Cen-tro de Física e Matemática (CFM). Seu acesso principal se dá por rua interna de acesso ao estacionamento que se localiza aos fundos dos Laboratórios de Anatomia e Fisiologia. Aos fundos, o colégio é margeado pela Rua Desembargador Vitor Lima. (Fig. 2, p. 12).
O C.A. é um colégio experimental, onde se desenvol-vem práticas e se produzem conhecimentos em função da qualidade de ensino, pesquisa e extensão. Exerce também a função de campo de estágio supervisionado e de pesquisa, prioritariamente para os alunos e pro-fessores da Universidade Federal de Santa Catarina, em todos os níveis e cursos, bem como para as demais instituições públicas.
É uma escola que se propõe à produção, transmissão, construção e apropriação crítica do conhecimento, bem como a sua divulgação, com a finalidade de ins-trumentalizar os educandos e educadores para a res-ponsabilidade social e a afirmação histórica, contri-buindo para o exercício da cidadania.Para o desenvolvimento de uma política de educação inclusiva na escola é fundamental não só capacitar o corpo docente e a equipe pedagógica para a inclusão de alunos com deficiência no ensino regular como criar as condições para um espaço acessível e que não ofe-reça impedimentos à participação em todas as ativida-des escolares.
Atualmente 17 alunos com algum tipo de deficiência freqüentam o Colégio de Aplicação, tanto no Ensino Fundamental quanto no Médio. As deficiências apre-sentadas pelos alunos são as seguintes: autismo, sín-drome de Down, surdez, paralisia cerebral, paralisia dos membros inferiores, paralisia dos membros supe-riores, e paralisia dos membros inferiores.
O complexo do C.A., com seus 7200 m² de área cons-truída, está disposto em um terreno bastante extenso, com aproximadamente 26.500 m².A estrutura física do colégio está dividida em cinco blocos com formas e ti-pologias distintas que abrigam diferentes funções (Fig. 3, 4 e 5, p.13 a 15).
O planejamento arquitetônico do colégio não conside-rou as dificuldades e potencialidades de seus usuários, visto que na época de sua construção não havia uma política de inclusão no ensino regular, nem havia co-nhecimento técnico por parte dos planejadores para o projeto e adequação de espaços físicos com as pes-soas com deficiência. Dessa forma, as instalações do Colégio de Aplicação conformam um espaço de difícil uso e apropriação para pessoas com deficiência. Para seu estudo diversos instrumentos foram utilizados para permitir a avaliação de suas condições de acessibili-dade espacial e compreender sua organização, seus usos, seu público, suas carências e potencialidades não exploradas.
12
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Fig. 2 - Mapa de Situação do Colégio de Aplicação no Campus Trindade da UFSC. Escala 1:10.000. Fonte: Etusc, atualizado pelas autoras, 2007.
13CAPÍTULO 1 - Introdução
Fig. 3 - Implantação do Colégio de Aplicação. Escala 1:2.000. Fonte: Etusc, atualizado pelas autoras, 2007.
14
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
1.2.1 Setores e atividades do Colégio de Aplicação
A entrada principal do colégio se dá por uma escada que leva ao pátio coberto no bloco A, (com cerca de 1750 m²) sendo este bastante utilizado pelos alunos do Ensino Fundamental na hora do recreio e duran-
BLOCO B
BLOCO A
BLOCO CBLOCO D
BLOCO E
Fig. 4 - Térreos de todos os blocos. Escala 1:1.000. Fonte: Etusc,
atualizado pelas autoras, 2007.
te as aulas de Educação Física. Mesmo tendo apenas um pavimento, é um bloco que exige bastante aten-ção devido a sua diversidade de funções (Coordena-dorias; Administrativo; Atendimento Paralelo Primário; Alimentação; Espaço Artístico; Saúde; Comunicação). (Fig. 6 a 8, p. 15)
1�CAPÍTULO 1 - Introdução
BLOCO A
BLOCO D
BLOCO B BLOCO C
Fig. 5 (acima) - Perspectiva geral do Colégio de Aplicação. Sem
escala. Fonte: Marcos Guerreiro.
Fig. 6 (ao lado)- Planta Baixa Bloco A. Escala 1:750.
Fonte: Etusc, atualizado pelas autoras, 2007.
Fig. 7 (abaixo, à esquerda)Foto entrada principal Bloco A.
Fonte: Autoras.
Fig. 8 (abaixo, à direita) Perspectiva entrada principal
Bloco A. Sem escala. Fonte: Marcos Guerreiro.
16
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Fig. 10 - Perspectiva galpão central Bloco B. Sem escala. Fonte: Marcos Guerreiro.
O bloco B é composto por dois edifícios interligados e possui cerca de 1700 m² de área. O primeiro remete a forma de um galpão, bastante utilizado pelas crianças, contornado pelas salas de aula de 1ª a 4ª série do Ensino Fun-damental, além de salas de teatro, de dança, de Oficinas de Cerâmica e Fo-tografia e do Grêmio Estudantil e um ático desativado. O segundo, apresenta Biblioteca, Brinquedoteca e Videoteca, e, em seu subsolo, uma cozinha, uma lanchonete e um anfiteatro. (Fig. 9 a 11)
Fig. 9 - Planta Baixa Bloco B. Escala 1:750. Fonte: Etusc, atualizado pelas autoras, 2007.
Fig. 11 - Acesso principal ao Bloco B, pelo Bloco A.
Fonte: Autoras.
Fig. 13 - Vista geral Bloco CFonte: Autoras.
Fig. 12 - Perspectiva Bloco C. Sem escala. Fonte: Marcos Guerreiro.
17CAPÍTULO 1 - Introdução
O bloco C caracteriza-se por sua verticalidade pois é o único que possui três pavimentos, possuindo aproximadamente 1200 m². Nos dois primeiros pavi-mentos, localizam-se os Laboratórios de Biologia, Ciências, Física, Química, Línguas, Antropometria, Matemática, Audiovisual e Teatro. No terceiro pavi-mento encontram-se salas de professores, zoneadas por disciplinas (Fig. 12 e 13, página anterior; e Fig. 14, ao lado).
O bloco D possui dois pavimentos, 2300 m² e um grande pátio coberto. Em seu primeiro pavimento, localiza-se o auditório e salas de Coordenação e Orien-tação Educacional de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. No segundo pavimento estão distribuídas as salas de aula e de Inspetoria (Fig. 15, abaixo; e Fig. 16 e 17, p.18).
Por fim temos o bloco E que se encontra afastado e independente dos demais e reúne atividades relacionadas às aulas de arte incluindo atividades como pintura, bordados, marcenaria, reciclagem de papel, oficinas de cerâmica, distribuídas em cerca de 200 m². (Fig. 18 a 20, p.18)
Fig. 14 - Plantas Baixa Bloco C, de cima para baixo: térreo, primeiro e segundo pavimento. Escala 1:750. Fonte: Etusc, atualizado pelas autoras, 2007.
Fig. 15 - Plantas Baixa Bloco D, da esquerda para direita: térreo e primeiro pavimento. Escala 1:750.
Fonte: Etusc, atualizado pelas autoras, 2007.
18
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Fig. 17 - Circulação em frente ao auditório do Bloco D. Fonte: Autoras.
Fig. 16 - Perspectiva Pátio do Bloco D. Sem escala. Fonte: Marcos Guerreiro.
Fig. 19 - Bloco E. Fonte: Autoras.Fig. 18 - Perspectiva Geral Bloco E. Sem escala. Fonte: Marcos Guerreiro.
Fig. 20 - Planta Baixa Bloco E. Escala 1:750. Fonte: Etusc, atualizado pelas autoras, 2007.
1�CAPÍTULO 1 - Introdução
1.3. Objetivos1.3.1 Objetivos Gerais
O objetivo principal deste estudo piloto consiste em avaliar as condições de acessibilidade espacial nas ins-talações do Colégio de Aplicação da Universidade Fe-deral de Santa Catarina, a fim de desenvolver progra-ma de necessidades, diretrizes projetuais e propostas iniciais de soluções arquitetônicas visando à inclusão das crianças com deficiência no ensino regular.
1.3.2 Objetivos específicos
- Identificar e classificar os problemas espaciais exis-tentes considerando as necessidades especiais dos alunos com diferentes tipos de deficiência (físico-mo-toras, sensoriais, cognitivas, e múltiplas);- Proceder à análise e diagnóstico destes problemas;- Elaborar novo Programa de Necessidades em função dos problemas detectados;- Propor diretrizes de desenho arquitetônico que per-mitam a acessibilidade em função dos problemas clas-sificados;- Promover a participação do corpo discente e docente nas atividades de avaliação e a discussão das propostas de solução técnica de acessibilidade elaboradas;- Promover ações conjuntas entre a equipe ARQ/UFSC e o CA/UFSC que possibilitem análises, diagnósticos e proposição de soluções de acessibilidade em espaços internos e externos da instituição escolar;- Gerar novos conhecimentos na área específica da in-clusão X acessibilidade espacial em atividades de en-sino;- Propor ações transversais de difusão do conhecimen-to para toda comunidade acadêmica;- Promover a divulgação do estudo teórico e prático através distintos meios de publicação.
Com o intuito de avaliar as condições de acessibilidade espacial nas instalações do Colégio de Aplicação, fo-ram empregados diversos procedimentos e instrumen-tos de estudo para que se pudesse compreender pri-meiramente sua organização, seus usos, seu público, suas carências e potencialidades não exploradas e a partir daí apontarmos soluções universais de projeto.
Dentre os procedimentos metodológicos centrais para o levantamento de dados foi utilizado A APO - Avaliação pós-ocupação. De acordo com ORNSTEIN ( 1992) “Esta é, um meio, dentre outros, a partir do qual se podem conhecer aquelas variáveis prioritárias em cada estudo de caso e se definir critérios para ‘gerir’ o controle de qualidade do ambiente construído. “
Apresentamos a seguir uma breve descrição dos pro-cedimentos metodológicos e instrumentos empregados na pesquisa de forma cronológica, sendo que sua des-crição mais detalhada será apresentada nos capítulos 3 e 4.
1.4.1 Análise Documental
Consiste em pesquisa bibliográfica específica na área do Desenho Universal e Acessibilidade Espacial visan-do organizar e sintetizar os conhecimentos necessários para a compreensão do problema e contextualizar as informações para a realidade local. Inclui: revisão bi-bliográfica; estudo de leis e normas sobre inclusão e acessibilidade como a NBR 9050; leitura das plantas arquitetônicas do Colégio de Aplicação; consultas a relatórios de pesquisas anteriores desenvolvidas pelo Grupo PET.
1.4. Metodologia
20
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
1.4.2 Observação Direta: Levantamento Físico-Arquitetôni-co e Observação dos Usos
As primeiras visitas ao Colégio de Aplicação possuíam caráter exploratório e a equipe foi estimulada a com-preender o espaço apenas com as informações arquite-tônicas e gráficas existentes. Esta primeira percepção foi complementada com o estudo detalhado das plan-tas arquitetônicas existentes sendo possível identificar os usos e as alterações ocorridas nos espaços estuda-dos durante os anos.
1.4.3 Entrevistas
Realizaram-se entrevistas dirigidas pela escola (con-versa informal com a maioria das perguntas elabo-radas no decorrer do diálogo), com a coordenação e professores, com o objetivo de aprofundarmos o en-tendimento sobre o funcionamento e compreender os atuais usos de cada bloco, identificando os principais aspectos positivos e negativos da área em estudo.
1.4.4 Planilhas Técnicas do Programa de Acessibilidade do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC)
Aplicaram-se como instrumento de levantamento es-pacial as Planilhas Técnicas do Programa de Acessibi-lidade do Ministério Público de Santa Catarina, para verificar se os diversos ambientes atendem a norma técnica NBR 9050/2004.
As planilhas consistem em perguntas elaboradas para verificar o atendimento de condições de acessibilidade de acordo com as legislações federal, estadual e mu-nicipal e contemplam locais encontrados geralmente em todos os edifícios: áreas de acesso, saguões, circu-lações verticais e horizontais, sanitários e locais para
atividades coletivas. A seguir, se apresenta a reprodu-ção de uma parte da planilha:
As planilhas se organizam através de perguntas rela-cionadas aos artigos da NBR 9050/04, atendendo as quatro componentes de acessibilidade: orientação, deslocamento, uso e comunicação (DISCHINGER & BINS ELY, 2004), seguidas do item a ser verificado, e as respostas (“Sim”, “Não” e “NA/I” – Não se aplica, ou inexistente). As perguntas com respostas afirmativas indicam boa acessibilidade e com negativa, má acessi-bilidade e NA/I para as questões em que não se aplica ou é inexistente. Por fim, temos espaço para as ob-servações que complementam a análise do problema. (Fig. 21, p. 21)
Uma das maiores preocupações na elaboração das planilhas de acessibilidade é articular as perguntas de forma a não causar dúvidas na hora de assinalar a resposta. As respostas afirmativas atendem às normas/decretos, indicando boa acessibilidade e respostas ne-gativas mostram a existência da irregularidade e con-sequentemente falta de acessibilidade espacial.Durante o processo de aplicação das planilhas são fei-tos registros fotográficos, medições e observações re-levantes à avaliação.
1.4.5 Passeios Acompanhados
Com o intuito de alcançar uma percepção do espaço mais próxima à do usuário a partir de situações reais de uso dos espaços e para poder avaliar suas condições específicas de acessibilidade espacial utilizou-se o mé-todo investigativo desenvolvido por Dischinger (2000), denominado “passeios acompanhados”. Este procedi-mento foi adotado, pois dificilmente poderíamos ob-ter estas informações se apenas perguntássemos aos
21CAPÍTULO 1 - Introdução
EDIFÍCIO AVALIADORLOCAL DATA
PLANILHA 1 ÁREAS DE ACESSO AO EDIFÍCIO
NºLEGISLAÇÃO
C ITENS A CONFERIR NA/I OBSERVAÇÕESLEI ARTIGO SIM NÃO
NA VIA PÚBLICA
SEMÁFORO
1.1 - - Existe semáforo nos dois lados da via pública para facilitar a travessia do pedestre?
1.2 9.050/04 9.9.2 Na existência de semáforo há sinalização sonora quando o mesmo estiver aberto?
1.3 9.050/04 9.9.1Existe foco de acionamento para travessia de pedestre com altura entre 80cm e 1,20m do piso?
1.4 9.050/04 6.10.11 Existe guia rebaixada em ambos os lados da via quando houver faixa de travessia?
PASSEIOS
1.5 9.050/04 6.1.1 Os passeios têm pisos antiderrapantes e regulares em qualquer condição climática?
1.6 9.050/04 6.10.76.10.5
Os passeios são livres de interferências que impeçam o deslocamento ou que constituam perigo aos pedestres (postes de sinalização, vegetação, desníveis, rebaixamentos,...)?
1.7 9.050/04 6.1.2 Na existência destas interferências, há sinalização tátil de alerta nos passeios?
Fig. 21 - Parte da Planilha Técnica 1. Fonte: DISCHINGER e BINS ELY, 2007.
22
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
usuários sobre seus problemas, ou tentássemos nos imaginar com alguma restrição, ou ainda simulássemos prováveis situações.
A aplicação dos “passeios acompanhados” inicia com a seleção de um entrevistado, e a definição de percursos de interesse do mesmo de acordo com o estudo reali-zado. Os percursos devem possuir um ponto de parti-da e objetivos a alcançar. Durante o passeio acompa-nhado o interlocutor deve seguir, mas não conduzir ou ajudar o entrevistado na realização das atividades. O processo é registrado pela equipe através de anota-ções, gravações e fotografias. As conversas gravadas são transcritas, e os assuntos são selecionados e sepa-rados por temas. Os eventos significativos do passeio são fotografados e organizados de modo a ilustrar as-pectos relevantes, além de serem localizados espacial-mente em mapas sintéticos dos percursos percorridos. (Fig.22, ao lado).
1.4.6 Textos Explicativos
Os resultados obtidos nas etapas anteriores, principal-mente durante os passeios acompanhados e observa-ção direta, foram organizados em textos explicativos nos quais identificamos problemas e apresentamos possíveis soluções que podem também aparecer de forma representativa (croquis).
Fig. 22 - Passeio Acompanhado. Fonte: Autoras.
2�
2. Conceitos
Para a realização deste estudo, torna-se importante, em primeiro lugar, definir a abrangência do conceito de acessibilidade espacial utilizado, uma vez que tan-to a avaliação em si quanto à definição dos métodos e técnicas utilizadas depende desta conceituação.
A inclusão do indivíduo na sociedade se dá em diversos níveis: no nível legal, assegurado pelas leis, normas e dispositivos vigentes; no nível médico, garantido pelo atendimento qualificado ao cidadão; no nível de en-sino e reabilitação, através da capacitação do indiví-duo; e no nível espacial, no qual é necessário garantir o acesso pleno aos mais diversos locais e atividades, considerando suas habilidades, dificuldades e neces-sidades.
Garantir a acessibilidade espacial significa prover con-dições básicas que promovem a inclusão e o exercício da cidadania para todas as pessoas sem qualquer forma de discriminação. Apesar de ser assegurada por lei, na prática a acessibilidade espacial plena é dificilmente é alcançada devido à falta de conhecimento sobre as necessidades específicas das pessoas com algum tipo de dificuldade ou de deficiência, desenvolvendo-se, muitas vezes, apenas soluções parciais.
O conceito de acessibilidade espacial é amplo. Está diretamente relacionado com o direito de todo o ci-dadão de ter acesso aos espaços e de poder partici-par efetivamente das atividades que neles ocorrem. Define-se então como espaço acessível como aquele
2.1. Acessibilidade espacial
de fácil compreensão, que permite ao usuário ir e vir, comunicar-se, assim como fazer parte de todas as ati-vidades que esse espaço proporcione com segurança, conforto e autonomia independentemente de suas ne-cessidades específicas.
De acordo com esta definição, Dischinger & Bins Ely (2007) estabeleceram quatro componentes básicos necessários para garantir a acessibilidade espacial – orientabilidade, deslocamento, comunicação e uso.
• Orientabilidade é saber onde se está, e para onde ir, a partir das informações arquitetônicas e dos suportes informativos (placas, sinais, letreiros etc.) de forma independente e autônoma.
• Comunicação é como se dão as condições de troca e intercâmbio de informações interpessoais, e en-tre pessoas e equipamentos de tecnologia assisti-va, que permitem o ingresso e o uso da edificação, equipamentos ou espaços livres.
• Deslocamento é ter condições ideais de movimen-to ao longo de percursos horizontais ou verticais e seus componentes (salas, escadas, corredores, rampas, elevadores). O deslocamento é garantido através da supressão de barreiras físicas.
• O uso é dado pela possibilidade de participação do indivíduo nas atividades desejadas, utilizando os ambientes e equipamentos, sem que seja neces-sário um conhecimento prévio.
É importante salientar que a acessibilidade espacial depende da interação destes quatro componentes e que o não cumprimento de um deles afeta todos os demais, dificultando ou até mesmo impedindo o acesso de pessoas com deficiência aos ambientes.
26
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Para que o entendimento sobre os problemas que en-volvem a acessibilidade espacial seja pleno é neces-sário compreender os conceitos de deficiência e res-trição.
A deficiência é um problema de origem fisiológica do indivíduo, que pode ou não implicar na incapacidade de realizar algum tipo de tarefa. Por exemplo, uma pessoa com oito graus de miopia possui baixa visão, entretanto se utilizar lentes corretoras, pode enxergar perfeitamente. Ou então, uma pessoa com deficiência motora nos membros inferiores possui dificuldade ou incapacidade de movimento, mas pode enxergar per-feitamente, pensar e exercer qualquer atividade sen-tada.
2.2. Ter uma deficiência versus sofrer uma restrição
Fig. 23 - Criança com dificuldade para alcançar o livro na estante. Fonte: Grupo PET/ARQ/UFSC
Por sua vez, a restrição está relacionada à relação de uma pessoa com o seu meio gerando limitação ou im-pedimento para a realização de atividades. Assim uma pessoa que pode se deslocar de forma independente numa cadeira de rodas vai sofrer restrição de movi-mento ao cruzar uma rua que não possua rampa. Da mesma forma uma pessoa obesa pode sofrer restrição no uso de transporte público na presença de roletas. Ou seja, as condições espaciais podem fazer com que qualquer pessoa (com deficiência ou não) sofra algum tipo de restrição, estando impossibilitada de realizar alguma tarefa ou participar de alguma atividade. Na Fig. 23, pode-se notar que a criança não possui ne-nhum tipo de deficiência, mas mesmo assim é incapaz de alcançar os livros, uma vez que a estante é muito alta.
27CAPÍTULO 2 - Conceitos
Infelizmente, ainda persistem muitas barreiras à aces-sibilidade espacial e à obtenção de condições para o exercício da cidadania. As barreiras que impedem a participação efetiva do indivíduo na sociedade, podem ser classificadas em três categorias:Barreiras atitudinais são aquelas estabelecidas na esfe-ra social, em que as relações humanas centram-se nas dificuldades dos indivíduos e não em suas habilidades, dificultando sua participação na sociedade. Esse tipo de atitude pode, ainda, produzir barreiras de ordem física e informativa no momento em que a socieda-de não considera relevante tornar os ambientes aces-síveis, ou as pessoas com deficiência ou com alguma outra dificuldade sintam-se constrangidas em solicitar informações ou realizar alguma atividade.
Barreiras físicas são aquelas de origem arquitetônica originárias de elementos físicos ou de desenho espacial que dificultam ou impedem a realização de atividades desejadas de forma independente, fazendo com que as pessoas sofram diversos tipos de restrições. Para a identificação das barreiras físicas, além do estudo das características arquitetônicas dos espaços construídos, é necessária a análise das necessidades específicas dos usuários em relação ao uso do espaço.
Barreiras de informação são aquelas ligadas á legibili-dade de um espaço. A acessibilidade espacial está di-retamente ligada à capacidade de orientação espacial que depende da informação ambiental existente. O excesso de anúncios e propaganda nos espaços urbanos constitui uma barreira por causar poluição visual difi-cultando o acesso às informações urbanas necessárias para a orientação tais como nomes de ruas, número de prédio, etc.
2.3. Barreiras à acessibilidade espacial
31CAPÍTULO 3 - Estudo Piloto
3. Estudo Piloto
3.1. Programa de Acessibilidade no Ministério Público de Santa Catarina
Com a publicação do Decreto nº 5.296, em 02 de dezembro de 2004, que regulamenta a Lei Federal 10.098/2000 referente à acessibilidade espacial, vá-rios Ministérios Públicos Estaduais iniciaram a desen-volver programas de fiscalização para a melhoria das condições de acessibilidade espacial em edifícios de uso público, uma vez que o decreto estipula um prazo de 30 meses, a partir de sua publicação, para que es-tes se tornem acessíveis.
Os Ministérios Públicos de Minas Gerais e de Pernam-buco já desenvolveram e aplicaram alguns programas deste tipo. Em outros estados os programas estão ain-da em processo de elaboração ou andamento, como é o caso do Programa de Acessibilidade do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), iniciado em 2004.
O Programa de Acessibilidade do MP-SC reuniu pesso-as e profissionais de áreas distintas de conhecimento e atuação, uma vez que este tipo de trabalho exige conhecimento teórico, legal, técnico e prático especí-ficos. Dentre participantes pode-se citar: associações de pessoas com diferentes deficiências; técnicos da Secretaria de Urbanismo e Serviços Públicos (SUSP) e
do Departamento de Infra-estrutura (DEINFRA); mem-bros do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universi-dade Federal de Santa Catarina (UFSC), representados pelas professoras Marta Dischinger, Vera Helena Moro Bins Ely e pela então mestranda Aíla Seguin Dias Aguiar de Oliveira; representantes do Corpo de Bombeiros, do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA); e do Sindicato da Indústria da Construção Civil (SIN-DUSCON). Através desta multidisciplinaridade, foi pos-sível alcançar e ampliar o conhecimento prático sobre os problemas vivenciados por pessoas com distintas dificuldades no uso de edifícios públicos, além dos co-nhecimentos teórico, técnicos e legal necessários para o desenvolvimento do programa.
O programa de fiscalização e avaliação das condições de acessibilidade espacial dos edifícios públicos do Es-tado tem a coordenação da promotora de justiça Dra. Sonia Maria Demeda Groisman Piardi e das professo-ras do ARQ/UFSC. Esta fiscalização baseia-se na reali-zação de levantamentos dos prédios com o apoio das Planilhas Técnicas, que têm como objetivo identificar as irregularidades referentes à aplicação da Norma Técnica NBR 9050/2004 além de outros problemas de
32
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
acessibilidade não previstos pela norma. As planilhas abrangem ambientes normalmente encontrados em todos os edifícios: áreas de acesso, saguões, circula-ções verticais e horizontais, sanitários e locais para atividades coletivas. Existem edifícios de uso coletivo tais como, hotéis, escolas, hospitais, centros de saú-de, etc. que necessitam de uma avaliação mais deta-lhada das áreas que abrigam as suas atividades essen-ciais. Para estes casos, planilhas específicas tais como salas de aula, consultórios, bibliotecas, etc. que não constam ainda do atual programa ainda necessitam ser desenvolvidas.
Visando suprir esta lacuna durante o desenvolvimen-to de seus estudos de mestrado pelo Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PósARQ), a arquiteta Monna Michelle Faleiros da Cunha, elaborou Planilhas Técnicas para aplicação em escolas, aos mes-mos moldes das do MP-SC que abrangem estes ambien-tes as quais serviram de base para o desenvolvimento da avaliação do Colégio de Aplicação.
Para o desenvolvimento do programa de fiscalização do MP-SC foram selecionados 20 alunos do curso de Arqui-tetura e Urbanismo da UFSC com bolsa do MP-SC e do CREA-SC. Estes estudantes participaram de um curso, com 44 horas de duração, divididas em aulas teóricas e práticas. O curso foi realizado nos meses de junho e julho de 2005, tendo as aulas teóricas sido ministra-das pelas professoras do ARQ/UFSC e pela mestranda
Aíla do PósARQ. Nesta etapa foram introduzidos con-ceitos de Acessibilidade Espacial, Desenho Universal e apresentadas as principais habilidades, necessidades e dificuldades das pessoas idosas ou com algum tipo de deficiência, bem como a apresentação do método das Planilhas Técnicas. A parte prática consistiu no treina-mento de uma vistoria em um edifício público estadual com base nas planilhas. Neste curso, além dos bolsis-tas, participaram a equipe multidisciplinar do Progra-ma de Acessibilidade e pessoas com deficiência (José Carlos Rodrigues, pessoa com deficiência visual, e Ale-xandre Castro, cadeirante). Dentre os participantes no curso estavam os futuros bolsistas do PET/ARQ/UFSC Greyce Kelly Luz e Marcos Vinícius Dias Ramos Guer-reiro que viriam a participar do Projeto de Pesquisa e Extensão no Colégio de Aplicação da UFSC, com início em agosto de 2005.
Os fiscalizadores do MP-SC se dividiram em duplas e iniciaram suas vistorias em diferentes edifícios pú-blicos estaduais (como creches, escolas, rodoviária, órgãos institucionais, etc.) espalhados em diferentes localidades da cidade de Florianópolis, com o auxílio das Planilhas Técnicas. Após seu preenchimento, é re-alizada a elaboração de um laudo técnico com utiliza-ção de um software que seleciona e sintetiza as infor-mações das mesmas. Este laudo é o instrumento legal que possibilita não só a identificação dos problemas de acessibilidade espacial como também aponta para o encaminhamento de soluções que visam melhorar as condições de inclusão de todos os cidadãos.
33CAPÍTULO 3 - Estudo Piloto
3.2. Estudo Piloto no Colégio de Aplicação
Entre os anos de 2003 e 2005, o Grupo PET/ARQ/UFSC, representado pelos então bolsistas Anamaria Teixei-ra, Cláudia Baratto Gutierrez e Daniel Medeiros Ghizi, desenvolveu o Projeto de Pesquisa “Acessibilidade e Orientabilidade no Campus da Universidade Federal de Santa Catarina”, coordenado pela Professora Vera Helena Moro Bins Ely. No entanto, este projeto não abrangeu o Colégio de Aplicação da UFSC.
Desta forma, durante o desenvolvimento do Programa de Acessibilidade do MP-SC, surgiu uma solicitação ao Grupo PET/ARQ/UFSC para realização de uma avalia-ção no Colégio de Aplicação face à necessidade urgen-te de criar condições de acessibilidade espacial para efetivar a inclusão dos alunos com deficiência que já freqüentam a escola, assim como receber novos alu-nos, uma vez que a escola respeita a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9394, a qual ga-rante à criança com deficiência o direito de freqüentar o ensino regular. Foi então estabelecido um projeto de pesquisa e extensão denominado: “Acessibilidade Es-pacial e Inclusão no Colégio de Aplicação da Universi-dade Federal de Santa Catarina: Avaliação e Propostas de Projeto”.
Para promover a inclusão efetiva no ensino é necessário proporcionar a todos alunos, com ou sem deficiência, uma escola aberta às diferenças, e ter como condição básica espaços arquitetônicos livres de barreiras físi-cas e de informação. No entanto, o que se observa na prática é a falta de acessibilidade espacial na grande maioria das escolas impedindo a plena integração das crianças com deficiência e sua inclusão no ensino.
Apesar do comprometimento de todo o corpo docente e da administração do Colégio de Aplicação em garan-tir a inclusão, o fato deste fazer parte da esfera fe-deral dificulta a obtenção de recursos financeiros por parte do MEC (Ministério da Educação e Cultura) para realizar obras de reforma que melhorem as condições de acessibilidade espacial, pois este destina apenas uma pequena parcela de suas verbas para as institui-ções federais de Ensino Fundamental e Médio. A pos-sibilidade então de efetuar uma avaliação utilizando procedimentos de um programa de fiscalização oficial, da esfera estadual, poderia contribuir para o encami-nhamento legal das solicitações e para a obtenção des-ses recursos.
Como o estudo piloto no colégio aconteceu paralela-mente ao Programa de Acessibilidade do MP-SC, cons-tituiu-se uma excelente oportunidade de avaliar com mais agilidade o desempenho das planilhas na situação especifica de uma escola, assim como adiantar o pro-cesso completo de ações incluídas no programa – le-vantamento, elaboração de laudo técnico, encaminha-mento legal para ajuste de conduta, e desenvolvimento de ações concretas para solução dos problemas.
Diferentemente dos fiscalizadores do MP-SC, os bol-sistas do PET/ARQ/UFSC carregam a bagagem de anos de projetos de pesquisa e extensão desenvolvidos pelo Grupo, assim como puderam contar com o acompanha-mento freqüente das professoras coordenadoras tanto deste estudo piloto quanto do Programa de Acessibi-lidade do MP-SC. Desta forma, o estudo piloto pôde contribuir para o aperfeiçoamento do Programa, na medida em que antecipou problemas e soluções no de-senvolvimento de ações de fiscalização.
34
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
3.3. Aplicação das Planilhas Técnicas no Colégio de Aplicação
Durante os meses de setembro e outubro de 2005, os bolsistas PET Greyce Kelly Luz, Marcos Vinícius Dias Ra-mos Guerreiro e Milena de Mesquita Brandão, acompa-nhados do bolsista UFSC Jonatan Davi Camboim Bezer-ra realizaram a fiscalização no Colégio de Aplicação.
Como o colégio possui cinco blocos com diferentes fun-ções e tipologias, foi aplicado um conjunto de cinco planilhas para cada um dos cinco blocos. A Planilha 1 refere-se a Áreas de acesso ao edifício; a 2, Saguões, salas de recepção e espera; a 3, Circulação Horizontal; a 4, Circulação Vertical; e a 5, Sanitários para deficien-te físicos. Os quatro bolsistas dividiram-se em duplas para que pudessem realizar os levantamentos. Uma pessoa da dupla fica responsável pelas planilhas, guian-do-a e anotando as informações levantadas, sendo que a outra confere as medidas com trena e fotografa os locais fiscalizados. A greve de professores e servidores federais, ocorrida entre os meses de setembro e de-zembro de 2005, gerou situações atípicas. Se por um lado, a ausência dos servidores do colégio dificultou os levantamentos, pois muitas das salas encontravam-se fechadas, por outro, a paralisação das atividades
acadêmicas (tanto dos bolsistas quanto dos alunos do C.A.) e conseqüente o esvaziamento da escola, permi-tiu que os bolsistas a fiscalizassem mais rapidamente.
A maior dificuldade encontrada pelos bolsistas foi a medição das rampas, principalmente a do Bloco D que liga um pavimento ao outro. A solução encontrada para a medição foi a utilização da trena a laser, gentilmen-te cedida pelo Laboratório de Conforto Ambiental (La-bCon), também do Departamento de Arquitetura e Ur-banismo. Este equipamento emite um raio laser que ao tocar uma superfície, indica sua distância. É indicada para medição de distâncias maiores que um metro.
Por fim, se utilizou a Planilha 6, elaborada pela mes-tranda Monna Michelle Faleiros da Cunha. Esta plani-lha apresenta itens como playground, salas de aula, biblioteca, brinquedoteca, salas de artes, auditório, etc., locais específicos de escolas. Como no Colégio de Aplicação estas atividades estão espalhadas pelos diversos blocos, utilizou-se apenas uma planilha para todos, e conseqüentemente, esta parte da fiscalização foi realizada pelos quatro bolsistas.
37CAPÍTULO 4 - Percepção do Usuário
4. Percepção do usuário
Quando se faz uma leitura espacial de um lugar tão complexo quanto uma escola, é necessário se apro-ximar dos usuários que freqüentam este local. Desta forma, é possível conhecer suas reais necessidades e dificuldades em relação ao espaço em que vivem coti-dianamente. Tentando abranger todas as faixas etárias (Fig. 24, 25 e 26) que estudam no Colégio de Aplicação (C.A.), realizaram-se dois Passeios Acompanhados (ver item 1.4.5) com estudantes cadeirantes (uma aluna da 7ª série do Ensino Fundamental e uma da 1ª série do
Ensino Médio). Como as crianças com deficiência de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental possuem paralisia cerebral, e não falam, optou-se por apenas observar estes alunos em suas atividades na escola e entrevistar seus pais e professores. Ressalta-se que todos os pas-seios, assim como seu registro através de gravações, anotações e fotografias, foram autorizados pelos res-ponsáveis pelos alunos (todos menores de idade), con-forme comprova documentos anexos.
Fig. 24, 25 e 26 - Passeios acompanhados com estudantes de dife-rentes faixas etárias do Colégio de Aplicação.
Fonte: Autoras.
38
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
4.1 - Passeio Acompanhado: aluna de 7ª série do Ensino Fundamental
A estudante Raquel Tamires Vieira foi convidada pela Direção da escola para participar do Passeio Acompa-nhado, realizado no dia 16 de março de 2006, entre 10:00h e 10:40h. Raquel freqüenta a 7ª série do Ensino Fundamental. A estudante não possui ambas as pernas desenvolvidas desde o nascimento e utiliza cadeira de rodas para sua locomoção.
Quando a equipe chegou para o passeio, a estudante estava no pátio coberto do Bloco A conversando com algumas amigas. Indagou-se, então, a estudante so-bre seu relacionamento com as amigas de turma. “É bom. Minhas amigas sempre me ajudam.”, responde Raquel.
Para decidir se o passeio começaria do Pátio Coberto do Bloco A, ou da frente da escola, perguntou-se à me-nina como ela normalmente vinha à escola: “Antiga-
mente meus pais me traziam e minha mãe me levava até a sala, agora eu venho de transporte escolar, que me deixa na entrada do colégio.” (no local para parada de carros, ao lado do Pátio Coberto do Bloco A). Sendo assim, o Passeio Acompanhado começou deste ponto. Antes de iniciar o percurso, a estudante colocou que, para ela, o local onde ela encontra maior dificuldade é o bar (localizado no subsolo do Bloco B) “Mais difícil de ir é no bar, tem que fazer muito esforço.”
O percurso foi escolhido pela própria Raquel, que pre-tendia mostrar aos pesquisadores os locais mais fre-qüentados por ela e suas principais dificuldades. Rumo à sua sala de aula, no segundo pavimento do Bloco D, Raquel passa por passeios irregulares e subdimensio-nados, além de desníveis difíceis de serem transpas-sados. Como a menina sempre conta com o auxílio das amigas, de professores, ou dos pais para se deslocar, a
3�CAPÍTULO 4 - Percepção do Usuário
equipe a auxiliou durante o percurso. O primeiro gran-de obstáculo encontrado pela menina é a rampa que liga o primeiro ao segundo pavimento do Bloco D, a qual possui inclinação fora da Norma NBR 9050/2004: “Minha aula é lá em cima, não consigo subir, tenho que pedir ajuda para os amigos.” Como a circulação do segundo pavimento possui largura e pisos adequados, a estudante se desloca sem dificuldades até sua sala de aula. As portas também apresentam largura apro-priada. Entretanto, nenhuma das salas de aula possui mesa adaptada à cadeira de rodas. Por ter bastante habilidade com os braços, Raquel facilmente se des-loca de sua cadeira de rodas para a cadeira escolar “Sento na cadeira e deixo a cadeira de rodas do lado”. É importante salientar que a inexistência de carteira própria para cadeirantes pode não atrapalhar Raquel, mas talvez seja uma grande barreira para um futuro aluno cadeirante.
Nos corredores do Bloco D, estão locados diversos ar-mários onde os estudantes guardam seus pertences. Raquel ganhou um desses armários da namorada de seu irmão, que já havia saído do Colégio, o qual conforma outra irregularidade: o armário fica em uma altura ina-dequada, muito alta. Assim, a estudante precisa ficar em pé, em sua cadeira, para alcançar o armário. O mesmo ocorre com o bebedouro, que possui apenas uma altura. Quando os pesquisadores perguntam como ela toma água, a menina responde “Normal. Fico em pé do mesmo jeito.”
Raquel participa das aulas nos Laboratórios de Ciên-cias e de Matemática, que ocorrem no térreo do Bloco C, bem ao lado do Bloco D. Com auxílio dos pesquisa-dores, a menina desce a grande rampa do Bloco D. A porta de entrada do Bloco C possui uma rampa com in-clinação inadequada que termina em um degrau: “Essa é mais complicada, tenho que fazer um pouco de es-
forço”, diz a cadeirante, mostrando a manobra arris-cada que faz, de maneira independente, para vencer o degrau “É complicado. Entro de costas por causa do desnível.”. Vencendo a entrada, a menina não passa por mais nenhuma restrição imposta pelo espaço: o corredor, as portas e os laboratórios possuem dimen-sões adequadas.
Como todos alunos da escola, Raquel freqüenta a Bi-blioteca, localizada no Bloco B. A menina, novamente, precisa de ajuda para percorrer o caminho que liga o Bloco B ao C (passando em frente ao Bloco E). Este ca-minho não apresenta degraus, entretanto acompanha o terreno acidentado, o que gera inclinações difíceis de serem vencidas. Ao chegar no Bloco B, a estudante não encontra dificuldades.
A entrada da Biblioteca não permite que Raquel entre com autonomia: a porta é muito pesada e um funcio-nário remove, prontamente, uma mesa, para que ela possa passar, uma vez que a passagem é feita a par-tir de uma catraca. A menina percorre com facilidade entre as estantes, e por ter habilidade de ficar em pé em sua cadeira de rodas, alcança a todas as pratelei-ras. Vale ressaltar, que outra criança cadeirante pode não possuir esta habilidade, sendo necessário deslocar os livros para prateleiras mais baixas. Para consultar o acervo, no computador, a garota se desloca para a cadeira existente, da mesma maneira que faz na sala de aula.
O maior pesar de Raquel é não poder chegar ao bar sem ajuda. Este se localiza no subsolo do Bloco B, sen-do necessário dar uma enorme volta e passar por uma rampa de inclinação acentuada para ali chegar. O Pas-seio Acompanhado terminou no Pátio Coberto do Bloco A, e o percurso para chegar até lá também foi bastante difícil pela irregularidade dos pisos.
40
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
01 02
Passeio do Bloco A ao D
Salas de aula Bloco D
Biblioteca Bloco B
Passeio entre os blocos D e B
Passeio em frente ao Bloco A
41CAPÍTULO 4 - Percepção do Usuário
03 04 05 06
07 08 09 10
11 12
13 14 15 16
Fig. 27 - Percurso e situações encontradas no passeio acompanhado com aluna do Ensino Fundamental (de 5a a 8a série).
Fonte: Autoras.
42
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
4.2 – Passeio Acompanhado: aluna de 1ª série do Ensino Médio
A estudante Mariana Peter possui 17 anos e freqüenta a 1ª série do Ensino Médio, tendo sido indicada pela própria direção da escola para participar deste Passeio Acompanhado. Possui deficiência motora desde os 10 meses de idade e se locomove com uma cadeira de rodas motorizada, a qual utiliza há cerca de dois anos. Esta cadeira deu muita autonomia à adolescente, que vai à escola sozinha, desde sua casa, localizada próxi-ma ao Hospital Universitário (HU).
Como a menina vem sozinha, optou-se por iniciar o Passeio Acompanhado na frente da escola. A estudan-te consegue vencer o terreno acidentado de maneira autônoma pela entrada de carros por possuir cadeira motorizada. Entretanto, o trilho do portão é um de seus primeiros empecilhos: “É, tem que empurrar um pouquinho [...] ou então abrir mais o portão.” E muitas vezes a menina se encontra em situações de risco:“e aqui às vezes tranca.”.
Na chegada ao Bloco A, a menina optou pela rota que seria realizada e, portanto, seguiu em direção à sala de aula, no segundo pavimento do Bloco D. Para esse percurso, Mariana optou por seguir o caminho coberto que segue para este bloco. Verificou-se que o passeio
descoberto não é utilizado pela estudante: “{...} tam-bém dá pra ir por lá, mas [...] ele é muito estreitinho neh, eu não gosto muito.”.
A aluna participa das aulas nos laboratórios, no térreo do Bloco C, no entanto a situação é precária: “não tem rampa, não tem nada”, diz a cadeirante, que se lamenta do desnível existente na porta de acesso a esse bloco.
A rampa que liga o primeiro ao segundo pavimento do Bloco D, na qual se configurava para os pesquisadores um elemento que era o obstáculo mais significativo, para a menina, é vencido sem maiores problemas: “No início eu tinha medo de subir, porque não tava acostu-mada, mas agora é tranqüilo.” Vale salientar, no entan-to, que a facilidade de vencer essa barreira se dá pela utilização da cadeira motorizada. Conta a estudante que com a cadeira não-motorizada o mesmo não era possível: “ [...]eu tinha uma menina que acompanhava eu na escola.”, ressalta a cadeirante da necessidade de ajuda que sentia há dois anos atrás.
Mariana se desloca sem dificuldades até sua sala de aula. A porta possui dimensões adequadas e a estudan-
43CAPÍTULO 4 - Percepção do Usuário
te adentra sem nenhum problema. Durante as aulas, o auxílio da professora é imprescindível para a menina, já que é necessário deslocar a cadeira para o lado, sendo que dessa forma, Mariana pode se acomodar na carteira e apoiar seu material na cadeira que fica ao lado: “pego a cadeira para apoiar a minha mochila.”
A estudante afirma que as cadeiras do fundo da sala de aula não são possíveis de serem utilizadas, uma vez que não existem carteiras escolares e espaço entre elas acessível.
Algumas questões ergonômicas foram questionadas pelos pesquisadores, tais como altura, comprimento, largura e acomodação dos instrumentos de trabalho. Se por um lado a altura da carteira não era problema: “Não faz diferença não, só tem que ser larga pra cabe a cadeira.”, a largura e a presença de um local apro-priado para acomodação de instrumentos é um fator relevante. “Não, eu não gosto, porque escorrega o lá-pis, escorrega borracha”, refere-se à mesa de estudos a adolescente (ver imagens no mapa a seguir).
Mariana confessa que ao deixar a sala para o intervalo, a situação é mais complicada, pois precisa da ajuda de colegas de turma para retirar a cadeira que fica ao lado da sua, apoiando seu material. Afirma também que nessa circunstância, devido à falta de espaço, aca-ba esbarrando em muitos colegas: “Eu vivo batendo nos outros com isso, ai meu Deus!”, situação que nem sempre é bem vista por eles:“Às vezes, eles dizem: opa meu pé tá aqui atrás.”. Os colegas sentem-se in-comodados.
Mariana utiliza com freqüência o banheiro do mesmo bloco e, segundo ela, a porta possui dimensões ade-quadas. No entanto, para utilizar o espaço e os equi-pamentos a menina passa por muitos constrangimen-
tos. Verificou-se que um armário localizado próxima à entrada prejudica seu deslocamento pelo espaço: “É, às vezes é ruim porque bate.”. Quanto à utilização da pia, a menina não se queixou, já que há vão adequado para acomodação da cadeira de roda. O papel higiêni-co fica fora da área dos boxes de sanitários e precisa ser pego antes, encontrando-se em uma altura acima dos valores prescritos pela NBR 9050/2004: “eu não alcanço direito.”
Para utilizar o sanitário adaptado, a estudante pre-cisa realizar algumas manobras: empurrar a porta de correr, que na visão da menina ainda possui um vão estreito: “Podia ser um pouquinho mais largo. Podia ser uma outra porta.”, ao mesmo tempo que ressalta a força que necessita fazer para abri-la. A cadeirante conta aos pesquisadores como se transfere até o sa-nitário: “Ai eu pego tiro o pézinho né (referindo-se a retirada do pé da cadeira), levanto, sento [..]”. Afirma que não consegue colocar a cadeira do lado do vaso sanitário, pois sempre há uma cadeira de plástico que fica dentro desse sanitário: “Ai a porta tem que ser aberta infelizmente [...],, porque daí pra eu consegui empurrar a cadeira pra traz e trazer ela aqui ó, aí não dá.”, explica a estudante. “Pois é, eu não gosto muito de ir no banheiro aqui no colégio porque complica tudo [...] quando eu tô muito apurada eu saio no meio de uma aula, porque o banheiro fica vazio.”, relata a ga-rota em relação ao constrangimento de deixar a porta aberta. E completa: “E quando o banheiro tá entupido é um trabalho. Lá embaixo, não tem nenhum banheiro pra deficiente, só banheiro normal desses aqui.”. Em conversa com a direção, os pesquisadores obtiveram a informação que este sanitário realmente é um caso precário, uma vez que os funcionários do colégio cos-tumam utilizá-lo como depósito de material de limpe-za.
44
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
O bebedouro, em apenas uma altura, não é utiliza-do pela estudante: “Eu não tomo água, porque não dá...”, afirma a menina que já traz a água em uma garrafinha de casa, pela impossibilidade de alcançar o bebedouro: “Quando acaba a garrafinha eu só tomo água em casa”.
Em direção ao Bloco C, a menina desce pela rampa do Bloco D e não encontra problemas maiores, uma vez que, possui certo domínio de sua cadeira de rodas. A porta de entrada do Bloco C possui um desnível signifi-cativo que faz com que a estudante precise entrar de costas: “É bem complicado.”, afirma Mariana.
No Bloco C, a estudante utiliza os laboratórios de ma-temática e de física e não encontra dificuldades para utilização dos equipamentos. Já quanto ao laboratório de biologia, a aluna confessa: “Eu tive uma aula, de biologia no laboratório, [...], quando eu entrei aqui, eles usavam, só que depois que eu entrei eles começa-ram a dá muita pouca aula.”.
No caminho para o Bloco B, pelo passeio aos fundos do colégio, os pisos apresentam-se irregulares e desgas-tados: “Quando eu tô com pressa também, subo aqui sem querer, daí a roda fura.”. A estudante conta al-guns constrangimentos que passa até chegar ao Bloco B, no pátio central coberto, também chamado de gal-pão: “é meio complicado subir. Tem que pedir ajuda, ou então me tira da cadeira”. E ainda completa: “tem um degrau gigante”.
Ao se deslocar para a biblioteca, a menina relata do desconforto que sente por esta possuir uma catraca bem na entrada. Relata que sempre que a utiliza exis-te a necessidade do bibliotecário de afastar a mesa para o lado para que Mariana possa entrar e se deslo-car com segurança, sem que nada a impeça.
A estudante volta pelo mesmo caminho se deslocando para o Bloco A: “Eu dou essa volta gigante pra che-gar lá na frente. Porque eu não gosto desse caminho. A roda fica emperrada ali”, referindo-se ao caminho mais curto que passa pela lanchonete e ao caminho que contorna pela frente o Bloco A. Ressalta que as dimensões do passeio não são adequadas, muitas vezes a cadeira de rodas está no limite desse espaço e que ainda possui grandes dificuldades de se deslocar quan-do ocorre a mudança de piso.
Relata também que não encontra problemas para utili-zar o Bloco A. A rampa da entrada para a direção, ape-sar de estar com uma inclinação elevada, não possui dificuldade. Segundo Mariana, algumas adaptações fo-ram realizadas ao longo do colégio por sua necessida-de. Uma delas é a rampa da porta secundária do Bloco A que dá acesso ao pátio coberto, no entanto, nessa a estudante enfrenta problemas mais significativos, uma vez que a inclinação é mais elevada e em dias de chuva fica escorregadia.
Mariana conta que freqüenta a Educação Física e sem-pre que possível participa das aulas de handebol. Em relação a essas aulas, o colégio tem políticas de in-clusão, o que permite sua participação em todas as atividades como qualquer outra criança.
Durante conversas informais, a estudante relatou ou-tras dificuldades causadas por barreiras atitudinais e físicas. Mariana tem uma irmã gêmea que não tem nenhuma deficiência. A menina estuda no Colégio Ca-tarinense, uma construção com mais de cem anos, onde os desníveis do terreno e as inúmeras escadarias impossibilitam Mariana de estudar com a irmã. Outro fator que a separa da irmã é o fato de que existem pouquíssimos ônibus adaptados, e seus pais não podem
4�CAPÍTULO 4 - Percepção do Usuário
as levar a escola diariamente.
Um outro fato que marcou a vida da estudante foi a discriminação que sofreu quando estudou em um colé-gio militar. Mariana foi reprovada na disciplina de Edu-cação Física, pois não participava dessas aulas, uma vez que os professores não permitiam sua participação por ser cadeirante. Esta situação fez com que a menina quase não se formasse com sua turma. A ausência de uma política de inclusão na escola humilhou a menina mais uma vez, no dia de sua formatura, onde não pôde entrar com seus colegas, e sim com os professores: “porque iria atrasar o batalhão”.
No Colégio de Aplicação alguns preconceitos continu-am não mais da parte dos professores e da direção, mas dos colegas de turma. Durante a pesquisa na esco-la, verificou-se que as turmas de Ensino Fundamental aceitam as crianças com deficiência e fazem com que estas tenham uma importância redobrada. As crian-ças estão livres dos preconceitos estabelecidos pela sociedade. Já nas turmas de Ensino Médio, os adoles-centes vêem as pessoas com deficiências como pessoas diferentes e que não deveriam estar na mesma turma. Tanto ocorreu que Mariana precisou trocar de turma por “brincadeiras” de mau gosto dos colegas de turma, tanto em sala de aula, quanto pela internet, em sites de relacionamento.
É fundamental quebrar esses preconceitos sócio-cultu-rais, que se acontecem em uma escola preocupara com a inclusão, como o Colégio de Aplicação, podem acon-tecer em outras escolas que não tenham esta consci-ência. É de suma importância disseminar políticas de inclusão. Crianças pequenas lidam com as diferenças com naturalidade. Espera-se que a nova geração, que convive com alunos com deficiência desde as primeiras séries do Ensino Fundamental, mude este quadro.
46
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
01 02 03 04
Passeio do Bloco A ao D
Salas de aula Bloco D
Passeio entre
os blocos D e B
Bloco D
47CAPÍTULO 4 - Percepção do Usuário
05 06 07 08
09 10 11 12 13
14 15
16 17 18 19 20
Fig. 28 - Percurso e situações encontradas no passeio acompanhado com aluna do Ensino Médio. Fonte: Autoras.
48
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
A fim de conhecer melhor as dificuldades enfrentadas pelas crianças com deficiência das primeiras séries do Ensino Fundamental os bolsistas marcaram, por inter-médio da Diretoria, um Passeio Acompanhado com Ga-briel, aluno da 1ª série com paralisia cerebral. Inicial-mente, a própria equipe conduziu o menino, que não se desloca de forma autônoma. Posteriormente, foi possível acompanhar as dificuldades que encontra no acesso da escola, com a presença de sua mãe, Paula.
Como as crianças são menores, e menos o espaço da escola, este relato diz mais a respeito do acesso prin-cipal da escola e da integração entre as crianças em sala de aula e em atividades de recreação.
No dia 14 de julho de 2006, a equipe acompanhou uma tarde de Gabriel na escola. Neste dia, sua turma, na qual está presente também outro menino com parali-sia cerebral (César), estava ensaiando uma apresen-tação para a Festa Julina. A professora fez questão
4.3 – Observação de atividades de alunos de 1ª série do Ensino Fundamental e entrevistas informais com professores e pais
que ambos os meninos tivessem papéis importantes na encenação do boi-de-mamão, incentivando assim sua inclusão. Crianças entre 6 e 7 anos de idade não mostram qualquer tipo de preconceito em relação aos alunos com deficiência, pelo contrário, os meninos são adorados, são o centro das atenções. Os estudantes disputam para empurrar a cadeira deles, para lhes dar demonstrações de carinho e afeto. O ensaio estava sendo realizado no galpão do Bloco B.
Ao término do ensaio, a professora decidiu levar a tur-ma ao Pátio Coberto do Bloco D, onde aconteceria a apresentação no dia seguinte. Para sentir as dificulda-des encontradas por quem quer que acompanhe o Ga-briel, uma das pesquisadoras o conduziu até o pátio, pelos caminhos que circundam o Bloco C.
Os empecilhos foram inúmeros: os caminhos são estrei-tos, tortuosos e com diferentes inclinações ao longo do percurso. Requer muito cuidado e habilidade conduzir
4�CAPÍTULO 4 - Percepção do Usuário
uma criança em sua cadeira de rodas. Por muitos ins-tantes, a cadeira quase tombou, devido às irregulari-dades do piso.
O palco montado para a Festa Julina foi motivo de re-clamação por parte da professora: sua estrutura não é estável, e o desnível entre ele e o piso é vencido por uma rampa inadequada. Nestas apresentações a professora sempre fica temerosa pela segurança dos alunos.
Para chegar ao Bloco A, onde ficam as salas de aula do Ensino Fundamental, foi um pouco mais fácil por ser mais plano. Mas pequenos desníveis, como degraus, são vencidos, também, por rampas íngremes e mal acabadas. Na sala, as crianças permaneceram até seus pais chegarem.
A mãe de Gabriel, Paula, quem geralmente o busca, conduziu as pesquisadoras até a entrada e relatou algumas de suas maiores dificuldades causadas pela ausência de acessibilidade espacial na escola: “Nor-malmente eu entro com o carro e estaciono aqui, os guardas já sabem, às vezes quando estão por aqui já abrem pra mim o portão, aqui não vejo tanto proble-ma. O problema que enfrento aqui vou te dizer o que é o acesso, ninguém respeita essa entrada aqui. En-tão, todo o dia é uma briga!”, referindo-se ao portão de carros da escola. E completa: “Porque acho que aqui tinha que ter uma marcação de preferencial, né? Sabe? Eu acho que isso era muito importante: sinaliza-ção e fiscalização também. Dos guardas, né?! Porque as pessoas simplesmente param aqui, e muitas vezes tem gente parada, mas dentro do carro, daí eu vou, peço ah, posso entrar e não sei o que, mas muitas ve-zes eles estacionam carro , largam o carro e vão. O que acontece? Geralmente ta cheio, no horário de sair, eu não tenho como entrar. Daí já me aconteceu várias
vezes de ter que deixar o carro bem longe e ter que vim buscar o Gabriel a pé, porque tem uma criatura estacionada bem aqui.”.
Quando o menino vai a escola com transporte escolar, as dificuldades enfrentadas, agora pela estagiária que o acompanha, são maiores. Isso ocorre porque o ôni-bus não entra na escola, e a inclinação a ser vencida é muito íngreme, e o piso bastante irregular: “Esse piso realmente é complicado. Esse piso é ruim. [...]Então nessa chegada dele, é mais complicado, pois a kombi não sobe aqui, daí ela tem que ir até lá em baixo. Então esse tipo de piso pra mim não é problema, mas para ela é mais complicado . É tanto ruim por ser su-bida como é ruim o paralelepípedo.”
A falta de acessibilidade espacial na escola faz com que outras mães, como é o caso da mãe do César (o outro menino cadeirante do Ensino Fundamental), car-reguem seus filhos no colo. Já Paula, está impossibili-tada de fazê-lo, o que a faz sofrer mais ainda com as condições da escola: “É, eu uso a cadeira, porque eu já estou com desvio de coluna,então eu preciso real-mente me cuidar, me tratar, andar com a cadeira o máximo possível.”. O que acaba facilitando o desloca-mento de Gabriel é o tamanho de sua cadeira: como ele possui boa sustentação, “É, o Gabi ele sustenta le-gal, pra ele essa cadeira é boa., diz Paula, não precisa de uma cadeira com muitos apoios, com muito supor-te, pode utilizar uma cadeira simples e pequena. “A cadeirinha dele é bem legal, bem leve né...eu tenho uma daquelas maiores também, foi uma das primeiras que comprei, mas essa fica em casa, mas depois que descobrir essa, essa pra escola é perfeita.”.
�0
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
01 02 03 04 05
Fig. 29 - Percurso e situações encontradas no passeio acompanhado com aluno do Ensino Fundamental (1a a 4a série). Fonte: Autoras.
�3
�. Resultados
A fim de desenvolver a avaliação das condições de aces-sibilidade espacial no Colégio de Aplicação da UFSC e testar a metodologia que estava sendo desenvolvida e aplicada no Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), o Grupo PET/ARQ/UFSC aplicou as Planilhas Técnicas do Programa de Acessibilidade. Foram ela-boradas seis planilhas técnicas, as quais foram dividas pelo espaço do edifício ao qual se referem, facilitando assim os levantamentos: Planilha 1 – Áreas de acesso; Planilha 2 – Saguões, salas de recepção e espera; Pla-nilha 3 – Circulação Horizontal; Planilha 4 – Circulação Vertical; Planilha 5 – Sanitários para deficiente; Plani-lha 6 – Locais para atividades coletivas.
Como a escola apresenta cinco blocos com usos, formas e tipologias diferenciadas, tendo sido assim, necessá-ria a aplicação de um conjunto com as cinco primeiras planilhas para cada um destes blocos.
No entanto, foi utilizada apenas uma versão da Plani-
5.1. Laudos Técnicos
lha 6, uma vez que ela contempla playground, salas de aula, biblioteca, auditório, laboratórios, etc.; e estas atividades estão espalhadas pelos cinco blocos, na es-cola.
Os dados obtidos nos levantados realizados com base nas Planilhas Técnicas foram sistematizados de forma a gerar um laudo técnico sobre condições de acessibi-lidade espacial da escola. Inicialmente, apresenta-se um zoneamento de cada bloco, indicando a localização das informações a serem apresentadas, e, se utilizan-do a nomenclaturas presentes nas próprias Planilhas Técnicas. Por exemplo, no Bloco A, existem duas Cir-culações Internas. Durante a aplicação das Planilhas, fez-se uma fotocópia da seqüência de perguntas refe-rentes a esse espaço, denominou-se Circulação Interna 1, o corredor das salas de aula do Ensino Fundamental e 2, a circulação do setor administrativo. Indicaram-se todas estas informações, além de se apresentar as funções de cada espaço e seus acessos. Dessa forma,
�4
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
facilmente se identifica o espaço, e suas irregularida-des.
Criou-se uma tabela, semelhante às planilhas, onde se apresenta o item da norma, para facilitar a consulta na mesma. Na seqüência, as componentes de acessibi-lidade espacial, na forma de pictogramas. A avaliação geral reúne diversas respostas da Planilha referentes a um mesmo espaço (como escada externa, rampa externa, circulação interna, áreas de acesso, etc.), apresentando de forma descritiva tanto as regularida-des, quanto às irregularidades referentes à NBR 9050 (e entre colchetes indica-se o sub-item da norma a que refere tal afirmação), além de observações que não constam na norma.
Apresenta-se, em seguida, uma avaliação daquele es-paço através de ícones positivos ou negativos. A exis-tência dos pictogramas das componentes da acessibili-dade espacial e de avaliação permite que o leitor das tabelas, rapidamente, veja se o Colégio de Aplicação, como um todo, apresenta mais regularidades, ou irre-gularidades, e, a quais componentes da acessibilidade estas se referem.
Por fim, apresenta-se uma foto, facilitando tanto sua localização quanto a identificação das irregularida-des.
Já numa linguagem mais técnica, elaborou-se uma lis-ta de prioridades, que é definida pelo MP de Ajuste de Conduta. Este documento possui uma estrutura tam-bém semelhante às planilhas e já indica as melhorias a serem realizadas.
Como na altura do levantamento realizado no Colé-gio de Aplicação, o software do MP-SC para elaboração do laudo ainda estava em desenvolvimento, este não
foi utilizado, tendo sido elaborado o laudo descrito a cima. Este laudo constituiu-se em um Estudo Piloto do Programa de Acessibilidade do MP-SC. E serviu para a definição final do software, assim como para a defi-nição dos componentes a incluir no laudo técnico do programa oficial, como os mapas temáticos e as fotos, elementos fundamentais para a localização rápida das irregularidades.
��CAPÍTULO 5 - Resultados
Identificação da parte do edifício vistoriado(Planta baixa e zoneamento funcional) - BLOCO A
A entrada principal do colégio se dá pelo pátio coberto, bastante utilizado pelos alunos do Ensino Fundamental na hora do recreio e durante as aulas de Educação Física, localizado no Bloco A. Mesmo tendo apenas um pavimento, é um bloco que exige bastante atenção devido sua diversidade de funções:
• Atendimento Paralelo Primário; • Administração Primário (Coordenadoria, Inspetoria, Atendimento aos Pais e Orientação Educacional);• Alimentação (Cozinha e Despensa);• Espaço Artístico (Circulação e Depósito de Artes);• Saúde (Consultórios Médico e Odontológico);• Comunicação (Recepção e Secretária);• Outras Atividades (Projeto, APP e Jornal);Coordenadorias;• Administrativo (Recepção, Salas de reuniões, Vice-Diretoria, Diretoria e Sistematização).
Fig. 30 - Zoneamento das atividades do Bloco A.Fonte: Grupo PET/ARQ/UFSC modificado pelas autoras.
�6
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco A
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
A1
9050/04
6.16.10
PASSEIO NA VIA PÚBLICAOs passeios que dão acesso ao Bloco A possuem largura
adequada [6.10.4], porém são bastante irregulares [6.1.4]. Não existem interferências como poste de
sinalização ou vegetação [6.10.5 / 6.10 .7]. Observa-se a ausência de pisos táteis [ 6.1.3].
A placa do Colégio Aplicação possui tamanho e contraste de cor adequado, todavia está em mau estado
de conservação.
A2 9050/04
6.2
CIRCULAÇÃO DO PASSEIO À ENTRADA DO EDIFÍCIOOs passeios que dão acesso ao Bloco A, são inacessíveis [6.2.1]. Uma das entradas possui uma escada e outra se dá por um passeio com inclinação fora da norma. O piso
é bastante irregular [6.1.1].
A39050/04
9.10
VEGETAÇÃOA vegetação encontra-se fora da faixa de livre
circulação, não possui espinhos e não desprende folhas ou frutos [9.10.1 / 9.10.2 / 9.10.3].
�7CAPÍTULO 5 - Resultados
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco A
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
A49050/04
6.1
ÁREAS EXTERNAS / PÁTIO COBERTOO pátio coberto é bastante utilizado durante o recreio,
da merenda e das aulas de educação física. Existem bancos ao redor do pátio e os pisos encontram-se
regulares e firmes [6.1.1]. Todavia, não há piso tátil de alerta no pátio sinalizando situações que envolvam algum tipo de risco; nem piso guia, já que o espaço é bastante amplo e não existem outros referenciais
[6.1.2].
A5
9050/045.135.146.66.7
4909/94219227
ESCADA EXTERNAA escada externa possui largura adequada (2,75m)
[6.6.4.3], o piso é cimento bruto assim antiderrapante [219], degraus paralelos e espelhos fechados [6.6.1].
Entretanto, a profundidade e espelho dos degraus são irregulares e fora do tamanho descrito pela NBR
9050/04, variando, respectivamente, de 29 a 33 cm e de 13 a 14 cm [6.6.3].
Os corrimãos laterais estão instalados em apenas uma altura (98 cm), dificultando o acesso das crianças [6.7.1 / 6.7.1.6]. Os afastamentos entre os balaústres estão
adequados (9 cm) [227]. Não há sinalização tátil e visual, que alerte os desníveis [5.13 / 5.14.1.2c].
A69050/04
6.5
RAMPAS EXTERNASA rampa de acesso à entrada do Bloco A encontra-se fora da norma, com 25,7 % de inclinação [6.5.1.2 / 6.5.1.3]. A largura desta também inferior da que a
norma preconiza [6.5.1.6].
�8
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco A
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
A7
9050/046.56.9
PORTAS – ENTRADAA porta de duas folhas possui espaço livre de passagem pela abertura quando abertas, no entanto essa sempre se encontra com uma folha fechada, impossibilitando
o uso [6.9.2.1]. A entrada por essa porta se dá por uma rampa externa também inadequada, conforme já citado a cima [6.5.1.2 / 6.5.1.3]. A maçaneta encontra-se de acordo com a norma (1,10m de altura em relação ao
piso e do tipo alavanca) [6.9.2.3].
A8
9050/04
9.59.6
RECEPÇÃOO balcão da recepção mesmo atendendo a norma de
1,05 de altura a partir do piso [9.5.5.1] não permite a aproximação de uma cadeira de roda [9.6.2.1]. Ine-
xistência total de placa de informação que identifique a recepção, de suporte informativo visual e tátil, que possibilite ao usuário localizar-se e identificar o local das diferentes atividades [Art. 6 e 26], como também de equipamentos de tecnologia assistiva que permita a comunicação para surdos e/ou mudo com os funcioná-
rios
A9
9050/04
8.29.4
MOBILIÁRIO PARA ESPERAO mobiliário está localizado fora da faixa livre de
circulação, entretanto não há espaço reservado aos cadeirantes junto ao mobiliário de espera [8.2.1.3.1
/ 9.4], como também um assento destinado a pessoas com mobilidade reduzida (presença de braço removível)
[8.2.1.3.2].
��CAPÍTULO 5 - Resultados
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco A
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
A10
9050/045.25.156.16.76.96.10
PORTAS INTERNASA porta que dá acesso ao setor administrativo é de duas folhas e encontra-se nas mesmas condições de uso que a da entrada: sempre com uma folha fechada impossi-bilitando a passagem (70cm) [6.9.2.1]. As maçanetas
estão a 0,9 m do chão e são do tipo alavanca (conforme a norma) [6.9.2.3].
A11
9050/045.25.156.16.76.96.10
CIRCULAÇÃO INTERNA 1O corredor tem largura e extensão adequadas
[6.9.1.1]. Os extintores de incêndio encontram-se em uma faixa livre de obstáculo, contudo as ban-
cadas rentes à parede poderá ser uma barreira em certos casos específicos [6.10.5]. Os pisos são firmes e regulares, no entanto, são constituídos de material escorregadio [6.1.1]. O que prejudica esse bloco é o fato que não há nenhum tipo de sistema de alarme de incêndio (sonoro e luminoso) [5.2.3], como também não há indicação sonora e visual em saídas de emer-
gências [5.15.1.3].
60
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco A
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
A12
9050/045.25.156.16.76.96.10
CIRCULAÇÃO INTERNA 2O corredor tem largura e extensão adequadas, res-pectivamente, de 2,25m e de 10,8m [6.9.1.1]. Os extintores de incêndio encontram-se em uma faixa livre de obstáculo [6.10.5]. Os pisos são revestidos
com material antiderrapante, firme, regular e estável [6.1.1]. O que prejudica esse bloco é o fato que não
há nenhum tipo de sistema de alarme de incêndio (sonoro e luminoso) [5.2.3], como também não há indicação sonora e visual em saídas de emergências [5.15.1.3]. Vale citar e verificar junto à foto que a
comunicação visual dessa circulação é extremamente ruim, prejudicando a informação.
A13
9050/049.19.2
TELEFONE PÚBLICO E BEBEDOUROSEncontram-se na área externa do bloco. O telefone não
é acessível à cadeirantes, por estar a uma altura de 1,25m [9.2.1.2 / 9.2.5.1 / 9.2.5.2] e não existe tele-fone TDD (Telefone que Transmita mensagem de Tex-
to)[9.2.3]. O bebedouro está acessível para as crianças [9.1.2.1], entretanto é desconfortável para as outras
faixas etárias, uma vez que a cantina da escola encon-tra-se nesse bloco e todos usufruem desse equipamen-
to.
--
61CAPÍTULO 5 - Resultados
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco A
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
A14
9050/04
5.46.16.97.27.3
SANITÁRIOS PARA DEFICIENTES FÍSICOSDentro de toda preocupação que o colégio teve em adaptar um banheiro aos deficientes físicos, esse se encontra inacessível já na porta de entrada. Essa possui um vão livre de 77 cm, impossibilitando a
entrada de uma cadeira de rodas [6.9.2.1]. A porta do sanitário para deficiente físico é de correr, contudo, extremamente pesada para o uso das crianças com certas restrições [7.3.3.4]. Não há bacia sanitária
infantil instalada no banheiro [7.2.2]. A maioria dos acessórios do sanitário está localizada dentro da faixa de alcance confortável, com exceção da saboneteira a
1,27m [7.3.8]. As barras de apoio possuem comprimento de acordo com a norma (80 cm), no entanto não estão a uma altura adequada (87cm) [7.3.1.2]. Há uma área
de livre de aproximação com dimensões acessíveis dentro do box do sanitário [7.3.1.3] e em frente ao lavatório [7.3.6.1], esse está fixado a uma altura de 70 cm em relação ao piso (abaixo do recomendado
pela norma) [7.3.6.2], no entanto devemos levar em consideração o uso deste equipamento, que se dá pelas crianças da educação infantil. Os pisos do banheiro são antiderrapantes, regulares e estáveis [6.1.1].Verifica-se um problema no lavatório: as torneiras são manuais dificultando o uso universal (necessidade de ser do tipo alavanca ou por sensores) [7.3.6.3]. Não há contraste de cor entre os equipamentos e a parede. Não existe sinalização identificando a localização dos sanitários no edifício, nem símbolo internacional de sanitários
identificando o tipo de sanitário (masculino, feminino) [5.4.4.1].
62
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco A
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
A15
9050/045.28.28.6
SALA DE AULANão há nenhum suporte informativo visual e tátil
(nome, função) no corredor que permita sua identificação [5.2.2]. Está localizada em uma rota acessível, possibilitando o acesso às demais áreas
internas e externas do edifício [8.6.2].O mobiliário escolar é direcionado a faixa etária
das crianças, as mesas são mais baixas que as tradicionais e as cadeiras são largas, tornando confortável para todos os tipos de crianças,
inclusive nos casos de obesidade [8.2.1.3.3]. Existe um corredor acessível e uma aproximação lateral do cadeirante até a lousa, no entanto, não há nenhuma
mesa adaptada para cadeirantes [8.6.8].
A16
9050/045.26.16.107.4
PARQUE INFANTILLocaliza-se na parte frontal da edificação. Não se observa nenhum suporte informativo visual ou tátil que o identifique [5.2.2].O passeio até o parque é repleto de interferências que vão
desde a superfície do piso que é de areia e grama [6.10.5 / 6.10.7] até grandes desníveis [6.1.4]. Os bancos para descanso encontram-se apenas
no pátio coberto ao lado do parque, distante do local [7.4.1]. Em suma, esse parque e todos seus equipamentos são totalmente inacessíveis pessoas
com deficiência motora.
63CAPÍTULO 5 - Resultados
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco A
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
A17
9050/045.25.35.128.28.6
SALA DE PROFESSORESEstá localizada em uma rota acessível,
possibilitando o acesso às demais áreas internas e externas do edifício [8.6.2].O mobiliário possui dimensões que permitem seu uso com conforto de acordo com o tipo de usuário [8.2.1.3.3], ausência
de uma mesa para cadeirante [8.6.7].Não há nenhum suporte informativo visual e tátil
(nome, função) no corredor que permita sua identificação [5.2.2 / 5.3 / 5.12].
A18
9050/045.28.6
LABORATÓRIO DE INFORMÁTICAHá identificação do laboratório em cima da porta, local não muito apropriado, pois essa informação
é de difícil visualização [5.2.2]. Está localizado em rota acessível, possibilitando o acesso às demais áreas internas e externas do edifício [8.6.2]. As mesas são vazadas, possibilitando o acesso aos cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida
[8.6.7]. Não há computador com programa específico de interação para as pessoas com
restrição visual
64
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco A
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
A19
9050/045.25.35.128.7
COZINHA PARA MERENDA (REFEITÓRIO)O colégio é carente de um refeitorio. Uma
cozinha, aberta para o pátio coberto, distribui pela janela os lanches, que são efetuadas ao longo
do pátio coberto, sem qualquer aparato, como mesas, cadeiras ou bancadas [8.7.2]. Totalmente insuficiente de suporte informativo visual e tátil
no corredor que permita a identificação da cantina [5.2.2 / 5.3 / 5.12].
A20
9050/045.25.35.128.48.7
CONSULTÓRIO MÉDICO E ODONTOLÒGICOSão identificados por uma placa em cima da porta.
Mas, essa informação é de dificil visualização. Não há nenhum suporte informativo tátil (nome, função) no corredor que permita a identificação
desses ambientes [5.2.2 / 5.3 / 5.12]. Não há mesas adaptadas a cadeirantes [8.7.2]. O acesso em ambos
é efetuado por rota acessível [8.4.2]. Há escada de acesso a maca. E os armários têm altura que promove segurança quanto ao acesso da criança.
Verificou alguns problemas no consultório odontológico: não havia cadeado nos armários para
acesso restrito e contraste de cor entre piso, parede e móveis.
6�CAPÍTULO 5 - Resultados
Laudo Técnico Bloco AIdentificação do problema
avaliado Alterações obrigatórias de acordo com a norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco A:
Vide tabela item:
PASSEIO NA VIA PÚBLICA
Planilha 1 1.5 a 1.17
[6.1.4] Os desníveis presentes no passeio apresentam-se com alturas superiores a 1,5 cm, desta forma, devem ser tratados como degrau, sendo necessário executar rampas, com inclinação máxima de 8,33%. A1
[6.1.3] Deve-se colocar piso tátil direcional, que conduza o pedestre à entrada do edifício. E, piso tátil alerta que identifique a presença de obstáculos (postes vegetação, etc.) e desníveis.
CIRCULAÇÃO DO PASSEIO À ENTRADA DO EDIFÍCIO
Planilha 1 1.18 a 1.22
[6.2.1] Criar ao menos uma rota livre de obstáculos que permita a entrada ao colégio.
A2[6.1.1] Todos os pisos devem ter superfícies regulares, firmes, estáveis, e antiderrapantes.
ÁREAS EXTERNAS / PÁTIO COBERTO
Planilha 1 1.25 a 1.28
[6.1.2] Deve-se colocar piso tátil direcional, que conduza o pedestre às principais funções próximas ao pátio coberto (xerox, janela da merenda, direção, salas de aula). E, piso tátil alerta que sinalize os obstáculos (postes vegetação, etc.) e desníveis.
A4
[6.5.1] Deve-se construir uma rampa entre o pátio coberto e a entrada de veículos.
ESCADA EXTERNA
Planilha 1 1.30 a 1.54
[5.13] Deve-se acrescentar uma faixa de material antiderrapante e com contraste (de 2 cm a 3 cm de largura) na borda do piso que alerte o desnível.
A5[5.14] Colocar piso tátil alerta no início e no fim da escada. [6.6.3] Deve-se regularizar a escada na entrada do edifício: espelhos
devem possuir entre 16 cm e 18 cm; os pisos devem possuir entre 28 cm e 32 cm.
[6.7.1.1] Colocar corrimãos, em duas alturas nos dois lados da escada.[6.7.1.6] Os corrimãos devem estar instalados a 92 e 70 cm
de altura em relação ao piso A5
66
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco AIdentificação do problema
avaliado Alterações obrigatórias de acordo com a norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco A:
Vide tabela item:
RAMPAS EXTERNAS
Planilha 11.55 a 1.73
[6.5.1.2] Rampas externas (acesso à entrada do bloco) devem possuir inclinação de no máximo 8,33%. A6
[6.5.1.6] A rampa deve ter largura mínima de 120 cm.
RECEPÇÃOPlanilha 22.5 a 2.29
[9.6.2.2] O balcão de recepção deve possuir abertura livre inferior de no mínimo 50 cm.
A8A9
[9.4.1] O espaço para pessoas cadeirantes deve possuir as dimensões mínimas de 80 cm por 120 cm, acrescido de faixa de no mínimo 30 cm de largura, localizada na frente, atrás ou em ambas posições. Os assentos para pessoas com mobilidade reduzida devem possuir um espaço livre frontal de no mínimo 60 cm.
[9.4.2] Ao lado do assento fixo (banco) deve ser garantido um espaço (dimensões de 120 cm x 80 cm) para acomodação de uma pessoa com cadeira de rodas sem interferir com a faixa livre de circulação
PORTAS INTERNAS
Planilha 22.30 a 2.36
[6.9.2.1] Todas as portas devem ter vão livre de 80 cm e altura mínima de 210 cm. A porta de duas folhas na entrada deste bloco deve possuir também dimensão mínima de abertura de 80 cm.
A10
CIRCULAÇÃO INTERNA
Planilha 22.37 a 2.50
[6.10.5] As bancadas rentes à parede do corredor das salas de aula devem ser retiradas, para que as paredes fiquem desobstruídas e isentas de interferências e obstáculos.
A11A12
[6.1.1] Trocar os pisos do corredor das salas de aula por um em material antiderrapante.
[5.15] Colocar sistema de alarme de incêndio (sonoro e luminoso).Indicar as rotas de fuga, através de sinalização visual e pisos tátil direcional, além de indicar as saídas de emergências do colégio (através de alarme sonoro e visual)
67CAPÍTULO 5 - Resultados
Laudo Técnico Bloco AIdentificação do problema
avaliado Alterações obrigatórias de acordo com a norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco A:
Vide tabela item:
TELEFONE PÚBLICO
Planilha 22.51 a 2.54
[9.2.1.2] Deve ser instalado um telefone público acessível. A parte superior operacional do telefone deve estar a uma altura de no máximo 120 cm. Deve estar instalado suspenso com uma altura livre inferior a 73 cm. Dentro de todas as outras dimensões mencionadas na norma.
A13
BEBEDOUROS Planilha 22.55 a 2.57
[9.1.1] Pelo menos 50% dos bebedouros de cada pavimento devem ser acessíveis e estar localizados em rotas acessíveis.
[9.1.2] A bica deve estar localizada no lado frontal do bebedouro, possuir altura de 90 cm e permitir a utilização por meio copo.
[9.1.3] O bebedouro acessível deve possuir altura livre inferior de no mínimo 73 cm do piso acabado e um espaço de do mínimo 50 cm para aproximação da cadeira.
SANITÁRIOS Planilha 55.1 a 5.40
[6.9.2.1] Ampliar o vão livre da porta de entrada ao banheiro (mínimo 80 cm).
A14
As portas dos sanitários para pessoas com deficiência devem ser trocadas por outra de fácil mobilidade (pode ser do tipo sanfona)
[7.2.2] Instalar bacia sanitária infantil.[7.3.1.2] As barras de apoio da bacia devem estar a uma altura de 75
cm.[7.3.6.3] Trocar as torneiras por do tipo alavanca ou sensores.[5.4.4.1] Identificar a localização dos sanitários no colégio, com símbolo
internacional de sanitários identificando o tipo (masculino, feminino).
[7.2.3] Instalar fraldário infantil no banheiro (mesa para troca de fraldas com dimensões mínimas de 80 x 180 cm a 46 cm de altura em relação ao piso, provida de barras de apoio.
68
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco AIdentificação do problema
avaliadoAlterações obrigatórias de acordo com a
norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco A:
Vide tabela item:
SALAS DE AULAPlanilha 6
6.14 a 6.21
[Art. 6 e 26] [5.2.2]
Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação da sala de aula.
A15[8.6.8] As lousas devem ser acessíveis e instaladas a uma altura inferior máxima de 90 cm do piso. Deve ser garantida a área de aproximação lateral e manobra da cadeira de rodas.
PARQUE INFANTIL
Planilha 6 s/n
[Art. 6 e 26] [5.2.2]
Colocar suporte informativo visual ou tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que identifique esse ambiente.
A16[6.10.5] Colocar uma pavimentação no parque que o torne acessível a todas as crianças.
[6.1.4] Corrigir as áreas com desníveis, incluindo execução de rampa.
SALA DOS PROFESSORES
Planilha 6s/n
[Art. 6 e 26]
[5.2.2]
Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação da sala dos professores.
A17
COZINHA PARA MERENDA
Planilha 6s/n
[8.7.2] Criar um refeitório que atenda todos os estudantes e que tenha todo um aparato acessível (mesa, cadeira, bancada).
A19[Art. 6 e 26]
[5.2.2]
Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação da cantina.
6�CAPÍTULO 5 - Resultados
Laudo Técnico Bloco AIdentificação do problema
avaliadoAlterações obrigatórias de acordo com a
norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco A:
Vide tabela item:
CONSULTÓRIO MÉDICO E ONDOTOLÓGICO
Planilha 6s/n
[Art. 6 e 26]
[5.2.2]
Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação do consultório.
A20
[9.3.1] Pelo menos 5% das mesas, ou no mínimo uma, devem ser acessíveis, recomenda-se que pelo menos outros 10% sejam adaptáveis.
[9.3.2] As mesas devem estar localizadas junto às rotas acessíveis.
[9.3.3] As mesas devem possuir altura inferior mínima de 73 cm do piso acabado. Deve ser garantido um espaço para aproximação frontal de 50 cm. Ao redor da mesa, deve haver uma faixa de livre circulação de, no mínimo, 90 cm.
[9.3.4] Deve estar entre 75 e 85 cm do piso acabado.
TDD -[9.2.3] Deve ser instalado pelo menos um telefone que transmita
mensagens de texto (TDD). -[5.4.4.4] Deve ser utilizada sinalização conforme item da norma.
70
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco AIdentificação do
problema avaliado Alterações recomendadasOnde? N° e item
da planilha A alterar no Bloco A:Vide
tabela item:
RECEPÇÃOPlanilha 22.5 a 2.29
Instalar equipamentos de tecnologia assistiva (Telefone de textos, programas computacionais), que permita a comunicação para surdos e/ou mudo com os funcionários.
A8
CIRCULAÇÕES E BANHEIROS
Planilha 22.37 a 2.50 Planilha 55.1 a 5.40
Melhorar a comunicação visual do colégio em geral, principalmente nas circulações.Dar contraste entre os equipamentos e a parede, nos banheiros. A11
A12A14
LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA
Planilha 6s/n
Colocar sistema computacional com tecnologia assistiva que permita a utilização por estudantes com algum tipo de deficiência cognitiva. A18
71CAPÍTULO 5 - Resultados
Identificação da parte do edifício vistoriado(Planta baixa e zoneamento funcional) - BLOCO B
O bloco B é composto por dois edifícios interligados. O primeiro remete a forma de um galpão, bastante utilizado pelas crianças, contornado pelas salas de aula de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental. O bloco possui um ático desativado; uma cozinha, uma lanchonete e um anfiteatro compõe o subsolo. Além das salas, no pavimento prin-cipal, localizam-se Salas de Dança, Teatro, Cerâmica e Fotografia, Biblioteca, Grêmio Estudantil, Brinquedoteca e Videoteca.
Fig. 31 - Zoneamento de atividades Bloco B. Fonte: Grupo PET/ARQ/UFSC modificado pelas autoras.
72
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco B
N°Lei /
ArtigoC Avaliação Foto
B1
9050/04
6.16.66.10
4.909 / 94209
PASSEIO DO BLOCO A AO B / ESCADA EXTERNA / ACESSO PRINCIPAL DO EDIFÍCIO
Os passeios vindos do bloco A são o principal acesso para o bloco B. Possuem largura inadequada (entre 90 e 120 cm) [6.10.4], e são bastante irregulares [6.1.1], possuindo desníveis de até 18 cm [6.1.4].
Uma escada de 22 degraus marca a entrada do edifício [226], tornando-o inacessível. Existem dois patamares para descanso com formatos poligonais
e irregulares [6.6.5.2]. Sua largura é adequada (190 cm), porém a profundidade e o espelho dos
degraus são irregulares e fora do tamanho descrito pela norma, respectivamente, 36 cm e de 12 cm [6.6.4.3 / 6.6.1 /6.6.3]. Não existem corrimãos [6.7.1]. Um muro (com altura variando de 80 a
215 cm) e a parede do próprio bloco configuram os guarda-corpos [6.7.2].
Janelas maxi-ar distanciadas 1,20 m do piso são um perigo aéreo para os usuários.
Não há bancos para descanso ou estar, porém o percurso não é muito longo. Observa-se a ausência
de pisos táteis [6.1.2]. Não existe nenhuma sinalização que indique o bloco e suas funções.O acesso ao edifício é aberto. Não possui porta.
73CAPÍTULO 5 - Resultados
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco B
N°Lei /
ArtigoC Avaliação Foto
B29050/04
6.16.10
PASSEIO DO BLOCO E AO BOs passeios vindos do Bloco E ligam o Bloco B aos
“fundos” da escola e são principalmente utilizados pelos alunos que vão às salas de artes e pelos alunos que vêm à biblioteca. Não são nivelados, possuem
certa irregularidade e largura inadequada (entre 100 e 120 cm) [6.1.1/ 6.10.4]. Seriam necessários bancos de descanso, pois o percurso é bastante longo (chega ao
Bloco D).Não há pisos táteis ou qualquer tipo de sinalização que
indique o bloco e suas funções [6.1.2].
B3
9050/045.146.56.66.7
9077/014.6
ACESSO SECUNDÁRIO DO EDIFÍCIO / RAMPAS EXTERNAS
Não há porta de entrada. O acesso é aberto.A rampa que vence o pequeno desnível da entrada secundária do Bloco E possui largura adequada (192
cm) [6.5.1.6], porém sua inclinação está fora da norma (20,8%) [6.5.1.2 / 6.5.1.3]. São desnecessários
corrimãos e guarda-corpos [4.6.27/ 6.7.2]. Entretanto a ausência de sinalização tátil e piso impróprio atrapalha
o desempenho da rampa [5.14.1.2c]
B4 9050/049.10
VEGETAÇÃOEm ambos os acessos, os elementos da vegetação não
atrapalham a livre circulação [9.10.1 / 9.10.2 / 9.10.3]. Pelo contrário, qualificam o espaço, melhorando o
microclima.
74
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco B
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
B5
9050/049.59.6
SAGUÃO: GALPÃO CENTRALO galpão central possui dimensões generosas
33mx10m e faixa livre de obstáculos [6.9.1.1]. O piso de granito é antiderrapante e encontra-se desgastado
e escorregadio [6.1.1]. O galpão está todo em um mesmo nível [6.1.4]. A sinalização visual é bastante precária, e se encontra apenas nas portas. Não são padronizadas, não estão na forma de pictogramas e têm péssimo contraste figura e fundo [5.5.2]. Não há sinalização de rotas acessíveis [6.2.6]. Observa-se a ausência de pisos táteis [6.1.3]. Sem piso-guia,
extintores fixados na parede (a uma altura de 1,17 m do piso) tornam-se obstáculos aéreos para deficientes visuais, ainda que a faixa de livre circulação esteja
dentro do tamanho descrito pela norma [6.10.5]. Não existem alarmes de incêndio e indicação sonora e
visual nas saídas de emergência [5.2.3].
B69050/04
6.16.9
PORTAS INTERNAS / RAMPA DE ACESSO AOS SANITÁRIOS
As portas internas possuem vãos livres adequados (mínimo 80 cm) [6.9.2.1]. As maçanetas estão a 1,00 m do chão e são do tipo alavanca (conforme a norma) [6.9.2.3]. Entretanto, os desníveis entre a circulação
do saguão e as salas aulas variam de 11 a 18 cm, formando degrau na porta das salas de aulas (barreira intransponível) [6.1.4]. Há rampas presentes apenas nas portas dos banheiros, essas rampas apresentam inclinação mais elevada do que a norma preconiza
(28,8%) [6.5.1.2 / 6.5.1.3].
7�CAPÍTULO 5 - Resultados
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco B
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
B7
9050/045.25.45.55.156.16.26.76.10
CIRCULAÇÃO INTERNAO corredor possui dimensões adequadas (7,93m x 50,45m), respeitando a norma, e faixa livre de
obstáculos [6.9.1.1]. O piso é nivelado, porém não é revestido de material antiderrapante, firme, regular e estável [6.1.1]. Não há sinalização de rotas acessíveis. Observa-se a ausência de pisos táteis [6.1.3]. Não há alarmes de incêndio e indicação sonora e visual nas
saídas de emergência [5.15.1.3].
B8
9050/045.146.16.56.66.7
9077/014.6
RAMPA INTERNAEssa, além de apresentar uma elevada inclinação
(37,5%) [6.5.1.2 / 6.5.1.3], não possui corrimão em suas laterais [4.6.27]. Não há também, na rampa,
pisos guia, além do mais, o próprio piso - apesar de ser antiderrapante - encontra-se bem desgastado
[5.14.1.2c / 6.1.1].
76
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco B
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
B9
9050/045.135.146.66.7
4.909/94209219226227
ESCADA INTERNAA escada interna liga o pavimento principal a um subsolo, onde se localizam uma cozinha, uma lan-
chonete (a única de toda a escola) e um anfiteatro. O acesso a esse pavimento pode ser dar também
pela quadra de esportes. A escada possui 16 degraus [226], pisos de material incombustível – piso de
granito- e antiderrapante [219], espelhos fechados e degraus paralelos entre si [6.6.1]. Sua largura é ade-
quada 1,20 m [6.6.4.3], porém o piso e o espelho dos degraus são irregulares e fora do tamanho descri-
to pela norma (0,28m ≤ p ≥ 0,32; 0,16 ≤ e ≥ 0,18) [6.6.3]. Não existem corrimãos [6.7.1 / 6.7.1.6]. Os guarda-corpos são configurados pelas paredes da edi-ficação de um lado e por uma mureta de outro com altura de 0,75m [227]. Em determinado ponto da escada, a laje dificulta a passagem de pessoas mais altas, pois a altura é de 1,69 m. Não há sinalização tátil ou diferenciação por contraste que indique os
desníveis da escada [5.13 / 5.14.1.2c].
B10
9050/045.49.19.2
TELEFONE PÚBLICO E BEBEDOUROSNão há telefone público em altura adequada para cadeirante e crianças [9.2.1.2 / 9.2.5.1 / 9.2.5.2]. Não existem telefones com amplificador de sinal ou que transmita mensagem de texto (TDD) [9.2.2.1].
Observa-se a ausência de bebedouros [9.1.2.1].
77CAPÍTULO 5 - Resultados
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco B
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
B11
9050/045.15.25.45.56.16.97.27.3
Dec.5296/04Art.22
SANITÁRIO PARA DEFICIENTES FÍSICOSOs sanitários para deficientes físicos localizam-se no galpão central, juntamente com os sanitários femininos e masculinos, em uma rota acessível (há rampa na entrada). Dentro do Box da bacia, a área de manobra respeita a norma (1,50 x 1,85 m) [7.3.1.1 / 7.3.3.1] e 0,80 m para circulação
[6.9.2.1]. Entretanto, a bacia sanitária está 4 cm mais alta do que o indicado pela norma [7.3.1.3]. As barras de apoio laterais estão 18 cm acima da altura descrita na norma. Porém, o comprimento das barras respeita a NBR 9050 [7.3.1.2]. A porta do Box do vaso sanitário é de correr, entretanto
é bastante pesada e seu puxador não é horizontal (respeitando apenas a altura adequada, 1,10 m e vão de 0.80m) [6.9.2.4 / 6.9.2.1]. Em frente ao lavatório, a área livre de aproximação está adequada (1,15 x 6,35 m). Os lavatórios são
suspensos, e as alturas respeitam a norma (78 cm, do lavatório e 72 cm, livre) [7.3.6.2]. Todavia, as torneiras não são do tipo alavanca e sim de girar [7.3.6.3]. Os acessórios estão a uma altura que dificultam o uso (a 1,65 m do piso) [7.3.8]. Não
existe bacia infantil [7.2.2]. As válvulas de descarga estão em posição adequada, mas se faz necessária a mudança de seu modelo para alavanca ou algum
tipo de mecanismo automático [7.3.6.3]. Não há qualquer tipo de sinalização que indique sua
existência e sua localização [5.4.4.1]. Não existe sinalização de emergência ao lado da bacia para
acionamento em caso de queda.
78
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco B
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
B12
9050/045.15.25.38.6
SALA DE AULAEssas salas são referentes às salas de recuperação de estudo. A identificação da mesma está presente
apenas nas respectivas portas [5.2.2]. Há um desnível significativo na entrada de 18 cm. [6.1.4].
Não se encontrou mobiliário pensado para cadeirantes ou pessoas obesas [8.6.7].
As lousas não estão situadas de acordo com a norma (1,00m em relação ao piso) [8.6.8].
B13
9050/045.28.28.59.4
QUADRA DE ESPORTESO Colégio de Aplicação não possui ginásio, apenas uma
quadra de esportes aberta, com acesso precário. Não há suportes informativos, de nenhuma natureza, indicando o caminho, além de ser um laborioso percurso [5.2.2].
Observa-se a ausência de espaço reservado para cadeirante [9.4 / 8.2.1.3.1]. Não há arquibancada ou qualquer outro espaço para observação. Não há contraste nas cores da pintura do piso da quadra,
traves, redes e cestas, tampouco guarda-corpo que protejam a quadra. Existem sanitários próximos a quadra, estes já foram descritos a pouco (bloco B)
[8.5.1.5]. O trajeto não é longo, porém há necessidade de ser adaptado.
7�CAPÍTULO 5 - Resultados
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco B
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
B14
9050/045.35.25.45.128.7
BIBLIOTECANão existe qualquer tipo de informação que identifi-que a biblioteca [5.2.2 / 5.3 / 5.12]. Logo na porta de entrada, há um degrau dificultando a passagem de cadeirantes a altura do degrau é de 3 cm . Mais
adiante, existe uma catraca que impede a passagem de cadeirantes e obesos, no entanto se deslocasse a
mesa que se encontra ao lado da catraca esse poderia ser um acesso alternativo. No local, existem 7 mesas que podem ser usadas por cadeirantes, com dimen-
sões que respeitam a norma [8.7.2]. As estantes estão distanciadas de forma adequada com distancia
de 0,9m entre elas. [8.7.3]. A altura das estantes chega a 2,1m. Existe nos corredores espaço para
rotação de 180º da cadeira de rodas 7,8m por 1,66m. Existe um terminal de computador acessível a cadei-rantes [8.7.6]. Observa-se a ausência de terminal de consulta por meio de computadores com programa específico de interação para pessoas com restrição
visual.
80
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco B
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
B159050/04
8.69.3
BRINQUEDOTECAA brinquedoteca do colégio está sofrendo ampliações.
A aplicação das planilhas foi feita na parte antiga. Uma pequena folha sem contraste fundo figura e com
reflexo é a única identificação do local. O mobiliário foi planejado para as crianças e há uma mesa coletiva com
espaço para cadeirante e outra com altura adequada para crianças [8.6.6 / 9.3.4]. O local tem espaço
adequado 2,00m x 1,80m para que possa ser realizadas manobras com cadeira de roda.
As estantes e prateleiras possuem altura de 1,40 m, sendo acessíveis para todos [8.6.6]. A sala localiza-se ao lado da biblioteca, em uma rota acessível. Entretanto, não há piso que absorva impacto de eventuais quedas.
O espaço foi pensado como um para ser lúdico e permite a socialização de crianças com diferentes habilidades. Existe contraste entre piso, parede e
móveis: o espaço é bem colorido.
81CAPÍTULO 5 - Resultados
Laudo Técnico Bloco BIdentificação do problema
avaliadoAlterações obrigatórias de acordo com a
norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco B:
Vide tabela item:
ESCADA EXTERNA
(Acesso do Bloco A ao B)
Planilha 11.30 a 1.54
[5.13] Deve-se acrescentar uma faixa de material antiderrapante e com contraste (de 2 cm a 3 cm de largura) na borda do piso que alerte o desnível.
B1
[5.14] Colocar piso tátil alerta no início e no fim da escada.[6.6.3] Deve-se regularizar a escada na entrada do edifício:
espelhos devem possuir entre 16 cm e 18 cm; os pisos devem possuir entre 28 cm e 32 cm.
[6.6.5.2] Entre os lances de escada devem ser previstos patamares com dimensão longitudinal mínima de120 cm. Os patamares situados em mudanças de direção devem ter dimensões iguais à largura da escada.
[6.7.1.1] Colocar corrimãos, em duas alturas nos dois lados da escada. Os corrimãos devem estar instalados a 92 e 70 cm de altura em relação ao piso.
PASSEIO DO BLOCO E AO B
Planilha 11.5 a 1.17
[Art. 6 e 26] [5.2.2]
Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação do bloco no interior do colégio.
B2
[6.1.1] Repor os pisos do passeio que se encontram desgastados para obter superfície uniforme e lisa
[6.1.3] Deve-se colocar piso tátil direcional, que conduza o pedestre à entrada do bloco. E, piso tátil alerta que alerte obstáculos (postes vegetação, etc.) e desníveis.
[6.1.4] Os desníveis presentes no passeio apresentam-se com alturas superiores a 1,5 cm, desta forma, devem ser tratados como degrau, sendo necessário executar rampas, com inclinação máxima de 8,33%.
[6.10.4] Os passeios devem incorporar faixa livre com largura mínima de 120 cm.Trocar as janelas maxi-ar do bloco que são abertas para o passeio (altura livre mínima de 210 cm).
82
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco BIdentificação do problema
avaliadoAlterações obrigatórias de acordo com a
norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco B:
Vide tabela item:
RAMPAS EXTERNAS
Planilhas 11.55 a 1.73
[6.5.1.2] As rampas externas (acesso à entrada do bloco) devem possuir inclinação de no máximo 8,33%. B3
[6.5.1.6] A rampa deve ter largura mínima de 120 cm.
SAGUÃO(GALPÃO CENTRAL)
Planilha 22.5 a 2.29
[6.1.1] Repor os pisos do passeio que se encontram desgastados para obter superfície uniforme e lisa
B5
[Art. 6 e 26] [5.2.2]
Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação das atividades em cada sala.
[6.1.3] Deve-se colocar piso tátil direcional, que conduza o pedestre do saguão até a entrada de cada sala. E, piso tátil alerta que alerte obstáculos e desníveis.
[5.2.3] Remover os extintores de incêndio ou criar nichos nas paredes para que não sejam obstáculos aéreos.
[5.15.1.3] Colocar sistema de alarme de incêndio (sonoro e luminoso) e indicar a saída de emergência do colégio (através de alarme sonoro e visual).
PORTAS INTERNAS
Planilha 22.30 a 2.36
[6.1.4] Os desníveis presentes nas portas possuem alturas superiores a 1,5 cm, desta forma, devem ser tratados como degrau, sendo necessário executar rampas, com inclinação máxima de 8,33%.
B6
83CAPÍTULO 5 - Resultados
Laudo Técnico Bloco BIdentificação do problema
avaliadoAlterações obrigatórias de acordo com a
norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco B:
Vide tabela item:
CIRCULAÇÃO INTERNA
Planilha 22.37 a 2.50
[6.1.1] Trocar os pisos do corredor por um material antiderrapante. Os pisos que estiverem desgastados devem ser removidos.
B7[6.1.3] Deve-se colocar piso tátil direcional, que conduza o pedestre do saguão até a entrada de cada sala. E, piso tátil alerta que alerte os obstáculos e desníveis.
RAMPA INTERNA Planilha 44.75 a 4.94
[6.5.1.2] As rampas devem possuir inclinação de no máximo 8,33%.
B8
[6.7.1.1] Colocar corrimãos, em duas alturas nos dois lados da rampa.
[6.7.1.6] Os corrimãos devem estar instalados a 92 e 70 cm de altura em relação ao piso
[6.1.1] Trocar os pisos do corredor por um material antiderrapante. Os pisos que estiverem desgastados devem ser removidos.
ESCADA INTERNA
Planilha 44.48 a 4.74
[6.6.3] Deve-se regularizar a escada na entrada do edifício: espelhos devem possuir entre 16 cm e 18 cm; os pisos devem possuir entre 28 cm e 32 cm.
B9
[6.7.1.1] Colocar corrimãos, em duas alturas nos dois lados da escada.
[6.7.1.6] Os corrimãos devem estar instalados a 92 e 70 cm de altura em relação ao piso
[5.13] Deve-se acrescentar uma faixa de material antiderrapante e com contraste (de 2 cm a 3 cm de largura) na borda do piso que alerte o desnível.
[5.14] Colocar piso tátil alerta no início e no fim da escada.
84
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco BIdentificação do problema
avaliadoAlterações obrigatórias de acordo com a
norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco B:
Vide tabela item:
BEBEDOUROS Planilha 2 2.55 a 2.57
[9.1.1] Pelo menos 50% dos bebedouros de cada pavimento devem ser acessíveis e estar localizados em rotas acessíveis.
--
[9.1.2] A bica deve estar localizada no lado frontal do bebedouro, possuir altura de 90 cm e permitir a utilização por meio copo.
[9.1.3] O bebedouro acessível deve possuir altura livre inferior de no mínimo 73 cm do piso acabado e um espaço de do mínimo 50 cm para aproximação da cadeira.
TELEFONE PÚBLICO
Planilha 2 2.51 a 2.54
[9.2.1.2] Deve ser instalado um telefone público acessível. A parte superior operacional do telefone deve estar a uma altura de no máximo 120 cm. Deve estar instalado suspenso com uma altura livre inferior a 73 cm. Dentro de todas as outras dimensões mencionadas na norma.
B10
8�CAPÍTULO 5 - Resultados
Laudo Técnico Bloco BIdentificação do problema
avaliadoAlterações obrigatórias de acordo com a
norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco B:
Vide tabela item:
SANITÁRIOS Planilha 55.1 a 5.40
As portas dos sanitários para pessoas com deficiência devem ser trocadas por outra de fácil mobilidade (do tipo sanfonada, por exemplo).
B11
[7.2.2] Instalar bacia sanitária infantil.[7.3.1.3] As bacias sanitárias devem ser posicionadas de modo que
fiquei com uma altura entre 43 a 45 cm em relação ao piso.
[7.3.1.2] As barras de apoio devem ser posicionadas de acordo com as dimensões do equipamento.
[7.3.6.3] Trocar as torneiras por do tipo alavanca ou sensores. Assim como, trocar as válvulas de descarga por modelo de alavanca ou mecanismo automático.
[7.3.8] Todos os acessórios (porta-objetos, cabide, saboneteira, toalheiro, devem estar localizados numa faixa entre 80 e 120 cm do piso acabado.
[5.4.4.1] Identificar a localização dos sanitários no colégio, com símbolo internacional de sanitários identificando o tipo (masculino, feminino).
SALA DE AULAPlanilha 6
6.14 a 6.21
[Art. 6 e 26] [5.2.1]
Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação da sala de aula na parede do corredor.
B12
[8.6.8] As lousas devem ser acessíveis e instaladas a uma altura inferior máxima de 90 cm do piso.
[8.6.8] Deve ser garantida a área de aproximação lateral e manobra da cadeira de rodas.
[6.1.4] Os desníveis presentes no passeio apresentam-se com alturas superiores a 1,5 cm, desta forma, devem ser tratados como degrau, sendo necessário executar rampas, com inclinação máxima de 8,33%.
86
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco B
Identificação do problema avaliado Alterações obrigatórias de acordo com a norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco B:
Vide tabela item:
QUADRAS DE ESPORTE
Planilha 6s/n
[5.2.2] Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação das quadras de esporte. B13
[9.4] Permitir o acesso e reservar assento/local com dimensões adequadas.
BIBLIOTECA Planilha 66.8 a 6.13
[5.2.2] Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação da biblioteca.
B14
[6.1.4] Os desníveis presentes na entrada apresentam-se com alturas superiores a 1,5 cm, desta forma, devem ser tratados como degrau, sendo necessário executar rampas, com inclinação máxima de 8,33%.
[8.7.3] O espaçamento entre as estantes deve ter no mínimo 150 cm para que possam passar entre elas uma pessoa e um cadeirante.
BRINQUEDOTECA Planilha 6s/n
[5.2.2] Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação da brinquedoteca.
B15
87CAPÍTULO 5 - Resultados
Laudo Técnico Bloco BIdentificação do
problema avaliado Alterações recomendadas
Onde? N° e item da planilha A alterar no Bloco B:
Vide tabela item:
BIBLIOTECA Planilha 66.8 a 6.13
Instalar equipamentos de tecnologia assistiva (programas computacionais), que permita a comunicação para surdos e/ou mudo com os funcionários e o uso dos estudantes com algum tipo de deficiência cognitiva às informações.
B14
CIRCULAÇÕES Planilha 22.37 a 2.50
Melhorar a comunicação visual deste bloco, principalmente nas circulações. B7
BANHEIROS Planilha 55.1 a 5.40
Dar contraste entre os equipamentos e a parede, nos banheiros.B11
88
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Identificação da parte do edifício vistoriado(Planta baixa e zoneamento funcional) - BLOCO C
O bloco C caracteriza-se por sua verticalidade - é o único que possui três pavimentos. A circulação vertical – es-cadas – é externa ao edifício, e no pavimento térreo permanece trancada por questões de segurança. O acesso ao segundo pavimento se dá pelo bloco D por uma passarela de ligação entre os dois blocos. E ao terceiro ocorre pela escada.
Nos dois primeiros pavimentos, localizam-se Laboratórios de Biologia, Ciências, Física, Química, Línguas, An-tropometria, Matemática, Audiovisual e Teatro. No terceiro, encontram-se salas de professores, dividas por sua disciplina.
Fig. 32 - Zoneamento de atividades do Bloco C.Fonte: Grupo PET/ARQ/UFSC modificado pelas autoras.
8�CAPÍTULO 5 - Resultados
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco C
N°Lei /
ArtigoC Avaliação Foto
C19050/04
6.16.10
ÁREAS EXTERNAS DO PASSEIO À ENTRADA DO EDIFÍCIO
Os passeios que dão acesso ao Bloco C são de cimento alisado e encontram-se irregulares
[6.1.1]. Várias são as interferências que impedem o deslocamento ao longo do percurso [6.10.7/
6.10.5]: há a presença de uma escada com degraus irregulares, rampas inadequadas em péssimo
estado, poste de sinalização e desníveis superiores a 15 mm [6.1.4]. Nessas interferências verifica-se a ausência de sinalização tátil de alerta nos passeios
[6.1.2]. O sistema informacional do colégio é insatisfatório, uma vez que é impossível se orientar
e identificar cada bloco. Não existem bancos na área externa ao bloco. Ausência total de piso tátil de alerta sinalizando os diversos desníveis [6.1.2/
6.1.3].
C29050/04
6.26.109.10
CIRCULAÇÃO DO BLOCO A PARA O CA faixa livre de circulação para pedestres está
irregular, com uma largura, inadequada, de 1,02m [6.10.4]. Um desnível de 5 cm impede a entrada
ao bloco [6.2.1]. Se o deslocamento até esse bloco se dá pelos fundos, os desníveis chegam a medir
10 cm. (Vale lembrar que a norma apenas permite desníveis de no máximo 15mm). Não existem interferências como poste de sinalização ou
vegetação [9.10.1/9.10.2/9.10.3].
�0
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco C
N°Lei /
ArtigoC Avaliação Foto
C3
9050/046.26.56.66.109.10
9077/014.6
CIRCULAÇÃO ENTRE OS BLOCOS C E D E RAMPA EX-TERNA
Essa circulação se dá por uma rampa externa que une os dois blocos. Essa rampa possui largura de 3,63m [6.5.1.6] e uma inclinação de 9,71 % [6.5.1.2/6.5.1.3/6.5.1.9], desrespeitando os 8,33% que a norma
preconiza. O piso da rampa (cimento bruto) encontra-se em mau estado de conservação [6.1.6]. Não há
sinalização tátil que indique os desníveis [5.14.1.2c], corrimãos [4.6.27/6.7.1.2/6.7.1.2/6.7.1.5/6.7.1.6] e
guarda-corpos [6.7.2/4.6.27].
C4
9050/045.135.146.6
0060/00134
4909/94219227397
ESCADA EXTERNAA escada externa possui largura inadequada (1,00m)
[6.6.4.3], pisos antiderrapantes (cimento bruto) [219], porém irregulares. Os pisos dos degraus variam de 32 a 36 cm [6.6.3], e seus espelhos possuem, em média, 20 cm [6.6.3]. Não se verifica a presença de corrimão
[6.7.1/6.7.1.2/6.7.1.4/6.7.1.5/6.7.1.6], nem de guarda corpo [6.7.2/227]. Não há sinalização tátil e visual,
que alerte os desníveis [5.13/5.14.1.2c] ou sistema de sinalização para o abandono do local [397].
�1CAPÍTULO 5 - Resultados
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco C
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
C5
9050/04
6.1
6.9
PORTAS – ENTRADAA porta de entrada ao térreo deste bloco possui de duas folhas, no entanto nunca se encontra ambas abertas, ou seja, quando apenas uma folha está aberta, essa entrada torna-se inacessível, já que mede apenas 78 cm [6.9.2.1]. A maçaneta do tipo
alavanca encontra-se favorável a norma (h=1,05m em relação ao piso) [6.9.2.3]. Observa-se um degrau na soleira da porta [6.1.4]. Presencia-se um capacho na porta, que poderá ocasionar acidentes, por não estar
firmemente fixado [6.1.7.2].
C6
9050/04
6.1
6.9
PORTAS INTERNASTodas as portas internas desse bloco são acessíveis,
possuindo vão livre de 80 cm [6.9.2.1]. As maçanetas da porta se encontram a altura de 1,10 m em relação ao piso [6.9.2.3], conforme à norma, todavia existem
poucas maçanetas que não são do tipo alavanca [6.9.2.3]. Não há desníveis entre a circulação e o
acesso às salas [6.1.4].
�2
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco C
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
C7
9050/045.25.45.55.156.16.26.76.10
CIRCULAÇÃO INTERNAOs corredores possuem largura e extensão adequada
[6.9.1.1]. Há uma faixa livre que permite a circulação. Os pisos são antiderrapantes, no entanto não são firmes e regulares [6.1.1] e verifica-se a ausência de linha-guia e de uma faixa de piso em cor e textura diferenciadas guiando os usuários com restrição visual [6.1.3]. Nesse
bloco, verificou-se a ausência de sistema de alarme de incêndio (tanto sonoro quanto luminoso) [5.2.3]. Também não apresenta indicação sonora e visual de
saída de emergência, além do mais, essa embora haja, apresenta-se obstruída [5.15.1.3]. O que auxilia no
deslocamento e na orientação nesse bloco é o contraste existente entre porta/ parede, porta/ piso; todavia, o contraste entre a parede e o piso ainda é insuficiente.
Pictogramas são encontrados apenas nas portas dos banheiros indicando o sexo [5.4]. Quanto a qualquer outra informação o colégio encontra-se precário, há
poucas sinalizações, sendo que essas se apresentam em mau estado de conservação.
�3CAPÍTULO 5 - Resultados
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco C
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
C8
9050/045.15.25.45.56.16.97.27.3
Dec.5296/04Art.22
SANITÁRIOS PARA DEFICIENTES FÍSICOSOs banheiros deste bloco são destinados apenas para uso exclusivo dos professores, contudo não
justifica o fato de não haver sanitários adaptados, uma vez que, rejeita a possibilidade de existirem
professores com restrições. Lembramos que, as ne-cessidades dos alunos são atendidas pelo banheiro
do bloco ao lado (bloco D).
C9
9050/046.56.6
9077/014.6
ACESSO AO 2ª PAVIMENTO: RAMPAS DO BLOCO DSomente é possível chegar ao 2° pavimento pela
rampa do bloco D (estas estão citadas no laudo do bloco D), em seguida passando por um corredor
aberto. Convém lembrarmos que há nesse corredor um degrau de 22 cm dificultando a passagem de
cadeirantes.
�4
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco C
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
C109050/04
9.19.2
BEBEDOUROSO bebedouro existente no bloco C encontra-se no
segundo pavimento, cujo acesso é dado apenas pelas rampas do bloco D ao lado - uma vez que, a escada do bloco C se encontra desativada entre o primeiro e segundo pavimentos. Verifica-se nesse bebedouro
que a bica está acima do valor permitido pela norma, encontrando-se a altura de 1,2m, sendo desconfortável
e muitas vezes impossível a uma criança beber água [9.2.1.2/9.2.5.1/9.2.5.2]. Deste modo, convém
ressaltarmos que é contundente a necessidade de um bebedouro no pavimento térreo deste bloco.
C11
9050/046.6
0060/00134
4909/94209219235397
ACESSO AO 3ª PAVIMENTO: ESCADA INTERNASomente é possível chegar ao 3°pavimento pela escada
interna. Esta se encontra de acordo com a norma em alguns aspectos: a dimensões dos pisos [6.6.4.3], espelhos [6.6.3], patamares [6.6.5.1/6.6.5.2/209], contudo é relevante o fato da escada não possuir
corrimão [6.7.1/6.7.1.2/6.7.1.6]. Além do mais, não há diferenciação de contraste na borda dos pisos, nem sinalização indicando o número do pavimento [219],
como também nenhum sistema de iluminação de emergência instalado no local [235/397].
��CAPÍTULO 5 - Resultados
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco C
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
C12
9050/045.25.35.45.128.6
SALA DE PROFESSORESA salas dos professores se encotram no terceiro
pavimento, o fato é que acesso é dado somente por escadas, impedindo a ida de cadeirantes [8.6.2]. Além
do mais, o mobiliario não possui dimensões que permita o uso confortável de pessoas obesas ou cadeirantes
[8.6.7], e há estantes em altura inacessiveis a pessoas com baixa estatura [8.6.6]. Não há suporte informativo
visual ou tátil [5.2/5.3/5.12].
C13
9050/045.25.35.45.128.6
LABORATÓRIO DE QUÍMICANão há informativo visual e tátil (nome e função) no corredor que permita a identificação do laboratório
[5.2.2/5.3/5.12]. Há mesa adaptada para cadeirantes e o mobiliário (mesa e cadeiras) possui dimensões que permitem seu uso com conforto [8.6.7]. As estantes e
prateleiras estão a uma altura acessível aos cadeirantes e a pessoas com baixa estatura [8.6.6].
Os produtos químicos possuem sinalização visual, indicando nome e composição, no entanto, não há
nenhuma sinalização tátil nesses produtos.
�6
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco CIdentificação do problema
avaliadoAlterações obrigatórias de acordo com a
norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco C:
Vide tabela item:
ÁREAS EXTERNAS /
DO PASSEIO À ENTRADA DO
EDIFÍCIO
Planilha 11.25 a 1.29
[6.2.1] Criar ao menos uma rota livre de obstáculos que permita a entrada ao bloco.
C1
[6.1.1] Todos os pisos devem ter superfícies regulares, firmes, estáveis, e antiderrapantes.
[6.10.5] Desobstruir completamente a faixa de livre circulação e a isentar de interferências, tais como vegetação, equipamentos e mobiliário. Eventuais obstáculos aéreos devem se localizar a uma altura superior a 210 cm.
[6.1.4] Os desníveis presentes no passeio apresentam-se com alturas superiores a 1,5 cm, desta forma, devem ser tratados como degrau, incluindo execução de rampa, com inclinação máxima de 8,33%.
[6.1.2] Deve-se colocar piso tátil direcional, que conduza o pedestre à entrada do edifício. E, piso tátil alerta que sinalize os obstáculos e desníveis.
CIRCULAÇÃO DO BLOCO A PARA
O C
Planilha 11.18 a 1.22
[6.1.1] [6.1.4]
Todos os pisos devem ter superfícies regulares, firmes, estáveis, e antiderrapantes.
C2
[6.2.1] Os desníveis presentes no passeio e na entrada principal do bloco C apresentam-se com alturas superiores a 1,5 cm, desta forma, devem ser tratados como degrau, incluindo execução de rampa, com inclinação máxima de 8,33%.
[6.10.4] Aumentar a largura do passeio para no mínimo 150 cm, sendo recomendável 180 cm e altura livre mínima de 210 cm.
�7CAPÍTULO 5 - Resultados
Laudo Técnico Bloco C
Identificação do problema avaliado
Alterações obrigatórias de acordo com a norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco C:
Vide tabela item:
CIRCULAÇÃO ENTRE OS
BLOCOS C E D E RAMPA EXTERNA
Planilha 11.18 a 1.22Planilha 1
1.55 a 1.73
[6.5.1] Corrigir a inclinação da rampa. O máximo permitido é 8,33%.
C3
[6.1.1] Todos os pisos devem ter superfícies regulares, firmes, estáveis, e antiderrapantes.
[5.14] Colocar piso tátil alerta que indique a presença de rampa.
[6.7] Instalar corrimão e guarda corpo, conforme item da norma.
[6.7.1.6] Os corrimãos devem estar instalados a 92 e 70 cm de altura em relação ao piso
ESCADA EXTERNA
Planilha 11.30 a 1.54
[6.6.3] Deve-se regularizar a escada: espelhos devem possuir entre 16 cm e 18 cm ; os pisos devem possuir entre 28 cm e 32 cm.
C4
[6.7] Instalar corrimãos, em duas alturas nos dois lados da escada e guarda corpo.
[6.7.1.6] Os corrimãos devem estar instalados a 92 e 70 cm de altura em relação ao piso
[5.13] Deve-se acrescentar uma faixa de material antiderrapante e com contraste (de 2 cm a 3 cm de largura) na borda do piso que alerte o desnível.
[5.14] Colocar piso tátil alerta no início e no fim da escada.
�8
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco CIdentificação do problema
avaliadoAlterações obrigatórias de acordo com a
norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco C:
Vide tabela item:
PORTAS DE ENTRADA
Planilha 11.89 a 1.95
[6.9.2.1] Todas as portas devem ter vão livre de 80 cm e altura mínima de 210 cm. A porta de duas folhas na entrada deste bloco deve possuir também dimensão mínima de abertura de 80 cm.
C5[6.1.4] Executar uma rampa com inclinação máxima de 8,33% para vencer o desnível da soleira da porta.
[6.1.7.2] O capacho deve ter as bordas firmemente fixadas ao piso de maneira a evitar o enrugamento da superfície ou então em área rebaixada para ficar no mesmo nível.
PORTAS INTERNAS
Planilha 2 2.30 a 2.36
[6.9.2.3] Todas as maçanetas devem ser do tipo alavanca.C6
CIRCULAÇÃO INTERNA
Planilha 22.37 a 2.50
[6.1.1] Todos os pisos devem ter superfícies regulares, firmes, estáveis, e antiderrapantes.
C7
[5.4.4.1] Identificar a localização dos sanitários no colégio, com símbolo internacional de sanitários identificando o tipo (masculino, feminino).
[5.2.3] Colocar sistema de alarme de incêndio (sonoro e luminoso).
[5.15] Indicar as rotas de fuga, através de sinalização visual e pisos tátil direcional, além de indicar as saídas de emergências do colégio (através de alarme sonoro e visual)
SANITÁRIOS Planilha 55.1 a 5.40
[7.3] Instalar, no pavimento térreo, um sanitário para pessoas com deficiência físico-motora, conforme item 7.3 da norma.
C8
��CAPÍTULO 5 - Resultados
Laudo Técnico Bloco CIdentificação do problema
avaliadoAlterações obrigatórias de acordo com a
norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco C:
Vide tabela item:
ACESSO AO SEGUNDO
PAVIMENTO
Planilha 11.5 a 1.17
- O acesso para o segundo pavimento se dá pelo bloco D. Vide laudo do Bloco D e verificar restrições desse acesso. C9
BEBEDOUROS Planilha 22.55 a 2.57
[9.2.1.2] Instalar bebedouros em diferentes alturas que permita o uso coletivo, no pavimento térreo. C10
ESCADA INTERNA
Planilha 44.48 a 4.74
[6.7.1.1] Colocar corrimãos, em duas alturas nos dois lados da escada.
C11
[6.7.1.6] Os corrimãos devem ser instalados a 92 e 79 cm de altura em relação ao piso.
[5.13] Deve-se acrescentar uma faixa de material antiderrapante e com contraste (de 2 cm a 3 cm de largura) na borda do piso que alerte o desnível.
[5.14] Colocar piso tátil alerta no início e no fim da escada.
SALA DE PROFESSORES
Planilha 6s/n
[Art. 6 e 26]
[5.2.2]
Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação da sala dos professores.
C12
LABORATÓRIO DE QUÍMICA
Planilha 6s/n
Art. 6 e 26][5.2.2]
Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação do laboratório.
C13[8.6.6] Todos os elementos do mobiliário interno devem ser
acessíveis, garantindo-se as áreas de aproximação e manobra e as faixas de alcance manual, visual e auditivo. Quando tiver balcões/bancadas de trabalho deve-se ter em duas alturas e a parte inferior vazada para permitir acesso aos cadeirantes.
100
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco C
Identificação do problema avaliado Alterações recomendadas
Onde? N° e item da planilha A alterar no Bloco C:
Vide tabela item:
CIRCULAÇÃO INTERNA
Planilha 22.37 a 2.50
Aumentar o contraste entre o piso e a parede sem perder o bom contraste entre a parede e as portas. C7
BEBEDOUROS Planilha 22.55 a 2.57
Instalar bebedouro em duas alturas no pavimento térreo, uma vez que o segundo pavimento só pode ser acessado por escada ou pela rampa de inclinação inadequada do Bloco D. C10
CIRCULAÇÕES E SANITÁRIOS
Planilha 22.37 a 2.50Planilha 55.1 a 5.40
Melhorar a comunicação visual do colégio em geral, principalmente nas circulações.Dar contraste entre os equipamentos e a parede, nos banheiros. C7
C8
101CAPÍTULO 5 - Resultados
Identificação da parte do edifício vistoriado(Planta baixa e zoneamento funcional) - BLOCO D
O bloco D possui dois pavimentos e um grande pátio coberto. Em seu primeiro pavimento, localiza-se o auditório e salas de Coordenação e Orientação Educacional de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. No segundo pavimento estão distribuídas as salas de aula e de Inspetoria.
Fig. 33 - Zoneamento de atividades do Bloco D.Fonte: Grupo PET/ARQ/UFSC modificado pelas autoras.
102
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco D
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
D19050/04
6.16.10
PASSEIO DO BLOCO A AO D / ENTORNO PRÓXIMOO bloco D liga-se ao bloco A por passeios de cimento alisado em péssimo estado de
conservação, com largura fora da norma (1,00 m) [6.10.4], bastante irregulares e desnivelados
[6.1.1]. Porém, o caminho está livre de obstáculos verticais, como postes de sinalização [6.10.5 / 6.10.7]. Não há bancos para descanso ou estar
durante o percurso.Observa-se a ausência de pisos táteis [6.1.3].Não existe nenhuma sinalização que indique o
bloco e suas funções.
D2
9050/046.16.56.66.7
9.077/014.6.2
RAMPA EXTERNA (AO FIM DO PASSEIO)Possui piso bastante irregular de cimento alisado em péssimo estado de conservação [6.1.1], com desníveis significativos. Sua inclinação também está fora da norma: 11,1% [6.5.1.2 / 6.5.1.3]. Verifica-se a presença de um obstáculo vertical
(poste de sinalização), impossibilitando a passagem [6.10.5 / 6.10.7].
D3
9050/046.16.56.66.7
9.077/014.6.2
RAMPA EXTERNA (LIGA BLOCO D AO C)Um caminho inclinado, configurando uma rampa,
faz a ligação entre os blocos D e C. Possui largura adequada (3,63m) [6.5.1.6], entretanto a
inclinação não se encontra de acordo com a norma (9,71 %) [6.5.1.2 / 6.5.1.3]. Não existe sinalização
tátil que alerte o desnível [5.14.1.2c].
103CAPÍTULO 5 - Resultados
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco D
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
D4 9050/049.10
VEGETAÇÃOOs elementos da vegetação não atrapalham a
livre circulação [9.10.1 / 9.10.2 / 9.10.3]. Pelo contrário, qualificam o espaço, melhorando o
microclima
D59050/04
6.16.9
PORTA EXTERNA (DE FRENTE PARA O BLOCO C)A porta possui duas folhas com vão de 0,7 m
[6.9.2.1]. A maçaneta é do tipo alavanca e sua altura respeita a norma (1,00 m) [6.9.2.3]. Não há capachos que atrapalhem a circulação [6.1.7.1]. Um desnível de 15 cm entre o espaço interior e
exterior atrapalham a entrada [6.1.4].
D6
9050/049.59.6
Dec.5296/04Art. 6 e 26
PÁTIO COBERTOO pátio coberto é o principal local de estar dos
estudantes mais velhos. É um grande espaço nivelado e com pisos antiderrapantes [6.1.1].
Possui bancos nas extremidades, em mau estado de conservação, sem espaço destinado para
cadeirantes.Não há qualquer sinalização visual ou tátil [6.1.3].
104
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco D
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
D79050/04
8.29.4
MOBILIÁRIO PARA ESPERAUm banco de madeira é o mobiliário de espera
do saguão do bloco D. Não há espaço destinado a cadeirantes [8.2.1.3.1/9.4] ou para pessoas obesas
[8.2.1.3.3]. Como não há piso-guia, o banco configura um obstáculo para deficientes visuais, ainda que a faixa de livre circulação esteja dentro do tamanho
descrito pela norma [9.4].
D89050/04
6.16.9
PORTAS INTERNASAs portas internas possuem vãos livres adequados (a maioria possui 90 cm) [6.9.2.1]. As maçanetas estão
a 1,00 m do chão e são do tipo alavanca (apenas duas salas do segundo pavimento desrespeitam a norma, e possuem maçaneta diferente) [6.9.2.3]. Não há desnível entre o espaço da circulação e o interno
[6.1.4]
10�CAPÍTULO 5 - Resultados
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco D
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
D9
9050/045.25.45.55.156.16.26.76.10
CIRCULAÇÃO INTERNA DO PRIMEIRO PAVIMENTOO corredor possui dimensões adequadas (7,35 m de
comprimento x 2,15 m de largura total), respeitando a norma [6.9.1.1], e faixa livre de obstáculos de
1,95 m. O piso é nivelado e revestido piso cerâmico antiderrapante, firme, regular e estável [6.1.1].
As placas que indicam a função de cada sala não são padronizadas, não apresentam pictogramas e tem
péssimo contraste fundo figura, além de não existir qualquer tipo de sinalização tátil.
Não há sinalização de rotas acessíveis [6.2.6]. Observa-se a ausência de pisos táteis.
Sem piso-guia, extintores fixados na parede (a uma altura de 1,17 m do piso) [6.10.5] tornam-se obstáculos
aéreos para deficientes visuais, ainda que a faixa de livre circulação esteja dentro do tamanho descrito pela norma. Não há alarmes de incêndio [5.2.3] e indicação sonora e visual nas saídas de emergência [5.15.1.3].
106
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco D
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
D10
9050/045.25.45.55.156.16.26.76.10
CIRCULAÇÃO INTERNA DO SEGUNDO PAVIMENTOO corredor é bastante amplo (3,40 m de largura
total x 14 m de comprimento), respeitando a norma [6.9.1.1], e a faixa livre de obstáculos é de 2,55 m. O piso é nivelado e revestido piso cerâmico
antiderrapante, firme, regular e estável [6.1.1]. Janelas nas extremidades do corredor trazem a luz natural e têm vista para os belos jardins arborizados da escola. As placas que indicam a função de cada sala não são padronizadas, não
apresentam pictogramas e tem péssimo contraste fundo figura, além de não existir qualquer tipo
de sinalização tátil. Sem piso-guia, extintores de incêndio fixados na parede (a uma altura de 1,25 m do piso) e os armários tornam-se obstáculos aéreos para deficientes visuais, ainda que a faixa de livre circulação esteja dentro do tamanho descrito pela
norma [6.10.5]. Assim como no primeiro pavimento, não há sinalização de rotas acessíveis [6.2.6],
nem pisos táteis [6.1.3]. Observa-se a ausência de alarmes de incêndio [5.2.3] e indicação sonora e
visual nas saídas de emergência [5.15.1.3].
107CAPÍTULO 5 - Resultados
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco DN°
Lei / Artigo C Avaliação Foto
D11
9050/045.146.16.56.66.76.9
9077/014.6.2
ACESSO PARA O PÁTIO COBERTO / RAMPA EXTERNAO acesso para o saguão do bloco D a partir de seu
pátio coberto se dá um uma rampa fechada por uma grade, que se mantém aberta, com 3,20 m de largura [6.5.1.6]. A rampa possui piso emborrachado (material combustível), um pouco gasto (não se apresenta mais como antiderrapante), mas certa regularidade [6.1.1].
A largura está conforme a norma (3,28m) [6.5.1.6]. A inclinação desrespeita a norma (20,3%) [6.5.1.2 /
6.5.1.3]. A parede do edifício configura o guarda- corpo [6.7.1]. Não existem corrimãos [6.7.2]. Não foram
colocados pisos táteis [6.1.3].
D12
9050/045.146.16.56.66.7
9077/014.6.2
CIRCULAÇÃO VERTICAL - RAMPA INTERNA ( LIGA OS DOIS PAVIMENTOS)
A rampa, único ligação entre os pavimentos, possui largura adequada (3,30m) [6.5.1.6] e piso
emborrachado (material combustível), um pouco gasto (não se apresenta mais como antiderrapante), mas certa regularidade [6.1.1]. Na mudança de direção,
existe um patamar bastante generoso (6,93m x 3,40m) [4.6.2.5]. Observa-se a ausência de corrimão [6.7.2].
Os guarda-corpos são de alvenaria e possuem 1,00 m de altura [6.7.1]. Não há sinalização tátil. [6.1.3].
D139050/04
5.49.19.2
TELEFONE PÚBLICO E BEBEDOUROSNão há telefone público em altura adequada para
cadeirante e crianças (encontra-se a 1,45 m do piso). Não existem telefones com amplificador de sinal ou que
transmita mensagem de texto (TDD) [9.2.1.2 / 9.2.3 / 9.2.5.1 / 9.2.5.2]. No primeiro pavimento, há um
bebedouro no pátio coberto e no segundo, na passarela entre os blocos C e D. Ambos possuem bica a 1,00 m,
altura acima da prescrita pela norma [9.1.2.1].
108
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco D
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
D14
9050/045.15.25.45.56.16.97.27.3
Dec.5296/04Art.22
SANITÁRIO PARA DEFICIENTES FÍSICOSOs sanitários para deficientes físicos localizam-se em ambos pavimentos, entretanto, apenas os do
segundo estão ativados. Encontram-se juntamente com os outros sanitários femininos e masculinos, em uma rota acessível [7.2.1]. Dentro do Box da bacia, a área de manobra respeita a norma (1,50 x 1,85
m) e 0,80 m para circulação [6.9.2.1]. Entretanto, a bacia sanitária está 4 cm mais alta do que o
indicado pela norma [7.3.1.3]. As barras de apoio laterais estão 18 cm acima da altura descrita na
norma. Porém, o comprimento das barras respeita a NBR 9050 [7.3.1.2]. A porta do Box do vaso sanitário
é de correr, entretanto é bastante pesada e seu puxador não é horizontal (respeitando apenas a altura adequada, 1,10 m) [7.3.3.4]. Em frente ao lavatório, a área livre de aproximação está
adequada (1,15 x 6,35 m) [7.3.6.1]. Os lavatórios são suspensos, e a altura respeita a norma (78 cm
em relação ao piso) [7.3.6.2]. Todavia, as torneiras não são do tipo alavanca e sim de girar [7.3.6.3]. Os acessórios estão muito altos (a 1,65 m do piso)
[7.3.8]. Não existe bacia infantil, mas como o bloco só atende alunos a partir da 5ª série, acredita-se que não há necessidade [7.2.2]. As válvulas de
descarga estão em posição, mas se faz necessária a mudança de seu modelo para alavanca ou algum
tipo de mecanismo automático [7.3.1.5]. Não há qualquer tipo de sinalização que indique sua
existência e sua localização [5.4.4.1]. Não existe sinalização de emergência ao lado da bacia para
acionamento em caso de queda.
10�CAPÍTULO 5 - Resultados
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco D
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
D15
9050/045.15.25.38.6
SALA DE AULAA identificação das salas de aula está presente apenas nas respectivas portas [5.2.2]. As salas estão todas no segundo pavimento e não há
qualquer desnível entre espaço interior e exterior [8.6.2]. Não se encontrou mobiliário pensado para
cadeirantes ou pessoas obesas [8.6.7]. Já que existem alunos cadeirantes, será verificado, durante um passeio acompanhado, o uso e o funcionamento
da sala para eles. As lousas estão corretamente situadas a 90 cm do piso [8.6.8]. O cadeirante tem
acesso a lousa por todas direções. Não existem fichários, estantes ou prateleiras [8.6.6].
D16
9050/045.25.35.128.29.4
AUDITÓRIONão existe qualquer tipo sinalização que identifique
o auditório [5.2.2 / 5.3 / 5.12].Não há lugar destinado para cadeirante [8.2.1.3.1 / 9.4], porém existem duas cadeiras não fixas que
podem ser retiradas. Não há assento destinado para pessoas obesas ou para pessoas com mobilidade
reduzida [8.2.1.3.3]. Existe um desnível de 0,9 m entre o palco e a platéia e o único meio para vencer
este desnível é através de duas escadas laterais, sendo uma móvel [8.2.1.4.1]. Não existe local
para intérprete de libras no palco [8.2.1.4.4]. Os camarins não são acessíveis e não há dispositivos de tecnologia assistiva para atender deficientes visuais
e auditivos [8.2.1.5].
110
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco DIdentificação do problema
avaliadoAlterações obrigatórias de acordo com a
norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco D:
Vide tabela item:
PASSEIO DO BLOCO A AO D / ENTORNO
PRÓXIMO
Planilha 11.5 a 1.17
[6.1.1] Todos os pisos devem ter superfícies regulares, firmes, estáveis, e antiderrapantes.
D1
[6.1.2] Deve-se acrescentar uma faixa de material antiderrapante e com contraste (de 2 cm a 3 cm de largura) na borda do piso que alerte o desnível.
[6.1.4] Os desníveis presentes no passeio apresentam-se com alturas superiores a 1,5 cm, desta forma, devem ser tratados como degrau, incluindo execução de rampa, com inclinação máxima de 8,33%.
[6.2.1] Criar ao menos uma rota livre de obstáculos que permita a entrada ao colégio.
[6.10.4] Aumentar a largura do passeio para no mínimo 150 cm, sendo recomendável 180 cm e altura livre mínima de 210 cm.
RAMPA EXTERNA (AO FIM DO PASSEIO)
Planilhas 11.55 a 1.73
[5.14] Colocar piso tátil alerta que sinalize a existência da rampa.
D2
[6.1.1] Todos os pisos devem ter superfícies regulares, firmes, estáveis, e antiderrapantes.
[6.5.1.2] Rampas externas (acesso à entrada do bloco) devem possuir inclinação de no máximo 8,33%.
[6.10.5] Desobstruir completamente a faixa de livre circulação e a isentar de interferências, tais como vegetação, equipamentos e mobiliário. Eventuais obstáculos aéreos devem se localizar a uma altura superior a 210 cm.
[6.7] Instalar corrimão e guarda corpo, conforme item da norma.
[6.7.1.6] Os corrimãos devem estar instalados a 92 e 70 cm de altura em relação ao piso
111CAPÍTULO 5 - Resultados
Laudo Técnico Bloco DIdentificação do problema
avaliadoAlterações obrigatórias de acordo com a
norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco D:
Vide tabela item:
RAMPA EXTERNA (ENTRE OS
BLOCOS D E C)
Planilhas 11.55 a 1.73
[6.5.1.2] Rampas externas (acesso à entrada do bloco) devem possuir inclinação de no máximo 8,33%.
D3
[6.1.1] Todos os pisos devem ter superfícies regulares, firmes, estáveis, e antiderrapantes.
[5.14] Colocar piso tátil alerta para alertar a existência da rampa.
[6.7] Instalar corrimão e guarda corpo, conforme item da norma.
[6.7.1.6] Os corrimãos devem estar instalados a 92 e 70 cm de altura em relação ao piso
PORTA DE ENTRADA (DE FRENTE AO BLOCO C)
Planilha 11.89 a 1.95
[6.9.2.1] Todas as portas devem ter vão livre de 80 cm e altura mínima de 210 cm. A porta de duas folhas na entrada deste bloco deve possuir também dimensão mínima de abertura de 80 cm. D5
[6.1.4] Executar uma rampa com inclinação máxima de 8,33% para vencer o desnível da soleira da porta.
PÁTIO COBERTO -
[6.1.2] Deve-se colocar piso tátil direcional, que conduza o pedestre aos principais acessos e funções próximas ao pátio coberto. E, piso tátil alerta que sinalize os obstáculos (postes vegetação, etc.) e desníveis. D6
[9.4] Ao lado de assentos fixos deve ser garantido um espaço para cadeirante, conforme item da norma.
112
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco DIdentificação do problema
avaliadoAlterações obrigatórias de acordo com a
norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco D:
Vide tabela item:
MOBILIÁRIO PARA ESPERA
Planilha 22.16 a 2.29
[9.4] O espaço para cadeira de rodas deve possuir dimensões mínimas de 80 cm por 120 cm, acrescido de no mínimo 30 cm de largura, localizada na frente, atrás ou em ambas posições. Esses espaços devem ser deslocados 30 cm em relação à cadeira ao lado, para que a pessoa cadeirante fique na mesma direção de seu acompanhante.
D7
PORTAS INTERNAS
Planilha 2 2.30 a 2.36
[6.9.2.3] Todas as maçanetas devem ser do tipo alavanca. D9
CIRCULAÇÃO INTERNA
Planilha 22.37 a 2.50
[6.1.1] Todos os pisos devem ter superfícies regulares, firmes, estáveis, e antiderrapantes.
D10
[5.4.4.1] Identificar a localização dos sanitários no colégio, com símbolo internacional de sanitários identificando o tipo (masculino, feminino).
[5.2.3] Colocar sistema de alarme de incêndio (sonoro e luminoso).
[5.15] Indicar as rotas de fuga, através de sinalização visual e pisos tátil direcional, além de indicar as saídas de emergências do colégio (através de alarme sonoro e visual)
BEBEDOUROS Planilha 22.55 a 2.57
[9.2.1.2] Instalar bebedouros em diferentes alturas que permita o uso coletivo, no pavimento térreo. D13
113CAPÍTULO 5 - Resultados
Laudo Técnico Bloco DIdentificação do problema
avaliadoAlterações obrigatórias de acordo com a
norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco D:
Vide tabela item:
RAMPA INTERNAPlanilha 44.75 a 4.94
[6.5.1] Corrigir a inclinação da rampa. O máximo permitido é 8,33%. Ou colocar um elevador hidráulico, uma vez que o bloco D abriga a maioria das salas de aula da escola e esta rampa é o único acesso ao segundo pavimento do bloco C.
D12[6.7.1.1] Colocar corrimãos, em duas alturas nos dois lados da rampa.
[6.7.1.6] Os corrimãos devem ser instalados a 92 e 79 cn de altura em relação ao piso.
[5.14] Colocar piso tátil alerta no início e no fim da rampa.
ENTRADA PARA O BLOCO D PELO PÁTIO
COBERTO (RAMPA EXTENA)
Planilhas 11.55 a 1.73
[6.1.1] Todos os pisos devem ter superfícies regulares, firmes, estáveis, e antiderrapantes.
D11
[6.1.3] Deve-se colocar piso tátil direcional, que conduza o pedestre à entrada do edifício. E, piso tátil alerta que alerte os obstáculos (postes vegetação, etc.) e desníveis.
[6.5.1.2] Rampas externas (acesso à entrada do bloco) devem possuir inclinação de no máximo 8,33%.
[6.7.2] Deve haver guarda-corpo associado a corrimão.
TELEFONES PÚBLICOS
Planilha 2 2.51 a 2.54
[9.2.1.2] Deve ser instalado um telefone público acessível. A parte superior operacional do telefone deve estar a uma altura de no máximo 120 cm. Deve estar instalado suspenso com uma altura livre inferior a 73 cm. Dentro de todas as outras dimensões mencionadas na norma D13
[9.2.5] A parte operacional superior do telefone acessível para pessoa cadeirante deve estar a uma altura de no máximo 120 cm. O telefone deve ser instalado suspenso, com altura livre inferior de no mínimo 73 cm do piso acabado.
114
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco DIdentificação do problema
avaliadoAlterações obrigatórias de acordo com a
norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco D:
Vide tabela item:
BEBEDOUROS Planilha 2 2.55 a 2.57
[9.1.1] Pelo menos 50% dos bebedouros de cada pavimento devem ser acessíveis e estar localizados em rotas acessíveis.
D13
[9.1.2] A bica deve estar localizada no lado frontal do bebedouro, possuir altura de 90 cm e permitir a utilização por meio copo.
[9.1.3] O bebedouro acessível deve possuir altura livre inferior de no mínimo 73 cm do piso acabado e um espaço de do mínimo 50 cm para aproximação da cadeira.
SANITÁRIOS PARA
PESSOAS COM DEFICIENCIA
Planilha 55.1 a 5.40
[5.4.4.1] Identificar a localização dos sanitários no colégio, com símbolo internacional de sanitários identificando o tipo (masculino, feminino).
D14
[7.2.1] Devem estar localizados em rotas acessíveis, próximas à circulação principal ou integrados às demais instalações sanitárias e ser devidamente sinalizados, conforme item 5.4.4.2.Em sanitários isolados devem ser colocados dispositivos de sinalização de emergência ao lado da bacia a uma altura de 40 cm do piso acabado.
[7.3.1.2] As barras de apoio da bacia devem estar a uma altura de 75 cm.
11�CAPÍTULO 5 - Resultados
Laudo Técnico Bloco DIdentificação do problema
avaliadoAlterações obrigatórias de acordo com a
norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco D:
Vide tabela item:
SANITÁRIOS PARA
PESSOAS COM DEFICIENCIA
Planilha 55.1 a 5.40
[7.3.1.3] As bacias sanitárias devem ser posicionadas de modo que fiquei com uma altura entre 43 a 45 cm em relação ao piso.
D14
[7.3.1.5] O acionamento da descarga deve estar a uma altura de 100 cm, do eixo ao piso acabado e ser do tipo alavanca ou com mecanismos automáticos.
[7.3.3.4] As portas dos sanitários para pessoas com deficiência devem ser trocadas por outra de fácil mobilidade (do tipo sanfonada, por exemplo)
[7.3.6.3] Trocar as torneiras por do tipo alavanca ou sensores.
[7.3.8] Deve-se regularizar a altura dos acessórios (saboneteira, toalheiro, papeleiras...) de tal modo que este se encontre dentro da faixa de alcance confortável (h: 1,20m em relação ao piso).
SALAS DE AULAPlanilha 6
6.14 a 6.21
[5.2.2] Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação das salas na parede do corredor.
D15[8.6.7] No mínimo 1% das mesas devem ser acessíveis para pessoas
cadeirantes.
116
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco D
Identificação do problema avaliado
Alterações obrigatórias de acordo com a norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco D:
Vide tabela item:
AUDITÓRIO Planilha 66.22 a 6.44
[5.2.2][5.3][5.12]
É recomendável que os corrimãos de escadas e rampas sejam sinalizados através de: anel de textura contrastante com a superfície do corrimão, instalado 100 cm antes das extremidades.Colocar indicação do pavimento em braile também é indicado.
D16
[8.2.1.3.1] O espaço para cadeirantes deve possuir dimensões mínimas de 80 por 120 cm, acrescido de no mínimo 30 cm em relação à cadeira ao lado para que a pessoa cadeirante e seus acompanhantes fiquem na mesma direção.
[8.2.1.3.3] Os assentos para pessoas obesas devem ter largura equivalente à de dois assentos adotados no local e possuir espaço livre frontal de no mínimo 60 cm. Os assentos devem suportar no mínimo 250 kg.
[8.2.1.4.1] Deve haver uma rota acessível que interligue os espaços destinados para pessoas cadeirantes ao palco e aos bastidores.
[5.8][8.2.1.4.4]
Deve haver local destinado para intérprete de libras no palco. Este local deve ser identificado com símbolo internacional de pessoas com deficiência auditiva. Deve ser garantido um foco de luz posicionado de forma a iluminar o intérprete de sinais desde a cabeça até os joelhos. Este foco não deve projetar sombra no plano atrás do interprete.
[8.2.1.5] Pelo menos um camarim para cada sexo deve ser acessível.
117CAPÍTULO 5 - Resultados
Laudo Técnico Bloco DIdentificação do
problema avaliado Alterações recomendadas
Onde? N° e item da planilha A alterar no Bloco D:
Vide tabela item:
CIRCULAÇÃO INTERNA
Planilha 22.37 a 2.50
Aumentar o contraste entre o piso e a parede sem perder o bom contraste entre a parede e as portas. Melhorar a comunicação visual do colégio em geral, principalmente nas circulações.Dar contraste entre os equipamentos e a parede, nos banheiros.
D9
BEBEDOUROSPlanilha 2
2.55 a 2.57
Instalar bebedouro em duas alturas no pavimento térreo, uma vez que o segundo pavimento só pode ser acessado por escada ou pela rampa de inclinação inadequada do Bloco D. --
118
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Fig. 34 - Zoneamento de atividades do Bloco E.Fonte: Grupo PET/ARQ/UFSC modificado pelas autoras.
Identificação da parte do edifício vistoriado(Planta baixa e zoneamento funcional) - BLOCO E
O bloco E encontra-se afastado e independente dos demais e reúne atividades relacionadas a trabalhos manuais, como bordados, marcenaria, reciclagem de papel, oficinas de cerâmica.
11�CAPÍTULO 5 - Resultados
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco E
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
E1
9050/04
6.26.109.10
CIRCULAÇÃO DO PASSEIO À ENTRADA DO EDIFÍCIOOs passeios que dão acesso ao bloco E, são
provenientes da ligação que este faz com o bloco C e com o bloco B. Existe uma faixa livre de
obstáculos que permite o acesso até esse bloco [6.2.1]. Contudo, o piso deste passeio é de cimento
alisado e encontra-se em péssimo estado de conservação [6.1.1], verificando desníveis de até
22 cm [6.1.4].
E2 9050/049.10
VEGETAÇÃOA vegetação existente ao redor deste bloco
representa conforto e segurança aos usuários e não atrapalha a livre circulação [9.10.1 / 9.10.2 / 9.10.3]. Além de qualificar mais o ambiente,
contribui para o microclima.
E39050/04
6.1
ÁREAS EXTERNAS DO PASSEIO À ENTRADA DO EDIFÍCIO
A área externa que circunda o bloco é rica e diversificada de elementos externos (vegetação, mesas, bancos, lixeiras), no entanto o potencial
desse espaço poderia ser mais explorado. Verifica-se apenas a ausência de piso tátil nos passeios que
condicionem a entrada ao bloco [6.1.2].
120
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco E
N°Lei /
ArtigoC Avaliação Foto
E4
9050/045.135.146.66.7
4909/94219227
ESCADA EXTERNAA escada externa possui largura adequada (2,00m)
[6.6.4.3], o piso é cimento bruto assim antiderrapante [219], degraus paralelos e espelhos fechados [6.6.1].
Entretanto, a profundidade e espelho dos degraus são irregulares e fora do tamanho descrito pela NBR
9050/04, variando, respectivamente, de 37 e de 14 a 15 cm [6.6.3]. Não há corrimãos laterais instalados [6.7.1
/ 6.7.1.6]. O guarda-corpo apresenta-se configurado por um muro. [6.7.2]. Não há sinalização tátil e visual, que
alerte os desníveis [5.13 / 5.14.1.2c].
E59050/04
6.5
RAMPA EXTERNAVerifica-se a presença de uma rampa de acesso ao bloco
com largura adequada (1,55 m) [6.5.1.6], e material antiderrapante, firme e regular [6.1.6]. Entretanto, a
inclinação está fora dos padrões de acessibilidade, com 18,3 % [6.5.1.2 / 6.5.1.3].
E6
9050/04
6.16.9
PORTAS – ENTRADAA porta da entrada possui espaço livre de passagem
pela abertura de 75 cm [6.9.2.1]. No entanto, o problema facilmente é resolvido. Esta, por ser de duas folhas, basta apenas utiliza-las ambas abertas, assim a passagem se torna acessível. A maçaneta encontra-se
de acordo com a norma (1,10m de altura em relação ao piso e do tipo alavanca) [6.9.2.3].
121CAPÍTULO 5 - Resultados
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco E
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
E79050/04
6.16.9
PORTAS INTERNASAs portas internas possuem espaço livre de passagem que variam de 76 a 78 cm, desrespeitando a norma
(80cm) [6.9.2.1] As maçanetas encontram-se de acordo com a norma (1,10m de altura em relação ao piso e do tipo alavanca) [6.9.2.3]. Dentre todas as portas desse bloco, uma o acesso se dá por uma
escada e outras duas o acesso se dá por rampas fora da norma [6.1.4].
E8
9050/045.25.45.55.156.16.26.76.10
CIRCULAÇÃO INTERNAO corredor tem largura e extensão adequadas
[6.9.1.1]. Os pisos são firmes e estáveis, no entanto, não são regulares e antiderrapantes [6.1.1]. As janelas
maxi-ar das salas de artes abrem para o corredor e encontram-se sobre a faixa de circulação, dificultando a passagem, pois se encontram a uma altura de 1,70 em relação ao piso [6.10.5]. Não há nenhum tipo de sistema de alarme de incêndio (sonoro e luminoso) [5.2.3], como também não há indicação sonora e
visual em saídas de emergências [5.15.1.3].
E9
9050/046.56.6
9077/014.6
RAMPA INTERNAEncontra-se duas rampas internas na circulação
deste bloco, sendo utilizadas de acesso às salas de artes. Ambas, estão fora do valor estabelecido pela norma (8,33 %), apresentam-se com 31,4 % e 35,7
% [6.5.1.2 / 6.5.1.3].
122
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco E
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
E10
9050/045.49.19.2
BEBEDOUROSHá um bebedouro no interior deste bloco. A bica
do bebedouro (1,10 m) encontra-se acima do valor permitido pela norma (0,90 m) [9.1.2.1 / 9.1.3.1].
E11
9050/045.15.25.45.56.16.97.27.3
Dec.5296/04Art.22
SANITÁRIOS PARA DEFICIENTES FÍSICOSA porta de entrada dos sanitários possui vão livre
de 55 cm, impossibilitando a entrada de uma cadeira de rodas [6.9.2.1]. Nesse bloco verifica-se a ausência de um sanitário para deficiente físico
[7.2.2].
123CAPÍTULO 5 - Resultados
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco E
N°Lei /
Artigo C Avaliação Foto
E12
9050/045.25.35.45.127.38.68.79.3
SALA DE ARTESNão há nenhum suporte informativo visual ou tátil
(nome, função) que permita a identificação da sala de artes [5.2.2 / 5.3 / 5.12]. As dimensões do mobiliário são desconfortáveis para crianças pequenas e pessoas obesas [8.6.6 / 9.3.4] As estantes são acessíveis aos cadeirantes e as pessoas de baixa estatura [8.6.6]. As pias são suspensas (sem coluna) e possibilitam a
utilização por um cadeirante, já que existe uma área livre de aproximação frontal adequada [7.3.6.2]. As torneiras da pia são manuais e dificultam o uso
[7.3.6.3]. Devido a grande quantidade de trabalhos, a sala sempre parece desorganizada e o que desqualifica
o trabalho dos alunos.
124
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco E
Identificação do problema avaliado
Alterações obrigatórias de acordo com a norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco E:
Vide tabela item:
CIRCULAÇÃO DO PASSEIO À ENTRADA DO
BLOCO E
Planilha 11.18 a 1.22
[6.1.1] Todos os pisos devem ter superfícies regulares, firmes, estáveis, e antiderrapantes.
E1[6.1.4] Corrigir as áreas com desníveis, incluindo execução de rampa.
ÁREAS EXTERNAS /
PÁTIO COBERTO
Planilha 11.25 a 1.29
[6.1.2] Deve-se colocar piso tátil direcional, que conduza o pedestre ao bloco E. E, piso tátil alerta que alerte os obstáculos (postes vegetação, etc.) e desníveis.
E3
ESCADA EXTERNA
Planilha 11.30 a 1.54
[6.6.3] Deve-se regularizar a escada na entrada do edifício: espelhos devem possuir entre 16 cm e 18 cm; os pisos devem possuir entre 28 cm e 32 cm.
E4
[6.7.1.1] Colocar corrimãos, em duas alturas nos dois lados da escada.
[6.7.1.6] Os corrimãos devem estar instalados a 92 e 70 cm de altura em relação ao piso
[5.13] Deve-se acrescentar uma faixa de material antiderrapante e com contraste (de 2 cm a 3 cm de largura) na borda do piso que alerte o desnível.
[5.14] Colocar piso tátil alerta na escada, em seu início e seu fim.
12�CAPÍTULO 5 - Resultados
Laudo Técnico Bloco E
Identificação do problema avaliado
Alterações obrigatórias de acordo com a norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco E:
Vide tabela item:
RAMPAS EXTERNAS
Planilhas 11.55 a 1.73
[6.5.1.2] Rampas externas (rampas dos passeios) devem possuir inclinação de no máximo 8,33%. E5
PORTAS Planilha 11.89 a 1.95
[6.9.2.1] Todas as portas devem ter vão livre de 80 cm e altura mínima de 210 cm. A porta de duas folhas na entrada deste bloco deve possuir também dimensão mínima de 80 cm.
E6E7
CIRCULAÇÃO INTERNA
Planilha 22.37 a 2.50
[6.10.5] Desobstruir completamente a faixa de livre circulação e a isentar de interferências, tais como vegetação, equipamentos e mobiliário. Eventuais obstáculos aéreos devem se localizar a uma altura superior a 210 cm.
E8
[6.1.1] Trocar os pisos do corredor das salas de aula por um em material antiderrapante.
[5.2.3] Colocar sistema de alarme de incêndio (sonoro e luminoso).
[5.15] Indicar as rotas de fuga, através de sinalização visual e pisos táteis direcional, além de indicar as saídas de emergências do colégio (através de alarme sonoro e visual).
RAMPA INTERNAPlanilha 4
4.75 a 4.94
[6.5.1.2] As rampas (acesso às salas de arte) devem possuir inclinação de no máximo 8,33%. E9
126
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco E
Identificação do problema avaliado
Alterações obrigatórias de acordo com a norma
Onde? N° e item da planilha
Item da NBR
9050/2004A alterar no Bloco E:
Vide tabela item:
BEBEDOUROS
Planilha 22.55 a 2.57
[9.1.1] Pelo menos 50% dos bebedouros de cada pavimento devem ser acessíveis e estar localizados em rotas acessíveis.
E10
[9.1.2] A bica deve estar localizada no lado frontal do bebedouro, possuir altura de 90 cm e permitir a utilização por meio copo.
Planilha 55.1 a 5.40
[9.1.3] O bebedouro acessível deve possuir altura livre inferior de no mínimo 73 cm do piso acabado e um espaço de do mínimo 50 cm para aproximação da cadeira.
SANITÁRIOS Planilha 55.1 a 5.40
[6.9.2.1] Ampliar o vão livre da porta de entrada ao banheiro (mínimo 80 cm).
E11
[7.2] Execução de um banheiro acessível nesse bloco, que acordo com os parâmetros da norma.
[5.4.4.1] Identificar a localização dos sanitários no colégio, com símbolo internacional de sanitários identificando o tipo (masculino, feminino).
SALA DE ARTES Planilha 6s/n
[Art. 6 e 26]
[5.2.2]
Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação da sala.
E12[9.3.4] Trocar as mesas da sala de artes por outras que atenda as medidas adequadas (entre 75 e 85 cm), para maior conforto das crianças e um uso coletivo.
[7.3.6.3] Trocar as torneiras por do tipo alavanca ou sensores.
127CAPÍTULO 5 - Resultados
Laudo Técnico Bloco EIdentificação do
problema avaliado Alterações recomendadasOnde? N° e item
da planilha A alterar no Bloco E:Vide
tabela item:
CIRCULAÇÕES E BANHEIROS
Planilha 22.37 a 2.50Planilha 55.1 a 5.40
Melhorar a comunicação visual deste bloco, principalmente nas circulações.Dar contraste entre os equipamentos e a parede, nos banheiros. E1
E11
5.2. Algumas soluções de projeto
A seguir, serão apresentadas algumas sugestões, em forma de croquis, para futuros projetos de intervenção no Colégio de Aplicação.
Vale ressaltar que a implementação destas idéias re-quer um projeto arquitetônico detalhado.
128
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Desenho da Entrada do ColégioEscada e rampa
120 120240*
*dimensões mínimas, em cm
Piso alerta indica início e fim das escadas e rampas
Lance máximo da escada de 19 degraus
Rampa com inclinação máxima de 8,33% e largura
mínima de 1,20 m
A proximidade entre rampa e escada e os patamares
comuns de ambas permitem uma maior integração entre
estudantes com e sem deficiência
À esquerda, encontro dos estudantes nos patamares; à direita vista da entrada do colégio; e acima planta baixa
O primeiro e o último degrau de um lance da escada devem distar no mín.0,30 m da circ.
240*
120
PLANTA BAIXA
VISTA FRONTAL
12�CAPÍTULO 5 - Resultados
PerspectivaEntrada do EdifícioPiso alerta indica travessia
Piso guia conduz à escada
Piso alerta indica o desnível
Travessia elevada
Rampa inclinação máx. de 8,33%
A proximidade entre rampa e escada permite maior integração entre estudantes com e sem deficiência
Destinar vagas, próximas a rotas acessíveis, para
pessoas com deficiência
Placa de identificação
130
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Desenho Escada
Faixa em cor contrastante, na borda do degrau de 2 a 3 cm
Deve haver patamares a cada 3,20 m de desnível, com dimensões iguais às da largura da escada
As dimensões do piso (entre 28 e 32 cm) e do espelho (entre 16 e 18 cm) dos de-graus devem ser constantes em toda a escada
A largura da escada deve ter no mínimo 1,20 m, mas recomenda-se 1,50 m
Os corrimãos devem ser instalados em duas alturas (70 e 92 cm) e em ambos lados da escada
Os corrimãos devem ter largura entre 3,0 e 4,5 cm e devem se prolongar pelo menos 30 cm antes do início e após o fim da escada
131CAPÍTULO 5 - Resultados
Desenho do Bebedouro
Além do espaço para aproximação, deve haver uma faixa de livre circulação de no mínimo 1,20 m
Bebedouro em duas alturas distintas:73 e 90 cm
73 c
m 90 c
m
x cm
x cm
VISTA FRONTAL
PLANTA BAIXA
132
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Desenho do Balcão de Fotocópia
73 c
m
mín.
30 cm
Balcão em duas alturas permite o uso por adultos, crianças e cadeirantes (98 e 75 cm)
Profundidade livre inferior entre 30 e 50 cm permite o alcance do cadeirante ao balcão
133CAPÍTULO 5 - Resultados
Desenho do Orelhão
Piso alerta indica obstáculo áereo (orelhão)
120
cm
73 c
m
Instalar um TDD (telefone que transmite
mensagens de texto)
A parte superior do aparelho de telefone rebaixado deve estar,
aproximadamente, a 1,20 m do piso, para um cadeirante ou uma criança
mínimo 1,20 m
Além do espaço para uso do orelhão, deve haver uma faixa de livre
circulação de no mínimo 1,20 m
A altura livre inferior deve ser de 73 cm
PLANTA BAIXA
134
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Desenho do Sanitário
Deve ser instalado fraldário para bebês
junto aos sanitários com altura de 0,95 m em
relação ao piso
O comando da torneira deve estar no máximo a 0,50 m da face externa
do lavatório e estas devem ser do tipo
alavanca ou acionadas por sensores eletrônicos
1,80
m
0,90
m
0,73
men
tre
0,78
e 0
,80
m
máx. 0,50 m
entre0,25 e 0,50 m
A bancada do lavatório deve ser vazada, permitindo uma
aproximação frontal inferior entre 0,25 e 0,50 m
Os acessórios, como saboneteira, toalheiro e porta-objetos, devem estar em uma faixa de alcance confortável. A altura desta faixa, em relação ao piso, deve ser entre 0,70 e 1,20 m
Os lavatórios devem ter altura, em relacão ao piso, entre 0,78 e 0,80 m; sendo que a altura livre deve ser de 0,73 m.
13�CAPÍTULO 5 - Resultados
A recepção deve ser identificada com suporte informativo visual e tátil
É recomendável que a recepcionista seja intérprete da linguagem brasileira de sinais (LIBRAS)
Deve ser instalado alarme visual e sonoro de incêndio e as saídas de emergência devem ser identificadas
Balcão em duas alturas permite aproximação de pessoas em pé e cadeirantes
A porta deve ter vão mínimo de 0,80 m. Caso tenha duas folhas, e elas tiverem dimensão menor que esta, ambas devem permanecer sempre abertas
mínimo 0,80 m
Desenho da Recepção
136
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Detalhe do balcão da recepção
Para permitir a aproximação de pessoas em pé, o balcão deve ter 0,90 m de altura
0,90
m
0,78
m
mín.0,30 m
0,73
m
Para permitir a aproximação de cadeirantes e crianças, o balcão deve ter 0,78 m de altura
Para permitir a aproximação frontal um cadeirante, a altura livre do balcão deve ser de 0,73 m
Deve-se prever um espaço para acomodação dos pés, com profundidade mínima de 0,30 m
VISTA LATERAL
de 0,30 m a 0,50 m
137CAPÍTULO 5 - Resultados
Desenho Circulação Interna
A faixa em cor contrastante, na parte inferior da parede permite delimitar os diferentes planos (piso e paredes) e melhorar a orientação de pessoas com baixa visão
As portas devem ser pintadas em uma cor que contraste com a das parede
A porta deve ter vão mínimo de 0,80 m. Caso tenha duas folhas, e elas tiverem dimensão menor que esta, ambas devem permanecer sempre abertas
Em uma circulação como esta, extintores e lixeiras podem ser obstáculos aéreos para pessoas com deficiência visual, que durante seu deslocamento, se guiam pelas paredes. Sugerem-se nichos que abriguem estes equipamentos
mínimo
0,80 m
138
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
PLANTA BAIXA VISTA LATERAL VISTA FRONTAL
PARE
DE
Painéis em gesso, com inclinação de 45o em relação à parede
Detalhe dos nichos
Informação escrita e cores correspondentes identificam o extintor
e a lixeira
13�CAPÍTULO 5 - Resultados
Desenho da Entrada da Biblioteca
Informação escrita e pictográfica identifica a biblioteca
Informação tátil em braille também identifica a biblioteca
mínimo 80 cm
A porta deve ter vão mínimo de 0,80 m. Caso tenha duas folhas, e elas tiverem dimensão menor que esta, ambas devem permanecer sempre abertas
A faixa em cor contrastante, na parte inferior da parede permite
delimitar os diferentes planos (piso e paredes) e melhora a orientação
de pessoas com baixa visão
140
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Desenho das Estantes da Biblioteca
Para que crianças e cadeirantes possam alcançar
todas as prateleiras, a estante deve ter no máximo
1,20 m de altura
A distância entre as estantes devem ter de
no mínimo 0,90 m
A distância entre as prateleiras deve ter no
máximo 0,55 m
máx
imo
1,20
m
máx
imo
0,55
m
141CAPÍTULO 5 - Resultados
Exemplo de mesa
entr
e 0,
78 e
0,8
0 m
mínimo0,50 m
0,73
m
A altura da mesa em relação ao piso deve ter
entre 0,78 e 0,80 m
Para garantir a aproximação frontal deve existir uma profundidade mínima de 0,50 m
A altura livre, em relação ao piso, deve ser de 0,73 m
142
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Desenho do Palco do Auditório
Como não há espaço para a colocação de uma rampa no palco, sugere-se a instalação de um elevador hidráulico, ao lado da escada, para vencer o desnível
Fora dos corredores, junto às cadeiras, deve-se prever ao menos um espaço de 0,80 x 1,20 m, que deve estar a uma distância de 0,30 m da cadeira da frente, em uma rota acessível
143CAPÍTULO 5 - Resultados
Paralelamente à avaliação de acessibilidade espacial, houve uma solicitação por parte do colégio para a ela-boração de uma mesa de computador para um aluno da primeira série do Ensino Fundamental. A escola já havia conseguido a doação tanto do material e da mão de obra, quanto do computador e dos softwares uti-lizados para comunicação, sendo ainda necessário o design da mesa.
Relata-se, a seguir, a experiência de elaborar o design da mesa e de sua execução, durante este projeto de extensão, levando sempre em consideração as necessi-dades específicas do aluno. Entretanto, mesmo consi-derando todas as suas peculiaridades, aplicaram-se os conceitos universais em seu desenho, ou seja, procu-rou-se adequar o design a outros usuários, a partir da flexibilidade do mobiliário.
5.3.1 O usuário
O termo paralisia cerebral (PC), segundo a Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, define qualquer desor-dem caracterizada por uma lesão não progressiva do cérebro humano em processo de desenvolvimento, ou seja, durante a gestação, parto, ou após o nascimento, ainda no amadurecimento do cérebro da criança. Cada parte do cérebro é responsável por determinada fun-ção do corpo, sendo que as dificuldades decorrentes da PC estão relacionadas com as partes do cérebro que foram afetadas e com a extensão da lesão.
Este dano cerebral pode levar à inabilidade, à difi-
5.3. Mesa para auxiliar na comunicação de aluno com paralisia cerebral
culdade ou ao descontrole de músculos e de certos movimentos do corpo. As crianças com PC têm pouco controle de suas posturas e movimentação corporal. Segundo Heidrich et al, a paralisia cerebral não é uma doença, mas “uma condição médica especial”.
De acordo com a Associação Brasileira de Paralisia Cerebral (ABPC), esta lesão não pode ser considera-da uma deficiência mental, pois, em 90% dos casos, não há danos na inteligência do indivíduo. Por ser uma lesão, a paralisia cerebral não é contagiosa, nem ge-nética, sendo que não será transmitida aos filhos das pessoas afetadas por esta. Não existem medicamentos nem operações que possam curar a paralisia cerebral, mas existem possibilidades de minimizar e melhorar as condições de quem vive com ela.
No caso do aluno do Colégio Aplicação, foi possível perceber que a paralisia cerebral afetou diferentes partes de seu corpo: alterou seu tônus muscular, a postura e provocou dificuldades funcionais nos movi-mentos, sendo necessário a utilização de uma cadeira de rodas para o deslocamento. A paralisia gera neste aluno movimentos involuntários, principalmente dos membros superiores, machucando-os constantemen-te. Verificou-se, também, a alteração no equilíbrio, fazendo com que o aluno jogue seu corpo para frente, ficando seguro por uma alça instalada em sua cadeira de rodas. Além disso, o menino apresenta dificuldades de se comunicar através da fala e de se concentrar.
5.3.2 Problemas referentes à acessibilidade espacial
A criança enfrenta sérios problemas de acessibilidade espacial no colégio, os quais foram levantados com o auxílio de Planilhas Técnicas desenvolvidas no Progra-ma de Acessibilidade Espacial do Ministério Público de
144
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Santa Catarina (ver capítulo 3 e item 5.1). Como es-tes já foram apresentados, será ressaltado neste item apenas um problema referente a cada uma das quatro componentes de Acessibilidade Espacial para fins ilus-trativos. Como já foi colocado, o aluno não se locomo-ve de forma autônoma e utiliza cadeira de rodas. Seus pais, professores e a estagiária que o acompanha en-frentam muitas dificuldades durante seu deslocamento no colégio. Segundo sua mãe, o percurso realizado diariamente, entre o carro (que fica estacionado em vaga especial, já dentro do pátio da escola) e a sala de aula, é inacessível, pois apresenta pisos irregulares e desníveis relevantes que impossibilitam o desloca-mento com cadeira de rodas, sendo necessário carre-gar o aluno no colo. Verificou-se também que algumas rampas na área externa encontram-se com inclinação acima dos previstos pela NBR 9050/2004. Os pisos da circulação são firmes, no entanto apresentam-se em materiais escorregadios. Quanto ao uso, o aluno en-cara situações delicadas, estuda em uma sala onde o mobiliário não é adequado para sua deficiência e para o tipo de cadeira de rodas que ele utiliza. Para a re-alização de todas as atividades, o aluno necessita da ajuda de um acompanhante.
Tanto sua percepção do espaço é fundamental para sua orientabilidade quanto sua capacidade de comuni-car-se através da fala. Ambas, devido a sua paralisia, foram comprometidas. O menino, muitas vezes, pres-ta atenção nas situações circundantes, ri mostrando compreender parte do que é falado. Sabe-se que sua visão é perfeita, mas sua audição pode ter sido afeta-da pela deficiência. É necessária uma avaliação mais aprofundada dos danos causados no menino por sua lesão. O Hospital Sarah de Reabilitação, em Brasília, é referência no país neste tipo de avaliação. E somente após um ano da realização do desenho e execução des-ta mesa, o menino conseguiu consultar, por telefone,
os médicos deste hospital. As dificuldades encontradas por este aluno na comunicação dificultam a partici-pação deste nas diversas atividades desenvolvidas em sala de aula e no contato direto com o professor e os colegas de sala.
Neste caso específico é possível perceber como a aces-sibilidade em termos espaciais ou arquitetônicos não resolve todo o problema. É necessário criar um equi-pamento ou mobiliário – a mesa - que dê suporte à questão pedagógica, tornando possível a participação e inclusão em sala de aula. Acredita-se que contribuin-do para a melhoria de uma das componentes da aces-sibilidade – o uso -, conseqüentemente, facilita-se o desenvolvimento das outras, diminuindo os problemas enfrentados.
5.3.3 Projeto da mesa
Atualmente, já é crescente o número de escolas que buscam mobiliários adequados para equacionar a fal-ta de equipamentos acessíveis aos estudantes com deficiência, porém casos específicos exigem projetos exclusivos, que considerem as restrições sofridas por usuários específicos devido à falta de acessibilidade espacial.
De acordo com Araújo apud Werner, (2002):
“Ajudas técnicas apropriadas podem fazer uma gran-de diferença em termos de determinação pessoal, integração social e sobrevivência. Porém para criar equipamentos apropriados, precisamos trabalhar jun-to com a pessoa com deficiência. Devemos considerar a combinação única desta pessoa no que diz respeito às suas experiências, os seus desejos, oportunidades, renda e motivações, assim como às possibilidades pes-soais e do meio. O design deve ser diferente de acordo com os recursos locais, custo, acessibilidade, meio de
14�CAPÍTULO 5 - Resultados
transporte para a escola ou trabalho, e os sistemas de suporte, além da família e comunidade”.
O projeto dessa mesa acessível vem para auxiliar na realização de atividades da vida diária escolar, con-tribuindo no desempenho funcional e proporcionando uma comunicação neste ambiente de trabalho (sala de aula), sendo apoio para o desenvolvimento das habili-dades do aluno (BINS ELY, 2003).
Atualmente, vem-se desenvolvendo diversos tipos de tecnologias de informação e comunicação (TIC’s) que visam trazer progresso na comunicação das crianças com paralisia cerebral. Novos tipos de softwares, har-dwares, como mouses e teclados especiais, amoldam-se às necessidades dos PC’s. A mesa, portanto, serviria para não só acomodar o computador, mas também para apoiar seu material, possibilitando redigir, ler, etc.
Desta maneira, no processo de desenho da mesa, leva-ram-se em consideração as necessidades especificas do aluno e as condicionantes (cadeira existente + compu-tador). As entrevistas informais com a direção e com a acompanhante, estudante de psicologia, serviram para levantar as necessidades a serem supridas pela mesa. Foram tiradas as medidas do menino e de sua cadeira, a qual se mostrava mais alta que as comumente encon-tradas. O mobiliário a ser desenvolvido e a cadeira de rodas do estudante compunham o posto de trabalho, desta maneira, o estudo da ergonomia se fez presente para possibilitar que o aluno pudesse realizar suas ati-vidades com total conforto e segurança.
Com os dados levantados, o passo seguinte foi adequar as condicionantes às necessidades do usuário advindas de sua paralisia cerebral. Vale ressaltar que, mesmo sendo um projeto pensado para as necessidades deste menino com PC, o desenho considerou questões que
pudessem ser aplicadas a várias outras crianças, tor-nando assim o projeto mais universal. Partiu-se, por-tanto, para o projeto da mesa, o primeiro passo foi desenhar alguns croquis e ao mesmo tempo realizou-se a construção de uma maquete na escala 1: 10. A partir da maquete, foram elaborados os desenhos técnicos, para serem encaminhados para o marceneiro.
A mesa, em madeira laminada, possui suporte para o encaixe do monitor do computador, com inclinação adequada, permitindo assim uma boa visibilidade ao estudante.
O formato amebóide (curvas) surgiu da preocupação de abolir as quinas, para a segurança não só do aluno, mas também das outras crianças da turma.
Fig. 35 - Aluno com paralisia ce-rebral. Fonte: Autores.
146
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Fig.36 - Alguns dados antropométricos. Fon-te: Autores.
148
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Fig. 38 - Vista superior da mesa: curvatura. Escala 1:10. Fonte: Autores.
14�CAPÍTULO 5 - Resultados
maneira, se considera não só a possibilidade de uso por outros cadeirantes, mas também a acomodação do próprio estudante durante seu crescimento, o que se traduz em novas dimensões antropométricas e em novas cadeiras de rodas. Além disso, pensou-se em um espaço para manobra, à direita da mesa, para que a pessoa que conduz o menino possa girar a cadeira para colocá-lo e retira-lo dali. Este local para manobra, à direita da mesa, também acomoda perfeitamente uma cadeira, para que um acompanhante.
O aluno possui uma cadeira de rodas mais alta e mais estreita do que as convencionais, quanto à largura não houve problema, deixou-se espaço adequado para qualquer tipo de cadeira, já a questão da altura foi pouco mais complicado, pois a altura da mesa é funda-mental para o conforto de quem a utiliza. Pensou-se, portanto, na colocação de pés reguláveis metálicos, permitindo uma variação de até 10 centímetros na sua altura. Em conversa com o marceneiro uma solução diferente foi encontrada: criou-se um pé, também de madeira laminada, cujo formato faz alusão ao tam-po, com três furos, permitindo ajuste da altura. Desta
Fig. 39 - Vista 1 da mesa. Escala 1:10. Fon-te: Autores.
1�0
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Devido à sua paralisia cerebral, o garoto sofre de con-trações musculares involuntárias. Foi bastante impor-tante, portanto, pensar em travas para a bandeja do teclado e para o próprio teclado. Dessa forma, além de travar a bandeja com uma simples peça de madei-ra, fez-se um negativo na madeira do exato tamanho do teclado, para que este pudesse ficar perfeitamente acoplado à bandeja. O negativo feito na madeira foi pensado para quem utiliza o mouse na mão esquerda, ou seja, para canhotos. Caso, futuramente, alguém destro utilize a mesa, a bandeja deve ser substituída.
Na lateral esquerda, localiza-se a estrutura que apóia a CPU. Para dar mais leveza ao projeto, esta fica em balanço, possuindo diversas aberturas, que, ao mes-mo tempo permitem a ventilação e a segurança do gabinete. Isso ocorre porque as aberturas possuem di-mensões bem inferiores às do gabinete, e a porta da estrutura fica chaveada. Dessa forma, impede-se um possível roubo ou extravio do computador, mesmo com a sala de aula aberta. Estas questões de segurança fo-ram pensadas uma vez que o projeto não foi elaborado para que pudesse ser facilmente deslocado pela es-cola. É uma estrutura grande, e não é desmontável, sendo importante permanecer em um mesmo lugar.
Fig. 40 - Vista 2 da mesa. Escala 1:10. Fon-te: Autores.
1�1CAPÍTULO 5 - Resultados
Quando se considerou a possibilidade de uso da mesa por cadeiras de rodas com diferentes larguras e altu-ras, aplicaram-se os princípios do Desenho Universal. Desta forma, a mesa torna-se flexível, uma vez que permite uma gama de possibilidades, buscando atingir outros usuários com as mesmas dificuldades.
Fig. 41 - Vista 3 da mesa. Escala 1:10. Fon-te: Autores.
Fig. 42 - Vista 4 da mesa. Escala 1:10. Fon-te: Autores.
Após sua confecção, a mesa foi encaminhada para o colégio, meses depois, foi verificado que se encontra em desuso. Logo após a entrega da mesa, entrou na turma outro menino com a mesma lesão, sendo neces-sária a existência de duas mesas, para atender ambos os meninos. Em conversa com a coordenação, a escola apresentou novas práticas pedagógicas, sem a utiliza-ção de softwares de computadores para melhorar as formas de comunicação das crianças com paralisia ce-rebral, buscando assim, uma maior inclusão no ensino.
1�2
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Essa política de inclusão já se mostra eficiente, uma vez que o aluno apresenta melhores condições de co-municação. A escola afirma que a mesa será muito útil para a utilização dos softwares com os alunos, passada essa fase de alfabetização.
Dessa forma, a mesa não pode ser testada, não sendo possível fazer uma avaliação de seu uso. Acredita-se, entretanto, que adaptações serão necessárias, como a colocação de estofados na mesa, para evitar machucar o menino durante suas contrações involuntárias. Res-salta-se que a mesa não poderia ter um tamanho me-nor, sendo bem maior que as demais da sala de aula, o que, somado ao seu formato, acaba chamando bas-tante atenção dos colegas de turma. Sugeri-se, por-tanto, que novos projetos de mesas escolares levem em consideração tais fatos, para que se possa ter uma integração maior ao contexto da sala de aula.
Apesar dos problemas ainda existentes, o projeto des-te mobiliário escolar é fruto de uma pesquisa mais ampla, e visa unicamente o bem estar do usuário e não tem como objetivo a divulgação do equipamento.
Mostrou-se, portanto, esta experiência, a fim de con-tribuir para futuros projetos semelhantes. Ressalta-se que iniciativas como essas devam ser exemplos a ou-tras instituições, uma vez que o colégio se dispôs a ob-ter os recursos necessários para execução do projeto.
Uma escola inclusiva é aquela que prepara o espaço escolar, inclusive o mobiliário, de forma que atenda todos os alunos, independente de suas habilidades ou restrições, oferecendo condições propícias para o aprendizado, para troca e interação entre as diferen-tes pessoas no ambiente escolar. Consciente de suas funções, uma escola preocupada com a inclusão, adap-ta e amolda o ensino ao uso dos alunos. No entanto, vemos que nem sempre essa afirmativa se faz presen-te. Observa-se a necessidade de aplicar os conceitos de Acessibilidade Espacial e do Desenho Universal, de tal modo que a multidisciplinaridade obtida pela arquitetura, ergonomia e o design possa subsidiar e estabelecer critérios para o desenvolvimento de am-bientes, produtos, sistemas e processos adequados às necessidades das pessoas com deficiência, a fim de
Fig. 43 (ao lado) e 44 (acima)- Vista frontal e superior da mesa. Fonte: Autores.
1�3CAPÍTULO 5 - Resultados
Fig.45 - Negativo na bande-ja trava o teclado. Fonte:
Autores.
Fig.48 - Detalhe pés reguláveis em madeira. Fonte: Autores.
Fig. 47 - Encaixe monitor. Fonte: Autores.
Fig. 46 - Estrutura para apoiar o CPU. Fonte: Autores.
1�7
6. Considerações Finais
Por estar acontecendo paralelamente ao Programa de Acessibilidade do MP-SC, o Projeto de Pesquisa e Ex-tensão no Colégio de Aplicação acabou se tornando um estudo piloto do programa oficial, uma vez que foi pos-sível testar o método das Planilhas Técnicas e propor algumas soluções quanto a seu formato e organização. A inclusão de plantas baixas, fotos e descrição dos pro-blemas no laudo do Colégio de Aplicação assim como a síntese de problemas realizado (agrupando itens e selecionando apenas as situações irregulares), criados pelo Grupo PET, foi primordial para auxiliar na defini-ção da estrutura do laudo técnico do MP-SC e para o aperfeiçoamento do software necessário para a elabo-ração dos laudos. Isto porque no software inicial havia apenas a reprodução de todos os itens da planilha em forma de pergunta e não havia a inclusão das observa-ções realizadas pelos fiscalizadores. Com a revisão do software foi possível selecionar apenas os itens irregu-lares e acrescentar as observações digitalizadas pelos fiscalizadores. Isto porque o objetivo central do laudo não se restringe a identificar as irregularidades, mas principalmente encaminhar a solução das mesmas. Além disso, na estrutura do laudo técnico final foi in-cluído um bloco para desenhos e esquemas dos edifí-
cios vistoriados localizando a aplicação das planilhas e auxiliando na localização dos problemas.
Por outro lado, a elaboração de um laudo de avaliação das condições de acessibilidade do Colégio de Aplicação e seu futuro encaminhamento para o Ministério Públi-co Federal (MPF) é de suma importância para a escola poder obter recursos para os projetos de reforma ne-cessários uma vez que a acessibilidade dos alunos com deficiência é garantida por lei. Este encaminhamento só será possível a partir do contato com o Ministério Público Estadual, uma vez que dessa maneira podem-se conhecer os moldes pelo qual este tipo de laudo é feito e encaminha-los para o Procurador Federal.
É também importante mencionar que as planilhas uti-lizadas são bastante eficazes e práticas para o desen-volvimento de ações de fiscalização quanto ao cum-primento das normas técnicas. No entanto, para o desenvolvimento de soluções de projeto de acessibili-dade é fundamental aprofundar o conhecimento sobre as dificuldades cotidianas enfrentadas pelos usuários com deficiência no uso dos espaços.
1�8
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Salientamos então a importância da utilização do mé-todo dos “passeios acompanhados” utilizado durante a avaliação e que permitiu uma maior compreensão das necessidades reais dos usuários com deficiência e conscientização dos pesquisadores sobre a importância da acessibilidade espacial e da quebra de preconceitos nas escolas de ensino regular. Esta visão só pode ser obtida plenamente através da observação da vivência destes espaços por pessoas com diferentes dificuldades e habilidades, escolhidas a partir de sua faixa etária.
A avaliação inicial das condições de acessibilidade no colégio deixou evidente a falta de coerência entre a legislação e o que realmente acontece na prática. Ao mesmo tempo em que a escola tem o dever de possuir espaços acessíveis, ela não tem o direito que receber verbas para sua adequação, uma vez que estas só es-tão sendo fornecidas para escolas municipais e estadu-ais. O espaço físico do Colégio de Aplicação da UFSC não está adequado para receber alunos com diferentes deficiências. A falta de acessibilidade de seus espaços e o modo como estes estão concebidos faz com que os alunos com deficiências se tornem dependentes da ajuda alheia, quando têm o direito à autonomia, con-forto e segurança.
Sabe-se ainda que persistam muitas barreiras além das espaciais para se atingir a inclusão no ensino sendo necessário romper com preconceitos sócio-culturais, assim como desenvolver políticas de ação que apóiem concretamente uma mudança nos modos de ensinar. Pedagogos e professores devem estar preparados para lidar com as diferenças em sala de aula. Além disso, profissionais de Arquitetura, Engenharia e Design de-vem conceber, desde o principio, espaços universais, considerando diferentes habilidades e necessidades dos usuários. Por outro lado, garantir condições de acesso espacial e uso dos espaços é condição básica e
inicial para atingir o objetivo maior da inclusão.
Até a publicação deste caderno, esta pesquisa obte-ve aprovação em três congressos para apresentação oral de artigos. Entre os dias 23 e 25 de agosto de 2006, na cidade de Florianópolis, a equipe apresentou o seu trabalho no XI Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (ENTAC). Já no início outu-bro do mesmo ano, a pesquisa obteve aprovação no VI Workshop Brasileiro de Gestão do Processo de Projeto na Construção de Edifícios (NUTAU) Inovações Tecnoló-gicas e Sustentabilidade, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). Por fim, o projeto foi apresentado no III Congresso Bra-sileiro de Extensão Universitária (CBEU), na Universi-dade Federal de Santa Catarina (UFSC), entre os dias 23 e 25 de outubro de 2006.
Finalmente devemos dizer que acreditamos ser o de-sejo de todos envolvidos nesta avaliação – professores, alunos e funcionários do Colégio de Aplicação, alunos do grupo PET/ARQ e seus orientadores – que este tra-balho de pesquisa possa realmente contribuir no pro-cesso de inclusão de alunos com deficiência no ensino através da melhoria concreta das condições de acessi-bilidade espacial.
161Bibliografia
ABPC. Associação Brasileira de Paralisia Cerebral. Dis-ponível em: http://www.apcb.org.br/paralisia.asp Acesso em: 09 de fevereiro de 2007.
ARAUJO, Renata Mattos Eyer de. Mobiliário escolar aces-sível e tecnologia apropriada: uma contribuição para o Ensino Inclusivo. 2002. Disponível em: http://www.acessibilidade.net/at/kit2004/Programas%20CD/ATs/cnotinfor/Relatorio_Inclusiva/pdf/Mobiliario_escolar_pt.pdf - Acesso em: 15 de maio de 2006.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 2 ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
BINS ELY, Vera Helena Moro. Ergonomia + Arquitetura: buscando um melhor desempenho do ambiente físico. Rio de Janeiro: Anais do 3° ERGODESIGN, 2003. CD-Rom.
BINS ELY, Vera Helena Moro. ÂNGELO, Cláudia Vieira. SILVA, Leonora Cristina. LINCZUK, Vinícius César Ca-dena. Projeto de Extensão: Reforma no Colégio Apli-cação. Florianópolis: Relatório de Pesquisa PET/Arq/SESu, 2001.
BINS ELY, Vera Helena Moro. OLIVEIRA, Aíla Seguin Dias Aguiar de. Acessibilidade em Edifício de Uso Público: Contribuição de Projeto de Extensão na Elaboração de Dissertação. Rio de Janeiro: Anais do PROJETAR – II Se-minário sobre Ensino e Pesquisa em Projeto de Arqui-tetura, 2005. ISBN 85-88025-03-5.
BibliografiaBRANDÃO, Milena M. DISCHINGER, Marta. GUIMARÃES, Elom A. RIGO, Walmir. Acessibilidade e Inclusão nas Instalações da Fundação Catarinense de Educação Es-pecial. São Carlos: Anais do PLURIS – 1º Congresso Luso Brasileiro para o Planejamento Urbano Regional Inte-grado Sustentável, 2005. ISBN 85-85205-60-1
BRASIL. Ministério da Educação. Plano Nacional Educa-ção – Lei Federal n°. 10.172. Brasília: de 9 de Janeiro de 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/LEIS_2001/L10172.htm Acesso em: 26 de janeiro de 2007.
DISCHINGER, Marta. BINS ELY, Vera Helena Moro. MA-CHADO, Rosângela. DAUFENBACH, Karine. SOUZA, Thiago Romano Mondini de. PADARATZ, Rejane. AN-TONINI, Camile. Desenho Universal em Escolas: aces-sibilidade na rede escolar municipal de Florianópolis. - Florianópolis: PRELO, 2004. 190p. :il.
DISCHINGER, Marta. Designing for all senses: accessi-ble spaces for visually impaired citizens. Göteborg, Su-écia, 2000. – Department of Space and Process, School of Architecture, Chalmers University of Technology.
DUARTE, Cristiane. COHEN, Regina. Pesquisa e Projeto de Espaços Públicos. Rebatimentos e Possibilidades de Inclusão da Diversidade Física no Planejamento das Ci-dades. Rio de Janeiro: Anais do PROJETAR – II Seminá-rio sobre Ensino e Pesquisa em Projeto de Arquitetura, 2005. ISBN 85-88025-03-5.
162
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
HEIDRICH, Regina. TOROK. Delfim Luis. CAPPELATTI, Ewerton. SILVA, Luciana Ferreira da. MULLER, Marcelle Suzete. MASOTTI, Miguel. Design Inclusivo – desenvol-vendo e utilizando tecnologias de informação e comu-nicação para alunos com necessidades educacionais especiais. Disponível em: http://penta3.ufrgs.br/Ci-clo8/artigo25094.pdf Acesso em: 10 de fevereiro de 2007.
LONGO, Lise. Recuperar, Renovar, Inovar: Requalifica-ção Arquitetônica do Colégio Aplicação da UFSC. Flo-rianópolis: Trabalho de Conclusão de Curso em Arqui-tetura e Urbaniso – UFSC, orientado pela professora Carolina Palermo Szücs, 2002-1.
OLIVEIRA, Aíla Seguin Dias Aguiar de.Acessibilidade Espacial em Centro Cultural: estudo de casos. Floria-nópolis, 2006. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) Universidade Federal de Santa Catarina.
ORNSTEIN, Sheila. Avaliação Pós-Ocupação (APO) do Ambiente Construído. São Paulo: Editora da Universi-dade de São Paulo (EDUSP), 1992.
Paralisia Cerebral. In: Rede Sarah de Hospitais de Re-abilitação. Disponível em: http://www.sarah.br/pagi-nas/doencas/po/p_01_paralisia_cerebral.htm Acesso em: 10 de fevereiro de 2007.
Recommended