Administração de Medicamentos por Via Intramuscular · Via intramuscular 3 É uma via parenteral...

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Administração de Medicamentos por

Via Intramuscular (IM)

Profa Dra Rita de Cassia Gengo e Silva

Objetivos da aula

Ao final da aula, o estudante deverá ser capaz de

descrever o conceito, princípios e técnicas da administração de

medicamentos por via intramuscular

conhecer os locais para administração de medicamentos por via

intramuscular

selecionar o local para administração de medicamentos por via

intramuscular, considerando os aspectos técnicos, os riscos e as

melhores evidências disponíveis e

reconhecer o papel e a responsabilidade do enfermeiro na administração

de medicamentos por via intramuscular

2

Via intramuscular

3

É uma via parenteral para administração de

medicamentos, com finalidade profilática ou

terapêutica, na qual se realiza a punção da

pele com uma agulha acoplada a uma seringa

para que o medicamento seja administrado

profundamente num grande músculo.

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intramuscular.jpg

Via intramuscular

4

Complicações

Irritação local / Dor

Infecção / Abscesso no local da injeção

Punção arterial / Hematoma / sangramento

Fibrose e contratura do músculo esquelético

Paralisia

Lesão nervosa / neuropatia

Nódulos persistentes

Gangrena

Via intramuscular

5

Como prevenir complicações

Selecionar o melhor local (músculo) para aplicação, de acordo

com características do paciente e do medicamento

Conhecer os marcos anatômicos para seleção do sítio de

aplicação em cada músculo

Promover relaxamento do paciente / músculo (posicionamento)

Seguir rigorosamente a técnica preconizada

Rodiziar o local de aplicação, nos casos de múltiplas doses

A injeção IM é mesmo necessária?

6

Características do paciente

Dificuldade em aderir ao

tratamento

Pouco cooperativos ou relutantes

Preferência do paciente

Crenças errôneas (medicamento

é mais potente ou tecnologia

mais avançada)

Características do medicamento

Propriedades físico-químicas e

farmacocinéticas

Início e intensidade do efeito

desejado SC < IM < EV

Duração do efeito IM > EV

Escolha do local

7

Idade do paciente

Local livre de infecção, necrose, hematoma, abrasão, cicatriz

Condição da massa muscular (tônus, atrofia)

Reconhecer a localização das estruturas anatômicas (ossos, nervos e vasos

sanguíneos) subjacentes

Considerar o volume que deverá ser administrado e as características do

medicamento

Conhecer as vantagens e desvantagens de cada local

Volume máximo a ser administrado

(adultos)

8

Deltoide Ventroglúteo Dorsoglúteo Vasto lateral

1 mL 4 mL 4 mL 4 mL

Região Ventroglútea

9

Músculos glúteos médio e mínimo

Localização profunda

Distante de nervos e vasos sanguíneos

importantes

Menor camada de tecido adiposo sobre o

músculo, em comparação com o glúteo

máximo

Região Ventroglútea

10

Fácil acesso

As complicações são muito raras

Local mais seguro para injeções IM

1ª escolha, especialmente para injeção de

medicamentos em grandes volumes,

irritantes ou viscosos

Região Ventroglútea

11

12

Posicionamento do paciente

13

• DD – manter os joelhos flexionados

• DV – apontar os dedos dos pés para dentro

• DL – flexão do quadril e joelho da perna que está em cima

• Se não for possível deitar o paciente em pé ou sentado

Região Dorsoglútea

14

Músculo glúteo máximo

Próximo a grandes vasos (artéria glútea) e nervos (ciático)

Recoberto por grande camada de tecido adiposo

Região Dorsoglútea

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Absorção relativamente lenta do medicamento em comparação com

outros músculos

Associada à lesão do nervo ciático e da artéria glútea superior

Região Dorsoglútea

16

Método 1: divisão em 4 quadrantes

Linha horizontal:

origem na

saliência mais

proeminente do

sacro

Linha vertical:

origem na

tuberosidade

isquiática

17

Região Dorsoglútea

18

Método 2: divisão em 2 seções

Posicionamento do paciente

19

• DV (melhor) – apontar os dedos dos pés para dentro

• DL – flexão do quadril e joelho da perna que está em cima

Músculo Vasto Lateral da Coxa

20

Localiza-se na região ântero-lateral da

coxa

Fácil acesso

Grande massa muscular em pacientes

não atrofiados

1ª escolha para crianças < 12 meses

Músculo Vasto Lateral da Coxa

21

Distante de vasos sanguíneos ou

nervos importantes, porém associada

à lesão do nervo e da artéria

femorais

Músculo Vasto Lateral da Coxa

22

23

Posicionamento do paciente

24

• Sentado

• DD – pedir ou auxiliar o paciente a flexionar os joelhos

Músculo Reto Femoral

25

Localiza-se na região anterior da coxa

Fácil acesso

Músculo grande e bem desenvolvido

Absorção dos medicamentos é mais

lenta do que no braço, porém mais

rápida do que no glúteo

Músculo Reto Femoral

26

Pode ser facilmente utilizado por

pacientes para autoadministração de

medicamentos

Músculo Reto Femoral

27

Deve ser utilizado na presença de

contraindicação de outros locais para

injeção IM

Borda medial fica muito próxima ao

nervo ciático e vasos sanguíneos

importantes

As injeções nesse músculo podem

causar desconforto considerável

Músculo Reto Femoral

28

Músculo deltoide

29

Porção média do deltoide

Pequena área muscular

Número e volume das injeções são limitados

Indicado, especialmente, para a

administração de vacinas em adultos

Músculo deltoide

30

Antes de administrar o medicamento deve-se

Avaliar a condição do músculo

Consultar as orientações do fabricante do

medicamento com relação à utilização deste

músculo

Risco de

Lesão nervosa (axilar, braquial, radial e ulnar)

por irritação química ou ação mecânica direta

da agulha

Lesão vascular (artéria e veia braquiais)

Músculo deltoide

31

32

Posicionamento do paciente

33

• O paciente pode estar com o braço relaxado e com cotovelo flexionado ou com a mão na cintura

• Sentado

• Em pé

• Deitado

34

Promover o relaxamento do músculo

Minimizar a dor

Garantir conforto ao paciente

Promover a correta identificação do local para administração IM

Seleção da seringa e da agulha

35

O tamanho da seringa deve ser compatível com o volume de

medicamento a ser administrado

O tamanho da agulha deve ser determinado de acordo com

Local da injeção

Idade do paciente

Compleição física

Características do medicamento

Seleção da seringa e da agulha

36

Tipo de solução Calibre da agulha Cor do canhão

Aquosa 0,7 mm Preta

Oleosa / suspensão 0,8 mm Verde

37

Comprimento

Calibre

O que ocorre se a agulha

não for do tamanho

adequado?

Métodos para aplicação da injeção

38

1. Prega cutânea

Indicada para idosos, pacientes edemaciados

ou com pouca massa muscular

Risco de introduzir o medicamento no

tecido subcutâneo

Métodos para aplicação da injeção

39

2. Estabilização do músculo por meio do estiramento da pele e

exercendo leve pressão

Métodos para aplicação da injeção

40

3. Técnica em Z

Minimiza a irritação da pele, pois promove o “selamento” do local

onde o medicamento foi depositado

Angulação da agulha em relação à pele

41

Não introduzir

toda a agulha –

6mm de distância

da pele

Aspiração

42

Realizada após introdução da agulha no músculo e antes de

administrar o medicamento

Consiste em puxar o êmbolo da seringa por 5 a 10 segundos

Finalidade: verificar o retorno de sangue

Se ausente: administra-se o medicamento

Se presente: descarta-se seringa, agulha e medicamento e repete-se

o procedimento com material e medicamento estéreis

Não deve ser realizada na administração de vacinas

Registro

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Checagem da prescrição médica

Item

Medicamento

Dose

Via

Horário

1)

Ceftriaxona

1g

IM

8

Registro

44

Anotação de Enfermagem

8:00 – Administrado item 1 da prescrição médica em região

ventroglútea direita, sem intercorrências --------- nome/COREN-SP

45

Procedimento

46

Confira os 5 certos

Conheça a indicação do medicamento para o paciente, sua ação, a

dose habitual e a prescrita, efeitos adversos, tempo para o início da

ação

Certifique-se de que o paciente não tem alergia ao medicamento

Verifique a data de validade do medicamento

Conheça as características do paciente e do medicamento para

verificar se a injeção IM é de fato necessária

Selecione o local e avalie suas condições para aplicação da injeção IM

Procedimento

47

Separe o material necessário

Faça a higiene das mãos

Prepare o medicamento (lembre de trocar a agulha)

Garanta a privacidade do paciente

Confira novamente os 5 certos

Explique o procedimento

Posicione o paciente

Coloque as luvas de procedimento

Procedimento

48

Localize o sítio de aplicação por meio dos marcos anatômicos

Faça a antissepsia da pele com álcool 70% (até 5 a 8 cm do local de

punção), com movimentos circulares, por 30 segundos e aguarde o álcool

evaporar

A antissepsia com álcool não é realizada na aplicação de vacinas

Segure o algodão entre o 3º e 4º dedos da mão não dominante

Remova a capa da agulha

Segure a seringa entre o polegar e o indicador da mão dominante

ADM – Administração de Medicamentos por Via Intramuscular - EEUSP, 2016

RCGS

Procedimento

49

Aplique a injeção

Utilize, preferencialmente, a técnica Z

Introduza a agulha a 90º

Aspire por 5 a 10 segundos para verificar o retorno de sangue

Administre o medicamento, 1mL/10 segundos

Aguarde de 5 a 10 segundos para retirar a agulha

Retire rapidamente a agulha (acione o dispositivo de segurança),

enquanto coloca-se o algodão embebido em álcool no sítio de punção

Comprima levemente, mas não massageie o local

Aplique curativo adesivo, se necessário

Procedimento

50

Coloque o paciente em posição confortável

Descarte a seringa e a agulha no recipiente para perfurocortante

Retirar as luvas

Higienizar as mãos

Organizar a unidade do paciente

Checar a prescrição médica e realizar a anotação de enfermagem

Referências

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Sisson H. Aspirating during the intramuscular injection procedure: a systematic literature review. J Clin

Nurs. 2015 Sep;24(17-18):2368-75.

Greenway K. Rituals in nursing: intramuscular injections. J Clin Nurs. 2014 Dec;23(23-24):3583-8.

Boyd AE, et al. Improving the success rate of gluteal intramuscular injections. Pancreas. 2013;42: 878-882.

Clayton BD, Stock YN, Cooper SE. Farmacologia na prática de enfermagem. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

Crawford CL, Johnson JA;. To aspirate or not: An integrative review of the evidence. Nursing. 2012:20-25.

Organização Mundial da Saúde. OMS/SIGN: jogo de ferramentas para segurança das injeções e

procedimentos correlatos. Genebra, 2010.

Conselho Regional de Enfermagem. Administração de medicamentos por via intramuscular. 2010.

Potter PA, Perry AG. Fundamentos de Enfermagem. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

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practice. Applied Nursing Research, Vol. 16, No. 2 (August), 2002: pp 149-162.

Rodger MA, King L. Drawing up and administering intramuscular injections: a review of the literature.

Journal of Advanced Nursing, 31(3), 574-582.

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