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Autoria do texto: Pesquisadores
do IPEA/IPC-IG
Água, Saneamento e ODS 6 no Brasil Resumo Executivo
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Estudos e proposições de medidas e arranjo técnico-
institucional para o cumprimento do Objetivo de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6
Resumo Executivo
Versão preliminar para o Seminário 31
Autores: Gesmar Rosa dos Santos (Coord.); Ana Lizete Farias; Daniela Nogueira
Soares; Diego Franca Freitas; Eveline Maria Vasquez Arroyo; Isaque Daniel Rocha
Eberhardt; Julio Issao Kuwajima; Luiz Augusto Bronzatto; Maíra Simões Cucio;
Valéria Maria Rodrigues Fechine.
Brasília, dezembro de 2019
1 O conteúdo deste texto é de inteira responsabilidade da equipe de pesquisa, não expressando,
necessariamente, os pontos de vista de nenhuma das instituições parceiras do projeto em
andamento. Este Resumo Executivo objetiva fomentar o debate no Seminário 3 do Projeto de
estudos da parceria ANA/IPEA/PNUD/IPC-IG sobre o ODS 6. Os autores agradecem a Adrielli
Santos de Santana, bolsista do Ipea, pela contribuição na etapa final deste trabalho.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 4
2. A ADESÃO INSTITUCIONAL NA IMPLEMENTAÇÃO DO ODS 6.................................. 5
3. ESTRATÉGIA DE ESTUDOS E PROCEDIMENTOS DE PESQUISA .............................. 10
4. DESTAQUES DE DIAGNÓSTICOS DO RELATÓRIO FINAL ......................................... 11
4.1 Convergências entre iniciativas de gestão de água e saneamento no Brasil e as metas do
ODS 6 ...................................................................................................................................... 12
4.2 Desafios centrais e elementos essenciais de interesse para a implementação e
monitoramento do ODS 6 ....................................................................................................... 13
5. NOTAS ADICIONAIS E PROPOSTAS PARA IMPLEMENTAÇÃO DO ODS 6 .............. 18
5.1 Contribuições para o processo de implementação ............................................................ 19
5.2 Contribuições para o processo de monitoramento ............................................................ 27
5.3 Lista de propostas para o aperfeiçoamento da gestão da água e do saneamento no
contexto do ODS 6 .................................................................................................................. 31
6. ESTRUTURA DO LIVRO (Elaboração inicial IPEA/IPC) ................................................... 44
7. CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 49
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................ 50
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1. INTRODUÇÃO
Este texto resume o trabalho final desenvolvido pela equipe de pesquisadores do Acordo
de Cooperação Técnica entre o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e a Agência
Nacional de Águas (ANA), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) e o Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo
(IPC-IG) no âmbito do termo BRA/15/001 – ANA/PNUD. O projeto prevê a realização de
“Estudos e proposições de medidas e arranjo técnico-institucional para o cumprimento do
Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6”.
O objetivo deste Resumo Executivo é subsidiar o debate no Seminário 3 que irá finalizar a
etapa de pesquisa do Projeto e dar início à divulgação dos resultados obtidos. Para isso o texto
apresenta achados e traz proposições, a partir dos elementos essenciais identificados –no âmbito
da governança, financiamento e na convergência de iniciativas em andamento com as metas do
ODS 6 e com o conjunto dos ODS no Brasil.
Da mesma forma, espera-se a continuidade das ações em torno do envolvimento das
políticas setoriais que dialogam com os ODS e o papel central da Comissão Nacional dos ODS
(CNODS) de orientar medidas que se relacionam com os instrumentos de orçamento público
vigentes no âmbito da União (destaque para o Plano Plurianual – PPA). Diante da complexidade
do tema gestão da água na realidade das diversidades e da dimensão continental do Brasil,
mudanças nestes pressupostos podem tornar inócuas algumas das propostas aqui anotadas.
Embora não tenha sido tema deste trabalho, a adesão dos municípios tem caminhado neste
sentido e deve ser apoiado.
Cabe também destacar as questões que orientaram o desenvolvimento do trabalho: 1) O
que as experiências de sucesso na gestão da água e do saneamento podem apresentar de
ensinamentos para a implementação dos ODS? 2) O que fazer para que as experiências de
pequeno porte ou isoladas, mas de reconhecido sucesso nas áreas de saneamento e gestão da água
no Brasil ganhem escala? 3) Como as políticas públicas e os principais subsetores produtivos
dialogam com os ODS, em particular com o ODS 6? 4) Que medidas são importantes para o
aperfeiçoamento da gestão da água e do saneamento e para a implementação do ODS 6 no Brasil?
Para responder a essas questões, este Relatório engloba o conteúdo e os achados da
pesquisa que se orientou pelos três pilares elencados no Plano de Trabalho, são eles: Pilar 1 –
discutir os elementos essenciais de sucesso (convergência) e entraves (divergências) em
experiências de gestão da água e do saneamento no Brasil e em casos internacionais selecionados;
Pilar 2 – realizar estudos e formulação de diretrizes para políticas e instrumentos que possam
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auxiliar a efetivação do ODS 6 no Brasil e Pilar 3 – elaborar proposta técnico-institucional para
o aperfeiçoamento da gestão da água e do saneamento, tendo em vista a implementação e o
monitoramento do ODS 6. Esses pilares orientaram também o trabalho de campo, o formato e o
conteúdo dos seminários, além da elaboração dos produtos previstos no Projeto.
Sobre o conteúdo, ressalta-se que o maior destaque recai sobre os seguintes tópicos: i)
aspectos de gestão e governança da água e do saneamento; ii) produção, difusão de informações
e deficiências das bases de dados; iii) alternativas de estrutura e de financiamento; iv) propostas
para impulsionar a gestão da água e do saneamento e, ao mesmo tempo, a implementação e o
monitoramento do ODS 6. Muitas das medidas sugeridas encontram-se no debate, outras são
novas, trazidas durante a pesquisa. Assim, procurou-se seguir a precaução de apontar proposições
que, de acordo com os diagnósticos e análises da equipe, apresentam condições de serem de fato
efetivadas e acompanhadas ao longo do tempo. O detalhamento para levar adiantes as sugestões
seria uma outra atividade, mas não alçada dos atores-chave, das instituições apontados.
2. A ADESÃO INSTITUCIONAL NA IMPLEMENTAÇÃO DO ODS 6
A Agenda 2030, como resultado do debate de décadas sobre a sustentabilidade, carrega em
si tanto os desafios de enfrentar uma persistente realidade de conflitos, desigualdades de acessos
e de poder, quanto estímulos à ação coletiva e à adoção de caminhos para a equidade entre
pessoas e gerações. Nessa Agenda, os diversos debates sobre a água e o saneamento, propostos
desde a academia e gestão pública até o setor produtivo, ONGs, usuários e suas organizações,
reafirmaram a importância fundamental de uma gestão sustentável, representando um desafio
global.
A complexidade e as incertezas associadas aos diversos fenômenos envolvendo a água e
seu ciclo demandam formas de gerenciamento mais flexível (PAHL-WOSTL et al, 2007), que
considerem as condições de vulnerabilidade e a capacidade adaptativa como aspectos essenciais
para reduzir os impactos dos choques negativos no modo de vida (HENRIKSON et al, 2010) e
nas ações sociais e ambientais danosas e divergentes com os ODS.
Tal concepção tem sido uma constante manifestação no Brasil, havendo defesas de que as
formas de aplicação de instrumentos e arranjos institucionais devem seguir realidades e
dinâmicas locais, como já admite a legislação e tratado, por exemplo pela própria ANA, no
Projeto Legado e outros ou pela OCDE, em estudos sobre governança. Ao dar sequência à agenda
dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), os ODS representam um apelo a uma
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agenda transversal, que prevê o surgimento de modelos de governança adaptativa e de
pressupostos de gestão integrada e orientada por metas.
Para se ter uma ideia da complexidade do tema água e saneamento no âmbito da Agenda
ONU 2030, cabe destacar dentre os 17 Objetivos as metas relacionadas ao ODS 6. Ele se
relaciona com todos os demais em questões como drenagem urbana, inundações, mudança do
clima, vida na água, produção e consumo sustentável, equidade de gênero, desenho de
instituições, energia e agricultura sustentável, segurança hídrica e alimentar, vida nas cidades,
educação e outras.
Nesse sentido, o IPEA (2018) relacionou as metas do ODS 6 com 15 outros ODS, de forma
direta, meta a meta; apenas o ODS 10, que trata de questões institucionais e regulatórias para
reduzir as desigualdades não foi diretamente relacionado às metas específicas do ODS 6, e sim
ao conjunto do texto dos dois objetivos. Ao todo, além das oito metas do próprio ODS 6, foram
apontadas 54 outras, presentes no conjunto dos ODS, que estão diretamente relacionados à água
e saneamento. Estes detalhes ilustram, portanto, a alta complexidade e uma noção do desafio e
da oportunidade de concretizar a sua implementação.
Por ser um bem econômico reconhecido pela legislação (Lei 9.433/2007) e, ao mesmo
tempo, um elemento essencial à vida (OMS, UNESCO, Lei 11.445/2007), a água é um tema que
se sobrepõe a muitos setores, como saúde, agricultura, energia, indústria, infraestrutura,
tecnologia e a própria gestão do meio ambiente. Tal situação adiciona complexidade à gestão e
exige integração na formulação de políticas fundamentais para a promoção do desenvolvimento
equitativo e sustentável (VARIS et al, 2014), outro consenso no debate.
Alinhado aos ODS, mesmo antes deles, no âmbito do saneamento básico, o Brasil já trata
a água como elemento essencial à saúde e à vida seguindo a trajetória do debate da Organização
Mundial da Saúde (OMS). O desafio é fazer com que a equidade de acesso seja factível com
custos necessários para viabilizar os serviços de oferta de água tratada e esgotamento sanitário,
bem como dos serviços de drenagem urbana e coleta e tratamento do lixo. Como se sabe, essas
atividades envolvem bases político-econômicas de prioridade até então eletivas dos governos e
de grupos de poder que sustentam os governos.
Diversos estudos e apontamentos, que compõem o conjunto disponível de instrumentos,
planos e programas atualmente vigentes, estão pouco articulados e coordenados (OECD, 2015b);
ANA (2017 – Projeto Legado); IPEA (2017 – avaliação do Progestão); da mesma forma os
registros do CNRH, do MMA (no Plano Nacional de Recursos Hídricos). Tal situação tem
resultado na persistência de desigualdades de oportunidades e de condições de acesso, gerando
conflitos inter e intra setores na área de recursos hídricos, enquanto no setor de saneamento as
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dificuldades de universalização são enormes, tanto na viabilização da oferta de serviços quanto
na qualidade e regularidade dos mesmos.
Um dos fatores para tal cenário é o fato de que, no Brasil, a gestão ambiental e a gestão de
recursos hídricos serem guiadas por legislações específicas, separadamente. De acordo com
Pagnoccheschi (2016), tal situação permite que a gestão da água ganhe um status particular,
devido à sua importância como insumo produtivo, dando margem para que se distancie da gestão
conjunta com a ambiental. Na mesma linha, autores como Moura (2016a) e Guimarães (2009) já
destacavam a baixa integração da gestão ambiental e da água como um dos grandes entraves do
tema no país.
De fato, não há consenso sobre qual o desenho técnico-institucional ou organizacional é
mais indicado ou mais eficaz, sendo importante a integração entre políticas setoriais e ambientais,
conforme previsto, em termos conceituais, na Agenda 2030 e na própria legislação brasileira. É
importante que, mesmo com estruturas distintas de gestão e de governança da água, a ação se
paute pela integração, coerência, cooperação e compartilhamento, aspectos que também pouco
se observam no País. Um exemplo é a realidade de dois conselhos nacionais, um de meio
ambiente e outro de água, da mesma forma que as secretarias de meio ambiente e de recursos
hídricos nos estados, agências reguladoras e de fiscalização também são separadas.
Cabe destacar, por outro lado, que há importantes avanços tanto na gestão do meio
ambiente como de recursos hídricos no Brasil, com um marco legal para ambas questões e
atribuições, responsabilidades e instrumentos de gestão. O registro a ser feito é que, embora tenha
começado tarde, seguindo caminhos tão longos e incertos quanto o que ocorreu em outros países,
inclusive os europeus, os passos mais recentes tentam responder a diversos desafios. Estes têm
se acumulado ao longo de anos de conflitos diretos e indiretos, em um contexto de apropriação
da terra e da água que complexificam a governança na atualidade. Tudo isso exige a adoção de
práticas e fortalecimento de formas de governança pautadas pela busca de alcançar a todos e a
todas, lema principal da Agenda 2030.
Para tanto, a viabilização financeira é um desafio fundamental, sendo um dos itens de
destaque neste estudo. Moura (2016b) afirma que o financiamento internacional de instituições,
como o Banco Mundial, tem moldado, durante um longo tempo, as políticas ambientais
brasileiras. De fato, este tema apareceu em evidência ao longo desta pesquisa, com relatos
importantes para se compreender como chegamos até aqui.
No que se refere a incorporar, no âmbito interno ao País, acordos firmados no âmbito
internacional, o Brasil tem sido pioneiro. Houve um grande número de acordos internacionais de
meio ambiente firmados nas últimas décadas, e a política externa ambiental brasileira tem sido
8
atuante nestes acordos, assumindo um papel importante de “estado-promotor” (BARROS, 2011).
Entre estes acordos estão a Convenção sobre a Diversidade Biológica e o Acordo de Paris –
resultante da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima. Para todos eles,
assim como para a Agenda 2030, o Brasil tem sido signatário e desenvolvido iniciativas
importantes de legislação interna e de políticas de implementação, dentro da realidade de
fragilidades institucionais e operacionais da área ambiental e de sustentabilidade.
Na área de saneamento básico é de amplo conhecimento o direcionamento que tem sido
dado pelo Banco Mundial (e mais recentemente pelo BNDES e pela Caixa Econômica Federal)
e por outras agências de fomento, sobre a forma de gestão, instrumentalização e acesso a
financiamentos. Inclusive há legislações estaduais e municipais em que o sistema financeiro
exige adequações no desenho do marco legal desde o saneamento para as cidades até as condições
para o abastecimento rural.
Para tanto, diversos relatos obtidos neste trabalho detalharam o papel das agências
financeiras e de fomento, de forma bastante convincentes. Inclui-se uma série de aspectos
positivos como: a criação de indicadores, o estabelecimento e padronização de procedimentos de
cobrança, a instalação de micro e macro medidores, o controle de perdas, metas de cobertura.
Adicionalmente, as medidas de indução e de direcionamento para a formatação de marcos
regulatórios e de governança têm sido exercidas pelas agências mediante condicionamentos para
oferta de crédito e outras modalidades de recursos, em algumas situações até de forma mais
contundente do que os diferentes níveis de governos no País.
Neste cenário, convive-se com realidades distintas e capacidades assimétricas que podem
ofuscar as prioridades nacionais, como bem observa Moura (2016b) ao afirmar que o Brasil tem
se organizado para responder às agendas de temas ambientais globais, mas que graves problemas
ambientais internos ainda não foram equacionados, como as questões hídrica e de saneamento.
Assim, é ainda uma hipótese a afirmativa de que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS) representam uma oportunidade de ganhos na integração de políticas.
Até o momento, essa agenda tem sido dependente não apenas da adesão, mas de efetiva
legislação e ações concretas no âmbito local e setorial, assim como de acordos entre atores-chave
e comunidades, ainda em pequena escala, como se verifica em trabalhos recentes, como no 8º
Fórum Mundial da Água e na Stockholm Water Week, 2018. Entre os primeiros passos dados,
tanto no plano internacional como no âmbito nacional, ambos direcionados pela ONU e já
sofrendo críticas no debate, destaca-se o fato de se ter invertido a ordem natural da iniciativa, ao
promover a geração e a difusão de resultados de indicadores mesmo havendo indefinições e falta
de consenso sobre os mesmos. A necessidade de comparabilidade internacional é um fato, mas
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não deve dar margem à aceitação do risco de fomentar um monitoramento ancorado apenas em
aproximações, muitas vezes distantes de realidades e sem contar com uma estratégia de
implementação.
No Brasil, desde o final do ano de 2017 e em todo o ano de 2018, foram adotadas ações
estruturantes, principalmente no âmbito do Governo Federal, espraiando-se a municípios e a
agentes locais isolados (ONGs, núcleos associativos em geral). Tal movimento nas estruturas de
poder tem sido marcantemente levado adiante em um cenário de oportunidades dadas a
servidores públicos em postos-chave como se observou em distintas situações e locais estudados
neste trabalho – cabe mencionar que o papel do indivíduo tem tido grande destaque nas
concepções e ações de sustentabilidade convergentes com os ODS no Brasil.
Dessa forma, em que pese um grande número de adesão nos distintos poderes – Executivo,
Tribunal de Contas e parte do Ministério Público em destaque – permanece ainda a incógnita
sobre as condições e prioridades dadas ao ODS 6 em cada núcleo de poder. O mesmo raciocínio
se aplica ao âmbito dos atores da sociedade civil e usuários da água na esfera local, mesmo no
que tange àqueles que já exercem atividades sustentáveis antes da agenda dos ODS.
Um passo importante já adotado para a implementação da Agenda 2030, no âmbito da
CNODS e do Governo Federal, nasce com a iniciativa do Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão (MP) com a Secretaria de Governo da Presidência da República
(SEGOV/PR) que levantaram, para posteriores avaliações e confirmação, uma série de ações
orçamentárias relacionadas aos ODS no Plano Plurianual do Governo Federal (PPA 2016-2019).
No caso do ODS 6 foram apontados 12 programas, 32 objetivos, 48 metas e 90 iniciativas no
PPA. A hipótese levantada é a de que estas informações poderão alimentar estudos e proposições
de aperfeiçoamento de formulação de ações em favor dos ODS de forma integrada com as
políticas setoriais e o próprio PPA.
É neste cenário que o presente projeto se amparou para dar andamento aos estudos sobre o
ODS 6, aprofundando os temas aqui mencionados e apresentados no Relatório Final do Projeto.
Nas seções seguintes, a começar com os procedimentos metodológicos adotados e são
apresentados diagnósticos, essencialmente qualitativos, de desafios, expectativas e de
perspectivas com os ODS e, particularmente, com relação à água e ao saneamento no contexto
do ODS 6. Tais levantamentos e análises subsidiam as proposições apresentadas no final do
trabalho, tendo partido das perguntas e pilares mencionados na Introdução.
10
3. ESTRATÉGIA DE ESTUDOS E PROCEDIMENTOS DE PESQUISA
O trabalho se ancora em estudos anteriores e em casos selecionados de práticas (público e
privadas), bem como em políticas/programas alinhados ao tema. São também identificadas
lacunas de informações e de integração de políticas públicas no âmbito da governança da água e
do saneamento e de setores de maior destaque no ODS 6 – saneamento, indústria, energia e
agricultura. Em seguida, foram identificados os elementos essenciais a partir de estudos
bibliográficos, de documentos oficiais e bases de dados. A realização e a participação em eventos
fomentaram a criação de redes de contatos, realização de entrevistas e visitas a campo em locais
selecionados nas cinco regiões do Brasil.
Foram utilizados os seguintes critérios de escolha das localidades a visitar e eventos a
participar:
i) estudar casos práticos e políticas interessantes nas diversas regiões;
ii) abranger distintos arranjos de governança da água e do saneamento;
iii) presenciar distintas situações de desafios, conflitos e suas distintas formas de solução
adotadas;
iv) conhecer algumas localidades que contam com a aplicação de iniciativas como o
Produtor de Água, o Progestão; Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) ligados à água e
iniciativas locais;
v) identificar casos de reconhecida efetividade de gestão de recursos hídricos e de
saneamento rural que dialogam com as metas do ODS 6, como as de gestão comunitária da água.
O detalhamento dessa etapa da pesquisa encontra-se no Produto 5 do Projeto e será publicado no
primeiro trimestre de 2019.
Conforme já mencionado em publicações anteriores deste projeto (SANTOS et al., 2018),
e esclarecido no documento de suporte ao Seminário 2, foram realizadas visitas de campo com o
intuito de responder questões tais como: onde estão bons exemplos de iniciativas convergentes
com os ODS? O que ainda não foi identificado como determinantes dos desafios e das soluções
adotadas?
Também foram estudadas iniciativas de políticas e outras ações de parcerias ou
mecanismos eventuais de atuação do Estado que contribuem com a agenda da sustentabilidade
alinhada com o ODS 6. Para isso foram feitas entrevistas presenciais e via internet, bem como
analisados relatórios e balanços de instituições promotoras das experiências estudadas.
A análise de documentos, leis, propostas legislativas atualmente debatidas no Congresso
Nacional também fez parte das estratégias de exploração do ambiente de governança que
11
recepciona os ODS no Brasil. Da mesma forma, buscou-se, preliminarmente, conhecer as
iniciativas, preparação e potencial de contribuição de instituições como o Tribunal de Contas da
União, Ministério Público e Controladoria Geral da União, interessadas na agenda 2030.
A parte mais analítica de dados e de metodologias de monitoramento gerou importante e
adicional ao escopo inicial do projeto, que foi a necessária análise das bases de dados dos
principais sistemas e plataformas que tratam do ODS 6. Os destaques foram o SNIS e o Siságua,
dentre outras plataformas.
A partir do uso de indicadores como o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) do IPEA,
bem como de dados sobre endividamento dos municípios da Federação da Indústria do Rio de
Janeiro (FIRJAN) e de cobertura de serviços de água esgotos fez-também a elaboração de um
mapeamento que permita melhorar o foco de políticas.
Ainda sobre os dados, faz-se uma proposta de metodologia para o desenvolvimento de uma
plataforma de informações na qual se possa utilizar tecnologias da informação para melhorar o
nível de informação para os colegiados. São utilizadas informações de dados abertos, imagens
de satélites e software de código aberto.
4. DESTAQUES DE DIAGNÓSTICOS DO RELATÓRIO FINAL
Desde os relatórios e publicações anteriores deste projeto o foco tem sido os aspectos mais
ligados ao poder público, suas responsabilidades na gestão da água e do saneamento e,
principalmente, o papel do Governo Federal e suas políticas públicas relacionadas aos ODS. Este
texto continua com foco nestes recortes, embora caiba registrar que os trabalhos sobre os setores
produtivos - Saneamento, Indústria, Energia e Agricultura - são de igual importância para a
Agenda 2030, uma vez que são os grandes demandantes de água, e estão no centro de conflitos
sobre esse bem.
Como preconiza o texto dos Objetivos, em sua íntegra, as ações desses setores são de fato
o que pode transformar realidades adversas para outra de uso mais sustentável da água, a partir
do uso eficiente com adoção de tecnologias e gerenciamento adequados. Por isso, o estudo
possibilitou contatos e visitas a gestores das áreas setoriais, a empresas, inclusive a unidades de
produção e membros de entidades representativas do setor. O Relatório Final detalha esta parte
do trabalho, sendo aqui apresentado, no final desta seção, os respectivos sumários dos estudos
setoriais.
Antes de abordar as convergências entre as iniciativas estudadas e os ODS, cabe o registro
de que até mesmo nas situações em que elas são claramente convergentes com os ODS, no
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entender desta equipe de pesquisa, em geral os atores pouco conhecem essa Agenda. Isso se
repete até mesmo no âmbito dos governos (federal, estaduais, municipais). Nesse sentido, o
presente trabalho cumpriu com um dos seus objetivos que foi o de formar redes (de pesquisas,
de contatos, de parcerias, de divulgação) sobre os ODS e, particularmente, o ODS 6.
4.1 Convergências entre iniciativas de gestão de água e saneamento no Brasil
e as metas do ODS 6
É positivo o fato de que as diversas experiências observadas, senão todas, correspondem a
medidas concretas que nasceram antes da Agenda 2030, de forma independente. Este trabalho
pôde resgatar as trajetórias e formas de organização e gestão que trazem lições para serem
apoiadas, replicadas com adaptações a cada realidade. O detalhamento das convergências
constará do livro a ser publicado, cabe aqui um resumo de pontos centrais identificados como
convergentes.
Entre as iniciativas estudadas foram identificados, de acordo com classificação própria
deste trabalho, três fatores centrais que motivaram a adoção de medidas ou comportamentos no
sentido da sustentabilidade na gestão da água: i) necessidade de convivência com o ambiente
local (água, meio ambiente, saneamento), principalmente em situações de escassez ou de
ausência de serviços (meio rural); ii) opções estratégicas (seja de posicionamento no mercado,
de visão de futuro ou do papel que cabe ao agente aderente na sociedade) e iii) medidas
mandatórias complementares (aquelas resultantes de auditorias/fiscalização do Ministério
Público, Ibama/Agências estaduais do meio ambiente, Justiça ou Tribunal de Contas –
geralmente o setor produtivo, com destaque para saneamento e indústrias, decorrente de passivos
gerados pela atividade produtiva).
Esses três fatores motivadores da adesão a práticas sustentáveis não são diferentes do que
tem sido observado em outras situações, em temas ligados à área ambiental. A classificação aqui
proposta busca refletir o que se observou na pesquisa e se relaciona, de certo modo, como reflexo
de um marco legal e de uma governança que, ressalvados os gargalos técnicos, políticos e de
mobilização, possibilitam boas práticas, convergentes com a Agenda 2030.
Estudos futuros poderão identificar em detalhes como se posicionam os atores envolvidos
em cada um desses três grupos, inclusive para potencializar ações alinhadas com os ODS como
um todo. Por exemplo: com qual tipo de governança se alinham cada um dos grupos e,
particularmente, o terceiro deles? Outro aspecto a destacar, no mesmo contexto, é o fato de que
neste trabalho se limitou a questões ligadas diretamente às metas do ODS 6 e a concepção da
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Agenda pressupõe a integração de todos os ODS. Assim, uma empresa que não cumpre a
legislação trabalhista, ou não observa a equidade de gênero, ou ainda que desloca os custos de
cumprir com suas obrigações com o meio ambiente e com a água não poderia ser considerada
convergente a Agenda 2030. Assim, uma reflexão que fica neste trabalho é que as opções
estratégicas do grupo ii acima devem ser avaliadas tanto internamente como pelos agentes do
grupo iii.
Retomando as experiências estudadas neste trabalho, cabe registrar que o amplo conjunto
de iniciativas e parcerias locais com desenho, conhecimento e efetivação de serviços tem sido
até mais objetivo em algumas situações do que o que se encontra no texto das metas dos ODS.
Tais iniciativas, consideradas convergentes com os ODS, neste projeto, se aproximam de uma
concepção adaptativa da gestão e privilegiam arranjos institucionais -“multiníveis”, além de
serem flexíveis, como nos usos múltiplos da água.
As experiências convergentes com os preceitos da sustentabilidade (e com os ODS) têm
evidenciado arranjos isolados, distintos, de pequena escala e liderados tanto por pessoas (o papel
do indivíduo) como por instituições, seja na gestão da água e preservação ambiental quanto no
saneamento rural. Mesmo nas experiências internacionais observadas até o momento, que tratam
o ODS 6 de forma direta ou indireta, verifica-se um perfil quase experimental do conjunto de
casos mencionados na literatura.
Por outro lado é positivo o fato de, antes mesmo do advento dos ODS, existem inúmeras
experiências locais sustentáveis no abastecimento de água e de provimento de serviços de
saneamento, com destaque para: 1) gestão comunitária da água e do saneamento (inclusive com
parcerias com ONGs e apoio de agências de fomento; 2) iniciativas do poder público nas três
esferas de poder (também contanto com parcerias com ONGs); 3) iniciativas do setor privado no
processo produtivo e em parcerias com ONGs e agências do Estado (programas de PSA); 4)
iniciativas de instituições de pesquisa em promover soluções tecnológicas (água e saneamento
no ambiente rural e periferias não contempladas pelas concessionárias).
4.2 Desafios centrais e elementos essenciais de interesse para a
implementação e monitoramento do ODS 6
De forma resumida, listam-se abaixo os destaques sobre os desafios da gestão da água e do
saneamento, juntamente com elementos essenciais de questões conjunturais ou de
especificidades locais. Estes elementos essenciais - sejam de desafios e de soluções encontradas
- orientam a elaboração das propostas apresentadas na seção seguinte. Entre esses elementos
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essenciais são relacionados tanto aspectos que se mostram convergentes como também aqueles
considerados não convergentes em relação à boa gestão e governança da água e do saneamento
e aos pressupostos dos ODS, conforme se destaca em cada um:
1) Por ter nascido como proposta do tipo top down, há baixo conhecimento da Agenda
2030 nos mais diferentes níveis da administração e da sociedade, mesmo em práticas
convergentes com os ODS. Isso inibe, por exemplo, a possibilidade de captação de recursos, por
vezes a fundo perdido, de diversas fontes e parcerias com o setor produtivo;
2) Dependência da ação diferenciada, dedicada e até transformadora de indivíduos
compromissados com a causa para a efetivação de ações, projetos, programas de gestão da água
e do saneamento. Este aspecto marca a natureza de baixa institucionalização de medidas coletivas
e de grupos de poder nas companhias e órgãos responsáveis;
3) Opção pela separação e independência entre os sistemas de meio ambiente e de recursos
hídricos (em todos os níveis de governo e de órgãos das duas áreas). Ao mesmo tempo que tal
situação confere maior autonomia e até porte aos sistemas de gestão de recursos hídricos, forma-
se um perfil de usuário de bem ambiental no Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos (SINGREH) e torna mais desafiadora a consecução de ações que extrapolem os cursos
d`água;
4) Persistente baixo interesse de busca de consensos nas deliberações do CNRH,
prejudicando a participação de comunidades (e de eleitos pela representação da sociedade civil);
5) Existência de trade off entre campanhas de redução de consumo em épocas de escassez
de água e a necessidade de aumentar as receitas das companhias ao término de situações de
escassez ou de racionamento. A opção de sistemas de grande escala é um dos fatores geradores
de tal situação, impactando custos fixos. A adoção de sistemas menores, mais próximos ao
usuário pode ser alternativa onde a segurança hídrica não está ainda afetada;
6) Baixo grau de comprometimento, via contratos de gestão ou concessão, das companhias
de saneamento e municípios no atendimento a comunidades rurais. Mesmo essenciais, as
milhares de soluções dadas pela gestão comunitária da água, nessas condições, acabam por
induzir comportamentos não desejados de conforto dos gestores municipais, diante da
expectativa de ampliação desse tipo de solução barata ou mesmo sem custo para as prefeituras;
7) Dependência de um ator econômico ou instituição financeira de grande peso na indução,
criação e consolidação de comportamentos ou arranjos institucionais em órgãos públicos e no
setor privado, assim como em núcleos de poder dirigentes. Tal indução chega a modelar leis
municipais que garantam a viabilidade do sistema e do financiamento;
15
8) Permanência de lacunas de alinhamento entre o planejamento e a execução de ações
entre os diferentes níveis federativos e mesmo internamente aos governos (inclusive no âmbito
do Ministério de Minas e Energia (MME) e Empresa de Pesquisa Energética (EPE) - no tocante
ao papel dos instrumentos de planejamento); MMA e ANA (no tocante a diretivas de gestão e
aplicação de recursos, atribuições de planejamento e de efetivação de ações do SINGREH));
9) Persistência de contingenciamentos de recursos que impactam profundamente a gestão
de recursos hídricos, desde o apoio à inovação (CT-Hidro) até ações de gerenciamento e
integração de ações. Esta questão torna-se mais grave ao se considerar que envolve, inclusive, os
recursos da cobrança pelo uso da água nos estados;
10) Baixa adesão do núcleo de poder (governo e parte dos dirigentes) à boa gestão da água
como um dos elementos estruturantes do desenvolvimento socioeconômico em bases
sustentáveis;
11) Ausência ou pouca efetividade de planejamentos setoriais de longo prazo que
considerem a água e a sua qualidade como condição limitante, sendo este um elemento
fundamental para a gestão da água em seus usos múltiplos;
12) Estágio ainda inicial de estudos e organização de bases de dados sobre água
subterrânea; relação entre agricultura e qualidade da água; novos contaminantes de setores
industriais (como hormônios, componentes de cosméticos, agrotóxicos);
13) No caso da gestão de sistemas comunitários da água para abastecimento ressente-se
ainda de dados e de maiores estudos, por exemplo, a partir dos dados a serem divulgados pelo
IBGE sobre a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2017/2018. Informações preliminares
dessa pesquisa apontam interessantes informações sobre as comunidades rurais;
14) Em regra, observou-se a dependência de um pacto político entre núcleos de poder
(grupos econômico-políticos ou instituições), em cada estado ou localidade, para que se efetive
e consolide a boa gestão e a governança da água e do saneamento de forma a fortalecer as
instituições mesmo com alternância de forças políticas e de nomes no Poder Executivo;
15) Em regra, notou-se também uma dependência (positiva quando ativa/atuante, negativa
quando ausente) de indivíduos líderes, que abraçam a causa pertinente tanto na concepção quanto
na execução, no âmbito de instituições e de iniciativas/ações. Essa questão sinaliza fragilidades
institucionais, inicialmente, com superações constatadas;
16) Em todos os casos estudados, assim como em outros trabalhos, notou-se baixa
efetividade dos instrumentos da PNRH;
17) É marcante as deficiências das bases de dados (desde a coleta, macro e micro medição,
dados de perdas), com baixo poder descritivo da real situação e sem dados auditados, aspecto
16
importante para o setor de saneamento e para os indicadores do ODS. Embora tenha melhorado,
o número de municípios que não informam dados de água e esgotamento ao SNIS alcança marcas
expressivas, em todas regiões e Unidades da Federação;
18) É notória a situação de marginalização do saneamento rural no que se refere às
soluções para a oferta de serviços e mesmo na regulação das empresas e agências. Tal situação
se assemelha para os casos de aglomerados de transição entre o rural e o urbano em municípios
de pequeno porte;
19) Observou-se uma persistente dependência de fundos externos às bacias hidrográficas
para a sua gestão, o que leva à necessidade de reestruturação de fundos para essa função, de
forma a fortalecer os conselhos e o modelo idealizado na Lei 9.433/97;
20) Soluções técnicas nacionais para o saneamento rural, embora dependentes de recursos
externos ao ambiente local, ao nível de usuários em situação de vulnerabilidade, são de amplo
domínio das empresas mais qualificadas, bem como da academia, de instituições de pesquisa
(como a Embrapa) e de autarquias (como a Funasa), todas atuando em casos de pequena escala
na zona rural. O Programa Nacional de Saneamento Rural (Funasa/UFMG) será uma
contribuição importante, para a qual devem ser alocados recursos de forma continuada, assim
como têm sido as iniciativas do Ministério do Desenvolvimento Social, com diversos patrocínios
a projetos para comunidades de pequeno porte ou isoladas no Nordeste e Amazônia.
21) Em diversas situações, a atuação de órgãos de controle, como o Ministério Público,
tem sido essencial para provocar reações possíveis, ainda que atrasadas, para que agentes do setor
produtivo respondam a danos ambientais, incluindo as companhias de saneamento, de gestão
voltada para a sustentabilidade ambiental. São exemplos os Termos de Ajustamento de Conduta
(TAC) para efetivar o tratamento de esgotos e de provimento de infraestruturas de segurança
hídrica;
22) Observou-se um baixo poder de indução dos servidores/empregados de órgãos,
autarquias e empresas da área de água e de saneamento sobre as decisões estratégicas do núcleo
dirigente de organizações que tratam dos temas relacionados aos ODS. As iniciativas de
estruturação e de efetivação de medidas no âmbito da CNODS, em 2018, têm sido uma exceção;
23) Iniciativas da sociedade civil organizada (ONGs em destaque) têm efetivado projetos
em espaços deixadas pelo Estado e pelo setor produtivo no cuidar da água, em levar saneamento
a comunidades não atendidas. As ONGs e o ativismo social como um todo têm sido também um
elo essencial entre o setor produtivo e os beneficiários no caso das iniciativas sem o Estado;
24) É ainda baixo o patamar de uso de ferramentas tecnológicas tanto no monitoramento
hidrológico quanto da micro e macromedição no saneamento e também o uso desses dados em
17
sistemas que orientem didaticamente e abertamente os colegiados de gestão da água e a
população em geral. Ainda, os sistemas de disponibilização de dados necessitam
aperfeiçoamentos no sentido de abrangência de informações disponibilizadas, de descrição
metodológica, e periodicidade;
25) É central a garantia de tomada de decisão mediante participação, empoderamento e
equidade de condições de decisão entre os atores, condições capazes de gerar distintos graus de
aceitação de medidas, principalmente na gestão da água e nas ações de saneamento em condições
de escassez ou de ausência dos serviços (como na zona rural);
26) A percepção da escassez representa importante elemento indutor da continuidade de
políticas que transcendam questões ideológico-partidárias, possibilitando o fortalecimento de
capacidades institucionais, de gestão e de governança adaptativa ancoradas no engajamento de
comunidades e de atores-chave. A isso soma-se a necessidade de infraestrutura física, equipes
com expertise técnica, orçamento continuado e autonomia decisória conferida pela legislação;
27) O alcance da sustentabilidade financeira autônoma é de importância central (a exemplo
de bons modelos de arrecadação via tarifa ou cobrança pela água) para implementação do modelo
de gestão e de governança, bem como para a continuidade de seu dinamismo e flexibilidade para
antecipar riscos e crises. Tanto programas e instrumentos do setor de saneamento quanto de
recursos hídricos (a exemplo do PLANSAB, da Cobrança pelo uso da água e do CT-Hidro) vêm
sofrendo interferências dessa natureza, agravando a situação;
28) A regionalização e a adaptação de metas têm relevância ímpar, a fim de diminuir as
disparidades regionais/locais, econômicas e sociais, respeitando as diversidades e priorizando os
mais vulneráveis sem incentivar as causas as fomentaram;
29) Ressalta-se a competência e o porte de empresas de saneamento como potencial para
promover ações pró-ODS 6, em ações como as de proteção de mananciais e cuidados com a água.
Apesar disso, há passivos das empresas na área de esgotamento sanitário;
30) É indicativa, pelos achados deste trabalho, a necessidade de se permitir a adoção de
modelos distintos de estruturas de agências reguladoras nos estados e municípios, consórcios
destes, bacias, etc. Diversos arranjos reduzem custos e atendem as diferenças regionais e locais,
independentemente de padronizações de modelos que podem ser onerosos e inconsistentes se
partirem de Brasília com limitações impostas por normas;
31) É nítida a sintonia entre a institucionalização de fazeres por parte das agências aos
regulados na área de saneamento, a exemplo do aumento na transparência, na autonomia
financeira dos sistemas, e da fuga a ingerências políticas. Contudo, os modelos implementados
têm sido falhos no registro e na atuação sobre passivos das contratadas. Também ainda não se
18
pode ter clareza do grau de captura de agências pelo setor, dadas as distintas realidades, portes e
idades das mesmas;
32) Merece também destaque o potencial das agências reguladoras, inclusive como
possível ponto focal para procedimentos por parte do Ministério Público e dos Tribunais de
Contas, no que se refere à fiscalização e indução de metas contratuais, regras, fiscalização,
monitoramento de indicadores, indução a uma cultura de planejamento.
Diante da situação de crise fiscal do País, é fundamental a continuidade de ações de
empresas de saneamento com regulação pró-autonomia operacional do setor com aumento do
investimento próprio (a receita da tarifa ganha maior peso no financiamento de parte dos
investimentos). Tal proposta pode levar a novos patamares de preços dos serviços, a depender de
cada realidade, porém com maiores garantias de ganhos de qualidade e segurança hídrica. Este
aspecto sinaliza a possibilidade de a tarifa e o preço final da água para os usuários serem
elementos de provisão da sustentabilidade financeira, capaz de sustentar parte de investimentos
além do custeio/operação (medidas assim ocorreram em situações recentes em vários
estados/cidades em situação de escassez - ex.: São Paulo, Campinas, Brasília, com graus distintos
de aceitação da população).
5. NOTAS ADICIONAIS E PROPOSTAS PARA IMPLEMENTAÇÃO DO ODS 6
As propostas aqui apresentadas tentam abarcar o amplo conjunto de temas abordado sobre
gestão da água e do saneamento e da implantação e monitoramento do ODS 6, procurando ater-
se, com certo cuidado, às medidas de aperfeiçoamentos no que está vigente e também novas
ações, programas e políticas. A mensagem central de necessária explicitação aqui é a de que um
MMA (responsável pela Presidência e Secretaria Executiva do CNRH) e um CNRH robustos
(diferente de número enorme de quadros, mas uma capacidade técnica à altura da tarefa), capazes
de interagir e acompanhar as políticas setoriais, o PPA e os ODS relacionados à água são
condições necessárias para desencadear essas agendas. Da mesma forma, o Ministério das
Cidades (Secretaria Nacional de Saneamento), a Funasa e suas secretarias/departamentos
responsáveis pelo saneamento necessitam adequações nas suas condições de funcionamento para
levar adiante essas tarefas.
Ademais, as proposições aqui destacadas procuram dialogar com a legislação,
políticas/planos já existentes que, por sua vez, se articulam com as metas do ODS 6, sem esgotar
as proposições do debate. No quadro a seguir são apontadas sugestões de natureza distintas:
estruturantes (pessoal, financiamento, regulação, atribuições de conselhos, etc.) e de gestão
19
(melhoria de processos, programas, ações integradas). Para o monitoramento apontam-se
sugestões sobre os mesmos parâmetros e nos três níveis antes mencionados: 1- de produção de
dados e informações; 2 - nos sistemas de armazenamento e difusão dos dados e; 3 - no âmbito
das políticas públicas ou programas.
As questões levantadas para os setores produtivos e para outros agentes privados estão em
fase de finalização e serão apresentadas no Livro do Projeto, para que se possam identificar
potenciais de colaboração/parcerias.
5.1 Contribuições para o processo de implementação
Considerou-se importante trazer uma proposta de arranjo institucional de implementação
do ODS 6. Visando servir de ponto de reflexão sobre possíveis dificuldades para isso, foi
produzido um esboço do fluxo de dados, informações, agentes, interfaces e atribuições para
monitoramento das metas e geração dos indicadores sugeridos. Por meio dos modelos e
proposições desenvolvidos, objetivou-se lançar as bases para um maior aprofundamento por
parte das áreas responsáveis pelas metas dos ODS, visando nortear a tomada de decisão sobre o
ODS 6.
Esta parte do documento contém o arcabouço da governança para implementação da
Agenda 2030 na qual se discute a estrutura institucional e técnico-administrativa existente para
o ODS 6 no País. São feitas recomendações também para o monitoramento deste ODS, a partir
do diálogo com iniciativas identificadas e apresentadas nas recomendações/sugestões de
políticas, programas, ações.
Como se sabe, a governança para implementação da Agenda 2030 no Brasil está ancorada
na Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (CNODS) instituída
por meio do Decreto 8.892, de 27 de outubro de 2016 (Brasil, 2016). No momento a CNODS
trabalha com o propósito de internalizar, difundir e dar transparência ao processo de
implementação da Agenda 2030 no Brasil. A Comissão integra a estrutura da Secretaria de
Governo da Presidência da República (SEGOV) que a preside.
As principais ações da CNODS, que formam o seu Plano de Ação 2017-2019 com foco na
governança para implementação dos ODS, delineiam a sua arquitetura institucional a partir de
cinco eixos estratégicos: i) gestão e governança da Comissão; ii) Disseminação da Agenda 2030;
iii) Agenda 2030 Brasil (internalização); iv) territorialização (interiorização) e v)
acompanhamento e monitoramento, sendo priorizadas para 2018 as iniciativas do Eixo da
20
Internalização - adequação das metas globais à realidade nacional, definição de indicadores;
mapeamento de políticas e formação de parcerias.
O esforço da SEGOV e Ministérios de identificar o alinhamento entre os ODS e o Plano
Plurianual de Orçamento (PPA) foi um importante passo, mediante: a) identificação do
alinhamento dos atributos do PPA 2016-2019 com os ODS; b) sensibilização e realização do
mapeamento PPA x ODS com os Ministérios e c) validação e criação de agendas ODS no Sistema
Integrado de Planejamento e Orçamento, além do PPA Cidadão.
A compreensão dos pesquisadores neste trabalho é a de que, para dialogar efetivamente
com o Orçamento da União, com as Políticas Setoriais e com o núcleo de governo, é essencial
que a Comissão continue sua trajetória de liderança e capacidade de mobilização. Ao mesmo
tempo, é fundamental que todos os órgãos do governo, assim como o setor produtivo analisem e
recepcionem contribuições que vêm da sociedade, seus saberes e fazeres locais, onde estão os
indivíduos e instituições para os quais a Agenda 2030 existe. Essa é uma condição necessária
para que as leis vigentes, as estruturas orçamentárias também nos estados, municípios e no setor
privado respondam positivamente aos ODS.
Nesse sentido, as proposições apresentadas neste trabalho partem do fato de que a Agenda
2030 requer articulação envolvendo políticas e ações de âmbito nacional, regional e local, haja
vista as metas e finalidades nela apontadas. Assim, é imprescindível considerar as diferentes
demandas e realidades regionais, nos aspectos socioambientais, econômicos e culturais
marcadamente plurais no Brasil.
Uma potencialidade visualizada na Agenda 2030 refere-se à possibilidade de o Brasil
buscar a mitigação da grande desigualdade regional no tocante aos aspectos sociais e
econômicos. Para isso, o envolvimento dos municípios em torno da incorporação e adoção das
metas que compõem a Agenda é condição necessária, como muitos já perceberam e têm efetivado
iniciativas para isso, inclusive com vinculação à estrutura administrativa.
A Estratégia de Desenvolvimento Econômico Social para o Brasil entre 2020 e 2031,
concebida com o objetivo de orientar, articular e influenciar as discussões dos demais
instrumentos do desenvolvimento, pode representar outro passo convergente com os ODS, a
depender do interesse do núcleo central de governo, da mesma forma que o PPA 2020-2023.
Essa possível convergência de planejamento de longo prazo com o de curto prazo se alinharia
com as atividades elencadas no Plano de Ação da CNODS.
A criação de câmaras temáticas transversais pode representar uma quebra de paradigma
para um esforço maior de integração das agendas representadas pelos diversos ODS. Elas podem
permitir a construção de um aprendizado sobre a integração de ações governamentais a contribuir
21
com o processo decisório em políticas públicas no Brasil. O mesmo pode ocorrer em sintonia,
por exemplo, com as câmaras técnicas do CNRH e do CONAMA.
Tendo em vista as dimensões territoriais do nosso País, entre os desafios que se colocam,
cabe destaque para o Eixo estratégico da Interiorização ou Localização. Há comissões estaduais
dos ODS sendo criadas, porém, de modo geral, ainda não representam um processo de
enraizamento da agenda no território. Existem experiências locais bastante oxigenadas e
inovadoras. A fragilidade institucional dos municípios (resultado tanto de gestões não
convergentes com a sustentabilidade econômico-financeira como também devido a dificuldades
estruturais e de arrecadação) pode ser minimizada mediante novos e antigos arranjos
institucionais e parcerias.
Contudo, as soluções dificilmente podem ser totalmente padronizadas. Um processo de
capacitação de integrantes da gestão pública municipal para a Agenda ODS (inclusive com
orçamento de fora dos municípios), pode representar, na prática, um valioso processo para o
aperfeiçoamento da gestão pública. Isso leva, inclusive, ao fortalecimento desses entes visando
recepcionar processos de políticas governamentais de maneira mais ampla. A coordenação de
ações, entretanto, é de fundamental importância para que não se repitam iniciativas isoladas de
secretarias ou mesmo de departamentos, em todos os níveis de governo, sem dialogarem entre si,
o que poderia elevar os custos do Estado e o fazer fracassar a Agenda.
Feitas essas considerações de natureza geral sobre a Agenda 2030, cabem algumas
observações sobre as interfaces do ODS 6 com a estrutura vigente da gestão da água e do
saneamento no Brasil. A natureza transversal da água gera um alto grau de inter-relação e
interdependência entre os diversos usos e usuários e, consequentemente, entre as políticas e
iniciativas relacionadas ao tema. Sendo assim, pensar a governança para implementação do ODS
6 no Brasil demanda um esforço de análise da estrutura de governança da água, do arranjo
institucional existente, particularmente nas Políticas de Gestão de Recursos Hídricos e
Saneamento, assim como das interações destes elementos com as demais políticas públicas e
respectivos instrumentos correlacionados.
O Brasil possui um arcabouço legal para a gestão de recursos hídricos considerado
arrojado, haja vista a existência um Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos –
SINGREH cujo desenho institucional e gerencial envolvem várias instituições de governo, do
setor privado e da sociedade civil, propiciado que as tomadas de decisão sobre a gestão da água
sejam realizadas de forma descentralizada e com participação social. Por meio da Lei nº
9.433/1997, que regulamentou o artigo 21 da Constituição Federal, foi criado esse Sistema e
instituída a Política Nacional de Recursos Hídricos.
22
Embora tenham sido esclarecedoras, provocativas, instigantes os apontamentos feitos por
atores importantes ouvidos e lidos nesta pesquisa, há um fato que não pode ser ignorado: o País
está estruturado nela e seus princípios e fundamentos se somam a arranjos cuja quebra gera muito
mais incertezas do que convicções. O fato de o SINGREH, os Planos de Bacia e os comitês de
bacia ainda não se encontrarem plenamente instalados e efetivos no território nacional não
desabona o processo de construção da governança da água no País. Há fortes elementos de
mobilização social e de agentes públicos (como o Ministério Público) que encontraram na
legislação formas de contribuir com o cumprimento dos princípios estabelecidos na legislação
atual. Lacunas de efetividade têm diversas explicações, que são particularizadas, regionais,
locais, de natureza diversa (como a não percepção de escassez, a necessidade de adaptação de
desenho local de governança, a falta de recursos para execução de ações, entre outras).
Não se pode ignorar, porém, a situação de incompletude da gestão das águas no País,
fazendo com que ela oscile entre a aplicação de instrumentos de modelos incorporados em
distintos momentos da evolução da gestão da água, com a implementação incompleta de
instrumentos econômicos.
Além disso, a participação pouco efetiva e assimétrica, especialmente do poder público
municipal e da sociedade civil, nos comitês de bacia, representa de acordo com um grande
conjunto de estudiosos e dos próprios autores deste texto, dificuldades ao alcance pleno da
governança.
Do lado do saneamento básico, foco das metas 6.1, 6.2 e 6.3, principalmente, as diretrizes
da Política Nacional de Saneamento Básico trouxeram avanços significativos alinhados aos ODS,
que devem ser ressaltados, apesar dos conhecidos desafios do setor. São exemplos, nesse sentido,
as diretrizes da universalização ao acesso aos serviços de abastecimento, de esgotamento
sanitário, além de englobar a limpeza urbana e o manejo dos resíduos sólidos como componentes
do saneamento básico. A PNSB também trata de segurança, qualidade e regularidade destes
serviços, bem como da articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de
habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, além da proteção ambiental e promoção
da saúde.
Além disso, a PNSB aborda outros aspectos de políticas e ações de relevante interesse
social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento básico seja fator
determinante: adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais
e regionais; adoção de práticas para a eficiência e sustentabilidade econômica, incentivando a
utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos usuários e a
adoção de soluções graduais e progressivas; a adoção de medidas de fomento ao uso racional do
23
consumo de água; controle social e transparência e também a integração das infraestruturas e
serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos.
De forma complementar, a regulação estabelecida no Decreto nº 6.017/2007 (BRASIL,
2007b) traz a regulação que envolve verificação e fiscalização de serviços públicos tendo em
vista padrões de qualidade, impactos socioambientais, direitos e obrigações dos usuários e dos
responsáveis por sua oferta ou prestação e fixação, além da revisão do valor de tarifas e outros
preços públicos – Figura 1. A condição de titularidade do município abrange a responsabilidade
de regulação, seja para serviços prestados diretamente ou por meio de delegação/contratação.
Contudo, ocorre comumente a estruturação de agências reguladoras de serviços de saneamento
no âmbito dos estados, de consórcios de municípios ou mesmo de bacias, o que se configura
alternativas importantes, tendo em vista a realidade das companhias estaduais deterem grande
parcela dos serviços e também pela baixa capacidade de pequenos municípios de estruturarem
agências.
Figura 1 – Resumo das modalidades de prestação de serviço público de acordo
com a Constituição Federal Ribeiro2, (2007 apud Brasil (2013).
As questões elencadas acima estão diretamente relacionadas às iniciativas em curso no bojo
das agendas de recursos hídricos e saneamento. Além destas, faz-se necessário pensar em como
aproveitar as ações que estão em curso para implementação da Agenda 2030 de modo mais amplo
2 RIBEIRO, W. Gestão Associada de Serviços Públicos de Saneamento Básico. Brasília: SNSA/MCIDADES, 2007.
Apresentação em PowerPoint.
24
e criar sinergias com a implementação do ODS 6, especificamente. Tomando por base essas
questões e ainda considerando que há atores e instituições internacionais que atuam nessas
temáticas, este trabalho apresenta uma concepção que diferencia os diferentes níveis de
implementação e também de monitoramento de políticas públicas que se articulam com a
implementação do ODS 6, sendo eles:
Nível I: corresponde à implementação de políticas/ações em âmbito local ou
microrregional;
Nível II: corresponde à implementação de políticas/ações em âmbito regional ou
macrorregional;
Nível III – corresponde à formulação e implementação de políticas/ações na escala
nacional; e
Nível IV– corresponde à formulação de políticas/ações em escala internacional e global.
Compreender esses níveis e a sua complexidade no que tange à formulação de propostas,
a implementação de instrumentos de políticas públicas, o controle social das ações, dentre outras
questões, faz-se de fundamental importância, haja vista a interdependência necessária entre tais
níveis, a fim de melhor considerar as diferentes realidades locais e os seus desafios
característicos, tendo em vista tornar viáveis as políticas idealizadas, especialmente nos níveis II
e III.
De acordo com essa proposta de classificação desta pesquisa há no Nível III e no Nível IV
(Nacional e Internacional) uma definição mais clara de agendas, políticas e instituições;
entretanto, nos Níveis I e II não se percebe homogeneidade de implementação de instrumentos
das políticas, ou de atuação das instituições designadas para cada âmbito de atuação.
A já amplamente ressaltada questão da baixa integração setorial e intersetorial da gestão
da água e do saneamento com outros recortes de atuação do Estado, se manifesta desde os
próprios instrumentos e políticas setoriais até as diversas instituições ligadas aos temas em
destaque. Assim, ao mesmo tempo em que a gestão integrada de recursos hídricos ainda é um
horizonte incerto, importa tratar do que é essencial para isso, assunto com o qual as propostas
aqui apresentadas procuram contribuir. Os relatos obtidos do setor produtivo e de órgãos
responsáveis por esse aspecto mostraram que existe tal preocupação por parte dos técnicos, mas
as argumentações são de que é necessária tomada de decisão do núcleo de poder no governo ou
a liderança mais forte da pasta de meio ambiente.
Nesse caso, parece útil fazer uma distinção entre termos como “integração de políticas”
(policy integration) e “coerência das/entre políticas” (policy coherence) amplamente empregados
25
para falar sobre a integração de políticas públicas. Tal debate pode ser extrapolado para se pensar
a relação da Agenda ODS com as políticas de água e saneamento, tendo como ponto de fundo as
questões ambientais e os objetivos das políticas setoriais. Uma avaliação de coerência pode
ajudar a avaliar a convergência entre políticas setoriais a partir da integração de múltiplos
objetivos, arranjos de governança e processos políticos relacionados a um dado conjunto de
políticas que incidem em um dado território (Di GREGORIO, et al., 2016). O reconhecimento
dessas interações permite visualizar mais claramente tanto a arquitetura quanto a dinâmica e
funções dos principais atores envolvidos na implementação do ODS 6 no Brasil e possibilita a
identificação de alternativas que possam contribuir com o lema da Agenda 2030, qual seja: “não
deixar ninguém para trás”.
O ponto de partida das sugestões sobre medidas de implementação do ODS 6 é o contexto
institucional e técnico-administrativo vigente no Brasil – leis, políticas, instrumentos e iniciativas
orçamentárias e de execução já existentes. Além disso, foi considerado que a execução de
estratégias nacionais para o desenvolvimento sustentável deve prezar por soluções inovadoras
frente aos desafios da sociedade. Deve também, necessariamente, considerar as dimensões
econômicas, sociais e ambientais dos distintos territórios, sendo estes geralmente instituídos a
partir de variadas demandas e dinâmicas de políticas públicas setoriais.
As tipologias das políticas públicas, conforme aponta Araújo (2007), influenciam
decisivamente no estabelecimento do recorte territorial para o desenvolvimento de ações por
parte do Estado. Este fato geralmente acarreta a criação de diversos territórios e de uma
multiplicidade de agências e de programas em vários níveis (federal, estadual e municipal) que,
segundo o autor, comumente não consideram mecanismos institucionais capazes de estimular a
articulação e o diálogo entre essas agências e programas. Leite, et al (2009) corroboram essa
leitura e salientam que houve uma proliferação exagerada de instituições vinculadas às políticas
de fomento às atividades produtivas sem que houvesse a preocupação de se estabelecer uma
efetiva articulação, especialmente no que tange às diversas noções de território utilizadas pelas
agências governamentais.
Em relação às políticas sociais, os autores citados destacam a existência de sistemas
nacionais onde os municípios tendem a aderir para receber recursos. Esta adesão, por sua vez,
está atrelada à criação de conselhos ou fundos locais, usualmente municipais, que não apresentam
compromissos com a necessária transversalidade no trato de políticas públicas nos territórios.
Esses mesmos autores ao analisarem os trabalhos de Senra (2007) sobre políticas de
desenvolvimento econômico aplicadas em variados territórios, apontaram que no geral não há a
aplicação de planejamento especializado dos investimentos, bem como o reconhecimento das
26
regionalizações previstas pelo próprio governo federal ou a adoção de indicadores que permitam
orientar a tomada de decisão e priorizações dos investimentos.
Portanto, é necessária a busca de uma efetiva integração/articulação entre os planos de
recursos hídricos e os planos reguladores do uso do solo, tendo em vista uma gestão sustentável
do território e das águas. Carneiro, et al (2008) indicam, inclusive, a necessidade de integrar
técnicas de engenharia sanitária e ambiental com iniciativas de planejamento do uso do solo,
gestão de recursos hídricos, de conservação e proteção de mananciais e de controle de inundações
urbanas. Tais aspectos já são previstos no PLANSAB, para o ambiente urbano, de acordo com a
leitura que se pode fazer deste instrumento da PNSB.
Outro ponto de articulação envolvendo a implementação e o monitoramento das metas do
ODS 6 diz respeito aos processos de instalação de consórcios intermunicipais (ou de natureza
assemelhada), especialmente os voltados para as ações de saneamento básico. Segundo Echeverri
(2007) as iniciativas em consórcios podem ampliar a capacidade de diálogo e a interface entre os
poderes/entes federativos envolvidos, influenciando nos processos de articulação envolvendo
políticas públicas.
Na prática, observa-se que esse processo iniciaria com o estabelecimento ou revisão dos
planos municipais de saneamento (considerando os planos de bacia e os planos municipais de
uso e ocupação dos solos), abarcando municípios inseridos numa dada bacia (ou sub bacia)
hidrográfica/território (especialmente nas bacias interestaduais).
Além desse processo, deve-se aprofundar e estudos e proposições sobre modelos de
agências reguladoras (considerando a autonomia dada por lei aos estados) e de consorciamento
entre municípios, levando-se em conta as sub bacias hidrográficas (estaduais) existentes no
território. Assim, busca-se romper com a lógica predominante de estabelecimento de consórcios
municipais de saneamento orientada quase que exclusivamente pelo olhar econômico e onde o
arranjo territorial adotado comumente não condiz com uma unidade geoambiental de
planejamento (bacia hidrográfica), o que minimiza os efeitos sinérgicos e acumulativos das ações
de saneamento no território. A Figura 2 busca expressar esse arranjo integrador.
27
Figura 2: Integração entre instâncias de governança e recortes territoriais para articulação entre ações de
saneamento e gestão de recursos hídricos.
5.2 Contribuições para o processo de monitoramento
De forma análoga às contribuições sobre o processo de implementação do ODS 6, para o
monitoramento também são apresentados gargalos e uma proposta de arranjo institucional.
Assim como no caso da implementação, tendo a vista pluralidade dos dados, informações,
agentes, interfaces e atribuições envolvidos diretamente ou indiretamente com as metas e
indicadores do ODS 6, o monitoramento envolve diversas instituições, instâncias e setores.
De forma a sistematizar e melhor avaliar os desafios do monitoramento, categorizaram-se
níveis a partir do âmbito de atuação das instituições e das políticas envolvidas na implementação,
bem como segundo o processo de produção, coleta, armazenagem e difusão de dados. São os
seguintes os níveis dessa classificação:
a) Nível I - refere-se ao plano ou nível primário em que ocorre a produção de dados que
serão utilizados para a elaboração dos indicadores do ODS 6. Portanto, se referem ao
local de impacto/afetação ou de aplicação das ações do governo;
28
b) Nível II - é nível onde ocorre a organização, agrupamento, armazenamento e o
monitoramento no plano secundário, de gerenciamento, tratamento e difusão de bases
de dados e informações (por exemplo, bases do IBGE, da ANA, dos ministérios das
Cidades, do Meio Ambiente e da Saúde);
c) Nível III - foi definido como o âmbito do monitoramento das políticas públicas e dos
seus instrumentos, onde se formulam políticas e mecanismos de ação para a implantação
dos ODS em âmbito nacional.
d) Nível IV - foi definido como o âmbito do monitoramento das políticas públicas e dos
seus instrumentos, onde se formulam políticas e mecanismos de ação para a implantação
dos ODS em âmbito internacional, envolvendo a ONU e suas agências.
Como não poderia ser diferente, as instituições e políticas envolvidas na implementação se
encontram também no monitoramento, havendo em ambas etapas uma difusão de ações e
informações. A identificação dos níveis, na forma proposta, reconhece o fato de haver
predominância de ações top-down, ou seja, as metas e meios de monitoramento e avaliação são
definidas nos níveis III e IV, sendo que nos níveis I e II concentram as ações para responder a
estas demandas. O cuidado que os agentes públicos e privados com atuação na Agenda 2030
devem considerar, refere-se ao fato de que há ações sustentáveis no âmbito do nível I que se
caracteriza, inclusive, por se configurar como a base dos impactos. Assim, tais organizações
devem se ater ao monitoramento e à adequação dos indicadores considerando a pluralidade de
condições que caracterizam as várias regiões brasileiras.
Entende-se que a Agenda 2030, com seus ODS, metas e indicadores possui potencial para
aprimorar o monitoramento e avaliação de políticas públicas, bem como representa uma forma
de integrar políticas públicas em temas comuns. Porém, há a necessidade de melhorias
consideráveis nas ferramentas e instrumentos já existentes como o PPA, além da necessidade de
se aprofundar a discussão sobre as unidades de planejamento mais apropriadas para a
implantação de medidas, por exemplo, para elevar os níveis de cobertura e de qualidade da água
para o abastecimento humano a partir das bases existentes.
Em relação ao incentivo e fomento de ações bottom-up, além da já conhecida necessidade
de maior autonomia para as instituições que estão no nível I e nível II visando regionalizar suas
metas e indicadores, há ainda a necessidade de maior controle social nas ações de monitoramento
e avaliação. Para isso, é necessário a adoção de maneiras mais transparentes e eficientes de
produção e disponibilização de dados, devendo todas as bases utilizadas para o ODS 6, pelo
menos, serem facilmente acessíveis com todos os dados disponibilizados sobre as diversas
esferas de governo (nacional, regional e local).
29
A partir das metas adequadas à realidade brasileira é necessário que se defina indicadores
de acordo com a realidade nacional e local, buscando medidas que de fato representem os
fenômenos observados. Mesmo sendo necessário medir os indicadores na forma estabelecida
pela ONU, é imprescindível que aspectos mais avançados da legislação brasileira sobre a
qualidade da água, por exemplo, sejam considerados nos procedimentos de coleta de dados e no
cálculo de indicadores. Também é fundamental que se reconheça que os indicadores da globais,
na forma atual, tendem a apresentar um quadro de alcance de metas, em diversas situações, pelo
simples fato de considerar processos em lugar de resultados ou de medirem apenas partes do
conteúdo das metas.
Entre as propostas apresentadas, no contexto de melhorar a qualidade de dados, é a de que
os provedores de serviços de saneamento e todos os demais usuários devem medir e informar as
vazões e volumes de água utilizados. Para tanto, deve ser prioridade o estimula à macro e
micromedição da água, seguido de aperfeiçoamentos no SNIS/SINISA, SISÁGUA e ganho de
escala no SNIRH. Também deve-se partir rapidamente para o monitoramento de vazões reais,
cruzando-os com as outorgas, cobrança, lançamento e enquadramento dos corpos d`´agua.
Nesse sentido, outra proposta aqui apresentada é a de uma metodologia que amplie o nível
de informações disponíveis para a sociedade como um todo, principalmente membros de
colegiados (como Conselhos e Comitês de Bacia). Essa proposta objetiva apoio à comunicação,
fortalecer a educação sobre água e meio ambiente e a tomada de decisão na gestão e fiscalização
de recursos hídricos. Ela parte dos mesmos recursos que hoje as universidades, o IBAMA, o
INPE, a ANA e diversas outras instituições já fazem uso, que são os dados abertos de imagens,
georreferenciamento, modelagem para a integração de bases de dados, etc., em seus sistemas
ainda não massificados, por exemplo, para prefeituras, escolas, conselhos locais, dentre outras
instituições. Parte-se da possibilidade do uso de informações quase em tempo real utilizando
dados abertos e software de código aberto. Com isso podem ser gerados relatórios que são
disponibilizados na Internet e acessíveis a todos os níveis e tipos de instituições da sociedade
civil, setores produtivos e esferas de governo, garantindo transparência e poder de decisão aos
cidadãos.
Esta proposta de metodologia, desenvolvida no decorrer deste projeto, foi intitulada Water
Resources Monitoring System (WARys) e encontra-se em estágio de prova de conceito. Este é o
estágio de desenvolvimento de uma plataforma de informações onde se pode demonstrar suas
capacidades e potenciais, bem como seus requisitos computacional e técnicos, antes de entrar em
operação. Um exemplo dos relatórios gerados em níveis municipais e de bacia hidrográfica estão
apresentados na Figura 3.
30
Figura 3: Relatórios gerados pelo WARys por bacia hidrográfica e por municípios.
Para melhorar as oportunidades e informações para o controle social no saneamento são
também propostas melhorias nas metodologias de avaliação e diagnóstico do SNIS e do
PLANSAB. Para isso, são utilizados cruzamentos de dados, aplicação de técnicas estatísticas
para estimação de dados para os municípios não informante de dados e imputação de dados a
partir de criação de clusters hierárquicos agrupando municípios similares em grupos de acordo
com as situações de seus serviços de água e esgoto. Na Figura 4 pode-se observar
geograficamente a distribuição no território brasileiro dos municípios que possuem PMSB em
2017 e os clusters em relação aos serviços de esgoto.
31
FIGURA 4: Distribuição dos municípios com PMSB e de Clusters dos serviços de esgotamento sanitário.
Há ainda outra proposta metodológica complementar para melhorar o monitoramento de
políticas de saneamento e para otimizar de recursos públicos investidos no setor. Esta proposta
envolve o ranking dos serviços de abastecimento de água e dos serviços de coleta, transporte e
tratamento de esgotos dos municípios por clusters. Também se faz uma análise de sensibilidade
temporal dos indicadores do SNIS para identificar quais são os indicadores mais sensíveis, ou
seja, aqueles que a melhora ou piora refletem em maior impacto na qualidade destes serviços
como um todo. Este conjunto de procedimentos permite priorizar municípios e identificar quais
os indicadores-chave, possibilitando maior transparência e eficácia na alocação de recursos.
5.3 Lista de propostas para o aperfeiçoamento da gestão da água e do
saneamento no contexto do ODS 6
O quadro a seguir apresenta o detalhamento das proposições, bem como as instituições-
chave ou pontos de referência que se sugere liderarem o processo em cada caso. As propostas
levam em conta as oito metas do ODS 6 e algumas outras que também se referem a metas de
outros ODS relacionadas a água e saneamento. Por fim, leva-se em consideração perspectiva de
continuidade da trajetória de construção da governança participativa e de fortalecimento dos
instrumentos de gestão vigentes no SINGRE e na PNSB.
32
Meta ODS 6
Proposta Objetivos da proposta Referência adotada para a
proposição Outros detalhes da proposta
Formas de Operacionalização da Proposta
Atores relevantes
6.1 e 6.4
Ampliação de estudos e bases de dados para aproveitamento das águas subterrâneas,
priorizando regiões de onde esta fonte seja
significativa.
Aumentar a opção de acesso à água de qualidade
em regiões que utilizem como fonte primária a água subterrânea, como áreas de
elevada escassez hídrica (cristalino no semiárido
nordestino).
Estudos Hidrogeológicos de Bacias Sedimentares da região Nordeste
(proposta CPRM), Estudos no Ceará (FUNCEME) e
Aquíferos das Bacias Sedimentares Amazonas (ANA/OTCA/UFAM).
Resgatar experiências exitosas e estudos
hidrológicos e hidrogeológicos para nortear a perfuração de poços no
cristalino (por exemplo no estado do Ceará) e em outras regiões onde as
fontes superficiais são escassas.
Acordos de Cooperação Técnica; contratação de
estudos técnicos; formação de base de dados.
Serviço Geológico do Brasil // ANA // MDS // MI.
6.1 e 6.b
Ampliação do apoio à gestão comunitária da
água e à adoção de tecnologias sociais para garantir o acesso à água
e ao esgotamento sanitário.
Ampliar ações de apoio a iniciativas desenvolvidas
por associações de residentes em áreas rurais (quilombolas, indígenas,
seringueiros, etc.) em parcerias com ONGs,
Igrejas, Oscips, Empresas, Universidades, Instituições de Pesquisas, entre outras.
Iniciativas de captação, aproveitamento e reuso de água pluvial, de poços ou superficiais
como nos casos do SISAR/CE, Central/BA, Sanear/AM, Rio
Vivo/AM, que são fruto de parcerias com diversos atores e governos.
Utilizar diversas técnicas e conhecimento de comunidades gestores de água no meio rural; conjugar as cisternas com outras
alternativas tecnológicas; garantir recursos financeiros firmes para o
programa; firmar parcerias (agências de cooperação, setor privado).
Acordos de Cooperação Técnica; Editais Públicos para
Investimentos nas construções; formação de base de dados das
iniciativas existentes e da demanda restante.
Ministério da Integração Nacional // Ministério do
Desenvolvimento Social // Funasa // Agências
Reguladoras.
6.1 e 6.b
Continuação e aprimoramento de
programas de infraestrutura para o
atendimento a moradores isolados na
zona rural.
Ampliar ações do Programa Cisternas e outras exitosas, adequando-as às exigências
dos ODS e a tecnologias eficazes.
Iniciativas como Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC),
Programa Água Doce, Iniciativa privada e de ONG.
Utilizar técnicas consolidadas e outras inovadoras, conforme a
realidade local. Além das cisternas, conjugar com outras alternativas
tecnológicas; garantir recursos financeiros firmes para o programa.
Continuidade de programas existentes; Orçamento Geral da
União; Acordos com a Cooperação internacional.
Ministério da Integração Nacional // Ministério do
Desenvolvimento Social // Funasa.
6.1 e 6.2
Estruturação de contratos de gestão de
serviços de com garantia de preços acessíveis para os
serviços de saneamento básico à população de
baixa renda.
Manter e aperfeiçoar o subsídio cruzado e tarifas
cruzadas como meio essencial de redução de
desigualdades entre municípios e entre faixas de
renda e consumo.
Modelo largamente implantado no Brasil, em diversas companhias
como SANASA // COPASA // ARSP// SANEPAR// CAESB// SABESP//
COMPESA// CAGECE, etc., inclusive privadas.
Atualmente é detectado potencial de continuidade dos subsídios;
necessária deliberação de governos estaduais; necessário
aprimoramento da avaliação do subsídio cruzado de acordo com
distintas realidades socioeconômicas.
Instrumentos de regulação; Contratos aplicáveis a partir dos
municípios com as concessionárias e outros
contatados para prestação dos serviços.
Ministério das Cidades // FUNASA // Agências
reguladoras // governos estaduais // prestadoras e
titulares dos serviços.
33
6.1, 6.2 e 6.3
Estruturação de política tarifária que sustente a manutenção de ativos e parte dos investimentos
para a ampliação dos serviços de
saneamento.
Elevar a autonomia financeira dos sistemas de saneamento e ampliar o nível de investimentos a
partir dos recursos oriundos da receita das
concessionárias.
Lições de viabilidade técnica e de aceitação por parte dos usuários quanto à necessidade de ajuste
tarifário acima da inflação à época de crises hídricas. Exemplos de Brasília, São Paulo, Campinas,
Fortaleza. Princípio de poluidor-pagador (o local arca com uma
parcela maior dos custos locais dos serviços).
Diante da crise fiscal atual, em todos os entes da Federação, e dos
grandes déficits de esgotamento e tratamento de esgotos, de qualidade da água, de destinação dos resíduos sólidos e de serviços de drenagem os investimentos da arrecadação
ancorada na tarifa são alternativas de recursos diretos do usuário que
reduz a parcela do contribuinte (menos impostos para todos). Para
tanto, é desejável redução de impostos nas inversões.
Instrumentos de regulação; Contratos aplicáveis a partir dos
municípios com as concessionárias e outros
contatados para prestação dos serviços; ajustes em tributos estaduais; revisões tarifárias;
estabelecer e aprimorar formas de cobrança de prestação
serviços ambientais, como por exemplo, por meio da tarifa de
saneamento.
Agências Reguladoras // Prefeituras // Governos
estaduais e União.
6.1, 6.2 e 6.b
Implementação do Programa ou Política
Nacional de Saneamento Rural –
PNSR.
Assegurar a implementação das diretrizes do PNSR, de
metas do PNSB no PLANSAB e incentivar tecnologias
para água e esgotos adequadas as realidades
locais.
Lei nº 11.445/2007; Portaria Interministerial nº 571/13; Estudos
e proposições da FUNASA/UFMG em elaboração; Programa Toda Escola
com Água de Qualidade, Banheiro e Cozinha; Blue School; SISAR; ONGs; Ações do Ministério da Integração
Nacional e do Desenvolvimento Social.
Priorizar o ambiente rural, onde há os maiores défices de água e
esgotamento sanitário; redesenho das formas de prover e viabilizar o
orçamento; identificação e ampliação de soluções individuais e coletivas; apoiar modelos de gestão
que respeitem as características geográficas, econômicas e culturais
locais.
Garantir fontes de recursos (OGU, parcerias, cooperação).
FUNASA // Ministério das Cidades // Conselhos de Saúde e de Saneamento.
6.1 e 6.2
Reestruturação de sistemas de apoio à
formação de consórcios e outras iniciativas de
prestação de serviços de agua e saneamento
(Programa de Apoio a Consórcios).
Apoiar iniciativas inter agentes e inter municípios
para prover serviços de saneamento em pequenos
municípios, vilarejos e saneamento rural (inclui
parcerias com ONGs, OSCIPS e outras).
Consórcios já estruturados de sucesso; iniciativas de articulação de
governos e instituições privadas; arranjos institucionais de parcerias
públicas e público-privadas.
O consorciamento, além de dar escala e viabilizar a atividade
regulatória, permite, ainda, quando houver condições, a aplicação de
subsídios cruzados para tornar financeiramente viáveis regiões
deficitárias cujos serviços tenham o mesmo titular.
Priorizar a bacia hidrográfica como unidade de gestão;
profissionalizar a gestão para evitar desvios de finalidade;
Viabilizar Sociedades de Propósito Específico (SPE) ou
arranjos de empreendimentos assemelhados; Uso de recursos
da cobrança da água, municípios (mínimo), União,
estados.
Ministério do Desenvolvimento Social // Ministério da Integração
Nacional // Ministério das Cidades.
34
6.1 e 6.2
Aprimoramento dos sistemas de
monitoramento e dos planos de ação do setor
de saneamento.
Promover a melhoria da qualidade e a abrangência
dos dados do SNIS/SINISA e Siságua, de maneira
contínua, possibilitando aprofundar diagnósticos e
melhorar planos de ação do PLANSAB.
Achados deste projeto; Dados primários e secundários do SNIS;
Bibliografia e documentos oficiais; Projeto Regulasan; Projeto Acertar.
Reforçar medidas de aperfeiçoamento do SNIS/SINISA e
Siságua, cobrando a obrigatoriedade de informação dos prestadores e
prefeituras; prover auditorias para consistência dos dados; melhorar os
dados relativos ao déficit do saneamento dos municípios e nas
zonas rurais, com atenção aos aglomerados subnormais; melhorar
a qualidade e a eficácia dos investimentos.
Priorização de investimentos do Orçamento Geral da União para regiões e municípios com maior carência de prestação de
serviços.
Ministério das Cidades // Ministério da Saúde//
FUNASA // IBGE // governos estaduais //
prestadoras e titulares dos serviços de saneamento.
6.1 e 6.2
Integração contínua das ações das instituições
(ministérios e autarquias) que tratem
do financiamento, planejamento e
execução de ações voltadas para o
saneamento básico.
Alinhar escopos, áreas de atuação, competências e
dar continuidade ás ações destas instituições,
otimizando recursos e concentrar esforços para
promoção ampla e efetiva dos serviços de saneamento
básico para toda a população.
Achados deste projeto; criação do PNSB; revisão do PLANSAB.
Unificar o planejamento de saneamento básico e saneamento
rural para otimizar recursos, definir áreas prioritárias, compartilhar
informações e responsabilidades.
Revisão do desenho/recorte de atribuições e áreas de atuação
entre o Ministério das Cidades e FUNASA e unificar os planos de
saneamento nacionais (PLANSAB e PNSR).
Ministério das Cidades // Ministério da Saúde//
FUNASA // SUDAM //SUDENE //CODEVASF
//DNOCS
6.3
Expansão e modernização da rede hidrometeorológica e suas bases de dados.
Ampliar as bases de dados e informações sobre a
quantidade e a qualidade das águas para subsidiar tomadas de decisão e o
aperfeiçoamento de instrumentos da PNRH, a
educação ambiental e integração da gestão.
Caso USGS waterdata (em parte) <https://waterdata.usgs.gov/nwis/>.
Diagnósticos do projeto; Estudos/ações da ANA // Ministério das Cidades // Oficinas de Metas e
Oficinas de Indicadores // Programa Nacional de Avaliação da Qualidade
das Águas (PNQA).
A medida inclui a integração das redes de monitoramento; Bases de dados de outorgas, vazões, regimes
de chuva e drenagem; Base de programas de educação ambiental e
para instrumentalizar a gestão integrada.
O aperfeiçoamento permitirá desenvolver uma plataforma central
com dados nacionais, estaduais e locais abertos.
Continuidade de acordos de cooperação técnica, contratos,
e outras parcerias para o monitoramento,
desenvolvimento de tecnologias e ampliação da
medição e transmissão automática de dados.
ANA // Ministério das Cidades// Órgãos Gestores
Estaduais // Órgãos titulares de bases de dados // Instituições de Pesquisa
// IBGE.
6.3
Aperfeiçoamento da legislação sobre emissão de efluentes que afetam
a qualidade da água.
Discriminar parâmetros de emissão para substâncias ou materiais lançados nos corpos hídricos ainda não
discriminados.
Caso da regulação da temperatura dos efluentes de térmicas com sistema de resfriamento aberto (regulamentação dos Estados
Unidos de América (Cooling Water Intake Structures - CWA §316(b)).
Estudos sobre novos componentes como hormônicos, agrotóxicos,
componentes de cosméticos têm sido preocupações de estudos recentes sobre água e saúde
humana e à biota.
Portarias; Decreto do Executivo; Alteração de Regras de
Licenciamento de Atividades Impactantes; Ampliação das coletas e análises da água de
mananciais.
ANA // ANVISA // IBAMA // Ministério do Meio
Ambiente // Ministério das Cidades // Ministério da Agricultura // Secretaria
Ambiental Estadual.
35
6.3
Incentivo à gestão com melhores práticas para
o tratamento de rejeitos e estabelecimento de
áreas de influência direta e indireta de seus
impactos para a definição das redes de
monitoramento.
Induzir e ampliar a contribuição do setor
industrial para o gerenciamento da
qualidade da água, em especial nas áreas
impactadas pelas emissões do setor produtivo.
Estudos realizados pela CNI e Academia;/ PPA 2016-2019 Programa 2083 – Qualidade
Ambiental; Iniciativas de monitoramento em parcerias;
Legislação sobre logística reversa; princípio poluidor-pagador.
Essa medida ajudará a aperfeiçoar o monitoramento de impactos, induzindo comportamentos
proativos. Também permitirá acompanhar a adesão de diversos segmentos industriais, a criação de
novo banco de dados e a avaliação e difusão de informações a fim agir de
forma antecipada.
Acordos de Cooperação Técnica; conectar o processo de licenciamento ambiental com a
gestão de recursos hídricos; Previsão no PPA (Programa
2083 – Qualidade Ambiental no 2016-2019 e outros).
ANA // IBAMA // Órgãos Licenciadores Estaduais//
Ministério do Meio Ambiente // Ministério da Saúde // Setor produtivo.
6.3
Aperfeiçoamento de metodologias de
aplicação dos instrumentos da PNRH e
das PERH a partir dos seguintes aspectos: 1)
mecanismos de cobrança pelo uso da
água; 2) revisões e avaliações dos Planos de
Recursos Hídricos; 3) enquadramento dos
corpos d´água; 4) adoção sistemática da
outorga de lançamento de efluentes.
Implantar completamente e ampliar a efetividade dos instrumentos da PNRH e
PERH como forma de efetivar a gestão integrada
da água.
NT Banco Mundial (2018); Entrevista com especialistas e análises de
dados secundários; ANA (2017 – Conjuntura); Brites (2010); Caso da bacia hidrográfica do alto Iguaçu;
Seminário de avaliação do Progestão; IPEA - avaliação do Progestão (9 estados); Estudos
CNRH/Câmaras Técnicas e academia.
A adoção de novas metodologias para a aplicação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos no
Brasil é uma necessidade já buscada de forma não uniforme em diversos
estados e mesmo no MMA/CNRH/ANA. A adoção de novas tecnologias é necessária,
diante da complexidade da gestão da água no Brasil. A expectativa é de
reduzir custos de combate à poluição por meio de ações
preventivas. Tais metodologias devem ser construídas ouvindo-se
os diversos atores, a fim de inseri-las nas atividades de planejamento dos
órgãos de bacias e nos órgãos gestores.
Necessária realização de estudo técnicos para: identificar os
riscos de não efetivação, por bacias hidrográficas; identificar o potencial arrecadatório por bacias hidrográficas; propor
formas de minimizar os riscos de contingenciamentos;
estabelecer uma forma de ampliar a base de cálculo do
fator gerador da cobrança relacionada à qualidade da água
e variável de escassez. Editar novos parâmetros de qualidade nos procedimentos de outorga pelo uso da água. Instrumento
geral: Resolução CNRH e CERHs.
Ministério do Meio Ambiente/CNRH // ANA //
Órgãos Gestores // Academia // Conselhos Estaduais, Comitês de
Bacia, Órgãos Gestores Estaduais // Câmaras
Técnicas do CNRH.
36
6.3
Restrição da aplicação de agrotóxicos e outras substâncias perigosas em áreas próximas a
recursos hídricos com obrigação de monitorar corpos d'água sujeitos à
contaminação.
Reduzir a poluição e contaminação de cursos
d´água por produtos químicos aplicados nas lavouras ou atividades
industriais, restringindo a aplicação a uma margem de segurança, principalmente
para aplicações aéreas.
Convenções Internacionais; Resolução CONAMA nº 467/2015
(Dispõe sobre critérios para a autorização de uso de produtos ou
de agentes de processos físicos, químicos ou biológicos para o
controle de organismos ou contaminantes em corpos hídricos
superficiais).
Este tema tem grande relevância no Brasil, tanto em cidades com
indústrias com alta carga poluidora e potencial contaminante quanto na
área rural, com possíveis dispersões controláveis de agrotóxicos.
Estabelecer, por força de lei, uma margem de segurança que impeça a aplicação de produtos químicos no entorno de áreas
de proteção às margens de corpos hídricos; Resolução CONAMA; exigir sistemas
privados de monitoramento em áreas de impacto relevante.
Congresso Nacional // Ministério da Saúde //
MDIC // Ministério do Meio Ambiente // CONAMA // Ministério da Agricultura.
6.4
Reestruturação de programas/iniciativas de
incentivo ao uso eficiente da água com um novo enfoque de
governança, regulação e gestão integrada da
água.
Reduzir a retirada e o consumo da água nos
setores energético, industrial, agricultura e
saneamento e otimizar a governança e a gestão com
foco no planejamento integrado que viabilize o
reuso e outras fontes alternativas de água.
Planos e programas do MME e vinculadas (EPE, ANEEL); MAPA;
ANA; Hidrovia Tietê-Paraná; Casos de sucesso (MDIC/ANA/CNI 2018);
Estados Unidos de América - Cooling Water Intake Structures - CWA
§316(b)); FAO; UN Water; Embrapa; Lei nº 12.787/2013, (Política
Nacional de Irrigação).
Difundir o uso de tecnologias modernas e apropriadas para
reduzir a retirada e o consumo da água no setor produtivo (indústria, agricultura e serviços). Fomentar o reuso e fontes alternativas de água.
O foco das proposições aqui são situações de usos múltiplos,
conflitos e escassez. É desejável a criação de uma plataforma de uso eficiente de forma a expor as boas
práticas dos setores públicos, privados, ONGs, etc.
Ampliar as capacidades: (i) da EPE no planejamento
energético e da água; (ii) dos comitês de bacias hidrográficas na definição e gestão dos usos
da água; (iii) da melhora na governança e gestão
compartilhada nas agências reguladoras e órgãos gestores.
Necessárias alterações em Portarias e Decreto do
Executivo.
Ministério do Meio Ambiente CNRH // CERH // CBHs // ANA// Secretaria
Ambiental Estadual // MME/ANEEL // MDIC //
MAPA // Outras instituições.
6.4
Aprimoramento de regras dos leilões de
energia para contribuir com a gestão integrada
dos recursos hídricos
Estabelecer novas exigências de adoção de tecnologias e cuidados
ambientais em leilões de contratação de energia
elétrica.
Casos de sucesso (MDIC/ANA/CNI 2018); Experiências nos Estados
Unidos de América - Cooling Water Intake Structures - CWA §316(b)).
Novas regras devem estabelecer medidas de incentivo para a
repontenciação de hidrelétricas, adoção de novas tecnologias,
ampliação de hidrelétricas reversíveis no sistema interligado
nacional.
Estudos técnicos preliminares; Portarias ANEEL; Decreto do
Executivo.
Ministério das Minas e Energia/ANEEL // ANA
(suporte e informações em situações de escassez).
37
6.4
Promover o aperfeiçoamento da
regulação para a qualidade e
continuidade dos serviços de saneamento
a preços acessíveis.
Melhorar a capacidade técnico-institucional das agências de regulação de serviços de saneamento,
incorporando atividades de resíduos sólidos e drenagem urbana.
Projeto Regulasan; CT da Abar; Projeto Acertar; Estudos deste
projeto.
A atividade de regulação deve considere diferentes tipos de
regulação para diferentes graus de maturidade de gestão dos serviços. Também deve promover maior grau
de envolvimento dos municípios, incluindo capacitação, suporte
técnico e financeiro para a gestão da água e do saneamento em
localidades mais vulneráveis. A cobrança de padrões de qualidade
de atendimento.
Nos casos de novas agências reguladoras, a capacitação para
a função de regulador, com recursos do SINGREH no
Orçamento Anual. A Execução pela ABAR é o caminho mais indicado atualmente, pelo
acúmulo de conhecimento e capacidades já adquiridas. São Imprescindíveis parcerias com especialistas de Universidades.
Governo Federal (MMA// Cidades // ANA) Governos
Estaduais // Agências Reguladoras.
6.3 e 6.4
Reestabelecimento e fortalecimento o Fundo
Setorial de Recursos Hídricos (CT-Hidro).
Financiar pesquisas visando a sustentabilidade e o uso
racional da água.
Lei nº 9.993 (2000); Decreto 3.874 (2001); Moção CNRH 69 (2018).
O CT-Hidro possui recursos financeiros garantidos em Lei que
devem ser empregados para o desenvolvimento tecnológico
visando o avanço da gestão dos recursos hídricos e do uso
sustentável e racional da água.
Promover gestão e ampliar o diálogo com a Casa Civil visando
reestabelecer as ações do CT-HIDRO, considerando as bases
legais que o sustentam.
Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão // Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovação //
Ministério do Meio Ambiente/CNRH.
6.3 e 6.4
Criação de um Programa Nacional de Apoio à Inovação e Gestão Integrada da Água
(PNAIGA) (Complementar ao CT
Hidro).
Promover a inovação tecnológica, de gestão,
regulação, usos da água e sistemas de esgotos
viabilizando pesquisas e inovações desenvolvidas no
CT-Hidro.
CT-HIDRO; CFURH; Programa de P&D Aneel; Lei nº 9.993 (2000); Decreto 3.874 (2001); EMBRAPA
(estratégias de difusão tecnológica).
A inovação tecnológica deve compreender a aplicação pratica das
tecnologias geradas, envolvendo, inclusive, empreendedores e
indústrias a fim de gerar ganhos econômicos ao País.
Alocações adicionais via CT Hidro; recursos da CFURH (idem
P&D Aneel); fundo privado da irrigação (a criar), sendo todos
não contingenciáveis.
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação //
Ministério do Meio Ambiente // Ministério das Minas e Energia/ANEELL //
BNDES //FINEP.
38
6.5
Transformação do Progestão (etapa N) em iniciativa permanente
de programa do SINGREH (Programa
Nacional do CNRH de Apoio à Gestão).
Ampliar a capacidade dos órgãos gestores estaduais
para o cumprimento de seu papel institucional;
fortalecer o SINGREH a partir da destinação de recursos da CFURH de
forma permanente; fortalecer os órgãos
gestores estaduais de recursos hídricos (equipe
técnica, infraestrutura, recursos financeiros
blindados).
Estudos IPEA/ANA sobre o Progestão; Achados deste projeto;
OCDE (2015). Governança dos Recursos Hídricos no Brasil; Seminários de avaliação do
Progestão (2015, 2017 e 2018).
A estruturação e manutenção de esforços e estrutura de gestão da
água é o desafio central no SINGREH. O PROGESTÃO, apesar de
relativamente recente, é um Programa que vem passando por avaliações periódicas que indica grande potencial como iniciativa
continuada de para o fortalecimento dos Sistemas Estaduais de
Gerenciamento de Recursos Hídricos, especialmente dos órgãos gestores. Esta característica aponta para o seu fortalecimento, a fim de minimizar possíveis interferências
ou mesmo interrupção da implementação do Programa.
Aperfeiçoamento constante do Progestão - com maior ênfase no CNRH e nos CERHs (a partir
de Resolução CNRH); Destinação dos recursos da
CFURH para a gestão de recursos hídricos no âmbito
estadual (Decretos Estaduais); não contingenciamento dos
recursos “firmes” da gestão da água; Decretos Estaduais; Definição de tipologias de
órgãos gestores adequados à complexidade da gestão (Estudos Técnicos: ANA e
órgãos gestores estaduais).
Ministério do Meio Ambiente // CNRH // ANA
// Estados // órgãos gestores estaduais.
6.5 Fortalecimento da
Secretaria Executiva do CNRH.
Ampliar a capacidade do MMA de cumprir os objetivos da Política
Nacional de Recursos Hídricos e sua a articulação com as políticas setoriais e
com os estados.
Diagnósticos deste projeto; OCDE 2015; Registros do CNRH; Dados de
infraestrutura do MMA.
Medida considerada urgente para que o SINGREH siga sua trajetória; O
enfraquecimento do MMA (orçamento e pessoal) ameaçam o
sistema deliberativo por conselhos e participação; construção coletiva da
gestão da água.
Aumentar o número de servidores, o orçamento e a continuidade da capacidade
institucional da secretaria executiva de forma de
fortalecer o CNRH; Deliberações do Executivo; e Portaria
Ministerial.
Ministério do Meio Ambiente // Ministério do
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
6.5
Estabelecimento e articulação de pautas
comuns entre o CONAMA e o CNRH.
Ampliar a efetividade e a sinergia dos instrumentos
de políticas e buscar a integração entre a gestão ambiental e a de recursos
hídricos.
Experiências de licenciamento ambiental e sua relação com a
aplicação da outorga; Achados deste projeto; Mensagem dos ODS;
Resolução Conjunta CONAMA-CNRH 357.
A forte separação das estruturas de gestão ambiental e da água diverge da realidade de que meio ambiente e água são indissociáveis. Deve-se
aproximar as agendas dos Conselhos e considerar os papeis de órgãos
gestores estaduais de meio ambiente e de recursos hídricos.
Aproximar as secretarias executivas do CNRH e do
CONAMA, com assessoria da ANA, IBAMA e Secretarias do
MMA.
Ministério do Meio Ambiente/CNRH/CONAMA/
IBAMA/ANA.
39
6.b
Fortalecimento da governança da gestão de recursos hídricos a
partir do fortalecimento da participação social.
Democratizar as instâncias decisórias do SINGREH,
especialmente o CNRH, a partir de uma maior
participação de integrantes deste Sistema,
especialmente as ONGs e representantes de
comunidades tradicionais.
Argumento base dos ODS; ONU/Metas ODS Brasil; diagnósticos
do sistema de gerenciamento de outros países (Holanda) - OCDE;
diagnósticos deste projeto.
Tornar a composição dos conselhos de recursos hídricos e comitês de
bacia menos suscetível a mudanças políticas; criar e implementar indicadores de avaliação da governança da água (OCDE,
Observatório das águas); reconhecer o direito de as entidades elegerem
autonomamente os seus representantes
Resoluções do CNRH; Projetos de Lei.
Ministério do Meio Ambiente//CNRH // Casa
Civil//SEGOV // Secretarias Estaduais de Recursos
Hídricos.
6.5
Estudar a adoção de procedimento no
Governo Federal para a seleção de candidatos a diretores da ANA, por
meio de processo seletivo,
complementarmente ao que dispõe a legislação
Garantir o papel e responsabilidades da
sociedade na gestão de recursos hídricos; inovar no sentido de governança por meio de colegiados; reduzir incertezas por inconstâncias
de trocas no poder; fortalecer a
institucionalidade do SINGREH.
Sistemas colegiados Brasil e exterior; modelo Embrapa; TCU;
PGR.
Esta proposta visa estabelecer regras complementares para
encaminhar nomes de diretores na ANA para aprovação, prezando as discussões no âmbito do Conselho
Nacional de Recursos Hídricos. Considera a concepção de que a
ANA deve continuaria a ser a Agência Executiva do SINGREH.
Discussões nas Câmaras Técnicas o CNRH // Projeto de
Lei do Executivo.
Ministério do Meio Ambiente/CNRH // Casa
Civil/Secretaria de Governo.
6.b
Aperfeiçoamento de instâncias de
participação e controle social para o
saneamento básico.
Melhorar a ênfase normativa para ampliar a participação e o controle
social no saneamento, criando uma instância
municipal (comitê, conselho, etc.) para maior
controle social das ações de saneamento.
Trajetória de construção da Lei 9.433/1997; da Lei 11.445/2007;
Agenda 2030.
A Lei do Saneamento, apesar de apresentar as premissas que
garantam o debate e a transparência envolvendo a sociedade, governo e
prestadoras de serviços de saneamento, não apresenta
instâncias de controle social local para além das Câmaras de
Vereadores. Assim, busca-se por meio dessa proposta, ampliar a
participação e o controle social nas ações de saneamento.
Regulamentação do artigo 2o da Lei 11.445/2007.
Implementação dos Conselhos Municipais de Saneamento.
Congresso Nacional // Casa Civil // Segov // Ministério
do Meio Ambiente // Ministério das Cidades //
CNRH // estados // municípios.
40
6.4
Criação das Política Nacional de Reuso par superação de entraves
regulatórios e legais dos serviços de drenagem urbana e de reuso de
água.
Eliminar o risco regulatório e incertezas (de governança
e de mercado) existentes atualmente para possibilitar
a oferta de serviços de reuso de água e de drenagem urbana
Lei municipal. 7.606 de 23 de dezembro de 1997 (Santo
André/SP); Empresa Aquapolo; Experiências da CAGECE.
Atualmente o arranjo legal e regulatório geram grandes
inseguranças para cobrança pelos serviços de drenagem urbana e comercialização de água tratada
para reuso provenientes de sistemas de esgotamento, o que restringem a
existência destes serviços a experiências pontuais no Brasil.
Promover melhorias na legislação para garantir a
cobrança tanto pelos serviços de drenagem urbana quanto de reuso de água nos casos onde ainda não são cobrados direta ou indiretamente; Criação das Política Nacional de Reuso de Água; Aprovação da proposta
da Política Nacional de Gestão e Manejo Integrado de Águas
Urbanas (PL 7818/2014).
Congresso Nacional // Casa Civil // Segov // Ministério
do Meio Ambiente // Ministério das Cidades //
CNRH // estados // municípios.
6.1, 6.2; 6.3, 6.4,
6.5
Integração das ações e instrumentos das
políticas de saneamento, resíduos
sólidos urbanos, e recursos hídricos
Incentivar a gestão integrada de resíduos
sólidos, da água, de esgotos e de drenagem pluvial,
fortalecendo o PLANSAB;
Metas ODS // Lei 11.445/2007 // Política Nacional de Resíduos Sólidos // PLANSAB // Resolução CONAMA 375/2006 // Achados deste projeto
// Estudos da Câmara Técnica do CNRH // Dados primários e
secundários do SNIS// Bibliografia e documentos oficiais (ANA// CPRM //
CEMADEM)// Aquapolo// CS Bioenergia
A Resolução CONAMA nº 375/2006 define critérios e
procedimentos para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em
estações de tratamento de esgoto sanitário derivados. A proposta
contribui no sentido de, por exemplo, promover o
gerenciamento do Lodo de ETEs. Para tanto, deve-se ampliar bancos
de dados e alinhar administrativamente ações das
distintas políticas.
Integração dos planos municipais (Plano Diretor + PMSB + PMRS) e articulação
destes com o Plano Bacia, quando existentes //
estabelecer um fórum e evento anual de promoção da
integração de políticas da água (Alinhar com a CT do CNODS para integração de políticas);
prever recursos orçamentários; recursos hídricos por meio do
orçamento.
Ministério do Meio Ambiente/ CONAMA/CNRH // Ministério das Cidades //
Ministério da Saúde/FUNASA // ANA //
governos estaduais // prestadoras e titulares dos serviços de saneamento.
6.6
Implementação do Programa de
Revitalização de Bacias Hidrográficas (foco em aquíferos e nascentes).
Promover a conservação e a recuperação de bacias
hidrográficas prioritárias, considerando as regiões de
recarga, de nascentes e mananciais de
abastecimento.
Código Florestal de nº 12.651/12; “Programa Nascentes” (Decreto nº 60.521/2014 do Governo do Estado
de São Paulo); Programa Plantadores de Rios (2017); Lei
9.433/97; ZEE; Planos de Recursos Hídricos; Planos de Uso e Ocupação dos Solos; Programa Pro-mananciais
(COPASA); Iniciativa do MMA em andamento para a construção desse
plano.
Aproximar ações de planos de recursos hídricos e outros
instrumentos de ordenamento do uso do território (ex.: ZEE e Planos
de Uso e Ocupação dos Solos); apoiar, por meio de programa do
PPA, programas estaduais e municipais de proteção e
recuperação de bacias com foco nas áreas de recarga, nascente e
mananciais de abastecimento; aplicar os princípios poluidor-pagador e usuário-pagador.
Deliberações do Executivo/MMA e CNRH;
Criação do Programa no MMA; garantir recursos OGU e
SINGREH.
Ministério do Meio Ambiente/CNRH //
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento /
Comitês de Bacia Hidrográfica // Conselhos
Estaduais de Recursos Hídricos.
41
6.6
Estabelecimento de estratégias para
conservação dos solos e da água em áreas rurais.
Promover a conservação dos solos e da água por
meio de práticas conservacionistas de controle da erosão,
considerando a aplicação de instrumentos
econômicos e a realização de pesquisa e inovação.
PL 281/95; PL 1.301/ 2007; Decreto, de nº 9.414, que institui o Programa
Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos do Brasil –
PronaSolos.
A ausência de conservação de solos acarreta impactos significativos aos recursos hídricos, além de perdas
econômicas para o país. Esta proposta busca trazer garantias e
instrumentos aos agricultores para a maior sustentabilidade do setor a fim de minimizar os impactos nos cursos d´água acarretados, dentre
outras questões, pela erosão.
Dar celeridade nos trâmites para a aprovação da Política Nacional de Conservação do Solo e da Água; desenvolver instrumentos econômicos
atrelados a conservação de solos; recursos orçamentários.
Ministério do Meio Ambiente/CNRH //
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
6.6
Formulação da Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais
(PSA).
Promover o reconhecimento do valor
dos serviços ecossistêmicos hídricos, prevenir impactos das atividades agrícolas nos
corpos hídricos, regularização ambiental das
propriedades através do conceito de conservador-
recebedor e dar visibilidade às ações dos agricultores e do 3º setor na conservação
da água e das florestas.
As seguintes experiências: Extrema (MG), São Paulo, São José dos Campos, Salesópolis, PCJ (SP),
ProdutorES (ES), Apucarana (PR), Brasília (DF), Nova York (EUA), bacia Reventazón (Costa Rica); Programa
Água Brasil – WWF, Programa Produtor de Água - ANA; achados
deste projeto. Lei Nº 5955 DE 02/08/2017 DF.
No Congresso Nacional há um PL sobre o tema que deve ser
resgatado e devidamente discutido com a sociedade com o intuito de estabelecer uma Política de PSA definindo de fontes de recurso;
formas de viabilizar as capacitações regionais para fomentar projeto, alinhamento de conceitos, dentre
outras questões.
Aperfeiçoar projetos em curso; avaliar seu poder de escala, inclusive de experiências de
empresas e da sociedade civil. Criação de Lei.
Ministério do Meio Ambiente/CNRH // Casa
Civil/Segov // ANA // Estados // Congresso
Nacional.
6b
Instituição de garantias de participação dos
povos e comunidades tradicionais nas
decisões sobre alocação de recursos destinados
à bacia.
Permitir que o processo decisório considere de fato
os diferentes usos e usuários de água.
Composição do CBHSF; orçamento participativo; práticas nacionais e internacionais de transparência.
No contexto dos ODS, a reformulação dos conselhos é parte
fundamental da adesão à Agenda ONU 2030. Para isso, deve-se reformular a composição das
instâncias de governança garantindo vaga para os Povos e Comunidades
Tradicionais por meio da capacitação desses atores.
Ampliar o diálogo/estudos com as comunidades e seus
representantes para compreender as suas
necessidades; Definição por meio de Resoluções do CNRH.
Ministério do Meio Ambiente/CNRH // CERH //
CBH.
42
6.b
Aplicação de métodos de alocação de água que prezem a participação e
o controle social.
Difundir (dar escala) a
Alocação Negociada da Água como forma de
pactuar a destinação dos recursos hídricos e
gerenciar conflitos pelo uso da água.
Experiências do estado do Ceará, do Distrito Federal (bacia do rio São
Marcos) e de alguns reservatórios (como o Gorutuba na bacia do rio
Verde Grande).
A construção de pactos de alocação de água especialmente em regiões
de escassez hídrica e que apresentem estruturas de
reservação, tende a se configurar como uma ferramenta de
gerenciamento, inclusive de água pelo uso da água.
Capacitação de técnicos no nível dos estados da federação (órgãos gestores/outorgantes; Comitês de Bacia; Conselhos
Estaduais); expandir as ações de Alocação em rios de domínio
federal; aperfeiçoar marco legal (outorga).
Ministério do Meio Ambiente/CNRH // ANA //
CERH // CBH.
Outra proposta
Promoção de incentivos para adoção de modelos agrícolas sustentáveis,
considerando o consumo mais eficiente
da água.
Promover uma agricultura sustentável e competitiva
por meio de adoção de práticas agrícolas modernas
que minimizem o uso de agroquímicos (ILPF,
agroecologia, SAF´s, entre outras).
Embrapa; Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica
(Lei 7794); pesquisas do Laboratório e Ecologia e Restauração Florestal
da ESALQ/USP.
Incentivar práticas conservacionistas na agricultura, especialmente a
irrigada, que possam agregar valor à produção e ampliar a produtividade, tais como: métodos de restauração
ecológica; Integração Lavoura, Pasto e Floresta (ILPF); Agrofloresta;
Agricultura Orgânica.
Programas e outras iniciativas de PSA; Ações Orçamentárias
do Programa ABC; Estruturação de medidas dentro das
iniciativas de Aquisições Governamentais Sustentáveis;
Ministério do Meio Ambiente // Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento//
CONAB//Embrapa.
Outra proposta
Fortalecimento das ações de formação e de capacitação na área de
recursos hídricos, saneamento e meio
ambiente.
Promover a qualificação dos gestores (municipais e
estaduais), agentes da sociedade civil, membros de colegiados, titulares e
prestadores de serviço para a gestão dos serviços de saneamento, de recursos hídricos e meio ambiente.
Programa Nacional de Capacitação de Gestores Ambientais Municipais
(PNC); Programa Nacional de Capacitação das Cidades (PNCC) do Ministério das Cidades; e as ações
da ANA sobre o tema.
Para maior efetividade das ações de gestão do saneamento e dos
recursos hídricos há a necessidade de formação e qualificação
constantes dos atores responsáveis pela execução, acompanhamento e
fiscalização das ações envolvidas nessas temáticas.
Recursos financeiros; CFURH; engajar os atores dos estados,
municípios e colegiados.
Ministério do Meio Ambiente/CNRH // ANA //
Órgãos Gestores // Academia // Conselhos
Estaduais, Comitês de Bacia // Órgãos Gestores
Estaduais // Municípios // Prestadores de Serviço // Ministério das Cidades.
Outra proposta
Criação de fontes de financiamento para
iniciativas da sociedade civil.
Buscar e promover a interiorização das metas ODS viabilizando ações e iniciativas da sociedade
civil, gerando corresponsabilidade e
diminuindo a dependência do governo para a
implementação da Agenda 2030.
Novo Plano de Implementação da Política de Responsabilidade
Socioambiental (BNDES); Grupo de Trabalho para a Indústria 4.0 - GTI
4.0 (Ministério das Cidades); International Finance Corporation -
IFC (Banco Mundial).
Mapear iniciativas regionais, como os seminários da Caatinga realizados
no Nordeste, e as redes de ação, como a Rede Cerrados e
comunidades de economia solidária; recursos orçamentários.
Linhas de financiamento para viabilizar projetos que tenham
como objetivo promover inovação aumentando a
eficiência do uso da água, melhorar a gestão de recursos hídricos de comunidades locais e apoiar a capacitação técnica.
Ministérios // Bancos de Desenvolvimento //
Setores Produtivos // Sociedade Civil.
43
Outra proposta
Aperfeiçoamento da estratégia
de articulação das ações de saneamento e de gestão de recursos
hídricos tendo como base o território.
Incentivar o estabelecimento de
consórcios públicos de saneamento tomando por base a bacia hidrográfica
como unidade geoambiental de planejamento e
implementação dos consórcios.
Estudos/reflexões realizadas no decorrer do projeto; experiência da bacia do rio Doce (Comitês e IBIO - Doce); PCJ (Comitê e Agência PCJ).
A integração de ações de política públicas perpassa pela articulação
dos instrumentos a elas atrelados e, especialmente, pela definição da
base físico-territorial a ser adotada. O consorciamento de municípios,
por sua vez, representa uma estratégia de descentralização para ações sustentáveis de saneamento,
e sua implantação nas bacias hidrográficas (sempre que possível)
poderá levar a uma maior articulação entre políticas e,
principalmente, na melhoria da qualidade das águas a partir dos
efeitos sinérgicos e acumulativos das ações de saneamento.
Colocar em prática o estabelecimento de consórcios municipais tomando por base a
bacia hidrográfica como unidade físico-territorial.
Ministério do Meio Ambiente/CNRH // ANA //
Órgãos Gestores // Conselhos Estaduais,
Comitês de Bacia // Órgãos Gestores Estaduais //
Municípios // Prestadores de Serviço // Ministério das
Cidades.
44
6. ESTRUTURA DO LIVRO (Elaboração inicial IPEA/IPC)
Abreviaturas ___________________________________________________________ 5
1. Apresentação ______________________________________________________ 8
2. Introdução _______________________________________________________ 10
3. Procedimentos metodológicos ________________________________________ 17
4. Governança e gestão da água na perspectiva do ODS 6 ___________________ 20
4.1 Definições e elementos estruturantes da governança da água ________________ 20
4.2 Linhas teóricas e formulações sobre governança e gestão da água ____________ 24
4.3 A persistência de padrões não dinâmicos de governança ___________________ 34
4.4 Trajetória e estrutura atual de gestão da água no Brasil ____________________ 35
4.5 Desafios da viabilização econômico-financeira do SINGREH _______________ 44
5 Governança e Gestão do Saneamento: avanços e desafios _________________ 52
5.1 Evolução da gestão e dos instrumentos do setor de saneamento ______________ 52
5.2 Desafios do financiamento do setor de saneamento ________________________ 55
5.3 A importância da gestão comunitária da água e de sistmas de saneamento ____ 61
6 Produção e Difusão de dados de Água e Saneamento no Contexto do ODS 6 __ 62
6.1 Limitações nas bases de dados de recursos hídricos e de saneamento _________ 63
6.2 Disponibilidade de dados, formato de acesso e atualização de dados do SNIRH 66
6.3 Resultados de cruzamento de dados de saneamento: suporte a políticas _______ 69
7 Experiências de Gestão da Água e Saneamento: aprendizado para o ODS 6 ___ 73
7.1 No Estado do Ceará __________________________________________________ 75
7.2 No Estado de São Paulo - Bacias Piracicaba, Capivari e Jundiaí _____________ 78
7.3 No Estado do Paraná _________________________________________________ 80
7.4 No Estado de Minas Gerais ____________________________________________ 82
7.5 No Estado do Espírito Santo ___________________________________________ 87
7.6 No Estado do Pará ___________________________________________________ 89
7.7 No Estado do Amazonas ______________________________________________ 93
7.8 No Estado do Acre ___________________________________________________ 93
8 Experiências Internacionais que dialogam com o ODS 6._________________ 148
8.1 Holanda___________________________________________________________ 149
8.2 Israel _____________________________________________________________ 153
8.3 Costa Rica _________________________________________________________ 157
8.4 Colômbia__________________________________________________________ 166
8.5 Alemanha _________________________________________________________ 166
9 Destaques de Iniciativas e Políticas Selecionadas _________________________ 93
45
ESTRUTURA DO LIVRO (Elaboração inicial IPEA/IPC)
8 Experiências Internacionais que dialogam com o ODS 6._________________ 148
8.1 Holanda___________________________________________________________ 149
8.2 Israel _____________________________________________________________ 153
8.3 Costa Rica _________________________________________________________ 157
8.4 Colômbia__________________________________________________________ 166
8.5 Alemanha _________________________________________________________ 166
9 Destaques de Iniciativas e Políticas Selecionadas _________________________ 93
10 Metas do ODS 6 e o setor produtivo: desafios e iniciativas ________________ 101
10.1 Água e Agricultura _________________________________________________ 103
10.2 Água e Indústria ___________________________________________________ 115
10.3 Água e Energia _____________________________________________________ 124
11 Temas transversais e os ODS: Estado, setor produtivo e sistema financeiro __ 142
11.1 Estado, indústria e meio ambiente _____________________________________ 142
11.2 O setor financeiro __________________________________________________ 144
11.3 Espaços dos gestores de meio ambiente e sustentabilidade nas empresas _____ 146
12 Propostas _______________________________________________________ 181
13 Conclusões ______________________________________________________ 183
Referências Bibliográficas ______________________________________________ 192
Apêndices __________________________________________________________ 207
46
Capítulo Água e Energia no Contexto ODS 6
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1
2. METODOLOGIA DE TRABALHO.............................................................................................. 3
3. O SETOR ELÉTRICO E MEDIDAS PARA IMPLEMENTAÇÃO DO OBJETIVO DE
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 6 – ÁGUA E SANEAMENTO. ................................................. 5
3.1Contextualização .................................................................................................................. 5
3.2 Possíveis Contribuições para a Gestão Integrada dos Recursos Hídricos no Setor Elétrico 8
1.1.1 Governança a nível nacional: participações do MME e EPE ................................. 9
1.1.2 Governança a nível estadual: Instrumento de gestão e a outorga de direito de uso
de água e cobrança pelo uso de água. ................................................................................ 11
1.1.3 Licenciamento ambiental e gestão dos recursos hídricos: conflitos pelo uso da água
envolvendo o setor elétrico ................................................................................................ 13
3.3 Experiência de gestão dos recursos hídricos com participação do setor privado: destaques
de casos da Costa Rica e Brasil ................................................................................................ 16
3.4 Eficiência do uso dos recursos hídricos no sistema elétrico brasileiro ............................. 17
1.1.4 Usinas Hidrelétricas ............................................................................................. 18
1.1.5 Usina termelétrica ............................................................................................... 21
4. APOIO DO SETOR ELÈTRICO NO FINANCIAMENTO À PESQUISA ......................................... 22
5. CONSIDERAÇÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO E MONITORAMENTO DO ODS 6 DESDE O PONTO
DE VISTA DO SETOR ENERGÉTICO ............................................................................................... 24
1.2 Planejamento energético a longo prazo e acordos assumidos pelo país relacionado ao
setor energético e comprometimento com os recursos hídricos ........................................... 24
1.3 Mudanças Climáticas e o Impacto na Relação Água e Energia ................................... 25
1.4 ODS, governança integrada e a perspectiva do nexo água-energia-alimento............ 27
6. CONSIDERAÇÕES SOBRE O TRANSPORTE AQUAVIÁRIO ..................................................... 28
7. DESAFIOS DO ODS 6 PARA O SETOR ENERGÉTICO .............................................................. 30
8. PROPOSTAS PARA O SETOR ENERGÉTICO NO CONTEXTO DO ODS 6 ................................. 33
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................... 35
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 37
ANEXO 1: Casos convergentes e não convergentes em iniciativas de gestão da água e geração de
energia e suas interfaces com as políticas públicas .................................................................... 45
ANEXO 2: Governança do Nexo Água-Energia-Alimentos (uso do solo) .................................... 58
ANEXO 3. Detalhamento sobre a sobreposição dos órgãos reguladores do transporte aquaviário
..................................................................................................................................................... 61
ANEXO 4: Detalhes das propostas do setor energético para implementação das metas do ODS6.
63
47
Capítulo Água e Agricultura no Contexto ODS 6
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 2
2. METODOLOGIA ............................................................................................................................ 3
3. A AGRICULTURA NO CONTEXTO DO OBJETIVO DE DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL 6..................................................................................................................................4
3.1. Principais formas de integração entre água e agricultura ......................................................... 4
3.2. Evolução de tecnologias de uso da água na agricultura e evidências sobre processos de
transformação dinâmica no setor ......................................................................................................... 8
3.3. ODS e Metas relacionadas a agricultura ................................................................................ 10
3.4. Agricultura e água: evolução do uso das terras, financiamento e irrigação no Brasil............ 11
3.5. Tecnologias sustentáveis de uso e reuso da água na agricultura: fontes e formas de captação
para desenvolvimento de pesquisas tecnológicas .............................................................................. 16
3.6. Arcabouço jurídico relativo ao setor agrícola e de recursos hídricos e o monitoramento do
ODS 6 ...............................................................................................................................................20
3.7. Iniciativas para incorporação da equidade de gênero na agricultura ...................................... 22
3.8. Interiorização dos ODS apesar das fragilidades institucionais existentes .............................. 24
4. EXPERIÊNCIAS DE GESTÃO DA ÁGUA E RELAÇÕES COM A AGRICULTURA ............ 24
4.1. Desafios do uso da água na Agricultura no Brasil ................................................................. 24
4.2. Visitas de campo que são exemplos no âmbito do ODS 6 e usos d´água na agricultura ....... 26
4.2.1. Projeto Barraginhas ........................................................................................................ 26
4.2.2. Programa Pró-mananciais - Programa Socioambiental de Proteção e Recuperação de
Mananciais ..................................................................................................................................... 26
4.2.3. Programa Produtor de Água ........................................................................................... 27
4.3. Modelo internacional de gestão das águas na agricultura que é exemplo para o mundo: o
caso de Israel ....................................................................................................................................27
4.4. Modelo de gestão do uso da água nos perímetros irrigados..................................................28
5. PROPOSIÇÕES DE POLÍTICAS E PROGRAMAS, ARRANJO INSTITUCIONAL E
OPERACIONAL RELATIVAS A AGRICULTURA QUE AUXILIAM NA IMPLEMENTAÇÃO DO
ODS 6 ..................................................................................................................................................... 33
5.1. Legislações relativas ao uso do solo, cultivos e utilização de insumos agrícolas .................. 33
5.1.1. Proposição 1 - “Política Nacional de Conservação do Solo e da Água” ...................... 35
5.1.2. Proposição 2 - Plano Nacional de Conservação e Proteção de Nascentes ................... 36
5.1.3. Projetos integrados ......................................................................................................... 37
5.1.4. Propostas para implementação do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6 na área
de agricultura .................................................................................................................................. 39
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 44
7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ............................................................................................... 45
8. Anexo 1. Regiões hidrográficas brasileiras e alguns conflitos pelo uso da água ...................... 54
48
Capítulo Água e Indústria no Contexto ODS 6
1. INTRODUÇÃO _____________________________________________________ 3
2. METODOLOGIA ____________________________________________________ 7
3.DIAGNÓSTICO DO SETOR INDUSTRIAL _____________________________ 10
3.1 ESTADO DA ÁGUA ___________________________________________________ 10
3.1.1 NO MUNDO _______________________________________________________________ 10
3.1.2 NO BRASIL ________________________________________________________________ 14
3.1.3 REUSO ____________________________________________________________________ 24
3.2 HETEROGENEIDADES DO SETOR ____________________________________ 25
3.2.1 MEDIO E MICROEMPRESAS - MPES _______________________________________ 25
3.2.2 SETOR DE TURISMO _____________________________________________________ 28
3.3 IMPACTOS AO MEIO AMBIENTE _____________________________________ 30
3.4 RELAÇÃO DA INDÚSTRIA COM O OBJETIVO DE DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL 6 _______________________________________________________ 33
4. CONTRIBUIÇÃO À GESTÃO - DESAFIOS ____________________________ 39
4.1 CONFLITOS _________________________________________________________ 39
4.2 NECESSIDADE DE UMA NOVA ECONOMIA ___________________________ 45
4.3 GOVERNANÇA HÍDRICA E O SETOR INDUSTRIAL _____________________ 47
4.3.1 CENÁRIO INSTITUCIONAL E ARRANJOS ENVOLVENDO A INDÚSTRIA _________ 47
4.3.1.1 ESTADO E MEIO AMBIENTE ____________________________________________ 52
4.3.3.2 SETOR FINANCEIRO ___________________________________________________ 54
4.3.3.3 PROFISSIONAIS DE MEIO AMBIENTE E/OU SUSTENTABILIDADE __________ 57
4.4 INDICADORES E FERRAMENTAS ____________________________________ 58
5. ANÁLISE E PROPOSIÇÕES _________________________________________ 62
5.1 FONTES DE FINANCIAMENTO PARA OS ODS__________________________ 62
5.2 APRENDIZADOS EM RELAÇÃO AO SETOR ____________________________ 64
5.3 SUGESTÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO DOS ODS _______________________ 68
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS _________________________________________ 75
REFERENCIAS______________________________________________________ 77
49
7. CONCLUSÃO
Ao se encerrar a etapa de pesquisa deste Projeto pode-se afirmar que o trabalho realizado
cumpriu com os objetivos estabelecidos no Plano de Trabalho, na medida em que abrangeu
todo o conteúdo previsto, buscou respostas para as perguntas iniciais e também se debruçou
sobre importantes fatos novos que surgiram no decorrer das atividades. Dessa forma, o
Relatório Final, além de prover diagnósticos e abordagens setoriais sobre geração e formação
de bases de dados, pôde apontar sugestões para o aperfeiçoamento da governança e da gestão
da água e do saneamento com vistas a fortalecer a implementação e o monitoramento do ODS
6.
Ao longo do trabalho foi possível verificar desafios meta a meta para o ODS 6, bem como
identificar potencialidades e formas de operacionalização que levaram às proposições para o
implementação e monitoramento, aqui apresentadas na forma de diretrizes, atores-chave e
referências de suporte. Embora o detalhamento das proposições não tenha sido objeto deste
trabalho, ressalta-se que para algumas delas o estudo apresenta caminhos para sua
implementação.
Algumas experiências e contribuições em arranjos importantes do setor privado e de
organizações governamentais, alinhados com a Agenda dos ODS, apesar de não terem sido
destacadas neste documento, fazem parte do Relatório Final. Neste contexto foi ressaltada a
grande importância da gestão da água e de serviços de saneamento por parte de comunidades
locais, na gestão comunitária da água. A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2017/2018
em breve será fonte de maiores informações sobre sistemas que têm levado soluções
principalmente na zona rural, onde estão os maiores déficits de acesso.
Adicionalmente, cabe destacar que a realização de 3 seminários e a participação em uma
série de eventos como congressos, reuniões, visitas técnicas, assim como a apresentação e
publicação de textos para o debate permitiram a formação de uma rede de pesquisa, de contatos
e de difusão da Agenda importantes para as instituições parceiras. Neste aspecto, tanto o
processo de pesquisa quanto o de produção foram, também espaços de aquisição de
conhecimento conforme apresentado nos produtos do projeto quanto de difusão do tema e do
objeto de pesquisa.
Dada a complexidade da Agenda ODS e do tema específico do projeto – ODS 6, água e
saneamento - é natural que os estudos tenham tido limitações de aprofundamento de alguns
aspectos, em razão também do curto período disponível e de não ter sido o propósito da parceria.
Portanto, é importante destacar que seja dado o aprofundamento necessário em estudos sobre
formas de integração e coerência de políticas, unidade geográfica de referência, arranjos de
promoção de adoção de tecnologias e interfaces entre os órgãos gestores das áreas de meio
ambiente, saneamento e recursos hídricos em sistemas de drenagem e tratamento de lixo
urbano.
50
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