Alvorada numero 11 primeraL/h e só funciona quando o navio navega a mais de 5 milhas da costa. Em...

Preview:

Citation preview

Escondidas numa salade insuportável ruídoe calor, osmarinheirosmantêem a funcionar asmáquinas semas quais ficaríamosna obscuridade

:: ALFONSO GALLO

A refrigeração dos alimentos, o fun-cionamento da cozinha e dos apa-relhos eletrônicos valiosíssimospara a navegação, a iluminação, eo mais dramático, a água correnteque permite manter as condiçõeshigiénicas básicas, dependem daeletricidade produzida pelos ge-radores. O fato de serem dois reve-la a sua importância.

Dois motores geradores, cada umdeles composto por um motor a die-sel de 450 cavalos (cv) de potência,acoplado a um alternador com umapotência elétrica de 295 kilovol-tampere (kva), fornecem ao navioa energia elétrica. O gerador pro-duz a energia elétrica necessária àsbombas responsáveis pelo abaste-cimento de água. “Uma falha pode

provocar uma grande diminuiçãodas condições higiénicas a bordo”,como diz o engenheiro do Creou-la Marco Guimarães. O motor temum consumo entre os 30 e os 35 li-tros/hora (L/h) e trabalha constan-temente a 1500 rotações por mi-nuto (rpm), ao contrario do alter-nador, que produz energia elétricaem função da necessidade.

A seguir em ordem de importân-cia está o motor propulsor. O blo-co do motor, idêntico ao dos ca-miões Mercedes, é composto poroito cilindros em ‘V’, com 500 cvde potência. O consumo, que podevariar entre os 50 e 90 L/h depen-dendo das condições do mar, da ve-locidade e se as velas estão carrega-das ou não, é sobrealimentado pordois turbos que aproveitam os ga-ses da combustão. Pode funcionarentre 1050 rpm em avante devagare 1700 rpm em avante toda força(atingindo às 1800 rpm ememergência). O arranque é a ar com-primido, ao contrario do motor ge-rador que tem arranque elétrico.

A existência de água potável abordo é assegurada por um geradorde água doce por osmose inversa. Aágua do mar é filtrada com filtros

de 5 micron e sujeita a uma pressãode 60 bar por forma a separar os saisexistentes, obtendo assim uma águapróxima da água mineral, com con-teúdo em sais abaixo das 250 ppm(partes por milhão). O bom café queesta água origina é aproveitado pe-los Sargentos do navio, que não seesquecem de tirar um garrafão sem-pre que o aparelho está a funcionar:só é utilizado no caso de a percen-tagem de água potável existente abordo estar abaixo de um determi-nado nível, que varia em função donumero de dias da viagem. Possui

uma capacidade de produção de 250L/h e só funciona quando o navionavega a mais de 5 milhas da costa.Em media, por dia são consumidoscerca de 7000 L de água doce.

O tratamento dos esgotos do na-vio é feito na Estação de Tratamen-to de Águas Resíduais (ETAR) ins-talada a bordo, que possui três tan-ques de decantação de 8 metros cú-bicos de capacidade (utilização paraaproximadamente 90 pessoas). Atransferência da matéria entre ostanques é comandada automatica-mente por bóias. Estes tanquescontêm bactérias aeróbicas (quetrabalham em presença deoxigênio) transformando a maté-ria orgânica decantada em dióxi-do de carbono (CO2) e água (H2O).O fluido resultante é tratado comlixívia e outros produtos químicose desaguado ao mar. O papel hi-giênico não pode ser deitado na sa-nita porque causa entupimento datubagem. A utilização de produtosquímicos nas sanitas provoca amorte das baterias anulando assimo tratamento de esgotos, pelo quenão pode ser deitado nas sanitasnenhum produto para além daágua salgada aspirada do mar.

Miércoles / Quarta - Feira22 de Agosto de 2012

Alvoradao diario de la mañana

Aula de periodismo en el mar de - Universidad Itinerante de la Mar

É a única catalã a bordo e, enquan-to instruenda do Creoula, é a nos-sa DJ privada, grande «DJ REME inthe house!». A estudar Geografiaem Tarragona, conhece mais Por-tugal que muitos Portugueses! Hájá 8 anos que é voluntária numaassociação de apoio a jovens, atual-mente frequenta aulas de poppine já deu aulas de guitarra, mas nãodeverá tocar a bordo, a não ser quese prepare uma guitarra ao jeito dasua mão esquerda... Foi jogadora defutebol profissional e teve de deixara atividade devido a lesão. Não selembra da última vez que foi ao ci-nema, porque não gosta muito...Adora fazer caminhadas na mon-tanha, mas o que gosta mesmo é desair com os amigos para boas festas,com muita e boa música.

Sílvia López

LO QUE NO SABES DE

O Mestre Matos, para «fugir» ao tra-balho agrícola, entrou para a Ma-rinha Portuguesa com 20 anos, emabril de 1985. Desde então que, en-tre trabalhos em terra e no mar, estaé a terceira vez que se encontra aoserviço do Creoula. Depois de tiraro curso de Sargentos, esteve na ci-dade da Horta durante 2 anos, en-tre 2005 e 2007, e foi agora, com aUIM 2012, que regressou ao Faialdepois desse tempo. Segundo opróprio, a sua maior viagem noCreoula ocorreu em 1988 quandoforam a Helsínquia, numa viagemque durou 72 dias, com paragemem 9 países e 12 portos diferentes.Como já atingiu a idade limite deembarque (47 anos), vai sair doCreoula em 2012 e pensa no futu-ro voltar às origens, à agricultura.

FernandoMatos

As barulhentas bestas do navio

Omotor propulsor,idêntico ao dumcamiãoMercedes, foiestreado no Creoula

O gerador é omaisimportante: sem águacorrente a qualidadede vida sofreuma forte degradação

El marineroAntónio Machado ante una tubería de ventilación y con protección contra el ruido, con el generador a su izquierda. :: A. GALLO

Recommended