América Latina e Caraíbas Regional · 3% 1% 10% 1% 15% 6% 1% 3% 10% 26% 3% 37% 1% 3% 11% 1% 2% 1%...

Preview:

Citation preview

EXERCÍCIOS COLABORATIVOS INTERNACIONAISRELATÓRIO DE ANÁLISE DE DROGAS

América Latina eCaraíbas

2019

ICE

Reg

iona

l

60%

3%1%

10%

1%

15%

6%1% 3% 10%

26%

3%

37%

1%3%

11%

1%

2%1% 5% 1%

37%

41%

7%

11%4%

Figura 1 Estados Membros que participaram no programa de Exercícios Colaborativos Internacionais desde 2009. Nota: as fronteiras, nomes e designações utiliza-dos não implicam o reconhecimento oficial ou aceitação pelas Nações Unidas. Este documento não foi editado formalmente.

Introdução

Este relatório sobre o programa Exercícios Colaborativos Inter-nacionais (ICE) na América Latina e Caraíbas (LAC) observa o de-senvolvimento do ICE na região examinando em detalhe a par-ticipação em anos recentes e o desempenho na ronda 2018/1 do programa. O relatório também proporciona uma imagem da situação no que diz respeito ao aparecimento de novas sub-stâncias psicoativas (NSP) a nível global e na região.

O Programa Internacional de Garantia de Qualidade do UNO-DC está em atividade desde 1995 e faz parte dos Serviços Fo-renses e Científicos proporcionados a laboratórios forenses de toxicologia e análise de drogas em todo o mundo. Uma parte importante do Programa Internacional de Garantia de Quali-dade são os Exercícios Colaborativos Internacionais, um teste de proficiência com o objetivo de auxiliar mundialmente os laboratórios de análise de drogas a avaliar o seu próprio des-empenho e a tomar medidas corretivas, quando necessário. A participação neste tipo de exercícios é reconhecida pela Orga-nização Internacional para a Estandardização na ISO/IEC 17025-2005: “Requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração” como uma contribuição para a garantia de qualidade dos resultados de ensaio. O programa ICE permite aos laboratórios participantes moni-torizar continuamente o seu desempenho à escala global. As opções de participação disponíveis são análise de drogas em Materiais Apreendidos (SM) e em Espécimes Biológicos (BS, especificamente urina). Após receção e análise das amostras de teste ICE, os participantes podem submeter os seus resulta-dos através do portal web ICE e receber de imediato feedback quanto à sua performance. Após a conclusão de cada ronda, os resultados analíticos globais são avaliados pelo UNODC e um painel internacional de especialistas forenses que supervisiona

Figura 2 Participação no Programa ICE de laboratórios da América Latina e Caraíbas de 2013-2018.

a implementação do ICE oferecendo orientação e apoio na res-olução de questões de qualidade relevantes. Após a avaliação, relatórios sumários de desempenho dos labo-ratórios participantes, tanto no grupo SM como no grupo BS, são disponibilizados aos participantes através do portal ICE e do sitio web do UNODC. Estes relatórios sumários permitem aos participantes avaliar o seu desempenho e comparar os seus resultados com laboratórios de todo o mundo, embora man-tendo a confidencialidade. Para auxiliar na correta identifica-ção e quantificação das amostras de teste são oferecidas aos participantes ferramentas tais como métodos recomendados de análise, diretrizes para a implementação de programas de gestão de qualidade e materiais de referência para laboratórios elegíveis.

Participação

Durante 2018, 284 laboratórios de 86 Estados Membros partici-param no programa ICE. Na América Latina e Caraíbas, a partici-

10

1316

21 20 2120

2325

30 29

41

11 14 1214 14

13

2013 2014 2015 2016 2017 2018

BS SM Países

60%

3%1%

10%

1%

15%

6%1% 3% 10%

26%

3%

37%

1%3%

11%

1%

2%1% 5% 1%

37%

41%

7%

11%4%

Figura 3. Técnicas analíticas utilizadas em LAC para análise de amostras ICE em 2018/1.

identificaram corretamente cada amostra. De um modo geral, os resultados para análise qualitativa dentro do grupo de teste SM foram comparáveis com os resultados a nível mundial com 94% ou mais, dos laboratórios na região a identificarem corre-tamente as substâncias controladas e adulterantes presentes. No grupo de teste BS, os resultados foram bons nas substâncias mais comumente encontradas morfina, nordazepam e 6-mono-acetilmorfina, dado o maior nível de dificuldade da análise de baixas concentrações de possivelmente diversas drogas em espécimes biológicos e à complexidade das matrizes. É notáv-el que a identificação correta de substâncias menos comuns não foi elevada tanto a nível global como na América Latina e Caraíbas.

pação envolveu 46 laboratórios de 13 países, com laboratórios a participar em SM, BS ou ambos. O número de laboratórios na LAC que participam no programa ICE tem aumentado nos últimos anos. Porém, é reconhecido que alguns participantes continuam a ter dificuldades para obter autorização de impor-tação para as amostras do teste SM e para os materiais de refer-ência para os grupos SM e BS. Isto causa atrasos nos envios das amostras e na submissão de resultados e já causou entraves à participação de diversos laboratórios.A participação continua de laboratórios no programa ICE é um reflexo do seu reconhecimento da importância que o controlo de qualidade laboratorial e a monitorização continua do des-empenho têm para assegurar a qualidade e fiabilidade dos seus resultados.

Análise de amostras de teste ICE

É pedido aos laboratórios que analisem as amostras de teste utilizando as técnicas de despiste, identificação e confirmação que usam diariamente nos seus casos. Estas variam desde téc-nicas simples como testes colorimétricos e cromatografia de ca-mada fina, a métodos mais avançados tais como cromatografia gasosa com deteção por espetrometria de massa. As técnicas usadas por laboratórios participantes na LAC são ilustradas na figura 3.

Ao registar as técnicas utilizadas, os laboratórios podem com-parar o seu desempenho com laboratórios com recursos equiv-alentesare e identificar possiveis limitações de desempenho comparativamente a laboratórios com diferentes equipamen-tos. Com efeito, o programa ICE é concebido especificamente para permitir a participação de laboratórios com diferentes ca-pacidades.

Resultados da ronda 2018/1 do ICE

Análise Qualitativa

A Tabela 1 mostra a composição das amostras de teste SM e BS na ronda 2018/1 do programa ICE e indica a percentagem de laboratórios, globalmente e na América Latina e Caraíbas que

Amos

tra

Cont

eúdo

Desempenho*

Glob

al

LAC

SM-1 Acetaminofeno 95% 100%

SM-2 Cocaína 100% 100%

SM-3 3,4-Metilenedioxipirovalerona 97% 100%

SM-4 Heroína 98% 94%

BS-1 Ácido gama-hidroxibutirico (GHB) 27% 14%

BS-2 Morfina 85% 82%

BS-3 Nordazepam 88% 86%

BS-3 6-monoacetilmorfina (6-MAM) 93% 77%

BS-4 Mefedrona 31% 27%

Os participantes do ICE devem ter em conta que as amostras podem conter qualquer das substâncias no menu ICE e que a despistagem e identificação devem ser efetuadas com isto em mente. O numero total de resultados falso positivo/negativo re-portados pelos participantes no ICE permanece baixo, mas ape-sar de tal ser encorajador, laboratórios que reportam resultados falsos positivos ou negativos deverão investigar as causas para isso e tomar medidas corretivas para melhorar continuamente o seu desempenho.

Despiste Identificação Quantificação

Tabela 1. Composição das amostras de teste SM e BS e desempenho dos partici-pantes em análise qualitativa em ICE 2018/1.

* percentagem de laboratórios participantes que reportaram um resultado correcto

FTIR GC GC/MSHPLC Imunoensaio LC/MS NMROutras Raman TLC UPLC

Colorimetria

Novas Substâncias Psicoactivas

NSPs são substâncias de abuso com efeitos semelhantes a sub-stâncias sob controlo internacional tais como canábis, cocaína, heroína, LSD, MDMA (“ecstasy”) e metanfetamina. Desde julho de 2009 119 Estados Membros reportaram o aparecimento ao UNODC Early Warning Advisory (EWA) quase 900 NSPs in-dividuais. As figures 5 e 6 ilustram as NSPs reportadas global-mente bem como o número de NSPs reportadas pelos países de LAC. De acordo com os dados recebidos, tal como sucede a

nível global há um aumento de opioides sintéticos e sedativos hipnóticos na região. Contrariamente à tendência global há também o aumento significativo do número de anestésicos/dis-sociativos reportados na LAC.

Agradecimentos O UNODC gostaria de agradecer aos laboratórios da América Latina e Caraíbas pela sua participação no Programa de Exer-cicios Internacionais Colaborativos e o seu reconhecimento da importância do controlo de qualidade. O UNODC deseja a con-tinuação da colaboração ao longo do desenrolar do programa e dá as boas vindas ao registo de novos laboratórios nacionais de análise de drogas e laboratórios de toxicologia forense de países tanto da América Latina e Caraíbas como de todo o mundo.

Análise quantitativa

A análise quantitativa de substâncias controladas é geralmente regulamentada pela legislação nacional e pelos requisitos da procuradoria publica. Embora a quantificação das amostras do programa ICE não seja obrigatória, encoraja-se os laboratórios participantes a efetuar a quantificação para obter uma melhor avaliação do seu desempenho ao longo do tempo. Os z-Scores são um parâmetro estatístico usado em testes de proficiência e exercícios colaborativos como uma medida de desempenho em análises quantitativas e podem ser interpretados pelos partici-pantes do ICE em linha com a ISO 13528:2005, secção7.4.2 da seguinte forma:

|z| < 2 = satisfatório2 ≤ |z| ≤ 3 = questionável

|z| > 3 = insatisfatórioA figura 4 abaixo mostra o desempenho em análise quantita-tiva de cocaína da amostra SM-2 2018/1 pelos laboratórios da região. Focamo-nos na cocaína pois nem todos os laboratórios executam quantificação de outras substâncias.

Figura 6. Número de NSP reportadas por país na LAC.

Figura 4. z-scores dos laboratórios de LAC participantes de ICE 2018/1 SM-2.

Figura 5. Numero de NSP reportadas por efeito farmacológico de 2014 a 2018, Globalmente (esquerda), LAC (direita) *dados de 2018 incompletos.

0

100

200

300

400

500

600

2014 2015 2016 2017 2018

Global

0

10

20

30

40

50

60

70

80

2014 2015 2016 2017 2018

LAC

-4.0

-3.0

-2.0

-1.0

0.0

1.0

2.0

3.0

4.0

E5PO

H4

XCOO

CC

PKEC

S5

DAPW

SJ

96CQ

JU

ST3Z

PH

6WBS

AX

XJ4N

CR

WN

SY1K

ECIE

EE

X9F0

6X

DK51

FK

GYVV

VT

52IS

AN

PYJK

KP

sem dados1 - 1011 - 5051 - 100

Este relatório foi elaborado pelo Laboratório e Secção Científica (LSS) do UNODC sob a supervisão do Dr. Justice Tettey. O UNODC agradece o apoio financeiro e/ou material dos Governos do Canadá, Finlândia, França, Japão, Federação Russa, Reino Unido e Estados Unidos da América ao laboratório do UNODC.

Recommended