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ANAIS DO 19º ENCONTRO REGIONAL E 30ª SEMANA ACADÊMICA DE
SECRETARIADO EXECUTIVO
APOIO
Comissão Científica
Coordenação:
Patrícia Stafusa Sala Battisti
Avaliadores:
Debora Andrea Liessem Vigorena
Ednilse Maria Willers
Fabiana Regina Veloso
Fernanda Cristina Sanches Ivanete Daga Cielo
Keila Raquel Wenningkamp
Maura Bernardon
Rodrigo Smaha Lopes
Taiana Grespan
Coordenação do evento
Coordenadoras:
Patrícia Stafusa Sala Battisti
Keila Raquel Wenningkamp
Equipe Organizadora:
Aline Bueno de Lima - Amanda Carolina Ribas Corrêa Ana Luiza Pereira - Bruna Alexandra Barroso
Bruna Capelin - Bruna Fernanda Walker Bruno Cesar Lazarotto Correia - Cintia Carolini Figueiredo
Dominiky Huberlini Roque da Silva - Gabriela Fernanda Barboza Lima Janaine Bariviera Kureck - Jaqueline Pessoa Dias Bueno
Katia Jaine Leonhardt - Katrine Jianne Cechin Kessy Brendalee Tolentino - Laiara de Souza
Larissa de Araujo Coineth - Leticia Graziele Bonoto Brito Luana Caroline de Souza Buzolin - Luana Vieira
Luciene Ortolan de Rezende - Luiz Henrique Alexandre Maria Eduarda Theodoro - Milena Luiza Groeler
Ricieli Ricardo - Sara Jane Gallina Sibele Aline Lima da Costa - Silvana Vais da Silva
Tainara Cristiane Vieira - Thais Merencio Doetzbacher
Edição dos Anais
Patrícia Stafusa Sala Battisti
Keila Raquel Wenningkamp
Sumário
É com muita alegria que apresentamos os Anais do 19º Encontro Regional e da 30ª
Semana Acadêmica de Secretariado Executivo, evento sob responsabilidade do Colegiado
do Curso de Secretariado Executivo da Universidade Estadual do Oeste do Paraná –
Campus de Toledo.
O objetivo desta edição do evento foi oportunizar aos acadêmicos do Curso de
Secretariado Executivo e demais participantes um espaço de reflexão e discussão a
respeito da “Gestão Estratégica de Eventos Corporativos”, despertando nos participantes
o interesse pela atuação nessa área tanto em âmbito local, quanto nacional e
internacional.
Além dessa temática principal, os acadêmicos foram incentivados a produzirem
resumos expandidos sobre assuntos relevantes para a área de Secretariado. Como
resultado, essa edição dos Anais apresenta resumos expandidos escritos, em sua maioria,
por acadêmicos do Curso em sua primeira experiência com textos dessa natureza,
auxiliados pelos docentes nas mais variadas disciplinas.
Uma das maneiras encontradas de incentivar a escrita foi deixar a temática livre,
desde que o foco do objeto de pesquisa fosse de interesse do profissional de
Secretariado. Assim, os resumos foram agrupados nos Anais conforme a temática. Estão
distribuídos como seguem: Ensino, Pesquisa, Comunicação, Administração e Secretarial.
É, portanto, com muita satisfação que apresentamos os resumos que seguem, fruto
de muito trabalho dos autores envolvidos, e que acreditamos que servirão de base para
debates na área, bem como colaborarão para a Iniciação Científica dos alunos do Curso
de Secretariado Executivo da Unioeste.
É necessário destacar o trabalho valoroso dos docentes do Grupo de Pesquisa em
Secretariado Executivo Bilíngue (GPSEB). Todos os textos avaliados foram examinados
por 2 membros do Grupo de Pesquisa de forma anônima e foram aprovados aqueles que
obtiveram média superior a seis.
Por fim, vale ressaltar que o evento só se tornou possível, devido a dedicação da
Comissão Organizadora, composta por acadêmicos do 2º ano da graduação em
Secretariado Executivo, como prática da disciplina de Técnicas em Secretariado
Executivo II, sob supervisão das professoras Patrícia Stafusa Sala Battisti e Keila Raquel
Wenningkamp.
Boa leitura!
Comissão Científica
Sumário
LISTA DE TRABALHOS PREMIADOS NO EVENTO ............................................................................... 8
TEMÁTICA ENSINO
FORMAÇÃO CONTINUADA DOS EGRESSOS EM SECRETARIADO EXECUTIVO DA UNIOESTE: UM OLHAR PARA OS BACHARÉIS DOCENTES NO ENSINO SUPERIOR ........... 10
Fernanda Cristina Sanches Ivanete Daga Cielo Larisse Daniela Hoffmann Daniela Carolina Arenhardt Amanda Hissamura Dias
CONTEÚDOS CURRICULARES: UMA ANÁLISE NOS CURSOS DE SECRETARIADO EXECUTIVO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO PÚBLICAS DO BRASIL ......................................... 16
Samantha Frohlich Bruna Karine Pin Amanda Hissamura Dias Fernanda Cristina Sanches Ivanete Daga Cielo
A ABORDAGEM DO ENSINO COM PESQUISA CIENTÍFICA: PERCEPÇÃO DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ ................................................................ 21
Bruna dos Santos Paes Hiolanda Riscarolli Luciana Dourado Carla Maria Schmidt Taiana Grespan
INTERNACIONALIZAÇÃO, ESTUDO DA RELEVÂNCIA PARA AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR: ESTUDO DE CASO NA UNIOESTE .................................................................................... 26
Marcelo Augusto Collito Martins Samantha Frohlich Ednilse Maria Willers
TEMÁTICA PESQUISA AS DISCIPLINAS DO CURSO DE SECRETARIADO EXECUTIVO DA UNIOESTE E A PESQUISA CIENTÍFICA ............................................................................................................................... 31
Ana Eduarda de Almeida Jessica Caroline de Andrade Padilha Joyce Caroline Ferreira Carla Maria Schmidt Patricia Stafusa Sala Battisti
A PESQUISA CIENTÍFICA NA VISÃO DO ACADÊMICO DE SECRETARIADO EXECUTIVO DA UNIOESTE: CONTRIBUIÇÕES E DIFICULDADES ................................................................................ 36
Jaqueline Abich Ana Carolina Preis Wandscher Ana Lucia Ribeiro Galante Carla Maria Schmidt Taiana Grespan
Sumário
NORMALIZAÇÃO DE COMUNICAÇÕES CIENTÍFICAS: UMA ANÁLISE NA REVISTA EXPECTATIVA ................................................................................................................................................. 41
Fernanda Cristina Sanches Ivanete Daga Cielo Amanda Hissamura Dias Larisse Daniela Hoffmann Daniela Carolina Arenhardt
PESQUISA NO SECRETARIADO EXECUTIVO:UM ESTUDO DE CASO NA REVISTA EXPECTATIVA - EDIÇÕES 2015 E 2016 ................................................................................................ 47
Djandra Pedro Gabriel Milena Tais Dias Weber Taina Regina Silva Maciel Carla Maria Schmidt Patrícia Stafusa Sala Battisti
TEMÁTICA COMUNICAÇÃO
A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA INGLESA: APRIMORANDO A OFICINA NO PROJETO PREPARANDO PARA O PRIMEIRO EMPREGO ...................................................................................... 53
Maura Bernardon Rodrigo Smaha Lopes
A LÍNGUA INGLESA NA VIDA PROFISSIONAL DOS ACADÊMICOS DE SECRETARIADO EXECUTIVO DA UNIOESTE, CAMPUS DE TOLEDO-PR .......................................................................59
Rodrigo Smaha Lopes Silvana Regina da Silva Keila Raquel Wenningkamp
A VISÃO DO ENSINO DE LÍNGUAS PARA OS ACADÊMICOS DO PRIMEIRO ANO DO CURSO DE SECRETARIADO EXECUTIVO DA UNIOESTE - CAMPUS DE TOLEDO ...................................64
Adriana Caroline Heck Antunes Thaina Celestia Puckosek Barbosa Nathalia Taynara Castilho Taiana Grespan Patrícia Stafusa Sala Battisti
TEMÁTICA ADMINISTRAÇÃO
UM OLHAR PARA AS TEMÁTICAS SOBRE CONSULTORIA RETRATADAS EM PERIÓDICOS E EVENTOS A PARTIR DE 2009 ................................................................................................................ 69
Patricia Stafusa Sala Battisti Luciana Dourado
IMPORTÂNCIA DA ELABORAÇÃO DE UM MANUAL PARA O SETOR DE RECURSOS HUMANOS DE UMA INSTITUIÇÃO FEDERAL DE ENSINO SUPERIOR .........................................75
Jessica Caroline Santos Butke Taiana Grespan
Sumário
ATENDIMENTO AO CLIENTE: PERSPECTIVA DO EMPRESÁRIO DE UM CENTRO COMERCIAL ....................................................................................................................................................... 80
Fabiana Regina Veloso Ana Lucia Ribeiro Galante Fabiana Barboza Fontoura da Silva
GESTÃO AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES: UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE ESQUADRIAS DA CIDADE DE TOLEDO/PR .....................................................................................86
Sarajane Kolling Leticia Calcanhoto Victor Roman Sodré Gabrielle Cristina Beckenkamp Patricia Stafusa Sala Battisti
O PAPEL DO LÍDER EM TEMPOS DE CRISE: UM ESTUDO DE CASO EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO PARTICULAR EM TOLEDO – PR ........................................................................................... 90
Deborah Caroline dos Reis Ribeiro Elizandre Daiane da Cruz Rafael Vargas Aglio Patricia Stafusa Sala Battisti Taiana Grespan
TEMÁTICA SECRETARIAL
EFICIÊNCIA NA GESTÃO DOCUMENTAL EM ÓRGÃOS PÚBLICOS: UM ESTUDO DE CASO NO PROCON DE TOLEDO/PR ............................................................................................................................... 96
Ana Flavia da Silva Rosa Jucileide Xavier da Silva Garvão Ivanete Daga Cielo Taiana Grespan
PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA: RELATOS DA ELABORAÇÃO DE UM MEMORIAL INSTITUCIONAL ............................................................................................................................................ 101
Larisse Daniela Hoffmann Fernanda Cristina Sanches Daniela Carolina Arenhardt Edineide dos Santos Brum Ivanete Daga Cielo
A PARTICIPAÇÃO DOS DISCENTES NOS EVENTOS ACADÊMICOS DE SECRETARIADO EXECUTIVO: REALIDADE DOS ALUNOS DE SECRETARIADO EXECUTIVO DA UNIOESTE – CAMPUS TOLEDO .......................................................................................................................................... 106
Ana Luiza Pereira Bruno Cesar Lazarotto Correia Dominiky Huberlini Roque da Silva Milena Luiza Groeler Taiana Grespan
OPINIÃO DE ACADÊMICOS SOBRE O PLANEJAMENTO E DA ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS, DA DISCIPLINA TECNICAS DE SECRETARIADO EXECUTIVO II, DO CURSO DE SECRETARIADO EXECUTIVO – UNIOESTE .......................................................................................... 111
Djessica Andressa Nunes Keila Raquel Wenningkamp
Sumário
A PERCEPÇÃO DOS ACADÊMICOS EM RELAÇÃO Á GESTÃO DE CARREIRA DO PROFISSIONAL DE SECRETARIADO EXECUTIVO NO OESTE DO PARANÁ ............................ 117
Ednilse Maria Willers Larissa de Araujo Coineth Luana Caroline de Souza Buzolin Raphael Fritzen Moreira Taiana Grespan
A UTILIZAÇÃO DE TATUAGENS NA ÁREA SECRETARIAL: UM ESTERIÓTIPO DA BOA APARÊNCIA COMO EXIGÊNCIA PARA O PROFISSIONAL DE SECRETARIADO EXECUTIVO ..... .............................................................................................................................................................................. 122
Ana Beatriz da Silva Vendrame Jaqueline Lariessa dos Santos
ESTEREÓTIPOS DO SECRETARIADO EXECUTIVO: UMA VISÃO DOS ACADÊMICOS DA UNIOESTE - CAMPUS TOLEDO ................................................................................................................. 127
Larisse Daniela Hoffmann Daniela Carolina Arenhardt Fernanda Cristina Sanches Ivanete Daga Cielo
A EVOLUÇÃO DAS COMPETÊNCIAS DO PROFISSIONAL DE SECRETARIADO EXECUTIVO NO MERCADO DE TRABALHO ................................................................................................................. 132
Marcela Cristina Wessling Riquel Pereira da Silva Ivanete Daga Cielo
A IMPORTÂNCIA DA RESILIÊNCIA NA ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE SECRETARIADO EXECUTIVO ...................................................................................................................................................... 136
Sibele Aline Lima da Costa
A IMPORTÂNCIA DA EXTENSÃO UNIVERSITARIA PARA OS ACADEMICOS DE SECRETARIADO EXECUTIVO DA UNIOESTE EM 2017 ................................................................... 141
Samantha Frohlich Marcelo Augusto Collito Martins Ivanete Daga Cielo
O CARÁTER EMPREENDEDOR NA FORMAÇÃO DO SECRETARIADO EXECUTIVO: IMPLICAÇÕES E IMPORTÂNCIA ............................................................................................................. 146
Laiara de Souza Taiana Grespan Luciene Ortolan de Rezende Luiz Henrique Alexandre Silvana Vais da Silva
O DESENVOLVIMENTO E O CRESCIMENTO DA PROFISSÃO DE SECRETARIADO EXECUTIVO NO BRASIL E NO MUNDO.................................................................................................. 151
Amanda Carolina Ribas Corrêa Lucas de Oliveira Santos Schmitt
LISTA DE TRABALHOS PREMIADOS NO EVENTO
1º Lugar
FORMAÇÃO CONTINUADA DOS EGRESSOS EM SECRETARIADO EXECUTIVO DA UNIOESTE: UM OLHAR PARA OS BACHARÉIS DOCENTES NO ENSINO SUPERIOR ........... 11
Fernanda Cristina Sanches Ivanete Daga Cielo Larisse Daniela Hoffmann Daniela Carolina Arenhardt Amanda Hissamura Dias
2º Lugar
CONTEÚDOS CURRICULARES: UMA ANÁLISE NOS CURSOS DE SECRETARIADO EXECUTIVO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO PÚBLICAS DO BRASIL .......................................... 17
Samantha Frohlich Bruna Karine Pin Amanda Hissamura Dias Fernanda Cristina Sanches Ivanete Daga Cielo
3 º Lugar
AS DISCIPLINAS DO CURSO DE SECRETARIADO EXECUTIVO DA UNIOESTE E A PESQUISA CIENTÍFICA ................................................................................................................................ 32
Ana Eduarda de Almeida Jessica Caroline de Andrade Padilha Joyce Caroline Ferreira Carla Maria Schmidt Patricia Stafusa Sala Battisti
TEMÁTICA ENSINO
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19º Encontro Regional e 30ª Semana Acadêmica do Curso
de Secretariado Executivo – UNIOESTE
18 a 20 de outubro de 2017 – Toledo/PR
FORMAÇÃO CONTINUADA DOS EGRESSOS EM SECRETARIADO EXECUTIVO
DA UNIOESTE: UM OLHAR PARA OS BACHARÉIS DOCENTES NO ENSINO
SUPERIOR
Fernanda Cristina Sanches
Ivanete Daga Cielo
Larisse Daniela Hoffmann
Daniela Carolina Arenhardt
Amanda Hissamura Dias
1 INTRODUÇÃO
A profissão de secretariado executivo cresce como resultado das alterações
organizacionais e da conscientização da classe. Tal desenvolvimento concretiza o esforço de
profissionais que lutam pelo respeito e pela valorização da profissão (FARIA; REIS, 2008).
Essa mudança de paradigma inicia-se na sala de aula, no ambiente universitário, no qual os
docentes do curso de Secretariado Executivo buscam moldar uma nova visão acerca deste
profissional. Nesse aspecto, Gil (2011, p. 15) cita que “[...] o mais importante para o
desempenho do professor universitário é o domínio dos conhecimentos referentes à matéria
que leciona, aliado, sempre que possível, à prática profissional”.
Contudo, há que se destacar que os cursos de nível superior em Secretariado
Executivo, formam profissionais bacharéis, preparados para atuação prática nas organizações
e não são propriamente voltados ao preparo didático-pedagógico para atividade de docência
em sala de aula. Tal constatação é afirmada ao observar-se as Diretrizes Curriculares
Nacionais (DCN) do curso, Resolução nº 3, de 23 de junho de 2005, que traz em sua redação:
“O bacharel em secretariado executivo deve apresentar sólida formação geral e humanística
(...) bem como capaz para atuar nos níveis de comportamento microorganizacional,
mesoorganizacional e macroorganizacional” (BRASIL, 2005).
Precipuamente, Gonçalves e Gasparin (2013) afirmam que a formação de bacharéis
docentes para atuação em nível superior, permeia uma área de desafios pedagógicos que
carecem ser melhor compreendidos. Acontece que por muitas vezes, os docentes
caracterizam-se como peritos em suas áreas de atuação, porém não dominam o campo
educacional e pedagógico, haja vista que no decorrer de sua formação em bacharelado, não
receberam capacitação para tal.
Nesse contexto, frente às lacunas existentes na formação desses profissionais,
estabeleceu-se os seguintes objetivos para este estudo: a) identificar a formação continuada
dos egressos do curso de Secretariado Executivo da Universidade Estadual do Oeste do
Paraná (Unioeste); b) analisar dentre os egressos investigados, o quantitativo de profissionais
com atuação na docência especificamente no curso de Secretariado Executivo da mesma
instituição.
A realização dessa investigação justifica-se, tendo em vista que o processo formativo
dos profissionais que atuam como professores no ensino superior, necessita ser compreendido
em sua área didático-pedagógica, pois de acordo com Pimenta e Anastasiou (2005), os
docentes assumem significativa responsabilidade na educação profissional e formação dos
discentes.
Ademais, a temática busca contribuir com o 19° Encontro e 30ª Semana Acadêmica
de Secretariado Executivo, que nesta edição, traz como tópico principal a “Gestão Estratégica
de Eventos Coorportativos”. A gestão de eventos pode ser considerada disciplina específica
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19º Encontro Regional e 30ª Semana Acadêmica do Curso
de Secretariado Executivo – UNIOESTE
18 a 20 de outubro de 2017 – Toledo/PR
do curso de secretariado e, para tal, compreende-se que deve ser trabalhada por profissionais
graduados em secretariado. Com isso, levanta-se o seguinte questionamento: os secretários
executivos, bacharéis docentes que já atuaram no curso de Secretariado Executivo da
Unioeste, buscaram formação continuada a nível de pós-graduação?
Visando alcançar os objetivos dessa investigação, além dessa introdução, esse estudo
subdivide-se em cinco seções, quais sejam: referencial teórico, que tece considerações
teóricas acerca da temática investigada; procedimentos metodológicos, no qual descreve-se os
procedimentos adotados para coleta e análise dos dados; resultados e discussões, que
apresenta os resultados obtidos com a aplicação prática do estudo; considerações finais da
pesquisa realizada e por fim; a seção de referências, na qual constam as obras consultadas.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Diversos autores abordam a formação de docentes para o ensino superior e em seus
estudos, buscam demonstrar a necessidade e relevância de atribuir atenção à didática utilizada
pelos docentes em sala de aula, em especial, no que tange aos professores formados em
bacharelados.
Com o passar dos anos, as Instituições de Ensino Superior (IES) do Brasil, buscam
melhorar a qualificação acadêmica de seus professores, no que se trata de pós-graduação
strictu sensu, a nível de mestrado e doutorado. Contudo, diversos autores (à exemplo
ABREU; MASETTO, 1997) alertam para uma lacuna existente na formação dos docentes de
ensino superior, qual seja, a de que o professor por vezes é especialista em seu campo
específico de conhecimento, no entanto, muitas vezes não domina a área educacional e
pedagógica.
Nesse cenário, grande parte dos cursos de bacharelado possuem um corpo docente,
composto por profissionais bacharéis em suas áreas de atuação. De acordo com Gonçalves e
Gasparin (2013), em muitos casos no desenvolvimento das aulas, esses professores baseiam
sua prática, nos modelos adquiridos no decorrer de suas formações, tomando como exemplo,
a prática exercida pelos professores do curso de bacharelado que realizaram.
Entretanto, no decorrer da formação de bacharel, os profissionais não recebem
capacitação pedagógica para atuação na docência, haja vista que os cursos bacharelado
raramente contemplam em seus projetos político-pedagógicos (PPPs), formação didático-
pedagógica. Gonçalves e Gasparin (2013) afirmam que a formação técnica na área em que
esses professores atuam, é primordial para efetivar a transmissão do conhecimento aos
acadêmicos.
Porém, apenas a formação técnica não basta para contribuir com o processo de
ensino-aprendizagem e se faz importante que os profissionais bacharéis disponham de
habilidades didáticas, com o intuito de mensurar a interação entre teoria e prática
(GONÇALVES; GASPARIN, 2013). Também Abreu e Masetto (1997, p.1) afirmam que “é
comum existir uma lacuna: o professor se caracteriza como um especialista no seu campo de
conhecimentos; este é, inclusive, o critério para sua seleção e contratação; porém, não
necessariamente este professor domina a área pedagógica”.
Esse cenário, também é encontrado nos cursos de bacharelado em Secretariado
Executivo do Brasil. Nesse contexto, no que se refere a este curso, que tem como intuito
formar bacharéis, o ensino possui viés para atuação profissional prática nas organizações.
Ainda, cumpre destacar que a matriz curricular desses cursos, tampouco suas DCN, preparam
os profissionais para atuação na docência do ensino superior (SANCHES; CIELO;
YAEGASHI, 2017).
Nesse sentido, desvelar essas práticas e compreender o processo de formação
continuada dos profissionais da área de secretariado executivo é importante e pode remeter a
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19º Encontro Regional e 30ª Semana Acadêmica do Curso
de Secretariado Executivo – UNIOESTE
18 a 20 de outubro de 2017 – Toledo/PR
esclarecimentos frente às lacunas existentes no ensino. Para tanto, o próximo tópico desse
estudo, descreve as abordagens utilizadas para melhor compreensão desse processo.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para atingir os objetivos propostos, realizou-se inicialmente um levantamento junto a
Secretaria Acadêmica (SA) da Unioeste, com relação aos quantitativo de bacharéis em
secretariado executivo formados desde a fundação do curso. Também, a partir dessa listagem
e por meio da Secretaria de Recursos Humanos (SRH) e da coordenação de Secretariado
Executivo, foi possível coletar dados com relação aos profissionais que atuaram e atuam na
docência ao longo dos 30 anos do referido curso na Unioeste. Identificou-se que dentre os 768
egressos, 23 atuaram na docência1 especificamente em seu curso de formação.
Em seguida, buscou-se pelos currículos desses profissionais, cadastrados na
plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), para obter informações a respeito da formação continuada dos mesmos, em nível de
especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Dos 23 profissionais, 17 disponibilizam
seu currículo nessa ferramenta. De posse dos dados, a análise foi efetivada com base em
elementos da estatística descritiva e a partir desse momento, os resultados foram tabulados
com auxílio de planilhas eletrônicas no Microsoft Office Excel.
Por fim, cumpre destacar que quanto à abordagem, esta pesquisa caracteriza-se como
predominantemente qualitativa, haja vista que possibilita análise do comportamento da
população estudada. Quanto aos objetivos é descritiva, visto que apresenta as características
de determinada população. E ainda, quanto aos procedimentos, trata-se de um levantamento,
uma vez que tal modalidade se caracteriza pela interrogação direta do que se deseja conhecer
(RAUPP; BEUREN, 2009). De posse desses dados e a partir dos procedimentos aqui listados,
foi possível compreender e analisar os resultados obtidos.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O curso de Secretariado Executivo da Unioeste – Campus Toledo, objeto de
investigação do presente estudo, foi criado em 1986 com o objetivo de atender as
necessidades do mercado de trabalho por profissionais qualificados. No ano de 1987, realizou
o primeiro vestibular, ofertando 50 vagas anuais, no período noturno, contudo, em 1990 o
número de vagas reduziu para 40.
Desde a sua implantação, o curso já formou 27 turmas e um total de 768
profissionais bacharéis. Em pesquisa realizada por Cielo, Schmidt e Kuhn (2010), 97% dos
egressos atuavam em organizações públicas, privadas, como proprietários de
empreendimentos ou mesmo como profissionais liberais, tanto no Brasil, quanto no exterior.
Entretanto, uma parcela desses profissionais optou por atuar em uma área que difere
da formação inicial de um bacharel, qual seja, a docência no ensino superior em secretariado.
Dados obtidos por meio de pesquisa documental junto à SA, SRH e à coordenação de
Secretariado Executivo da Unioeste apontam que, ao longo dos 30 anos de história, 144
docentes ministraram disciplinas. Destes, 23 consistem em egressos do curso, o que
representa 16% do corpo docente, dado significativo se considerar que na primeira década de
implantação do curso, poucas vagas (2 vagas) eram destinadas à professores com graduação
em secretariado executivo. Outra informação relevante, é a constatação de que dentre os
docentes com formação específica que já trabalharam no curso, apenas um atuou na Unioeste
sem ser formado pela instituição.
1 Para este estudo, não se levou em consideração a atuação desses docentes em outros níveis de ensino, cursos ou
instituições.
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19º Encontro Regional e 30ª Semana Acadêmica do Curso
de Secretariado Executivo – UNIOESTE
18 a 20 de outubro de 2017 – Toledo/PR
Quanto ao perfil destes docentes, egressos do curso, identificou-se que 17,39% eram
do sexo masculino e 82,61% feminino, dados que estão em consonância com a predominância
feminina na profissão. Ressalta-se que a partir da revolução industrial, as mulheres passaram a
ocupar os assentos acadêmicos e a partir de então, tornaram-se docentes nas mais variadas
áreas do conhecimento (FARIAS; REIS, 2008).
Em relação a titulação, considerando que a coleta de dados ocorreu através de
pesquisa em currículos cadastrados na plataforma Lattes do CNPq, foram analisados 17
currículos, uma vez que 06 deles não foram localizados na ferramenta. A inexistência de
currículo cadastrado nessa plataforma induz a ideia de que esses profissionais (26%), embora
tenham atuado na docência no ensino superior, não seguiram na carreira acadêmica, uma vez
que, o cadastro nessa plataforma é condição essencial à permanência e avaliação de docentes
de instituições de ensino superior. Além desses, outros 08 cadastrados na base de dados do
CNPq, declaram em seus currículos não mais atuar na docência em secretariado executivo no
momento. Assim, a pesquisa revela que apenas 40% dos profissionais graduados em
secretariado executivo pela Unioeste e que atuaram no curso em análise, permanecem na
docência na área.
Dentre os possíveis motivos para a não permanecia no magistério superior, tem-se a
retração na oferta desses cursos na última década, (de praticamente duas centenas de cursos
registrados no sistema e-MEC, apenas 59 participaram da última edição do ENADE em
2015), aliada e ao reduzido quantitativo de disciplinas de requerem a formação especifica na
área de secretariado, compondo a grade curricular dos cursos (em média 6 disciplinas por
curso) (SANCHES; CIELO; YAEGASHI, 2017).
Para além dessas questões, o desinteresse em permanecer na docência em
secretariado pode ser creditado às lacunas existentes em relação a formação pedagógica. Isso
porque o curso de graduação em secretariado executivo tem por objetivo, de acordo com as
Diretrizes Curriculares, a formação de bacharéis para atuarem enquanto, gestores, assessores e
empreendedores em distintos contextos organizacionais (BRASIL, 2005), ou seja, não há
enquanto princípio formativo dos profissionais da área, a formação de docentes. Além disso, o
fato de os alunos de secretariado executivo saírem da universidade e serem contratados para a
área administrativa das organizações, reduz o número de profissionais que têm à docência
como plano de carreira (FARIAS; REIS, 2008).
Ademais, para atuar na docência no ensino superior, não existe legislação específica
que habilite a prática de ensino, formação essa que fica sob a responsabilidade da pós-
graduação stricto sensu, conforme preconiza a lei de Diretrizes e bases da Educação: “A
preparação para o exercício do magistério superior far-se-á em nível de pós-graduação,
prioritariamente em programas de mestrado e doutorado” (BRASIL, 1996, p.1). Contudo,
parcela significativa dos profissionais graduados em secretariado executivo na Unioeste,
possuíam apenas a formação de especialistas ao ingressarem na docência do ensino superior,
fato que pode ter impactado na decisão de optarem por outras formas de atuação profissional,
distintas da docência.
No que tange ao grau de formação, os dados demonstram que, independente de
permanecer ou não no magistério superior, a busca pelo aperfeiçoamento lato e stricto sensu é
uma constante entre a população pesquisada. A titulação destes docentes pode ser visualizada
através da Figura 1.
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19º Encontro Regional e 30ª Semana Acadêmica do Curso
de Secretariado Executivo – UNIOESTE
18 a 20 de outubro de 2017 – Toledo/PR
Figura 1 – Titulação dos docentes egressos do curso de Secretariado Executivo da Unioeste, por ano de
obtenção, desde a existência do curso.
Fonte: dados da pesqusia (2017).
Observa-se na Figura 1, uma curva ascendente no que se refere à formação dos
docentes investigados à nível de doutorado, especialmente entre os anos de 2015 a 2017, nos
quais 6 egressos (35%) obtiveram sua titulação. Ressalta-se assim que, do total dos
pesquisados e que possuem currículo Lattes a maioria (76%) buscou pela qualificação stricto
sensu, destes atualmente, 29% são mestres, 35% doutores e 12% pós-doutores. É válido
destacar ainda, que 24% estão no momento cursando doutorado, o que remete para um
cenário positivo em termos de formação acadêmica, pedagógica e profissional. Tal resultado é
favorável, haja vista que muitas vezes, no momento da capacitação em programas de pós-
graduação é que ocorre um contato com abordagens didático-pedagógico dos docentes
bacharéis (SANCHES; CIELO; YAEGASHI, 2017).
Outro dado que merece destaque é que do total de profissionais que ingressaram
enquanto docentes no curso de Secretariado Executivo da Unioeste, 8 permanecem até os dias
atuais, sendo que 6 deles são docentes efetivos (5 doutores e 1 pós-doutor) e dois atuam com
contrato por tempo determinado (em doutoramento).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O processo de formação dos bacharéis docentes no ensino superior, deve ser
compreendido também na área de formação didático-pedagógica, haja vista que os
professores assumem significativas responsabilidades na educação profissional e na formação
dos discentes. No que tange ao secretariado executivo, por se tratar de um curso que forma
bacharéis, o ensino volta-se para a atuação prática do profissional nas organizações. Contudo,
as DCN desses cursos, não mencionam o preparo dos profissionais para atuação na docência
do ensino superior.
Destaca-se a importância de que o profissional bacharel docente, invista na formação
continuada, especialmente no que se refere aos conhecimentos relacionados às questões
didático-pedagógicas. Nesse cenário, considera-se que os objetivos propostos para o estudo
foram atingidos e que atenderam à questão de investigação levantada, ou seja, de fato os
Secretários Executivos docentes que já atuaram no curso de Secretariado Executivo da
Unioeste, em sua maioria, buscaram formação continuada a nível de pós-graduação. Tais
capacitações podem contribuir para com a obtenção de conhecimentos didático-pedagógicos
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19º Encontro Regional e 30ª Semana Acadêmica do Curso
de Secretariado Executivo – UNIOESTE
18 a 20 de outubro de 2017 – Toledo/PR
voltados ao ensino, conforme também defendido por Sanches, Cielo e Yaegashi (2017), em
pesquisa recente realizada.
Nesse contexto, paralelamente aos aspectos profissionais, como agenda de pesquisas
futuras, merece destaque uma maior compreensão acerca dos motivos que levaram esses
profissionais graduados em secretariado e docentes, a buscar formação continuada por meio
de programas de pós-graduação e de que outras maneiras, além da citada, capacitam-se para o
preparo didático-pedagógico em sala de aula. Também, sugere-se a ampliação e
aprofundamento desse estudo em demais cursos de Secretariado Executivo em âmbito
nacional.
REFERÊNCIAS
ABREU, M. C.; MASETTO, M. T. O professor universitário em aula: prática e princípios
teóricos. 11. ed. São Paulo: MG Ed. Associados, 1997.
BRASIL. Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 – Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Casa Civil, Brasília: 1996.
BRASIL. Resolução nº 3, de 23 de junho de 2005 - Institui as Diretrizes Curriculares
Nacionais para o curso de graduação em Secretariado Executivo e dá outras providências.
Ministério da Educação, Brasília: 2005.
CIELO, I. D.; SCHMIDT, C. M.; KÜHN, M. K. S. A empregabilidade do profissional de
Secretariado Executivo: uma análise empírica na Unioeste – Campus de Toledo. Revista
Expectativa, p. 9-24, v. 9, n. 9, 2010.
FARIA, D. S.; REIS, A. C. G. Docência em secretariado executivo. FAZU em Revista,
Uberaba, n. 5, p.169-174, 2008.
GIL, A. C. Metodologia do ensino superior. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2011.
GONÇALVES, R. N.; GASPARIN, J. L. Formação pedagógica do profissional bacharel
em ciências contábeis e sua ação docente no ensino superior. In: Seminários de pesquisa
do programa de pós-graduação em educação. Universidade Estadual de Maringá, Maringá:
2013.
PIMENTA, S. G.; ANASTASIOU, L. das G. C. Docência no ensino superior. São Paulo:
Cortez, 2005.
RAUPP, F. M.; BEUREN, I. M. Metodologia da pesquisa aplicável às ciências sociais. In:
BEUREN, I. M. (org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e
prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009, p. 76-97.
SANCHES, F. C.; CIELO, I. D.; YAEGASHI; S. F. R. Formação pedagógica dos docentes
bacharéis em Secretariado Executivo das Instituições Públicas do Brasil. In: V Encontro
Nacional Acadêmico de Secretariado Executivo. Anais... ABPSEC: São Paulo, 2017.
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19º Encontro Regional e 30ª Semana Acadêmica do Curso
de Secretariado Executivo – UNIOESTE
18 a 20 de outubro de 2017 – Toledo/PR
CONTEÚDOS CURRICULARES: UMA ANÁLISE NOS CURSOS DE
SECRETARIADO EXECUTIVO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO PÚBLICAS DO
BRASIL
Samantha Frohlich
Bruna Karine Pin
Amanda Hissamura Dias
Fernanda Cristina Sanches
Ivanete Daga Cielo
1 INTRODUÇÃO
O profissional de Secretariado Executivo atua nas mais diversas organizações
desempenhando papéis gerenciais importantes e essenciais para o sucesso das empresas, isso
faz com que essa profissão seja transformada ao longo do tempo conforme as necessidades da
sociedade (MÜLLER; OLIVEIRA; CEGAN, 2015). Devido à grande diversidade de funções
que este profissional desempenha, desde os anos 90 mudanças significativas vem acontecendo
no perfil do Secretariado Executivo (BORTOLOTTO; WILLERS, 2005). Estas mudanças na
maioria das vezes ocorrem pela diversidade de conteúdos curriculares oferecidos nas
diferentes universidades, já que as grades curriculares são adequadas para formar um perfil
profissional dada a necessidade local.
De acordo com Silva (2017), houve inúmeros acontecimentos que fizeram com que a
categoria evoluísse, porém ainda existem dúvidas em relação à formação, a exigência e o
reconhecimento do mercado, possivelmente resultante da formação promovida pelas IES
(Instituições de Educação Superior), a miopia da organização, ou ainda a falta de posição dos
secretários. Em contrapartida, tem-se claramente que um bacharel em Secretariado Executivo
deve possuir formação de nível estratégico, capacitado para analisar, pesquisar, interpretar e
articular os conceitos vistos em sala de aula (LIMA, 2010). Souza (2014) complementa que
este profissional desempenha diversas funções no setor empresarial, participando da criação e
da gestão do conhecimento organizacional.
Nesse sentido, em busca da melhor formação do profissional, as instituições
precisam ter seus projetos aprovados e consequentemente o reconhecimento do seu curso,
sendo obrigatório manter sustentadas as prerrogativas da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
1996 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional e se alertar aos artigos 4º e 5º
das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) dos cursos de Secretariado Executivo, que se
referem as habilidades e competências necessárias ao profissional e os conteúdos
indispensáveis na construção dos projetos pedagógicos, já que não há um padrão completo e
detalhado das grades curriculares (SOUZA; GALVÃO, 2016).
Com isso, torna-se relevante analisar as matrizes curriculares ofertadas pelos cursos
de
bacharelado em Secretariado Executivo, pois as matrizes encontram-se formadas
dentro do Projeto Politico Pedagógico (PPP) de cada curso, sendo o resultado de um trabalho
coletivo, em função das opções e escolhas dos melhores caminhos e prioridades na formação
do profissional desejado (CATO et al. 2011).
Deste modo, a partir deste estudo, pretende-se quantificar a diversidade de
disciplinas ofertadas pelas IES públicas, tanto federal quanto estadual, frente aos três campos
principais de conteúdos (básico, específico e teórico-prático), observando também a carga
horária total das grades curriculares dessas IES.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
Diante da Resolução nº 3, de 23 de junho de 2005, a qual institui as DCN para os
cursos de graduação em Secretariado Executivo verifica-se que os componentes curriculares
abrangem o perfil do formando, as competências e habilidades, os conteúdos curriculares e a
duração do curso. Ou seja, cada instituição possui autonomia para formular seu PPP podendo
então haver diferenças de carga horária para cada item de uma instituição para outra.
No artigo 5º da DCN encontram-se divididos três campos de conteúdos que devem
ser interligados no PPP e na organização curricular dos cursos e que serão analisados quanto o
seu cumprimento diante das disciplinas ofertadas, sendo estes (BRASIL, 2005):
a) Conteúdos básicos: devem apresentar disciplinas relacionadas às ciências sociais,
as ciências jurídicas, as ciências econômicas e as ciências da comunicação e da informação.
b) Conteúdos específicos: devem apresentar disciplinas relacionadas as técnicas
secretariais, a gestão secretarial, a administração e planejamento estratégico nas
organizações públicas e privadas, organização e métodos, psicologia empresarial, ética geral e
profissional, além do domínio de, pelo menos, uma língua estrangeira e do aprofundamento
da língua nacional;
c) Conteúdos teórico-práticos: devem apresentar disciplinas nas quais voltem seus
estudos para o uso de laboratórios informatizados, com as diversas interligações em rede,
estágio curricular supervisionado e atividades complementares, especialmente a abordagem
teórico-prática dos sistemas de comunicação, com ênfase em softwares e aplicativos.
Assim, as universidades devem fornecer aos acadêmicos, por meio das grades
curriculares, disciplinas e equipamentos que envolvam estes três conteúdos, pois são os
conteúdos curriculares que servem como meio de compor competências, ou seja, são através
destes conteúdos que os acadêmicos compõem o perfil necessário para o mercado de trabalho.
Na construção do currículo os componentes curriculares devem ser escritos conforme
o regime acadêmico adotado por cada universidade (CATO et al. 2011). O autor ainda reforça
que deve haver coerência nos objetivos definidos e no perfil do profissional que se deseja
formar fazendo com que se tenha uma ligação indispensável e fortemente construída entre o
ensino, a pesquisa e a extensão, buscando sempre contemplar os conteúdos curriculares.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para a execução do trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica a fim de obter
as grades curriculares dos cursos de Secretariado Executivo existentes no Brasil e oferecidos
por universidades estaduais e federais. Em seguida, foi feita uma comparação das grades
seguindo os critérios estabelecidos pela DCN. Em tal pesquisa utilizou-se o procedimento de
abordagem qualitativa, em que os procedimentos técnicos foram do tipo documental e
bibliográfico, fazendo uso de materiais já publicados, principalmente de artigos e sites das
universidades.
Os objetos de investigação deste estudo foram às grades curriculares de 16
universidades públicas, sendo 10 federais: Universidade Federal do Ceará (UFC);
Universidade Federal da Paraíba (UFPB); Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC);
Universidade Federal de Sergipe (UFS); Universidade Federal do Amapá (UNIFAP); Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso (IFMT); Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE), Universidade Federal de Viçosa (UFV); Universidade Federal da Bahia
(UFBA); Universidade Estadual de Roraima (UFRR) e 6 estaduais: Universidade Estadual do
Centro-Oeste (UNICENTRO); Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE);
Universidade Estadual de Londrina (UEL); Universidade Estadual de Maringá (UEM);
Universidade Estadual do Pará (UEPA); Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR).
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após a realização das pesquisas nos sites das universidades citadas foram analisadas
as disciplinas separando-as de acordo com seus conteúdos curriculares tendo em vista a DCN,
compararam-se então nos conteúdos curriculares: a duração do curso, o regime de oferta das
disciplinas e a carga horária total do curso.
Notou-se que nas 16 universidades usadas na pesquisa há diferenças nos
componentes curriculares (Gráfico 1), sendo que algumas apresentam mais disciplinas
abrangendo conteúdos básicos, específicos e teórico-prático do que outras universidades. Ao
analisar-se de modo geral, nota-se que as instituições têm seu foco de disciplinas voltado para
conteúdos específicos, seguido dos conteúdos básicos e por fim as disciplinas teórico-prático.
Gráfico1 - Relação geral do número de disciplinas abrangendo os 3 conteúdos.
Fonte: dados da pesquisa (2017).
Observou-se que o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato
Grosso foi o que apresentou maior número de disciplinas no total (63 disciplinas) e
consequentemente foi o que mais ofertou disciplinas em cada um dos três conteúdos. Já a
Unioeste possui o menor número de disciplinas ofertadas (31 disciplinas), e assim como as
demais possui a maior parte concentrada nos conteúdos específicos.
Na sequência analisou-se a carga horária total dos cursos de Secretariado Executivo
em relação ao número de disciplinas ofertadas, observando-se assim que provavelmente as
grades curriculares com maior número de disciplinas apresentam cargas horárias menores
para cada, tendo em vista que apesar do IFMT possuir o maior número de disciplinas sua
carga horária total é inferior a da Unioeste, universidade com o menor número de disciplinas.
Outro fato observado foi que algumas universidades já possuem em seu PPP a carga
horária de disciplinas teóricas e práticas separadas incluindo também atividades acadêmicas
complementares.
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Tabela 1 - Relação Total de disciplinas e Carga Horária
Universidades Total de disciplinas Carga horária
IFMT 63 2347
UEL 40 2420
UEM 32 3034
UEPA 50 3960
UFBA 42 2640
UFC 34 2176
UFPB 54 2670
UFPE 45 2040
UFRR 45 3270
UFS 33 2415
UFSC 34 2400
UFV 34 2775
UNESPAR 35 2820
UNICENTRO 33 3163
UNIFAP 45 3150
UNIOESTE 31 3213
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Conforme a Tabela 1 verificou-se que o curso de Secretariado Executivo com maior
carga horária é a Universidade do Estado do Pará (UEPA) com 3.960 horas totais. Visualizou-
se também que o curso com a menor carga horária foi a Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE) com 2.040 horas de curso. A diferença de carga horária e também de disciplinas
ofertadas pode ser considerada discrepante tendo em vista se tratar do mesmo curso e que
todas as universidades o ofertam com duração mínima de 4 anos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No desenvolvimento desta pesquisa encontrou-se dificuldade na obtenção dos dados
atualizados nos sites de cada universidade contendo as grades curriculares completas com
suas respectivas disciplinas e cargas horárias e também os PPPs, sendo que nesse último
algumas páginas geravam erro ou o acesso estava indisponível.
Entretanto a pesquisa foi de grande valia, pois pode-se observar que as universidades
possuem um vasto quadro de disciplinas, de forma que o perfil do profissional de secretariado
executivo se modifica de uma universidade para outra, assim como o foco dos conteúdos
(básico, específico e teórico-prático) na distribuição das disciplinas.
Entende-se que as diferenças entre número de disciplinas, carga horária e conteúdos
ocorrem, pois, os cursos procuram desenvolver profissional conforme as necessidades do
mercado local, gerando ainda modificações no perfil do Secretário Executivo no decorrer dos
anos. Para além disso, como agenda de pesquisas futuras recomenda-se aprofundar o estudo
também a partir de uma análise nas grandes curriculares dos cursos de Secretariado Executivo
das IES privadas do Brasil.
REFERÊNCIAS
BORTOLOTTO, M. F. P; WILLERS, E. M. Profissional de secretariado executivo:
Explanação das principais características que compõem o perfil. Revista Expectativa. v. 4, n.
20
19º Encontro Regional e 30ª Semana Acadêmica do Curso
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18 a 20 de outubro de 2017 – Toledo/PR
4, 2005. Disponível em: <http://e-revista.unioeste.br/index.php/expectativa/article/view/410>.
Acesso em: 20 jul. 2017.
BRASIL. Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 18 jul. de 2017.
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B., MOREIRA, H., FONSECA, K. V. O., SETTI, M, MIKOS, W. Orientações para
elaboração dos projetos pedagógicos de Cursos na UTFPR. Curitiba. Disponível em:
http://www.utfpr.edu.br/curitiba/estrutura-
universitaria/diretorias/dirgrad/deped/comites/ccpc/orientacoes-para-a-elaboracao-dos-
projetos-pedagogicos-de-cursos-na-utfpr. Acesso em: 18 jul. 2017.
LIMA, T. F., CANTAROTTI, A.; A Formação e a construção de competências para a atuação
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MÜLLER, R., OLIVEIRA, V. S, CEGAN, E.; Perfil do (a) profissional de secretariado
executivo na gestão contemporânea: evidências a partir dos ingressantes no mercado de
trabalho na cidade de Curitiba, e das demandas empresariais. Revista de Gestão e
Secretariado - GeSec, São Paulo, v. 6, n. 3, p 129-151,Set/Dez. 2015.
SILVA, A. C. B. R. Estudo de caso exploratório sobre as competências que o mercado
demanda dos profissionais secretários executivos formados pelas IES: Atuação e
competências do secretário executivo: Assessor, Gestor, Consultor, Empreendedor.
Disponível em: <http://www.abpsec.com.br/abpsec/index.php/a-pesquisa/repository/func-
startdown/376/>. Acesso em: 20 jul. 2017.
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São Paulo, v. 7, n. 3, p 47-65, set./dez. 2016.
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A ABORDAGEM DO ENSINO COM PESQUISA CIENTÍFICA: PERCEPÇÃO DOS
DOCENTES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
Bruna dos Santos Paes
Hiolanda Riscarolli
Luciana Dourado
Carla Maria Schmidt
Taiana Grespan
1 INTRODUÇÃO
A cultura ainda muito recente da pesquisa científica na área Secretarial vem
buscando novos rumos e mais incentivos para sua produção independente. Os professores têm
grande contribuição nesse contexto, em função do seu engajamento e por grande parte deles
serem escritores de resumos, artigos e livros. Isso dá visibilidade ao curso e o uso desses
materiais dentro de sala de aula torna-se primordial para a aprendizagem e pesquisa científica.
Contudo, apesar dessa visível importância, a pesquisa no Secretariado é bastante
recente. Assim, este estudo tem por objetivo central evidenciar a abordagem do ensino com
pesquisa científica e sua importância no curso de Secretariado Executivo da Unioeste. Além
disso, busca ressaltar a vantagem da pesquisa científica no processo de aprendizagem do
curso de Secretariado e identificar as dificuldades encontradas pelos docentes no processo de
construção científica com os discentes.
Esse trabalho terá relevância para demonstrar o uso da pesquisa científica pelos
docentes do curso de Secretariado Executivo da Unioeste e também para relatar as
dificuldades que ainda estão presentes no processo de produção do conhecimento científico.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Das universidades é esperado o ensino, pesquisa e extensão. Nesse contexto, os
cursos de Secretariado Executivo no Brasil, que até 2009 não designavam foco necessário
para integração desses três quesitos, foram indagados pela Secretaria da Educação Superior do
Ministério de Educação (SESu/MEC), por ter o procedimento de pesquisa científica quase
escassa em todo o país. A partir de uma reunião de professores de várias universidades, em
outubro de 2009, foram organizados inúmeros incentivos para os pesquisadores da área
fomentarem a pesquisa em suas universidades (ABPSEC, 2017), o que está de acordo com o
que afirmam Barros; Silva e Barros (2016, p.72): "Assumir a pesquisa como prática de ensino
é um desafio para a docência universitária".
A inseparabilidade entre docente, discente e produção de conhecimento científico
está cada vez mais presente e indispensável no decorrer da formação acadêmica, julgando que
"a pesquisa é um dos requisitos metodológicos indispensáveis para qualquer profissional em
uma sociedade global [...]" (LAMPERT, 2008, p.138). Desse modo, entende-se que a
pesquisa dentro das universidades deve ser contínua, tendo em vista que, sua utilização
tornou-se essencial para o processo formativo dos acadêmicos.
Ao longo de todo o período acadêmico, é fundamental que artigos científicos estejam
disponíveis para realizações de trabalhos acadêmicos, projetos de pesquisa e de extensão ou
dentro da sala de aula como forma de apoio ao conhecimento. Muitas vezes, eles são trazidos
pelos próprios professores enquanto pesquisadores e escritores. Tendo em vista o processo de
aprendizagem dos cursos de ensino superior, não há uma dissociabilidade entre formação e
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educação científica. Segundo Lampert (2008, p.135) "a pesquisa é a função principal da
universidade, e ela tem, entre outras, a premissa de ajudar a melhorar o ensino, principalmente
através do ensino com pesquisa". Logo, a intervenção do uso desse tipo de material em sala
como apoio de conhecimento é essencial.
Para Barros, Silva e Barros (2015, p.70) "considera-se a pesquisa como um dos
principais meios de difusão dos conhecimentos gerados no âmbito acadêmico para a
comunidade [...].". Assim, é de grande importância o incentivo financeiro e de meios de
comunicação em massa para que a informação seja difundida de forma ampla e efetiva.
Tendo em vista o contexto histórico e atual, podemos ver a evolução e o quão
importante a pesquisa científica torna-se para uma área de conhecimento de ensino superior e
a relevância trazida pelos docentes a essa conquista.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para alcançar os objetivos propostos nesse estudo, foi realizada uma pesquisa
qualitativa e descritiva, com aplicação de questionários, contendo onze perguntas, sendo uma
fechada e as demais abertas. O questionário buscou compreender e aprofundar entendimentos
acerca do tema proposto. Não houve, porém, medição dos dados pois a intenção da pesquisa
não é chegar a um determinado número e sim analisar e explorar as respostas dos docentes.
Os questionários foram enviados aos professores do Curso de Secretariado Executivo
da Unioeste, (totalizando 20 questionários). Contudo apenas oito foram devolvidos até o
momento da compilação dos resultados. Vale ressaltar que não foram informados aos
docentes detalhes acerca da pesquisa, a fim de não os influenciar nas respostas, deixando
apenas o título da pesquisa no questionário.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os questionários foram entregues para docentes do Curso de Bacharelado de
Secretariado Executivo da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus de Toledo,
tendo em vista a discussão central desse trabalho, qual seja, a abordagem de pesquisa
científica como meio de aprendizagem a partir da visão dos docentes.
Para melhor compreensão do tema, o questionário entregue foi dividido em quatro
eixos: perfil dos professores em relação à pesquisa; o uso de trabalhos científicos dentro da
sala de aula como auxílio pedagógico; as limitações encontradas no uso de trabalhos
científicos no processo de aprendizagem dos alunos; e, por fim, os benefícios da pesquisa para
a formação dos próprios docentes.
4.1 Perfil dos docentes e seu contato com a pesquisa na graduação
A faixa etária dos docentes que participaram dessa pesquisa é de vinte e sete a
sessenta e um anos, com sua totalidade no sexo feminino, que trabalham com ensino superior
entre dois e vinte anos. Em relação à formação acadêmica, uma professora possui pós-
doutorado em Administração (12,5%), cinco possuem doutorado, sendo três em
Administração (37,5 %) e um em Desenvolvimento Regional (12,5%), uma na área Letras
(12,5%) e duas cursam doutorado (25%), uma em educação e outra em Letras.
Ao serem questionadas de como era o contato com a pesquisa científica durante a sua
formação, grande parte dos docentes relataram que o contato era quase escasso. Segundo a
Docente 7: "na graduação era incipiente [...]". A Docente 6 afirma que o contato foi direto no
último ano com a monografia, hoje nomeada TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) e a
Docente 1 relata que "não havia quase nenhum contato, conheço colegas que participaram de
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iniciação científica com a professora de inglês naquele período, mas não lembro de outra
situação".
Após a análise desse eixo dos questionários, nota-se que os docentes que iniciaram
sua graduação a partir de 1999 tiveram um contato maior com a pesquisa, sendo em projetos
de extensão como também na "elaboração de trabalhos científicos destinados às disciplinas"
(DOCENTE 2). A Docente 5, que iniciou sua graduação em 1999, relata: "tive contato
participando de projetos, eventos e algumas publicações em eventos. Foram fundamentais
para meu currículo e profissão".
Porém, é importante ressaltar que a Docente 4, que iniciou sua graduação no ano de
2008, afirma ter contato desde o primeiro ano, por ser bolsista do PIBIC (Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação Científica) projeto que incentiva alunos de instituições de
pesquisa que são indicados por orientadores/docentes (CNPq, 2017), evidenciando o que já
havia se comentado sobre a iniciação científica ser recente.
4.2 O Uso de Trabalhos Científicos Dentro da Sala de Aula como Auxílio Pedagógico
Em relação ao segundo eixo do questionário, constata-se que todos os professores
fazem uso de material científico nas aulas. Segundo as Docentes 4 e 6 são realizadas durantes
as aulas o incentivo à escrita de gêneros da esfera científica e também são realizadas
discussões baseadas em textos científicos.
Outro ponto positivo mencionado pela Docente 7 é que: "Não há como dissociar
ensino e pesquisa, um é consequência do outro. Além de trabalhar com textos científicos que
são resultados de pesquisa, também proponho aos alunos a elaboração de artigos como parte
integrante do processo ensino e aprendizagem".
A vantagem da utilização de materiais da esfera científica para a formação do
profissional de Secretariado é muito notada pelos docentes. De acordo com a Docente 1:
Conhecimento fundamentado e com validade científica propiciam
maior relevância nos conteúdos. Estimula o pensamento científico,
reflexivo e crítico e proporciona uma perspectiva de formação social e
cidadã pois coloca o aluno mais próximo da realidade social
(contemplada nas pesquisas).
De acordo com a docente 5, "o profissional fica mais ‘conhecedor’ da sua própria
área de formação [...]", já que passa a ler e discutir sobre pesquisas científicas realizadas na
sua área de atuação abrangendo o seu senso crítico.
A Docente 8 ainda cita: “[...]como principal vantagem o conhecimento adquirido por
meio de relatos de experiências e pesquisas realizadas e publicadas. Esse conhecimento
proporciona benefícios visíveis aos profissionais, tais como praticidade, inovação, dinamismo
e iniciativa”.
Esses depoimentos estão em consonância com Lampert (2008, p.135), o qual afirma
que: “O ensino com pesquisa e para a pesquisa é uma das opções metodológicas que o
professor poderá utilizar para redimensionar o processo de ensino sob uma ótica diferente,
capaz de envolver professor e aluno como sujeitos do processo e não meramente objetos”.
A pesquisa científica é de suma importância como um apoio do conteúdo, porém o
foco maior ainda deve ser a absorção de conhecimento adquirido por esses discentes e futuros
atuantes no mercado de trabalho.
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4.3 As Limitações Encontradas no Uso de Trabalhos Científicos no Processo de
Aprendizagem dos Alunos
No terceiro eixo do questionário é possível notar que uma das dificuldades presentes
nesse processo é "a falta de tempo dos discentes para realizarem uma leitura prévia dos
materiais científicos propostos pelos docentes" (DOCENTES 3, 4, 6 e 8).
Outro obstáculo apresentado é que "em alguns casos os alunos por não terem muita
experiência, sentem dificuldade com a linguagem [...]" (DOCENTE 1) e também há a
apreensão em ler e escrever de modo científico. A Docente 5 acrescenta “a dificuldade de
compreender a importância da pesquisa para sua formação".
Contudo, a Docente 2 menciona que "não há limitações em minha opinião, desde que
o professor trabalhe com atividades que envolvam os alunos [...]", considerando "[...] o
crescimento da pesquisa científica no país e no fácil acesso à base de dados em periódicos
nacionais e internacionais, não considero haver limitações nesse processo" (DOCENTE 7).
Após a análise desse eixo do questionário é possível a percepção de que falta o
envolvimento por parte dos discentes para terem um contato prévio com o material cientifico
que será trabalhado em aula e assim começarem a se familiarizar com essa linguagem
científica facilitando o andamento das aulas. Também é importante ressaltar que, como relata
a Docente 2, "a gama de material científico para se utilizar como base do conteúdo a ser
ministrado é muito ampla" então não há limitações para selecionar um material da esfera
cientifica para se utilizar em sala.
4.4 Os Benefícios da Pesquisa para a Formação dos Próprios Docentes
No último eixo da pesquisa, abordou-se a questão do aperfeiçoamento da formação
do docente que a pesquisa proporciona. Nesse quesito, a busca por atualização de conteúdos
constantes foi citada pelas Docentes 1, 2 e 7.
Ainda sobre esse aspecto, a Docente 5 complementa:
O próprio professor se torna mais “conhecedor” sobre a sua área. A
pesquisa aperfeiçoa muito a qualidade de ensino. O professor que
realiza pesquisa consegue ampliar o conhecimento e,
consequentemente, melhorar as suas aulas. Além disso, a pesquisa
contribui para o avanço da ciência e da construção do conhecimento na
área.
Esses apontamentos estão em concordância com Demo (2010, p. 22): "o que define o
professor não é aula, instrução, ensino, mas autoria, não só porque isto faz parte da
aprendizagem bem feita, mas igualmente porque, se queremos alunos autores, há, antes, que
ter professores autores". Para tanto, seria primordial que os professores que ensinam a
cientificidade a vivenciassem na prática.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da análise dos questionários respondidos pelos docentes, atingiu-se o
objetivo proposto, qual seja: evidenciar a abordagem do ensino com pesquisa científica e sua
importância no curso de Secretariado Executivo da Unioeste. Além disso, buscou-se ressaltar
a vantagem da pesquisa científica no processo de aprendizagem do curso de Secretariado e
identificar as dificuldades encontradas pelos docentes no processo de construção científica
com os discentes.
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Como principal resultado, constatou-se o reconhecimento sobre a importância da
aplicação de trabalhos científicos por parte dos professores de forma unânime e constante,
pois todos os entrevistados apoiam e usam esse tipo de material. Além disso, evidenciou-se
também o crescimento profissional que a pesquisa proporciona para os próprios docentes
mesmo quando já egresso do curso superior.
A falta de tempo dedicada pelos discentes para a leitura prévia de textos da esfera
científica que serão discutidos em aula foi a principal dificuldade apontada pelas respondentes
para discutir a pesquisa em sala.
Obteve-se como obstáculo no decorrer da construção desse trabalho os desencontros
de horários com os docentes para que os questionários fossem entregues e respondidos em
tempo hábil para fazermos a coleta desses materiais.
Como sugestão para trabalhos futuros, seria desejável uma maior abrangência do
campo de pesquisa, focando em duas ou mais universidades para que seja possível uma
comparação entre os pontos de vista de docentes sobre a pesquisa e a iniciação ao
conhecimento científico.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISA EM SECRETARIADO –ABPSEC. A
pesquisa em Secretariado. Disponível em: < https://goo.gl/WH6Aqo>. Acesso em: 20 set.
2017.
BARROS, Conceição de Maria Pinheiro; SILVA, Joelma Soares da; BARROS, Ana Paula da
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secretariado executivo. Revista de Gestão e Secretariado, São Paulo, v.7, n1, p. 67 – 84,
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DEMO, Pedro. Educação Científica. B. Téc. Senac a R. Educ. Prof. Rio de Janeiro, v.36, n.
1, p. 15 – 25, jan./abr. 2010.
LAMPERT, Ernani. O ensino com pesquisa: realidade, desafios e perspectivas na
universidade brasileira. Linhas Críticas, Brasília, v. 14, n. 26, p. 131 – 150, jan./jun. 2008. .
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INTERNACIONALIZAÇÃO, ESTUDO DA RELEVÂNCIA PARA AS
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR: ESTUDO DE CASO NA UNIOESTE.
Marcelo Augusto Collito Martins
Samantha Frohlich
Ednilse Maria Willers
1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo é verificar a importância da Internacionalização para as
Instituições de Ensino Superior (IES), sendo um processo que visa o benefício não somente
das instituições parceiras nos acordos de cooperação, mas também das comunidades que as
rodeiam. Além disso, deixar visível para as IES que esse é um processo fundamental para as
instituições que desejam ocupar seu espaço no cenário internacional relacionado à pesquisa
científica, principalmente.
O resumo expandido aqui apresentado é parte do Estágio Supervisionado Obrigatório
do primeiro autor, ESSE II, o qual, ainda, está em andamento e tem previsão de término no
mês de outubro do corrente ano.
Desde a última década do século XX as universidades em todo o mundo vêm
sofrendo com maior intensidade um processo positivo que chama-se Internacionalização. Isso
ocorre devido à imersão das IES nos meios tecnológicos, econômicos e informacional, meios
nos quais, uma vez inseridos, a busca incessante por maiores conhecimentos deve ser
alcançada.
Essa forte concorrência que faz com que as IES busquem seus espaços no meio
internacional gera o que Krawczyk (2008, p. 43) chama de “capitalismo acadêmico”. Segundo
a mesma autora o capitalismo acadêmico é algo positivo que gera competitividade entre as
universidades em todo o âmbito internacional, suscitando mais produções científicas e,
consequentemente, mais conhecimento em diversas áreas. Além disso, esse capitalismo
incentiva a criação de mais acordos de cooperação internacional entre IES de países distintos,
difundindo conhecimentos que podem auxiliar comunidades inteiras ao redor do mundo.
Ainda, de acordo com Escobar (2013), as universidades brasileiras têm pouca
interação com o resto do mundo, fazendo com que o Brasil tenha um nível de competitividade
baixo no cenário internacional quanto ao seu reconhecimento.
Destarte, reafirma-se a necessidade de estimular as IES brasileiras a criarem acordos
de cooperação, seja com intercâmbio de docente, discente, corpo técnico, até com pesquisas
conjuntas que sejam do interesse das instituições participantes da cooperação.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Para que se entenda melhor o conceito de internacionalização, este estudo trará, além
de conhecimento e estudos que comprovem a necessidade de internacionalizar, um pouco da
sua história e de quando se remonta as práticas de internacionalização.
2.1 História da Internacionalização
A internacionalização como hoje é conhecida, tem seus primeiros registros no século
XIII, época em que as universidades já existentes na Europa se reuniam com a finalidade de
cooperação entre as participantes (WIDALVSKY, 2010).
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Até o final da Segunda Guerra Mundial (1945), Segundo Wit e Knight (1995), as
pesquisas que eram feitas por meio de acordos de cooperação, ou seja, internacionalizando as
instituições participantes, tinha por objetivo apenas as pesquisas que beneficiassem as regiões
nas quais estavam inseridas. Diferentemente da atualidade, cujas pesquisas podem ser
aplicáveis a diferentes lugares do planeta, caracterizando-as como pesquisas mais genéricas,
porém de cunho científico aprofundado e, por isso, mais de uma região pode ser beneficiada.
Depois da Segunda Grande Guerra, o mundo estava diante de uma guerra cujas
características não eram mais agressivas no sentido físico, mas sim no sentido intelectual,
social, político e econômico, nesse sentido, Knight e Wit (1995, p. 5) descrevem esse
processo peculiar para a internacionalização: Logo após a Segunda Guerra Mundial no contexto da Guerra Fria, e
mais recente, ao término da Guerra Fria e os processos de
regionalização (Europeia e NAFTA), a educação superior foi o centro
social, político e econômico em termos de desenvolvimento. A
educação superior foi desafiada por estes termos, interna e
externamente, na redefinição e reconfirmação no seu papel histórico
como centro universal do conhecimento e do entendimento (Tradução
livre).
Com esses dizeres, os autores descrevem a educação superior como sendo um dos
pilares da sociedade cuja importância para que se construísse um fortalecimento maior e mais
consolidado da internacionalização surtisse efeito.
Hoje, a internacionalização tem um suporte mais amplo, possui órgãos que as
regularizam, o objetivo agora, segundo Leite e Genro (2012), é a intensificação desse
processo e que desenvolvam ainda mais os caminhos globais que devem ser seguidos.
2.2 A Importância e Benefícios da Internacionalização
O porquê da internacionalização das IES se deve pelo fato da existência da
globalização econômica, tecnológica e informacional aceleradas e, neste contexto, Stallivieri
(2010, p. 16) afirma “que a produção do conhecimento está presente na maioria das
universidades, e considerando o caráter mundial da aquisição do saber, isso nos conduz a um
acelerado processo de internacionalização do ensino superior”. Por isso, a internacionalização
faz parte desse contexto que faz com que as IES conquistem seu espaço nesse meio
globalizado.
O objetivo de toda essa internacionalização é a preocupação com o saber e a sua
transmissão, por isso, Gacel e Ávila (2008) dizem que cada universidade observa suas
necessidades para, então, utilizar-se das práticas de internacionalização, com acordos,
convênios e outros modos que a IES encontrar para que suas necessidades sejam atendidas,
beneficiando os acadêmicos, docentes e corpo técnico que a compõe.
Ao mesmo tempo, a internacionalização pode trazer benefícios que estimulam os
novos ingressantes na carreira da pesquisa científica e, consequentemente, o aumento no nível
de competitividade das IES brasileiras, cujo aumento pode ocorrer a nível de Brasil, bem
como a nível mundial, explica Lima (2009, p. 99):
Da perspectiva brasileira, a integração nas cadeias internacionais de
ciência, tecnologia e inovação – objeto da cooperação científica e
tecnológica – é instrumental na promoção da formação de recursos
humanos de alto nível e na absorção de conhecimento pela sociedade
brasileira, garantindo o acesso ao conhecimento científico e
tecnológico mais avançado e o estímulo à inovação e agregação de
valor à produção e ao aumento da competitividade dentro e fora do
Brasil.
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O estímulo vai além, pois, segundo o mesmo autor, outras formas de gestão podem
ser aprendidas graças aos acordos de cooperação interinstitucionais, trazendo benefícios para
o corpo técnico de uma IES, e não somente para docentes e discentes.
Os benefícios também podem ir além do que somente às IES que integram os
acordos, explica Hudzik (2011). A comunidade na qual a IES está inserida também é
beneficiada por esses acordos, uma vez que seus colaboradores, que são beneficiados pelos
acordos, vivem na mesma. Outrossim, membros dessa comunidade que estudaram na IES e
conseguem um emprego, graças às suas formações, ajudam na economia. Desse modo, é
perceptível que são diversos os benefícios trazidos pela internacionalização, que tem o poder
de ampliar o conhecimento de toda uma comunidade.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este estudo classifica-se como uma pesquisa qualitativa, pois, segundo Silva e
Menezes (2001) os objetivos desse tipo de enfoque contêm processos cujos significados
mostram relevância para o estudo e/ou pesquisa. Por isso, para que seus objetivos sejam
consolidados, é imperativo que haja certo grau de qualidade teórica, para que, desse modo, o
estudo possa se tornar o mais empírico possível após a aplicação da teoria. Sendo assim, a
obtenção dos dados partiu de fontes secundárias, por meio de pesquisa bibliográfica.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Como fora explicitado na introdução, este resumo expandido apresenta parte dos
estudos realizados para a operacionalização do ESSE II. Com parte dos estudos já realizada,
verificou-se que o processo de internacionalização das IES acontece paulatinamente, pois é
necessário contato prévio com as IES estrangeiras com as quais se deseja firmar um acordo de
cooperação internacional.
Especificamente na Unioeste, constatou-se que há maior participação da IES em
congressos internacionais. Esses congressos se configuram em eficiente estratégia de contato,
pois estimulam a internacionalização por meio de processos de comunicação e o
descobrimento de interesses mútuos.
A partir desses congressos, os participantes da Unioeste encaminham para o setor de
Relações Interinstitucionais e Internacionais, na Reitoria da IES, os contatos necessários para
que se institucionalize o pedido e se dê início aos trâmites que visam os acordos de
cooperação internacional.
Esse trâmite, geralmente, é rápido, pois, os interesses acadêmicos e de pesquisa já
foram delineados anteriormente nos congressos. Se ambas as partes entrarem em consenso,
aguarda-se os trâmites internos, de ambas IES, para a assinatura do termo de cooperação.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Até o momento, foi possível constatar a importância que a internacionalização das
IES tem para todas as pessoas que a integram, comunidade interna e externa, gerando
conhecimento e, consequentemente, riqueza intelectual para ambos.
Além disso, com a internacionalização, novos métodos de ensino, trabalho e
aprendizagem podem ser adquiridos pelos participantes e levados às IES, melhorando, de
diversas formas, a qualidade acadêmica das instituições que se interessam por essa prática.
No concernente à Unioeste, Campus de Toledo, o objetivo é buscar parcerias com
IES que compõem o Mercado Comum do Sul (Mercosul) para a celebração de termos de
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cooperação e de internacionalização para acadêmicos e docentes do Curso de Secretariado
Executivo.
Esse(s) termo(s) de convênio proporcionará significativos avanços didático-
pedagógicos e de prática do idioma, habilidade imprescindível para a comunidade interna do
curso. Até porque o idioma espanhol é um dos idiomas estrangeiros largamente estudados ao
longo do curso.
Além do idioma, tal experiência proporcionaria ao acadêmico e, futuro profissional,
experiência, troca de informações e diferentes know-hows, fazendo com que o mesmo tenha
maior vantagem competitiva no mercado de trabalho mesorregional, uma vez que, o Campus
está a cerca de 150 km da tríplice fronteira (Brasil, Paraguai e Argentina).
REFERÊNCIAS
ESCOBAR, Herton. Universidades brasileiras devem promover a internacionalização,
valorizar mérito, flexibilizar regras e reduzir a burocracia se quiserem chegar à elite do
ensino superior. Disponível em: <https://goo.gl/ygYJZ7>. Acesso em: 25 set. 2017
GACEL, J; Ávila, R. Universidades Latinoamericanas frente al reto de la
internacionalización. Revista Del Tiempo, nº 9, Universidad Autónoma Metropolitana. jul.
2008.
HUDZIK, John. Comprehensive Internationalization. From concept to action.
Washington, D.C., 2011.
KINGHT, J; WIT, H. Strategies for internationalisation of higher education: historical
and conceptual perspectives. 1995.
KRAWCZYK, Nora. As políticas de internacionalização das Universidades no Brasil: o caso
da regionalização no Mercosul. Jornal de políticas educacionais, nº 4, p 41-52, 2008.
LEITE, D; GENRO, M. Avaliação e internacionalização da Educação Superior: Quo
Vadis América Latina? Sorocaba, SP, v. 17, n. 3, p. 763-785, nov. 2012.
LIMA, J. B. B. Cooperação Brasileira para o Desenvolvimento Internacional: 2011-2013.
IPEA, seft. 2016.
SILVA E, K. de; MENEZES, E. M. Metodologia de pesquisa e elaboração de dissertação.
3 ed. Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, 2001.
STALLIVIERI, Luciane. O processo de internacionalização nas instituições de ensino
superior. Caxias do Sul, RS. 2014.
WIDALVSKY, Ben. The Great Brain Race: How Global Universities are Reshaping the
World. Princeton University Press (editora), Nova Jersey, 2010.
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TEMÁTICA PESQUISA
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AS DISCIPLINAS DO CURSO DE SECRETARIADO EXECUTIVO DA UNIOESTE E
A PESQUISA CIENTÍFICA
Ana Eduarda de Almeida
Jessica Caroline de Andrade Padilha
Joyce Caroline Ferreira
Carla Maria Schmidt
Patricia Stafusa Sala Battisti
1 INTRODUÇÃO
A pesquisa científica é essencial para a vida acadêmica e profissional do discente,
pois possibilita maior absorção de conhecimento (OLIVEIRA e DURANTE, 2015). Sendo
assim é importante observar se os conteúdos abordados em sala de aula fomentam o contato
com a pesquisa. Desta forma, aborda-se neste estudo a visão dos alunos sobre as disciplinas
que possuem influência em relação à pesquisa científica. Especificamente, busca-se responder
à seguinte pergunta: de que forma as disciplinas do curso de Secretariado Executivo da
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) estão contribuindo com os discentes no
momento de realizar uma pesquisa científica?
Para tanto, este estudo tem como objetivo investigar as contribuições das diferentes
disciplinas do curso de Secretariado Executivo da Unioeste para a formação dos acadêmicos.
Neste sentido, é preciso analisar o contato dos alunos com a pesquisa científica e como as
disciplinas do curso de Secretariado Executivo da Unioeste auxiliam os acadêmicos no
momento de pesquisar. A importância deste estudo está em compreender a visão dos discentes
em relação às disciplinas estudadas no decorrer da graduação, com a possibilidade de ajustes
no currículo por parte do Colegiado do curso, se assim for necessário.
Portanto o presente estudo foi desenvolvido com as seguintes partes: introdução;
referencial teórico; procedimentos metodológicos, sendo que a abordagem utilizada foi
quantitativa e qualitativa; resultados e discussões e considerações finais.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A universidade possui o papel de gerar a integração entre ensino e pesquisa, mas nem
sempre isto é colocado em prática, de maneira que se torna um desafio da própria
universidade superá-lo (BARROS; SILVA; BARROS, 2015). É preciso auxiliar os
acadêmicos e incentivá-los para assim existir essa interação, que tem grande importância para
a graduação.
Segundo Sanches, Schmidt e Dias (2014) as instituições de ensino superior possuem
papel fundamental nesse processo, uma vez que contribuem com o desenvolvimento da
sociedade e da ciência, a partir da pesquisa. Então, as instituições de ensino precisam
fomentar o desejo pela pesquisa e a busca do conhecimento nos acadêmicos e docentes
(OLIVEIRA; DURANTE, 2015).
No curso de Secretariado Executivo da Unioeste esse incentivo é notável, mas ainda
existe uma deficiência em pesquisa na área de Secretariado no Brasil como um todo. Esta
realidade está sendo vivenciada atualmente.
No entanto a afirmativa de que há sim a necessidade de evolução e estruturação da
pesquisa em Secretariado Executivo, resulta da análise de instrumentos que atribuem
valor à pesquisa científica demonstrando o seu reconhecimento na sociedade, como
Periódicos e Eventos. (BISCOLI; BILERT, 2013, p 13).
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Esta afirmativa se obtém pela falta de meios que influenciem e mostrem a pesquisa
não apenas para os acadêmicos, mas também para a sociedade. Por esse e outros fatores
aparecem as dificuldades que os acadêmicos demonstram em pesquisar e desenvolver a
escrita necessária e adequada para pesquisas científicas. Isto, consequentemente, pode gerar
desinteresse por parte dos discentes.
A importância deste assunto baseia-se na necessidade que existe em desenvolver
métodos que buscam aprimoramento por meio de teorias e pesquisas nas diversas disciplinas
(BARROS; SILVA; BARROS, 2015) apresentadas no decorrer do curso.
Neste contexto, busca-se observar como os discentes estão se desenvolvendo com as
disciplinas abordadas em sala de aula e se este desenvolvimento está contribuindo para as
pesquisas dos acadêmicos.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Em busca de respostas para a questão levantada, qual seja: investigar as
contribuições das diferentes disciplinas aplicadas no curso de bacharelado em Secretariado
Executivo na Unioeste, a abordagem foi qualitativa e quantitativa.
O instrumento utilizado foi um questionário aplicado aos discentes do 1°, 2°, 3° e 4°
anos de graduação do curso de Secretariado Executivo da Unioeste, no ano letivo de 2017. O
questionário foi aplicado para 139 alunos, obtendo 77 alunos respondentes.
Aplicados em sala em sala, esses questionários foram analisados de forma descritiva.
O instrumento abordou as seguintes questões: 1) Idade; 2) Sexo; 3) Ano do curso; 4) Contato
com a pesquisa; 5) Disciplinas que possuem contato com a pesquisa científica; 6)
Contribuições das disciplinas para o aprofundamento na pesquisa científica; 7) Motivação
para realizar pesquisas científicas; 8) Contribuições da pesquisa para a vida acadêmica e 9)
Sugestões para maior contato com a pesquisa no curso.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os questionários foram analisados com o objetivo central de encontrar dados
necessários para resolver a questão levantada. Assim, os dados encontrados junto com a
pesquisa com os acadêmicos são apresentados a seguir. Primeiramente, apresentam-se os
dados dos discentes do 1° ano (Quadro 1). Vale ressaltar que a questão 3 não será apresentada
em forma de quadro, visto que os resultados desta foram utilizados para fazer a categorização
por turma.
Quadro 1 – Análise dos questionários aplicados no 1° ano.
Questão 1 Questão 2 Questão 4 Questão 5
17 a 22 anos 85,7% Feminino 85,7% Sala de aula 95,2% Iniciação Científica 80,9%
23 a 30 anos 14,3% Masculino 14,3% Projetos de I.C 19% Administração 57,1%
Língua Portuguesa 51,1%
Questão 6 Questão 7 Questão 8 Questão 9
Conhecimento 38,1% Sim 95,2
%
Agrega conhecimento 57,1% Pesquisa está bem
explorada
38,5%
Incentivo 23,8% Não 4,8% Realizar trabalhos 19,0% Mais eventos 23,8%
Realizar
pesquisas
19,0% Agrega no currículo 14,3% Precisa ser melhor
explicado
19,0%
Fonte: Dados da pesquisa 2017
Ao observar o Quadro 1, pode-se constatar as respostas coletadas na turma do 1° ano
do Curso de Secretariado Executivo da Unioeste (21 alunos respondentes). Desses alunos,
85,7% são mulheres e 14,3% são homens com idades variadas entre 17 e 30 anos. Nas demais
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questões, os alunos do 1° ano apontaram importantes pontos de vista, de forma que se
mostram interessados em realizar pesquisas e que o incentivo para isso está presente no dia a
dia em sala de aula, principalmente nas disciplinas de Iniciação Científica, Princípios da
Administração e Língua Portuguesa. As sugestões apresentadas por eles foram: realizar mais
eventos voltados para a pesquisa científica e que esta seja mais explicada nas disciplinas para
o melhor entendimento de todos.
Quadro 2 – Análise dos questionários aplicados no 2° ano.
Questão 1 Questão 2 Questão 4 Questão5
17 a 22 anos 75% Feminino 91,7% Sala de aula 100% Metodologia científica 87,5%
23 a 30 anos 20,8% Masculino 8,3% Projetos de I.C Técnicas Secretariais 45,8%
31 ou mais 4,16% Língua portuguesa 83,3%
Questão 6 Questão 7 Questão 8 Questão 9
Realizar pesquisas 41,7% Sim 29,1% Agrega conhecimento 50% Pesquisa está
bem explorada
25%
Agrega valor 12,5% Não 70,9% Desenvolvimento 8,3% Motivação 16,7%
Gramática 8,3% Não contribui 8,3% Mais projetos 12,5%
Fonte: Dados da pesquisa 2017
O Quadro 2 apresenta as respostas coletadas na turma do 2° ano de Secretariado
Executivo da Unioeste (24 alunos respondentes). Desses alunos, 91,7% são mulheres e 8,3%
são homens com idades variadas, principalmente entre 17 e 22 anos.
Nesse quadro pode-se observar a diminuição de interesse pela pesquisa, de forma que
70% dos alunos responderam que não se sentem motivados a pesquisar, entretanto o contato
com a pesquisa em sala de aula é extremamente notável. As disciplinas que mais influenciam
em sala de aula são: Metodologia cientifica, Técnicas secretariais e a Língua portuguesa.
Os acadêmicos ainda sugerem que a pesquisa precisa ser mais explorada por meio de
projetos como oficinas e seminários e com mais aulas de apoio. Porém 8,3% desses alunos
disseram que a pesquisa científica não contribui para a vida acadêmica, o que acaba sendo um
ponto negativo. Mas, não se pode deixar de notar que 50% desses acadêmicos apontam o
quanto a pesquisa agrega conhecimento.
Quadro 3 - Análise dos questionários aplicados no 3° ano.
Questão 1 Questão 2 Questão 4 Questão 5
17 a 22 anos 50% Feminino 75% Sala de aula 90% Metodologia Científica 85%
23 a 30 anos 35% Masculino 25% Projetos de I.C 15% Gestão Secretarial 75%
31 ou mais 15% Comunicação 50%
Questão 6 Questão 7 Questão 8 Questão 9
Realizar pesquisas 20% Sim 30% Agrega conhecimento 35% Aulas de apoio 10%
Incentivo 25% Não 70% Gramática 15% Formatação 10%
Gramática 20% Incentivo a leitura 10% Mais projetos 10%
Fonte: Dados da pesquisa 2017
O quadro 3 contém as respostas coletadas na turma do 3° ano de Secretariado
Executivo da Unioeste com 20 alunos respondentes. Desses alunos, 25% são homens e 75%
são mulheres com idades que variam entre 17 a 31 anos ou mais. Pode-se observar que o
contato com a pesquisa em sala de aula é presente e as disciplinas que mais contribuem com a
pesquisa são Metodologia científica, Gestão secretarial e Comunicação. Identificou-se que a
maioria da turma não se sente motivada a pesquisar e sugere que a pesquisa científica deva ser
mais explorada por meio de aulas de apoio, explicações de como formatar os trabalhos e com
mais projetos voltados para esta área.
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Quadro 4 – Análise dos questionários aplicados no 4° ano.
Questão 1 Questão 2 Questão 4 Questão 5
17 a 22 anos 50% Feminino 91,7% Sala de aula 91,7% Metodologia Científica 58%
23 a 30 anos 33,3% Masculino 8,3% Projetos de I.C 8,3% Gestão Estratégica 100%
31 ou mais 16,7% Assessoria 41,7%
Questão 6 Questão 7 Questão 8 Questão 9
Normatização 25% Sim 50% Agrega conhecimento 50% Aulas de apoio 16,7%
Incentivo a
leitura
25% Não 50% Elaborar o TCC 25% Mais explicado 16,7%
Conhecimento 25% Crescimento profissional 8,3% Mais projetos 16,7%
Fonte: Dados da pesquisa 2017
Por fim, Quadro 4 apresenta as respostas da turma do 4° ano de Secretariado
Executivo da Unioeste, sendo que 12 alunos responderam o instrumento. A idade desses
alunos varia entre 17 e mais de 31 anos, sendo que 91,7% são mulheres e 8,3% são homens.
O Quadro 4 demostra que a metade dos alunos se sente motivada a pesquisar, sendo
que existe um contato grande com a pesquisa em sala de aula. As disciplinas que mais
contribuem para que os alunos pesquisem são: a Metodologia científica, Gestão estratégica e
Assessoria e Consultoria Empresarial, mas ainda sugerem que a pesquisa científica possa ser
mais explorada por meio de aulas de apoio, com mais explicações de como pesquisar e com
mais projetos como oficinas e seminários.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É possível constatar segundo a análise dos dados obtidos por meio dos questionários,
que muitas disciplinas do curso auxiliam na produção de pesquisas, sendo que os alunos da
Unioeste possuem bastante contato com a pesquisa em sala de aula. Entre as disciplinas, as
mais citadas pelos discentes são Metodologia Científica e Língua portuguesa. As disciplinas
de Iniciação ao Conhecimento Científico, Princípios da Administração, Técnicas de
Secretariado, Comunicação Empresarial, Gestão Secretarial, Gestão Estratégica e Assessoria e
Consultoria Empresarial também foram citadas.
Contudo é importante ressaltar que houve mudança na grade curricular do curso, que
entrou em vigor no ano de 2017. A mudança de interesse do 1° ano em relação aos demais é
evidente, sendo que foi introduzida para esses alunos a disciplina de Iniciação ao
conhecimento científico, de modo que pode ser observado maior engajamento com a pesquisa
nos acadêmicos do 1° ano, uma vez que a disciplina é voltada exclusivamente para área de
pesquisa científica.
Respondendo à questão levantada, as disciplinas do referido curso ajudam os
discentes na hora de realizar uma pesquisa, pois, como muitos relataram, o contato com a
pesquisa em sala de aula é muito grande e isto traz conhecimento e os influencia a ler mais.
Essas influências são essenciais para elaborar uma pesquisa. Além desses aspectos, os
acadêmicos ainda afirmam que essas disciplinas ajudam na gramática, no incentivo na hora de
escrever um artigo científico ou mesmo um resumo expandido e deixam bem explicadas as
normatizações que são essenciais no momento de desenvolver o Trabalho de Conclusão de
Curso (TCC).
Assim, observou-se com este estudo que as matérias estão evoluindo e que a
pesquisa científica está cada vez mais presente em sala de aula, o que é fundamental para a
vida acadêmica e profissional dos discentes. Assim, acredita-se que os acadêmicos de
Secretariado Executivo da Unioeste concluirão a graduação não apenas como profissionais,
mas também como cidadãos com senso crítico para buscar respostas e formular questões.
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REFERÊNCIAS
ALVES, Alda Judith. O planejamento de pesquisas qualitativas em educação. Revista
Cadernos de Pesquisa. São Paulo, 1991.
BARROS, C. M. P.; SILVA, J. S.; BARROS, A. P. C. H. Ensino com pesquisa:
Contribuições para a cientificidade na formação em Secretariado Executivo. Revista Gesec.
Vol 7. São Paulo, 2017.
BISCOLI, F. R. V.; BILERT, V. S. S. A evolução do secretariado executivo: Caminhos
prováveis a partir dos avanços da pesquisa cientifica e dos embates teóricos e conceituais na
área. Revista Expectativa. Vol 12, 2013.
OLIVEIRA, N. V.; DURANTE, D. G. Os cursos de secretariado executivo incentivam a
pesquisa? Pesquisa em Secretariado: Reflexões acerca da Construção do Conhecimento.
Londrina, PR: UEL, 2015.
SANCHES, F. C.; SCHMIDT, M. C.; DIAS, A. H. Os avanços da pesquisa em Secretariado
Executivo: uma análise nos periódicos científicos nacionais. Revista Capital Científico. Vol
12, 2014.
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A PESQUISA CIENTÍFICA NA VISÃO DO ACADÊMICO DE SECRETARIADO
EXECUTIVO DA UNIOESTE: CONTRIBUIÇÕES E DIFICULDADES
Jaqueline Abich
Ana Carolina Preis Wandscher
Ana Lucia Ribeiro Galante
Carla Maria Schmidt
Taiana Grespan
1 INTRODUÇÃO
A pesquisa científica tem ganhado cada vez mais espaço nas universidades, sendo
essa também uma realidade nos cursos de Secretariado Executivo, que buscam incentivar seus
discentes a pesquisarem sobre variados temas, contribuindo para o aperfeiçoamento da área.
De acordo com Lampert (2008, p. 39), “O ensino com pesquisa não visa a formar um
profissional pesquisador, mas incentivar o discente a entender o processo investigativo, ser
capaz de usá-lo e conhecer a realidade de forma contextualizada”. Desse modo, os
acadêmicos já saem da graduação com um pensamento crítico acerca de diversas informações
que deverão receber ao longo de sua carreira.
Neste raciocínio, procurou-se responder à seguinte questão-problema: Qual a visão
dos discentes do curso de Secretariado Executivo da Unioeste a respeito das contribuições e
dificuldades da pesquisa científica? Dessa maneira, o estudo tem como objetivo analisar as
contribuições e as dificuldades da pesquisa científica na percepção dos discentes de
Secretariado Executivo da Unioeste para a vida profissional e acadêmica.
Tal trabalho é de fundamental importância para contribuir no sentido de alinhar as
ações científicas do curso com os anseios dos discentes, analisando seus pontos de vista
positivos em relação ao tema abordado e também suas dificuldades para a realização destes
trabalhos.
Este texto está dividido em cinco seções. A primeira é constituída pela parte
Introdutória da pesquisa, na qual se destacou: o assunto de um modo geral, exemplificando o
tema proposto, o objetivo e a estrutura do resumo expandido. Em seguida está o Referencial
Teórico que sustenta os argumentos apresentados ao longo do estudo. Posteriormente, estão
os Procedimentos Metodológicos, onde apresenta-se o caminho que foi seguido para a coleta
de dados e a percepção dos discentes. Na quinta parte estão os Resultados a respeito dos
dados coletados. E por último foram expostas as Considerações Finais sobre o estudo
discorrido.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 PESQUISA CIENTÍFICA EM SECRETARIADO EXECUTIVO
Na percepção de Oliveira e Durante (2016, p. 69) “as instituições de ensino têm o
papel de fomentar nos estudantes e docentes o desejo pela busca do conhecimento científico”
e de acordo com Barros, Silva e Barros (2016, p. 68) “o ensino com pesquisa pode ser
considerado como um método capaz de contribuir para a docência universitária a qual deve
incluir em sua prática a pesquisa científica”. Isso faz com que a prática de pesquisa aguce a
busca por conhecimento nos discentes e, dessa maneira, podem se aperfeiçoar diariamente.
Insere-se nesse contexto a formação em Secretariado Executivo, cujo
desenvolvimento de pesquisa científica na prática docente pode estimular os discentes ao
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de Secretariado Executivo – UNIOESTE
18 a 20 de outubro de 2017 – Toledo/PR
interesse pela construção de conhecimentos na área. Mas, para que os acadêmicos possam ser
motivados com a pesquisa, a iniciativa parte dos docentes, que possuem o papel de influenciar
os alunos a pesquisarem e, assim, realizarem contribuições para a valorização da profissão, a
qual é uma das preocupações dos estudiosos de Secretariado.
“Nessa perspectiva, o professor sai da condição de transmissor de conteúdos e o
aluno extrapola a condição de copista, tornando-se ambos agentes no processo de ensino-
aprendizagem” (OLIVEIRA, DURANTE, 2016, p. 69). “No âmbito acadêmico em
Secretariado, vive-se um momento de construção de identidade no mundo científico, por meio
da ampliação de estudos e pesquisas que, embora ainda em fase de elaboração, têm
contribuído para a consolidação da área” (BARROS, SILVA E BARROS, 2016, p. 70). Dessa
forma, percebe-se que o professor do Secretariado tem a preocupação de que os discentes se
envolvam na pesquisa, mostrando-lhes a gama de conhecimentos que podem adquirir, assim
contribuindo para o aprimoramento do currículo do curso e da profissão.
2.2 A PESQUISA NO CURSO DE SECRETARIADO EXECUTIVO DA UNIOESTE
É relevante observar que a pesquisa científica se desencadeou no curso de
Secretariado Executivo na última década, tornando os profissionais mais qualificados. Na área
do Secretariado, o curso da Unioeste é o pioneiro em pesquisa científica e atualmente vem se
destacando nesse quesito. A participação em eventos, publicações e citações em livros e
periódicos tem sido uma prática recorrente entre os docentes e discentes do curso.
A Associação Brasileira de Pesquisa em Secretariado (ABPSEC) foi criada durante
um evento do curso, o I Encontro Nacional Acadêmico de Secretariado (ENASEC), que foi
realizado na Unioeste em Toledo, em novembro de 2010. Neste momento discutiu-se o
estatuto da associação e definiram-se pontos para a criação da ABPSEC. Entretanto, a
constituição definitiva da associação foi concretizada em 10 de outubro de 2013, durante o III
ENASEC. A associação é um mérito do colegiado do Curso de Secretariado de Toledo, pois a
partir dela o curso passou a ser mais reconhecido e aprimorado com as publicações dos
profissionais e discentes. (ABPSEC, 2017)
O curso também possui o Grupo de Pesquisa em Secretariado Bilíngue (GPSEB),
que é desenvolvido na Universidade e conta com a participação de docentes, discentes e
egressos. O objetivo do grupo é apresentar pesquisas, análises técnicas e artigos científicos,
para a contribuição no curso e aguçar a vontade dos discentes a pesquisa.
Apesar do grande avanço ainda há muito a ser conquistado, embora o curso tenha
sido criado no ano de 1986, a pesquisa só teve importância na última década, pela necessidade
de publicações na área. “A evolução científica de uma área depende da realização de
pesquisas científicas bem estruturadas, relevantes e reconhecidas pela comunidade
acadêmica” (DURANTE et al. 2016, p. 148).
Com base nestes pensamentos, percebeu-se a necessidade de cumprimento da tríade
ensino, pesquisa e extensão, a qual é de grande importância no ensino superior público para a
formação de profissionais qualificados. “A concretização dessa tríade é o que possibilita a
oferta de respostas às demandas sociais. Nesse contexto, o professor tem um papel
fundamental e deve desenvolver essas atividades de forma interligada” (BARROS; SILVA;
BARROS, 2016, p. 70).
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
“A Metodologia Científica, mais do que uma disciplina, significa introduzir o
discente no mundo dos procedimentos sistemáticos e racionais, base da formação tanto do
estudioso quanto do profissional, pois ambos atuam, além da prática, no mundo das ideias”
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(MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 17). Deste modo, esta pesquisa classifica-se como
qualitativa e descritiva, pois busca analisar as informações coletadas de modo a não
apresentar números exatos e sim os argumentos expostos. No conceito de Gerhardt e Silveira
(2009, p. 32) “A pesquisa qualitativa preocupa-se, portanto, com aspectos da realidade que
não podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das
relações sociais”.
O estudo foi realizado na Universidade Estadual do Oeste do Paraná, com os
discentes do curso de Secretariado Executivo de Toledo. Buscou-se analisar as contribuições e
dificuldades da pesquisa científica a partir do olhar dos acadêmicos.
Os dados foram coletados por meio de um questionário composto por cinco questões
de múltipla escolha, no qual os discentes assinalaram as alternativas que correspondiam com a
sua realidade e duas de caráter descritivo, no qual os acadêmicos descreveram suas opiniões
sobre as questões propostas. O questionário foi aplicado nas quatro turmas do curso e a partir
da coleta de dados, foi possível iniciar os estudos referentes a este resumo.
No tópico a seguir serão apresentados os Resultados e Discussões que foram
coletados para este estudo.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O colegiado do curso de Secretariado Executivo da Unioeste é composto por 139
discentes matriculados, sendo que destes 53% contribuíram para a realização deste estudo. Os
discentes foram divididos por ordem numérica, começando pelo 1° até o 4° ano, de modo que
os discentes de 1 a 21 são do 1° ano, 22 a 44 do 2° ano, 45 a 60 do 3° ano e 61 a 74 do 4° ano.
Os principais assuntos abordados são referentes às contribuições e dificuldades descritas pelos
acadêmicos em relação à pesquisa científica.
Em relação ao envolvimento com a pesquisa científica, 94% dos acadêmicos
relataram se envolver em trabalhos acadêmicos; 28% citaram ter aproximação com a pesquisa
em eventos;11% tiveram contato com a pesquisa em projetos de extensão; e apenas 2%
disseram não ter contato com a pesquisa científica. Dos acadêmicos entrevistados 22%
relataram que pretendem atuar na área da pesquisa, 76% não pretendem atuar e 2% dos
acadêmicos estão em dúvida nesse quesito. Na visão dos discente, 57% afirmaram que a
pesquisa gera um amplo conhecimento, 28% abordaram que pesquisando obtém-se um
desenvolvimento na escrita, resultando em uma melhora na elaboração dos trabalhos e auxilia
no cotidiano dos acadêmicos. E de acordo com o Discente 21: “A pesquisa acaba nos
ajudando a encontrar conhecimento extraclasse. Acho a pesquisa importante, pois ela é um
mecanismo de disseminação de informação, que acaba ajudando tanto o acadêmico que a
realizou quanto ao povo em geral que irá ler a pesquisa”.
Gráfico 1 - Percepção da pesquisa para os discentes.
Fonte: dados da pesquisa (2017)
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O gráfico acima mostra as percepções dos discentes do curso de Secretariado
Executivo em relação à pesquisa científica. 64% acreditam que a pesquisa científica é
fundamental para a vida acadêmica e profissional, 30% apontam que o estudo é muito
importante para o desenvolvimento acadêmico e valorização do curso e 6% não percebem
relevância para sua vida acadêmica e profissional.
De modo geral, os acadêmicos frisam que a pesquisa científica contribui para a
criação de um pensamento crítico, pois abre novos horizontes, aproxima a teoria da prática,
contribuindo na tomada de decisões, trazendo um maior crescimento e desenvolvimento para
a profissão. Também afirmaram que a pesquisa proporciona um maior envolvimento com a
universidade.
Gráfico 2 - Dificuldades
Fonte: dados da pesquisa (2017)
De acordo com o gráfico acima, podemos observar algumas dificuldades
apresentadas pelos acadêmicos para a realização de pesquisas científicas. 34% afirmam não
terem tempo para pesquisar, 31% alegam a falta de referências para se basear, pois a área de
Secretariado Executivo ainda é recente, 18% afirmaram encontrar dificuldades com a coleta
de dados, pelo fato dos informantes em potencial não contribuírem em alguns casos, 9% não
responderam e 8% dizem ter muitas dificuldades com as normatizações da ABNT.
No entanto, pode-se observar que a maioria dos discentes já teve contato com a
pesquisa científica e grande parte dos entrevistados percebe uma grande relevância neste
estudo. Pode-se concluir que o desenvolvimento na pesquisa está em constante avanço e que a
arte de pesquisar nunca acaba.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa apresentada teve por objetivo analisar as contribuições e as dificuldades
da pesquisa científica na percepção dos discentes de Secretariado Executivo da Unioeste para
a vida profissional e acadêmica. Deste modo, pode-se concluir que os acadêmicos do curso
em sua grande maioria consideram relevante a participação nos estudos científicos, pois
auxilia em seu aprendizado, na formação de pensamentos críticos, e também para
contribuição no currículo da profissão, criando uma bagagem fundamental de conhecimentos.
Percebe-se que a minoria dos discentes não vê a necessidade de estudar esta área,
pois acreditam que não contribuirá para sua vida profissional e acadêmica. Apresentaram-se
também algumas dificuldades para a realização da pesquisa, como: a falta de tempo, de
recursos financeiros e bibliográficos.
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REFERÊNCIAS
ABPSEC (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISA EM SECRETARIADO).
Disponível em: http://www.abpsec.com.br/. Acesso em: 07 out. 2017.
BARROS, Conceição de Maria Pinheiro; SILVA, Joelma Soares de; BARROS, Ana Paula da
Cruz Holanda. Ensino com pesquisa: contribuições para a cientificidade na formação em
secretariado executivo, Revista GESEC, São Paulo, v. 7, n. 1, p 64-68, jan./abr. 2016.
DURANTE, Daniela Giareta; GONÇALVES, Otávio Bessa; NASCIMENTO, Décya
Emanuela Lima do; PONTES, Emiliano Sousa. Produção científica em secretariado:
percepções a partir das publicações da revista expectativa, Pesquisa em Secretariado, ed.
UFC, Fortaleza, 2016, p. 147-182.
LAMPERT, Ernâni. O ensino com pesquisa: realidade, desafios e perspectivas na
universidade brasileira, Revista Galego-Portuguesa de Psicoloxía e Educación, Porto
Alegre, v. 16, 2008, p. 31-44.
MARCONI, Mariana de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia
Científica, 5° ed. São Paulo: Atlas, 2003, 310 p.
GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de Pesquisa, Porto Alegre:
Atlas, 2009, 120 p.
OLIVEIRA, Nayanne Vitoriano de; DURANTE, Daniela Giareta. Os cursos de secretariado
executivo incentivam a pesquisa? Pesquisa em Secretariado, ed. UFC, Fortaleza, 2016, p.
69-95.
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NORMALIZAÇÃO DE COMUNICAÇÕES CIENTÍFICAS: UMA ANÁLISE NA
REVISTA EXPECTATIVA
Fernanda Cristina Sanches
Ivanete Daga Cielo
Amanda Hissamura Dias
Larisse Daniela Hoffmann
Daniela Carolina Arenhardt
1 INTRODUÇÃO
As transformações decorrentes do processo de globalização, repercutem diretamente
no ambiente das organizações. O avanço das tecnologias de informação e comunicação,
podem ser citados como uma das principais implicações desse processo. Nesse contexto, o
cenário se tornou propício ao surgimento de uma sociedade dinâmica, na qual a informação e
o conhecimento, se fazem estratégicos para as pessoas e instituições.
A informação reflete experiências do homem em sociedade, de maneira que traduz
um processo de construção de memórias e legados ao longo do tempo (THIESEN, 1997). Tais
lembranças pertencem a um processo de construção histórica, que deve ser preservada, tendo
em vista a manutenção da memória institucional.
Da mesma forma, a ciência consiste em um saber que se caracteriza como
conhecimento público e deve ser preservada (ZIMAN, 1979). Deste modo, só se concretiza
quando o pesquisador publica os resultados de seus estudos à comunidade científica e à
sociedade.
Afirma-se assim, a relevância da preservação de memória no processo científico.
Tendo em vista essa importância, o objetivo deste resumo é efetuar um levantamento acerca
do histórico e dos processos de normalização adotados para padronização da Revista
Expectativa, que buscaram atribuir maior cientificidade ao periódico ao longo de seus 16 anos
de história. A realização desse estudo ampara-se ao fato de que o periódico em questão, não
possui registro formal de sua trajetória e em decorrência disso, é fundamental preservar sua
história.
A Revista Expectativa, consiste em um periódico interdisciplinar, vinculado ao curso
de Secretariado Executivo, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e ao
Grupo de Pesquisa em Secretariado Executivo Bilíngue (GPSEB). Surgiu no ano de 2001
perante a constatação da falta de material técnico e informativo na área de Secretariado
Executivo, no Brasil. Desde então, busca disseminar conhecimentos interdisciplinares, com
base nos eixos principais: secretarial; gestão; comunicação/linguística.
Visando melhor compreensão, além dessa introdução, esse estudo subdivide-se em
cinco seções, quais sejam: referencial teórico; procedimentos metodológicos; resultados e
discussões; considerações finais; e por fim, referências.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A memória institucional reflete a trajetória, constitui “marcas, rastros ou traços que
contêm informação” de um determinado local, pessoa ou instituição (THIESEN, 1997, p. 3).
Para que essa memória seja preservada, é preciso conservar e organizar os registros dos fatos,
tendo em vista que os erros e acertos do passado, ajudam a compreender o presente e a
planejar ações futuras (FUNDACENTRO, 2016).
Conforme Silva (2009), a preservação da memória e da história necessita ser
percebida como um fator primordial no desenvolvimento de uma instituição. Assim, todos os
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procedimentos realizados devem apresentar um registro, de forma que as lembranças
permaneçam e possam dar continuidade para a identidade de um indivíduo ou organização,
como no caso da Revista Expectativa. Para além disso, como parte integrante do processo de
construção da memória desse periódico, é importante compreender, além de seu histórico, as
nuances científicas pelas quais perpassou ao longo das publicações de suas edições.
Nesse contexto, destaca-se que a comunicação científica, de acordo com Müeller
(1995, p. 64) envolve “todas as atividades associadas com a produção, disseminação e uso da
informação, desde a hora em que o cientista teve a ideia da pesquisa até o momento em que os
resultados de seu trabalho são aceitos como parte integrante do conhecimento científico”. É
importante que essa comunicação ocorra de forma a seguir uma normalização de processos,
garantindo assim, padronização nas publicações.
Cunha (1973) já alertava sobre a necessidade de se estabelecer padrões formais em
busca da qualidade nas fases do processo científico. Para o autor o “trabalhador intelectual
precisa aceitar a responsabilidade de comunicar adequada e amplamente os resultados de seus
estudos e pesquisas” e para isso, deve primar pela seriedade, dedicação e disposição no
planejamento e execução de seus estudos (CUNHA, 1973, p. 62).
No Brasil a normalização de trabalhos, desde 1955, é incumbida à Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que apresenta a função de “coordenar, orientar e
supervisionar o processo de elaboração de Normas Brasileiras” bem como elaborar e editar as
referidas normas (CNI, 2002, p. 36).
Tal associação desenvolve esforços no sentido de, por meio das normas, viabilizar a
melhoria da qualidade nos mais diversos campos. Assim, de acordo com a ABNT (2014, p.
1), a normalização consiste no “processo de formulação e aplicação de regras para a solução
ou prevenção de problemas, com a cooperação de todos os interessados e, em particular, para
a promoção da economia global”.
Ou seja, a normalização tem o objetivo de contribuir para harmonizar as
peculiaridades de diferentes áreas do saber. Nesse cenário, é mister afirmar que os processos
de criação realizados pelos pesquisadores necessitam de normalização, tendo em vista a
aplicação de normas para acesso sistemático na redação do trabalho científico.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este estudo foi desenvolvido inicialmente, com base em pesquisa bibliográfica, que
possibilitou o entendimento acerca dos conceitos de normatização de trabalhos científicos e
importância da preservação da memória. A coleta de dados para atingir os objetivos
propostos, ocorreu em dois momentos. Inicialmente, visando identificar o histórico do
periódico investigado, o levantamento ocorreu através de dados primários, por meio de relatos
obtidos através de entrevistas informais com sujeitos envolvidos no processo de editoração do
periódico, bem como, por meio de análise de informações secundárias obtidas juntamente à
coordenação do Curso de Secretariado Executivo e do GPSEB.
Em segundo momento, buscou-se analisar o cenário dos critérios de normalização
adotados pela equipe editorial do periódico ao longo de sua trajetória e que influenciaram na
construção científica do mesmo. Para tal, coletou-se relatos dos editores que atuaram na
Revista Expectativa, bem como, realizou-se analises secundárias nas edições já publicadas do
periódico.
Quanto à abordagem do problema, esta pesquisa caracteriza-se como qualitativa, pois
possibilita melhor visão e compreensão do contexto do problema. Quanto aos objetivos é
descritiva, pois apresenta as características de determinada população ou fenômeno. Quanto
aos procedimentos de coleta esta pesquisa caracteriza-se como um levantamento pois se
caracteriza pela interrogação direta que se deseja conhecer (RAUPP; BEUREN, 2009).
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 HISTÓRICO DA REVISTA EXPECTATIVA
A Revista Expectativa teve seu projeto realizado em 1999, sob coordenação da então
professora Maria Patiño Cruzatti, com a colaboração das professoras Rúbia Rinaldi e Fabiana
Veloso, do curso de Secretariado Executivo da UNIOESTE. Destaca-se que a revista,
caracteriza-se como o primeiro periódico científico na área de Secretariado no Brasil.
O periódico concretizou-se em 2001, assim, a primeira edição foi publicada em
versões on-line e impressa, contudo, no ano de 2002, devido a dificuldades financeiras, não
houve publicação. O Quadro 1 ilustra os acontecimentos principais referentes à evolução do
periódico.
Quadro 1 – Aspectos principais da memória institucional da Revista Expectativa.
Ano Editor(es) Evolução histórica - aspectos principais
2001 a
2003 Rubia Rinaldi
Aprovação de base legal, projetos de financiamento, ISSN
estabelecido. Áreas de publicação: secretarial; letras/comunicação;
administração. Obs: no ano de 2002 não houve publicação.
2004 a
2005
Fabiana Veloso; Maura
Bernardon Vinculação ao GPSEB.
2006 a
2007
Maura Bernardon; Márcio
Goebel
Integração ao Projeto Sistema de Acesso à Biblioteca Eletrônica de
Revistas (SABER) da Unioeste e Sistema Eletrônico de Editoração de
Revistas (SEER) – IBICT.
2008 Rubia Rinaldi; Maura
Bernardon Manutenção do processo.
2009 Fabiana Veloso Manutenção do processo.
2010 a
2012 Fernanda Sanches
Estabelecimento do sistema peer review e blind review, reformulação
no processo editorial e corpo de pareceristas, normalização e
adequação de diretrizes aos autores e avaliadores, busca por
indexadores, editoração pelo Sistema SEER; Ranqueamento no
Qualis Capes.
2013 Rodrigo Müller Alteração nas áreas políticas de seção.
2014 a
2016 Josmary Alves
Adequação dos sistemas de submissão e publicação (fluxo contínuo,
ahead of print), busca por indexadores, avanços no ranqueamento
quadrienal Qualis Capes; encerramento das versões impressas.
2017 Fernanda Sanches Normalização e readequações, busca por implantação Digital Object
Identifier System (DOI).
Fonte: dados da pesquisa (2017).
Conforme demonstrado no Quadro 1, diversos acontecimentos moldaram a
construção da história e foram basilares no desenvolvimento do periódico, que possui 16
edições publicadas. Nesse período, ressalta-se que um fator fundamental para manutenção da
Expectativa, foi o acompanhamento e apoio do colegiado do curso de Secretariado Executivo
em todas as ações que envolviam o processo editorial.
4.2 PROCESSO DE NORMALIZAÇÃO DO PERIÓDICO
O corpo editorial da Revista Expectativa, decidiu por estabelecer procedimentos
normativos ao longo dos anos, que buscaram conferir normalização ao periódico. Dentre as
principais ações, destaca-se a adoção das normas da ABNT para editoração dos artigos
publicados. Além disso, adotou-se alguns sistemas que se tornaram fundamentais para
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conferir elegibilidade no processo de submissão, avaliação e publicação dos artigos, conforme
demonstrado no Quadro 2.
Quadro 2 – Sistemas de submissão, avaliação e publicação da Revista Expectativa.
Sistema Descrição do funcionamento
Submissão: fluxo
contínuo
Os artigos podem ser submetidos em qualquer data, não havendo período
fixo para submissão dos mesmos. Assim que forem enviados, são
designados os avaliadores e, em caso de aprovação, são incorporados na
próxima edição a ser publicada.
Avaliação double blind
review
A avaliação científica é realizada sem que ocorra a identificação de
autores e/ou revisores no processo. Os artigos recebem parecer de dois
avaliadores, sendo que em casos díspares, um terceiro avaliador é
consultado para o desempate.
Publicação: ahead of
Os trabalhos aceitos para publicação e que tiveram os procedimentos
editoriais encerrados serão imediatamente publicados na versão
eletrônica. O procedimento ocorre dessa maneira, até que se finde a
composição de um novo fascículo.
Fonte: dados da pesquisa (2017).
Pode-se inferir que os procedimentos adotados, conferiram benefícios ao processo de
editoração. Dentre eles, destaca-se o ranqueamento no webQualis da Capes, no quadriênio2
2013/2016, no qual a Revista classificou-se com os extratos: B2 - Letras e Linguística; B2 -
Ciências Ambientais; B3 - Administração Pública e de Empresas, Ciências Contábeis e
Turismo; B3 - Planejamento Urbano e Regional/Demografia. Tais resultados apresentam
melhoras significativas se comparados aos extratos anteriores recebidos, conforme observa-se
na Tabela 1:
Tabela 1 – Ranqueamento Qualis Capes do periódico Revista Expectativa.
Ano Áreas de avaliação Classificação
Qualis
2012
ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E TURISMO C
INTERDISCIPLINAR C
INTERDISCIPLINAR B5
LETRAS / LINGUÍSTICA B5
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL / DEMOGRAFIA B3
SERVIÇO SOCIAL B5
SOCIOLOGIA C
2013 EDUCAÇÃO C
2014
CIÊNCIAS AMBIENTAIS B5
LETRAS / LINGUÍSTICA B5
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL / DEMOGRAFIA B3
Fonte: Leão (2017).
Observa-se na Tabela 1 que nos anos em que passou a ser ranqueada, a Revista
Expectativa apresentou pontuação em diversas áreas. Contudo, as classificações recebidas nas
áreas avaliadas, eram inferiores, se comparadas com o extrato mais recente obtido.
Já no que se refere as seções temáticas do periódico, estas compreendem as áreas:
secretarial, gestão nas organizações, e comunicação/linguística. É importante citar ainda, que
o periódico compõe a base científica de seis indexadores, quais sejam: SEER; DOAJ;
Sumários de Revistas Brasileiras; CENGAGE Learning; Latindex; e Diadorim. Como
2 Até 2016, o extrato do Qualis Capes era realizado anualmente, contudo, a partir do ano corrente (2017),
passou-se a considerar como critério de ranqueamento, análises por quadriênio dos periódicos.
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possibilidades futuras, o corpo editorial busca a semestralização, a implantação do DOI e
ainda, por novos indexadores, tais como o Web of Science, visando obtenção do Journal
Citation Reports (JCR). Essas estratégias, visam melhorar o ranqueamento no webQualis da
Capes.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este resumo, que tinha por objetivo realizar um resgate histórico dos acontecimentos
e processos de normalização desenvolvidos no periódico científico Revista Expectativa,
ilustrou os principais fatos e características que moldaram a revista ao longo do tempo.
Registrar tais momentos, conforme afirma Thiesen (1997), se torna fundamental no processo
de preservação de memória institucional.
Cumpre destacar ainda, que a normalização tem o objetivo de contribuir para
harmonizar as peculiaridades de diferentes áreas do saber, conforme relato das experiências
realizadas na Revista Expectativa. Nesse cenário, é mister afirmar que os processos de criação
realizados pelos pesquisadores necessitam de normalização, tendo em vista a aplicação de
normas para acesso sistemático na redação do trabalho científico.
Como agenda de pesquisas futuras, recomenda-se aprofundar a análise frente aos
indexadores do periódico e debruçar olhares acerca da relevância do estabelecimento do DOI
para as publicações realizadas na Revista Expectativa.
REFERÊNCIAS
ABNT. Normalização. Disponível em: <http://www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/o-que-
e>. 2014. Acesso em: 12 set. 2017.
CNI. Normalização: conhecendo e aplicando na sua empresa. 2. ed. rev. Brasília, 2002.
CUNHA, L. G. C. da. Normalização de originais. Ciência da Informação, Rio de Janeiro, v.
2, n. 1, p. 59-63, 1973.
FUNDACENTRO. Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do
Trabalho: a importância da memória institucional. São Paulo. Disponível em:
<http://www.fundacentro.gov.br>. Acesso em: 10 out. 2017.
LEÃO, O. N. Desenvolvimento de estratégias de marketing para a Revista Expectativa,
periódico científico do curso de Secretariado Executivo da Unioeste – campus de Toledo.
75 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Secretariado Executivo), - Centro de
Ciências Sociais e Aplicadas. Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Toledo, 2017.
MÜELLER, S. P. M. O crescimento da ciência, o comportamento científico e a comunicação
científica: algumas reflexões. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, Belo
Horizonte, v. 24, n. 1, p. 63-84, jan./jun. 1995.
SILVA, A. M. da. et al (Org.) Arquivística: teoria e prática de uma Ciência da Informação.
3.ed. Porto: Afrontamento, 2009.
RAUPP, F. M.; BEUREN, I. M. Metodologia da pesquisa aplicável às ciências sociais. In:
BEUREN, I. M. (org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e
prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009, p. 76-97.
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THIESEN, I. Memória Institucional: a construção conceitual numa abordagem
teóricometodológica: Tese (Doutorado em Ciência da Informação – UFRJ), Rio de Janeiro,
1997.
ZIMAN, J. Conhecimento público. Belo Horizonte: Itatiaia, São Paulo: EDUSP, 1979.
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PESQUISA NO SECRETARIADO EXECUTIVO:
UM ESTUDO DE CASO NA REVISTA EXPECTATIVA - EDIÇÕES 2015 E 2016
Djandra Pedro Gabriel
Milena Tais Dias Weber
Taina Regina Silva Maciel
Carla Maria Schmidt
Patrícia Stafusa Sala Battisti
1 INTRODUÇÃO
A pesquisa na área de Secretariado Executivo é recente, e vem evoluindo
gradativamente ao longo dos anos. Essa evolução, em grande parte, só é possível devido ao
empenho dos professores e pesquisadores em demonstrar aos acadêmicos, a importância da
pesquisa em sua vida acadêmica e profissional.
Entretanto de acordo com Sanches, Schmidt e Dias (2014) não somente produzir
trabalhos científicos é importante, mas também publicá-los em periódicos científicos que
divulguem essas pesquisas e as exponham para a comunidade acadêmica. Analisando essa
afirmação notou-se a importância de avaliar um dos mais importantes periódicos da área
secretarial, a fim de auxiliar os próximos pesquisadores que irão publicar quais os temas que
são mais abordados na área e quais ainda devem ser mais explorados.
Para demonstrar as diversidades e o número de publicações na Revista Expectativa,
esse estudo avaliou duas edições do periódico publicados em 2015 e 2016, com o intuito de
descobrir: quantos trabalhos foram publicados, quais as áreas mais pesquisadas, a quantidade
de autores por estudo e as regiões onde se concentram os maiores números de pesquisas
publicadas no periódico.
Esta pesquisa está dividida em quatro partes: o referencial teórico aborda a pesquisa
em Secretariado Executivo e a Revista Expectativa; o procedimento metodológico demonstra
como este estudo foi elaborado por seus pesquisadores; os resultados e discussões apresentam
explanações e tabelas com os dados coletados; e, por fim, a conclusão desta pesquisa
descrevendo as avaliações corroboradas pelo estudo.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A PESQUISA EM SECRETARIADO EXECUTIVO
A produção do conhecimento científico está se disseminando cada vez mais no
contexto político, acadêmico e empresarial, já que o processo de inovação e a capacidade de
adquirir conhecimento possuem uma indissolúvel ligação com a pesquisa (SANCHES;
SCHIMIDT; DIAS, 2014).
Para muitos pesquisadores, a ciência pode ser dividida em diversos segmentos e
seguindo pelas várias áreas do conhecimento. Respaldando-se na divisão das ciências pura e
aplicada, Hoeller (2006) faz uma análise sobre a natureza do conhecimento em Secretariado
Executivo e afirma que “o curso não somente procura uma nova tomada de posição teórica,
mas também pretende transformar em ação concreta os resultados de seu trabalho. Procura
conhecer para aplicar, para realizar uma tomada de decisão executória” (HOELLER, 2006, p.
143).
A pesquisa, no âmbito do Secretariado Executivo, nem sempre foi tratada como
prioridade no processo de formação do profissional, por isso ela ainda é um pensamento
muito recente. A contribuição de diversos fatores foi essencial para que tenha ocorrido essa
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evolução da pesquisa, principalmente a criação da Associação Brasileira de Pesquisa em
Secretariado (ABPSEC), de grupos de pesquisas nas universidades e de eventos como o
Encontro Nacional Acadêmico de Secretariado (ENASEC), que teve sua primeira edição em
2010 na Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus de Toledo (DURANTE et al;
2016).
Assim, percebe-se que o curso de Secretariado, atualmente, está mudando sua linha
de ensino; ele está buscando influenciar os acadêmicos a fazerem pesquisa científica a fim de
procurar resultados, respostas e soluções para os problemas apresentados no cotidiano, e não
somente transmitir os conteúdos teóricos e práticos utilizadas na profissão. Afinal, o mundo
globalizado atual não procura funcionários com capacidades mecânicas, mas profissionais
independentes, com conhecimento profundo em sua área de atuação.
Maçaneiro (2011) considera que, na dimensão de Secretariado Executivo, o objetivo
da pesquisa é:
Gerar conhecimento sobre assessoria organizacional; aumentar a eficiência e a
eficácia de organizações; melhorar a qualidade de vida no trabalho; auxiliar na
produção de produtos e serviços com maior valor agregado para a empresa e
consumidores; promover o desenvolvimento social; dentre outros. (MAÇANEIRO,
2011, p. 11)
Ainda nesse contexto, Oliveira e Durante (2016) dizem que para conseguir incentivar
os alunos à pesquisa, ainda na graduação, muitas universidades, principalmente as públicas,
estão baseadas em um tripé de sustentação: ensino, pesquisa e extensão. A união desses três
eixos permite a as universidades enriquecerem o curso e ainda formar profissionais instigados
a realizar pesquisa.
2.2 A REVISTA EXPECTATIVA
A elaboração da Revista Expectativa foi uma das formas encontradas pelos
professores para incentivarem os acadêmicos a escreverem artigos científicos e para
disseminar a pesquisa na área de Secretariado Executivo, tanto no âmbito profissional quanto
no acadêmico. Assim, ela foi fundada em 2001 pelo colegiado do curso de Secretariado
Executivo da Unioeste, Campus de Toledo, Paraná. Publicou até 2016, 15 edições, sendo uma
por ano, totalizando 149 artigos (até o momento da conclusão desta pesquisa a edição de 2017
não está finalizada).
A finalidade acadêmica da Revista Expectativa é de “contribuir para o aumento de
espaços institucionais de discussão sobre as diversas áreas do conhecimento organizacional”
(EXPECTATIVA, 2017, p. 20). Seu atual conselho consultivo é composto em sua maioria
por professores de Secretariado Executivo, com aproximadamente 30 integrantes, que avaliam
os trabalhos a ela submetidos no método double blind review. Com a tecnologia moderna, o
periódico anual, passou de divulgação impressa para eletrônica, pautado ao sistema SEER de
gestão de revistas acadêmicas. Seu conteúdo pode ser encontrado nos diretórios e indexadores
SEER, no Sumário de Revista Brasileiras, no CENGAGE e no Diadorim, esses nacionais.
Também no Latindex e no DOAJ, esses estrangeiros. (DURANTE et al, 2016).
Por fim, é importante mencionar que o Projeto SABER (Sistema de Acesso à
Biblioteca Eletrônica de Revistas), no qual o referido periódico está inserido, possibilita aos
leitores acessar os artigos da revista já publicados; aos autores submeter e acompanhar a
avaliação dos artigos de sua autoria; aos editores gerenciar a confecção dos exemplares para
publicação; e aos avaliadores manter contato com o editor e o autor do artigo
(EXPECTATIVA, 2017).
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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para a elaboração deste estudo, aplicou-se predominantemente uma pesquisa
documental, de caráter qualitativo. O objeto de investigação deste estudo foram as duas
últimas edições da revista Expectativa, publicadas nos anos de 2015 e 2016. A opção de
realizar a pesquisa baseada nessas edições tem o objetivo de dar continuidade a uma pesquisa
anterior realizada por Durante et al. (2016), cujo objeto de estudo foi a produção científica na
Revista Expectativa.
Destaca-se que, durante o período de análise da revista, foram publicados 17 artigos.
Após o estudo, identificou-se uma divisão realizada pelo periódico transcrita em categorias,
que abrangem os diversos seguimentos possíveis na área secretarial, baseando-se nessa
divisão, essa pesquisa identificou as categorias estipuladas pela Expectativa, os títulos e
palavras-chave de todos os artigos publicados nas duas edições avaliadas.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após análise dos dados adquiridos nas edições de 2015 e 2016 da Revista
Expectativa, esta pesquisa detectou que as edições juntas apresentam um total de 17 artigos,
divididos entre duas seções, Área Línguas/Comunicação e Área Secretarial e Gestão,
conforme Tabela 1.
Tabela 2 - Quantidade de artigos por linha editorial
Linha Editorial Quantidade %
Línguas e Comunicação 2 11,76%
Secretarial e Gestão 15 88,24%
Total 17 100%
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Os dados da tabela apontam que a preocupação concentra-se na inovação de gestão,
para que se tenha uma visão generalizada das organizações e na necessidade de atualização do
perfil do profissional de Secretariado Executivo.
Seguindo a linha de análise das palavras-chave, as que mais apareceram dentro da
área Secretarial e Gestão são: Secretariado Executivo, Gestão Empresarial, Liderança,
Assessoria, e Atuação. Já na área Línguas/Comunicação destacam-se palavras como:
Abordagem comunicativa, Metodologias de ensino de línguas, Mercado de trabalho, Língua
francesa e Língua alemã.
A partir desta perspectiva, identificou-se a predominância de temas relacionados à
assessoria secretarial e à gestão de empresas, seguido da atuação do profissional, temas
acadêmicos e a relação da língua estrangeira na profissão.
O número de artigos produzidos em parceria tem aumentado nos últimos anos, como
mostra a Tabela 2.
Tabela 3 - Autoria dos artigos
Autoria Quantidade %
Individual 4 23,6
Dupla 5 29,4
Trio 5 29,4
Quarteto 2 11,7
Quinteto 1 5,9
Total 17 100
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
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No que diz respeito aos pesquisadores, nota-se que nos últimos dois anos as autorias
em redes têm sido utilizadas com maior frequência. A porcentagem de artigos escritos em
duplas é de 29,4 % e se iguala a de trios. A opção individual foi escolhida por autores de
quatro artigos, sendo um total de 23,6 %. Com um menor número de artigos encontram-se os
quartetos e os quintetos, com 11,7 % e 5,9 % respectivamente. Esses resultados ocorrem
devido à tendência na academia e à valorização por parte dos órgãos avaliadores para esses
trabalhos, pelo fato de apresentarem maior riqueza de dados, de metodologia e de abordagem
analítica (DURANTE et al.; 2016).
Os dados da Tabela 3 apontam as regiões do Brasil e a quantidade de autores em
cada uma delas:
Tabela 4 - Autores por região
Região Autores %
Norte 1 2,7
Nordeste 12 33,3
Centro-Oeste 4 11,1
Sudeste 3 8,3
Sul 11 30,5
Não informado 5 13,9
Total 36 100
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Verificou-se que o número de autores concentra-se nas regiões do Nordeste com 12
autores (33,3%) e Sul com 11 autores (30,9%). As demais regiões também possuem autores
que publicam na revista, porém em menores quantidades.
Os dados apresentados na pesquisa revelam os maiores desafios e preocupações da
carreira Secretarial, pois os artigos, além de transcreverem resultados sobre avaliações de
mercado, auxiliam os profissionais a aumentarem sua percepção da profissão, e demonstram
pontos com possibilidade de melhoria ou investimento.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As pesquisas e observações desenvolvidas ao longo do presente trabalho permitiram
encontrar as respostas para o objetivo do mesmo, que é traçar o perfil da Revista Expectativa
analisando o periódico nas últimas duas publicações.
Foi possível perceber que a pesquisa em Secretariado Executivo é recente, porém
vem evoluindo principalmente com o apoio e incentivo das instituições de ensino superior e
dos docentes que delas fazem parte. Além disso, os eventos que permitem a publicação de
artigos acadêmicos e os periódicos como a Revista Expectativa também influenciam nos
resultados que se obtém atualmente com relação à pesquisa na área.
A partir da análise feita na revista, com relação aos temas abordados nos artigos,
chegou-se ao resultado de que a quantidade de artigos com temas que se encaixam na Área
Gestão Secretarial é bruscamente maior que a de temas envolvidos na Área
Línguas/Comunicação, mesmo a segunda linha sendo tão importante quanto a primeira para a
profissão de Secretariado Executivo. No sentido de mudar esses resultados, a editora da
revista poderia pensar em estratégias para que haja maior envolvimento e participação da área
de comunicação na Revista Expectativa.
Outro tópico observado foi que a autoria dos artigos em parceria ainda se sobrepõe
em relação à autoria individual, embora a diferença ainda não seja tão exorbitante.
Por fim, foram pesquisadas as regiões que mais publicam no periódico. O resultado
obtido mostrou que as regiões Nordeste e Sul predominam nos artigos publicados durante a
amostra analisada, e que a região Norte é a que menos influencia na revista. Assim, acredita-
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se que a divulgação da pesquisa e de publicações nas regiões que menos publicam seja
necessária; e para isso acontecer poderiam ser investidos em mais eventos, como o ENASEC
e o ENESEC nestas regiões e em convites da própria revista para que os pesquisadores e
acadêmicos das universidades possam publicar seus artigos na Expectativa e em outras
revistas da área de Secretariado Executivo.
Essa pesquisa contribuiu para apresentar uma visão sobre a evolução da pesquisa em
Secretariado Executivo e dar continuidade a outra pesquisa já realizada anteriormente. Além
disso, contribui para que novos pesquisadores possam refletir sobre quais temas na área ainda
podem ser desenvolvidos.
REFERÊNCIAS
DURANTE, Daniela Giareta; GONÇALVES, Otávio Bessa; NASCIMENTO, Décya
Emanuela Lima; PONTES, Emiliano Sousa. Produção científica em secretariado: Percepções
a partir das publicações da Revista Expectativa. In DURANTE, Daniela Giareta; MARTINS,
Cibele Barsalini; CANTAROTTI, Aline. Pesquisa em secretariado reflexões acerca da
construção do conhecimento. Fortaleza: UFC, 2016. p. 147-182.
EXPECTATIVA. Página inicial. Dísponível em http://e-
revista.unioeste.br/index.php/expectativa/index. Acesso em 28 set. 2017.
HOELLER, Patricia Agostinho Freitas. A natureza do conhecimento em Secretariado
Executivo. Expectativa, Toledo, v. 5, n. 5, p. 139-145, 2006.
MAÇANEIRO, Marlete Beatriz. Antecedentes, consequência e desafios da cientificidade da
área de Secretariado Executivo. Expectativa, Toledo, v.10, n.10, p. 9-26, jan./dez. 2011.
OLIVEIRA, Nayanne Vitoriano; DURANTE, Daniela Giareta. Os cursos de Secretariado
Executivo incentivam a pesquisa?. In DURANTE, Daniela Giareta; MARTINS, Cibele
Barsalini; CANTAROTTI, Aline. Pesquisa em secretariado reflexões acerca da construção
do conhecimento. Fortaleza: UFC, 2016. p. 69-95.
SANCHES, Fernanda Cristina; SCHIMIDT, Carla Maria; DIAS, Amanda Hissamura. Os
avanços da pesquisa em Secretariado Executivo: uma análise nos periódicos científicos
nacionais. Revista Capital Científico, v. 12, n. 14, out./dez. 2014. p. 78-94.
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TEMÁTICA COMUNICAÇÃO
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A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA INGLESA: APRIMORANDO A OFICINA NO PROJETO PREPARANDO PARA O PRIMEIRO EMPREGO
Maura Bernardon
Rodrigo Smaha Lopes
1 INTRODUÇÃO
A “Oficina de Língua Inglesa” faz parte do projeto de extensão “Preparando para o
Primeiro Emprego”, desenvolvido pelo Curso de Secretariado Executivo da Unioeste –
campus de Toledo, que acontece desde 2011. A atividade é realizada anualmente aos sábados,
com a duração de quatro horas para cada oficina. Nesta versão, cinco acadêmicos e dois
docentes da disciplina de língua inglesa colaboraram nas atividades. O projeto visa à
instrumentalização de conteúdos relevantes para o primeiro contato profissional de
adolescentes que participam de projetos em instituições sem fins lucrativos e, em especial, dos
Centros da Juventude da cidade de Toledo, PR.
Neste ano de 2017, a oficina teve um novo formato, objetivando uma maior
conscientização do papel da língua inglesa em nossa sociedade, ao responder as seguintes
perguntas: O que é globalização? Qual sua relação com a língua inglesa? Para que aprender
inglês? Qual a importância da língua em nossa sociedade? Inglês é importante no mercado de
trabalho? É possível aprender sozinho? Qual o melhor método para aprender inglês? Quais os
benefícios de aprender uma segunda língua? Qual inglês é melhor, americano ou britânico?
Com isto, os alunos compreenderam a importância de falar o idioma e sua utilidade no
mercado de trabalho e na vida pessoal. Após essa parte teórica, voltou-se a uma prática da
língua, envolvendo o aprendizado do alfabeto, dos números, de algumas atividades cotidianas,
envoltas em atividades lúdicas, e, por fim, os acadêmicos simularam com os alunos da oficina
uma entrevista em que tiveram que responder algumas perguntas básicas, previamente
ensinadas.
Esta oficina se justifica uma vez que a experiência dos docentes no ensino de língua
inglesa no curso de Secretariado Executivo (SE) mostra que existem barreiras e pouca
conscientização por parte da maioria dos jovens quanto à relevância de se aprender um novo
idioma e da sua importância no mercado profissional. Deste modo, os envolvidos com esta
proposta esperam conscientizar e facilitar o aprendizado do inglês, promovendo a melhoria de
vida desses futuros profissionais, assim como dos acadêmicos de SE.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Por que aprender a língua inglesa? Qual sua importância no mercado de trabalho?
Quais os benefícios de aprendê-la? Qual variedade é melhor? Qual o melhor método? Essas
são algumas das questões que fundamentam a oficina de língua inglesa no projeto Primeiro
Emprego em busca de uma conscientização, dos alunos participantes, em relação ao ensino-
aprendizagem da língua.
Começamos por compreender que o inglês se estabeleceu como língua global, uma
vez que “[...] desenvolve um papel especial reconhecido em todos os países.” (CRYSTAL,
1997 apud KUMARAVADIVELU, 2006, p. 135) –, influenciado, sobremaneira, pela
globalização. Atualmente, pois, saber se comunicar em língua inglesa – o que já não é mais
um diferencial, mas uma necessidade – demonstra que o candidato a uma vaga de emprego,
estudou mais, e, portanto, possui mais conhecimentos, sinalizando uma qualificação cultural
que, certamente, será considerada nesse momento (SALÁRIO, 2017). Além disso, quanto
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mais alto o nível hierárquico, maior o percentual de pessoas que dominam o idioma
(MUSSAK, 2013) e, consequentemente, o salário: [...] a 52ª edição da Pesquisa Salarial, feita pela Catho. Um profissional em cargo de
coordenação, por exemplo, ganha 61% mais que uma pessoa na mesma função, mas
que tem apenas o conhecimento básico da língua. Em cargos de diretoria, a diferença
de salário entre alguém que fala inglês fluentemente e um profissional que não tem
essa habilidade é de 42%, segundo a pesquisa. Para os cargos de gerência,
supervisão, a diferença é de 57%, 43%, respectivamente (SALÁRIO, 2017, s.p.).
Apesar disto, apenas, aproximadamente, 5% da população brasileira fala um segundo
idioma, e menos de 3% é fluente em inglês (RODRIGUES, 2017).
Quanto às questões pragmáticas, destaca-se que a biblioteca virtual é
consideravelmente maior quando acessada em inglês, assim como a publicação das principais
pesquisas são feitas nesse idioma. Hoje, 75% da comunicação mundial escrita, 80% das
informações dos computadores no mundo, 60% dos programas de rádio e 90% do conteúdo da
internet está em inglês (SARWAL, 2007; FRASER, 2009).
Em relação ao aspecto cognitivo, os estudos da neurociência já evidenciaram vários
benefícios que o aprendizado de uma outra língua produz no cérebro humano, dentre eles:
elasticidade cerebral, desenvolvimento das habilidades de escuta e da primeira língua,
aumento da memória, autoconfiança, atenção e da capacidade de multitarefas, entre outros
(UNIVERSIA, 2017; LUCAS, 2017).
A língua inglesa, contudo, não se resume à variedade Britânica ou Americana.
Poucos lembram de – ou sabem – mencionar, além dos Estados Unidos e do Reino Unido, os
demais países com falantes nativos e as diversas variedades existentes. Ademais, é preciso nos
tomar conhecimento de que cerca de 80% da comunicação em língua inglesa não envolve
falantes nativos (PRODOMOU, 1997 apud TIMMIS, 2002), ou seja, atualmente, não “[...] é
papel obrigatório do aprendiz manter um sotaque estrangeiro; a opção é dele, de mudar ou
não. [...] ele NÃO TEM DE falar igual a nenhum nativo [...] não é um dever, mas um direito
[...]” (LIMA, 2009, p. 75, grifo do autor), ele deve ter consciência, todavia, que
independentemente de um ‘sotaque estrangeiro’ existem formas padronizadas de dizer os sons
que compõem as palavras e grupos de palavras. Isto significa que um falante de língua
inglesa, nativo ou não, fará e espera ouvir os sons e grupos de palavras em uma frase que se
encaixam com qualquer uma das variedades de Inglês (LOPES; BERNARDON, 2017).
Por fim, ao voltarmo-nos ao aprendizado, propriamente dito, “[...] não existem
métodos ou escolas capazes de fazer você aprender a falar uma língua nova em pouco tempo.
Desenvolver o conhecimento em outro idioma é um processo de estudo longo, e que depende
muito da [...] dedicação.” (PORTO, 2017, s.p.). O processo, contudo, pode ser acelerado, a
partir do momento em que, dentre outras questões, haja uma motivação e o estudante assuma
um papel ativo na aprendizagem, não tenha medo de errar e pratique fora da sala de aula
(GASPARINI, 2015; LIMA, 2017).
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Os cinco acadêmicos participantes foram responsáveis pela apresentação dos textos e
das atividades, que foram distribuídos em um encontro semanas antes. Para escolha dos
textos, os docentes se utilizaram da pesquisa bibliográfica, optando por artigos que tivessem
uma linguagem clara, objetiva e compatível com a idade dos jovens. Ao todo, 8 textos foram
selecionados e adaptados:
1. A importância do inglês no mundo globalizado (LAVOR, 2016);
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2. Inglês no Mundo. (PORTO, 2017);
3. Devo falar inglês como um nativo? Concepções sobre ensino/aprendizagem da
pronúncia (LOPES; BERNARDON, 2017);
4. Salário é até 61% maior entre quem fala inglês fluente, diz pesquisa
(SALÁRIO, 2016).
5. 5 segredos para aprender inglês mais rápido (e melhor) (GASPARINI, 2015);
6. 80 Dicas Para Aprender Inglês Sozinho (LIMA, 2017).
7. 10 benefícios psicológicos de aprender um novo idioma (UNIVERSIA, 2013), e
8. 10 benefícios psicológicos de aprender um novo idioma (LUCAS, 2017).
Além disto, optou-se por apresentar trechos de 6 vídeos relacionados ao tema dos
textos – retirados do Youtube, pelo fato da plataforma fazer parte do uso diário de muitos dos
alunos:
1. Fluência em inglês é barreira para profissionais - Jornal Hoje - TVGLOBO
(DIALETTOCOMUNICACAO, 2013).
2. A importância de aprender a língua inglesa (PROGRAMA MUITO MAIS,
2015a).
3. A Importância do Inglês no Mercado de Trabalho (INGLÊS 200 HORAS,
2015b).
4. Os MUITOS benefícios de aprender inglês (MANUAL DO HOMEM
MODERNO, 2017a).
5. Qual a importância de falar Inglês (VIVENDO SEM ROTEIRO, 2017b).
6. Afonso Padilha - o dia que eu tentei aprender a falar inglês - stand up comedy.
(AFONSO PADILHA, 2017c).
Organizou-se a oficina em dois momentos. Inicialmente, realizaram-se apresentações
orais sobre a temática da oficina, cujo conteúdo foi organizado em forma de apostila. Com a
utilização de slides e vídeos, explanou-se sobre os seguintes temas: a importância do inglês no
mundo globalizado; o papel do idioma para a empregabilidade; os espaços físicos locais e
recursos disponíveis para desenvolver o conhecimento do idioma; as questões de valorização
da própria cultura, fluência, língua franca, diferentes sotaques e pronúncia; a valorização do
inglês no mundo profissional; as questões culturais, pragmáticas e cognitivas; e, por último,
dicas para aprender inglês mais rápido e melhor. A todo momento os alunos eram
questionados se concordavam com o conteúdo dos textos. Na segunda parte da oficina, os
acadêmicos colocaram em prática o uso do idioma, por meio de atividades lúdicas, orais e
escritas, que englobaram o alfabeto, os números e expressões relacionadas às atividades
cotidianas e, por fim, realizou-se uma simulação de uma entrevista em inglês, com algumas
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informações básicas que foram, previamente, explanadas. Ao final, houve um momento breve
dedicado à retomada dos conteúdos abordados e abriu-se espaço para sugestões e perguntas.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após as quatro horas do encontro, pôde-se observar que os objetivos da oficina
foram atingidos. Houve a participação dos jovens que se mostraram interessados pelo
conteúdo e pelas atividades práticas. Em relação ao papel da língua inglesa em suas vidas, tal
como reportado por uma das participantes, os entraves no processo de aprendizagem da língua
inglesa ocorrem, entre outras razões, pelas poucas horas dedicadas a essa matéria na escola
regular e a sua pouca valorização naquele contexto. Em um levantamento rápido, duas das
cinco alunas, que estavam presentes no dia – um aspecto negativo, pois o mau tempo
ocasionou a dificuldade de acesso ao Centro da Juventude do Jardim Europa – relataram não
gostar da língua inglesa. Todavia, elas compreendem a sua importância, principalmente no
mercado de trabalho e uma delas, inclusive, foi bastante participativa e tirou de letra a parte
da entrevista, tanto na parte de compreensão oral como de fala.
Para os alunos participantes da oficina, embora o aprendizado de uma língua
estrangeira pareça, por vezes, distante da realidade, os textos e os vídeos apresentados
demonstraram o inverso, o que possibilita conscientizá-los da importância desse idioma para o
seu futuro profissional e pessoal. Para os acadêmicos, a experiência traz o aperfeiçoamento
dos conteúdos aprendidos em sala de aula, possibilita a aquisição de novos conhecimentos e a
prática do idioma, e, uma vez que têm de estudar os textos para apresentá-los e preparar as
atividades, desenvolvem a capacidade de leitura/interpretação, a autoestima, a habilidade de
gestão e organização, a maturidade intelectual, entre outras. Para os docentes, a atividade
permitiu divulgar o curso de Secretariado Executivo; conhecer, melhor, a realidade dos jovens
participantes do projeto com relação ao ensino/aprendizagem do idioma, assim como dos
acadêmicos dos diferentes anos do curso.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto Preparando Para o 1° Emprego e a Oficina de Língua Inglesa somam-se a
tantas outras ações em que a Unioeste opera com a parceria da comunidade externa,
demonstrando o valor social e o papel da universidade nos dias atuais. Esta oficina, em
especial, evidencia a importância da implementação de atividades extensionistas e de
pesquisa, além do ensino.
Considera-se que o conteúdo apresentado nessa oficina é extremamente relevante à
conscientização da importância do domínio da língua inglesa em nossa sociedade, seja por
motivos pessoais ou empregatícios. Tanto o é, que a partir de 2018, usaremos este material,
também, com os ingressos do curso de Secretariado Executivo, na primeira aula de língua
inglesa.
REFERÊNCIAS
DIALETTOCOMUNICACAO. Fluência em inglês é barreira para profissionais - Jornal
Hoje - TVGLOBO. Youtube. Vídeo (5min24s). 12 abr. 2013. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=ls0y4PqAAs0>. Acesso em: 07 out. 2017.
GASPARINI, Claudia. 5 segredos para aprender inglês mais rápido (e melhor). Exame.
[S.l.], 2015. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/carreira/5-segredos-para-aprender-
ingles-mais-rapido-e-melhor/>.Acesso em: 13 set. 2017.
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INGLÊS 200 HORAS. A Importância do Inglês no Mercado de Trabalho. Youtube. Vídeo
(4min28s). 1 out. 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ls0y4PqAAs0>.
Acesso em: 07 out. 2017.
KUMARAVADIVELU, B. A linguística aplicada na era da globalização. In: MOITA
LOPES, L. P. et al. (Org.). Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola
Editorial, 2006. p. 135-148.
LAVOR, Jonatan. A importância do inglês no mundo globalizado. Medium, [S.l.], set.
2016. Disponível em: <https://medium.com/@jonatanlavor/a-import%C3%A2ncia-do-
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LIMA, Denilso de. 80 Dicas Para Aprender Inglês Sozinho. Inglês na Ponta da Língua,
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LOPES, R. S.; BERNARDON, M. Devo falar inglês como um nativo? Concepções sobre
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LUCAS, Miguel. 10 benefícios psicológicos de aprender um novo idioma. Escola
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de Secretariado Executivo – UNIOESTE
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beneficios-psicologicos-aprender-um-novo-idioma.html>. Acesso em: 13 set. 2017.;
VIVENDO SEM ROTEIRO. Qual a importância de falar Inglês. Youtube. Vídeo
(6min07s). 4 maio 2017. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=kMr2QuNaFTg>. Acesso em: 07 out. 2017.
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A LÍNGUA INGLESA NA VIDA PROFISSIONAL DOS ACADÊMICOS DE
SECRETARIADO EXECUTIVO DA UNIOESTE, CAMPUS DE TOLEDO-PR
Rodrigo Smaha Lopes
Silvana Regina da Silva
Keila Raquel Wenningkamp
1 INTRODUÇÃO
Diversos são os estudos que tratam da imprescindibilidade da língua inglesa para o
profissional de Secretariado Executivo. Não obstante, a realidade do uso do idioma parece,
por vezes, distante quando se pensa em pequenas cidades ou municípios do interior, como é o
caso de Toledo, na região oeste do Paraná. Logo, a questão de pesquisa que se pretende
responder neste estudo é: qual a importância de profissionais que saibam a língua inglesa nas
empresas dos acadêmicos do Curso de Secretariado Executivo da Unioeste, campus de
Toledo-PR? Ademais, objetiva-se saber se eles ambicionam usar o idioma em suas vidas
profissionais. Este estudo se justifica por possibilitar tanto aos docentes como discentes uma
noção, preliminar, da realidade do uso da língua em suas organizações, o que pode contribuir
com direcionamentos para a vida profissional dos acadêmicos e também para o ensino da
referida língua no Curso de Secretariado Executivo da Unioeste.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O mercado de trabalho passou por grandes mudanças ocasionadas, principalmente,
pela efetivação da globalização, que é um dos processos responsáveis pela integração
econômica, social, cultural e espacial dos países do mundo (BRANCHER; SANTOS; 2007,
s.p.), sendo, em grande medida, responsável pela atual situação do cenário organizacional
mundial. Para atender as exigências desse mercado, o profissional de Secretariado teve de
acompanhar as mudanças, transformar-se e desenvolver competências e habilidades para
melhor desempenhar sua função e se manter um profissional importante nas organizações.
Dessa forma, conseguir se comunicar em uma segunda língua, principalmente no
inglês, tendo em vista sua predominância como língua global – “Uma língua alcança status
verdadeiramente global [...] quando desenvolve um papel especial reconhecido em todos os
países” (CRYSTAL, 1997 apud KUMARAVADIVELU, 2006, p. 135) –, não é mais um
diferencial para o profissional, tornou-se uma necessidade para estes cujo papel é ser elo de
comunicação entre diferentes níveis hierárquicos dentro de uma organização e também com o
ambiente externo.
Na Unioeste, campus de Toledo, o objetivo do curso o Curso de Secretariado
Executivo é formar profissionais para atuar nas funções de assessores, gestores, consultores e
empreendedores, para tanto o curso oferta disciplinas nas áreas de Administração, Gestão,
Técnicas Secretariais, Direito, Marketing, Comunicação e Línguas, seguindo as Diretrizes
Curriculares Nacionais para o curso de Secretariado Executivo. Para tanto, oferta a disciplina
de língua inglesa, de acordo com o Projeto Político Pedagógico vigente, nos 4 anos do curso,
com uma carga horária total de 408h/a.
Assim sendo, partindo do princípio de que com a globalização, a evolução do
mercado de trabalho e da profissão, o inglês se tornou ímpar para o profissional de
Secretariado; considerando que o curso ofertado na Unioeste dispõe de disciplinas de língua
inglesa que permitem o aprendizado do idioma até um nível pré-intermediário; e que boa
parte dos egressos permanece no município após a graduação – “[...] Após a graduação, 58%
dos egressos continuaram residindo em Toledo; 24% permaneceram na Região Oeste do
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estado; 8% mudaram-se para outras regiões do estado; 7% deslocaram-se para outras regiões
do país e, 3% para outros países.” (CIELO; SCHMIDT; KÜHN, 2010, s.p.) – propõe-se, neste
trabalho, verificar qual a importância de profissionais com domínio da língua inglesa nas
empresas em que os acadêmicos do Curso de Secretariado Executivo da Unioeste, campus de
Toledo, atualmente trabalham e se eles ambicionam usá-la em suas vidas profissionais.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Esta pesquisa se refere a um estudo descritivo e de abordagem qualitativa. No que
tange à população de estudo, essa foi composta por todos os acadêmicos matriculados nos
quatro anos do Curso de Secretariado Executivo da Unioeste – um total de 132 –, bem como
todas as empresas em que eles atuam – um quantitativo de 75 diferentes empresas.
Em relação à coleta de dados, essa ocorreu por meio de um questionário aplicado aos
acadêmicos do curso e às organizações em que atuam. O primeiro questionário, destinado aos
acadêmicos, teve por objetivo, por um lado, indagar dados da empresa em que o acadêmico
trabalha – se lá havia a necessidade de profissionais que dominem a língua inglesa e para qual
cargo/função – e, por outro, saber se o acadêmico tinha interesse em utilizar a língua inglesa
na vida profissional e, especificamente, para que função. O segundo questionário foi
direcionado às empresas e respondido pelos profissionais de RH e/ou proprietários e objetivou
saber da necessidade de profissionais que dominem a língua inglesa para algum cargo ou
função dentro da organização.
O questionário foi aplicado pessoalmente aos acadêmicos do Curso de Secretariado
Executivo no período de 2 a 23 de junho de 2017, enquanto que para as empresas foi aplicado
via telefone ou e-mail nesse mesmo período. O total de acadêmicos que responderam à
pesquisa foi de 120, o que significa 91% do total de alunos matriculados. Por sua vez, foram
contatadas 75 empresas, das quais foi possível obter 72 respostas – o que equivale a 96%. A
análise dos dados coletados foi feita de maneira descritiva com a utilização do software Excel
para a geração de gráficos e quadros que facilitassem a compreensão.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A primeira parte da pesquisa conduziu à averiguação de que no ano de realização
desta pesquisa (2017) havia 132 acadêmicos matriculados e cursando a graduação. Destes, 99
trabalham, 18 não trabalham, 3 são bolsistas e 12 não responderam ao questionário, ou por
recusa ou por não retornar o contato. Apresenta-se o Gráfico 1, a seguir, englobando os quatro
anos do curso, para melhor ilustrar tais dados.
Gráfico 1 - Situação Empregatícia dos Acadêmicos
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
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Constata-se, portanto, que 75% do quadro de acadêmicos tem uma dupla jornada de
trabalhos e estudos, o que apenas constata a realidade do jovem brasileiro e influencia,
sobremaneira, entre outras questões, o desempenho acadêmico.
Quanto às empresas, os 99 acadêmicos apontaram 75 empresas distintas, porém, em
11 destas há mais de uma ocorrência, isto é, em 7 há ocorrência dobrada; em 1, triplicada; em
2, quadruplicada; e em 1, decuplicada. Dessas 75, foi possível obter contato com 723. A
grande maioria está localizada no Município de Toledo (58 empresas), mas houve ocorrência
de empresas em Cascavel (4), Entre Rios do Oeste (1), Pato Branco (1), Marechal Cândido
Rondon (2), Ouro Verde do Oeste (1), Palotina (1), Terra Roxa (1), Tupãssi (2) e Vera Cruz
do Oeste (1) – o que demonstra, como apontado por Cielo, Schmidt e Kühn (2010), a
abrangência local do curso.
Depois de observada a situação empregatícia dos acadêmicos do curso, o próximo
questionamento foi, se na visão do estudante, haveria necessidade de profissionais que
dominem a língua inglesa na empresa em que atuam. 41 dos discentes apontaram que sim, e
mencionaram, dentre os usos, viagens, atendimento ao público, docência,
importação/exportação, compra e venda, relação/comunicação/projeto internacional, uso de
sistemas de informação, auditorias e leitura.
Por fim, outra pergunta direcionada aos acadêmicos, que merece destaque e de
fundamental importância para mostrar a relevância da disciplina de língua inglesa no curso de
Secretariado Executivo da Unioeste, campus de Toledo, foi: “você pretende usar a língua
inglesa na vida profissional?”. Obteve-se que 98 dos 120 discentes (82%), que responderam à
pesquisa, pretendem, sim, usar o idioma, apontando diversas finalidades, entre elas:
comunicação, vendas, viagens/turismo, estudos, intercâmbio, trabalho em empresas que
necessitem do idioma/multinacionais, trabalho no exterior, exportação, contato com o
mercado internacional, acompanhar/sobreviver o/no mundo moderno e o/no mercado de
trabalho, tradução, desenvolvimento/satisfação pessoal, docência, alavancar a carreira/crescer
na profissão/ter um diferencial/melhorar o currículo e relações internacionais.
Finalizada a primeira parte da pesquisa, que se referia a questionamentos com os
acadêmicos, a segunda parte se caracterizou pela aplicação de questionário às empresas em
que os acadêmicos atualmente trabalham. Conforme já exposto, das 75 empresas citadas pelos
acadêmicos, foi possível contatar 72.
O primeiro questionamento feito a essas empresas foi sobre o número de
colaboradores. Considerando o critério de classificação de estabelecimentos segundo setor e
porte, de acordo com o Sebrae (2013), e o número de colaboradores fornecido pelas empresas,
obteve-se 11 indústrias e 46 empresas voltadas ao comércio e serviços, conforme o Gráfico 2:
Gráfico 2 - Classificação das empresas segundo setor e porte
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
3 Das 3 empresas que faltaram, 1 acadêmico se recusou a responder, com 1 não foi possível contato e 1 não
apresentou os dados corretamente e não se conseguiu mais contato.
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Além destas, há 13 estabelecimentos de administração pública que não se enquadram
nos setores englobados pelo Sebrae – usando-se a classificação do setor de Serviço4, por
exemplo, haveria 1 (micro), 3 (pequenas), 1 (média) e 8 (grandes) – e 2 não responderam, que
somam as 72 empresas com que se conseguiu contato.
Posteriormente, indagou-se sobre a necessidade de profissionais que saibam a língua
inglesa para atuar na organização. Do total de 72 empresas, 59 afirmaram que o idioma não é
requisito para nenhum cargo, nem necessário para as funções desempenhadas, já as outras 15
apontaram que sim, é necessário para determinados/as cargos/funções.
É importante esclarecer que essas 15 empresas que responderam “sim” à pergunta
sobre a necessidade de profissionais que saibam a língua inglesa somam 34 discentes. Em
outras palavras, dos 99 discentes que trabalham, 34% o fazem em empresas que necessitam de
profissionais que tenham conhecimento da língua inglesa – não necessariamente no cargo em
que o acadêmico atualmente trabalha.
Além disto, é importante comparar a resposta das empresas quanto ao uso do idioma
e a concepção dos estudantes, uma vez que a pergunta “há profissionais que precisam da
língua inglesa” foi feita para os dois grupos. Assim, 15 empresas, com 34 dos discentes,
confirmam a necessidade, todavia, 42 dos discentes apontaram no questionário, conforme
exposto acima, que consideram o inglês necessário nas empresas em que trabalham. Ao
verificar a discrepância, percebe-se que 13 discentes apontaram empresas cujo RH ou
administração negou o uso do idioma, o que pode levar ao entendimento, pelo menos em
parte, e confiando nas informações repassadas pelas empresas, que falta conhecimento do
discente sobre o local de trabalho, ou ainda, que informações desencontradas podem existir
entre as reais exigências da empresa para com seus recursos humanos/sua administração. Da
mesma forma, porém em número menor, 5 discentes desconhecem que na empresa em que
trabalham o idioma é usado. Resumindo, 42 (que disseram que sim) menos 13 (que, na
verdade, não usam o idioma) mais 5 (que disseram que não, mas usa), chega-se ao total dos
34 acadêmicos nas 15 empresas.
Destas 15, 8, todavia, voltam-se ao ensino e apenas 4 à indústria, 1 ao comércio 1 e à
prestação de serviços. Ainda, das 8 empresas que utilizam o idioma voltada ao ensino, 5 são
escolas de idiomas, 2 são universidades e 1 é colégio. Há que deixar claro, contudo, que não é
objetivo do curso formar professores de línguas, mas algumas empresas contratam
acadêmicos do curso pelo fato do inglês fazer parte da grade curricular e, principalmente, pelo
fato deles terem um histórico de aprendizagem do idioma antes/fora/além da graduação.
Afinal, um nível pré-intermediário – o que o curso oferece ao final dos 4 anos – não é
suficiente para lecionar e sim para exercer determinadas funções comunicativas.
Nas 4 indústrias – de grande porte, inclusive – diversos cargos/setores foram
apontados, entre eles: compra e venda; manutenção; administrativo; comercialização;
assuntos regulatórios; importação; internacionalização; pesquisa desenvolvimento e inovação;
sistema de qualidade; tecnologia da informação; recursos humanos; estágio internacional; e
engenharia. Já nas empresas de comércio (pequeno porte) e prestação de serviço
(microempresa), foi apontada por ambas a necessidade da leitura apenas, tendo em vista que
utilizam seja para lidar com aparelhos que estão em inglês, seja para compreensão dos
catálogos e dos códigos para as compras.
4 Quanto ao porte, o Sebrae (2013) divide as Indústrias em: micro até 19 pessoas, pequena de 20 a 99, média de
100 a 499 e grande 500 ou mais; e o Comércio e Serviços em: micro até 9 pessoas, pequena de 10 a 49, média 50
a 99 e grande 100 ou mais.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O principal objetivo que norteou esta pesquisa foi analisar a importância de
profissionais com domínio da língua inglesa nas empresas em que os acadêmicos do Curso de
Secretariado Executivo da Unioeste, campus de Toledo-PR, atualmente trabalham e se eles
ambicionam usá-la suas vidas profissionais.
A partir da coleta e análise dos dados, foi possível compreender diversos aspectos.
Primeiramente, de que maneira está o quadro discente do curso de secretariado executivo da
Unioeste, campus de Toledo, quanto à situação empregatícia, isto é, 75% dos acadêmicos
trabalham e, foco da pesquisa, em torno de 34% deles o fazem em empresas que necessitam
de profissionais que saibam a língua inglesa, totalizando 15 empresas, sendo que 8 se voltam
ao ensino, 4 à indústria, 1 ao comércio 1 e à prestação de serviços.
Pode-se dizer que já se esperava um número baixo de empresas que demandam o uso
a língua para certas funções – 6, com exceção das que se voltam ao ensino: 4 de grande porte
e 2 de porte pequeno. Surpreende-se, contudo, ao conhecer que 98 dos 120 discentes que
responderam à pesquisa, ou seja, quase 82%, pretendem usar o idioma para variados
objetivos, o que justifica a necessidade/importância do ensino do idioma no curso. Além
disso, esse resultado torna-se relevante a fim de apontar direcionamentos para o futuro
profissional de Secretariado Executivo, no sentido de que se pretendem usar a língua inglesa
talvez isso não ocorra, necessariamente, nas empresas em que atualmente trabalham.
Nesse viés, ressalta-se que este foi um estudo preliminar e ele não intentou apontar
que não há campo para atuação de secretários/as com a língua inglesa em empresas de Toledo
e região, mas que na maioria das empresas em que os acadêmicos exercem, hoje, uma
atividade profissional, a língua não é requisitada.
REFERÊNCIAS
BRANCHER, N.; SANTOS, M. E. M. O domínio das línguas estrangeiras e o profissional de
secretariado executivo bilíngüe. Secretariado Executiv@ em Revista, Passo Fundo, v. 3,
2007.
CIELO, I; D.; SCHMIDT, C. M.; KÜHN, M. K. S. A empregabilidade do profissional de
Secretariado Executivo: uma análise empírica na Unioeste-campus de Toledo. Revista
Expectativa, Toledo, v. 6, n. 9, 2010.
KUMARAVADIVELU, B. A linguística aplicada na era da globalização. In: MOITA
LOPES, L. P. et al. (Org.). Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola
Editorial, 2006. p. 135-148.
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A VISÃO DO ENSINO DE LÍNGUAS PARA OS ACADÊMICOS DO PRIMEIRO
ANO DO CURSO DE SECRETARIADO EXECUTIVO DA UNIOESTE - CAMPUS
DE TOLEDO
Adriana Caroline Heck Antunes
Thaina Celestia Puckosek Barbosa
Nathalia Taynara Castilho
Taiana Grespan
Patrícia Stafusa Sala Battisti
1 INTRODUÇÃO
A educação é considerada requisito essencial em uma sociedade tão exigente e em
contínua transformação como a de hoje. Dessa forma, o ensino de línguas – tanto a materna
quanto as estrangeiras – tem se mostrado cada vez mais importante nesse contexto em que a
comunicação é um item fundamental para os negócios. Assim, as disciplinas de línguas nos
cursos de graduação interferem intensamente na formação de qualquer profissional. Mas
quando se trata do profissional de Secretariado Executivo essa questão é ainda mais relevante,
pois este utiliza diversos idiomas em seu local de trabalho, por estar em cargos de assessor,
gestor, empreendedor, entre outros cargos que exigem esse conhecimento.
Neste sentido questiona-se de que forma os acadêmicos percebem as disciplinas de
línguas como importantes para o futuro profissional. Sendo assim, este estudo possui o
objetivo de mostrar a importância das línguas para os alunos ingressantes no curso de
Secretariado Executivo da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus de Toledo em
2017.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Observa-se que a Língua Portuguesa é considerada como base para a formação de
todos os acadêmicos, independente da sua área de atuação. É imprescindível que esta
disciplina seja trabalhada com bastante afinco, uma vez que irá desenvolver habilidades
essenciais como a escrita, leitura, e também a oralidade, contribuindo para o seu desempenho
profissional. Ademais da língua materna do indivíduo, o estudo das línguas estrangeiras se
torna algo necessário para o mundo que vivemos hoje, aera da globalização, quando se fala no
profissional de secretariado essa questão é ainda mais relevante.
Para as autoras Brancher e Santos (2007, p. 7) é notável que o conhecimento das
línguas estrangeiras modernas (inglês, francês, espanhol, italiano, entre outros idiomas), é
essencial para a carreira do profissional de secretariado, desde a regulamentação da profissão
em 1985 quando lhe foi colocada a função de redigir textos estrangeiros (função básica na
época), ser bilíngue, trilíngue se tornou necessário. Segundo o autor Silva (2002, apud
SANTOS, 2012, p. 102), “o português, o inglês e o espanhol, por exemplo, são idiomas
fundamentais para o trabalho do secretário executivo e que o domínio de uma terceira língua
é, na realidade, o verdadeiro diferencial desse profissional”.
O estudo das línguas abre um leque para outra competência do profissional de
secretariado, pois vários artigos que são publicados por profissionais da área mostram que
para ser um bom profissional de secretariado, deve-se ser capaz de exercer a
multifuncionalidade. Mas além dessa habilidade, outro fator muito importante para a sua
formação é a arte da boa comunicação. Para Bortolotto e Willers (2005), a comunicação é um
processo de transmitir ideias, quando alguma coisa é compartilhada por duas ou mais pessoas,
ou organizações de maneiras verbais ou não verbais.
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A arte de se comunicar verbalmente surgiu na Grécia com a necessidade de
persuadir. Foi então que nas escolas - onde os sofistas ensinavam - que disciplinas como
gramática e retórica acabavam sendo essenciais, para que quem procurasse a escola pudessem
dominar as palavras. (CITELLI, 2000).
A língua materna deve ser clara e polida, tanto em sua oralidade quanto na escrita.
Além disso, optar por uma segunda língua acaba sendo um diferencial, levando em conta não
só o contexto corporativo do profissional de secretariado, mas também que essa se torna uma
ferramenta capaz de auxiliar na era globalizada e internacional na atualidade. O profissional
de secretariado deve conhecer sua língua materna e línguas que pode vir a utilizar, de forma
clara, para que não haja ruídos de comunicação, já que esta desempenha um papel
extremamente importante dentro das organizações. As autoras Souza e Galvão entendem que:
comunicação é imprescindível para o sucesso corporativo do profissional de
Secretariado Executivo, pois ele atua como agente facilitador e transmissor de
informações claras e objetivas, evitando ruídos na comunicação que possam
interferir em futuras negociações da organização (SOUZA; GALVÃO, 2016, p. 52).
O profissional de Secretariado Executivo “também desempenha algumas vezes
funções de relações públicas, que compreendem contatos com o público, com o objetivo de
influenciá-lo favoravelmente [...]” (MEDEIROS; HERNANDES, 2010, p.15). Com isso,
constata-se que esse profissional desempenha a função de promover a marca da empresa junto
aos funcionários e clientes, devendo sempre ter uma postura adequada, conhecimento do
idioma necessário e habilidades de comunicação coerentes para cada situação.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este estudo possui o objetivo de verificar a importância que os acadêmicos do
primeiro ano do curso de Secretariado Executivo da Unioeste - Campus de Toledo, atribuem
ao estudo das línguas, principalmente português, inglês e espanhol, que compõem a matriz
curricular do curso.
Para tanto, foi utilizado o método de pesquisa qualitativa. Sendo assim, foi aplicado
um questionário para 24 discentes do primeiro ano de graduação de 2017, o que representa
68% do total de alunos da referida turma.
O questionário aplicado possuía seis questões, sendo elas três objetivas e três
dissertativas, as quais os acadêmicos deveriam preencher de acordo com sua realidade, o que
proporciona uma veracidade de informações para este estudo.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A partir da análise dos dados coletados, foram selecionadas algumas respostas dos
ingressantes do curso, para serem apresentadas nesse trabalho. Sendo elas: Discente 1:
“Ajudam a conseguir um emprego melhor e ter maior prestígio”; Discente 2: “Melhorar a
comunicação e o currículo”; Discente 3: “é de fundamental importância, pois o leque de
atuação que o profissional desempenha se faz necessário”; Discente 4: “O ensino dessas
línguas são de extrema importância para a formação profissional, pois são necessárias no
mercado de trabalho atual”; Discente 5: “A era digital exige a formação profissional com
visão sistêmica e capacidade de comunicação global”; Discente 6: “importantíssimo, pois abre
portas no mercado de trabalho por facilitar a comunicação entre pessoas e empresas.
Em relação ao grau de importância do estudo dessas disciplinas para a vida
profissional, 19 dos entrevistados atribuíram nota máxima, e cinco nota média. Dessa forma,
constata-se que os acadêmicos do primeiro ano do curso percebem o estudo das línguas como
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de extrema importância para a vida profissional. Segundo alguns deles, saber se comunicar
bem na língua materna e nas línguas estrangeiras é a chave para ser um profissional bem-
sucedido, mais desenvolvido e mais qualificado para o mercado de trabalho.
Analisando as respostas obtidas, verifica-se que os alunos veem o ensino dessas
línguas – português, inglês e espanhol - de forma extremamente importante, pois ajuda a
alavancar a carreira do secretário executivo, já que este profissional ocupa cargos estratégicos
e que são de grande valia para as organizações, de modo que deve saber se comunicar de
forma adequada com todos da empresa onde está inserido.
Observa-se também que 58% (14 acadêmicos) dos entrevistados não frequentam
curso de idiomas fora das universidades, enquanto 42% (10 acadêmicos) frequentam alguma
escola de idiomas. Entre as línguas estudadas fora do ambiente acadêmico, nove estudam
inglês, e um estuda inglês e espanhol. O Gráfico 1 demonstra quais os principais motivos que
fizeram esses estudantes terem buscado os cursos:
Gráfico 1 - Motivos que levaram os acadêmicos a procurar cursos de idiomas fora da universidade
Fonte: resultados da pesquisa (2017).
Constata-se que 5 (50%) dos acadêmicos que fazem curso de idiomas em escolas
particulares, disseram ter buscado este curso para melhorar seus rendimentos na universidade,
2 (20%) disseram ser por ajudar na carreira e empregabilidade, outros 2 (20%) contam que
fazem por gostar da língua, e 1 (10%) diz ser por melhorar o rendimento na universidade e no
seu local de trabalho. Esse resultado demonstra que os cursos são mais procurados por ajudar
na universidade e na carreira.
No Gráfico 2 pode ser observado os motivos pelos quais os acadêmicos não
frequentem cursos de idiomas fora da universidade:
Gráfico 2 - Motivos para os acadêmicos não frequentarem cursos de idiomas fora da universidade
Fonte: resultados da pesquisa (2017).
A partir do Gráfico 2, pode ser observado quais os motivos para que os 14
acadêmicos não estudem nenhum curso de idiomas fora da universidade: 12 acadêmicos
(86%) afirmaram que não frequentam por falta de tempo e, também, por serem cursos muito
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caros; 1 aluno (7%) por achar que não é necessário pois já são ofertados na graduação; e 1
acadêmico (7%) por outros motivos. Por meio desse gráfico fica perceptível que a grande
parte dos acadêmicos (86%) do primeiro ano não frequenta por falta de tempo e por
concluírem que os cursos de idiomas são muito caros.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A aplicação desta pesquisa permite concluir que logo no primeiro ano do curso ficou
visível que os alunos já compreendem a importância do estudo dessas línguas na graduação.
Entende-se que os acadêmicos reconhecem tal importância do estudo dessas
disciplinas, pois sabem que melhoram tanto o rendimento durante o curso, quanto podem
auxiliar e aumentar as chances de empregabilidade no cenário atual e globalizado do mercado
de trabalho. Isso se deve ao fato deles já apresentarem uma breve noção dessa importância
mesmo antes de iniciarem a graduação. Essa afirmação pode ser comprovada com o resultado
desse estudo em que 42% frequentam escolas de idiomas.
Por fim, conclui-se que os acadêmicos consideram o estudo das línguas importante
na universidade e fora dela, uma vez que ter o conhecimento sobre essas línguas é primordial
para a vida desses profissionais, podendo alavancar suas carreiras.
REFERÊNCIAS
BORTOLOTTO, M. F. P.; WILLERS, E. M. Profissional de secretário executivo: explanação
das principais características que compõem o perfil. Revista Expectativa. Vol. 4. n. 4. 2005.
BRANCHER, N.; SANTOS, M. E. M. O domínio das línguas estrangeiras e o profissional de
secretariado executivo bilíngue. Secretariado executivo em revista, v. 3, Passo Fundo, p. 7
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set,2017.
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TEMÁTICA ADMINISTRAÇÃO
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UM OLHAR PARA AS TEMÁTICAS SOBRE CONSULTORIA RETRATADAS EM
PERIÓDICOS E EVENTOS A PARTIR DE 2009
Patricia Stafusa Sala Battisti
Luciana Dourado
1 INTRODUÇÃO
A consultoria nas organizações vem ganhando espaço nas últimas décadas. Oliveira
(2015), por exemplo, aponta um crescimento vertiginoso entre a década de 2000 e 2010. A
complexidade das organizações, a competitividade e a necessidade de inovação têm sido
apontadas como as principais razões da demanda por consultoria nas empresas (COELHO,
2013; CROCCO; GUTTMAN, 2010). Assim, há a necessidade de que a academia tanto na
área de Administração quanto, mais especificamente, na área do Secretariado Executivo
também produza material sobre a temática de modo a subsidiar consultores e graduandos em
suas reflexões e nas suas atividades profissionais.
Nesse contexto, esse trabalho tem por objetivo analisar as temáticas sobre consultoria
dentro das áreas Secretarial e de Administração por meio de uma compilação dos artigos da
área de Secretariado e afins. Essa compilação é fundamental para conhecer as áreas de
atuação desse profissional e para a formação de um conjunto compreensivo de temas, que
possa servir de parâmetro para se repensar a disciplina de consultoria nos cursos que a
contemplam e contribuir para os Cursos de Secretariado que estão em fase de implantação da
disciplina.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A consultoria pode ser conceituada a partir dos autores Crocco e Guttmann (2010, p.
8) como um processo de interação em que os profissionais de consultoria e o gestor da
empresa-cliente buscam alternativas por meio de “um ou mais conjuntos de opções de
mudanças que proporcionem a tomada de decisão mais adequada ao atendimento das
necessidades da organização”.
Por essa definição abrangente, é possível concluir que a atividade de consultoria
pode envolver profissionais de diversas áreas e atuar em vários setores das empresas. Pode-se
citar, por exemplo, economistas, contadores, administradores e secretários executivos, para
elaborarem, em conjunto, com o cliente, soluções generalistas ou especializadas nos setores.
Segundo Coelho (2013) existem várias metodologias para atuar como consultor,
independente da área, mas em geral, são baseadas em sistemas, processos e comportamentos.
Quanto aos sistemas, o consultor deve observar como a organização utiliza a informação para
a tomada de decisões, colaborando para sua criação ou para o aprimoramento da tomada de
decisão. Em relação aos processos, o autor afirma que para tomar as medidas corretas, o
consultor deve focar na maneira como os processos são desenvolvidos na empresa e, por fim,
estudar o comportamento dos colaboradores e chefias envolvidos no processo, de modo a
colaborar com as mudanças inerentes à consultoria.
Nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) do Curso de Secretariado Executivo
está prevista uma linha de formação que prevê o profissional de secretariado como consultor.
Conforme consta nas DCNs, nos projetos pedagógicos de Secretariado Executivo devem estar
previstas “atividades gerenciais, de assessoramento, de empreendedorismo e de consultoria,
contidas no exercício das funções de Secretário Executivo, para melhor atender às
necessidades do perfil profissiográfico que o mercado ou a região exigirem” (BRASIL, 2005,
p. 2, ênfase nossa).
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Logo, tornou-se uma necessidade para os profissionais de Secretariado Executivo se
adaptarem ao mercado de trabalho que segue em constante mudança, sendo mais uma
competência que agrega a qualificação do profissional. Paes et al. (2015) reafirma o que prevê
a resolução ao identificar o secretário com possibilidades na carreira para o pool secretarial,
home offices, área cooperativista, os escritórios virtuais e a consultoria secretarial.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Esta pesquisa se caracteriza como uma pesquisa qualitativa e descritiva, uma vez que
trata de analisar os dados coletados de forma a classificar os temas de consultoria nos sites
públicos de revistas e eventos de interesse (GIL, 2002).
Iniciaram-se as buscas com a ferramenta de pesquisa dos próprios sites com a palavra
"consultoria" e com o filtro "todos", nos sites das revistas de Secretariado Executivo: a
Revista Expectativa (UNIOESTE); a Revista Secretariado Executivo em Revist@ (UPF)
revistas oriundas de Cursos de Secretariado. Além delas, as revistas Gestão e Secretariado
(GeSec-Sinsesp-SP) e a Revista Capital Científico (UNICENTRO), revistas com vários
artigos da área secretarial, bem como de outras áreas das Ciências Sociais Aplicadas. Em uma
pesquisa preliminar, observou-se a pouca quantidade de artigos sobre consultoria, optou-se
por expandir a pesquisa usando o repositório de artigos científicos SPELL (Scientific
Periodicals Electronic Library) e o site da Anpad (Associação Nacional de Pós Graduação e
Pesquisa em Administração) que possuem produção de conhecimento dentro do campo das
ciências administrativas, contábeis e afins.
Posteriormente foi feito uma leitura, análise e seleção nos resumos de cada artigo
para eliminar aqueles que contivessem o termo “consultoria” apenas como uma citação
isolada, sem aderência à proposta do estudo ou ainda artigos em duplicidade, para depois
passar à inferência e interpretação, nos termos de Bardin (2011).
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tendo em vista a classificação de Coelho (2013) sintetizada no referencial, buscou-
se agrupar as temáticas em sistemas, processos e comportamentos. No entanto, o que se
observou, na verdade, é que os artigos pesquisados, em geral, tinham um teor e uma
finalidade diferentes. Por exemplo, observou-se que havia artigos com um olhar para as
práticas e o ensino de consultoria pensadas a partir da universidade. Assim, optou-se por
propor um outro tipo de agrupamento, que poderia ser mais útil para o objetivo desse estudo,
com as seguintes temáticas: 1) Ensino e práticas de consultoria nas Universidades; 2)
Consultoria Interna; 3) Contratação dos Serviços de Consultoria; 4) Ferramentas utilizadas na
Consultoria; 5) Consultoria no Secretariado e, 6) Consultoria Especializadas. Segue o Quadro
1 que ilustra essa classificação feita a partir de 44 artigos selecionados.
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Quadro 1 – Principais temas em consultoria nos sites pesquisados
TEMA SITE DE PESQUISA Qtde %
Ensino e Práticas de
Consultoria nas
Universidades
Empresa Júnior ANPAD/ Sec. em Revist@/
SPELL
1/1/1
81
6,8
Laboratório de Consultoria ANPAD 1 2,4
Análise de Filme SPELL 1 2,4
Análise de casos Capital Científico/SPELL 1/5 13,6
Competências (acadêmicos) Capital Científico/ Sec.em Revist@ 1/1 4,5
Consultoria Interna ANPAD/SPELL 2/3 11,3
Contração dos Serviços de Consultoria ANPAD 3 6,8
Ferramentas de Consultoria ANPAD/SPELL 2/3 11,3
Consultoria e Secretariado Gesec / Capital Científico 2/2 9
Consultoria Específica Recursos Humanos SPELL 5 11,3
Financeira SPELL 1 2,4
Consultoria em ONGs Capital Científico/SPELL 1/3 9
Consultoria Hospitalar ANPAD/SPELL 2/1 6,8
Turismo SPELL 1 2,4
TOTAL DE ARTIGOS SELECIONADOS 44 100
Fonte: resultados da pesquisa (2017)
4.1 Ensino e práticas de consultoria nas universidades
Essa temática é particularmente importante para se pensar a consultoria no ensino
superior, uma vez que fornece uma série de mecanismos para o docente pensar em sua prática
em sala de aula e nas possibilidades que a universidade possa oferecer. Como é o caso da
empresa júnior que oferece um espaço em que a consultoria pode ser realizada ainda sob a
supervisão do docente. Essa possibilidade é apontada tanto em revistas do Secretariado como
nas de Administração.
Outra possibilidade de consultoria durante a graduação é a simulação da consultoria
em sala, como relatam Silva Jr. e Moura (2011) ao utilizar uma atividade em sala de aula, a
qual consistia em separar as equipes em gerentes de áreas, gestores e consultores em um
formato de um laboratório de consultoria para que os discentes pudessem praticar seus
conhecimentos teóricos. Uma outra possibilidade apresentada é a utilização de filmes para a
análise da consultoria, a exemplo do que fizeram Bizarria et al. (2014).
A análise de casos também é bastante utilizada em aulas de consultoria. Nesse estudo
é o tipo de artigo que aparece com maior frequência (6), correspondendo a quase 14% do total
de artigos analisados. O estudo de casos é salutar quando se almeja conhecer as soluções
dadas em consultoria em determinada área ou problemática. Para ilustrar, pode-se citar o
artigo de Meireles, Debastiani e Rojo (2015), o qual relata o uso do modelo de Ciclo de Vida
Organizacional de Greiner para uma indústria de implementos agrícolas.
Uma outra abordagem que foi classificada nessa temática são artigos que analisam as
competências e habilidades que os acadêmicos desenvolvem durante o curso de graduação em
Secretariado executivo (ANTUNES; ARAÚJO, 2013).
4.2 Consultoria interna
A consultoria interna desponta como um ramo promissor nas organizações. Segundo
Moura, Feitosa e Souza (2009) com a necessidade de constante renovação dentro das
empresas e o interesse das organizações em possuir, entre seus membros, colaboradores
capazes de oferecer soluções diferenciadas, a consultoria interna tem surgido como uma
oportunidade de trabalho para aquele que tem perfil de consultor, em sua capacidade técnica,
mas não têm seu próprio negócio de consultoria ou trabalha para uma empresa de consultoria.
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Um exemplo da consultoria interna foi realizada na Petrobrás, na qual são criadas diferentes
propostas pelo consultor interno (FREITAG; SILVA, 2011)
4.3 Contratação da Consultoria
Esses artigos dessa classificação têm em comum o fato de abordarem os cuidados
necessários no momento de proceder aos contratos de consultoria, ou do ponto de vista da
demanda de seus clientes (SILVA JR. et al., 2011), ou do ponto de vista de prepará-lo para as
mudanças e para a construção de conhecimento empreendedor (SILVA JR., 2009), além de
construir o vínculo de confiança com o cliente, tendo o consultor como aliado (HONÓRIO;
MATTOS, 2009).
4.4 Ferramentas de consultoria
Os métodos para coleta, análise e solução de problemas na consultoria também foram
foco de cinco artigos. Cada um dos artigos utiliza ferramentas que possam ser o principal
auxílio para determinada empresa de acordo com suas necessidades. Entre eles, por exemplo,
Rodrigues, Walter e Borges (2015) usaram o Sincronismo Organizacional, Barboza e Rojo
(2015) utilizaram-se de três outras ferramentas como BCG, a análise SWOT
e o diagnóstico das 5 forças de Porter, entre outros exemplos. Nesse contexto, cada artigo
pode fornecer uma solução diferente para diferentes dificuldades. Assim, é importante que os
discentes se familiarizem com as técnicas mais utilizadas em consultoria.
4.5 Consultoria e Secretariado
Embora as temáticas de secretariado em relação à consultoria perpassem os itens já
citados, optou-se por criar uma categoria para incluir textos que visam chamar a atenção do
leitor em relação a consultoria especializada no secretariado tanto como oportunidade de
mercado, quanto da necessidade da disciplina de consultoria na matriz curricular para reforçar
o preparo do graduando na consultoria. Antunes e Araújo (2013) tem por objetivo caracterizar
as competências da consultoria como disciplina no curso de Secretariado. Já Artico e
Canrarotti (2013) e Paes et al. (2015) demonstram a atuação e os limites encontrados no
mercado de trabalho para a Consultoria Secretarial; Schmitz, Battisti e Santos (2015) abrange
ambos os assuntos, a consultoria como disciplina e como atuação no mercado.
4.6 Consultoria Especializada
Por fim, seguem exemplos de artigos em consultorias especializadas. Alguns desses
tipos de consultoria podem ser foco também de aperfeiçoamento do secretário executivo. Um
exemplo disso mais fácil de ser identificado ao Secretariado Executivo é a consultoria nos
recursos humanos, dado que muitas disciplinas no curso abordam essa temática em suas
ementas. Ferrazza, Cunha e Pinto (2012) tratam sobre a gestão por competências prestada por
consultores no setor de Recursos Humanos (RH) em Florianópolis. Outras consultorias
especializadas citadas foram na área financeira, na área hospitalar, na área de Turismo e a
consultoria em ONGs.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse trabalho teve como objetivo analisar as temáticas sobre consultoria dentro das
áreas Secretarial e de Administração por meio de uma compilação dos artigos da área de
Secretariado e afins a partir de 2009.
Os resultados apontaram que a maior parte dos artigos (quase 30%) se dedicam a
temática “Ensino e práticas de Consultorias nas universidades”, o que pode indicar uma
necessidade de incorporar nas práticas das universidades espaços para reflexão e práticas
dessa atividade. A consultoria interna também teve destaque nos artigos e, para o profissional
de secretariado executivo, é um nicho a ser explorado, como já apontado por Araújo e
Antunes (2015). As ferramentas utilizadas na consultoria também são foco de interesse de
alguns artigos. Observou-se também que o estado da arte em consultoria no que tange
especificamente o secretariado executivo é ainda incipiente e, portanto, precisa ser alvo de
outros estudos. Desse modo, acredita-se que o presente estudo cumpriu seu papel principal
que era compilar os artigos da área, a fim de colaborar com ideias para se repensar a
disciplina de Consultoria nos Cursos de Secretariado Executivo.
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IMPORTÂNCIA DA ELABORAÇÃO DE UM MANUAL PARA O SETOR DE
RECURSOS HUMANOS DE UMA INSTITUIÇÃO FEDERAL DE ENSINO
SUPERIOR
Jessica Caroline Santos Butke
Taiana Grespan
1 INTRODUÇÃO
O ato de organizar sempre fez parte da vida dos homens para que estes se
comportassem de maneira adequada em meio a grupos sociais. A conquista de objetivos
comuns de um determinado grupo de pessoas se tornou possível porque se organizaram. Para
isso, todo tipo de organização necessita de uma parte operacional, na qual o trabalho é
simplificado por meio de recursos ou instrumentos capazes de minimizar esforços e aumentar
o bem-estar (MIRANDA, 1986).
Para isso, é necessário aplicar os conceitos explicados pela ciência da Administração,
cuja especialidade é denominada de Organização, Sistemas e Métodos (O.S.M.), que por sua
vez é considerada uma habilidade técnica, pois otimiza o trabalho utilizando-se de
equipamentos, meios, métodos e ferramentas (OLIVEIRA, 2002).
Desse modo, alguns métodos e ferramentas de O.S.M. são utilizados tanto para
avaliar as dificuldades e recomendar soluções a fim de facilitar o trabalho operacional. Essa
análise administrativa pode ser feita por meio de ferramentas como o fluxograma, utilizado
para mapear a sequência de trabalho; os formulários, método que padroniza informações; o
layout, que distribui o espaço físico bem como equipamentos de trabalho de forma a facilitar a
execução das tarefas, além de minimizar esforços e ajudar na adaptação ao ambiente
(OLIVEIRA et al, 2016).
Esses mesmos autores apresentam outro método de organização de O.S.M., que é o
manual. Segundo eles, essa ferramenta consiste em um documento elaborado de acordo com a
necessidade e porte de cada empresa para padronizar procedimentos. Nele, podem ser
englobadas todas as ferramentas de análise, anteriormente mencionadas, além de tabelas,
quadros, leis, instruções normativas etc., a fim de facilitar a busca por informações e diminuir
tempo na operacionalização das atividades.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Uma das mais utilizadas e práticas ferramentas da área de O&M é o manual, pois
organizações de médio e grande porte, onde são mais requisitados, possuem grande número
de documentos institucionais, legislações, instruções, entre outros, os quais despendem tempo
na busca de uma informação ou solução para um determinado problema. Dessa forma, torna-
se viável a elaboração de manuais, cujo objetivo é dispor de informações políticas e práticas,
de formato acessível e linguagem clara para facilitar o trabalho nessas empresas (ARAÚJO,
1994).
Rocha (1985) explica que a facilidade e rapidez com que uma determinada
organização obtém informações e respostas são determinantes para seu diferencial e
consequente sucesso. Assim, essas informações podem ser encontradas nos Manuais, cujas
informações foram adquiridas, estudas e preservadas para serem utilizadas, reutilizadas e
atualizadas, quando necessário, para a finalidade a que se destinam.
Para tanto, Araújo (1994, p. 144) afirma que o objetivo da manualização é:
Permitir que a reunião de informações dispostas de forma sistematizada, criteriosa e
segmentada atue como instrumento facilitador do funcionamento da organização.
Esse seria o objetivo amplo, a grande alternativa para a aplicação de manuais na
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organização. Não importa o seu conteúdo nem a quem é endereçado, e sim a
insistência em seu uso, a certeza de que assim agindo os administradores estarão
dando à organização condições de manter uma dinâmica ágil em seus mais variados
aspectos.
Além disso, o autor ainda afirma que “o manual é elaborado para quem não sabe.
Quem sabe não o consulta. Se o fizer, faz porque há dúvida. E, portanto, não sabe. Isso quer
dizer o seguinte: a sua elaboração deve indicar todas as informações consideradas óbvias”
(ARAÚJO, 1994, p. 153). Dessa maneira, percebe-se a importância da utilização dos manuais
nas atividades corriqueiras das organizações, sejam elas simples ou complexas, pois havendo
dúvidas em um determinado procedimento é imprescindível ter um manual claro e objetivo à
disposição, acarretando assim, agilidade e assertividade nos processos.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A realização deste trabalho visou analisar a importância da elaboração de um manual
de procedimentos simplificado, de forma a padronizar a execução das tarefas de um setor de
Recursos Humanos de uma instituição federal de ensino superior.
Para que o objetivo fosse atingido, foi necessário utilizar técnicas de pesquisa.
Sendo assim, o propósito do projeto é a avaliação formativa, uma vez que neste tipo de
projeto “o propósito é melhorar ou aperfeiçoar sistemas ou processos. A avaliação formativa
normalmente implica um diagnóstico do sistema atual e sugestões para sua reformulação”
(ROESCH, 2009, p. 70). Neste caso, cabe aplicar este propósito, pois foram analisados
manuais e normas já existentes, mas que, de acordo com o objetivo geral do estágio, passaram
por uma reformulação para que melhor se adequarem às necessidades do setor em estudo.
Quanto a sua abordagem, este estudo foi qualitativo, pois pretende-se indagar a
opinião dos colaboradores sobre os processos realizados, bem como analisar a divisão de
trabalho do setor para conhecer os procedimentos na execução das tarefas, examinar normas e
legislações que embasam os procedimentos, averiguar manuais já existentes, conclui-se que a
pesquisa foi baseada em observações e entrevista por meio de questionário, cujos resultados
foram descritivos, não havendo nenhum dado numérico. Nesse caso, Godoy (1995, p. 58)
afirma que a pesquisa é qualitativa:
Envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos
interativos pelo contato direto do pesquisador com a situação estudada, procurando
compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos
participantes da situação em estudo.
Também foi utilizado como método do tipo da pesquisa o estudo de caso, uma vez
que segundo Gil (2010), permite averiguar fatos que acontecem em tempo real, como
aconteceu nesta pesquisa, pois houve um acompanhamento aprofundado dos procedimentos e
dificuldades da equipe em tempo real, uma vez que o pesquisador faz parte do quadro
funcional do setor.
Além disso, foi utilizado como ferramenta de coleta de dados, um questionário com
perguntas abertas e de múltipla escolha, o qual, conforme Prodanov e Freitas (2013), é
elaborado pelo pesquisador, utilizando-se de uma linguagem clara e simples, enviado aos
respondentes, no caso deste trabalho, de forma online, para que se obtenha informações
específicas do estudo, cuja proposta e intenção deve ser exposta na introdução do
questionário.
Assim, as perguntas abertas objetivaram indagar a opinião de cada servidor a respeito
da necessidade da elaboração de um manual unificado, que os permitissem ter maior
facilidade na execução das atividades, no repasse de informações para os usuários e na
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operacionalização dos sistemas de informação. Dessa forma, segundo Prodanov e Freitas
(2013, p. 109), perguntas abertas “são livres (‘Qual é a sua opinião’?). Permitem que o
informante responda livremente. Nesse caso, a análise dos dados é difícil, cansativa,
demorada”.
Já as questões de múltipla escolha, pretenderam descobrir, quanto tempo o servidor
trabalha no setor e quanto tempo ela considera suficiente para aprendizagem adequada dos
procedimentos e no sentimento de segurança para realização das tarefas e na prestação de
informações aos usuários. Assim, “nos casos de múltipla, os respondentes optarão por uma
das alternativas, ou por determinado número permitido de opções” (PRODANOV; FREITAS,
2013, p. 110).
Esta pesquisa também se caracterizou como bibliográfica, pois foram feitos
levantamentos bibliográficos sobre as principais temáticas que envolvem manuais, bem como
administração pública e recursos humanos, que puderam fundamentar teoricamente e também
atestar a confiabilidade da pesquisa. Sendo assim, Severino (2007, p. 122) diz que este tipo de
pesquisa “é realizada a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em
documentos impressos, como livros, artigos, teses etc”.
Quanto aos dados, foram coletados mediante observação participante de forma
aberta, uma vez que este tipo de análise “consiste na participação real do pesquisador na
comunidade ou grupo. Ele se incorpora ao grupo, confunde-se com ele. Fica tão próximo
quanto um membro do grupo que está estudando e participa das atividades normais deste”
(MARCONI; LAKATOS, 2010). Para tanto, este tipo de observação se justifica nesta
pesquisa, pois o pesquisador faz parte do quadro funcional do setor em estudo, conhecendo a
rotina de trabalho do setor, além de entrevistar cada servidor e observando- o na execução de
suas atividades.
Além disso, os dados também serão coletados por meio dos documentos
institucionais. Assim, de acordo com Marconi e Lakatos (2010, p. 157) “a característica da
pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados está restrita a documentos escritos ou
não, constituindo o que se denomina de fontes primárias. Estas podem ser feitas no momento
em que o fato ou fenômeno ocorre, ou depois”. Dessa forma, na coordenadoria, existem
diversos tipos de manuais, normas e legislações, ordens de serviço, os quais podem ser
considerados escritos e, como não escritos, foram levantados os costumes de organização e
fluxo do trabalho que acontecem na rotina, de forma a padronizar ações.
Posteriormente, a apresentação da análise desses dados deu-se de forma descritiva,
pois “é uma metodologia de tratamento e análise de informações constantes de um
documento, sob forma de discurso pronunciamentos em diferentes linguagens: escritos, orais,
imagens, gestos. Um conjunto de técnicas de análise das comunicações” (SEVERINO, 2007,
p. 121). De tal modo, a apresentação da análise será em forma de relatório quanto as
observações feitas no setor e após, a descrição dos procedimentos no manual.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A análise dos resultados foi baseada nas respostas obtidas por meio de questionário
online, contendo quinze questões abertas e fechadas, o qual objetivou descobrir a opinião dos
servidores do setor de Recursos Humanos acerca dos procedimentos realizados no setor e da
necessidade da elaboração de um manual de procedimentos que facilitasse tais tarefas. Assim,
foi enviado aos quatro servidores, porém apenas três deles responderam, pois um deles estava
em férias.
Para tanto, a primeira pergunta pretendeu saber quanto tempo cada um deles
trabalhavam no setor, 67% dos respondentes afirmaram estar trabalhando de dois a três anos e
um deles de um a dois anos.
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A seguir foram questionados se eles consideravam conhecer todos os procedimentos
do setor, 100% disseram não conhecer. Então, foram-lhes perguntados se sentiam segurança
na realização das tarefas, novamente 100% responderam que não e justificaram dizendo que a
muitos trabalhos detalhados, pouco tempo no setor, falta treinamento e reduzido número de
servidores no setor. Após, perguntou-se se sentiam segurança na prestação de informações aos
usuários, apenas 33%, correspondendo a um servidor, afirmou sentir segurança e, os que
disseram não, justificaram do mesmo modo da questão anterior.
Diante disso, a próxima questão quis saber a opinião dos servidores sobre quanto
tempo seria suficiente para adquiri segurança na realização das tarefas e na prestação de
informações aos usuários, então a maioria respondeu que 3 a 4 anos seria um tempo razoável
para ter segurança. A seguir foi perguntado se eles consideravam suficiente o número de
servidores, e 100% respondeu que não e justificaram que deveria ter, ao menos, um servidor
para cada uma das cinco divisões.
Na questão seguinte, pretendeu-se saber se os servidores consideravam de fácil
compreensão os manuais já existentes, uma vez que no setor existe diversos manuais, sobre
diversos procedimentos. Assim, duas pessoas responderam que sim, e uma disse que não
considera o entendimento simples dos manuais. Também lhes foram perguntados sobre a
compreensão das normas e legislações que norteiam os procedimentos deste setor público, e
100% dos respondentes disseram que não é fácil a compreende-las. Ademais, questionou-se
sobre a facilidade em operar os Sistemas de Informação que o setor precisa utilizar e,
novamente, 100% disseram não considerar fácil.
Posteriormente, foram solicitados que descrevessem de modo geral as principais
dificuldades deste setor público de Recursos Humanos. Todas as respostas apresentaram sobre
reduzido número de servidores para alta demanda de trabalho e normas e legislações, não
havendo tempo para capacitação e maior compreensão dos processos.
Diante do exposto, questionou-se sobre a opinião dos servidores, se um manual de
procedimentos, unificado e simplificado, facilitaria a realização das tarefas e a prestação de
informações. Assim, todos afirmaram considerar necessário e importante e sugeriram, na
questão posterior, que fosse elaborado um manual contendo passo a passo os procedimentos,
com print das telas para ilustrar as explicações e, também, a elaboração de um manual ao
usuário.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme o referencial teórico levantado das observações realizadas e pelos
resultados obtidos na pesquisa, conclui-se que no setor de Recursos Humanos da instituição
federal de ensino superior em estudo, existe uma alta demanda de procedimentos os quais são
norteados por normas e legislações de compreensão complicada e, que é necessário operar
Sistemas de Informação de difícil manipulação. Além disso, há um reduzido número de
servidores, com pouco tempo de experiência que estão sobrecarregados e não têm tempo para
capacitarem-se.
Assim, a elaboração de um manual de procedimentos seria importante para facilitar a
compreensão das legislações e dos sistemas, agilizando processos, reduzindo duvidas,
acarretando assim, maior segurança na realização das tarefas e na prestação de informações
aos usuários.
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REFERÊNCIAS
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220 p.
OLIVEIRA, Clesia Maria; et al. Ferramentas de gestão para alcance de objetivos do pdi: um
estudo no núcleo de ciências sociais aplicadas (nucsa) da Universidade Federal de Rondônia.
XVI Colóquio Internacional de Gestión Universitaria. Arequipa- Perú, 2016. Disponível
em: <http://bit.ly/2sVrXju>. Acesso em: 21 jun. 2017.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Sistemas, Organização & Métodos: Uma
abordagem gerencial. ed. 13. São Paulo: Atlas, 2002. 505p.
ARAÚJO, Luíz César Gonçalves de. Organização e métodos: integrando comportamento,
estrutura, tecnologia e estratégia. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1994. 287 p.
ROCHA, Luiz Oswaldo Leal da Rocha. Organização e Métodos: uma abordagem prática.
ed. 4 . São Paulo: Atlas, 1985. 255 p.
ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de Estágio e de Pesquisa em Administração:
guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertação e estudo de caso. ed. 3. São Paulo:
Atlas, 2009. 308 p.
GODOY, Arlida Schmidt. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de
administração de empresas. v. 35, n. 2, p. 57-63, 1995. Disponível em:
<http://bit.ly/1YbtSoc>. Acesso em: 21 jan. 2017.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. ed. 5. São Paulo: Atlas, 2010.
184 p.
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do trabalho
científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. ed. 2.Novo Hamburgo:
Feevale, 2013. Disponível em: <http://bit.ly/2u1RzIc>. Acesso em: 02 ago. 2017.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho cientifico. ed. 23. São Paulo:
Cortez, 2007. 304 p.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos da metodologia
científica. ed. 7. São Paulo: Atlas, 2010. 297p.
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ATENDIMENTO AO CLIENTE: PERSPECTIVA DO EMPRESÁRIO DE UM
CENTRO COMERCIAL
Fabiana Regina Veloso
Ana Lucia Ribeiro Galante
Fabiana Barboza Fontoura da Silva
1 INTRODUÇÃO
O atendimento pessoal e telefônico faz parte da rotina do secretário executivo, sendo
um tema importante tanto no que diz respeito ao seu modo de atender como também n que se
refere ao seu perfil de assessor, gestor, consultor ou empreendedor, condições em que este
profissional deverá orientar as estratégias da empresa na qual atua para que sejam
desenvolvidas ações que visem conhecer o modo de atendimento da empresa, as razões das
falhas no atendimento e com isso tenha subsídios para propor melhorias.
Sobre o atendimento é importante que as empresas se mantenham atuantes e
competitivas no cenário organizacional, o que leva o gestor à necessidade de compreender a
sua relação com o cliente. Kotler (2000) demonstra as vantagens que a relação com os clientes
pode oferecer às empresas que vão além do essencial consumo dos produtos e serviços. Os
clientes podem também contribuir para divulgar a imagem da empresa, oferecer sugestões
inovadoras para os processos organizacionais e atrair novos clientes.
Neste sentido, o atendimento ao público é um dos principais instrumentos utilizados
pelos gestores para manutenção as atividades rotineiras da empresa. Entretanto, trata-se de
uma das tarefas sujeita a todo tipo de dificuldade que envolva comportamento humano, as
quais podem ser desencadeadas tanto pelo atendente, como pela empresa e sua estrutura e
também pelo perfil do cliente atendido.
Por essas razões, entre inúmeras outras, Kotler (2000) sugere que a empresa
mantenha uma rotina de acompanhamento e mensuração do atendimento ao cliente e além
disso estabeleça canais de relacionamento com os clientes por meio de sistemas de
reclamações e sugestões, programa de pós-vendas, análise de clientes perdidos e desenvolva o
sistema de compras simuladas. Igualmente Rodrigues (2002) aponta a mesma necessidade de
gestão do atendimento com uso das várias ferramentas organizacionais integrando todos os
sistemas organizacionais para que a pesquisa de satisfação sirva de suporte às estratégias
organizacionais.
Diante do exposto o presente trabalho tem por objetivo analisar as ocorrências de
dificuldade de atendimento nas empresas pertencentes a um centro comercial da cidade de
Toledo/PR a fim de conhecer as dificuldades de atendimento do ponto de vista do empresário.
A pesquisa de caráter exploratório consistiu na aplicação de um questionário às 15 empresas
vinculadas ao Centro Comercial para buscar novos elementos que possam ser pesquisados em
maior profundidade.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Atender ao cliente de modo satisfatório é uma das principais metas de qualquer tipo
de organização, dada a sua influência nos negócios (KOTLER, 2000). Rodrigues (2002)
destaca que os gestores devem preocupar-se com o desenvolvimento de pesquisas que não
apenas mensurem o grau de satisfação dos seus clientes, mas que possam identificar e
classificar os clientes de acordo com os objetivos organizacionais para que a empresa possa
administrar a relação com os mesmos de forma mais apropriada.
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A sugestão de Rodrigues (2002) é necessário que a empresa crie regras de negócios
diferenciados em função do valor que cada cliente gera para a empresa. Assim gerir clientes
passa a envolver o negócio da empresa como um todo, de um modo sistêmico que recorra não
apenas às estratégias de marketing e divulgação, mas que possibilite compreender seu
mercado de atuação, desenvolver o sistema de produção, ajustar valores de seus produtos e
serviços, entre outras rotinas organizacionais.
Nesta direção pode-se dizer que os chamados “Customer Relationship Management”
(CRM), mudaram a perspectiva dos gestores na medida em que sustentam a informação como
ferramenta de identificação e diferenciação de cada cliente, não apenas para seguir estratégias
pré-definidas, mas para influenciar tais estratégias (SILVA, 2011).
Embora muitos benefícios do bom atendimento sejam apontados pela academia cabe
destacar que as dificuldades para manter um bom atendimento são muitas também. Barbosa et
al. (2015) sugerem que o atendimento está diretamente ligado aos negócios que uma
organização pode ou não realizar, de acordo com suas normas e regras. Esta afirmação leva a
considerar que os problemas que podem surgir no serviço de atendimento podem também
referir-se ao sistema organizacional. Assim por exemplo, políticas organizacionais que não
desenvolvem regras claras sobre como os atendentes devem se comportar ou se comunicar
com seus clientes nas situações rotineiras e de crise, é possível que os funcionários ajam
conforme suas experiências individuais, ou que tratem situações importantes de
relacionamento com o cliente sem uma orientação que se ajuste às pretensões da organização.
Mas também é fato que as condições individuais são de extrema relevância para que
o bom atendimento aconteça. Por outro lado fatores administrativos como mudanças internas,
rotinas desorganizadas entre outros também pode ocasionar falhas no atendimento. Já fatores
externos como rotatividade e a personalidade dos clientes podem favorecer cenários de mal
atendimento em situações pontuais.
Cobra (2003) demonstra as atitudes do atendimento que podem ser encaradas como
ameaças ou oportunidades ao negócio, devendo ser foco das ações gerenciais. Barbosa et al.
(2015) apresentam um quadro demonstrativo das principais características de cada tipo
possível de cliente, e orientam sobre como deve se comportar o atendente em cada situação. É
importante destacar que não apenas o cliente pode apresentar personalidades diferentes, o
atendente também pode precisar compreender a si mesmo para atuar de modo mais adequado
diante de cada situação de atendimento. Este aspecto também precisa ser levado em
consideração no planejamento do perfil de atendente que a empresa deseja selecionar e
desenvolver.
De todo modo, é importante que a empresa se preocupe em identificar as ocorrências
de situações conflituosas no atendimento e consiga perceber as razões dessas falhas para que
planeje a solução e a reparação, quando possível, do que esteja provocando o mal
atendimento.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A pesquisa classifica-se como exploratória (SEVERINO, 2017; PRODANOV;
FREITAS, 2013) pois visa conhecer a realidade de um tema específico _ o atendimento, em
uma realidade situada, o caso das empresas vinculadas a um centro comercial. Neste caso
utilizou-se o questionário (MINAYO, 2001) como instrumento de coleta de dados, o qual foi
direcionado a todas as empresas do centro comercial. Entretanto, algumas empresas não
puderam participar porque seus gestores ou responsáveis não estavam presentes e não
demonstraram interesse em agendar um horário para responderem, e outras empresas também
optaram por não participar da pesquisa. Desta forma, apenas 10 empresas responderam ao
questionário, representando um total de 66% da amostra.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Elaborou-se um questionário com o objetivo de buscar a visão dos empresários sobre
as dificuldades do atendimento já enfrentadas por suas empresas. Por se tratar de uma
sondagem inicial, o questionário contemplou apenas quatro questões básicas que foi aplicado
pessoalmente e respondido na presença dos pesquisadores.
Buscou identificar inicialmente se as empresas já oportunizaram ao seu quadro de
funcionários algum tipo de treinamento. Constatou-se que 50% dos entrevistados não
ofereceram treinamento aos atendentes, enquanto outros 50% sim. Destes, um informou que
oportuniza treinamentos aos atendentes três vezes ao ano. Outro respondente salientou
considerou que oferece cursos direcionados ao atendimento semestralmente além de
considerar como treinamento a participação em Convenção Nacional, EAD mensal e
experiências diárias. Esta observação retrata um gestor preocupado e com uma percepção
assertiva sobre as formas possíveis de treinar e orientar os funcionários para o bom
atendimento.
Em seguida foi investigado em qual tipo de atendimento a empresa constatou
dificuldades, se o atendimento pessoal ou ao telefone e com que frequência (gráfico 1).
Gráfico 1 – Frequência de dificuldades no atendimento
Fonte: elaborado pelas autoras.
Constatou-se que para tanto para as dificuldades no atendimento telefônico como no
atendimento pessoal as ocorrências ficaram entre as opções nunca e eventualmente, não
parecendo ser um problema que impacta nas empresas entrevistadas.
A próxima questão preocupou-se em verificar com que frequência a empresa
constata os vários problemas de atendimento (gráfico 2).
Observa-se que após analisar os ossíveis fatores que teriam sido identificados nas
sistuações de dificuldade de atendimento, a maioria das respostas novamente demonstrou que
as empresas parecem não presenciar nenhuma das dificuldades sugeridas no questionário.
Entretanto chamam a atenção as opções quase sempre e sempre para algumas das respostas
nos quesitos personalidade do cliente, personalidade do atendente descuidos de ordem
administrativa que pode envolver funcionário e empresa, e descuidos por parte do cliente,
além da falta de experiência do atendente. Havia ainda uma opção para resposta aberta, caso o
respondente tivesse alguma outra sugestão sobre a fonte das suas dificuldades com o
atendimento. Apenas um partiicpante da pesquisa utilizou este espaço informando que “o
valor para qualificar um ótimo atendente é elevado para a pequena empresa” Além disso este
participante considerou que é difícil que os atendentes tenham “a compreensão de cada
situação, cada tipo de cliente (por parte do funcionário)” assim como não conseguem “manter
atitude proativa em todos os atendimentos”.
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Gráfico 2 – Frequência por tipo de dificuldades no atendimento
Fonte: elaborado pelas autoras.
Por fim buscou-se identificar a opinião dos gestores sobre as principais razões para
as dificuldades encontradas no atendimento nos casos ocorridos (gráfico 3), dando a
oportunidade de que apontassem outras que não foram consideradas ainda. Nesta questão os
respondentes poderiam assinalar quantas opções desejassem.
Gráfico 3 - Razões para as dificuldades no atendimento
Fonte: elaborado pelas autoras.
É importante mencionar que os participantes podiam assinalar quantas alternativas
desejassem nesta questão. Por isso obteve-se um percentual de 90% de respostas indicando
que a maior dificuldade no atendimento está relacionada à personalidade dos clientes. As
outras dificuldades de maior impacto foram a rotatividade de funcionários (50%) e falta de
experiência do atendente (50%), as quais podem estar relacionadas. Isso demonstra que não
há profissionais preparados dentro das expectativas das organizações entrevistadas. Houve
apenas um participante que fez comentários nesta questão. Suas observações foram: “São
raros os clientes que dão problemas. Se tiver paciência, compreender a situação e tratar com
sorrisos e gentilezas, não há atendimento ruim nunca”.
Por um lado isso pode ocorrer pelo que os autores mencionam como a política de
definição de um perfil de atendente ou ainda podem estar relacionados ao que consta na
primeira questão eu indicou que 50% das empresas ainda não oportunizaram treinamento
direcionado ao atendimento aos seus funcionários. Por outro lado estas respostas também
podem estar relacionadas ao contexto externo da organização que é a situação do mercado de
trabalho que não dispõe de profissionais preparados o suficiente. Também foi possível
perceber que a falta de experiência não se relaciona necessariamente com a personalidade do
atendente, apenas 20% dos acasos está relacionado a este fator. Isso pode ser positivo,
restando à empresa a necessidade de identificar quais outros motivos estão ligados à esta
dificuldade. Entre as opções de resposta ainda observa-se que 10% dos participantes observou
que as dificuldades decorrem de mudanças ocorridas na empresa.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O atendimento é um fator de extrema relevância para as organizações, como
explanado no referencial teórico, o que leva a concluir que a preocupação com os impactos
desta atividade é o que conduz as rotinas das empresas no dia a dia. Por isso o objetivo desta
pesquisa foi conhecer a percepção dos gestores das empresas sobre as dificuldades que já
presenciam nas atividades de atendimento pessoal e telefônico das suas empresas com a
intenção de fazer uma sondagem inicial.
Foi possível constatar que do total de 10 empresas que participaram da pesquisa, 04
atuam com atividades relacionadas a alimentos, 01 na área de comércio de vestuário e
calçados, 01 farmácia, 01 no comércio de material escolar e livraria, e 01 com jogos e
entretenimento, 01 com serviços de tatuagem e 01 bicicletaria. A relevância da classificação
das empresas conforme seu ramo de atuação está em perceber que as dificuldades de
atendimento podem acontecer em qualquer segmento, mas algumas características podem
estar relacionadas a segmentos específicos. Este pode ser uma lacuna percebida na pesquisa,
que poderá ser investigada em etapas posteriores. Talvez fatores externos como a falta de
mão-de-obra qualificada em alguns setores interfira no modo de atender, pois entre as
empresas o atendimento é efetuado por balconistas, recepcionistas, vendedores e até mesmo
garçons, como o caso dos restaurantes entrevistados.
Observou-se que, apesar de 50% dos respondentes afirmarem não ter tido problemas
no atendimento, todos indicaram alguma razão para que estas dificuldades pareçam. Entre as
principais razões apresentadas estão a personalidade dos clientes e dos funcionários, que
aliadas à falta de experiência podem sugerir algumas possíveis formas de solução. Barbosa et
al. (2015) afirmam que funcionários precisam ser treinados para que desenvolvam hábitos
saudáveis ao bom atendimento como a presteza e atenção às necessidades do cliente,
apresentação pessoal adequada e a comunicação eficiente que forneça informação de forma
clara, simpática e no tom adequado ao ambiente do atendimento. De todo modo, vale destacar
que a experiência de conhecer a visão dos empresários sobre atendimento pode servir de
orientação ao profissional de secretariado executivo em todas as suas formas de atuação,
desde o seu papel como atendente (a clientes internos e externos) até como assessor ou
empreendedor, como foi o caso de um dos empresários do grupo de empresas entrevistadas é
formado em secretariado executivo na UNIOESTE.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, T. D.; TRIGO, A. C.; SANTANA, L. C. Qualidade no atendimento como fator de
crescimento empresarial. Revista de Iniciação Científica – RIC Cairu. Jun. 2015, Vol 02, n° 02,
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KOTLER, P. Administração de marketing: a edição do novo milênio. São Paulo: Prentice Hall,
2000.
MINAYO, M. C. S. (Org.). Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. 18 ed. Petrópolis:
Vozes, 2001.
RODRIGUES, M. U. R. Gestão empresarial: Organizações que aprendem. Qualitymark.ed. Rio
de Janeiro.2002.
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SILVA, L. F. Atendimento ao cliente como diferencial competitivo. MBA em Marketing da
Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Tuiuti do Paraná (Monografia). 2011.
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GESTÃO AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES: UM ESTUDO DE CASO
EM UMA EMPRESA DE ESQUADRIAS DA CIDADE DE TOLEDO/PR
Sarajane Kolling
Leticia Calcanhoto
Victor Roman Sodré
Gabrielle Cristina Beckenkamp
Patricia Stafusa Sala Battisti
1 INTRODUÇÃO
No contexto contemporâneo das organizações, vê-se uma preocupação crescente a
respeito da sustentabilidade no ambiente corporativo, o qual é formulado por três pilares:
social, econômico e ambiental, os quais a empresa deve seguir para ter um desenvolvimento
promissor e responsável. No tocante à dimensão ambiental especificamente, atualmente,
embora seja notório que a sociedade de forma geral tenha aumentado suas preocupações
quanto à sustentabilidade ambiental, muitas vezes não se observa a teoria da sustentabilidade
sendo posta em prática nas organizações.
Diante desse cenário, coloca-se em evidência a problemática da pesquisa: como são
desenvolvidas as práticas de sustentabilidade ambiental dentro da empresa no ramo de
esquadrias, e qual a preocupação do gestor em relação à sustentabilidade? Assim, o objetivo
deste trabalho é analisar a preocupação com a questão ambiental e como os conceitos sobre
sustentabilidade ambiental são colocados em prática.
A contribuição desta pesquisa é desenvolver uma conscientização sobre os modelos
de práticas sustentáveis e o desenvolvimento do gestor em relação a essas práticas, saindo da
visão tradicional de se preocupar apenas com o âmbito econômico, mas incluindo na gestão
práticas mais responsáveis em relação ao meio ambiente.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Em meio à globalização atual, as empresas tendem a se preocupar com as questões
sociais e econômicas como principais objetivos. Porém deve-se conciliar interesses
individuais e coletivos. Entretanto hoje em dia sabe-se que a preocupação com o meio
ambiente é algo indispensável. “A ideia de sustentabilidade ganha corpo e expressão política
na adjetivação do termo desenvolvimento, fruto da percepção de uma crise ambiental global”
(NASCIMENTO, 2012, p.52).
Existem três pilares de sustentabilidade (ambiental, econômico e social) que a
empresa deve seguir para que o desenvolvimento da organização seja executado de forma
correta. Assim, Nascimento (2012, p.55-56), cita que o ramo ambiental “trata-se, portanto, de
produzir e consumir de forma a garantir que os ecossistemas possam manter sua auto-
reparação ou capacidade de resiliência”. Já em relação ao segundo item ele afirma que “a
segunda dimensão, a econômica, supõe o aumento da eficiência da produção e do consumo
com economia crescente de recursos naturais. No último item, ele afirma que o quesito social
está relacionado a “uma sociedade sustentável, na qual todos os cidadãos tenham o mínimo
necessário para uma vida digna e que ninguém absorva bens, recursos naturais e energéticos
desnecessários”.
Diante dessas afirmações é possível constatar que se a organização padronizar e
seguir esses critérios, não só irá melhorar o desempenho interno da empresa, mas também o
externo, e possibilitar o desenvolvimento sustentável no presente e no futuro.
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Segundo Dias (2014, p.26), “a crescente preocupação com a sustentabilidade futura
dos padrões de crescimento econômico traz a perspectiva de aumento da demanda por padrões
de crescimento ecologicamente aceitáveis”.
Nessa perspectiva, Brunstein, Scartezini e Rodrigues (2012) afirmam:
Não resta dúvida de que o desenvolvimento das organizações passa,
necessariamente, pela sensibilização e pela capacitação dos gestores para enfrentar
questões como diversidade, inclusão social, responsabilidade empresarial e meio
ambiente, com todos os seus dilemas, ambiguidades e paradoxos. Porém, ainda que
as empresas tenham adotado um discurso pró-sustentabilidade ostensivamente, não
há como negar o imenso desafio que é incorporá-lo à práxis profissional de cada
gestor.
Vale ressaltar que o gestor é o principal indivíduo para concretizar os projetos e
práticas para que a empresa seja politicamente correta no ramo ambiental. Contudo não se
deve dispensar a ajuda dos colaboradores da organização para que o reconhecimento se torne
maior. A liderança globalmente responsável procura promover o direito de expansão, a
honestidade, integridade e o alcance das metas por meios honestos, bem como o tratamento
digno e humano, criando valor econômico e social perene na cultura organizacional
(BARRETO; NETO; TANURE, 2013).
Segundo Munck, Galleli e Corrêa (2016), “A sustentabilidade se apresenta como
uma demanda social, e a incorporação de suas premissas pelas organizações não só se mostra
necessária, como também demandante de novos princípios de gestão”.
De acordo com Kamlot e Schimitt (2015, p.62):
As organizações são criadas para resolver problemas dos membros da sociedade, e
são permeadas por uma pluralidade de interesses no cotidiano, decorrentes das
interações entre grupos de interesses. Do contato entre os indivíduos, resultam as
relações de trocas e de poder, que apresentam diferentes patamares de simetria e
justiça. A complexidade ambiental apresenta desafios para a gestão organizacional e
a configuração de suas práticas.
A empresa comprometida com os princípios do desenvolvimento sustentável deve se
preocupar com a divulgação dos dados de qualidade sob a forma de relatórios (BARRETO;
NETO; TANURE, 2013). Visto isso, esses autores complementam que muitas empresas não
ultrapassam o nível do discurso. Ou seja, embora os empresários conheçam os temas da
sustentabilidade, acabam não praticando seus princípios, o que faz com que todo o trabalho ou
projeto, fique somente “no papel”. Por essa razão, cabe verificar o nível de preparo dos
executivos em relação às práticas de sustentabilidade.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Diante da problemática de como são desenvolvidas as práticas de sustentabilidade
ambiental dentro da empresa no ramo de esquadrias e qual a preocupação do gestor em
relação à sustentabilidade, foi feita uma pesquisa qualitativa. Além disso, a pesquisa é
descritiva, uma vez que busca descrever os resultados a partir da percepção de um fenômeno.
Foi usada a técnica de coleta de dados por meio de um questionário aplicado ao
gestor da empresa, que continha sete perguntas, sendo seis descritivas e uma de múltipla
escolha.
Foi questionado ao gestor o que ele compreende sobre sustentabilidade dentro da
organização e quais são as práticas realizadas pela empresa neste quesito. A partir dessas
questões, a análise foi feita para a tomada de resultados. Buscou-se analisar qual o grau de
importância que o gestor atribui às práticas analisadas.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A empresa está situada em uma chácara, dentro da zona urbana da cidade de Toledo,
no Paraná, perto de uma reserva natural, o que torna as responsabilidades socioambientais
maiores. O sócio administrador da empresa tem como papel principal manter uma conduta
ambiental educativa em conjunto com os colaboradores.
Por conta disso, foi questionado como o gestor compreende a sustentabilidade
ambiental dentro da empresa. O entrevistado relatou que se trata de toda e qualquer atividade
que atende o objetivo proposto, sem jamais ferir ou comprometer nenhuma ação, seja ela em
relação à economia, à sociedade e ao ambiente.
Em seguida, a questão sobre as práticas de sustentabilidade utilizadas na empresa foi
de múltipla escolha, conforme representado no Quadro 1:
Quadro 1 - Práticas de Sustentabilidade utilizadas na Empresa
SIM NÃO
Destino correto dos resíduos X
Reciclagem X
Projetos de sustentabilidade X
Preservação da natureza X
Uso de equipamentos econômicos X
Economia de papel, água e energia X
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
As opções marcadas como “sim” são extremamente importantes, pois há a prática de
destino correto dos resíduos, é feita a reciclagem, a empresa participa de projetos de
sustentabilidade, e há preservação da natureza. As opções marcadas como “não” são o uso de
equipamentos eletrônicos e não há a economia de papel, água e energia, porém o gestor
afirmou que pretende rever essas práticas.
Com a análise do quadro referente às práticas da empresa, a maioria das ações,
segundo o gestor, são feitas e é possível constatar que há a preocupação com a
sustentabilidade ambiental na organização. O gestor complementou também que as práticas já
utilizadas estão sendo implementadas ou melhoradas, e as práticas ainda não utilizadas ou
desenvolvidas já estão sendo avaliadas para implantação futura.
E a questão que finalizou a pesquisa foi se a empresa já havia participado
formalmente de algum treinamento ou projeto relacionado à sustentabilidade. O gestor relatou
que participa de um projeto recente ligado ao Sebrae (Serviço Brasileiro e de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas), em que iniciativas novas estão sendo arquitetadas, como diminuir os
custos e desperdícios gerados. Outra iniciativa é o uso ideal para fins de resíduos sólidos, para
o qual a empresa deverá apresentar um plano de gerenciamento, em que deverá constatar
informações técnicas relativas à quantidade e aos tipos de resíduos que produzem. Ele
pretende também instaurar em sua empresa projetos de sustentabilidade que resultem na
preservação da natureza, e que espelhe outras organizações a seguir os métodos de ser
responsável com o meio ambiente.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve como objetivo fazer uma pesquisa com um gestor de uma empresa
e saber como ele enquanto líder se preocupa com a questão ambiental e de que maneira coloca
em prática os conceitos que devem ser procedidos para o desenvolvimento correto da
empresa.
Conclui-se que o gestor da organização escolhida mostrou que a empresa mesmo não
preenchendo todas as alternativas para ser considerada 100% sustentável, demonstra
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preocupação com o meio ambiente, como mostram os resultados coletados por meio de um
questionário. Além disso, percebeu-se que o administrador pretende aos poucos servir de
exemplo para outras empresas, o que desenvolveria os pilares econômico, social e ambiental
de sua empresa.
Considerando a pesquisa e os seus resultados, o gestor mostrou-se ciente das
estratégias para melhor desempenho no quesito ambiental. Dessa forma a teoria e a execução
estão sendo bem-sucedidas.
Observa-se que a sustentabilidade dentro das organizações não é uma meta
impossível de ser alcançada, basta que os gestores se conscientizem dos problemas futuros
que a não-sustentabilidade pode causar, e busquem cada vez mais implantar um sistema
sustentável para a melhoria do meio ambiente. É necessário que os gestores olhem com um
olhar de futuro para suas empresas em relação ao meio ambiente.
Como sugestão é interessante que o gestor envolva também seus colaboradores nos
projetos relacionados ao assunto sustentabilidade, de forma que haja maior integração nas
ações da empresa.
REFERÊNCIAS
BARRETO, Luiz G. M.; NETO, A. M.; TANURE, Betania. Liderança Globalmente
Responsável: A Percepção Dos Executivos Sobre as Práticas Nas Organizações Brasileiras
Revista de Gestão Social e Ambiental. São Paulo, v.1, n. 1, p. 3-18, jan./abr., 2013.
BRUNSTEIN, Janette; SCARTEZINI, Vivian N.; RODRIGUES, Andrea L. Revista o&s,
Salvador, v.19, n. 63, p.583-598, out/dez., 2012.
DIAS, Reinaldo. Eco-inovação: caminho para o crescimento sustentável. São Paulo: Atlas,
2014.
KAMLOT, Daniel; SCHIMITT, Valentina G. H. S. Revista de Gestão Social e Ambiental,
São Paulo, v. 9, n. 3, p. 63-79, set./dez., 2015.
MUNCK, Luciano; GALLELI, Bárbara; CORRÊA, Hamilton L. Gestão da sustentabilidade
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NASCIMENTO, Elimar P.; Estudos Avançados. São Paulo, v. 26, n. 74, p. 51-64, 2012.
OLIVEIRA, Fátima B..; SANT’ANNA, Anderson D. S.; VAZ, Samir L., Revista de
administração pública, Rio de Janeiro, nov./dez., 2010.
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O PAPEL DO LÍDER EM TEMPOS DE CRISE: UM ESTUDO DE CASO EM UMA
INSTITUIÇÃO DE ENSINO PARTICULAR EM TOLEDO - PR
Deborah Caroline dos Reis Ribeiro
Elizandre Daiane da Cruz
Rafael Vargas Aglio
Patricia Stafusa Sala Battisti
Taiana Grespan
1 INTRODUÇÃO
A liderança é explorada nos estudos de vários autores e pesquisadores do meio
administrativo que se dedicam a compreender essa temática. Knapik (2008, p. 63) explica a
liderança como "uma influência interpessoal e um fenômeno social" e também "uma
capacidade de influenciar as pessoas por meio de ideais, exemplos e ações e fazer com que
atinjam metas propostas ou passem a acreditar em crenças ou conceitos" No mundo
globalizado atual as decisões dos líderes podem trazer consequências capazes de afetar o
andamento de uma organização, do país e até mesmo do mundo, tornando o mercado instável.
Em tempos assim, caracterizado por incertezas e mudanças imprevisíveis, é preciso
que as empresas desenvolvam uma boa participação e envolvimento de suas equipes de
trabalho, para que a organização possa ser criativa, ágil e flexível (KNAPIK, 2008, p. 22).
Entende-se, com isso, que a prospecção e a superação de uma crise dependem da relação
social no ambiente profissional, fato evidente no estudo de Alencastro (2010, p. 108-109), o
qual afirma que o líder, ao agir mal com sua equipe, “não somente está comprometendo o
desempenho da empresa como pode estar dando espaço para sérios problemas de
relacionamento interpessoal”.
A partir deste contexto, surge o questionamento da presente pesquisa: quais são os
aspectos inerentes ao líder para superar os tempos de crise. O objetivo deste estudo é
conhecer, por meio de um estudo de caso em uma instituição de ensino privada na cidade de
Toledo-PR, as atitudes de um líder em tempos de crise. Este trabalho justifica-se pela
percepção de como a crise, seja econômica, política ou social, atinge as organizações, e
desestabiliza o ambiente produtivo. Além disso, essa pesquisa pode colaborar com outros
gestores, ou aqueles que pretendem ser líderes, para planejar suas práticas.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
No grego antigo, a palavra krisis remetia a julgamento e decisão, significando um
momento definidor (SARAIVA, 2011, p. 13). No dicionário, há várias definições de crise,
algumas delas são “conjuntura ou momento perigoso, difícil ou decisivo”, “embaraço na
marcha regular dos negócios” e “desacordo ou perturbação que obriga instituição ou
organismo a recompor-se ou a demitir-se” (FERREIRA, 2010). Contextualizando esta última
definição, o organismo seria a empresa, e recompor-se significaria reorganizá-la para que
volte a funcionar bem.
Antes de abordar a questão do papel do líder em tempos de crise, é preciso
primeiramente falar de seu papel de forma genérica dentro das empresas. De acordo com
Knapik (2008, p. 70), o líder tem sido fundamental para que as empresas possam competir no
mercado. O autor ainda expõe as habilidades e características de um bom líder, como “ouvir e
reconhecer os esforços das pessoas”, “atuar como coaching, desenvolvendo as pessoas da
equipe para que sejam mais eficazes”, “ter humildade mostrando capacidade de aprender e
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reconhecer as próprias falhas”, “ter uma visão do todo” e “ter versatilidade e saber atuar em
um ambiente mutável” (MACEDO, 2005, p.120, apud KNAPIK, 2008, p. 70).
Para D'amico e Monteiro (2012) as questões de liderança e gestão estão interligadas,
o gestor exerce influência sobre a equipe que coordena e também tem um papel de líder
usando conhecimentos e técnicas para atingir os objetivos da empresa, administrando,
comandando, coordenando e controlando o grupo. O estudo de Mintzberg (2001, p. 34)
confirma essa ideia, pois aponta algumas funções dos gerentes relatando que bons gerentes
são fazedores, pensadores e líderes. Contudo, gestão e liderança não devem ser confundidas,
para Knapik (2008, p. 71-72) somente os bons gestores “têm um perfil de liderança bem
desenvolvido e positivo perante o grupo”. Enquanto a gestão possui uma conotação mais
administrativa, ser líder está associado a relacionamentos interpessoais (KNAPIK, 2008).
Os pesquisadores do bem-estar pessoal nas organizações, Dessen e Paz, (2010, p.
550) citam que "Para Paz (2004), assim como para Diener et al. (1999), as características
pessoais dos indivíduos podem ser moderadoras ou mediadoras do impacto que características
da organização têm no bem-estar dos trabalhadores." Logo, ter líderes em uma organização
está associado à configuração do poder e distribuição da responsabilidade para estabelecer a
satisfação de todos na equipe. Ao se considerar que “uma parcela significativa da vida do
indivíduo é passada no ambiente de trabalho, torna-se essencial que ele se sinta bem em
relação a este” (DESSEN; PAZ, 2010, p. 549).
Sobre os tempos de crise, Tushman, Newman e Romanelli (2001, p.369) concluíram,
após estudos, que as empresas de maior sucesso em sua trajetória são aquelas que
conseguiram manter um equilíbrio, mas também foram corajosas para iniciar mudanças. Com
relação à natureza da tarefa de liderança, os períodos contrastantes de evolução organizacional
são muito diferentes dos momentos de estabilidade organizacional (TUSHMAN; NEWMAN;
ROMANELLI, 2001, p. 120). Estes nomearam tais períodos de reorganizações, as quais
podem ocorrer de duas formas: mudanças incrementais, também chamadas de convergência;
ou mudanças na quebra de padrões ou tumultos.
Nas mudanças convergentes é necessário manter a harmonia dentro da organização,
por isso as decisões mais importantes podem ser transferidas para a gerência intermediária,
que deverá “reenfatizar a estratégia, a missão, os valores essenciais e manter um olho
vigilante nas oportunidades externas e/ou nas ameaças” (TUSHMAN; NEWMAN;
ROMANELLI, 2001, p. 373). Em contrapartida, a mudança na quebra de padrões necessita do
envolvimento direto dos executivos em todos os aspectos devido à grandiosidade das
mudanças. Além disso, eles precisam especificar as estratégias e desenvolver os planos de
implementação. Mesmo havendo mudanças com características e atuações distintas, é
importante que gerentes gerais, gerentes funcionais e não somente os CEO’s administrem
esses períodos.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para este estudo, foram realizadas pesquisas bibliográficas que, segundo Severino
(2008, p. 122), é nessa metodologia que "o pesquisador trabalha a partir das contribuições dos
autores e dos estudos analíticos constantes dos textos". Assim como sugerem as autoras
Marconi e Lakatos (1999, p. 25): “a investigação pressupõe uma série de conhecimentos
anteriores e metodologia adequada”. Juntamente com os estudos bibliográficos, realizou-se
uma pesquisa de campo para abordar o objeto em seu ambiente e condições naturais
(SEVERINO, 2008). Da mesma forma, Severino (2008, p. 124) ressalta que a atividade de um
pesquisador da área de ciências humanas “[...] visa apreender o que os sujeitos pensam,
sabem, representam, fazem e argumentam”. Para além dos métodos, aprofundou-se os
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conhecimentos acerca do objeto investigado, por meio de publicações de outros pesquisadores
do campo administrativo.
Adotou-se um estudo de caso como postura de pesquisa para estudar a temática em
uma única organização, sendo que essa metodologia é adequada para "abordagem de
problemas práticos e recomendada para problemáticas inerentes aos campos de conhecimento
aplicado" (MERRIAM, 2009, apud TAKAHASHI et al., 2012, p. 307). Segundo Piekkari,
Welch e Paavilainen (2009), citados no texto de Takahashi et al. (2012, p. 308), a perspectiva
escolhida para a realização deste trabalho é a seleção de casos, que "envolve a opção por uma
lógica de replicação de estudos e fortalecimento de teorias" baseada na exploração
"aprofundada da riqueza de um único caso". Ainda nos estudos de Takahashi et al. (2012, p.
313), o sujeito da presente pesquisa pode ser classificado como local, pois o caso foi definido
"a partir do conhecimento ou familiaridade do pesquisador".
Quanto à coleta de dados, utilizou-se uma entrevista semiestruturada composta por
onze questões, sendo a análise de cunho qualitativo, no intuito de coletar informações da
realidade do objeto em estudo, promovendo um levantamento de dados sociais e
comportamentais.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A entrevistada selecionada, doravante Entrevistada A, é formada em Secretariado
Executivo e é a gestora de uma instituição de ensino particular. Tem vasta experiência na área
e atua como gestora há 20 anos. A entrevista ocorreu em outubro de 2017, no local de
trabalho da entrevistada, e durou cerca de uma hora.
Quando indagada sobre seu papel como líder, constatou-se o papel motivacional,
influenciador, moderador e coordenador que um líder deve desempenhar, como ressaltado por
Knapik (2008), D'amico e Monteiro (2012). Em seu depoimento, a Entrevistada A corroborou
com essa lógica apresentada e acrescentou novas características do líder:
Exerço a liderança tecnicamente como coordenadora da escola, além disso ser líder,
no meu entendimento, é sempre pensar em ser um modelo de comportamento para
os outros colegas de trabalho e compartilhar conhecimentos específicos para
promover mudanças no comportamento de todos na empresa, isso acontece quando
o seguidor tem em si a vontade de liderança. O líder é a pessoa que trabalha junto e
para a equipe, de maneira animadora, ele torna evidente os aspectos mais
importantes que a organização proporciona a todos os trabalhadores e clientes.
A entrevistada A salientou sobre o papel de educador do líder, que sua função é de
compartilhar os conhecimentos fundamentais administrativos e reforçar sempre os objetivos
da organização. Em relação ao seu comportamento em tempos de crise, afirmou que é preciso
inteirar seus colaboradores sobre a atual conjuntura da empresa e ensiná-los a como proceder
de maneira positiva e produtiva para superá-la. Portanto, para desempenhar um bom trabalho,
o líder "deve estar em constante busca do conhecimento e de novas práticas". Ela ainda afirma
que utiliza de pesquisas acadêmicas e artigos como material formativo aos seus liderados
(Entrevistada A).
Como proferido por Dessen e Paz (2010), o bem-estar do funcionário influencia
diretamente no seu desempenho produtivo. É importante que a gestão se atente para o clima
organizacional, ainda mais em momentos de instabilidade, no qual os sentimentos de
insegurança e estresse predominam nos locais de trabalho. Para evitar que isso aconteça com
seus colaboradores, a Entrevistada A estimula a socialização em momentos de
confraternização, com o intuito de "abstrair as preocupações do trabalho e compartilhar
alegrias e anseios particulares". Ela ainda afirma que esses momentos favoreceram a união
entre os membros de sua equipe em tempos de crise.
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"Em 20 anos empreendendo, nós superamos muitas crises e, geralmente, elas são de
múltiplos fatores, o que nos favorece é planejar com afinco e utilizar dos registros dessas
experiências para tomar decisões no momento exato" (Entrevistada A). Para promover
mudanças significativas no enfrentamento de crises, a gestora destacou a importância dos
aspectos da comunicação de um líder e da execução de ações de marketing para implementar
as vendas. Quando questionada sobre a reação dos funcionários frente a novos hábitos na
empresa, a Entrevistada A afirma que há uma certa resistência, mas "a gestão, para toda
mudança, procura subsidiar conhecimentos de técnicas e práticas". Isso facilita a adaptação
dos colaboradores e com o tempo os novos procedimentos são incorporados às atividades
rotineiras.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista que as organizações passam por crises assim como outros setores da
sociedade, fazem-se necessárias as discussões no âmbito acadêmico sobre a importância do
líder nesses momentos chamados por Tushman, Newman e Romanelli (2001) de períodos
contrastantes de evolução organizacional. Por meio dessas discussões, os líderes podem ter
acesso à opinião de outras pessoas da mesma área, como abordou a entrevistada quando
coloca que procura pesquisas, artigos, matérias e relatos para desenvolver seu papel de líder e
auxiliar seus liderados.
Pode-se perceber por meio da pesquisa bibliográfica e dos relatos da entrevistada que
o líder exerce um papel fundamental em tempos de crise na organização, pois é ele que
trabalha a motivação, reforça as relações interpessoais e também reforça os aspectos
importantes da organização como a visão, missão e objetivos. Ele tem um papel também de
fazer com que os funcionários se adaptem às novas mudanças ocorridas após momentos de
reorganizações. Percebe-se isto também na fala da entrevistada ao afirma que, em tempos de
mudanças, alguns funcionários são resistentes, mas que pelas práticas e técnicas justificadas
eles conseguem assumir novos hábitos e incorporá-los à sua rotina.
REFERÊNCIAS
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responsabilidade corporativa. Curitiba: Ibpex, 2010.
D’AMICO, S. M.; MONTEIRO, J. K. Características de personalidade e qualidade de vida de
gestores no Rio Grande do Sul. RAC - Revista de Administração Contemporânea,
Curitiba, v. 16, n. 3, maio/junho. 2012. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-65552012000300004>.
Acesso em: 26 set.2017.
DESSEM M. C.; PAZ, M. G; Bem-Estar Pessoal nas Organizações: O Impacto de
Configurações de Poder e Características de Personalidade, Brasília, 2010.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da língua portuguesa. 5. ed. Curitiba:
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48, 2001.
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Brasília: Avaliação Psicológica, p. 11-22, 2008.
PAZ, M. G. T. Poder e saúde organizacional. In:TAMAYO (Org.). Cultura e saúde nas
organizações. Porto Alegre: Artmed, p. 127-154, 2004.
SARAIVA, F. A definição de Crise das Nações Unidas, União Europeia e NATO. Revista
Nação e Defesa, n.129 – 5.ª Série 11‑30, 2011.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23ª ed. São Paulo: Cortez, 2008.
TAKAHASHI, A. R. W. et al. Pesquisa Qualitativa em Administração: Fundamentos,
Métodos e Usos no Brasil. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2013.
TUSHMAN, M. L; NEWMAN, W. H.; ROMANELLI, E. Convergência e tumulto:
administrando o passo irregular da evolução organizacional. In: MINTZBERG, H.; QUINN,
J. B. O processo da estratégia. Tradução de James Sunderland Cook. 3. ed. Porto Alegre:
Bookman, cap. 15, p. 369-375, 2001.
TEMÁTICA SECRETARIAL
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EFICIÊNCIA NA GESTÃO DOCUMENTAL EM ÓRGÃOS PÚBLICOS: UM
ESTUDO DE CASO NO PROCON DE TOLEDO/PR
Ana Flavia da Silva Rosa
Jucileide Xavier da Silva Garvão
Ivanete Daga Cielo
Taiana Grespan
1 INTRODUÇÃO
Os documentos são utilizados no processo histórico de uma sociedade para o registro
de informações que poderão ser utilizadas para consultas posteriores. Diante disso, os
documentos que estão sob a guarda dos órgãos públicos são de caráter público e devem ser
acessíveis a todos os cidadãos que deles necessitarem de informações. Para que ocorra uma
gestão documental mais assertiva, os órgãos precisam utilizar de procedimentos técnicos que
englobam as fases de produção, tramitação, guarda ou descarte dos documentos (BRASIL,
1991).
Em vista da importância dos órgãos públicos em conseguirem realizar uma gestão
eficiente, neste trabalho foi analisado o caso do Núcleo Municipal de Proteção e Defesa do
Consumidor – Procon – do município de Toledo/PR, o qual, por ser um órgão municipal
público, tem como uma de suas atribuições a elaboração de documentos e o cuidado destes,
no que refere-se à tramitação, guarda e descarte, visto que, por essa razão, o órgão precisa
desenvolver uma gestão documental adequada para que consiga organizá-los para torná-los
acessíveis àqueles que deles necessitarem, que no caso do órgão não possuir uma gestão
documental organizada, poderá ocasionar problemas que dificultem o acesso e a localização
dos documentos e das informações contidas neles.
Desse modo, com esse trabalho, pretendeu-se diagnosticar a eficiência na gestão de
documentos do setor de arquivo do órgão, para que, a partir disso, fosse compreendido como
o Procon de Toledo/PR realiza sua gestão documental e se essa estava adequada à sua
demanda, o que tornou possível a proposição de ações de melhorias ao órgão, visando
otimizar o seu atendimento à população.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Devido à necessidade do ser humano em registrar as informações decorrentes de suas
experiências, criou-se um vasto número de registros que testemunham e demonstram os seus
conhecimentos adquiridos e os seus caminhos traçados (CALDERON et. al., 2004). A partir
disso, pôde-se ter a informação específica sobre cada aspecto histórico, bem como a
compreensão das decisões tomadas nesse percurso. Com isso, deu-se início à criação dos
diversos tipos de documentos e suas especificidades. Com relação à definição de documento,
esse pode ser compreendido como um suporte que contem uma junção de informações
registradas (CALDERON et.al, 2004). Depois de gerados, os documentos devem ser
organizados para que cumpram com a função a que se destinam como também, precisam ser
preservados e de fácil acesso. (CALDERON et. al., 2004).
Assim, aos órgãos públicos foi incumbida a responsabilidade em gerir os
documentos produzidos ou destinados a eles e, assim, em 1991, o Governo Federal, por meio
da lei 8.159, de 8 de janeiro de 1991, dispôs sobre a política nacional de arquivos públicos e
privados e outras providências relacionadas à gestão de documentos. A partir disso, os órgãos
públicos puderam seguir um parâmetro para aplicarem na sua gestão documental. Quando se
trata da gestão documental em órgãos públicos, entende-se que estes devem armazenar e
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cuidar dos seus documentos pertinentes que, recorrente disso, origina seus arquivos e acervos.
A lei supracitada, em seu art. 2º, define sobre o que são os arquivos como um conjunto de
documentos que são produzidos e recebidos por uma entidade, pública ou privada, em
decorrência do exercício de suas atividades específicas (BRASIL, 1991). Os arquivos,
portanto, são todos os documentos recebidos e produzidos nos órgãos.
Diante disso, Freiberger (2012) argumenta como sendo primordial classificar e
ordenar corretamente os documentos dentro da gestão documental, visto que é um processo
natural do ser humano. Assim, na gestão documental, deve-se atentar quanto ao modo como
são tratados, classificados e ordenados os documentos para que, quando forem arquivados, os
que forem localizá-los consigam fazê-lo eficientemente.
No caso dos documentos gerados por órgãos públicos, estes são de caráter público,
devem ser acessíveis a todos os cidadãos que deles necessitarem de informações. A
Constituição Federal Brasileira, em seu art. 5º, inciso XXXIII, explana com relação ao direito
individual e coletivo de receber dos órgãos públicos as informações de seu interesse, que
serão prestadas no prazo prescrito em lei (BRASIL, 1988). Assim, os órgãos públicos deverão
promover a disponibilidade dessas informações aos cidadãos quando a eles solicitadas.
Em vista disso, para que seja resguardada a veracidade e o acesso aos documentos,
os órgãos públicos precisam desenvolver uma gestão adequada destes. O art. 216, § 2º, da
Constituição Federal, expressa a responsabilidade desses órgãos quanto à obrigatoriedade de
geri-los, sendo que “cabem a administração pública, na forma da lei, a gestão da
documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela
necessitem” (BRASIL, 1988).
Decorrente disso, os órgãos precisam conhecer sobre a gestão documental para
aplicá-la eficientemente e não acarretar problemas nos documentos, tais como extravio e
degradação. Assim, para que se compreenda como funciona a gestão de documentos, na lei
8159/1991, em seu art. 3º, é retratada essa gestão como “(...) o conjunto de procedimentos e
operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em
fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda
permanente”. Pode-se compreender que a gestão de documentos necessita da utilização de
procedimentos técnicos para que seja realizada de modo organizado, bem como essa gestão
precisa seguir fases que seguem a produção, tramitação e guarda ou descarte dos documentos,
para acondicionamento desses documentos.
Quanto aos objetivos da gestão de documento, Freiberger (2012, p. 17) cita os
seguintes: i) organizar a produção, administração, gerenciamento, manutenção e destinação
dos documentos de modo eficiente; ii) agilizar a eliminação de documentos que não tenham
valor administrativo, fiscal, legal, histórico e/ou científico; iii) assegurar o acesso à
informação governamental quando e onde se fizer; iv) ser necessária ao governo e aos
cidadãos; e v) garantir a preservação e o acesso aos documentos de caráter permanente.
Portanto, entende-se que com a gestão documental é possível que a organização ou o
órgão público realizem um melhor manejo dos documentos e organização destes para que a
gestão flua de modo ágil e sem contratempos que dificultem o acesso aos documentos.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Com o intuito de diagnosticar como o Procon de Toledo/PR realiza sua gestão
documental, neste trabalho utilizou-se de métodos científicos para o desenvolvimento da
pesquisa, que resultou na coleta, levantamento e análise dos dados para propor as melhorias
necessárias ao órgão. Diante do exposto, esta pesquisa teve natureza aplicada, pois analisou-se
a forma como ocorre a gestão de documentos no setor do arquivo do Procon de Toledo/PR.
Por se tratar da análise do caso desse órgão, esta pesquisa se enquadrou em um estudo de
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caso, pois a coleta e análise dos dados são sobre um determinado indivíduo ou grupo, com o
intuito de investigar aspectos relacionados ao assunto da pesquisa (PRODANOV; FREITAS,
2013).
Como instrumentos para a coleta de dados utilizou-se a pesquisa documental, a
observação de campo e o questionário. Assim, o instrumento da pesquisa documental foi
utilizado para analisar os assuntos relacionados à gestão documental do órgão que estavam
dispostos no decreto municipal que o rege. Em relação ao uso da observação de campo, esta
objetivou explorar o ambiente do setor de arquivo, sua estrutura e guarda dos documentos. O
instrumento do questionário foi utilizado para identificar a qualificação dos profissionais
atuantes nesse setor, seus conhecimentos sobre a gestão de documentos e quais pontos estes
identificam que necessitam de melhorias sobre a gestão documental do setor.
Os resultados obtidos foram analisados de maneira quantitativa e qualitativa, e a
exposição dos resultados foi descritiva, em que foram demonstradas as propostas de melhorias
ao órgão, por meio da utilização do programa Excel.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Diante da coleta de dados realizada para esse estudo, a partir do instrumento da
pesquisa documental, foi possível identificar que o órgão é normatizado pelo decreto
municipal nº 993, de 27 de outubro de 2016. Considerando que pretende-se compreender
sobre a gestão de documentos, foram consideradas deste decreto as informações pertinentes
aos tipos de documentos do órgão, o acesso à informação e o tempo de guarda e eliminação
dos documentos. Assim, no que tange aos tipos de documentos, o art. 76 do decreto expõe que
todos os registros de atendimento, reclamações registradas dos consumidores e demais
processos e procedimentos administrativos abertos ou realizados pelo órgão são considerados
arquivos de consumo. Esse arquivo, segundo esse mesmo artigo em seu §1, poderá ser
acessado pela população por meio telefônico, por e-mail e outros meios que o Procon
Toledo/PR fizer jus. Quanto ao tempo de guarda dos documentos do órgão, este está
mencionado nos artigos de 88 a 93, que explana que esse tempo poderá ser no mínimo cinco
(5) anos a contar da data do arquivamento ou da última movimentação, e que após esse prazo,
é autorizada a eliminação mediante incineração ou doação. Conclui-se com esses resultados
que, ao órgão compete criar documentos e cuidar de suas tramitações, guardas e eliminações,
assim como esses documentos não são de guarda permanente. Outro ponto observado foi que
o acesso aos documentos pela população é concedido por diferentes meios.
No instrumento da observação de campo, analisaram-se a estrutura do setor, alguns
recursos materiais, tais como os materiais utilizados para a guarda e a organização dos
documentos, bem como o estado de conservação, disposição e tempo de guarda dos
documentos arquivados e que aguardam parecer jurídico. Diante disso, os resultados
encontrados foram os seguintes: a estrutura do setor do arquivo possui um layout de fácil
circulação, constando nesse ambiente 28 prateleiras para armazenar as caixas de arquivo e dos
documentos que aguardam parecer jurídico, sete (7) armários e um (1) ar-condicionado. Os
documentos estão alojados em caixas sintéticas próprias para arquivo com um selo de
informações em cada uma delas. Em relação as caixas com documentos arquivados, estas são
identificadas com a menção do ano e os números dos processos inicial e final dos documentos
pertinentes a elas e quanto a suas disposições, estão dispostas em 27 prateleiras, entretanto
não possuem uma sequência cronológica. Nas caixas com os documentos que aguardam
parecer jurídico, existe a menção ao ano, tipo de documento que consta na caixa, bem como
os números dos processos inicial e final, e estão dispostos em uma única prateleira seguindo
uma ordem cronológica. Observou-se também, que nas prateleiras e nos armários não consta
indicativo visual com o nome do tipo de documento e seus anos. Desse modo, compreendeu-
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se que devido à falta a menção do tipo de documento tanto nas caixas de arquivo, como nas
prateleiras e armários, pode dificultar a identificação e localização desses documentos por
parte dos profissionais que trabalham no órgão, principalmente aqueles que não possuem a
habitualidade do acesso a esses documentos.
Outro item observado foi o tempo de guarda dos documentos do setor. A partir disso
foram encontrados documentos arquivados com um prazo superior a cinco (5) anos, a partir
de 2005 a 2017. Além disso, pode-se observar que esses processos superiores a cinco (5) anos
ocupam nove (9) prateleiras, totalizando 378 caixas, o que corresponde a 1/3 das prateleiras
desse local. Assim, compreendeu-se que esses documentos poderiam ser eliminados conforme
disposto no decreto, para que essas prateleiras pudessem ser utilizadas para outras finalidades.
A partir da aplicação do instrumento do questionário aplicado aos profissionais
atuantes no setor do arquivo, obtiveram-se as seguintes informações que nesse setor existem 3
colaboradores, ambos do sexo feminino, com idades entre 25 a 35 anos, sendo duas efetivas e
uma estagiária, sendo que o tempo de atuação no setor varia entre três (3) meses a dois (2)
anos e meio. Com relação aos aspectos do conhecimento sobre o setor e o decreta, e a
qualificação para trabalhar no setor, identificou-se que: no que tange o conhecimento sobre
arquivos, essas não possuem curso na área, porém duas delas possuíam conhecimento prévio
sobre as atividades do setor do arquivo antes de trabalhar no órgão; quanto à qualificação,
identificou-se que possuem escolaridades diferentes, sendo ensino médio, superior incompleto
e superior completo, e que acreditam que suas escolaridades são suficientes para atuar nesse
setor, entretanto, a maioria dessas gostariam de realizar curso na área; sobre o conhecimento
do decreto que rege o órgão, somente uma possui conhecimentos total deste. Constatou-se
com esse levantamento, que para atuar nesse setor nesse órgão, não é exigida qualificação
específica, porém, duas das colaboradoras visualizam a necessidade de realizar um curso
relacionado a gestão de arquivos. Foi possível compreender também que devido ao tempo de
atuação delas no setor ser variante, entende-se que não existe uma exigência do órgão quanto
à obrigatoriedade do conhecimento do decreto que o rege.
Outro ponto questionado foi sobre o ambiente físico desse setor. Na pergunta que
continha uma escala de grau de 1 a 5, sendo 1-péssimo, 2-ruim, 3-regular, 4-bom e 5-ótimo,
as médias obtidas foram: iluminação 2,3; climatização 4,3; limpeza 2,6; e arranjo físico 4.
Ainda sobre o ambiente, duas responderam que o local em que estão os arquivos é adequado.
A partir disso, percebeu-se que a iluminação e a limpeza são pontos que deverão ser
melhorados por receberem nota de grau ruim. Seguindo essa mesma escala, quando
questionadas quanto aos recursos humanos, foram obtidas as seguintes médias: qualificação 4;
relacionamento 4,3; e conhecimento 4. Já sobre a quantidade de pessoas no setor, duas
colaboradoras responderam ser suficiente. Referente a esse item, compreendeu-se que a
maioria das colaboradoras considera um ambiente de clima organizacional de grau bom e que
a quantidade de pessoas no setor é suficiente para a realização das atividades.
O questionário conteve perguntas abertas sobre o setor relacionadas a gestão do
órgão, o local do setor, os pontos de melhorias, bem como quais eram as habilidades e
competências do profissional para atuar nesse setor, compreendeu-se que: a gestão do órgão é
gerida de maneira correta e adequada; o local do setor, segundo uma colaboradora, não é o
mais adequado, porém supre as necessidades atuais do órgão, e já para duas delas é um local
adequado; quanto às melhorias, as três responderam que deveriam ser descartados os
documentos superiores a cinco (5) anos e, para uma delas, a consequência desse descarte
poderia possibilitar melhorias no layout do setor; as três colaboradoras responderam que as
habilidades e competências necessárias para atuar no setor são organização e comprometido, e
uma delas acrescentou que o profissional deve ser dinâmico.
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Após a análise de todos os dados obtidos nesse levantamento, alguns pontos de
melhorias foram identificados para reportar ao órgão. Assim, foram descritas tais propostas no
Quadro 1.
Quadro 1: Propostas de melhorias para o setor de arquivo do Procon de Toledo/PR.
Aspectos Propostas de melhorias
Documentos
- Descarte dos documentos superiores há cinco anos;
- Etiquetagem das caixas, prateleiras e armários com informações referentes ao ano e
tipo do documento;
- Centralização do arquivo.
Recursos
Humanos - Curso de aperfeiçoamento sobre o setor.
Ambiente físico
(estrutura,
localização)
- Organização cronológica do arquivo;
- Separação entre o ambiente para os documentos arquivados e os que aguardam parecer
jurídico;
- Atenção com a iluminação e limpeza do setor.
Fonte: Elaborado pelas autoras (2017).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em vista da importância de gerir documentos em um órgão público, esta pesquisa
objetivou diagnosticar a eficiência da gestão documental no setor do arquivo do Procon de
Toledo/Pr. Diante disso, concluiu-se a partir da análise dos dados obtidos que o órgão possui
alguns pontos que necessitam de melhorias para tornar mais eficiente a sua gestão de
documentos, sendo alguns desses a realização do descarte de documentos superiores a cinco
(5) anos, o acréscimo de informações adicionais nas caixas de arquivo, a organização das
mesmas nas prateleiras de modo cronológico, entre outros.
Assim, pode-se compreender que a gestão de documentos em órgãos públicos
necessita de atenção, dada a importância social dos documentos contidos neles e a
obrigatoriedade destes em propiciar o acesso dos documentos a todos que deles requererem.
Por essa razão, o órgão precisa tornar eficiente sua gestão documental, para que facilite a
localização e acesso aos documentos, bem como para melhor controle da tramitação, guarda e
conservação destes.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,
DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p.
BRASIL. Lei n. 8.159, de 8 de janeiro de 1991. Dispõe sobre a política nacional de
arquivos públicos e privados e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8159.htm>. Acesso em: 10 dez. 2016.
CALDERON, W. R.; CORNELSEN, J. M.; PAVEZI, N; LOPES, M. A. O processo de
gestão documental e da informação arquivística no ambiente universitário. 2004.
Disponível em:<http://gg.gg/681do>. Acesso em: 10 dez. 2016.
FREIBERGER, Z. Gestão de Documentos e Arquivística. Mato Grosso: E-Tec Brasil, 2012
(Caderno Didático para Educação à Distância).
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PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA: RELATOS DA ELABORAÇÃO DE UM
MEMORIAL INSTITUCIONAL
Larisse Daniela Hoffmann
Fernanda Cristina Sanches
Daniela Carolina Arenhardt
Edineide dos Santos Brum
Ivanete Daga Cielo
1 INTRODUÇÃO
A história de uma organização deve ser preservada como forma de ser lembrada e de
fortalecer sua marca. Assim como, não deve ser pensada apenas como resgate do passado,
mas sim utilizada como marco referencial a partir do qual as pessoas redescobrem valores e
experiências, reforçam vínculos presentes, criam empatia com a trajetória da empresa e
podem refletir sobre as expectativas dos planos futuros (WORCMAN, 1999).
A memória é um dos alicerces que dá sentido à vida. Com uma instituição não é
diferente. Preservar a memória institucional é manter a instituição viva e uma forma de
fortalecer suas bases. Para que essa memória seja preservada, é preciso conservar fotos,
documentos, objetos e organizar os registros dos fatos (FUNDACENTRO, 2016). Uma forma
de preservação da história é por meio do uso da imagem fotográfica, a qual propicia o
desencadeamento de lembranças de fatos passados, já adormecidos, e lhe conferem papel
fundamental na reconstrução histórica (MARCONDES, 2005). De acordo com Worcman
(1999), qualquer empresa terá sempre um instrumento por meio do qual sua história
corporativa é registrada e contada – para o público interno e externo.
Tendo em vista a importância da preservação da memória, o ponto norteador deste
estudo é o fato do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de Toledo não
possuir um material que contextualiza a história e trajetória da unidade no decorrer de seus 30
anos de existência, sendo assim, este estudo objetiva demonstrar a importância de registrar a
memória por meio da construção de um memorial para a organização em questão. A
problemática delimitada para o estudo busca investigar a seguinte questão norteadora: a
construção de um memorial histórico pode contribuir para a preservação da trajetória histórica
do SENAI?
Com o intuito de alcançar o objetivo dessa investigação, além dessa introdução, esse
estudo subdivide-se em cinco seções, as quais são: referencial teórico sobre a temática
investigada; procedimentos metodológicos, no qual descreve-se os procedimentos adotados
para a elaboração deste estudo; resultados e discussões, o qual expõe os resultados obtidos;
considerações finais da pesquisa realizada e por fim; a seção de referências, na qual constam
as obras consultadas.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações
técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase
corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente
(PAES, 2004). A documentação oferece o máximo no que se refere à facilidade de acesso às
informações e conhecimentos especializados, e também, tornar-se útil em todos os setores da
atividade profissional (MEDEIROS, 2010).
Tendo em vista tal facilidade na busca pelas informações, é importante manter a
gestão de arquivos sempre organizados. Da mesma forma, os arquivos fotográficos também
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devem ser geridos, de maneira a facilitar no momento da busca e do resgate da memória da
instituição. De acordo com Paes (2004), as atividades de um arquivo fotográfico devem ser
desenvolvidas em cinco fases: recepção e identificação, preparo, registro, arquivamento e
pesquisa. No que tange à recepção e à identificação (as fotografias e os negativos), estes
devem ser encaminhados ao arquivo pelos diversos órgãos que integram a organização,
acompanhados das informações indispensáveis ao registro.
Referente ao preparo, os métodos mais utilizados para o arquivamento de fotografias
são os de assunto, o numérico simples e o unitermo, em face da sua simplicidade de operação,
rapidez de acesso e localização, e inúmeras possibilidades de recuperação. Já sobre o registro,
uma vez codificadas ou numeradas, destacam-se das fotografias todos os elementos que
possam servir à pesquisa: nomes, assuntos, fatos ou acontecimentos, datas, lugares ou objetos
(PAES, 2004). O fato de guardar fotografias, na grande maioria das vezes, é com o propósito
de torná-la um arquivo como lembrança de acontecimentos importantes para a organização.
Além das fotografias impressas, há a opção do uso da fotografia digital, a qual
permite o uso da imagem fotográfica, propicia o desencadeamento de lembranças de fatos
passados e lhe conferem papel fundamental na reconstrução histórica (CORRÊA, 2009).
A partir da correta gestão desses arquivos, desenvolvem-se trabalhos voltados à
preservação da memória. Segundo Axt (2012), memorial histórico conceitua-se como um
lugar de memória mais ou menos estático a prestação de serviços à comunidade e
desenvolvendo no seu seio um fórum de reflexão sobre a instituição trabalhada, ancorado no
ferramental teórico e metodológico da pesquisa histórica.
Worcman (1999) também afirma que uma organização é um grupo, o qual possui
uma memória que garante sua coesão e identidade. Desta forma, as histórias não são
narrativas que acumulam, sem sentido, tudo o que se vive. É a partir de como constroem e
contam sua própria história que os grupos criam sua identidade.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Quanto à abordagem do problema, esta pesquisa caracteriza-se como qualitativa, pois
possibilita melhor visão e compreensão do contexto do problema (MALHOTRA, 2001).
Quanto aos objetivos é descritiva, pois apresenta as características de determinada população
ou fenômeno. Quanto aos procedimentos de coleta esta pesquisa caracteriza-se como estudo
de caso, pois este tipo de procedimento auxilia num maior conhecimento e numa possível
resolução de problemas relacionados ao estudo (RAUPP; BEUREN, 2009).
Assim, para atingir o objetivo desse estudo, de desenvolver um memorial histórico
para o SENAC, inicialmente elaborou-se um roteiro de entrevistas com 11 perguntas abertas,
aplicado no mês de agosto de 2016, às pessoas as quais possuíssem papel relevante na
unidade e que conhecessem sobre a história do SENAI de Toledo. Por meio disso,
entrevistou-se os funcionários com tempo de trabalho igual ou superior a dez anos e de
diferentes setores, o qual totalizou 6 dentre os 54 efetivos da unidade. As entrevistas foram
aplicadas a fim de captar informações importantes sobre a história do SENAI de Toledo e que
depois pudessem ser utilizadas como fonte na elaboração do memorial.
A partir disso, e considerando o conteúdo das entrevistas, realizou-se análise
descritiva das mesmas. Realizou-se também coleta de materiais históricos, como registros
fotográficos e registros documentais, que contribuíram para o relato das informações da
história do SENAI de Toledo. Por fim, elaborou-se o Memorial Histórico para a instituição.
É importante ressaltar que essa investigação é um recorte de um trabalho mais
complexo, proveniente de um relatório de estágio do curso de Secretariado Executivo da
Unioeste, defendido no início do ano 2017 por uma das autoras do resumo.
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18 a 20 de outubro de 2017 – Toledo/PR
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O SENAI foi criado em 22 de janeiro de 1942, pelo Decreto de Lei 4.048, do então
presidente Getúlio Vargas, com a missão de formar profissionais para a indústria nacional. O
decreto estabelecia que a nova instituição de educação profissional fosse mantida com
recursos dos empresários e administrada pela Confederação Nacional da Indústria.
A filial de Toledo foi inaugurada em 14 de dezembro de 1986 (data que coincide
com o aniversário do município) e obteve a colaboração do empresariado local, do Presidente
da Coordenadoria da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, do ex-prefeito e o apoio
decisivo do então prefeito em exercício.
A unidade de Toledo possui 54 funcionários atuantes nas diversas áreas e setores da
instituição. Dentre esses, optou-se pela seleção de seis para entrevista. Tal seleção se deu em
função do tempo de trabalho na instituição, sendo igual ou superior a dez anos, e também às
pessoas de diferentes setores. Avaliou-se que quanto mais tempo como funcionário, melhor
seriam as informações e participação nos fatos e na história do SENAI de Toledo.
A entrevistada A relatou que começou a trabalhar no SENAI em Cascavel, em 2003,
como estagiária e após 2 anos passou a trabalhar na unidade de Toledo. Seu cargo atual é de
orientadora educacional. Até o momento, atua 13 anos como funcionária do SENAI (2 anos
no SENAI de Cascavel e 11 anos SENAI de Toledo). Ao ser questionada sobre a história do
SENAI de Toledo, respondeu que a instituição surgiu em 1986, mas as atividades começaram
em 1987. Afirmou que o SENAI de Toledo atende uma grande parcela dos municípios
vizinhos (12 municípios), com cursos de qualificação profissional.
O entrevistado B tem 46 anos, iniciou suas atividades em 2005 e atualmente exerce o
cargo de técnico de ensino pleno e coordenador dos cursos Técnico em Automação Industrial
e em Eletrotécnica. Segundo o relato, foram três os fatos que ficaram marcados na história do
SENAI de Toledo. Primeiro o início do SENAI com a oferta de cursos Técnicos, o segundo
fato foi a construção do segundo bloco do prédio e o terceiro, a construção do laboratório de
refrigeração e climatização.
Já a entrevistada C informou que foi a primeira Secretária do SENAI de Toledo.
Primeiramente, trabalhou como estagiária na unidade e posteriormente participou de um teste
seletivo, no qual foi aprovada e passou a exercer a função de Secretária no SENAI de Toledo.
Ainda de acordo com a entrevistada houve muitas oportunidades de crescimento e
desenvolvimento profissional. Atualmente atua como coordenadora no departamento
financeiro da unidade.
Ao ser questionada sobre os fatos que ficaram marcados, a entrevistada D informou
que foi a inauguração do Bloco 2, ocorrido em 2008, com a planta didática da área de
alimentos; a inauguração da planta didática de refrigeração; o destaque estadual nas práticas
de cursos na modalidade de educação à distância; a participação de alunos, com excelentes
resultados nas Olimpíadas do Conhecimento; os alunos do Programa Nacional de Acesso ao
Ensino Técnico e Emprego vencerem o concurso da empresa BRF na inovação de produtos da
área de alimentos.
Por sua vez, o entrevistado E relatou que trabalha no SENAI de Toledo há 18 anos.
O mesmo tem 60 anos e está aposentado. Relatou que um dos fatos marcantes em sua
trajetória na empresa, foi: “Quando o SENAI/PR fez 55 anos ganhamos uma festa, passamos
uma semana inteira em Curitiba, teve olimpíadas e reuniu todos os funcionários das unidades
do Paraná, ficamos uma semana lá. Isso me marcou muito” (ENTREVISTADO E, 2016).
O entrevistado F relatou que trabalha no SENAI/PR há 40 anos. Inicialmente era
funcionário da unidade de Curitiba, depois passou a trabalhar na unidade de Cascavel e em
seguida assumiu o cargo de gerência em Toledo no qual permanece até o momento. O
entrevistado F citou sobre os fatos marcantes:
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Os fatos que ficaram marcados no SENAI de Toledo são diversos, entre eles
podemos dizer das ampliações da unidade. Iniciamos com quatro salas de aula e a
partir do ano de 2000 começamos a ter várias ampliações. Tivemos a duplicação em
2004, posteriormente em 2008, e agora estamos na fase de entrega do Instituto Senai
de Tecnologia em Alimentos e Refrigeração (ENTREVISTADO F, 2016).
Todos os relatos citados pelos entrevistados foram importantes para a elaboração do
memorial histórico para o SENAI de Toledo. É importante ressaltar que o fato de o gerente da
unidade ser o mesmo desde a inauguração do SENAI de Toledo até o momento (2016),
contribuiu satisfatoriamente para a realização do memorial, visto que acompanhou toda a
história, o desenvolvimento e a trajetória dos funcionários, desde o início da unidade.
Além da realização de entrevistas, foram resgatados arquivos fotográficos e também
documentais. Inicialmente enfrentou-se um obstáculo, pois não haviam informações referente
ao local em que os arquivos fotográficos estivessem guardados. Desta forma, houve a
necessidade de realizar um levantamento de informações, para depois iniciar a busca pelos
materiais. Ao questionar os funcionários sobre a existência e onde poderiam estar guardados,
a resposta era quase sempre a de que sabiam da existência, porém não sabiam onde encontrá-
los. Esses álbuns eram fundamentais para o trabalho proposto, pois neles continham as fotos e
registros mais antigos do SENAI de Toledo.
Com o auxílio da bibliotecária da unidade e após algumas tentativas de busca dos
materiais citados, estes foram encontrados em uma caixa localizada no depósito da unidade e
sem identificação. Foram resgatados também fotografias em arquivo digital (CD e DVD), os
quais estavam guardados na biblioteca da unidade, identificados em outra caixa. Outros
documentos que também foram utilizados para a construção do memorial, são os livros de
registros, os quais contém informações dos primeiros cursos ofertados.
Figura 1 - Conteúdo presente no sumário do Memorial Histórico.
Fonte: dados da pesquisa (2016).
Todos esses documentos foram importantes para auxiliar na demonstração da
evolução histórica da organização. Os mesmos foram organizados em um registro de
informações, os quais serviram para a elaboração do Memorial Histórico. O memorial foi
elaborado com capa, apresentação, sumário, e a contextualização dos fatos e acontecimentos
ocorridos no decorrer dos 30 anos de existência, conforme apresentado na Figura 1. Após a
elaboração e apresentação do memorial, sugeriu-se que a unidade continuiasse os
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acontecimentos de novos fatos e acontecimentos relevantes da unidade. Isso porque, acredita-
se que a continuação da história do SENAI de Toledo precisa ser contada e contextualizada.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do referencial teórico exposto e após a elaboração do Memorial Histórico
para o SENAI de Toledo, buscou-se mostrar a importância de preservar a memória, assim,
pode-se concluir que a história de uma instituição necessita ser contada e contextualizada. O
acesso às informações históricas pode ser entendido como ativos para fortalecer a reputação
de uma empresa.
Considerando um cenário altamente competitivo no mundo dos negócios, as
organizações que demonstram maior credibilidade podem se sobressair com este diferencial.
Para isto, ressalta-se a importância de uma organização estabelecer formas de deixar exposta a
sua marca, sua história e trajetória. Sendo assim, uma das formas de demonstração e
preservação é por meio de um memorial histórico institucional.
Neste sentido, as informações ficam registradas e contextualizadas podendo ser
conhecida por um número maior de pessoas, funcionários, sociedade, mercado corporativo,
etc. Vale salientar que os dados coletados são importantes, pois servem como base para a
realização do memorial histórico institucional, assim como, propicia maior credibilidade para
o registro das informações contidas no memorial. Não diferente disso, as pessoas envolvidas
no decorrer da trajetória de uma empresa, também são fatores relevantes e de grande valia
para a contribuição no que tange o levantamento de fatos e acontecimentos organizacionais.
REFERÊNCIAS
AXT, G. A função social de um memorial: a experiência com memória e história no
Ministério Público. MÉTIS: história & cultura, v. 12, n. 24, p. 64-89, jul. /dez. 2012.
CORRÊA, J. R. A evolução da fotografia e uma análise da tecnologia digital. Minas
Gerais, 2009. Disponível em: <http://www.com.ufv.br/pdfs/tccs/2012/JulianaCorr%C3%AA
a.pdf>. Acesso em: 30 set. 2016.
FUNDACENTRO - Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do
Trabalho. A importância da memória institucional. São Paulo. 2016. Disponível em:
<http://www.fundacentro.gov.br/resgate-historico/a-importancia-da-memoriainstitucional>.
Acesso em: 10 ago. 2016.
MALHOTRA, N. Pesquisa de marketing: uma orientação. Porto Alegre: Bookman, 3 ed.
2001.
MARCONDES, M. Conservação e preservação de coleções fotográficas. 2005. Disponível
em: <http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao01/materia02/>.
Acesso em: 07 ago. 2016.
MEDEIROS, J. B.; HERNANDES, S. Manual da secretária. 12. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
PAES, M. L. Arquivo: teoria e prática. 3. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2004.
PORTAL DA INDÚSTRIA. Disponível em:
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de Secretariado Executivo – UNIOESTE
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<http://www.portaldaindustria.com.br/senai/institucional/2012/03/1,1776/historia.html>.
Acesso em: 13 ago. 2016.
RAUPP, F. M.; BEUREN, I. M. Metodologia da pesquisa aplicável às ciências sociais. In:
BEUREN, I. M. (org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e
prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009, p. 76-97.
WORCMAN, K. A história na empresa: identidades e oportunidades. 1999. Disponível
em: <http://www.museudapessoa.net/public/editor/a_hist%C3%B3ria_na_empresa_-
_identidades_e_oportunidades.pdf>. Acesso em: 05 ago. 2016.
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A PARTICIPAÇÃO DOS DISCENTES NOS EVENTOS ACADÊMICOS DE
SECRETARIADO EXECUTIVO: REALIDADE DOS ALUNOS DE SECRETARIADO
EXECUTIVO DA UNIOESTE – CAMPUS TOLEDO
Ana Luiza Pereira
Bruno Cesar Lazarotto Correia
Dominiky Huberlini Roque da Silva
Milena Luiza Groeler
Taiana Grespan
1 INTRODUÇÃO
Os eventos científicos se apresentam como forma de disseminação de conhecimento
em determinada área. Contudo não ocorrem somente no âmbito formal, como na forma de
submissão de trabalhos científicos, palestras e entre outras modalidades; visto que surgem
similarmente nos corredores e conversas informais entre os participantes, que obtêm
aprendizado a partir da troca de ideias (CAMPELLO, 2000, p.62 apud de LACERDA et al.,
2008). Esses aprendizados podem incitar a criatividade para resolver as problemáticas que
eventualmente surgem e estão surgindo no cotidiano profissional. Portanto, a fim de
investigar e entender esses dilemas, a produção científica é utilizada, com suas teorias,
pesquisas e discussões.
Quanto à produção científica no campo do Secretariado Executivo, de acordo com
Nonato Júnior (2009, p.130), ”A área que não possui seus próprios conceitos de ordem
filosófica e científica, ficando sempre atrofiada a condição de técnica ou, no máximo, de
resenha sobre o conhecimento das outras ciências”, assim, o âmbito secretarial ainda
apresenta pouca produção científica em relação aos outros, mesmo que, a partir da última
década, com a promoção de novos eventos científicos e editoração de revistas científicas, o
avanço tenha sido significativo.
São esses, entre outros, fatores que podem influenciar na restrita produção dentro da
área secretarial. Assim, para contribuir com a pesquisa científica em Secretariado Executivo,
desenvolveu-se uma pesquisa relacionada à participação dos acadêmicos em eventos
científicos, a qual tem por objetivo traçar o perfil da participação discente. Aplicou-se a
pesquisa, em forma de questionário, nas quatro turmas de Secretariado Executivo da
Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste, no campus de Toledo.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Para Carmo e Padro (2005, p.131) “a ciência é uma atividade social, e, portanto,
precisa ser divulgada, debatida e refletida”, e é preciso que essas atividades estejam em
constante busca de informações atualizadas. Para tanto, uma das opções são os eventos
científicos, pois trazem diferentes canais de informações científicas que podem ajudar na
identificação dos novos conhecimentos e dos já existentes.
De acordo com Campello (2000, p. 62 apud de LACERDA et al., 2008.):
[...] os eventos científicos podem desempenhar diversas funções: encontros como
forma de aperfeiçoamento de trabalho científico, uma vez que os trabalhos
apresentados mudam substancialmente após apreciação nos eventos; encontro como
reflexo do estado arte, pois os trabalhos apresentados durante os eventos podem
refletir o panorama dá área e o perfil dos seus membros e encontros como forma de
comunicação informal, pois as conversas informais com seus pares constituem parte
dos eventos.
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Com isso, pode-se compreender que eventos científicos resultam em atividades de
cunho positivo para os seus participantes. Eles trazem tanto para suas vidas profissionais e
acadêmicas novos conhecimentos que aperfeiçoarão seus trabalhos, quanto para suas vidas
particulares, novas experiências e formas de incentivo.
Apesar disso, a área secretarial ainda carece de produções científicas e esse foi o
principal motivo para que, em 2009, o curso de Secretariado Executivo fosse quase extinto no
Brasil. A Secretaria de Educação Superior do Ministério de Educação (SESu/MEC) analisou,
em uma consulta pública, a possibilidade dos cursos de Bacharelado em Secretariado
Executivo serem cancelados, existindo, a partir de então, somente os cursos técnicos e
tecnólogos de Secretariado Executivo. A consulta teve como resultado a continuidade do
curso. Entretanto a comissão de professores e coordenadores comprometeu-se em aumentar as
produções acadêmicas e cientificas na área, e divulga-las de diversas formas (Associação
Brasileira de Pesquisa em Secretariado - ABPSEC, 2017).
É possível perceber o grande avanço das produções acadêmicas e científicas da área,
principalmente a partir de 2009, pois as produções científicas aumentaram, apesar disso, ainda
existem fatores que fazem com que alunos não participem dos eventos científicos, projetos de
extensão e grupos de pesquisa. Um dos fatores que levam ao desinteresse é a concentração
das edições dos eventos nas regiões Norte e Nordeste do país, como, por exemplo, o Encontro
Nacional dos Estudantes de Secretariado Executivo (ENESEC), que a partir da segunda
edição, seis de suas nove edições ocorreram concentradas nessas áreas, impossibilitando que
os alunos se desloquem, por causa dos altos custos envolvidos. Vale ressaltar que a próxima
edição do ENESEC, em 2018, está confirmada para Recife/PE, novamente na região Nordeste
do país, e que não foram encontrados registros da localização da primeira edição do ENESEC.
A partir desse fator, os discentes acabam perdendo o interesse em produzir, afetando
seu desenvolvimento acadêmico. Mesmo que algumas edições dos eventos sejam na parte Sul
do país, por não terem contato direto com algum fator provindo das pesquisas, não são
adeptos aos encontros.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Focando na importância da participação em eventos científicos, foi aplicada uma
pesquisa com os discentes do 1º, 2º, 3º e 4º ano de secretariado executivo da Universidade
Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste, Campus Toledo, a qual teve a finalidade de traçar o
perfil da participação dos acadêmicos em eventos científicos.
A pesquisa bibliográfica, descritiva, de cunho quantitativo e levantamento de campo,
foi realizada nos dias 6, 7 e 9 de fevereiro de 2017, por meio de um questionário com 11
questões objetivas, com categorias e subcategorias, e foi aplicado dentro de sala de aula,
respondido e entregue no ato para os responsáveis. O questionário utilizado como base foi o
das autoras Lacerda, Weber, Porto e Silva (2008).
Ao todo participaram dessa pesquisa 78 acadêmicos (56%), dos 140 matriculados, do
1º, 2º, 3º e 4º ano de Secretariado Executivo da Universidade Estadual do Oeste do Paraná –
Unioeste. Para análise dos dados foram utilizados quadros para organização e interpretação
dos mesmos. A partir disso, foi possível construir gráficos e quadros, que ilustram os
resultados obtidos.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A apresentação dos resultados abordará partes dos dados analisados na pesquisa,
focando para os dados que traçam o perfil dos discentes que participam de eventos científicos,
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como idade e tipo de participação dos discentes, por exemplo. As demais informações serão
analisadas, futuramente, em trabalho mais aprofundado.
A partir dos dados coletados, estes foram separados em gráficos e quadros para
melhor organização e análise. No Gráfico 1, abaixo, demonstra a idade dos entrevistados,
englobando as quatro turmas pesquisadas. Percebe-se que 68% dos entrevistados estão entre
18 a 23 anos e 32% estão entre 24 a 41 anos. Além disso, dos 78 discentes entrevistados, 75 já
haviam participado de algum tipo de evento científico. Pode-se, assim, compreender que tanto
a demanda de público para eventos científicos, quanto a do curso de Secretariado Executivo
da Unioeste, são de jovens na faixa etária dos 20 anos.
Gráfico 1 – Idade dos discentes participantes da pesquisa
Fonte: dados da pesquisa (2017)
No Quadro 1, abaixo, foi analisado o tipo de participação, em ventos científicos, dos
acadêmicos entrevistados. Ohira (2002, p. 73 apud de LACERDA et al., 2008.) descreve que
“os eventos científicos são meios altamente eficientes na comunicação oral do conhecimento
visto o ritmo crescente do desenvolvimento da ciência e, portanto, um meio de divulgação e
assimilação de novos conhecimentos”. Por isso, todo o tipo de participação em eventos é
extremamente importante, visto que instiga o aprendizado e concentração de novas ideias.
Quadro 1 – Tipo de participação dos discentes entrevistados, em eventos científicos.
1º ano 2º ano 3º ano 4º ano
Ouvintes: 22 10 16 21
Apresentando trabalho em painel: 2 7 2 5
Apresentando trabalho oral: 0 1 4 6
Apresentando trabalho oral e em painel: 0 1 7 2
Fonte: dados da pesquisa (2017)
Por meio do quadro 1, nota-se, que os alunos do 1º ano tiveram sua maior
participação como ouvintes com 22 acadêmicos, e apenas 2 (dois) participaram apresentando
trabalho em painel. Dos discentes do 2º ano, apesar de sua maioria serem ouvintes, houve
crescimento na submissão de trabalhos, 10 (dez) obtiveram sua participação registrada como
ouvintes, 7 (sete) já haviam apresentado trabalhos em painel, 1 (um) acadêmico apresentou
trabalho oral e 1 (um) apresentou, tanto trabalho oral quanto em painel. Em relação ao 3° ano,
as produções aumentam nas categorias de trabalhos oral e em painel, os ouvintes totalizam 16,
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apresentadores de painel, 2, discentes que participaram submetendo trabalhos orais, 4 e a
categoria de trabalho oral e em painel somam 7 acadêmicos. Referente aos acadêmicos do 4°
ano, apesar do aumento na produção apenas 13 alunos, dos 21 entrevistados do 4° ano,
apresentaram algum tipo de trabalho científico, seja em forma de painel ou de forma oral.
Com base nas informações obtidas, é possível compreender que apenas 47% dos
acadêmicos entrevistados (37 de 78 entrevistados) já teriam apresentado algum tipo de
trabalho científico, como trabalho em painel ou apresentação oral em semanas acadêmicas.
Esse número é extremamente baixo, considerando que trabalhos acadêmicos e científicos
fazem parte do meio em que se encontram os discentes, a universidade.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os dados obtidos, constata-se que há adesão dos discentes de
Secretariado Executivo, da Unioeste, nos eventos acadêmicos e científicos. Entretanto são
poucos os alunos que produzem textos científicos, seja resumo expandido ou apresentação
oral, por exemplo.
Os acadêmicos, de perfil jovem, entre 18 a 23 anos, participam dos eventos
acadêmicos e científicos desde seu primeiro ano de graduação, todavia passam a produzir de
forma acadêmica apenas em seus próximos anos, seja por incentivo de desenvolvimento
pessoal, acadêmico ou profissional.
Uma limitação da pesquisa foi o fato de que em determinada pergunta do
questionário aplicado, a qual se referia sobre a participação em eventos científicos, não foi
especificado sobre a participação de eventos acadêmicos (como semanas acadêmicas), e
eventos de abrangência nacional (como ENASEC e ENESEC), de maneira separada. Assim,
impossibilitando compreender o número de discentes que participam de eventos acadêmicos,
mas que não se locomovem para outras localizações para eventos de grande abrangência. Esse
fator limitou a pesquisa, pois não deixou claro o real número da participação dos acadêmicos
em eventos científicos.
Acredita-se que trabalhos futuros possam ser realizados com o intuito de
compreender limitadores específicos dos discentes de Secretariado Executivo da Unioeste.
Para que, os acadêmicos, desde seu primeiro ano, possam ser incentivados e que possíveis
limitadores sejam barrados. Assim, dados relacionados ao incentivo da participação em
eventos científicos poderão ser discutidos e aprofundados em um futuro trabalho.
REFERÊNCIAS
Associação Brasileira de Pesquisa em Secretariado - ABPSEC. Disponível em:
http://www.abpsec.com.br/abpsec/index.php/a-pesquisa. Acesso em 28 de setembro de 2017.
CARMO, J. S.; PRADO, P. S. T. Apresentação de trabalho em eventos científicos:
comunicação oral e painéis. Interação em Psicologia. Curitiba, v. 9, n. 1, p. 131-142, 2005.
LACERDA, L, A. WEBER, C. PORTO, P, M. SILVA, A, R. A importância dos eventos
científicos na formação acadêmica: estudantes de biblioteconomia. Revista ACB,
Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.13, n.1, p.130-144, jan./jun., 2008.
JUNIOR, N. Epistemologia e teoria do conhecimento em Secretariado Executivo:
Fundação das Ciências da Assessoria. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2009.
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OPINIÃO DE ACADÊMICOS SOBRE O PLANEJAMENTO E DA ORGANIZAÇÃO
DE EVENTOS, DA DISCIPLINA TECNICAS DE SECRETARIADO EXECUTIVO II,
DO CURSO DE SECRETARIADO EXECUTIVO – UNIOESTE
Djessica Andressa Nunes
Keila Raquel Wenningkamp
1 INTRODUÇÃO
Tendo em vista que neste século os processos de disseminação das informações
tornaram-se muito veloz, as organizações buscam formas eficazes para atingir metas firmadas.
Nesse sentindo, os autores Seleme e Stadler (2008) mencionam que satisfazer as necessidades
das pessoas é um dos principais objetivos das organizações, devendo suprir todas as
necessidades demandadas.
Nesse contexto, é necessário que as empresas busquem e apliquem métodos, a fim de
alcançar eficiência e eficácia para os resultados, de modo que a padronização e normalização
tornam-se elementos fundamentais dentro de uma organização.
Conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2017), normalizar é
o processo de elaboração e emprego de regras para a solução ou prevenção de problemas,
estabelecendo de uma maneira objetiva que as exigências do produto, serviço, atividade,
sistema e pessoa, acatem os propósitos a que se destinam. E padronização, de acordo com
Falconi (1992), é um método ou objeto para expressar-se a importância da quantidade,
estabelecendo e utilizando padrões como orientação para se uniformizar.
Diante disso, cabe mencionar a importância do desenvolvimento da normalização e
padronização dos aspectos administrativos que envolvem o planejamento e a organização dos
eventos do curso de Secretariado Executivo, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
(UNIOESTE), especificadamente os organizadores para a disciplina de Técnicas de
Secretariado Executivo II. Essa disciplina está na grade curricular do referido curso, na qual
os acadêmicos aprendem na prática como planejar e organizar eventos. A organização dos
principais eventos, como o Coquetel com RH e a Semana Acadêmica, ficam por
responsabilidade dos professores e dos acadêmicos do segundo ano do curso, ano em que é
ministrada essa disciplina.
Ocorre que algumas vezes essa disciplina é ministrada por docentes colaboradores
com contrato de trabalho de prazo determinado, que, por vezes, podem proceder de maneiras
diferentes entre si e ter dúvidas sobre os processos administrativos de planejamento e
organização de eventos. Somado a isso, não foram encontrados direcionamentos voltados à
padronização e normalização dos aspectos administrativos de organização de eventos.
Logo, objetivo deste trabalho é analisar a opinião dos acadêmicos do terceiro e
quarto ano do curso (em 2017) sobre o processo de planejamento e organização de eventos da
disciplina Técnicas de Secretariado Executivo II, do curso de Secretariado Executivo –
Unioeste, a fim de que isso auxilie, futuramente, na elaboração de algumas diretrizes voltadas
à normalização e padronização do planejamento e organização de eventos realizados na
disciplina de Técnicas de Secretariado Executivo II.
2 PADRONIZAÇÃO E NORMALIZAÇÃO
A padronização, para Campos (1992), é discernida como uma das ferramentas na
gestão da qualidade, que pode possibilitar a melhoria da qualidade, mais segurança e maior
controle das atividades desenvolvidas na empresa, proporcionando maior eficiência na
organização e a melhora continua em seus produtos ou serviço.
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As organizações vem há muito tempo instituindo a padronização em seus processos.
Para os autores Seleme e Stadler (2008), o padrão fez com que as organizações
administrassem seus recursos de maneira mais competente, dado que, executando os
processos dentro de padrões, as variações são controladas.
Desse modo, a padronização é uma ferramenta que designa os procedimentos para a
unificação e execução das atividades, de modo que cada pessoa possa assumir a
responsabilidade pelo resultado de seu trabalho (SOUZA, 2010).
Para que se possa implantar a padronização é necessário que haja uma norma
estabelecendo que a organização siga o padrão determinado. A normalização faz parte do dia-
a-dia, desde o início da civilização quando o homem começou a realizar transações
comerciais, aplicando regras às atividades, buscando equilibrar suas relações dentro da
comunidade, estabelecendo suas dimensões, pesos e distancias para construir, consumo de sua
alimentação, assim como a barganha de produtos (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA
INDÚSTRIA, 2002).
Chiavenato (1989) descreve norma como uma forma de comportamento,
estabelecendo de que maneira o serviço ou procedimento deve ser realizado. Com o mesmo
sentido, Simcsik (1992) cita que normas são regras e procedimentos adotados pela empresa
para a realização de atividades, com propósito de alcançar os objetivos propostos pela
organização.
As normas possuem diversas características, sendo que Guio (2006) as descreve como
melhoria da qualidade, redução de defeitos, custos e manutenção, aumento da confiabilidade
nos serviços produzidos e realizados, a diminuição de esforços e tempo, e maior índice de
satisfação.
Assim, normalização é descrita pela Confederação Nacional da Industria - CNI (2002)
como um meio de coordenar as atividades e processos pela criação e aplicação de regras ou
normas, tendo em vista a contribuição o crescimento econômico e social.
Pode-se entender então que a normalização dentre os processos administrativos possui
o objetivo de estabelecer instruções para a realização de algo, implementando regras,
condutas, orientações, estabelecendo os padrões de aceitação e ordenação de uma
organização.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este estudo, por sua natureza, pode ser caracterizado como descritivo e qualitativo.
Para a coleta de dados foi utilizado o questionário, que segundo Roesch (1999), é um
instrumento de coleta de dados que busca mensurar alguma coisa. O questionário foi aplicado
para os acadêmicos matriculados no terceiro e quarto anos do curso de Secretariado
Executivo, no dia 22 de agosto de 2017, a fim de analisar a opinião sobre os processos de
planejamento e organização de eventos.
Justifica-se a escolha desses acadêmicos, pois já cursaram a disciplina de Técnicas de
Secretariado Executivo II, em que ocorre a prática de organização de eventos.
Do terceiro ano, obteve-se o retorno de 22 questionários do total de 27 matriculados, o
que corresponde a 81,5 % de aproveitamento, e do quarto ano, obteve-se resposta de 20
acadêmicos dos 32 matriculados, correspondendo a 62,5% de aproveitamento dos alunos
matriculados.
A análise de dados coletados pelo questionário foi realizada de maneira descritiva.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O questionário teve o objetivo de compreender a opinião dos acadêmicos do terceiro e
quarto anos do curso sobre o processo de planejamento e organização dos eventos da
disciplina de Técnicas de Secretariado Executivo II. Para cada pergunta, havia cinco opções
de respostas correspondentes ao grau de concordância em relação às afirmativas, sendo: 1
discordo plenamente, 2 discordo, 3 indiferente, 4 concordo, 5 concordo plenamente, e duas
questões abertas.
Primeiramente, teve-se o intuito de descobrir a opinião dos acadêmicos sobre quem
deve estabelecer os objetivos dos eventos, se os acadêmicos, se os docentes ou se ambos, de
maneira conjunta. Em geral, 83% concordam plenamente que a definição dos objetivos seja
em conjunto entre acadêmicos e docentes.
Posteriormente, objetivou-se conhecer a opinião dos acadêmicos sobre a definição e
decisões sobre os tipos de eventos, conforme pode observado na Tabela 1.
Tabela 01 - Tipos de eventos
TIPOS DE EVENTOS 1 2 3 4 5 Total
Os tipos de eventos devem ser definidos
apenas pelos acadêmicos
48%
17%
24%
07%
02%
98%
Os tipos de eventos devem ser definidos
apenas pelos professores
55%
14%
21%
02%
05%
97%
Os tipos de eventos devem ser definidos pelos
acadêmicos e professores
02%
0%
05%
12%
81%
100%
Deveria ter flexibilidade na definição dos
tipos de eventos que atualmente são
realizados na disciplina (Semana Acadêmica e
Coquetel com RH)
05%
10%
26%
21%
36%
98%
O Coquetel com RH não deveria ser
organizado pelos acadêmicos do 2º ano, na
disciplina de Técnicas II, mas sim por uma
Comissão específica, envolvendo acadêmicos
de todos os anos.
56%
12%
10%
12%
10%
100%
A Semana Acadêmica não deveria ser
organizada pelos acadêmicos do 2º ano, na
disciplina de Técnicas II, mas sim por uma
Comissão específica, envolvendo acadêmicos
de todos os anos.
62%
12%
07%
12%
07%
100%
Pode-se observar que 48% dos entrevistados discordam plenamente com a opção de os
acadêmicos devem responsáveis pela definição da escolha dos tipos de eventos a serem
realizados, e 24 % mostraram-se indiferentes em relação. Do mesmo modo, 55% dos
entrevistados discordaram plenamente que a definição deveria ser por parte dos professores, e
21% assinalaram a opção indiferente. Porém, 81% assinalaram em concordar plenamente que
a definição seja em conjunto, professores acadêmicos. Em relação a ter flexibilidade na
definição dos eventos 57% (21% concorda, 36% concorda plenamente) responderam que
concordam com a opção. Já sobre se ter uma comissão organizadora que envolva não somente
acadêmicos do 2º, mas sim, todos os acadêmicos do curso, para a organização dos eventos:
68% (56% discorda plenamente, 12% discorda) responderam discordar da proposta para a
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organização do Coquetel com RH, e 74% (62% discorda plenamente 12% discorda) dos
entrevistados também se mostraram relutantes com a sugestão para Semana Acadêmica.
Ainda, objetivou-se saber aspectos relacionados ao pagamento de ingresso pela equipe
organizadora, conforme Tabela 2.
Tabela 02 – Pagamento de ingresso pela equipe de organização.
INGRESSO 1 2 3 4 5 Total
Os acadêmicos organizadores dos eventos
também devem pagar ingressos
86%
0%
07%
02%
05%
100%
O valor dos ingressos pagos pelos acadêmicos
organizadores dos eventos deve ser igual ao
dos outros participantes
78%
12%
05%
0%
05%
100%
O valor dos ingressos pagos pelos acadêmicos
organizadores dos eventos deve ser menor do
que o dos outros participantes
12%
02%
12%
17%
57%
100%
Fonte: resultado da pesquisa (2017)
Dentre as respostas apresentadas, 86% discordaram no pagamento de ingresso por
parte dos acadêmicos organizadores, como também 90% (78% discorda plenamente, 12%
discorda) discordam que o valor pago deve ser igual a dos outros participantes, e apesar de
74% (17% concordar, 57% concordar plenamente) dos entrevistados responder pela
concordância de o valor ser menor, 14% (12% discorda plenamente, 02% discorda) se
opuseram em relação em a isso.
Indagou-se, também, sobre questões de liderança e autonomia, cujos resultados podem
ser vistos da Tabela 3.
Tabela 03 – Liderança e Autonomia
LIDERANÇA E AUTONOMIA 1 2 3 4 5 Total
É necessário pelo menos um acadêmico líder
que auxilie os professores nas decisões mais
importantes e urgentes
05%
10%
17%
17%
51%
100%
É necessário pelo menos um acadêmico líder
para intermediar a comunicação entre
professores e acadêmicos a fim de
proporcionar maior autonomia aos estudantes
02%
10%
17%
14%
57%
100%
Os professores devem ter autonomia para
tomar decisões fora de sala de aula quando
essas forem urgentes
07%
17%
10%
29%
37%
100%
Os acadêmicos devem ter mais autonomia no
processo de planejamento e organização dos
eventos
02%
7%
21%
33%
36%
99%
Fonte: resultado da pesquisa (2017)
Como resultado pode se entender que a sugestão da presença de um líder é algo de
muito interesse para os entrevistados, visto que mais da metade - 68% (17% concorda, 51%
concorda plenamente) e 71% (14% concorda, 57% concorda plenamente) – acreditam na
necessidade de pelo menos um acadêmico para assessorar os professores nas decisões mais
importantes e urgentes, e auxiliar como intermediador na comunicação entre docentes e
discentes. Com relação ao processo de autonomia, 24% (07% discorda plenamente, 17%
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discorda) responderam em não aprovar, que os professores devem ter autonomia para tomar
as decisões fora da sala de aula quando essas forem urgentes, no entanto, 66% (29%
concorda, 37% concorda plenamente) responderam positivamente para a questão.
Por fim, perguntou-se sobre questões relativas à uniforme para a equipe de
organização. Nesse quesito, 88% dos acadêmicos optam por vestimentas padronizadas e 54%
(14% concordam, 40% concordam plenamente) apontaram que é necessária aquisição de
novos uniformes. Embora 54% (14% concorda, 40% concorda plenamente) consentem que as
definições de tecidos modelos e cores, sejam feitas de maneira conjunta, entre docentes e
acadêmicos, foi apresentado que 69% (10% concordam, 59% concordam plenamente)
preferem que a escolha seja definida pelos acadêmicos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo deste estudo foi analisar a opinião dos acadêmicos do terceiro e quarto ano
do curso (em 2017) sobre o processo de planejamento e organização de eventos da disciplina
Técnicas de Secretariado Executivo II, do curso de Secretariado Executivo – Unioeste. O
intuito é que este trabalho, preliminar, auxilie, futuramente, na elaboração de algumas
diretrizes voltadas à normalização e padronização do planejamento e organização de eventos
realizados na disciplina de Técnicas de Secretariado Executivo II.
A partir dos dados coletados, pode-se observar que os acadêmicos que já cursaram a
disciplina, de maneira geral, concordam que os objetivos dos eventos, bem como os tipos de
eventos sejam definidos de maneira conjunta pelos docentes e acadêmicos. Além disso, que
deve haver flexibilidade sobre a definição dos tipos de eventos, mas que devem ser
organizados pelos acadêmicos do 2º ano. Somado a isso, que os ingressos dos organizadores
ou não devem ser pagos ou devem ser pagos em valor menor. Por fim, que a autonomia dos
acadêmicos é importante e que deve existir líderes que auxiliem a comunicação entre
professores e acadêmicos.
Para trabalhos futuros, sugere-se a realização de entrevistas também com os docentes e
coordenação do curso para que, juntamente, com a opinião dos acadêmicos possam ser
desenvolvidas diretrizes de padronização e normalização do processo de planejamento e
organização de ventos.
REFERÊNCIAS
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Normalização: conceito, definição.
Disponível em: < http://migre.me/w2MYy>. Acessado em 17. dez. 2016.
CAMPOS, V. F. TQC: Controle da qualidade total (no estilo japonês). 2. ed. Belo Horizonte,
MG: Fundação Christiano Ottoni, Escola de Engenharia da UFMG, 1992.
CNI. Confederação Nacional da Indústria. Normalização conhecendo e aplicando na sua
empresa. 2. ed.Brasilia, 2002. Disponível em: http://encurtador.com.br/kqzDX. Acessado: 16
de jun. 2017.
CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação a organização e controle. 1. ed. São Paulo: McGraw-
Hill,1989.
GUIO, Leanice Maria Peruzzo. A padronização das rotinas Administrativas rumo à
Certificação de qualidade – o caso Rochaz indústria e comércio Ltda. Monografia –
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Curso de Secretariado Executivo Trilíngue, Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, ago.
2006.
SELEME, Roberto; STADLER, Humberto. Controle da qualidade: as ferramentas
essenciais. Curitiba, PR: Ibpex, 2008.
SIMCSIK. Tibor. OMIS: organização e métodos. 1. ed. São Paulo: Makron Books, 1992.
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A PERCEPÇÃO DOS ACADÊMICOS EM RELAÇÃO Á GESTÃO DE CARREIRA
DO PROFISSIONAL DE SECRETARIADO EXECUTIVO NO OESTE DO PARANÁ
Ednilse Maria Willers
Larissa de Araujo Coineth
Luana Caroline de Souza Buzolin
Raphael Fritzen Moreira
Taiana Grespan
1 INTRODUÇÃO
As possibilidades de atuação do profissional de Secretariado Executivo são várias e,
com elas, a preocupação com a empregabilidade desse profissional. O termo empregabilidade
não significa somente ter um emprego e, sim, as competências necessárias para se manter
ativo no mercado de trabalho, que está cada vez mais competitivo. Segundo Almeida (2006)
em que cita um artigo de Nancy Malschitzky, a empregabilidade está relacionada a qualquer
modalidade de trabalho, seja na montagem do próprio negócio ou na prestação de serviços
como empregado de uma pequena, média ou grande empresa. É preciso estar respaldado em
raízes fortes que fomentem o crescimento e a transformação profissional.
O objetivo do presente estudo foi avaliar qual a principal área de atuação que os
acadêmicos pretendem seguir após a conclusão do curso. Além disso, buscou-se verificar a
disponibilidade de oferta para operar neste campo na região Oeste do Estado do Paraná e qual
a preocupação dos acadêmicos em relação à sua Gestão de Carreira. Esse é um processo no
qual os profissionais que se preocupam com a sua empregabilidade devem estar atentos. A
Gestão de Carreira implica, segundo Costa e Campos (2010) o planejamento, a ação, o
controle e a avaliação da carreira, partindo, se necessário, para as adequações.
Dessa forma, esse estudo é importante para mostrar aos acadêmicos que o curso em
que estão inseridos tem um mercado abrangente, e podem atuar em inúmeras áreas diferentes.
O trabalho foi organizado tendo em seguida o referencial teórico, após os procedimentos
metodológicos, posteriormente os resultados e discussões e por fim, as considerações finais e
o referencial.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 GESTÃO DE CARREIRA PARA O PROFISSIONAL DE SECRETARIADO
EXECUTIVO (SE)
O profissional de SE "[...] evoluiu e se desenvolveu muito ao longo de uma trajetória
de lutas e conquistas, incluindo a globalização e a revolução tecnológica. O perfil [...] mudou
e, hoje, observa-se que ele atua como cogestor, empreendedor e consultor, trabalhando o
operacional, mas com foco no resultado." (ALMEIDA; ROGEL; SHIMOURA, 2010, p. 42).
Assim, para Neiva e D´Elia (2009) o SE passa a assumir cargos gerenciais e, para tanto,
precisa capacitar-se com cursos de graduação específicos em secretariado executivo,
ampliando seus conhecimentos por meio de pós-graduação, tanto Lato Sensu quanto Stricto
Sensu.
Esse processo de qualificação é necessário para que o profissional alcance
competitividade no mercado de trabalho e, uma das etapas dessa competitividade, é a gestão
de sua carreira. Greenhaus (1999) define a gestão de carreira como um processo pelo qual
indivíduos desenvolvem, programam e monitoram metas e estratégias de carreira. O autor
pressupõe que a otimização desses processos, por meio de uma gestão estruturada de carreira,
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resulta em indivíduos mais produtivos e auto realizados, o que potencializa sua
competitividade.
2.2 PERFIL ECONÔMICO DA REGIÃO OESTE DO PARANÁ
A região Oeste do Estado do Paraná possui 51 municípios, os quais estão distribuídos
em três microrregiões. Essas microrregiões detêm por Municípios sede: Toledo, Cascavel e
Foz do Iguaçu. Em termos econômicos é a terceira região do Estado com o maior dinamismo
econômico, cuja base produtiva se pauta no agronegócio, na prestação de serviços e em
indústrias, distribuídas em 40.548 estabelecimentos, os quais geram 348.963 empregos diretos
(IPARDES, 2017).
As três microrregiões possuem plantas industriais pautadas no agronegócio, com
oito cooperativas verticalizadas sob a forma de indústrias de processamento de proteína
animal e de láteos. Em termos mais específicos, no Município de Toledo, está lotado o maior
sítio fabril da BRF S.A5., uma das maiores companhias de alimentos do mundo e, a Prati
Donaduzzi, a maior indústria de medicamentos genéricos do Brasil6. No Município de Foz do
Iguaçu o destaque é o setor do turismo, por exemplo: as Cataratas do Iguaçu, a tríplice
fronteira (Brasil, Argentina e Paraguai) e a maior geradora de energia limpa e renovável do
planeta, a Itaipu Binacional7. Já no Município de Cascavel, predomina o setor de prestação de
serviços e do agronegócio, sendo importante referência em sedes regionais de órgãos de
governo federal e estadual (IPARDES, 2017).
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este estudo se pautou na abordagem quantitativa que, de acordo com Mattar (2001),
busca validar as hipóteses mediante a utilização de dados estruturados e estatísticos, por meio
da análise de casos representativos, recomendando um curso final da ação. Ela quantifica os
dados e generaliza os resultados da amostra para os interessados. Para tanto, os dados foram
obtidos de fontes secundárias, por meio de pesquisa bibliográfica e de fontes primárias, por
meio de questionário.
Esse questionário foi entregue para os alunos do 2º, 3º e 4º anos do curso de
graduação em Secretariado Executivo, da Unioeste, Campus de Toledo, nos dias 26 e
27/09/2017, pessoalmente pelos autores aos alunos que estavam em sala de aula nesses dias.
Quanto ao recolhimento dos questionários o mesmo ocorreu, também, nos dias citados.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dos 95 alunos matriculados no 2º, 3º e 4º anos do curso, 53 (56%) responderam o
questionário, sendo: 25 (47,18%) acadêmicos do 2º ano, 14 (26,41%) do terceiro ano e, 14
(26,41%). Desses 48 (90,57%) são do sexo feminino e, 05 (9,43%) do sexo masculino.
Quanto à idade dos acadêmicos tem-se o Quadro 1.
Quadro 01 – Idade dos acadêmicos pesquisados
Entre 18 e 25 anos Entre 26 e 32 anos Entre 33 a 40 anos Entre 41 e 48 anos Acima de 48 anos
39 8 1 4 1
Fonte: Buzolin; Coineth; Fritzen; Grespan e Willers (2017).
5 https://www.brf-global.com 6 http://www.pratidonaduzzi.com.br 7 https://www.itaipu.gov.br
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Por meio do Quadro 1, constatou-se que 73,58% dos acadêmicos pesquisados
possuem entre 18 e 25 anos, já os acadêmicos entre 26 e 32 anos representam 15,10% dos
pesquisados. Entre 33 e 40 anos tem-se 1,89% e, entre 41 e 48 anos tem-se 7,54%. Acima de
48 anos tem-se 1,89% respondentes. Sendo assim, pode-se considerar que a maioria dos
acadêmicos pesquisados são jovens e, a probabilidade de inserção no mercado de trabalho,
grande o que ratifica a necessidade de estimular a gestão de sua carreira.
Dando continuidade no que se refere à Gestão de Carreira do Profissional de
Secretariado Executivo, se quis saber quais eram suas pretensões de área de atuação após a
graduação. Nesta questão era possível escolher mais de uma alternativa. Os resultados obtidos
estão represtados no Gráfico 01.
Gráfico 01 - Áreas de Atuação escolhidas pelos Acadêmicos.
Fonte: Buzolin; Coineth; Fritzen; Grespan e Willers (2017).
Com base nas respostas do gráfico01 constatou-se que 11% dos respondentes ainda
não sabe em que área pretende atuar depois de graduado mas, 89% ja se posicionam. Esse
resultado é promissor diante do objetivo deste estudo pois, a medida que o acadêmico se firma
em uma área de atuação a gestão de sua carreira se torna real e factível de planejamento.
Também se quiz saber se há interesse em seguir a carreira de docência na área de SE.
Para 11,32% dos respondentes esse interesse existe.
Quando questionados sobre a pretensão de atuar na região Oeste do Estado, 43 (81%)
acadêmicos informaram que pretendem permanecer na região e 10 (19%) acreditam que será
necessário mudar-se para outra região do Estado ou até mesmo para outro Estado. Em relação
à percepção dos acadêmicos sobre a capacitação para o mercado de trabalho após a
graduação, 42 (79%) acadêmicos informaram que estarão capacitados para o mercado de
trabalho e, 11 (21%) acreditam que não estarão preparados.
Sobre a continuidade de capacitação acadêmica por meio de especializações Lato
Sensu e Stricto Sensu na área de Secretariado Executivo, 28 (53%) acadêmicos possuem
interesse e 25 (47%) não. Dos 28 acadêmicos que possuem interesse, 19 se interessam por Pós
Graduação Lato Sensu e 09 em Stricto Sensu, nível de mestrado.
Quanto à percepção dos acadêmicos se na região Oeste do Estado existem vagas para
profissionais de Secretariado Executivo, 32 ( 61%) acreditam que sim e, 21 (39%) acreditam
que a região não oferece vagas.
Por fim, quando indagados se acreditam que na região Oeste do Estado ainda falta
conhecimento por parte das organizações em relação às competências do profissional de
Secretariado Executivo, a diferença foi expressiva. Para 52 (98%) acadêmicos há sim falta de
conhecimento por parte das organizações sobre as atuais competências dos graduados em SE.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com os dados obtidos por meio da pesquisa de campo, questionário aplicado, foi
possível constatar que os acadêmicos do curso de SE da Unioeste, Campus de Toledo já estão
delineando áreas de atuação quando graduados. Oitenta e nove por cento dos respondentes
afirmaram isso. Se considerarmos que 73,58% dos respondentes têm de 18 a 25 anos de idade
esse índice se potencializa, pois esses acadêmicos estão iniciando sua carreira profissional e,
com ela, seu ingresso no mercado de trabalho.
Como 81% pretendem se inserir no mercado regional, o perfil econômico da região
Oeste parece ser bastante favorável às áreas de atuação dos acadêmicos, conforme gráfico 01
e o breve perfil econômico da região apresentado no referencial teórico.
Outro dado importante e que merece atenção é o fato de que 79% dos respondentes
informaram que estarão capacitados para o mercado de trabalho após a conclusão do curso de
graduação. Esse índice explica porque, apenas, 53% possuem interesse em dar continuidade à
capacitação acadêmica por meio de especializações Lato Sensu e Stricto Sensu.
Este resultado sucinta novos estudos, uma vez que, a literatura é clara quanto a
necessidade de aperfeiçoamento constante, tanto em nível acadêmico quanto profissional,
para que se possa gerenciar com qualidade e competência a carreira profissional,
principalmente dos profissionais de SE, reconhecidos pela sua capacidade de adaptação a
vários cenários organizacionais ao longo do tempo (ALMEIDA; ROGEL; SHIMOURA,
2010; NEIVA; D´ELIA, 2009) e a diversidade da base econômica da região Oeste do Estado
do Paraná (IPARDES, 2017).
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Marcus Garcia de. Pedagogia empresarial: saberes, práticas e referências. Rio
de Janeiro: Brasport, 2006.
ALMEIDA, W.G.; ROGEL, G.T.S; SHIMOURA, A.S. Mudanças de paradigmas na gestão
do profissional de secretariado. Revista de Gestão e Secretariado, São Paulo, v. 1, n. 1, p.
46-68, jan./jun. 2010. Disponível em: http://www.redalyc.org/pdf/4356/435641685004.pdf.
Acesso em 27/09/2017.
COSTA, I. de S. A.; CAMPOS, A. M. de S. M. Carreira, Vivência e Construção de Si. In:
BALASSIANO, M.; COSTA, I. de S. A. (Org.). Gestão de Carreiras: Dilemas e Perspectivas.
São Paulo: Atlas, 2010.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
GREENHAUS, J. H. et al. Career management. 3. ed. Orlando: Harcourt, 1999.
IPARDES. Perfil do Estado do Paraná. Disponível em:
http://www.ipardes.gov.br/perfil_municipal/MontaPerfil.php?codlocal=1000&btOk=ok.
Acesso em 28/09/2017.
MARTINS, Hélio Tadeo. Gestão de Carreiras na era do conhecimento: abordagem
conceitual & resultados de pesquisa. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 2001.
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MATTAR, F. N. Pesquisa de marketing. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2001.
NEIVA, E.G.; D´ELIA, M. E. S. As novas competências do profissional de secretariado.
2.ed. São Paulo: IOB, 2009.
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A UTILIZAÇÃO DE TATUAGENS NA ÁREA SECRETARIAL: UM ESTERIÓTIPO
DA BOA APARÊNCIA COMO EXIGÊNCIA PARA O PROFISSIONAL DE
SECRETARIADO EXECUTIVO
Ana Beatriz da Silva Vendrame
Jaqueline Lariessa dos Santos
1 INTRODUÇÃO
É cada dia mais frequente e comum nos depararmos com corpos tatuados em
diferentes grupos sociais, não havendo restrições quanto a gênero, status ou idade. A tatuagem
deixou de ser uma prática associada apenas à marginalidade, adquirindo uma nova forma de
ser assumida e praticada, inserida em novos contextos sociais e ganhando novos significados.
Apesar da popularidade e de um aumento dos índices de aceitação, as tatuagens ainda são um
grande tabu quando consideramos o mercado de trabalho. O tema ainda é polêmico e
delicado, pois gera diferentes opiniões e até mesmo preconceitos. Além disso, o preconceito é
presente no cotidiano e pode fomentar atitudes negativas que podem vir a legitimar os
processos de exclusão social.
O objetivo deste trabalho foi levantar dados acerca da existência de estereótipos
ligados a boa aparência e a discriminação quanto ao uso de tatuagens no mercado de trabalho
com ênfase na área secretarial. O mercado de trabalho não apresenta uma aceitação visível ao
diferente no que concerne ao setor de recursos humanos das empresas. Para compreender
melhor este assunto, foi realizado uma pesquisa tomando como referência temas da área
secretarial, assim como da antropologia tais como estereótipos e mudanças culturais. A
metodologia apresentada foi a pesquisa bibliográfica. As referências encontradas sobre a
temática tratam do assunto de maneira restrita, com assuntos isolados, tomando necessário
destrinchar e correlacionar informações. Pode-se dizer que faltam estudos mais específicos
sobre o tema.
A partir deste quadro podemos citar à importância de uma reflexão sobre a temática
visando a quebra de paradigmas relacionados aos aspectos negativos intrínsecos ao uso de
tatuagens. Outro ponto a ser considerado é até onde vai a responsabilidade social das
empresas neste quesito, considerando o conflito existente entre as exigências dos clientes com
relação à imagem das empresas.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Tatuagem é o processo de introduzir tinta sob a epiderme para apresentar na pele a
arte desejada pelo indivíduo tatuado (ROCHA, p. 1, 2009).
Rocha (2009) descreve que não se sabe ao certo a origem exata das tatuagens e que
um dos registros mais antigos já encontrados é uma múmia, encontrada nos Alpes, com
aproximadamente 5,3 mil anos. Também cita que no antigo Egito, o uso das tatuagens poderia
estar associado a cultos à fertilidade.
O autor discorre sobre a função da tatuagem na identificação de grupos sociais, na
ornamentação a até mesmo na camuflagem. A técnica caiu em desuso no Ocidente, com o
cristianismo e foi redescoberta em 1769 por um navegador inglês chamado James Cook, que
realizou um dos primeiros relatos escritos sobre a técnica de tatuar que tem-se conhecimento.
Landa (2005) discorre sobre os a existência de significações históricas negativas para
as tatuagens ao descrever que escravos foram marcados para indicar propriedade e criminosos
para denotar vergonha; durante a Segunda Guerra Mundial, as vítimas da perseguição nazista
que foram mantidas reféns em campos de concentração foram marcados com números.
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Com os avanços tecnológicos e a regulamentação da atividade, as tatuagens
começaram, mesmo que de maneira tímida, a se popularizar e ter maior aceitação na
sociedade.
Rocha (2009) afirma que a tatuagem chegou ao Brasil por volta de 1950. O primeiro
senso sobre tatuagem no Brasil foi realizado pela revista Superinteressante em 2013, e teve
mais de 80 mil respondentes.
2.1 TATUAGEM E O MERCADO DE TRABALHO
Um dos aspectos exigidos por diversos setores de Recursos Humanos, além das
competências técnicas é a boa aparência. Pedro e Aguiar (2016) apontam que ainda não se
encontra unanimidade de opinião quando o assunto é o uso de tatuagens no mercado de
trabalho uma vez que algumas áreas tem maior aceitabilidade que outras. Ainda, o desenho e
o local da tatuagem podem vir a ser fatores que prejudicam na imagem profissional. Áreas
que exigem maior formalidade como advocacia, setores administrativos, bancários e da saúde
tem menor aceitação com tatuagens. Em contrapartida, algumas áreas como de beleza,
tecnologia e comunicação existe mais aceitabilidade.
Varela (2009) aponta que no mercado de trabalho, as tatuagens em si, não são
consideradas o problema para as empresas e sim o fato de estas poderem vir a descaracterizar
estereótipos de determinadas funções, o que acarretaria num afastamento de clientes com
elevado valor pela tradição, ou seja, funcionários tatuados podem vir a distorcer a imagem
que a empresa objetiva passar a seus clientes.
Lira (2005) afirma que para chefes mais conservadores, o uso de tatuagens ou
piercings pode ser associado a excentricidade e apesar de muitos locais de trabalho não
divulgarem nenhuma proibição ao uso de tatuagens, este fator pode ser decisivo no momento
da contratação. A autora também aponta, com otimismo, que essa visão pré-concebida sobre
as tatuagens, na sociedade e no mercado de trabalho, tende a mudar, uma vez que diversas
empresas contemporâneas contratam seus funcionários medindo suas competências em
detrimento de sua aparência.
O portal CATHO em 2013, realizou uma pesquisa, com 53.600 respondentes, sobre
contratação, demissão e carreira dos profissionais com estatísticas sobre hábitos e rotinas da
carreira dos profissionais brasileiros. Considerando as características restritivas na contratação
de novos profissionais, o uso de tatuagens e/ou piercings ocupa 10,1% das respostas. Os
outros fatores apontados são: sem o conhecimento exigido (56,4%), sem experiência (36,7%),
parente (21,7%), acima de 50 anos (14,5%), fumantes (14,1%), obesos (6,2%), mulheres com
filho(s) pequenos (5,7%) e outras restrições (13,8%). É importante observar que o uso de
tatuagens é um fator relacionado a aparência e não as competências profissionais.
A valorização da imagem ainda preconiza um perfil ideal e que é transposto em
modelos estéticos esperados pelos empregadores (BARBOSA; BRITO; BIZARRIA, 2016).
Neste sentido, é importante observar a predominância da boa aparência como exigência para
manutenção da competitividade de qualquer profissional.
Na edição 163 da revista Você S.A (2012), foi realizada uma pesquisa com 39
empresas de Recursos Humanos de diversos setores, acerca do tema tatuagens ainda ser um
tabu no ambiente corporativo, os resultados apontaram que a maioria das empresas não
consideram problema em contratar um profissional tatuado, porém, o local das tatuagens é um
fator que pode influenciar na hora da contratação para cargos em que há contato direto com
clientes. De acordo com a entrevista, tatuagens no rosto, mãos, pescoço, braços e pernas
podem prejudicar um candidato. Já os locais recomendados na entrevista são: canela,
tornozelo, lombar, ombro e costas.
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Considerando o exposto pode-se afirmar que apesar das modificações na sociedade
contemporânea, a desmarginalização das tatuagens, e o aumento da aceitação destes adornos,
ainda existem preconceitos com sua utilização no mercado de trabalho, inclusive em áreas de
maior formalidade, como a de secretariado executivo. Uma vez que a boa aparência é um pré-
requisito para manutenção da competitividade no mercado de trabalho e os adornos corporais,
como as tatuagens, ainda possuem conotação negativa, pode-se entender que sua utilização
pode ser prejudicial se não for bem administrada e articulada.
3 ESTEREÓTIPOS DA BOA APARÊNCIA NA ÁREA SECRETARIAL
O profissional da área secretarial lida em sua profissão com diversos estereótipos,
dentre eles a exigência da boa aparência. Visando correlacionar a temática das tatuagens com
a boa aparência exigida ao profissional de secretariado executivo, foi realizada uma busca na
internet em blogs de profissionais da área secretarial e sites discorrendo sobre o tema. Optou-
se por este tipo de pesquisa devido a carência de referências científicas acerca da temática de
maneira direta.
Na composição da imagem da secretária profissional, a adequação da vestimenta é de
suma importância. A sobriedade e o rigor do ‘dresscode’ e os cuidados com a aparência, de
forma geral, são as ferramentas visíveis na área secretarial.
No curso de Secretariado Executivo da Universidade Estadual do Oeste do Paraná –
UNIOESTE, os acadêmicos possuem uma matéria chamada Técnicas Secretariais, na qual
aprendem a como se vestir e se comportar de acordo com as exigências do mercado para a
profissão. Pode-se afirmar que a importância da sobriedade e discrição na aparência são itens
estudados. Neste sentido cabe citar que a discrição nem sempre se associa ao uso de tatuagens
aparentes.
3.1 VISÃO DE PROFISSIONAIS DA ÁREA
Ainda que com o passar do tempo as tatuagens estão deixando de ser vistas como
algo negativo, no mercado de trabalho ainda possuí preconceitos em relação a esse tema
devido a algumas empresas serem conservadoras.
Karla (2010), administradora do site Assessoria Executiva BSB e secretária
executiva, assegura que a discrição na hora da escolha do local da tatuagem é fundamental,
pois apesar das tatuagens não implicarem no potencial de um profissional ainda é visto com
muito preconceito.
Moreira (2012), administradora do blog Rita Moreira Secretariado, acredita que o
uso do bom senso na hora da escolha do local da tatuagem é um fator importantíssimo, visto
que a secretária executiva é avaliada frequentemente por clientes, fornecedores e até mesmo
pela própria empresa.
Melissa (2015), administradora do blog Entre Agendas, secretária executiva e
professora universitária, enfatiza o uso do bom senso na escolha do local das tatuagens, mas
ressalta que apesar do tabu existente, as tatuagens não interferem em sua capacidade, em seus
conhecimentos e em sua competência.
Deste modo, é possível observar que uma tatuagem em um local muito exposto pode
acabar prejudicando um candidato na hora de sua contratação ainda mais se o cargo exige
contato direto com clientes. Mencionar os autores e os principais conceitos/teorias que
fundamentam a investigação.
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4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para coleta de dados foi utilizada pesquisa bibliográfica acerta da temática das
tatuagens no mercado de trabalho de maneira geral. Considerando a dificuldade na obtenção
de material ligado diretamente ao assunto, foi realizada uma pesquisa exploratória em sites e
em blogs de secretarias executivas na busca de opiniões acerca do tema. Após isso, houve um
cruzamento dos dados obtidos visando correlacionar a boa aparência com a utilização das
tatuagens.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A tatuagem não é só um tabu, ainda é uma fonte de julgamentos. Considerando a boa
aparência como pré-requisito do secretário executivo no mercado de trabalho e o preconceito
ainda existente por parte das organizações, quando se diz respeito ao uso das tatuagens, pode-
se dizer que o uso destes adornos, ainda na sociedade contemporânea pode vir a prejudicar a
carreira deste profissional. Cabe neste momento, a seguinte reflexão: a quem cabe a
responsabilidade na quebra destes estereótipos acerca da profissão, aos empregadores ou aos
profissionais da área? As organizações, ainda hoje prezam pelos seus clientes e a visão que
eles possuem sobre a organização, e a contratação de profissionais tatuados, considerando a
existência do preconceito, pode vir a trazer prejuízos a organização. Por outro lado, se
levarmos em conta que os próprios profissionais da área são cautelosos com relação a
aparência, este ciclo permanece como um tipo de proteção da imagem frente a
competitividade do mercado de trabalho.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O secretário executivo lida em sua carreira com diversos estereótipos da profissão,
dentre eles, a padronização de sua aparência. O mercado de trabalho não apresenta uma
aceitação visível ao diferente no que concerne ao setor de recursos humanos das empresas.
Sabe-se que, legalmente, as organizações não podem proibir o uso de tatuagens. Levando isso
em conta, em diversas organizações, os funcionários recebem alertas relacionadas a
importância da discrição. Recomenda-se que a escolha do local a ser tatuado (ou que já
possua tatuagem) possa ser coberto, quando necessário, devido ao contato direto com clientes.
Além disso, em empresas com menor abertura a este tipo de adorno corporal, geralmente
pessoas com corpos tatuados não são contratadas.
Pode-se afirmar que no cenário atual, as empresas estão passando a ser mais flexíveis
com relação as tatuagens. Além disso, muitos dos responsáveis pelo recursos humanos
compreendem que o desenho na pele de um profissional não irá interferir em suas habilidades,
conhecimentos, capacidade e maneira de trabalhar.
Já na área secretarial, os adornos corporais ainda não são bem vistos, e a
recomendação é que estejam sempre encobertos. Isso mostra que o estereótipo da boa
aparência como exigência é presente na profissão e, como resultado deste pensamento,
entende-se que o uso de tatuagens ainda não é visto como sinônimo da boa aparência. Além
disso, também pode-se afirmar que o uso de tatuagens em excesso diminui a credibilidade de
profissionais de áreas mais formais.
Pode-se dizer que, em muitos casos, este preconceito não é motivado pelos
profissionais e sim pelas organizações mais conservadoras que, durante a contratação, privam
por maior discrição pensando na influência negativa das tatuagens dos colaboradores na
imagem da empresa.
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REFERÊNCIAS
ASSESSORIA EXECUTIVA BSB. Secretária x Tatuagem. Disponível em:
<goo.gl/3N14jS> Acesso em: 09. Fev. 2017
Barbosa, Flávia Lorenne Sampaio; Brito, Alzirene dos Santos; Bizarria, Fabiana Pinto de
Almeida. Tatuagens, Piercings e Diversidade Cultural: o Que Gestores Dizem Sobre Esse
Tema? Teoria e Prática em Administração, v. 6, n. 2, 2016
ENTRE AGENDAS. Assunto polêmico – Tatuagem. Disponível em: <goo.gl/hxtqHp>
Acesso em: 09. Fev. 2017
Rocha, Gabriela. A Arte da Tatuagem: A atividade ganha admiradores e supera antigos
preconceitos. Revista Eclética, Julho/Dezembro [s.l]: 2009.
LANDA, Robin. Designing Brand Experiences: Creating Powerful Integrated Brand
Solutions (Graphic Design/Interactive Media). Delmar Cengage Learning. 1ͣ ed. English.
2 set 2005.
Lira, Ana Paula de. Tatuagem – A evolução de uma marca. Projeto para obtenção do
título de mestre. Niterói, 2005.
Pedro, Fabiano Oliveira; Aguiar, Helder de Souza. Visual Corporativo: A Influência da
tatuagem na carreira profissional. XXVII ENANGRAD. Campinas, 2016.
SECRETARIADO RITA MOREIRA. Secretária X Tatuagens. Disponivel em:
<goo.gl/vu6Wgu> Acesso em: 05. Out. 2017.
SECRETARIAR É UMA ARTE. Tatuagem ainda é um tabu no ambiente corporativo.
Disponivel em: <goo.gl/J8RQ85>. Acesso em: 09. Fev. 2017
Varela, Karolina Duarte Mateus. O PRECONCEITO DA TATUAGEM NO MERCADO
DE TRABALHO. Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Sociais da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como Exigência para a conclusão da
Graduação em Ciências Sociais. Natal, 2009.
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ESTEREÓTIPOS DO SECRETARIADO EXECUTIVO: UMA VISÃO DOS
ACADÊMICOS DA UNIOESTE - CAMPUS TOLEDO
Larisse Daniela Hoffmann
Daniela Carolina Arenhardt
Fernanda Cristina Sanches
Ivanete Daga Cielo
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho aborda sobre o estereótipo do profissional de secretariado executivo.
No Brasil, existem dois milhões de secretários executivos espalhados em diversos níveis
estruturais e segmentos das empresas. A profissão do secretário executivo é exercida por
homens e mulheres, todavia, a participação feminina é notoriamente maior do que a masculina
e, sendo assim, Terra, Uchimura e Scopinho (2012) afirmam que não é raro deparar-se com
várias nomenclaturas no feminino para se referir a esta categoria profissional, chegando até a
profissão ser confundida com a própria imagem da mulher.
A aparência física tem um papel primordial na formação e no desenvolvimento dos
estereótipos, dado que é a forma mais simples de distinguir e homogeneizar os membros de
um grupo (PAIM; PEREIRA, 2010). No ambiente profissional, vivenciam-se situações de
preconceito com várias categorias, inclusive com os secretários executivos. Muitas dessas
situações consideram a beleza feminina como um dos critérios de seleção para o cargo desse
profissional. Trata-se de um estereótipo pré-formado, o qual discrimina e estereotipa toda uma
categoria profissional.
Baseado nisso, este estudo foi norteado pela seguinte questão de pesquisa: os
acadêmicos ingressantes nos cursos noturnos da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
(Unioeste) possuem algum estereótipo em relação ao profissional de secretariado executivo?
A finalidade deste estudo é verificar se há estereótipo em relação ao profissional de
secretariado executivo, e, caso houver, se interfere na atuação do profissional. O presente
trabalho justifica-se pela grande relevância acadêmica e profissional que a temática propõe,
tendo em vista que este tema possibilita a identificação de estereótipos com a finalidade de
uma maior adaptação dos profissionais de secretariado ao meio social.
Nesse sentido, além desta introdução, estruturou-se o referido estudo nas seguintes
seções: na segunda, apresenta-se a revisão de literatura sobre a história e os estereótipos na
profissão; na terceira, relatam-se os procedimentos metodológicos empregados para o
desenvolvimento da pesquisa; na quarta, faz-se a apresentação e a análise dos resultados
obtidos; na quinta, conclui-se e apresentam-se as limitações do estudo e sugestões para
pesquisas futuras; e por fim, a seção de referências, na qual constam as obras consultadas.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 PROFISSÃO DE SECRETARIADO EXECUTIVO
Segundo estudos de Sabino e Rocha (2006), a profissão de Secretariado surgiu na
antiguidade com os escribas, os quais desempenhavam atividades semelhantes a dos
secretários. O papel de secretário ressurge durante a Revolução Comercial por meio do
trabalho de assessoria à comerciantes, à banqueiros e à armadores (NATALENSE, 1998).
Tem como marco importante a Revolução Industrial, que após as duas guerras
mundiais, por falta de mão-de-obra masculina, surge, na Europa e nos Estados Unidos, a
figura feminina muito atuante: a secretária (RIBEIRO, 2002). No Brasil, a mulher começou
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ser notada como secretária na década de 50, pois houve a implantação de cursos voltados para
a área de datilografia e técnico em secretariado (MARTINS et al., 2010).
Em meados de 1970 houve uma evolução nas atividades secretariais. Iniciou-se
treinamentos para secretários, devido este passar a ser reconhecido por seu trabalho dentro da
organização. Surge nessa década o movimento das associações da classe e os primeiros
sindicatos (NATALENSE, 1998). Conforme a Federação Nacional das Secretárias e
Secretários (FENASSEC, 2010), a profissão começou a ter prestígio após conquistar seu
Código de Ética publicado em 1989.
Em 2000, o profissional passou a buscar conhecimentos para se adequar às
transformações do mundo do trabalho, deixando de ser um mero atendente, para assessorar o
executivo (SILVA, 2012). O profissional começou a ser visto como assessor, e hoje, é
considerado multifuncional e polivalente (BORTOLOTTO; WILLERS, 2005).
2.2 ESTEREÓTIPOS DA PROFISSÃO
Estereótipos é um termo utilizado na questão psicossocial e designa uma matriz de
atitudes, sentimentos, opiniões e reações de um membro de um grupo, com as características
de rigidez e homogeneidade. Dessa forma, a visão estereotipada atribui a um determinado
grupo características que supõe compor a categoria inteira a qual ele pertence (DINIZ, 2010).
Ao analisar o contexto histórico da profissão, pode-se compreender melhor a
existência do estereótipo aplicado ao secretário executivo. Foi uma mulher a primeira pessoa
a escrever em público em uma máquina de datilografar, que na época era associada ao
secretário, elas também atuavam em tarefas administrativas, organizavam documentos,
arquivos, atendiam o telefone e operavam na recepção. Por se tratar de habilidades manuais,
essas tarefas pertinentes ao profissional de secretariado, eram atribuídas ao sexo feminino
(NATALENSE, 1998).
Baccega (1998) enfatiza que existem e sempre existirão os estereótipos, todavia, o
que torna a situação prejudicial é levantar conceitos com base nessas representações. É deste
modo que os preconceitos nascem, tais quais o profissional secretário ser chamado de
secretária ou beleza ter mais valor do que o próprio currículo na hora da escolha, por
exemplo.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Quanto à abordagem do problema, esta pesquisa caracteriza-se como
predominantemente qualitativa, pois este possibilita o entendimento das particularidades do
comportamento dos indivíduos. Quanto aos objetivos, caracteriza-se como descritiva, pois
tipo de pesquisa apresenta as características de determinadas populações e o estabelecimento
de relações entre variáveis. Quanto aos procedimentos, trata-se de um levantamento pois se
caracteriza pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer
(RAUPP; BEUREN, 2009).
Como instrumento de pesquisa utilizou-se um questionário com 7 questões fechadas
e 2 questões de múltipla escolha. O questionário foi dividido em 3 grupos de questões; o
primeiro grupo tratou sobre o perfil dos respondentes, o qual buscou saber o gênero e a idade;
o segundo teve por objetivo obter a opinião dos entrevistados a respeito da profissão do
Secretário Executivo, assim como o conhecimento sobre as atribuições e competências deste
profissional; e, o terceiro elencou características físicas e vestuários para analisar se os
respondentes possuem conceitos de atributos físicos formados sobre o profissional.
O questionário foi aplicado aos acadêmicos dos primeiros anos dos cursos noturnos
da Unioeste, campus Toledo. Aplicou-se aos acadêmicos presentes em sala de aula no mês de
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fevereiro de 2017, sendo assim uma pesquisa de perspectiva temporal transversal.
Totalizaram-se 100 acadêmicos participantes, destes 18 de Ciências Sociais, 26 de Economia,
16 de Filosofia, 8 de Química e 32 de Secretariado Executivo.
A análise dos dados foi feita por meio de elementos de estatística descritiva, a
tabulação com o auxílio de planilhas eletrônica do Excel, e posteriormente elaboração de
gráficos para melhor visualização dos resultados obtidos.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Este artigo teve por objetivo verificar se existem estereótipos em relação ao
profissional de secretariado executivo, e caso houvesse, se tal fator interfere em sua atuação.
A pesquisa analisou o perfil dos acadêmicos respondentes, os quais, em relação ao
gênero, 57% são do sexo feminino e 43% do sexo masculino. Em relação à idade, 47%
responderam ter até 19 anos, 35% de 20 a 24 anos, 12% de 25 a 29 anos, 5% mais de 35 anos,
e 1% de 30 a 34 anos. Sendo assim, observa-se predominância de jovens do sexo feminino.
Grande parte dos entrevistados demonstraram não possuir estereótipos na questão de
gênero, pois 94% responderam que este profissional pode ser de ambos os sexos; porém
ressalta-se que 6% dos respondentes afirmam que a atuação cabe exclusivamente as mulheres.
Pode-se dizer que a amostra estudada não possui preconceito quando se trata de gênero sexual
do profissional. Em contrapartida, os estudos de Barros, Izequiel e Silva (2011) os quais
foram realizados com profissionais de secretariado executivo do sexo masculino, destes, 50%
afirmaram que há falta de conhecimentos quanto a atuação do gênero masculino na profissão.
Observou-se que a população de estudo tem conhecimento de quais atividades
podem ser desempenhadas pelo secretário executivo, pois, a atividade mais assinalada foi
assessorar executivos com 79%, seguida por gerenciamento de arquivos com 66% e
elaboração de cartas comerciais com 58%, conforme apresenta o Gráfico 1. Por mais que as
atividades mais votadas realmente sejam atribuições deste profissional, obtiveram-se também
servir cafezinho com 4% e ser sorridente com 13%, atribuições vistas como estereótipo das
secretarias elencadas pela mídia.
Gráfico 1 - Atribuições elencadas para o profissional de Secretariado Executivo.
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
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Sobre o vestuário, observou-se que os itens mais votados são relacionados à trajes
sociais. As opções mais assinaladas foram calça social com 89%, seguido por camisa com
79%, sapatilha e sapato social com 60%, e salto alto, com 59%. Ressalta-se que a definição de
boa aparência está fundamentada na necessidade de adequar a forma do vestuário ao cargo,
assim como conciliar a manutenção de hábitos de higiene e apresentação pessoal que não
afetem a relação com o cliente.
Ao elencar as características físicas desse profissional, os entrevistados
demonstraram ser indiferentes, pois 100% afirmam que o tipo do cabelo não interfere, 100%
dos entrevistados afirmam que a cor dos olhos e a cor da pele não interfere, assim como 99%
e 96% afirmam que a cor e o comprimento do cabelo, respectivamente, são indiferentes.
Os dados sobre aparência física obtidos neste estudo confirmam os dados obtidos por
Paim e Pereira (2011, p.35), em que os participantes “parecem não adotar uma posição
favorável ou discordante a respeito da suposição de que a tonalidade da pele seja fundamental
para categorizar indivíduos”, incluídos ou excluindo-os socialmente, da mesma forma,
mantêm-se neutros sobre o tipo do cabelo.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo teve como propósito avaliar a visão dos acadêmicos de todos os
primeiros anos noturnos da Unioeste de Toledo-PR. Referente a isso, a finalidade da pesquisa
foi verificar se havia algum estereótipo em relação ao profissional de secretariado executivo.
Observou-se que a maioria dos entrevistados demonstraram não possuir estereótipo
na questão de gênero quanto ao profissional de secretariado executivo, porém, ainda houve
afirmações sobre ser uma profissão apenas de mulheres.
A população entrevistada demonstrou ter conhecimento sobre as atividades
desempenhadas pelo profissional secretário executivo. Sobretudo, uma pequena parcela
informou que são atribuições desse profissional ser sorridente e servir café, visão pertinente a
estereotipação do mesmo. Pela razão da profissão crescer constantemente, as organizações e a
população têm buscado conhecer as atribuições e a importância do profissional.
Houve um grande percentual de entrevistados os quais informaram ser importante a
aparência do secretário, mas ao citar as características físicas, quase unanimemente os
entrevistados defenderam ser indiferentes, porém ao citar o vestuário, os acadêmicos
elencaram tipos sociais. Mostrando assim que é importante a aparência, porém não há um
padrão pré-estabelecido de como este profissional deve ser fisicamente, exceto que deve se
vestir com trajes sociais (PAIM; PEREIRA, 2010).
Com a pesquisa realizada, pode-se concluir que os acadêmicos de todos os primeiros
anos noturnos da Unioeste de Toledo-PR, os quais foram entrevistados, não possuem
estereótipos formados pertinentes ao profissional de secretariado executivo.
Apesar da população de estudo demonstrar não possuírem estereótipos quando se
trata do profissional secretário executivo, e com a finalidade de ampliar essa visão encontrada
no estudo, sugere-se que os graduandos e os egressos demonstrem claramente e assegurem os
relevantes diferenciais que a formação específica proporciona.
Sugere-se também a extensão do estudo realizando pesquisa exploratória com
estudantes de outros anos e comparação dos dados referentes aos acadêmicos de secretariado
executivo. Assim, possibilitando uma análise mais detalhada sobre os estereótipos desta
categoria profissional.
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REFERÊNCIAS
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Profissional de Secretariado Executivo do Gênero Masculino nas Organizações
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jan./jun. 2011.
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principais características que compõem o perfil. Revista Expectativa. Vol. 4. n. 4. 2005.
DINIZ, M. L. V. P. Estereótipo na mídia: doxa ou ruptura. In: JORNADA
MULTIDISCIPLINAR, 3. 2000. Anais... Bauru: Unesp, 2000.
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da entidade, 2010.
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trabalho globalizado. Revista de Gestão e Secretariado, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 69-89,
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NATALENSE, L. A secretária do futuro. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1998.
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Ciências &. Cognição. Rio de Janeiro, vol. 16, n.1, dez. 2011.
RAUPP, F. M.; BEUREN, I. M. Metodologia da pesquisa aplicável às ciências sociais. In:
BEUREN, I. M. (org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e
prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009, p. 76-97.
RIBEIRO. N. de L. A. Secretariado: Do Escriba ao Gestor: Um estudo sobre o novo perfil
do profissional de secretariado. São Luís: Edfama, 2002.
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evolução e as novas competências do secretariado no 3º milênio. Rio de Janeiro: Brasport,
2004.
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observância às diretrizes curriculares nacionais. 2012. 180f. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Secretariado Executivo), Universidade Estadual de Londrina, Londrina,
2012.
TERRA, E. F.; UCHIMURA, J.; SCOPINHO, A. S. A exposição de estereótipos do secretário
executivo veiculados pela mídia. Linguagem Acadêmica, Batatais, v. 2, n. 1, p. 73-91,
jan./jun. 2012.
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18 a 20 de outubro de 2017 – Toledo/PR
A EVOLUÇÃO DAS COMPETÊNCIAS DO PROFISSIONAL DE SECRETARIADO
EXECUTIVO NO MERCADO DE TRABALHO
Marcela Cristina Wessling
Riquel Pereira da Silva
Ivanete Daga Cielo
INTRODUÇÃO
O presente resumo tem como objetivo, fazer um comparativo das competências do
profissional de secretariado executivo em meados dos anos noventa até os dias atuais,
percebeu-se que o profissional adequou-se as novas tecnologias de conhecimento e evoluiu
constantemente para o mercado de trabalho.
Segundo Bortolotto e Willers (2005) os profissionais reviram suas maneiras e
processos de trabalho e renovaram as atribuições da profissão de secretariado executivo com
novas competências. De acordo com Carvalho (1998) o profissional de secretariado executivo
tornou-se líder da equipe, assessor da gerencia, consultor e empreendedor. Em vista disso,
realizou-se uma pesquisa qualitativa com as competências dos profissionais de secretariado
executivo, a fim de mostrar a evolução das habilidades exigidas pelo mercado de trabalho e
assumindo um papel de responsabilidade e otimizar sua habilidades. Para Bortolotto e Willers
(2005) “as características que compõe o perfil são: flexibilidade, criatividade, liderança,
dinamismo, iniciativa, eficiência, descrição, cooperativismo, ética, paciência,
comprometimento, tomada de decisão”.
REFERENCIAL TEÓRICO
A profissão de secretariado executivo tornou-se umas das profissões que mais sofrem
com as mudanças ao longo dos anos, segundo Brun (2012) as mudanças foram necessárias
para que o profissional acompanhe a evolução das novas tecnologias, do conhecimento e
ralações humanas, garantindo e possibilitando a permanecia no mercado de trabalho.
No inicio as atividade atribuídas à profissão tangiam datilografar, atender telefone,
passar recados para seus chefes, servir cafezinho, arquivar documentos, executavam ordens e
tarefas técnicas (BRUN, 2012).
A datar da época de 90 até os dias atuais, exigiram-se do profissional de secretariado
executivo competências que lhe assegurassem no mercado de trabalho. O profissional precisa
dotar de habilidades de gestor, assessor executivo, empreendedor e consultor, com isso, de
acordo com Medeiros e Hernandes (1999) as empresas procuram profissionais que se tem a
capacidade de gerenciamento de equipe, assessoramento de executivos, habilidades de tomar
decisões e também entender as estratégias da empresa.
As competências exigidas dos profissionais de secretariado executivo no tempo da
máquina de escrever eram outras, segundo Guimarães (1995) as habilidades do profissional
requeridas seriam organizar viagens atentar aos mínimos detalhes para que tenha alcance os
objetivos. Redigir documentos oficiais como atestados, avisos, certidão, certificados, edital,
memorandos, fax. Saber usar o telefone, um meio de comunicação essencial e bastante
conhecido, no entanto utilizado de forma incorreta pelo ser humano; organizar reuniões,
planejar para que tenham bons resultados; ter boas maneiras; cumprimentar era
obrigatoriedade; tanto para entrar, quanto para sair; saber usar cartões magnéticos, ter noção
básica os primeiros socorros;
De acordo com Magalhães e Souza (2001) as técnicas secretariais são os
conhecimentos dos métodos para que as atividades de administração obtenham resultados
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eficazes. As organizações procuram profissionais que asseguram seus deveres, que saibam
lidar com as emoções, desenvolver suas habilidades com eficácia e que desenvolvam
atividades em equipe.
Cabe ao profissional de Secretariado Executivo, classificar e dar soluções aos mais
variados assuntos, tais como redigir cartas, memorandos e documentos de todos os
tipos, organizar a mesa do executivo e atende-lo, selecionar assuntos e pessoas que
serão atendidas pelo executivo, manter contato com outros departamentos,
secretariar reuniões e preparar roteiros de viagem, isto é, para exercer todas as suas
atividades, é preciso ser flexível e manifestar interesse por realizar diferentes
atividades. (BORTOLLOTO E WILLERS, 2005, p. 48)
De acordo com Almeida (2010) o profissional de secretariado executivo passou por
inúmeras mudança e obrigou-se a rever o seu papel no mercado de trabalho. O profissional
além de ter a formação é preciso ter as competências fundamentais para assumir cargos de
gerencia.
Além da formação, esse profissional dever ter um elevado senso crítico; postura
ética; capacidade de articulação; utilizar as competências específicas; ter visão
generalista e sistêmica; ser empreendedor; saber gerências as informações com
eficácia; atuar proativamente; ser criativo; trabalhar em equipe fazendo uso da
liderança; ter maturidade emocional, enfim, estar aberto a aprendizado continuo.
( ALMEIDA, 2010, pag. 52)
As mudanças dos últimos tempos em relação às novas tecnologias e a globalização
fizeram com que as habilidades que eram julgadas importantes para a época, hoje com o
avanço já são deixadas de lado, e são apresentadas novas competências importantes para o
profissional de secretariado executivo.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Segundo Rodrigues (2007) a metodologia é um conjunto de questionamentos e
técnicas utilizados pelos autores para desenvolver e solucionar a problemática em questão,
para Martins (2004) a pesquisa é embasada em uma coleta de dados pelos pesquisares, e exige
uma capacidade minuciosa e formada.
O presente trabalho foi uma pesquisa qualitativa e embasou-se em pesquisas
bibliográficas, por meio de livros, artigos e periódicos da área de secretariado executivo.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A profissão de secretariado sofreu muitas mudanças ao longo dos anos. Com a
constante evolução das novas tecnologias, as relações humanas, desse modo faz o profissional
de secretariado permanecer no mercado de trabalho.
No inicio de sua profissão, esses profissionais realizavam tarefas quase
insignificantes, como por exemplo, servir cafezinho e atender telefone. Após a década de 90
até hoje, exigiu-se do profissional de secretário executivo algumas habilidade para ele manter-
se no mercado de trabalho, são elas: a) atuar como gestor, assessor executivo, empreendedor
entre outras competências.
Além de todas essas competências, o profissional precisou rever seu conceito no
mercado de trabalho, para poder assumir cargos mais elevados na organização. Entretanto,
com o avanço das tecnologias e as novas formatações de trabalho, tornaram-se obsoletos, o
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18 a 20 de outubro de 2017 – Toledo/PR
que no passado era de grande importância algumas habilidades e novas competências foram
adotas para permanecer na profissão.
Desta forma “Minha previsão é a de que a secretária tende a assumir maiores
responsabilidades na administração dos seus respectivos departamentos, passando a gerenciar
as questões rotineiras e assessorar os executivos, recendo, para isso, maior soma de poderes
decisórios”. (TORQUATO, 1990, pag. 34)
Analisando todo o cenário atual e a nova percepção do método de trabalho, julga-se
importante as novas habilidades que foram assumidas pelo profissional de secretariado
executivo, que hoje trabalha de forma eficiente e eficaz, trazendo consigo a luta pela imagem
de que, o profissional desta área mudou a forma de trabalho. Antes meros serviços
insignificantes, agora um papel importante nos mais variados segmentos de mercado.
Para um melhor entendimento, elaborou-se a tabela com as habilidades exigidas na
década de 80 e 2000:
Tabela 1 – Habilidades Secretarias.
Habilidades Secretariais década de 80 Habilidades Secretariais década de 2000
Atendimento adequando do telefone;
Ter boas maneiras;
Saber cumprimentar;
Saber usar cartão magnético;
Ter noções básicas de primeiros socorros;
Gestor;
Empreendedor;
Assessor;
Consultor;
Criatividade;
Ter liderança e saber trabalhar em equipe;
Redação de documentos oficiais;
Proatividade; Fonte: Autores 2017.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No mundo globalizado, as informações seguem com velocidade, por isso profissional
de secretariado executivo viu-se obrigado a aprimorar suas habilidades e competências para
continuar no mercado de trabalho.
O novo papel do profissional de secretariado executivo também mudou muito.
Atualmente atua como elo entre clientes internos e externos e fornecedores, também gerencia,
administra e prepara, organiza rotinas de tomadas de decisões que sejam realizadas com
qualidade.
O profissional secretário similarmente tornou-se um agente multitarefas, exercendo
suas competências de agente facilitador, agente de resultados, agente de qualidade e agente de
mudanças.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Walkíria Gomes de; ROGEL, Geórgia T. S.; SHIMOURA Alzira da Silva.
Mudanças de paradigmas na gestão do profissional de secretariado. Revista de Gestão e
Secretariado, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 46-68, jan./jun. 2010.
BRUN, Adriana; Cechet, Graziela; Neumann, Susana. Gestão secretarial: a evolução das
funções do profissional de secretariado e a efetividade da inteligência emocional nos
processos de trabalho. Revista do Secretariado Executivo, Passo Fundo, p. 36-51, n. 8, 2012.
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de Secretariado Executivo – UNIOESTE
18 a 20 de outubro de 2017 – Toledo/PR
GALINDO, Alexandre Gomes; SOUZA, Eduardo César Pereira; CARVALHO, Iamile da
Costa. Competências declara das para atuação do profissional de secretariado executivo
sob a perspectiva dos acadêmicos da universidade de federal do amapá – unifap. Revista
Expectativa – Unioeste ISSN: 1676-045X (V.I.) – 1982-3029 (V.E.) Vol. XI no 11 Jan-
Dez/2012.
MARTINS, Heloisa Helena T. de Souza. Metodologia qualitativa de pesquisa.
Universidade de São Paulo.
MEDEIROS, João Bosco, and Sonia Hernandes. Manual da Secretária . Editora Atlas SA,
2000.
RODRIGUES, Willian Costa. Metodologia Cientifica. FAETEC/ IST. Paracambi Rio de
Janeiro, 2007.
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de Secretariado Executivo – UNIOESTE
18 a 20 de outubro de 2017 – Toledo/PR
A IMPORTÂNCIA DA RESILIÊNCIA NA ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE
SECRETARIADO EXECUTIVO.
Sibele Aline Lima da Costa
INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo foi avaliar o nível de resiliência dos acadêmicos do 4° ano do
Curso de Secretariado Executivo da UNIOESTE –Toledo-PR no ano de 2016, pois os
mesmos estavam concluindo o curso e muitos adentrando no mercado de trabalho. A
abordagem utilizada para a elaboração do trabalho foi qualitativa e quantitativa, pois foram
utilizadas tanto pesquisas primárias quanto secundárias. Para compor este estudo, foi enviado
um questionário via e-mail, que contava com vinte perguntas relacionadas ao nível de
resiliência da turma retirado do livro “35 testes para avaliar suas habilidades profissionais”
de Ernesto Artur Berg, e como eles reagem a diversas situações sem usar a emoção, somente a
razão, tanto dentro da universidade como no mercado de trabalho, após uma crise.
Ademais este estudo justifica-se pela significância da resiliência, é muito comum na
psicologia, pode ser aplicada tanto no âmbito profissional quanto no pessoal, além de levar
em conta o aspecto emocional das pessoas. Saber agir racionalmente pode ser crucial para se
manter no mercado de trabalho. Principalmente, em um mercado de trabalho altamente
competitivo como o do profissional de secretariado executivo, ser flexível e saber se adaptar
as adversidades é mais que necessário. Ser um profissional resiliente o torna muito mais
valioso em vista dos demais concorrentes.
Este estudo está divido em seis partes, sendo elas esta introdução ao tema
pesquisado, o referencial teórico onde foram elencadas obras de BARLACH
(2005). MALVEZZI (2000), ROBBINS (2008). Além dos procedimentos metodológicos onde
são explicadas as formas de pesquisa utilizadas para a concepção deste estudo, os resultados e
discussões onde são apresentadas as observações dos autores do estudo sobre as obras
pesquisas e os dados obtidos com a pesquisa primária, por fim as considerações finais e
referencias utilizadas para o desenvolvimento deste estudo.
REFERENCIAL TEÓRICO
O PROFISSIONAL DE SECRETARIADO E A RESILIÊNCIA
A profissão de secretariado executivo tem se tornado visível, exigindo cada vez mais
dos profissionais da área. Ademais um secretário executivo desenvolve uma grande
quantidade de funções em uma organização, atuando tanto no ambiente interno quanto no
ambiente externo. O perfil profissional exigido pelo mercado moderno é de um profissional,
dentre outras características resiliente, que seja polivalente, que tenha uma formação eclética.
Além disso o secretário (a) executivo (a) deve estar sempre atualizado, para superar
dificuldades, encontrando soluções rápidas para os problemas que poderão surgir pelo
caminho de sua profissão.
Para Bíscoli e Lotte (2006), os cursos de graduação em Secretariado Executivo visam
formar um profissional que seja gestor, empreendedor e articulador, com competências para
promover e participar do desenvolvimento e gestão das organizações. Muitas vezes o
profissional de secretariado sofre com o aumento de gestores para dar o suporte de qualidade
que a profissão exige, então é preciso se adaptar as diferentes atividades que lhe são
dedicadas, e ser um profissional flexível, tendo em vista que um colaborador resiliente é
aquele que volta ao seu estado natural após as dificuldades.
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Diante disso as organizações de sucesso são aquelas que tem capacidade de se
adequar, flexibilizar e moldar sem perder sua identidade, o profissional que consegue se
adequar a essa realidade acompanhará o sucesso da empresa. Além disso o comportamento do
profissional de secretariado executivo é fundamentado por valores identificação de
hierarquias, facilitando e melhorando o sigilo profissional, as relações entre profissionais de
secretariado e as relações com a empresa, inclusive, envolvendo suas emoções e sentimentos.
Alguns autores falam que não somente o esforço físico deve ser uma forma de expressão, mas
também o esforço emocional para um melhor desempenho nas atividades diárias na
organização. Para Robbins (2002, p. 100) “o esforço emocional acontece quando um
funcionário expressa emoções organizacionalmente desejáveis durante as transações
interpessoais”.
Contudo todos devem conhecer seus próprios sentimentos e ações, e saber ter um
autocontrole, e se autoconhecer para conseguir lidar com as mais variadas situações em uma
empresa, usando a emoção para um melhor desenvolvimento pessoal e profissional. Sendo
assim tendo um melhor estado físico e emocional, sabendo ser um profissional resiliente nas
mais diversas situações. Segundo Maerker (2007, p. 34), “[...] profissionais inteligentes
emocionalmente conseguem lidar melhor com os problemas.”
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para Maconi e Lakatos (2009) a pesquisa bibliográfica é considerada o primeiro
passo de uma pesquisa científica, onde se relata a bibliografia já publicada, através de livros,
revistas ou outro meios. Esse foi o método utilizado para a construção deste estudo, que tem
por finalidade o contato direto com o assunto que será abordado no decorrer da pesquisa.
Agregando a pesquisa, será utilizado outro método como as pesquisa exploratória.
Tendo por objetivo avaliar realmente o problema em questão, dos clientes ativos terem
diminuído.
B) Exploratórios - são investigações de pesquisa empírica cujo
objetivo é a formulação de questões ou de uma problema, com tripla
finalidade: desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do
pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para a realização de
uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos.
Empregam-se geralmente procedimentos sistemáticos ou para a
obtenção de observações empíricas ou para as análises de dados (ou
ambas, simultaneamente). Obtêm-se frequentemente descrições tanto
quantitativas quanto qualitativas do objeto de estudo, e o investigador
deve conceituar as inter-relações entre as propriedades do fenômeno,
fato ou ambiente observado. (LAKATOS; MARCONI, 2010, p. 188).
Em seguida a apresentação dos métodos e seleção das pesquisas utilizadas, verifica-
se a importância de cada uma delas para a realização do trabalho, para atingir cada objetivo.
De acordo com Lakatos e Marconi, 1991, o método dedutivo tem o propósito de explicar o
conteúdo das premissas, isto quer dizer que tem por objetivo explicar às informações
essenciais a concepção do estudo.
[...]o método histórico consiste em investigas acontecimentos,
processos e instituições do passado para verificar a sua influência na
sociedade de hoje, pois as instituições alcançaram sua forma atual
através de alterações de suas partes componentes ao longo do tempo,
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influenciadas pelo contexto cultural particular de cada época. Seu
estudo, para urna melhor compreensão do papel que atualmente
desempenham na sociedade, deve remontar aos períodos de sua
formação e de suas modificações. (LAKATOS; MARCONI, 2010, p.
107).
Segundo Lakatos; Marconi, 2010, p. 174, toda pesquisa implica o levantamento de
dados de variadas fontes, quaisquer que sejam os métodos ou técnicas empregadas. A técnica
de pesquisa utilizada para este estudo foi de documentação indireta onde foram reunidos
artigos, livros e demais fontes de informação, bem como direta através do levantamento de
dados no local aonde foi aplicado o estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Este trabalho tem como base um questionário abrangendo vários pontos sobre
resiliência, mas, entretanto, só foram apontadas informações relevantes para os autores do
mesmo:
• Questão 1– Eu tenho facilidade em resolver problemas. Conforme o caso, consigo ser
criativo, ou lógico, ou então uso simplesmente o bom senso: O uso da criatividade em
um mundo com o mercado de trabalho competitivo pode determinar o sucesso de uma
pessoa ou de uma carreira. A criatividade está relacionada a busca de soluções
inovadoras para problemas já existentes.
• Questão 2 – Quando enfrento uma situação caótica ou de conflito, imediatamente
procuro me acalmar, e me concentro em adotar ações práticas e úteis: 31,6% dos
entrevistados responderam que sempre, 42,1% na maioria das vezes, 21,1%
medianamente, poucas vezes 5,3 e nunca 0%.Lidar com pessoas não é uma das tarefas
mais fáceis, pessoas distintas com personalidades opostas. Manter a calma é essencial
para manter a harmonia no ambiente de trabalho.
• Questão 3 – Depois de passada a crise, costumo perguntar o que aprendi de novo com
ela: Vemos que 47,4% responderam que sempre, 26,3% na maioria das vezes, 10,5%
medianamente, 15,8% poucas vezes, 0% nunca. Temos em vista que a grande maioria
aprende com as dificuldades, mas ainda o nível de pessoas que raramente aprendem é
alto, estes por sua vez, deveriam analisar suas dificuldades e tentar levar como
aprendizado e não como apenas uma derrota.
• Questão 4 – Eu me adapto facilmente às pessoas com personalidades diferentes da
minha: Tendo em vista que 21,1% dos entrevistados responderam que, sempre, 42,1%
na maioria das vezes, 26,3% medianamente, 5,3% poucas vezes, 5,3% nunca. Nem
sempre as pessoas se adaptam com as personalidades umas das outras, mas se dar bem
com seus colegas de trabalho é algo muito importante na vida profissional, pois de
qualquer forma ser ético e ter respeito com o próximo é fundamental em uma
organização.
A grande maioria obteve uma média de 80 a 100 pontos, desse modo, podemos
concluir que ser resiliente é fundamental para o futuro profissional e para se manter no
mercado de trabalho e ainda que a maioria dos jovens tem uma personalidade forte, que será
desenvolvida e bem vinda no mercado de trabalho.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo do tempo o Secretariado Executivo foi se transformando e ganhando
funções, tornando se então uma profissão mais abrangente e complexa. Por tanto ser resiliente
é cada dia mais necessário para permanecer no mercado de trabalho. No nosso país o mercado
é bastante instável por tanto é preciso se adaptar às suas mudanças.
O ambiente organizacional é muito estressante boa parte do tempo, um profissional
de secretariado portanto deve separar suas emoções dentro da empresa para não cometer
equívocos. E por exercer um grande número de funções o estresse é inevitável, porém não
deve se deixar levar por ele. Saber controlar suas emoções, o lado profissional do lado
pessoal, também faz parte da resiliência.
A resiliência é uma das características mais procuradas nos secretários executivos.
Nas organizações atuais se ascendem aqueles que são resilientes, isso se deve a alta
competitividade dentro das organizações. A flexibilidade faz parte do perfil de um bom
profissional, além de estar inclusa na resiliência necessária para os secretários executivos.
Com base em um questionário aplicado ao 4º ano do curso de Secretariado Executivo
da Universidade Estadual do Oeste do Paraná pode se dizer que os estudantes tem um perfil
profissional de pessoas que gostam de aprender coisas novas e se especializar e, que procuram
aprender algo diante de adversidades, além de se saírem bem depois de enfrentar alguma
dificuldade, mostrando assim serem resilientes.
REFERÊNCIAS
BARLACH, L. (2005). O que é resiliência humana? Uma contribuição para a construção
do conceito. Dissertação de Mestrado Inédita. Instituto de Psicologia da Universidade de São
Paulo, São Paulo, Brasil.
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FERREIRA, V. C. P. et al. Modelos de gestão. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2006.
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19º Encontro Regional e 30ª Semana Acadêmica do Curso
de Secretariado Executivo – UNIOESTE
18 a 20 de outubro de 2017 – Toledo/PR
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia do Trabalho Científico:
procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e
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19º Encontro Regional e 30ª Semana Acadêmica do Curso
de Secretariado Executivo – UNIOESTE
18 a 20 de outubro de 2017 – Toledo/PR
A IMPORTÂNCIA DA EXTENSÃO UNIVERSITARIA PARA OS ACADEMICOS DE
SECRETARIADO EXECUTIVO DA UNIOESTE EM 2017
Samantha Frohlich
Marcelo Augusto Collito Martins
Ivanete Daga Cielo
1 INTRODUÇÃO
A extensão universitária é caracterizada como atividades e/ou ações junto à
comunidade, disponibilizando ao público externo o conhecimento adquirido com o ensino e a
pesquisa em sala de aula. As atividades de extensão possuem caráter social e tornam-se
significativas e necessárias para alunos e professores principalmente pelo conhecimento
difundido através destes para a comunidade externa. Esta é beneficiada pelos projetos nos
quais pode se envolver, tendo em vista o propósito que visa a disseminação de informação
que as universidades possuem no tocante à extensão (FORPROEX, 2012).
O Plano Nacional Brasileiro de Extensão Universitária (2005) cita as ações
extensionistas como um processo educativo, cultural e científico que promovem o ensino e a
pesquisa de forma indissociável no meio acadêmico, contribuindo na formação dos
acadêmicos.
Para Jezine (2004), a indissociabilidade entre ensino e pesquisa, para que sejam
criados projetos de extensão, é importante e vem sendo mais discutida e mais aderida na área
acadêmica brasileira, isso porque as atividades de extensão convocam a universidade para
exercer, de forma imperativa, seu papel com a transformação social, permitindo a
aproximação da produção e transmissão de conhecimentos em uma contribuição mútua, em
que os dois lados sejam beneficiados, tanto a comunidade quanto os envolvidos na academia
(Paula, 2013).
Destarte, ciente da importância da extensão universitária para a formação dos
profissionais, o presente estudo objetiva investigar a relação dos estudantes do curso de
Secretariado Executivo da Unioeste, Campus de Toledo, em relação a participação dos
estudantes em ações extensionistas desenvolvidas pelo curso, bem como suas principais
vantagens para os mesmos.
Em relação à relevância do presente estudo, a principal contribuição almejada pelos
pesquisadores para a elaboração deste estudo, refere-se à importância que as atividades de
extensão podem ter e contribuir na formação dos acadêmicos de Secretariado Executivo,
compreendendo-as como parte do processo formativo e estímulo a democratização do
conhecimento.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A extensão universitária, para Selvati (2016), pode ser considerada um elemento
moldado a partir de uma relação indissociável de três campos: extensão, ensino e pesquisa.
Nesse sentido, para Martins (2007), cada um destes três campos possui um processo e suas
pressuposições. O ensino refere-se ao processo de construção do saber; a pesquisa a um
processo de objetivação ou materialização desses conhecimentos; a extensão relaciona-se a
um processo de intervenção social sobre a realidade, tornando-se uma dinâmica de
retroalimentação do ensino e da pesquisa.
Das três dimensões, a extensão é a que possui uma natureza interdisciplinar, voltada
para o atendimento das demandas de conhecimento e informação de um público específico,
geralmente amplo, difuso e heterogêneo (PAULA, 2013).
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19º Encontro Regional e 30ª Semana Acadêmica do Curso
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Constata-se, dessa forma, que com as atividades de extensão presentes nas
universidades é possível sistematizar a troca de saberes, acadêmico e popular, como
resultados de produção de conhecimento. A extensão vai além de instrumentalizar o processo
de teoria e prática e favorece uma visão integrada do social para os acadêmicos (FORPROEX,
1987).
Conquanto, o caráter bilateral (comunidade-academia) da extensão universitária, para
Correia (2003), também pode ser visto como um movimento de reflexão, questionamentos e
concepções que reforçam os caminhos da sociedade, encarada como percepções a serem
superadas continuamente através do conhecimento. Percebe-se assim, a interdisciplinaridade
nas atividades de extensão a partir do momento que essas exigem estudo e compreensão dos
aspectos históricos da comunidade externa e acadêmica, para que possam compreender a
função social da instituição contribuindo, dessa forma, para a articulação entre formação
acadêmica extracurricular e conhecimentos teóricos ofertados em sala de aula, além de
contribuir com o desenvolvimento de pesquisas.
Portanto, verifica-se a real importância que os acadêmicos – com o suporte do corpo
docente – representam no momento de colocar em prática toda a teoria sobre a extensão, uma
vez que se tornam agentes cidadãos, mantendo-se constantemente motivados com os desafios
e conhecimentos que a extensão pode proporcionar, pessoal, profissional e, também, em
aspecto acadêmico (WENNINGKAMP, BISCOLÍ e ALVES, 2013).
Assim, entende-se a ideia da extensão universitária como a busca que visa
compreender de que forma o saber científico pode dialogar com o saber popular e, com esse
pressuposto, coloca-se em diálogo as ricas experiências disponíveis no mundo para serem
exploradas e compartilhadas (CABRAL, 2012).
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este estudo pode ser caracterizado em relação à abordagem utilizada, como
predominantemente quantitativo. Conforme Mattar (2001) uma pesquisa quantitativa tem por
objetivo medir o grau em que algo está presente, cujos dados são submetidos a análises
estatísticas formais. A partir dessa metodologia, foi possível atingir o objetivo central do
estudo. A análise descritiva complementou os resultados, uma vez que permitiu estabelecer a
relação dos estudantes de Secretariado Executivo da Unioeste, Campus de Toledo com as
atividades de extensão. O objetivo de investigação deste estudo pesquisou o interesse dos
acadêmicos pelas atividades de extensão ofertadas. O meio de verificação foi feito a partir de
pesquisa de campo, por meio de questionário, tendo como público alvo os acadêmicos do 1°
ao 4° ano, tendo retorno de 74 respostas em um total de 139 acadêmicos matriculados.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O estudou teve como objetivo a partir de pesquisa de campo com os acadêmicos
quais os seus interesses em relação a extensão universitária no curso de Secretariado
Executivo da UNIOESTE.
Incialmente a pesquisa visou identificar a quantidade de acadêmicos que em algum
momento da graduação já participaram de atividades de extensão, dessa forma, examinando o
grau de interesse dos mesmos.
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Gráfico 1 – Quantidade de acadêmicos que já participaram de projetos de extensão
Fonte: Elaborado pelos autores (2017)
Conforme mostra o gráfico 1, um percentual de 79,72% estudantes (59 respostas) em
algum momento já participaram de atividades de extensão. Considera-se este, um número
consideravelmente alto, levando em conta que a maioria dos estudantes trabalham e o curso é
ofertado no período noturno, assim, entende-se que há interesse por parte dos estudantes nos
projetos extraclasse oferecidos.
Na sequência, a intenção foi verificar quais os projetos oferecidos pelo curso de
Secretariado Executivo que mais interessam os estudantes e quais tem maior participação por
parte dos alunos durante o período de graduação.
Gráfico 2 – Quantidade de acadêmicos que já participaram de projetos de extensão
Fonte: Elaborado pelos autores (2017)
Verificou-se que os projetos que mais possuem participantes são: Coquetel do RH
com 64,86% (48 acadêmicos) de participação, Encontro Regional e Semanas Acadêmicas
com 62,16% (46 Acadêmicos) e Secretariado Executivo Preparando para o Primeiro Emprego
com 59,45% (44 acadêmicos). Acredita-se que a maior participação nestes três projetos em
específicos, deve-se a maior divulgação e ao período que estes acontecem, os eventos no
período noturno, no caso em horário de aula, e em relação aos cursos do primeiro emprego
que acontecem aos sábados de manhã, assim não prejudicando horário de aula e trabalho.
Os outros projetos tiveram menor participação, mas ainda assim significativas para o
curso, sendo eles: Negócio a Negócio em parceria com o SEBRAE/PR com 13,51% (10
acadêmicos) de participação, Concurso de Contos Paulo Leminski com 2,70% (2 acadêmicos)
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de participação e outros projetos na universidade com 9,45% (7 acadêmicos), estes não
identificados quais são.
Após identificar quais os projetos de extensão oferecidos pelo curso de Secretariado
Executivo com maior participação, o objetivo foi examinar quais as principais vantagens que
os acadêmicos julgam relevantes em relação a extensão universitária. Os resultados foram
positivos para relacionar a importância de fomentar a participação nestes projetos.
Gráfico 2 –Principais vantagens de participar de projetos de extensão
Fonte: Elaborado pelos autores (2017)
Identificou-se um número significativamente alto no quesito Experiência,
conhecimento e prática da profissão, 41,89% (31 acadêmicos), julga está uma das principais
vantagens ao participar das atividades de extensão. A segunda opção mais citada, foi o
aprendizado que o curso oferece fora da sala de aula, com 13,51% (10 acadêmicos) diga-se de
passagem positivo pois este considera-se um dos principais significados da extensão
universitária, que é, levar à comunidade externa um pouco do conhecimento aprendido em
sala de aula e colocar em prática suas habilidades, além da visibilidade dos acadêmicos e do
curso. Além disso, obteve-se um percentual de 8,10% (6 acadêmicos) de estudantes que julga
as horas extracurriculares como uma vantagem, sendo estas necessárias para a conclusão do
curso. Também identificou-se como uma vantagem: conhecer pessoas e aprender com suas
dificuldades com 6,75 % (5 acadêmicos) e o desenvolvimento pessoal e profissional com
5,40% (4 acadêmicos). Uma porcentagem de 24,32% (18 acadêmicos), deixaram este espaço
do questionário em branco.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, entende-se que a extensão universitária vai muito além da compreensão
tradicional de disseminação de conhecimento, prestação de serviços e difusão cultural. Ela
viabiliza a transformação da sociedade através da universidade, articulando novamente o
vínculo entre o ensino, a pesquisa e extensão (PLANO NACIONAL DE EXTENSÃO
UNIVERSITARIA, 2005). E estas ações, precisam ser incluídas como atividades
indispensáveis nas Instituições de Ensino Superior (IES).
Contudo, a pesquisa realizada junto ao curso de Secretariado Executivo da Unioeste,
denota que existe a preocupação com a extensão enquanto participação e interesse dos
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acadêmicos, uma vez que, caracteriza-se como uma atividade formadora do perfil do
profissional e prática do curso.
Pode-se indicar, após reflexão, que o curso preocupa-se com as atividades de extensão
permitindo, assim, que o saber universitário leve em consideração também a cidadania, a
cultura e os saberes proporcionados aos estudantes e comunidade externa.
Entretanto, por se tratar de resumo expandido, os demais aspectos relevantes nessa
pesquisa não puderam aqui ser abordados, a exemplo das demais opiniões dos acadêmicos em
relação aos projeto de extensão, como exemplo as desvantagens, suas motivações e sugestões,
mas certamente farão parte de estudos futuros.
REFERÊNCIAS
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avanços da pesquisa científica e dos embates teóricos e conceituais na área. In: DURANTE,
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CABRAL, Nara Grivot. A extensão universitária na concepção dos gestores acadêmicos:
o caso da Feevale – Novo Hamburgo/RS. São Leopoldo: Unisinos, 2005. 168 f. Dissertação
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Leopoldo, 2005.
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Desenvolvimento Sustentável e Extensão)-Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2016.
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19º Encontro Regional e 30ª Semana Acadêmica do Curso
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18 a 20 de outubro de 2017 – Toledo/PR
O CARÁTER EMPREENDEDOR NA FORMAÇÃO DO SECRETARIADO
EXECUTIVO: IMPLICAÇÕES E IMPORTÂNCIA
Laiara de Souza
Taiana Grespan
Luciene Ortolan de Rezende
Luiz Henrique Alexandre
Silvana Vais da Silva
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo ressaltar a relevância do caráter empreendedor
na formação do acadêmico de Secretariado Executivo. O perfil do profissional de Secretariado
tem mudado ao passar do tempo, devido aos fenômenos da globalização e das tecnologias da
informação, passando pela regulamentação da profissão (Lei 7377, de 30/09/85 e Lei 9261, de
11/01/96). Assim evoluindo suas habilidades e competências na medida em que a exigência do
mercado e das organizações também se elevam.
Para realização da análise deste estudo, utilizou-se o curso de Secretariado Executivo
no âmbito nacional e suas diretrizes curriculares estabelecidas pelo Ministério da Educação
(MEC). Também é abordada a definição de empreendedorismo e sua ligação com o curso
devido às aptidões de atuação, isso porque no seu caráter de assessor é exigido do profissional
de Secretariado postura ativa, criatividade e inovação (BARBOSA; DURANTE, 2013).
Este resumo encontra-se dividido em seis partes, sendo elas: a introdução, a
fundamentação teórica trazendo os principais conceitos, autores e teorias sobre
empreendedorismo e Secretariado Executivo. Além dos procedimentos metodológicos em que
são explicadas as formas de pesquisa utilizadas para a concepção deste estudo, os resultados e
discussões em que são apresentadas as observações dos autores do estudo sobre as obras
pesquisas e outros dados, as considerações finais e referencias utilizadas para o
desenvolvimento deste estudo.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 SECRETARIADO EXECUTIVO: CAPACIDADES E DIRETRIZES
O secretário Executivo, profissão presente há pelo menos meio século no mundo das
organizações modernas, teve seu perfil, habilidades e competência amplamente modificados
em virtude de alguns contextos e demandas. Há algum tempo, esses profissionais realizavam
apenas funções simples e atribuições operacionais, mas aos poucos, devido ao processo de
complexidade em que as organizações atingiram e um cenário mais globalizado e dinâmico,
passaram a agir de forma mais completa e com maiores responsabilidades e desafios
atribuídos (LEAL; DALMAU, 2014).
Os autores ainda descrevem essas responsabilidades que emergiram ao profissional
secretarial devido à aceleração dos processos de tecnologia de informações e ao alto nível de
complexidade em que as empresas encontram-se. Isso torna-se perceptível devido ao
fenômeno da globalização e a presença de organizações multinacionais em inúmeros países.
Bortolotto e Willers (2005) expõem que, desde o fim do século passado, muitas
mudanças ocorreram no perfil do profissional de secretariado e atividades meramente manuais
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e operacionais foram aos poucos substituídas por grandes responsabilidades e que o mercado
profissional tem exigido profissionais mais completos.
As autoras também articulam que esses profissionais devem ser aptos a atuarem com
pelo menos quatro capacidades, tais como:
[...] a) Assessor Executivo – sendo o agente executor e multiplicador mais próximo
dos executivos nas organizações;
b) Gestor – veicular a prática do exercício de atribuições e responsabilidades, das
funções de Secretariado Executivo, exercendo as funções gerenciais como:
capacidade de planejar, organizar, implantar e gerir programas de desenvolvimento;
c) Empreendedor – promover as ideias e as práticas inovadoras, com competência
para implantar resoluções alternativas e inovadoras, bem como capacidade crítica,
reflexiva e criativa;
d) Consultor – estender à empresa e à sua cadeia produtiva seus objetivos e políticas,
trabalhar com a cultura da organização, transformando-as em oportunidades. (BORTOLOTTO; WILLERS, 2005, p. 47)
As empresas hoje buscam profissionais com esses quatro pilares. Além de serem
polivalentes e mais completos, os profissionais de Secretariado Executivo teoricamente obtêm
vantagem no mercado devido a estas características. Diante disso (BORTOLOTTO;
WILLERS, 2005, p. 47) relatam que os conhecimentos e habilidades dos profissionais de
secretariado não devem se limitar somente as atividades rotineiras, mas devem ter “em seu
perfil a capacidade de gerenciamento, habilidade para tomar decisões, relacionar-se com todos
os níveis hierárquicos, bem como capacidade para entender o negócio e as estratégias da
organização”.
Em 2004 o Ministério da Educação por meio da Resolução n. 3 de junho de 2005
determinou as diretrizes atualizadas para os cursos de graduação em Secretariado Executivo,
assim, definindo as competências necessárias para a formação do acadêmico e orientando no
planejamento curricular do curso. As Diretrizes Curriculares são definidas pelo Conselho
Nacional da Educação e também por meio da Câmara de Educação Básica, orientando as
competências do profissional de Secretariado Executivo:
[...] I – Capacidade de articulação de acordo com os níveis de competências fixados
pelas organizações; II – Visão generalista da organização e das peculiares relações
hierárquicas e inter-setoriais; III – Exercício de funções gerenciais, com sólido
domínio sobre planejamento, organização, controle e direção; IV – Utilização do
raciocínio lógico, crítico e analítico, operando com valores e estabelecendo relações
formais e causais entre fenômenos e situações organizacionais; V – Habilidade de
lidar com modelos inovadores de gestão; VI – Domínio dos recursos de expressão e
de comunicação compatíveis com o exercício profissional, inclusive nos processos
de negociação e nas comunicações interpessoais ou intergrupais; VII –
Receptividade e liderança para o trabalho em equipe, na busca de sinergia; VIII –
Adoção de meios alternativos relacionados com a melhoria da qualidade e da
produtividade dos serviços, identificando necessidades e equacionando soluções; IX
– Gerenciamento de informações, assegurando uniformidade e referencial para
diferentes usuários; X –Gestão e assessoria administrativa com base em objetivos e
metas departamentais e empresariais; XI – Capacidade de maximização e otimização
dos recursos tecnológicos; XII – Eficaz utilização de técnicas secretariais, com
renovadas tecnologias, imprimindo segurança, credibilidade e fidelidade no fluxo de
informações; e XIII – Iniciativa, criatividade, determinação, vontade de aprender,
abertura às mudanças, consciência das implicações e responsabilidades éticas do seu
exercício profissional. (BRASIL, 2005).
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Assim pode-se verificar as várias competências do profissional de Secretariado
Executivo presentes em sua formação e também na Diretriz Curricular do curso.
Teoricamente, tornam o profissional de Secretariado apto a participar de grandes processos e
mudanças no mundo organizacional, deixando seu perfil em sintonia com as habilidades
pretendidas pelo mercado. Segundo Leal e Dalmau (2014), isso proporciona ao profissional
possuidor dessas características encontrar seu espaço em inúmeros mercados de atuação.
Tanto nos pilares quanto nas Diretrizes curriculares percebe-se a presença do caráter
empreendedor, inovador, criativo e a abertura às mudanças do profissional de Secretariado.
Todas essas características demonstram um caráter empreendedor que vai ao encontro do
perfil que as organizações buscam em seus possíveis candidatos.
2.2 EMPREENDEDORISMO
A saber, o empreendedorismo é uma característica essencial na formação e atuação
do profissional de Secretariado Executivo, pois diferentemente da definição popular para
empreendedorismo, como sendo alguém que apenas abre novos negócios ou empresas, para
um secretário executivo essa qualidade vai muito além. É alguém que inova, que tem
iniciativa, alta capacidade de planejamento, eficiência e qualidade, além de ser alguém que
enxerga novas oportunidades em novas ideias tanto na vida pessoal quanto na vida
profissional dentro de uma empresa e para uma empresa.
Segundo Dornellas (2008), empreendedorismo é a forma pela qual pessoas e
processos, que de forma conjunta, conseguem transformar ideias em oportunidades, que por
sua vez podem levar a implementação de um negócio, podendo ser dentro ou fora de uma
organização. O empreendedorismo pode ser compreendido como uma maneira de entender
situações nas quais podemos implantar um negócio ou estabelecer um empreendimento novo
ou revolucionário.
Ainda segundo Dornellas (2008), o termo empreendedorismo popularizou-se muito
no fim da década de 90 e, em contrapartida, esse termo não é nenhuma novidade no Estados
Unidos onde o termo é conhecido por “entrepreneurship”, visto que o país é uma grande
potência econômica e uma nação com forte cultura capitalista. Hoje o termo
empreendedorismo é de conhecimento geral de quase toda a população brasileira e há uma
grande ligação do termo com a criação de empresas, que é de censo geral.
Segundo Barbosa e Durante (2013), o termo foi utilizado pela primeira vez por volta
do século XIX, por um economista francês chamado Jean Baptiste Say, que utilizava o termo
referindo-se a alguém que conseguia alocar recursos de um setor com pouca produtividade
para um com taxa de produtividade alta. Uma definição que por si não é obsoleta, porém
atualmente a definição é mais complexa e de maior abrangência.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A técnica de pesquisa utilizada no presente trabalho é o levantamento bibliográfico,
feito por meio de artigos científicos e livros com autores renomados no assunto. Juntamente
com esse levantamento foi utilizado o tipo de análise qualitativa, proporcionando diversidade
e fluidez ao trabalho, com os dados e informações recolhidas também em artigos e livros.
A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já
tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins,
jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até
meios de comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais:
filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com
tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive
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conferencias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma,
quer publicadas, quer gravadas. (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 183).
Segundo Lakatos e Marconi (2003), a pesquisa bibliográfica oferece ao pesquisador
um maior contato com aquilo que já foi escrito e produzido sobre o determinado assunto
objeto de sua pesquisa, não sendo meramente uma cópia de tudo o que já foi abordado, mas
sim proporcionando uma reanálise sobre o assunto, podendo até proporcionar ideias
inovadoras.
A partir dessas ferramentas e do conteúdo levantado pela pesquisa bibliográfica,
estabeleceu-se um paralelo, uma relação existente ou não das características empreendedoras
com o profissional de secretariado e se o curso oferece base para tal, proporcionando a
aprendizagem desta competência em sua diretriz e seus pilares.
O método de abordagem utilizado para elaborar este artigo é dedutivo, uma vez que
tem por objetivo explicar as informações essenciais e a sua concepção. Segundo Lakatos e
Marconi (2003), partindo das teorias e leis, na maioria das vezes prediz-se a ocorrência dos
fenômenos particulares (conexão descendente).
A abordagem utilizada para a concepção deste estudo é qualitativa. Gil (2008)
considera que a análise dos dados nas pesquisas experimentais e nos levantamentos é
essencialmente quantitativa. O autor destaca nos levantamentos que os procedimentos
analíticos podem ser previamente definidos e a forma de análise da pesquisa depende da
capacidade e do estilo do pesquisador.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Apesar do ambiente competitivo das empresas ser atualmente bastante turbulento, foi
possível encontrar na formação de Secretariado Executivo a reestruturação de competências
para as atividades do mercado, tendo como uma das saídas o empreendedorismo, em que
encontrou-se a adequação do caráter empreendedor nas capacidades e diretrizes do discente, o
profissional de Secretariado por sua vez sabe que deve se manter extremamente atualizado,
estar integrado às novas tecnologias, para expor seus conhecimentos e ser um empreendedor
de futuro promissor já que possui aprendizado para tal característica.
Desse modo, encontraram-se muitas vantagens de atuação no mercado de trabalho
devido às características que o curso traz em seus pilares por serem completos e polivalentes.
Capacidades como essas tornam o profissional de Secretariado Executivo apto para fazer a
diferença no meio em que estiver inserido, deixando seu perfil ainda mais preparado para as
habilidades exigidas atualmente.
Além disso, ter o caráter empreendedor no seu perfil secretarial fará com que consiga
visualizar novas ideias e oportunidades com inovação e muita potência tanto para sua vida
profissional quanto para profissão que ganha renome com o passar dos anos, se realocando e
adquirindo maior abrangência. Sobretudo pela polivalência do profissional de Secretariado é
possível obter sucesso em várias áreas que algumas profissões não abrangem, isso é o que faz
com que esse profissional obtenha um futuro empreendedor de sucesso.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve como finalidade destacar a relevância do caráter empreendedor na
formação do acadêmico de Secretariado Executivo, além de ressaltar suas habilidades e
competências frente às exigências do mercado, que devido aos fenômenos da globalização e
das tecnologias têm mostrado muitas aptidões de atuação do profissional para as
organizações. Seguindo esse parâmetro, é possível certificar-se de que o profissional de
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Secretariado tem total capacidade de se tornar um grande empreendedor, devido ao alto
conhecimento e experiências que adquire ao longo de sua formação e carreira profissional,
uma vez que busca acompanhar as mudanças existentes no mercado de trabalho do qual faz
parte.
Diante disso, pode-se deixar claro que a formação do Secretariado Executivo é de
grande relevância para o caráter empreendedor, pois além de possuir capacidades de preparar
o discente para tal, mostra também que há possibilidades de atuar nas mais variadas
dimensões de mercado. Sendo assim, quanto à formação e preparação do acadêmico de
Secretariado Executivo, pode-se dizer que seu perfil está vinculado com características
inovadoras, alta capacidade de planejamento, eficiência e qualidade, além de ser alguém que
enxerga novas oportunidades em novas ideias tanto na vida pessoal quanto na vida
profissional. Por conseguinte, como foi dito acima, estar em sintonia com o perfil do
profissional secretarial fará com que diversas situações do cotidiano se tornem oportunidades
para implantação de negócios ou até mesmo estabelecer empreendimentos novos e
revolucionários
O resultado do trabalho foi positivo, pois o perfil teórico de Secretariado está
alinhado com as novas exigências do mercado de trabalho e também com o caráter
empreendedor necessário a qualquer profissional atuante no mercado contingente como o
atual. Ademais, é importante que trabalhos voltados ao caráter curricular de Secretariado
Executivo sejam realizados para confrontar a formação acadêmica com a expectativa do
ambiente profissional. Assim pode-se ajustar as habilidades e competências desse profissional
com as exigências organizacionais.
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DALMAU, Marcos Baptista Lopez e LEAL, Fernanda Geremias. Formação e perspectivas de
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DORNELLAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando ideias em negócio.
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GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. Ed. São Paulo. Atlas, 2008.
LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia
Científica. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2003.
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O DESENVOLVIMENTO E O CRESCIMENTO DA PROFISSÃO DE
SECRETARIADO EXECUTIVO NO BRASIL E NO MUNDO
Amanda Carolina Ribas Corrêa
Lucas de Oliveira Santos Schmitt
1 INTRODUÇÃO
O profissional de secretariado está cada vez mais requisitado, devido a sua
polivalência na hora de executar as atividades dentro das empresas. Os profissionais de
secretariado não só têm uma história como foram fundadores da mesma, a história do Brasil
em relação à profissão é referência no mundo pelo número de conquistas que os profissionais
conseguiram. (NEIVA; D’ELIA, 2014 p. 15)
Desse modo, é de fundamental importância que os acadêmicos e profissionais de
Secretariado conheçam essa história e entendam a evolução pela qual a profissão passou e a
situação em que ela se encontra no mundo moderno globalizado. A profissão passou por
vários momentos e o estudo irá destacar quais as competências do profissional moderno de
secretariado e os principais desafios que enfrentam até o presente momento em relação ao
mercado de trabalho.
Assim, este estudo tem como objetivo verificar o histórico do profissional de
secretariado, a partir de referencial teórico, além de observar de que forma a profissão se
desenvolveu até os dias de hoje e relatar quais marcos foram os mais importantes para a
profissão.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O HISTÓRICO DA PROFISSÃO DE SECRETARIADO
De acordo com Natalense (1998) as atividades desenvolvidas pelos profissionais de
hoje, conhecidos como secretários surgiu nas civilizações antigas e era desempenhada pelos
escribas (homens que dominavam a escrita). “O escriba oriental é o homem que domina a
escrita, faz as contas, classifica os arquivos, redige as ordens, aquele que é capaz de recebê-las
por escrito e, que, por conseguinte, é naturalmente encarregado da sua execução.”
(NATALENSE, 1998, p. 4). Percebe-se a semelhança do trabalho realizado pelos escribas na
antiguidade em relação a algumas atividades desempenhada pela secretária.
Segundo Natalense (1998) na Idade Média não se ouvia a palavra secretário. “Na
idade média não encontramos a presença de secretários, o que faz sentido se considerarmos as
suas condições políticas, econômicas e sociais. Em geral os monges atuavam como copistas e
arquivistas.” (NATALENSE, 1998 p. 6). Algumas atividades ficaram restritas aos monges,
uma vez que eram os membros da igreja que detinham o poder de escrever as obras.
Em 1760, com a Revolução Industrial e o desenvolvimento dos maquinários nas
indústrias, houve a necessidade de funções administrativas, fortalecendo a profissão de
secretário, que até o momento era ocupada por homens. Quando aconteceu a Segunda Guerra
Mundial, os homens precisaram ir à guerra e suas antigas funções passaram a ser ocupadas
por mulheres. Para Natalense (1998) a profissão manteve-se eminentemente masculina até o
século XX. “A situação começa a mudar com as duas guerras mundiais que provocam a
entrada da mulher no mercado de trabalho, em áreas além da produção.” (NATALENSE,
1998 p. 6). A presença feminina na profissão é predominante até os dias de hoje.
A partir do século XX, em meados dos anos 50, percebe-se a atuação da secretária
nas empresas brasileiras, porém as atividades executadas eram de cunho simples. Escrever,
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atender telefone e datilografar, eram as principais atividades desempenhadas pelas
profissionais nesse período. (NATALENSE, 1998)
O surgimento das teorias administrativas fez as funções secretariais se tornarem parte
da equipe gerencial das empresas. Nos anos 60, Peter Drucker já falava do importante papel
da secretaria nas organizações. (NATALENSE, 1998)
Conforme Natalense (1998), na década de 60, no Brasil iniciou-se o treinamento para
gerentes. O gerente que fosse importante possui uma secretária, esse status acarretou uma
desvalorização da profissão devido à execução de qualquer tipo de tarefa.
De acordo com Natalense (1998), a década de 70 foi muito significativa para a
profissão, pois iniciou treinamento para as secretárias. “Nesta época podemos dizer que 60%
das profissionais brasileiras eram serventes, 20% objetos e somente 20% realmente
secretárias.” (NATALENSE, 1998 p. 09). Nesse período também surgiu a 1ª associação das
secretarias, acarretando o reconhecimento do profissional de secretariado e buscando mostrar
uma nova imagem do profissional para todo o Brasil. (NATALENSE, 1998)
No dia 30 de novembro de 1985 foi sancionada a lei nº 7.377/85 que regulamenta a
profissão do secretário. Esta lei estabeleceu critérios entre o técnico em secretariado e o
bacharel em secretariado executivo. A lei também proporcionou aos profissionais de
secretariado mais responsabilidade, pois o secretário passou a executar tarefas com mais
responsabilidades e com formação, seja ela técnica ou bacharel. (NATALENSE, 1998)
Para Medeiros e Hernandes (1999) o profissional de secretariado “demonstra
capacidade para assumir responsabilidade sem supervisão direta e tem iniciativa para tomar
decisões” (MEDEIROS; HERNANDES, 1999, p. 17). No mundo moderno, o profissional de
presta assessoria ao executivo realizando tarefas de confiabilidade e com alta
responsabilidade.
2.2 AS MUDANÇAS DO PERFIL DO SECRETÁRIO EXECUTIVO E OS DESAFIOS DA
PROFISSÃO DA CONTEMPORANEIDADE
De acordo com Neiva e D’Elia (2014), a profissão de secretariado executivo é uma
das profissões que mais crescem no mundo. “Segundo o livro O Trabalho das Nações, de
Robert Reich, as seguintes categorias de trabalho serão importantes neste milênio: serviços de
produção de rotina; serviços interpessoais; serviços simbólico-analíticos (de resolução de
problema).” (NEIVA; D’ELIA, 2014 p. 20). De acordo com as autoras a profissão de
secretariado executivo engloba essas três categorias.
O perfil do profissional de secretariado continua evoluindo à medida que ocorrem
todas as mudanças no mundo globalizado, juntamente com a profissão, a responsabilidade de
execução de tarefas também aumenta. Neiva e D’Elia (2014) afirmam que no Brasil a
profissão é referência em qualidade “na profissão de secretário, não somos de terceiro mundo,
somos de primeiro e com o adicional de sermos considerados os melhores”. (NEIVA;
D’ELIA, 2014 p. 19). De acordo com as autoras, quem divulgou essa notícia foi o jornal
inglês The Guardian, em um artigo publicado em 30/04/2001. O Jornal publicou o seguinte:
As melhores secretárias do mundo são as brasileiras. A legislação brasileira exige que as
secretarias sejam registradas em uma agência governamental, e, desde 1985, o título de
“secretária” só pode ser obtido após um curso universitário de quatro anos de duração.
(NEIVA; D’ELIA, 2014 p. 19). Segundo Neiva e D’Elia (2014) o profissional de secretariado
no mundo moderno é um agente de resultados, agente facilitador, agente de qualidade, e
agente de mudança.
Para Natalense (1998) a era da informática é umas das grandes causas de
transformação para o profissional de secretariado. De acordo com Neiva e D’Elia (2014, p.
31) “tudo e todos estão conectados, sem fronteiras, com velocidade (...)”.
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De acordo com Medeiros e Hernandes (1999) o mercado de trabalho está cada vez
mais exigente, provocando entre os profissionais uma competição e causando insegurança
quanto ao futuro e as oportunidades de trabalho. Para o secretário executivo o mundo
globalizado foi uma oportunidade para mostrar suas habilidades e técnicas administrativas.
Segundo Medeiros e Hernandes (1999) os executivos precisam de profissionais que obtêm
conhecimento sobre todo funcionamento da empresa justamente porque os executivos estão
ocupados com a burocracia do mundo moderno.
Para Neiva e D’Elia (2014) o grande desafio da profissão e permanecer sempre
atualizado e estar apto para responder o mercado de trabalho com as exigências de
empregabilidade.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para a realização deste estudo foi utilizado do tipo de pesquisa bibliográfica, segundo
Marconi e Lakatos (2003) pesquisa bibliográfica é o levantamento geral de dados sobre o
tema a ser pesquisado. De acordo com as autoras “o estudo da literatura pertinente pode
ajudar a planificação do trabalho, evitar publicações e certos erros, e representa uma fonte
indispensável de informações, podendo até orientar as indagações”. (MARCONI; LAKATOS,
2003, p.158)
Para este estudo a pesquisa bibliográfica foi utilizada para mostrar cada avança que a
profissão de secretariado obteve e de que forma surgiu essa profissão, como é importante para
as empresas hoje ter um secretário executivo em sua equipe de trabalho.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A profissão de secretariado evoluiu muito nos últimos anos. Podemos perceber essa
evolução por meio das atividades que os profissionais desenvolviam antigamente e
desenvolvem hoje. Por exemplo, nas civilizações antigas as atividades desempenhadas pelos
escribas se relacionavam a escrita, hoje o profissional não precisa apenas dominar a escrita,
deve ter uma comunicação eficaz, saber redigir documentos não apenas na língua de sua
origem, mas também em línguas estrangeiras, como ser fluente no mínimo em mais um
idioma.
Na idade média os monges faziam o trabalho de secretários e precisavam copiar
obras e classificar arquivos. O profissional de secretariado atual é um gestor em arquivos,
precisa entender o fluxograma da organização. No âmbito científico os secretários
pesquisadores já estão desenvolvendo seu próprio trabalho, acarretando mais credibilidade a
profissão.
À medida que o tempo passou a profissão foi se tornou eminentemente feminina, nos
dias de hoje percebe - se a presença masculina, porém a maioria dos profissionais ainda são
mulheres. Um grande desafio para a profissão seria balancear a execução de atividades
secretariais com os homens e mulheres.
No Brasil, a profissão de secretariado se destacou por vários aspectos, entre eles no
período da datilografia, a secretária tinha um papel fundamental no desenvolvimento dessa
tarefa. No mundo globalizado, não precisa-se mais datilografar, porém os conhecimentos de
informática e uso da tecnologia são imprescindíveis para ser um profissional com destaque no
mercado de trabalho atual.
No mundo moderno o secretario executivo é um agente fundamental dentro das
empresas, é polivalente, pois consegue desempenhar varias atividades. O secretário trabalha
como um agente de mudanças dentro das organizações resolve problemas e assessora os
diretores, dando- lhes algo muito importante, tempo.
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Esse estudo percebeu que todas as atividades desenvolvidas pelos profissionais de
secretariado possuem um grau de responsabilidade diferente, sendo muito importante
independentemente da época. Percebe-se que a cada avanço do secretário as responsabilidades
na execução das tarefas aumentaram, acarretando desafio à profissão que precisou inovar-se e
se atualizar para o mercado de trabalho atual.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio deste estudo é possível verificar cada passo na história do profissional de
secretariado. A profissão passou por uma evolução gradativa e cada marco da historia foi
importante, pois contribui para o reconhecimento do profissional nos dias de hoje.
Através deste estudo é possível encontrar de forma sintetizada cada momento do que
ocorreu na história dos secretários, já que normalmente não se encontra toda essa evolução em
único estudo.
Tudo começou nos tempos antigos, dos escribas e hoje por conta da globalização a
profissão está passando por vários desafios. Estes desafios que poderiam ser analisados por
estudos futuros, de tal maneira que possam ajudar os profissionais de secretariado executivo a
desenvolver o máximo que o mercado de trabalho do mundo moderno está exigindo.
REFERÊNCIAS
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia
científica. 5. ed. São Paulo: Atlas:2003.
MEDEIROS, João Bosco; HERNANDES, Sonia. Manual da secretária. 7. ed. São Paulo:
Atlas, 1999.
NATALENSE, Liana. A secretária do futuro. Rio de Janeiro: Qualitymark ed., 1998.
NEIVA, Edméa Garcia; D’ELIA, Maria Elizabete Silva. As novas competências do
profissional de secretariado. 3. ed. São Paulo: IOB Folhamatic, 2014.
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