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Análise de pigmentos em cartonagem de sarcófago de múmiaegípcia utilizando Fluorescência de

Raios X

C.Calza 1, J.Godoy2, M.J Anjos2, R.T. Lopes1,

A. Brancaglion Jr.3, S.M.F. Mendonça de Souza3,4

1) Laboratório de Instrumentação Nuclear, COPPE/UFRJ. Rio de Janeiro.

2) Instituto de Física, UERJ. Rio de Janeiro.

3) Museu Nacional, UFRJ. Rio de Janeiro.

4) Fundação Oswaldo Cruz. ESNP. Rio de Janeiro.

Múmia do PeríodoRomano (n.158)

Mulher bastante jovem, cujaidade vem sendo confirmadapelos primeiros resultados de estudos tomográficos e radiográficos.

Peça mais rara da ColeçãoEgípcia do Museu Nacional.

Embalsamada com braços e pernas enfaixados separadamente.

Procedimento utilizado por uma família tebana do séc. I D.C., cujos túmulos foramrecentemente descobertos.

Análise de pigmentos em fragmentosde cartonagem e amostra de linho do peitoral da múmia através de µXRF.

Comparar os resultados a fim de verificar se as pinturas na cartonagemapresentam a mesma procedência daamostra de linho, cuja autenticidade é comprovada.

Verificar se os pigmentos dacartonagem estão de acordo com osutilizados pelos egípcios no séc. I.

Objetivos

Microfluorescência de Raios X

Linha de XRF do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), utilizando feixe branco e detector de Si(Li) com resolução de 165 eV.

Amostras colocadas em suporte acrílico, movimentadas através do feixe, por meio de um estágio (nas direções XYZ), de forma queregiões específicas da superfície fossemirradiadas.

Em cada região selecionada, adquiriu-se um espectro de EDXRF, com tempo de contagem de 100 s.

Arranjo experimental para µXRF

Resultados - Amostra de linho

ROSA→mistura de pigmentos vermelho e branco.

Maiores concentrações:

Fe, Ca, As.

Possíveis pigmentos:

vermelho ocre, realgar

MARROM→mistura de pigmentos vermelho e negro/ ocre (marrom).

Maiores concentrações:

Fe, Ca.

Possíveis pigmentos:

ocre, negro de marfim, magnetita.

Resultados - Fragmentos de Cartonagem

Possíveis pigmentos:

terra verde, verdigris, malaquita.

realgar, vermelho ocre, giz, etc.

negro de marfim.

giz, gesso, branco de osso.

Maiores concentrações:

VERDE ESC.: Ca, Cu, K, Fe.

ROSA: Fe, Ca, As.

NEGRO: Ca.

BRANCO: Ca.

Resultados - Fragmentos de Cartonagem

VERMELHO

Maiores concentrações:

Fe, Ca.

Possíveis pigmentos:

vermelho ocre.

Resultados – Fragmentos de Cartonagem

TURQUESA

Maiores concentrações:

Cu, Fe, Ca, K.

Possíveis pigmentos:

Azul egípcio, Verde egípcio, terra verde.

VERDE ESCURO

Maiores concentrações:

Ca, Cu, K, Fe.

Possíveis pigmentos:

terra verde, verdigris, malaquita.

Resultados - fragmentos

NEGRO

Maiores concentrações:

Fe, Ca, Pb.

Possíveis pigmentos:

negro de marfim, galena, magnetita.

→ Estes fragmentos não pertencem à cartonagem.

Espectro de µXRF do pigmento vermelho

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

101

102

103

104

105

K

Zn Pb

HgCu

Ti

Sr

Fe

CaC

ount

s

Energy (keV)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

101

102

103

104

105

Mn

KHg

ZnCuCr

Ti

Sr

As

FeCaC

ount

s

Energy (keV)

Espectro de µXRF do pigmento rosa

Pb

ConclusõesA partir dos resultados obtidos por µXRF, aplicando-se

testes de correlação, verificou-se que as amostras de cartonagem e o fragmento de linho apresentavam a mesma procedência.

Os fragmentos negros (amostra F) não pertenciam àcartonagem.

Uma vez que a técnica de XRF é capaz de determinarapenas a composição elementar (e não química ougeoquímica) dos materiais analisados, seria necessário a utilização de uma técnica investigativa complementar(como Difração de Raios X) para identificar de forma precisa um pigmento.

Análise de tangas de cerâmicaMarajoara e fragmentos por

Fluorescência de Raios X

C.Calza 1, J.Godoy2, M.J. Anjos2, R.T. Lopes1,

T.A. Lima3

1) Laboratório de Instrumentação Nuclear, COPPE/UFRJ. Rio de Janeiro.

2) Instituto de Física, UERJ. Rio de Janeiro.

3) Museu Nacional, UFRJ. Rio de Janeiro.

♦ A sociedade Marajoara surgiu por volta de 400 D.C. nas planícies alagadas da Ilha de Marajó, desaparecendo nas primeiras décadas da dominação européia, devido à doenças, guerras e missionização.

♦As tangas são decoradas com intricados motivos geométricos, representando uma mitologia baseada na fauna local. Eramusadas provavelmente pelas jovens, como parte de ritosligados à puberdade.

♦Possuem formato anatômico e diferentes tamanhos, com doisfuros nas extremidades por onde eram passados cordões de forma a ajustá-las ao corpo.

Objetivos♦Analisar duas amostras de tangas e quatro fragmentospertencentes ao acervo do Museu Nacional através da técnicade Fluorescência de Raios-X.

♦Estabelecer a composição elementar da argila utilizada naconfecção das tangas.

♦Comparar um fragmento que exibe diferentes padrõesgeométricos (#22245) com os demais e verificar se todosapresentam a mesma procedência.

Amostras analisadas

Arranjo Experimental

♦ Sistema de EDXRF do Laboratório de InstrumentaçãoNuclear, utilizando detector de Si(Li), com resolução de 180 eV, e um minitubo de raios X com anodo de Mo.

♦ O ângulo do feixe de raios X incidente sobre a superfícieda amostra é de 16° e o ângulo emergente de 90°.

♦ As amostras foram colocadas num suporte e 10 diferentesregiões de cada uma foram irradiadas durante 1000 s, adquirindo-se um espectro de EDXRF em cada uma dessasregiões.

Conclusões

♦ Os elementos identificados foram: S, Cl, K, Ca, Ti, Mn, Fe, Cu, Zn, Ga, Rb, Sr, Y, Zr, Pb.

♦Analisando-se os resultados obtidos por EDXRF, e aplicando-se testes de correlação, verificou-se que todas as tangas e fragmentos apresentavam a mesma procedência.

♦ O fragmento com diferentes padrões geométricos (#22245) apresentava a mesma procedência das demais amostras.

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