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ANÁLISE DO NÍVEL DE
LUMINOSIDADE PRESENTE EM UMA
CENTRAL UNIVERSITÁRIA SITUADA
NO CARIRI PARAIBANO.
FABIOLA RENATA ALVES ROBERTO (UFCG )
fab.renata@hotmail.com
Elyda Natalya de Faria (UFCG )
elyda-natalia@hotmail.com
Krisllen Samara Feitosa de Souza (UFCG )
krisllen_samara@hotmail.com
Miguel Arcangelo de Araujo Neto (UFCG )
miguelnetom@hotmail.com
LARYSSA DE CALDAS JUSTINO (UFCG )
juliadecaldas@hotmail.com
As condições de iluminação afetam a diretamente a qualidade de vida
do trabalhador, podendo causar vários problemas como dores de
cabeça, dores musculares, dificuldade de concentração, irritabilidade
ocular e stress, evidenciando a diminuiçção a produtividade de o
funcionário desempenhar sua função. Sendo assim, este estudo
apresenta medições e análises quanto ao nível de luminosidade
presente em 5 pontos distintos dentro de uma central universitária, que
dispõe de uma considerável circulação de pessoas. O instrumento
utilizado para recolha de dados foi o luxímetro, para as medições e
avaliação de iluminância foi seguido a NBR ISO 8995-1:2013. Os
resultados revelam que o local estudado possui grande incidência de
luz natural, porém o projeto arquitetônico não favoreceu de maneira
eficiente o uso dessa incidência o que poderia diminuir o uso de
energia elétrica e beneficiar o trabalho que o funcionário exerce.
Palavras-chave: Luminosidade, medição, produtividade
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.
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1. Introdução
O grande desafio pressuposto entre as organizações é o alcance máximo da produtividade
mediante a saúde e segurança do trabalhador. É comum encontrar nos mais variados postos de
trabalho fatores ou riscos que comprometam a integridade e o conforto físico e mental das
partes humanas integrantes daquele ambiente.
Segundo Alvarez (1996), as características de um ambiente de trabalho refletem, de maneira
expressiva, as qualidades do trabalhador. Um local de trabalho deve ser sadio e agradável, que
proporcione o máximo de proteção, sendo o resultado de fatores materiais ou subjetivos, e
deve prevenir acidentes, doenças ocupacionais, além de proporcionar melhor relacionamento
entre a empresa e o empregado.
A segurança, o conforto ambiental e os espaços para convivência social, são pontos essenciais
no interior de uma empresa. Das modificações que venham a ser realizadas, deve-se levar em
consideração as opiniões dos trabalhadores, já que eles são as pessoas mais afetadas pelo
ambiente de trabalho (Ministério da Saúde, 2001).
Neste cenário, a luminância pode ser apresentada como um relevante fator de interação, de
forma que, o seu nível irá influenciar no conforto ou no estresse visual proporcionado pelo
ambiente ao trabalhador.
O fato de ocorrerem variações muito altas entre todas as empresas evidencia oscilações de
luminosidade no mesmo ambiente de trabalho e/ou a ocorrência de sombras na superfície de
trabalho, exigindo maior esforço visual do operador, levando a uma baixa qualidade no
trabalho, baixa produtividade, esforço visual e fadiga, além de propiciar a ocorrência de
acidentes, já que os olhos humanos precisam de um tempo de recuperação e adaptação ao
passarem de um ambiente mais escuro para um mais claro e vice-versa. A iluminância no
ambiente de trabalho é facilmente influenciada pela arquitetura da indústria (quantidade de
aberturas naturais e tipo de iluminação geral ou localizada e pelo tipo de lâmpadas utilizadas).
Conforme Filho (2011) a iluminação oportuna em termos de quantidade e qualidade (brilho,
cor, etc.) da luz e sua distribuição no ambiente, favorecidas pela correta escolha de sistemas
de luminárias e lâmpadas e pelas características construtivas das superfícies da edificação
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(piso, teto e paredes), são fatores importantes para o atingimento da performance visual
requerida durante a execução das tarefas.
O conforto visual é muito importante na escolha da iluminação da casa, onde segundo
Lamberts, Dutra e Pereira (2014) conforto visual é entendido como a existência de um
conjunto de condições, em um determinado ambiente, no qual o ser humano pode desenvolver
suas tarefas visuais com o máximo de acuidade e precisão visual, com o menor esforço, com
menor risco de prejuízos à vista e com reduzidos riscos de acidentes. "A claridade do
ambiente de trabalho é determinada não apenas pela intensidade da luz, mas também, pelas
distâncias e pelo índice de reflexão das paredes, teto, piso, máquinas e mobiliário. Um bom
sistema de iluminação, com uso adequado de cores e a criação de contrastes, pode produzir
um ambiente agradável, onde as pessoas trabalhem confortavelmente, com pouca fadiga,
monotonia e acidentes, produzindo com maior satisfação" (Iida, 1993).
Este estudo teve como objetivo a medição e análise do nível de luminosidade existente em
diferentes pontos de uma central universitária, onde há circulação constante de pessoas.
2. Referencial Teórico
2.1. Sistema de iluminação
2.1.1. Conceitos
Um sistema de iluminação é composto essencialmente por luminárias, lâmpadas e reatores,
podendo completá-lo com equipamentos de acionamento ou controle (sensores de presença,
potenciômetros ou sensores de luminosidade). Segundo Vianna e Gonçalves (2001), os raios
luminosos não são visíveis. Tem-se a sensação de luminosidade pela reflexão dos raios de luz
a partir de superfície dos objetos por eles atingidos e devolvidos à vista.
Primeiramente faz-se necessário diferenciar luminância e iluminância, onde o primeiro termo
refere-se à medida da luz refletida e o segundo a quantidade de luz dentro de um ambiente.
Assim, segundo Brondani (2006) luminância pode ser considerada como uma medida física
do brilho de uma superfície iluminada ou fonte de luz, sendo através dela que os seres
humanos enxergam, é uma excitação visual e a sensação de brilho é a resposta visual desse
estímulo. Já iluminância, é quando a luz emitida por uma fonte atinge uma superfície esta será
iluminada, é a medida da quantidade de luz incidente numa superfície por unidade de área.
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Segundo FILHO (2011), a luz pode ser definida como um aspecto visual da energia radiante
que um observador humano constata pela sensação visual, determinado pelo estímulo da
retina ocular (DEA ABNT).
2.2. Tipos de Iluminação
2.2.1. Iluminação Natural
A luz natural, usada de forma moderada, é considerada como um importante fator para
promover não só a boa saúde como a sensação de bem-estar e conforto ao ser humano. A luz
natural oferece enormes vantagens, e pode ser utilizada como estratégia para obter maior
qualidade ambiental e eficiência energética em edifícios (GARROCHO, 2012).
A iluminação natural nos ambientes de trabalho é o correto aproveitamento da luz do dia
fornecida pelo sol. Por isso, os projetos devem contemplar o uso apropriado da luz natural,
por meio de aberturas zenitais, portas, janelas, telhas translúcidas, etc.(TOLEDO, 2008).
2.2.2. Iluminação Artificial
A iluminação artificial é toda e qualquer fonte de luz produzida pelo homem. Segundo
Schmid (2005 apud TOLEDO, 2008, p.2), “independente do aproveitamento que se faça da
luz natural, a luz artificial, para ser usada à noite ou não, é um elemento quase inevitável da
expressividade dos ambientes”.
“A iluminação artificial é distribuída por luminárias, que são dispositivos que distribuem,
filtram ou transformam a iluminação proveniente de uma ou várias lâmpadas” (PAIS, 2011,
p.25), e incluem os elementos necessários para fixação, proteção e para ligá-las a uma fonte
de energia.
2.3. Tipos e Características de lâmpadas
a) Lâmpadas Incandescentes: Funcionam através da passagem da corrente elétrica por
um filamento de tungstênio, que com o aquecimento, gera a luz.
b) Lâmpadas Halógenas: Funcionam em tensão de rede (110v/220v) ou baixa tensão,
possuem filamento de tungstênio e trabalham em conjunto com o gás halogênio);
c) Lâmpadas Fluorescentes: Funcionam a base de gases, trifósforos (combinação de
fósforos e terras raras) para possibilitar alta eficiência, boa aparência e baixo consumo.
Reatores são necessários. Quatro grupos: tubulares (comuns e alta resolução),
eletrônicas (reatores integrados), circulares e compactas. Lâmpadas (18W/36W/58);
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Eficiência: alta eficiência;
Vida útil: de 7.500 à 10.000 horas.
d) Lâmpadas de Vapor: Uma descarga (alta pressão) elétrica entre os eletrodos leva os
componentes internos (gases sódio, xênon, mercúrio) do tubo de descarga a
produzirem luz, levam reatores e ignitores em sua composição. Necessitam de 2 a 15
minutos para seu acendimento completo;
e) Fibra ótica: É um filamento de vidro ou de elementos poliméricos utilizado para
transmitir pulsos de luz;
f) Lighting Emitted Diodes (LED): Dispositivos semicondutores que convertem energia
elétrica diretamente em energia luminosa, através de chips de minúscula dimensão.
Vida útil: 100.000 horas.
2.4. Iluminação no ambiente de trabalho
Uma iluminação correta no local de trabalho é necessária, uma vez que vários apontam para a
existência de uma relação entre a qualidade de iluminação e a produtividade, a motivação, o
conforto, o desempenho e o bem-estar dos trabalhadores. No local de trabalho, as vantagens
da promoção da saúde e bem-estar dos trabalhadores conduzem a menos erros e acidentes e
mais segurança e maior assiduidade por parte dos trabalhadores (BOMMEL, 2006; KULLER
& LAIKE, 1998 in Hoffmann et al.(2007).
De acordo com Juslén et al. (2007), a melhoria da produtividade é suportada por 3 suposições:
Uma boa iluminação melhora o desempenho visual, o que por sua vez permite aos
trabalhadores realizarem o seu trabalho de forma mais rápida e precisa;
A iluminação (e a escuridão) pode ser utilizada para avançar (ou atrasar) os ritmos
circadianos;
A iluminação pode criar efeitos de estimulação sobre os trabalhadores, mantendo-os
mais despertos.
Por outro lado, condições insuficientes de iluminação podem causar dor de cabeça, fadiga e
irritabilidade, além de aumentar a probabilidade de ocorrência de erros e acidentes. Selecionar
o tipo de iluminação adequada consiste então em encontrar o equilíbrio entre o ambiente
luminoso, o desempenho e o conforto dos trabalhadores (PAIS, 2011).
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De acordo com Boyce e Fiesna (2003 in PAIS, 2011) “uma boa iluminação não é aquela que
fornece apenas a quantidade de luz suficiente para executar as tarefas profissionais, mas
também a que proporciona condições de visibilidade que favorecem o conforto visual dos
trabalhadores”.
Usualmente os trabalhadores mais satisfeitos com o ambiente de trabalho são os que
produzem melhores resultados. Dessa forma a satisfação dos trabalhadores é um fator
importante no sucesso de uma organização e pode ser usada como indicador de desempenho.
2.5. A visão
Segundo Pilotto Neto (1980 apud ALMEIDA, 2003, p.13), “a visão representa,
possivelmente, a mais importante fonte de contato do ser humano com o ambiente que o
rodeia, é a principal forma de percepção das informações.”.
O olho é o órgão do qual se torna possível perceber sensações de luz e interpretar, por meio da
imagem, o mundo que nos cerca. No olho, a sensação visual ocasionada por estímulos
luminosos gera impulsos que são transmitidos, através do nervo ótico, até o cérebro, onde se
processa a interpretação das diferentes intensidades de luz, permitindo distinguir formas,
tamanho e posição dos objetos pro meio da percepção visual.
Toda iluminação é feita com o objetivo de produzir um reflexo que transporte para o olho
humano as informações do meio externo, para que o nosso cérebro possa analisá-las e
interpretá-las, permitindo distinguir cor, forma, tamanho e posição dos objetos por meio de
percepção visual (NETO, 1980).
Eyes (2011) expõe que problemas como sensação de corpo estranho, fotofobia, intolerância a
luz e olhos vermelhos são diagnosticados por médicos como doenças causadas pelo ambiente
de trabalho e não por correlação clínica. Estes problemas são classificados como astenopia
ocupacional que se caracterizam por distúrbios osculaores, irritativos ou funcionais,
apresentados quando o aparelho visual tenta se superar através de mecanismos estressantes,
excedendo sua própria capacidade fisiológica, e caracterizada por sintomas multiformes
(superfície ocular, refração, motilidade ocular). Entre os sintomas oculares encontram-se
ardência, lacrimejamento, algia periorbital, hiperemia conjuntival. Já os visuais incluem visão
ofuscada, diplopia e cansaço visual durante a leitura. As condições de iluminação de
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interiores, natural ou artificial, desenvolvem uma relação essencial no desenvolvimento da
astenopia ocupacional.
2.6. Iluminação eficiente
Um projeto de iluminação deve prover uma distribuição da luminosidade razoavelmente
uniforme nos planos iluminados, deve também evitar o deslumbramento das pessoas que
utilizam o local, pois o deslumbramento é uma impressão de mal-estar que o ambiente gera
nos olhos. Vale também lembrar que a iluminação não é um complemento, mas sim, parte de
um projeto global, e que se deve criar uma iluminação que responda a todos os requisitos que
o usuário exige do espaço que está utilizando (RODRIGUES, 2002).
Um projeto luminotécnico eficiente deve sempre buscar os seguintes pontos:
Boas condições de visibilidade;
Boa reprodução de cores;
Economia de energia elétrica;
Facilidade e menores custos de manutenção;
Preço inicial compatível;
Utilizar iluminação local de reforço;
Combinar iluminação natural com artificial.
É necessário uma iluminação especial além da iluminação geral em trabalhos delicados e
trabalhos com objetos extremamente pequenos, nestes, muitas vezes é necessário também o
uso de lupas, lentes de aumento ou aparelhos semelhantes.
2.7. Normas Técnicas
A iluminação dos ambientes deve atender a padrões de Iluminância, que no Brasil é
determinado pela NBR ISO/IEC 8995-1 de 03/2013 - Iluminação de ambientes de trabalho -
Parte 1 desenvolvida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), substituindo e
cancelando a ABNT NBR 5413 (Iluminância de interiores).
A NBR 8995-1 especifica os requisitos de iluminação para locais de trabalho internos e os
requisitos para que as pessoas desempenhem tarefas visuais de maneira eficiente, com
conforto e segurança durante todo o período de trabalho. Adicionalmente a norma apresenta
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quatro anexos informativos, elaborados com o intuito informar detalhes referentes aos
requisitos desta Norma elaborados com o intuito de informar detalhes referentes aos requisitos
desta Norma.
3. Metodologia
Para verificar a eficiência no sistema de iluminação do empreendimento a pesquisa foi divida
em duas partes. A primeira parte trás a fundamentação teórica do estudo por meio da qual foi
feito um levantamento de bibliografias sobre o tema, a partir de monografias, teses, manuais e
livros. A qual pode ser encontrada no capítulo dois.
A segunda parte se refere ao diagnóstico do sistema atual de iluminação e medições “in loco”.
As metodologias utilizadas para as subdivisões da seção do sistema de iluminação podem ser
observadas a seguir:
3.1. Descrição do local
A empresa escolhida para o desenvolvimento do projeto foi a central de aulas 1 da
Universidade Federal de Campina Grande (Figura 1), UFCG destinada a aulas de graduação
durante todo o dia.
A central universitária está localizada na cidade de Sumé. Esta, por sua vez, se encontra
situada no cariri paraibano, tendo como clima predominante o semiárido caracteriza-se pela
baixa umidade e pouco volume pluviométrico, dessa forma, apresenta precipitações médias
anuais iguais ou inferiores a 800 mm, uma insolação considerável alta, com média de 2.800
h/ano, e temperaturas médias anuais que variam entre 23º a 27 °C.
Figura 1 – Localização da área selecionada
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Fonte: Google maps (Adaptada 2016)
3.2. Descrição da área piloto
Devido à questão de análise e limitação de tempo, o local de estudo definido para a avaliação
do sistema de iluminação foi uma parcela da área da central universitária (Figura 2), destacada
em azul na figura 1, a mesma possui 71,62 m², paredes de cor branca, em bom estado de
conservação, 5 portas de madeira, 3 que dão acesso às salas de aula (sala 5 6 e 7) e 2 que dão
acesso aos banheiros, e piso feito de granilite, um cimentado de granos de pedriscos de alta
resistência. Já o teto, é estruturalmente feito de laje e tem como acabamento placas de gesso.
No espaço analisado há uma mesa, uma cadeira e um bebedouro.
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Figura 2 – Área selecionada
3.3. Diagnóstico do sistema de iluminação atual
Levantamento da quantidade e tipos de luminárias e lâmpadas.
Para registrar o grau de iluminância na área, recorreu-se a um Luxímetro Digital marca
Victor, Modelo SKLD 50 com precisão de ± 5 % e display de 32
1 dígitos, sonda fotosensora
separada do aparelho construída em Fotodiodo de Silício com filtro de correção de cor que
torna a sensibilidade mais próxima de curva do CIE. A célula foi exposta a uma iluminância
mais ou menos igual a da instalação por um período próximo de 1 minuto a fim de garantir a
estabilização do aparelho, para em seguida efetuar a coleta de dados.
3.4. Normas Técnicas
Para verificar se o nível de iluminância existente está de acordo com as normas brasileiras
estabelecidas, adotou-se então, a ISO 8995-1:2013, a qual especifica os requisitos de
iluminação para locais de trabalho internos e condições para que os profissionais
desempenhem tarefas visuais de maneira eficiente, com conforto e segurança durante todo o
período de atividades. Tal norma determina a quantidade limite de lux dependendo do
ambiente, para os ambientes selecionados adotou-se as quantidades expostas na Tabela 1 a
seguir.
Tabela 1 – Quantidade de lux
Tipo de ambiente Lux
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Área de circulação e corredores 100
Escadas 150
Saguão de entrada 100
Recepção 300
Fonte: ABNT adaptada (2016)
Como a norma não específica a quantidade de lux para o local de trabalho do funcionário da
central, tomou-se como referência a quantidade de lux para o tipo de ambiente recepção.
3.5. Procedimento de medição
Foram selecionados cinco pontos, mostrados na Figura 3, onde há maior circulação de
pessoas, no local descrito acima, onde as medições foram efetuadas. Cada ponto apresenta
níveis de iluminação diferentes.
Ponto 1: corredor;
Ponto 2: local de trabalho do funcionário responsável pela central;
Ponto 3: entrada principal;
Ponto 4: escada;
Ponto 5: centro da área comum.
O processo de medição se deu no horário matutino, iniciado às 08:00 horas e finalizado às
11:30 horas. A cada 10 minutos o processo era repetido e as medições anotadas (Apêndice)
totalizando assim, vinte e uma, ao longo das três horas e meia de duração. Nesse intervalo de
tempo, circularam em média, 300 (trezentas) pessoas, pelo ambiente.
Os dados foram tabelados na ferramenta Excel, ano 2007, no qual também foram gerados
gráficos.
Figura 3 – Pontos selecionados para medições
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4. Resultados e discussões
A partir da observação do ambiente de trabalho de um funcionário da área elegida e a
quantidade de pessoas que circulam nesta durante o horário matutino, avaliou-se os índices de
iluminação e verificou-se se estes condizem com o que a ISO 8995-1:2013 específica.
A extensão escolhida conta com a combinação de iluminação artificial e natural, a artificial
advém de 7 luminárias com uma luz tubular e fluorescente presente em cada uma que só são
acessas durante o período noturno, já a natural, decorre de duas entradas com portas de vidro
fumê. A partir dos 5 pontos selecionados, as medições foram realizadas e originaram os dados
exposto na Tabela 2 abaixo.
Tabela 2 – Valores medidos e seus respectivos valores-limite
A tabela 1 expõe todos os valores medidos pelo luxímetro e os valores-limite de lux
apropriado para cada ponto adotado em todos os horários. Os valores limites estabelecidos
pela norma para os pontos varia de 100 lux a 300 lux, onde o menor valor medido foi 90,4 lux
e o maior valor chega a 1890. Cada ponto e seu valor-limite originou um gráfico
correspondente decorrentes dos valores mostrados acima. O gráfico 1 abaixo aborda os
valores referentes ao ponto 1.
Gráfico 1 – Avaliação comparativa no ponto 1
O gráfico acima expõe uma notável oscilação de valores, em sua maioria, acima do limite
permitido pela norma, onde os picos de maior iluminação no ponto 1 aconteceram durante às
09:00, às 09:20, às 10:00 e às 10:30, os menores ocorreram às 08:20 e às 11:10, e os mais
próximos às 08:10, às 08:30, às 09:10, às 09:50 e às 10:50. É evidente que a iluminação neste
local é predominante, sem a necessidade do uso de luz artificial, pois a luz natural faz com
que o nível de lux exceda o limite permitido para o ambiente em questão. O gráfico 2 exibe os
resultados referentes ao ponto 2.
Gráfico 2 - Avaliação comparativa no ponto 2
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Como este gráfico representa os valores registrados no ponto 2 e este se trata de um posto de
trabalho, é notável que este posto não obedece ao valor condizente a norma, atingindo assim,
diretamente o funcionário, podendo provocar-lhe desconforto visual, que se traduz através de
sinais e sintomas como fadiga visual, visão turva, irritabilidade visual, dores de cabeça, dores
musculares, stress e dificuldade de concentração, afetando diretamente a forma de o
funcionário desempenhar seu trabalho. Um posto de trabalho bem iluminado faz com que o
colaborador desenvolva suas tarefas visuais com o máximo de acuidade e precisão visual,
com o menor esforço, menor risco de prejuízos à vista e reduzidos riscos de acidentes durante
a jornada de trabalho, produzindo melhores resultados.
A partir das 10:00 horas houve um aumento considerável dos valores de luminosidade devido
ao aumento da incidência solar, ficando assim mais próximo do valor limite, garantindo ao
funcionário um maior estímulo, deixando-o mais desperto e assim consigindo cumprir com
conforto visual suas horas de trabalho. O gráfico 3 abordado em seguida apresenta os
resultados referente ao ponto 3.
Gráfico 3 - Avaliação comparativa no ponto 3
No hemisfério Sul, devido ao movimento de translação da Terra, de 20 de Março (Equinócio
de Outono), até ao Solstício de Inverno (21 de Junho), verifica-se um afastamento gradual do
sol para Norte dos pontos de nascimento e de ocaso (pôr do sol), por isso que, levando em
consideração esse afastamento, o ponto 3 (que se localiza frontalmente ao norte) se inicia
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apresentando elevados níveis de lux em detrimento ao ser valor limite estabelecido e, a
medida que o meio dia se aproxima, os valores aumentam bruscamente.
O gráfico 4 apresenta os valores referentes as medições executadas no ponto 4.
Gráfico 4 - Avaliação comparativa no ponto 4
Este gráfico deixa nítido o observação quanto a grande oscilação dos valores encontrados no
horário avaliado, porém, não há motivo aparente para estas oscilações. Observou-se que
horários que apresentam os maiores valores de luminosidade são às 10:20, às 11:00 e às 11:30
e o que os menores valores apresentaram-se nos horários inferiores às 08:30. O gráfico 5
expõe os dados obtidos a partir das mensurações feitas no ponto 5.
Gráfico 5 - Avaliação comparativa no ponto 5
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O gráfico apresentado acima exibe um excesso de lux em relação ao limite que o ponto 5 deve
expor. Já de início, observa-se que o os valores obtidos neste ponto começa com um excesso
de 200 lux e finaliza com mais de 700 lux acima do permitido.
Em geral, notou-se que de todas as análises dos pontos, os que mais se aproximaram dos
valores estabelecidos pela ISO foram os pontos 1 e 4, já os que mais se distanciaram foram 3
e 5.
5. Considerações finais
A partir da análise realizada na central universitária, verificou-se que a situação atual não se
encontra adequada às necessidades mínimas exigidas de acordo norma ISO 8995-1.
Tornou-se notável a grande incidência de luz natural presente na cidade na qual a central
universitária está incluída, mas o projeto arquitetônico não favoreceu de forma eficiente o uso
dessa incidência no que diz respeito ao seu aproveitamento diante o posto de trabalho do
funcionário, o mesmo deveria ter sido focado na melhor utilização de luz com objetivo de
diminuir o uso de energia elétrica e beneficiar o trabalho que o funcionário executa.
Analisando as luminárias e tipos de lâmpadas utilizadas, pode-se afirmar no que diz respeito
às lâmpadas existentes, as atuais são fluorescentes, que possuem uma vida útil de até 10 000 e
geram baixo consumo, mas poderiam ser substituídas pela de led que possuem vida útil
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extremamente longa e estão cada vez mais eficientes superando a eficiência de outras
lâmpadas.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 8995-1: Iluminação de ambientes de
trabalho. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.
ALVAREZ, B.R. Qualidade de vida relacionada à saúde de trabalhadores. Dissertação. Florianópolis:
Universidade Federal de Santa Catarina; 1996.
BOMMEL , W.J.M (2006). Non-visual biological effect of lighting and the practical meaning for lighting
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BRONDANI, Sergio Antonio. A percepção da luz artificial no interior de ambientes edificados. Tese de
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XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
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Apêndice
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João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .
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