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1 Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13th Women’s Worlds Congress (Anais Eletrônicos),
Florianópolis, 2017, ISSN 2179-510X
ANÁLISE DO GRAU DE ESCOLARIDADE DAS MULHERES NO BRASIL1
Jamerson Viegas Queiroz2
Leandro de Almeida Gonçalves3
Gabriel Nogueira Krüger4
Resumo: Nos últimos anos, a presença de mulheres em universidades tem crescido fortemente. Todavia, em áreas
tecnológicas, esse número ainda é pequeno. Assim, o presente artigo tem como principal objetivo avaliar as diferenças
entre os níveis de escolaridade atingidos pelas mulheres e pelos homens no Brasil e nos Estados Unidos, através da
aplicação de um estudo comparativo entre as nações. Para tanto, a metodologia de pesquisa será estruturada em três
etapas: I) Revisão da literatura; II) Coleta de dados; e III) Análise comparativa. Os resultados evidenciam que, na pós-
graduação, há mais mulheres mestres (53,2% do total) que homens com mestrado. Contudo, no quesito doutorado, o
sexo masculino ainda está um pouco acima (52,5%). As mestras na área de engenharia são apenas 3,3% e as doutoras
também seguem essa baixa participação das mulheres na engenharia (4,8%). Para efeito de comparação, nos Estados
Unidos, as doutoras também são minoria. Sua maior participação (até o ano de 2006) é na área de Ciências Biológicas e
da Agricultura, representando, 47,9% do total. Nesse mesmo período, as doutoras correspondiam apenas a 20,2% e
16,6% nas áreas de engenharia e física, respectivamente. Apesar do baixo número de mulheres nestas duas áreas
citadas, verificou-se um grande avanço na participação feminina com diploma de doutorado, visto que no ano de 1966
as mulheres representavam somente 0,3% na área de engenharia e 1,9% em física.
Palavras-chave: Mulheres", "Gênero", "Pós-Graduação", "Ciência e Tecnologia"
Introdução
Cada vez mais a mulher assume um papel de protagonista no mercado formal de trabalho,
tornando-se uma importante engrenagem no funcionamento da economia local. Diante disso, o
aperfeiçoamento educacional, assim como para qualquer profissional, assume um papel de
protagonista no seu desenvolvimento. Neste contexto, a luta pelo acesso aos mais diversos âmbitos
educacionais é uma das principais vertentes defendida pelo movimento feminista não só no Brasil,
como também no mundo. Ao longo da história muito precisou ser feito para que saíssemos de uma
sociedade inteiramente patriarcal, na qual reservavam às mulheres apenas o direito de ser boa filha,
esposa e mãe, calando-se diante dos homens.
Aos olhos dessa sociedade, a educação que cabia às mulheres não abrangia sequer aspectos
básicos como, por exemplo, a alfabetização, limitando-se, apenas, aos bons costumes domésticos.
1
¹Esta pesquisa foi financiada pelo projeto “Mulheres Conquistando Autonomia Econômica: ações para inserção e
permanência das mulheres do Rio Grande do Norte no mundo do trabalho” – 692015 – SPM/FUNPEC/UFRN.
2 Doutor em Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis, Brasil. 3 Mestrando em Engenharia de Produção, UFRN, Natal, Brasil. 4 Mestrando em Engenharia de Produção, UFRN, Natal, Brasil.
2 Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13th Women’s Worlds Congress (Anais Eletrônicos),
Florianópolis, 2017, ISSN 2179-510X
Contudo, em 1827, surge no Brasil a primeira lei com o intuito de beneficiar a educação da parcela
feminina da sociedade, concedendo às mulheres o direito de frequentar escolas elementares, nas
quais poderiam aprender a ler e a escrever. No entanto, “até então as opções eram uns poucos
conventos, que guardavam as meninas para o casamento, raras escolas particulares nas casas das
professoras, ou o ensino individualizado” (DUARTE, 2003) e o currículo altamente limitado
abrangia apenas “leitura, escrita, quatro operações, gramática, moral cristã, doutrina católica e
prendas domésticas” (MANOEL, 2008, p.25).
Após esta conquista, gradativamente as mulheres foram suplantando muitas outras barreiras
sociais e até mesmo governamentais que lhes foram impostas, até que em 1879 a parcela feminina
da sociedade alcançou a autorização do governo brasileiro para frequentar as Instituições de Ensino
Superior e, assim, a educação passou, de fato, a ser direito de todos os cidadãos brasileiro. Todavia,
estar presente nos mais diversos níveis da educação formal ainda não significa que houve uma
convergência no que se refere à igualdade de gênero.
Assim, o presente artigo tem como principal objetivo avaliar as diferenças entre os níveis de
escolaridade atingidos pelas mulheres e pelos homens, no Brasil e nos Estados Unidos, através da
aplicação de um estudo comparativo entre as nações. Esta temática mostra-se relevante por permitir,
primeiramente, entender o contexto ao qual a sociedade brasileira está inserida em questões
relativas a igualdade de gênero, estudos e oportunidades profissionais, além de possibilitar
diagnosticar o grau de inclusão acadêmica das mulheres em relação aos homens e, através da
comparação com os EUA, entender o posicionamento relativo do Brasil, inferindo-se o quão
próximo ou defasado encontra-se o povo brasileiro e possíveis perspectivas no intuito de mitigar ou
perpetuar o quadro evidenciado.
2 Fundamentação teórica
Em determinados contextos é evidente a existência de uma defasagem educacional entre
gêneros a partir dos 14 anos e observa-se, também, o aumento gradual com o passar dos anos. É
importante destacar, que este comportamento é indiferente a regiões, poder aquisitivo, estrutura
familiar ou ascendência (CID; BERNATZKY, 2015). Neste contexto, para compreender o
comportamento educacional das mulheres brasileiras, subdividiu a fundamentação em duas linhas:
I) Fatores que levam à evasão escolar das Mulheres; e II) Fatores que afetam na escolha profissional
das mulheres.
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Florianópolis, 2017, ISSN 2179-510X
2.1 Fatores que levam à evasão escolar das Mulheres
A evasão escolar pode ser definida como o abandono dos estudos sem que este seja
concluído ou ocorra a morte do indivíduo (MUTIA, 2013). Nesta perspectiva um entendimento dos
fatores que levam à ocorrência deste fenômeno mostra-se relevante para este estudo.
Percebe-se que quanto maior é o envolvimento das mulheres com a educação, menor é a
probabilidade que estas engravidem. Todavia, caso ocorra a gravidez, nota-se que caso a maioria
delas tende a imediatamente abandonar os estudos sem, ao menos, tentar conciliar ambos. As
poucas mulheres que persistem nos estudos após a gravidez, dependem consideravelmente do apoio
familiar para lograrem êxito nesta empreitada (BINSTOCK; NASLUND-HADLEY, 2013;
ROSENBERG et al., 2015).
Deve-se destacar que uma série de eventos em cascata, muitas vezes iniciados pela pobreza,
resultando em uma incapacidade de satisfazer as necessidades pessoais ou acadêmicas, causando-
lhes humilhação e vergonha. Assim, no intuito de aliviar suas frustrações procuram a ajuda de
namorados, degringolando ao sexo e aumentando o risco de gravidez ou perda de interesse na
escola (ORUKO et al., 2015).
Entretanto, além do aspecto maternal, pode-se incluir, também, uma manifestação de sua
baixa valorização e falta de interesse no estudo e aspirações de carreira, muito reflexo do contexto
social o qual estão inseridas. Pois, ao avaliar a história individual, destaca-se a existência de um
contexto familiar tradicional e patriarcal (BINSTOCK; NASLUND-HADLEY, 2013).
Outro ponto interessante e atuante no abandono escolar é o aspecto econômico. Pois a falta
de uma estrutura financeira capaz de fornecer a base necessária para sustentar o longo processo
educacional culmina na necessidade da busca por uma atividade laboral e, por consequência, o
abandono escolar. Ademais, a pobreza mostra-se como fator inerente a outras problematizações que
afetam na evasão acadêmica como, por exemplo, a maternidade (MUTIA, 2013; ORUKO et al.,
2015).
2.2 Fatores que afetam na escolha profissional das mulheres
Percebe-se uma diferença entre os aspectos vocacionais das mulheres e dos homens. A
profissional do sexo feminino tende a preferir trabalhar com pessoas enquanto o masculino prefere
atuar com objetos. Neste senário, as atividades com cunho mais cientifico, tecnológico, de
engenharia e matemática tendem a não ser atrativos para elas (SU; ROUNDS; ARMSTRONG,
2009).
4 Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13th Women’s Worlds Congress (Anais Eletrônicos),
Florianópolis, 2017, ISSN 2179-510X
Tangenciando a área da saúde, em área como a enfermagem, percebe-se uma forte interação
social entre o profissional e o objeto de trabalho (PRICE, 2008). Partindo disto, percebe-se que o
público feminino tem uma tendência natural em optar por cursos voltados à saúde. Esta nuance é
mais evidente caso a mulher já se encontre casada e possua filhos (HAUER et al., 2008).
3 Metodologia
Para tanto, a metodologia de pesquisa será estruturada em três etapas: I) Revisão da
literatura; II) Coleta de dados; e III) Análise comparativa.
Na primeira etapa, realizou-se um levantamento dos temas pertinentes à pesquisa, para tanto,
primeiramente, coletou-se artigos sobre a temática em três bases de dados (Scopus, Science Direct e
o Google Scholar), através da aplicação combinada das palavras chaves de pesquisa (Mulheres +
Ensino Superior; Mulheres + Graduação; Gênero + Ensino Superior; e Mulheres + Ciência e
Tecnologia), em seguida, filtrou-se o acervo colhido respeitando-se diversos critérios de
aceitabilidade definidos previamente, tais como: conteúdo da publicação, número de citações da
pesquisa e autores de destaque, por fim, efetuou-se uma leitura detalhada de todo o material
angariado destacando-se os aspectos mais relevantes.
Em um segundo momento, para a coleta de dados, catalogou-se na Plataforma Lattes a
escolaridade e a área de formação dos profissionais lá registrados (mais de 3,4 milhões de
currículos) diferenciando-se os dados de acordo com o gênero informado. Para a análise
comparativa, traçou-se um paralelo entre os dados identificados no Brasil com os destacados por
outras pesquisas semelhantes realizadas nos Estados Unidos, as quais foram coletados através da
primeira etapa da metodologia de pesquisa. Em seguida, avaliou-se criticamente e buscou-se
entender o motivo da disparidade evidenciada. Em um contexto histórico, a inserção das mulheres
no ensino superior é menos valorizada em relação aos homens.
4 Resultados
Nos últimos anos, a presença de estudantes do sexo feminino em universidades tem crescido
fortemente, ao passo de suplantar os do gênero masculino. Quando se observa sob à luz da pós-
graduação (Figura 1), há mais mulheres mestres (44.337 pessoas, representando 53,2% do total) que
homens com mestrado (38.984 pessoas, representando 46,8% do total).
Figura 1 - Quantidade de mestres e mestras no Brasil
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Florianópolis, 2017, ISSN 2179-510X
Fonte: Lattes (2016)
Entretanto, caso tangencie-se aspectos como o segmento de atuação, a defasagem é maior
nas linhas mais voltadas à parte tecnológica (Engenharias e Ciências Exatas e da Terra), na qual
possui 28,6% de mestres homens contra 10,9% mulheres (Figura 1). As mestras na área de
engenharia são apenas 3,3% do total, e 7,6% na área de ciências exatas e da terra.
Todavia, no quesito doutorado, este quadro se inverte, no qual o sexo masculino ainda está
um pouco acima (70.567 homens contra 63.853 mulheres, ou, em porcentagem, 52,5% no gênero
masculino contra 47,5% no gênero feminino) (Figura 2).
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000
Ciências Agrárias
Ciências Biológicas
Ciências da Saúde
Ciências Exatas e da Terra
Ciências Humanas
Ciências Sociais Aplicadas
Engenharias
Liguísticas, Letras e Artes
Não informado
Outra
Mestres(as) - Brasil
Homens Mulheres
Total = 83.321
Homens = 46,8%
Mulheres = 53,2%
51,1%
48,9%
37,1%
62,9%
32,5%
67,5%
65,7%
34,3%
51,9%
48,1%
38,3%
61,7%
76,0%
24,0%
34,4%
65,6%
43,5%
56,5%
40,7
59,3%
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Florianópolis, 2017, ISSN 2179-510X
Figura 2 – Números de doutores e doutoras no Brasil
Fonte: Lattes (2016)
Assim como o mestrado, as doutoras representam um número inferior na área tecnológica
comparado com o sexo oposto. A Figura 2 evidencia que os doutores são 31,9% nas áreas de
engenharia e ciências exatas e da terra, contra 14,7% doutoras. Na engenharia são apenas 4,8% e na
área de ciências exatas e da terra são 9,9%. Este cenário revela que nas áreas tecnológicas da pós-
graduação as mulheres ainda são minoria.
O número de pesquisadores, mestres e doutores no Brasil tem um bom desempenho no que
diz respeito a diplomação de pesquisadores. Em 2004, foram formados(as) 8.917 mestres(as) (4.293
homens e 4.624 mulheres) e em 2015, 43.739 obtiveram o título de mestre(a) (19.159 homens e
24.580 mulheres), um aumento de 390% nos últimos 11 anos (Figura 3).
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
Ciências Agrárias
Ciências Biológicas
Ciências da Saúde
Ciências Exatas e da Terra
Ciências Humanas
Ciências Sociais Aplicadas
Engenharias
Liguísticas, Letras e Artes
Não informado
Outra
Doutores(as) - Brasil
Homens Mulheres
Total = 134.420
Homens = 52,5%
Mulheres = 47,5%
59,2%
40,8%
42,6%
57,4%
41,3%
58,7%
67,8%
32,2%
44,1%
55,9%
55,7%
44,3%
75,1%
24,9%
36,6%
63,4%
51,4%
48,6%
53,2%
46,8%
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Florianópolis, 2017, ISSN 2179-510X
Figura 3 – Quantidade de mestres(as) formados(as) por ano
Fonte: Lattes (2016)
A Figura 3 retrata que nos últimos anos as mulheres formadas no mestrado são maioria
comparado com os homens. Em 2004, o número de mulheres formada foi 7,1% maior que o sexo
oposto. Já em 2015, a quantidade de mulheres foi ainda maior, 22% a mais que os homens. Este fato
indica o crescimento significativo do sexo feminino na pós-graduação brasileira (mestrado).
Da mesma maneira que obteve-se uma melhoria na formação de mestres (as) no Brasil, os
(as) doutores (as) também tiveram uma expansão satisfatória. Percebe-se na Figura 4 uma
ampliação na formação na pós-graduação (doutorado). Em 2004, 2.550 mulheres e 2.674 homens se
formaram (total de 5.224 pessoas). No ano de 2015, o número de concluintes foi de 18.466 pessoas
(9.847 mulheres e 8.619 homens).
Figura 4 - Quantidade de doutores(as) formados(as) por ano
2000
6000
10000
14000
18000
22000
26000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Mestres(as) Formados(as) por ano
Homens Mulheres
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Doutores(as) formados(as) por ano
Homens Mulheres
8 Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13th Women’s Worlds Congress (Anais Eletrônicos),
Florianópolis, 2017, ISSN 2179-510X
Fonte: Lattes (2016)
Entre 2004 e 2006, a quantidade de mulheres formadas foi inferior comparando-se com os
homens. No ano de 2007, o número de formadas foi igual ao número de formados (3425 pessoas).
A partir de 2008 a quantidade de doutoras superou o número de doutores, indicando um
crescimento de escolaridade das brasileiras (Figura 4).
A distribuição de mestres(as) e doutores(as) no país reflete as diferentes posições que cada
um dos estados brasileiros apresenta em termos de desenvolvimento científico e tecnológico. Do
total de mestres e doutores, 39,5% e 47,5%, respectivamente, estão concentrados na região sudeste.
Já a região Norte é a aquela na qual se concentra a menor quantidade de pós-graduados. A (Figura
5) demonstra a divisão de mestres e doutores nas cinco regiões brasileiras.
Figura 5 - Distribuição de mestres(as) e doutores(as) no país
Fonte: Lattes (2016)
Para efeito de comparação, nos Estados Unidos, as doutoras também são minoria. Sua maior
participação (até o ano de 2006) é na área de Ciências Biológicas e da Agricultura, representando
9 Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13th Women’s Worlds Congress (Anais Eletrônicos),
Florianópolis, 2017, ISSN 2179-510X
47,9% do total. Nesse mesmo período, as doutoras correspondiam apenas a 20,2% e 16,6% nas
áreas de engenharia e física, respectivamente (HILL; CORBETT; ROSE, 2010).
O cenário americano não difere do Brasil quando se fala da formação de mulheres nas áreas
tecnológicas. Há mais homens com o título de mestre nas áreas tecnológicas: Engenharia: 31.893
(74,5%) homens e 10.929 (25,5%) mulheres; Ciências da Computação e Matemática: 19.526
(67,6%) homens e 9.341 (32,4%); Ciências da Terra e Física: 4.335(58,4%) homens e 3.083
(41,6%) mulheres (Figura 6).
Figura 6 - - Quantidade de mestres e mestras nos Estados Unidos
Fonte: Okahana, Feaster, & Allum (2016)
O número de doutores americanos titulados também é maior que as doutoras nas áreas
tecnológicas: Engenharia: 7.330 (76,2%) homens e 2.292 (23,8%) mulheres; Ciências da
Computação e Matemática: 2.544 (70,6%) homens e 1.061 (29,4%); Ciências da Terra e Física:
3.576 (64,8%) homens e 1.943 (35,2%) mulheres (Figura 7).
0 15000 30000 45000 60000 75000
Artes e Humanidade
Ciências agricolas e Biologicas
Negócios
Educação
Engenharia
Ciências da Saúde
Ciências da computação e matemática
Ciências da terra e Física
Administração pública e serviços
Ciências comportamentais e sociais
Outros
Mestres(as) - EUA
Homens Mulheres
Total = 462.360
Homens = 41,6%
Mulheres = 58,4%
41,1%
58,9%
43,7%
56,3%
56,1%
43,9%
23,8%
76,2%
74,5%
25,5%
19,9%80,1%
67,6%
32,4%
58,4%
41,6%22,3%
77,7%
37,6%
62,4%
38,4%
61,6%
10 Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13th Women’s Worlds Congress (Anais Eletrônicos),
Florianópolis, 2017, ISSN 2179-510X
Figura 7 - Números de doutores e doutoras nos Estados Unidos
Fonte: Okahana, Feaster, & Allum (2016)
Assim como no Brasil, nos Estados Unidos há uma predominância de estudantes do sexo
masculino nas áreas tecnológicas. Tanto no mestrado como no doutorado a presença feminina ainda
é menor em relação aos homens. Principalmente nos cursos de engenharia, no qual a predominância
é do sexo masculino (Figura 1, Figura 2, Figura 6 e Figura 7).
Apesar do baixo número de mulheres nas áreas tecnológicas, verificou-se um grande avanço
na participação feminina com diploma de doutora, visto que no ano de 1966 as mulheres
representavam somente 0,3% na área de engenharia e 1,9% em física (HILL; CORBETT; ROSE,
2010). Percebe-se, portanto, uma enorme melhora na participação feminina nos últimos 40 anos,
uma vez que a presença de mulheres no ensino superior era muito inferior aos homens e
praticamente nula no que se diz respeito às áreas de Engenharia e Ciências Exatas e da Terra.
Destarte, verifica-se a importância do incentivo a atuação das mulheres nos campos em que
tradicionalmente sua participação é menos efetiva. Também é interessante a expansão deste estudo
com a comparação do objeto com outros país, além do Brasil e Estados Unidos, para um
enriquecimento da pesquisa.
0 2000 4000 6000 8000 10000
Artes e Humanidade
Ciências agricolas e Biologicas
Negócios
Educação
Engenharia
Ciências da Saúde
Ciências da computação e matemática
Ciências da terra e Física
Administração pública e serviços
Ciências comportamentais e sociais
Outros
Doutores(as) - EUA
Homens Mulheres
Total = 68.231
Homens = 48,2%
Mulheres = 51,8%
47,6%
52,4%
47,3%
52,7%
54,8%
45,2%
32,1%
67,9%
76,2%
23,8%
30,3%
69,7%
70,6%
29,4%
64,8%
35,2%
34,5%
65,5%
38,2%
61,8%
49,4%
50,6%
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5 Conclusão
A quantidade de mulheres, no Brasil, com diploma de mestrado supera à dos homens, com
53,20% e 46,80% respectivamente. No quesito doutorado, o sexo masculino passa a ser maioria
com 52,50%. Porém, é notório que, a partir de 2007, as mulheres estão se formando mais que os
homens, demonstrando que, em alguns anos, este cenário pode se inverter, caso esta tendência seja
mantida.
Nos Estados Unidos da América, a circunstância é bastante semelhante com o Brasil,
quando comparado com o mestrado. As mulheres mestras são maioria, 58,40% e 41,60% de modo
respectivo. No nível doutorado, o púbico feminino também é maioria, 51,8% contra 48,2% de
homens.
Percebemos, portanto, o avanço do gênero feminino no mundo acadêmico com uma maior
representação que o sexo oposto no nível de mestrado no Brasil e Estados Unidos e doutorado nos
Estados Unidos. Tal realização é consequência das transformações ocorridas nos últimos anos com
a valorização das mulheres.
Referências
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Analysis of the level of brazilian women scholarship
Abstract: In recent years, the presence of women in universities has grown strongly. However, in
technological areas, this number is still small. Thus, the main objective of this article is to evaluate
the differences between levels of schooling reached by women and men, in Brazil and the United
States, through the application of a comparative study among nations. Therefore, the research
methodology will be structured in three stages: I) Review of the literature; II) Data collection; And
III) Comparative analysis. The results show that in post-graduate studies there are more female
masters (53.41% of the total) than men with master’s degree. However, in the doctoral category, the
male sex is still slightly higher (52.52%). The female masters in the engineering area are only
3.23% and the doctors follow this low participation of women in engineering (4.79%). For
comparison, in the United States, doctors are also a minority. Its main participation (up to the year
2006) is in the area of biological sciences and agriculture, representing 47.9% of the total. In the
same period, the doctorates accounted for only 20.2% and 16.6% in the engineering and physics
areas, respectively. Despite the low number of women in these two areas, there was a great advance
in female participation with a doctoral degree, since in 1966 women represented only 0.3% in
engineering and 1.9% in physics.
Keywords: Women. Gender. Higher Education. Undergraduate. Science and Technology.
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