APRESENTAÇÃO DO AUTOR

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  • 8/14/2019 APRESENTAO DO AUTOR

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    APRESENTAO DO AUTOR

    LUS VAZ DE CAMES

    Aps a audio do texto, preenche os espaos em branco com ainformao correcta:

    O meu nome Lus Vaz de Cames e vivi em Portugal no sculo

    __________. Aqueles que mais tarde viriam a ocupar-se da minha vida(os meus bigrafos) viram-se em srios embaraos para sab-lo, vistoque no conseguiram obter documentos seguros a meu respeito.

    De qualquer modo, vou, para que a minha apresentao seja maiscompleta, dizer-vos que nasci em Portugal, em Lisboa, por volta de

    _______________.

    A minha famlia era pobre e pobre vivi sempre. No entanto, eporque, mesmo pobre, a minha famlia pertencia _________________,

    pude ser educado no contacto com os clssicos gregos e latinos econhecer toda a literatura e civilizao desses dois povos. Li,nomeadamente, os livros que considero os mais importantes domundo: os poemas de Homero sobre a guerra de Tria A Ilada esobre as aventuras do sbio Ulisses A Odisseia e o poema deVirglio, narrando as navegaes de Eneias A Eneida. Aprenditambm muitas lendas ligadas aos Gregos e aos

    _______________________, como a Lenda dos Argonautas, navegadoresque procuravam encontrar o velo de ouro. E fiquei a saber a mitologia

    dos Gregos e Romanos e, portanto, as histrias dos seus deuses edeusas. Gostei tambm de ler coisas relacionadas com o Rei Artur eos Cavaleiros da Tvola Redonda, bem como sobre Carlos Magno e osDoze Pares de Frana. Pude conhecer igualmente outros livros eautores estrangeiros muito admirados e lidos no meu tempo, comoAriosto e Petrarca e gostei particularmente dos sonetos deste ltimo.

    Para alm da leitura, ocupava o meu tempo em distracesprprias de jovens, como namorar as cachopas bem lindas do meutempo, em Coimbra, segundo dizem, e, mais tarde, em Lisboa. Os

    meus bigrafos haveriam de inventar-me muitas namoradas,nomeadamente entre as donzelas e damas da Corte e mesmo amorespor princesas. No sou eu quem vos dir se verdade ou mentiratudo quanto pensaram descobrir, porque, aqui para ns, at ficovaidoso de saber tantos namoros... A verdade que nem sempre fuimuito bem comportado e vi-me envolvido em brigas. que eu erabom espadachim e ai de quem se metesse comigo!... Estive preso pordiversas ocasies, nomeadamente em Constncia dizem oshabitantes dessa linda terra junto ao Tejo. Mas tambm sobre isso

    no h certezas e eu, mesmo que me lembrasse, no iria desapont-los.

    Frequentei tambm os _________________________ e fiz muitosversos s damas; mais tarde seriam publicados com o ttulo de

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    ___________________. Ganhei fama, adeptos (sobretudo entre asdamas) e inimigos, gente invejosa do meu xito e do meu talento depoeta lrico.

    A determinada altura fui para soldado, profisso prpria de nobres,e fui combater os Mouros para o _____________________, zona em que omeu Rei queria obter territrios. A vida na tropa no foi nada boa,

    porque mesmo quando a guerra justa

    e eu at achava as guerras contra os Mouros justas e santas, poisacreditava serem boas para o meu Rei e para poder levar-se averdadeira religio a frica e ao Oriente, - o perigo grande demorrer jovem ou de ser ferido. E foi isso mesmo que sucedeu: fuiferido em combate e perdi para sempre um dos meus olhos. (...)

    Tempos depois, fui enviado para a _______________________, dizemalguns que como castigo por mau comportamento, outros que por

    vingana de algum rival por mim vencido nos amores ou nas brigas. Averdade que senti um enorme prazer em poder repetir a viagemque tantos portugueses j tinham feito antes e que

    ____________________________ , para mim o mais importante heri dePortugal, fizera pela primeira vez em ____________________.

    Gostei de conhecer a costa africana, o Oceano Atlntico e tambmo ndico e de ir prestar servio para Goa, capital do Imprio Portugusdo Oriente. (...)

    Tal como tinha acontecido em Lisboa, tambm por estas bandasme no faltaram inimigos... e, a certa altura, fui enviado para Macau,com um cargo oficial. Gostei de estar nesse territrio chins ocupadopor portugueses. Diz a lenda que em Macau escrevi os meus Lusadasnuma gruta adequada ao trabalho de fazer poesia... Acusaram-me defraude. Estava inocente, mas tive de regressar a Goa, em cuja prisopassei dias amargos... Por sinal, da minha estadia na priso existe umretrato.

    No Oriente, fui tambm vtima de um ___________________ em quequase perdi a vida no qual salvei a custo Os Lusadas.(...)

    Regresssei algum tempo depois a Portugal e minha Lisboa. Aocontrrio de tantos que na ndia fizeram fortuna rpida, regresseimais __________________ do que quando tinha sado. Tanto, que s tivedinheiro para pagar a viagem at Ilha de Moambique. Por l fiquei,at que amigos que vinham da ndia me pagaram o resto da viagem.

    Em Lisboa, aguardava-me, ansiosa, a minha querida me, uma dasmuitas que tinham visto partir os filhos com amargura e medo de osno voltar a ver, como conto no meu livro Os Lusadas. Vinha fraco,pobre e doente. (...)

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    Pedi audincia ao Rei, um jovem simptico que prometia servalente ________________________ e pedi-lhe que me permitisse ler-lhe o meu poema que alis lhe dedicava. Se ele aceitasse ouvir-me,haveria de ver que era muito mais importante ser rei dos Portuguesesdo que ser rei do Mundo.

    O Rei aceitou ouvir-me longamente e os seus olhos brilhavam de

    entusiasmo ao ouvir a histria do povo lusada, ou portugus, bemmas importante que as muitas histrias dos antigos, j cantadas por

    ______________________e Virglio. Aps a leitura, agradeceu-me eprometeu pagar-me uma penso razovel at ao fim dos meus dias.Nem sempre a penso chegou, porque os reis so bem mais rpidos aprometer do que a cumprir algumas das suas promessas... Tambm certo que o jovem rei estava envolvido na preparao de umaexpedio a Marrocos (mal ele sabia que a haveria de perder avida....) e essas coisas de guerras exigem muito dinheiro...

    Seja como for, e isso que importa, o meu livro foi publicado em________________ e com tanto xito, que logo nesse ano houve umasegunda edio. bom que eu diga aos meus jovens leitores dosculo XX que, nessa altura, pouca gente sabia ler. O livro no metrouxe riqueza, nem melhorou o meu nvel de vida. (...)

    Acabei por morrer num dia ______________________, em 1579 (ou1580, essa data triste em que Portugal perdeu a independncia ques 60 anos depois haveria de recuperar). Nem dinheiro havia para mefazerem o funeral e foi esse amigo, de nome D. Gonalo Coutinho,que o pagou e fez colocar junto minha campa uma inscrio quedizia:

    Aqui jaz Lus Vaz de Cames

    Prncipe dos poetas de seu tempo.

    Viveu pobre e miseravelmente

    Assim morreu.

    De mim ficaram os meus versos, as composies lricas, em quetrato de assuntos sentimentais, emotivos; algumas

    _______________________ El-Rei Seleuco, Anfitries, Filodemo. Mas aminha melhor e mais conhecida obra , de facto, Os Lusadas.

    J chega de tanto falar de mim. Afinal, se hoje sou conhecido em

    todo o Mundo, tal se deve aos meus poemas e no minha vida comopessoa. E, se a vida no me correu muito bem, depois da minhamorte tornaram-me o smbolo da nossa ptria e daquilo que h demelhor no povo portugus. Tanto que, mais tarde, transferiram o querestava do meu corpo para o __________________________, para um

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    tmulo junto ao de Vasco da Gama, onde hoje sou visitado por muitosportugueses e estrangeiros, que me pem umas flores de vez emquando. Muitos desses visitantes, se calhar, nunca me leram, masouvem falar de mim como um dos grandes poetas da humanidade ecomo smbolo da nossa ________________________.

    Por isso, a data da minha morte, 10 de Junho, assinalada como

    dia feriado: o __________________________________________. (...)

    Amlia Pinto Pais(adapt), Os Lusadas em Prosa, 1 edio, Areal Editores,1995 (texto com supresses)

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