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HeLa
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Prof.ª Myllena Matias Casa Pe. Melotto
No dia 28 de janeiro de 1951,
Henrietta Lacks, 31 anos,
encontrou manchas de
sangue na sua roupa íntima.
Sentido que algo estava
errado, a mãe de cinco filhos
convenceu o marido a levá-la
ao hospital Johns Hopkins,
perto de onde moravam em
Baltimore, Maryland. Um
exame da sua cérvix revelou a
razão do sangramento: um
tumor do tamanho de uma
moeda de 25 centavos de
dólar. O seu médico enviou
um pedaço do tumor para um
patologista no laboratório
clínico, que confirmou que
este era maligno.
Uma semana mais tarde,
Henrietta voltava ao hospital,
onde médicos trataram o
tumor com rádio para tentar
eliminá-lo. Entretanto, antes
do tratamento ter sido
iniciado, uma pequena
amostra de células do tumor
foi retirada e enviada ao
laboratório de pesquisa de
George e Margaret Gey, dois
cientistas do Johns Hopkins
que tentavam, há vinte anos,
fazer células humanas
viverem e se multiplicarem
fora do organismo, ou in vitro.
Eles tentavam isso pois
acreditavam que, se
conseguissem a multiplicação
de células humanas in vitro,
poderiam utilizar essas
células na cura do câncer. Eles
obtiveram sucesso com as
células do tumor de
Henrietta, que cresceram
mais vigorosamente do que
quaisquer outras células que
os Gey tinham antes
cultivado.
Infelizmente, as células
tumorais também cresceram
rapidamente no corpo de
Henrietta Lacks. Dentro de
poucos meses elas se
espalharam por quase todos
os seus órgãos. Ela faleceu em
4 de outubro de 1951. No
mesmo dia, George Gey
apareceu na televisão
nacional mostrando um tubo
de ensaio contendo suas
células – que ele chamou de
células HeLa – dizendo que a
cura para o câncer estava
próxima.
Por sua habilidade robusta
em se reproduzir, as células
HeLa se tornaram muito
importantes na pesquisa
biomédica básica e aplicada.
Em grupos controlados, as
células puderam ser
infectadas com vírus e foram
instrumento no
desenvolvimento do estoque
de poliovírus que levou à
primeira vacina contra aquela
doença. Embora a própria
Henrietta nunca tivesse saído
de Virgínia e de Maryland, as
suas células viajaram por
As células imortais de
Henrietta Lacks [Digite o nome da empresa] [Escolha a data] [Edição 1, Volume 1]
Henrietta Lacks – A Sra. Lacks, mostrada aqui
em frente da sua casa em Baltimore, Maryland,
faleceu de câncer em 1951. Deixou um legado
sob a forma de células em cultura a partir do
tumor que a matou.
todo mundo. As células HeLa
até mesmo estraram no
espaço, a bordo de uma nave
espacial. Durante a metade
do século passado, dezenas
de milhares de artigos
científicos foram publicados
usando informações obtidas a
partir das células de
Henrietta. No entanto, a
esperança de que as células
HeLa levassem a uma cura
rápida do câncer provou-se
irreal.
O câncer permanece a
segunda causa de morte (após
as doenças do coração) na
maioria das nações mundiais
desenvolvidas. Entretanto,
Henrietta Lacks
provavelmente teria vivido
por muito mais tempo se
tivesse tido acesso a um
simples teste médico
primeiramente utilizado em
1941. O chamado teste Pap
pode detectar células pré-
cancerosas na cerviz de uma
mulher, normalmente
permitindo que sejam
removidas antes que se
tornem cancerosas. Nos
Estados Unidos, o teste Pap
tem prevenido
aproximadamente 90% das
mortes por câncer de colo. Se
esse teste tivesse sido feito a
tempo, as células HeLa nunca
teriam sido desenvolvidas.
Em tecidos normais, a divisão
celular (“nascimento” da
célula) é equilibrada pela
perda de células (“morte”
celular). Diferentemente da
maioria das células normais, a
maioria das células
cancerosas, incluindo as
células HeLa, continuam
crescendo por possuírem um
desequilíbrio genético que
favorece muito a divisão
celular em vez da morte
celular. Tratamentos de
câncer usando radiação ou
drogas ajudam a alterar esse
equilíbrio em favor da morte
celular.
Henrietta Lacks – A Sra.
Lacks, mostrada aqui em
frente da sua casa em
Baltimore, Maryland, faleceu
de câncer em 1951. Deixou
um legado sob a forma de
células em cultura a partir do
tumor que a matou.
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