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AS REPRESENTAÇÕES POLÍTICAS LUDOVICENSES NOS JORNAIS DE
SÃO LUÍS NA DÉCADA DE 80PROF. ESP. FERNANDO FURTADO
Faculdade Santa Fé
III Semana Transdisciplinar – 2013
Identidades, Diversidades e Saberes
O Presente trabalho se propõe a fazer uma analise da política ludovicense na década de 80 a partir do discurso do Jornal O Estado do Maranhão e do Jornal Pequeno.
Essa temática foi proposta em virtude de se tratar de um fato do presente histórico (década de 80) que é usualmente pouco trabalhado e também por se tratar da construção de um domínio político em São Luís liderado por Jackson Kepler Lago e seus “pedetistas”;
Outro questão abordada diz respeito ao uso recorrente do velho discurso de “Ilha Rebelde” que luta contra o “opressor”, bastando que para isso se tenha um “salvador” para lutar pelo povo;
Esse discurso “Oposicionista” muito bem empregado contra o “Vitorinismo” serviu para que os partidos na década de 80 se consolidassem na esfera política municipal e estadual lutando contra o Regime militar e por conseguinte contra aqueles que ainda defendiam seus interesses;
É preciso entender que na década de 80, a primeira eleição para os municípios foi realizada em 1983, de forma indireta e a primeira eleição direta ocorreu em 1985;
Para 1985, as campanhas nos Jornais O Estado do Maranhão e do Jornal Pequeno começaram já no dia do Trabalhador quando cada jornal a partir do “lugar falado” procurou defender candidaturas de “seus” interesses;
Discurso “jornalesco”: A aceitabilidade e situacionalidade para atingir o leitor (eleitor);
As primeiras eleições diretas para São Luís pós-ditadura.
Comício do PDT com apoio de Cafeteira e Brizola.
Texto de Neiva Moreira no Jornal pequeno em 1985.
“A Candidatura de Jackson Lago é imbatível nas urnas, porque nasceu da esperança do Povo da Ilha Rebelde”, assim expressou-se o deputado Neiva Moreira, um dos mais bem conceituados jornalistas do Brasil, ao comentar, ontem, o quadro da sucessão da Prefeitura de São Luis.
Para Neiva Moreira, a candidatura de Jackson Lago está obtendo excelente aceitação nos bairros de São Luis, devido ao programa apresentado, cuja elaboração contou com a participação de lideranças populares sem comprometimento com figurões da política maranhense a não ser com as aspirações dos segmentos menos favorecidos da sociedade, por isto, ela é chamada de ‘CANDIDATURA DOS POBRES’.” (Jornal Pequeno, 19/05/1985)
Nota no Jornal o Estado do Maranhão após a vitória de Gardênia à
prefeitura municipal“[...] num pleito difícil, em que a vantagem sobre o adversário mais próximo não pode, jamais, ser confundida com triunfo. Credencia-se, ela, de toda maneira, a exercer um mandato conquistado livremente, com os instrumentos dos quais julgou conveniente valer-se. Pode-se argumentar que, com a aquiescência de pouco mais de um terço do eleitorado de São Luis, a Senhora Gardênia Gonçalves está longe de representar a vontade do povo são-luisense. [...] Pode-se, hoje, constatar, à luz do entendimento da maioria, que a Capital do Maranhão necessita de dirigente com qualidades que talvez faltem à candidata do PDS. [...] Desse modo, e demonstrando que a sua eleição não se assenta na soberba de ser um simples trampolim para o ambicioso e pessoal projeto político do Senador João Castelo [...]” (Jornal Estado do Maranhão, 19/11/1985)
A vitória “Laguista” em 88• As transformações que ocorreram no Brasil e no
Maranhão pós-85;• A participação do PDT no governo de Cafeteira;• As lutas internas no Governo estadual para pleitear a
candidatura à 1988;• Jackson de novo?• Os discursos jornalísticos durante o pleito, quem
vencerá?• As representações à favor da esquerda “oposicionista”;
Considerações finais
• A abertura política possibilitou a consolidação de vários partidos no cenário nacional e no Maranhão não foi diferente;
• Os partidos de “esquerda” maranhenses – principalmente o PDT – se apropriaram do discurso de “Ilha Rebelde” e da luta dos “oprimidos” contra os “opressores” como forma mais apropriada para convencer os eleitores e assim chegar ao poder municipal em São Luís em 1988;
• Assim foi que o PDT de “partido pequeno” conseguiu rapidamente chegar ao poder e se consolidar nele por mais de 20 anos em São Luís, o que abriu caminho para um novo sonho “Pedetista”, o governo do Estado.
Considerações finais
Os jornais claramente procuraram defender os interesses do “seu lugar de fala ” em que a luta pelo poder municipal no período de abertura política acabou criando representações nos imaginários coletivos de uma “oposição” combativa, “ilha rebelde” por uns e de uma oposição corrupta, mentirosa, agressiva por outros, do mesmo modo, a “situação” (o grupo que se encontra no poder) passa a ter as mesmas representações pelos dois jornais um de manutenção da ordem, do desenvolvimento, do “moderno” e outro de “oligárquico”, símbolo do atraso político, e também de mentiroso.
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