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Atividade que envolve aspectos de natureza :
●Linguística (regras gramaticais: pontuação, ortografia,
concordância, coesão, coerência,variedades linguísticas... );
●Cognitiva(conhecimento);
●Pragmática(linguagem no contexto de seu uso na
comunicação);
●Cultural (literatura, arte, música...).
A escrita é resultado
A prova de redação exigirá de você a produção deum texto em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo, sobre um tema de ordem social,científica, cultural ou política. Os aspectos a seremavaliados relacionam-se às “competências” quevocê deve ter desenvolvido durante os anos deescolaridade. Nessa redação, você deverádefender uma tese, uma opinião a respeito dotema proposto, apoiada em argumentosconsistentes estruturados de forma coerente ecoesa, de modo a formar uma unidade textual. Seutexto deverá ser redigido de acordo com a normapadrão da Língua Portuguesa e, finalmente,apresentar uma proposta de intervenção socialque respeite os direitos humanos.
Entendendo a prova
• Competência 1: Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita.
• Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das
várias áreas de conhecimento, para desenvolver o tema dentro dos limites
estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
• Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações,
fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
• Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos
necessários para a construção da argumentação.
• Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado,
respeitando os direitos humanos.
Em que eu sou avaliado(a)
ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS – São recursos utilizados para desenvolver os
argumentos, de modo a convencer o leitor, como: exemplos; dados estatísticos;
pesquisas; fatos comprováveis; citações ou depoimentos de pessoas especializadas
no assunto; alusões históricas; e comparações entre fatos, situações, épocas ou
lugares distintos.
ARGUMENTOS – São as justificativas para convencer o leitor a concordar com a tese
defendida. Cada argumento deve responder à pergunta “Por quê?” em relação à tese
defendida.
TESE – É a ideia que você vai defender no seu texto. Ela deve estar relacionada ao
tema e apoiada em argumentos ao longo da redação.
Argumento Concreto: esse tipo de argumento é uma prova cabal do que está sendo
dito pelo autor e trata-se de dados estatísticos oriundos de pesquisas confiáveis, fatos
reais que comprovam a tese do autor, textos legislativos (leis de todas as instâncias).
Argumento Lógico: já esse tipo de argumento é oriundo de um raciocínio lógico que
estabelece relações de sentido lógicas, como por exemplo, comparações, causa e efeito,
deduções, hipóteses, inferências etc.
Argumento Autoritário: esse tipo de argumento traz uma citação de uma autoridade,
de um especialista sobre o tema abordado pela proposta de redação que pode ser um
pesquisador, um professor, um profissional formado na área ou imerso no tema etc.
• A argumentação
• Estratégias de
comprovação
(Raciocínio e provas)
• A persuasão
• Estratégias
apelativas
(Sedução, intimidação,
desqualificação)
TEMPESTADE DE IDEIAS
A dissertação-argumentativa apresenta-se com
• 1ª parte: introdução (apresentação do tema e da tese)
• 2ª parte: desenvolvimento (argumentos para sustentar a tese)
• 3ª parte: conclusão (proposta de intervenção social e resumo)
Estrutura de cada parágrafo dissertativo
• Tópico frasal – primeira frase a qual contém o assunto, a
delimitação e o objetivo do autor.
• Desenvolvimento – ampliação da proposta inicial.
• Conclusão – sistematização do desenvolvimento.
Tópico frasal é o tema do parágrafo, portanto o objetivo
deste. Na dissertação, consiste num adiantamento da
explanação de determinada ideia, deixando em suspense
maiores esclarecimentos e argumentações, justamente
porque visa a provocar no leitor a expectativa e o desejo de
se aprofundar na leitura.
• Definir o assunto
• Definir seu objetivo
• Escolher o tipo de desenvolvimento mais adequado
Desenvolvimento
Conclusão
●Reafirmar a ideia central
Yasmin Lima Rocha, do Piauí (Introdução - ENEM 2017)
A formação educacional de surdos encontra, no Brasil, uma série deempecilhos. Essa tese pode ser comprovada por meio de dados divulgadospelo Inep, os quais apontam que o número de surdos matriculados eminstituições de educação básica tem diminuído ao longo dos últimos anos.Nesse sentido, algo deve ser feito para alterar essa situação, uma vezque milhares de surdos de todo o país têm o seu direito à educaçãovilipendiado, confrontando, portanto, a Constituição Cidadã de 1988, queassegura a educação como um direito social de todo o cidadão brasileiro.
TIPOS DE INTRODUÇÃO
Larissa Fernandes Silva de Souza, do Pará (Introdução ENEM 2017)
A Declaração Universal dos Direitos Humanos – promulgada em 1948pela ONU – assegura a todos os indivíduos o direito à educação e aobem-estar social. Entretanto, o precário serviço de educaçãopública do Brasil e a exclusão social vivenciada pelos surdosimpede que essa parcela da população usufrua desse direitointernacional na prática. Com efeito, evidencia-se a necessidade depromover melhorias no sistema de educação inclusiva do país.
Durante o século XIX, a vinda da Família Real ao Brasil trouxe consigo a
modernização do país, com a construção das escolas e universidades.
Também, na época, foi inaugurada a primeira escola voltada para a inclusãosocial de surdos. Não se vê, entretanto, na sociedade atual, tal valorizaçãoeducacional relacionada à comunidade surda, posto que os embates queimpedem sua evolução tornam-se cada vez mais evidentes. Desse modo,os entraves para a educação de deficientes auditivos denotam um paísdesestruturado e uma sociedade desinformada sobre sua composição bilíngue.
Beatriz Albino Servilha, do Rio de Janeiro (Introdução ENEM 2017)
Isabella Barros Castelo Branco, do Piauí (Introdução ENEM 2017)
Na obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, o realista Machado de Assisexpõe, por meio da repulsa do personagem principal em relação à deficiênciafísica (ela era “coxa), a maneira como a sociedade brasileira trata osdeficientes. Atualmente, mesmo após avanços nos direitos dessescidadãos, a situação de exclusão e preconceito permanece e se reflete naprecária condição da educação ofertada aos surdos no País, a qual éresponsável pela dificuldade de inserção social desse grupo, especialmente noramo laboral.
DESENVOLVIMENTO
Repertório sociocultural
Consiste na utilização de conceitos, de conhecimentos de outros campos, como
por exemplo: História, Filosofia, Educação, Economia, Cultura etc. Esses
conhecimentos vão aparecer como fundamentação das nossas ideias, nós
vamos usá-los para justificar aquilo de que estamos falando. É como se
precisássemos falar e comprovar a nossa colocação, para isso, usamos áreas
diferentes, que dão certa cientificidade à produção textual.
A princípio, a falta de profissionais qualificados dificulta o contato do portador de
surdez com a base educacional necessária para a inserção social. O Estado e a
sociedade moderna têm negligenciado os direitos da comunidade surda, pois a falta
de intérpretes capacitados para a tradução educativa e a inexistência de vagas em
escolas inclusivas perpetuam a disparidade entre surdos e ouvintes, condenando os
detentores da surdez aos menores cargos da hierarquia social. Lê-se, pois, é
paradoxal que, em um Estado Democrático, ainda haja o ferimento de um direito previsto constitucionalmente: o direito à educação de qualidade.
Além disso, a ignorância social frente à conjuntura bilíngue do país é uma barreira
para capacitação pedagógica do surdo. Helen Keller – primeira mulher surdo-cega a
se formar e tornar-se escritora – definia a tolerância como maior presente de uma
boa educação. O pensamento de Helen não tem se aplicado à sociedade brasileira,
haja vista que não se tem utilizado a educação para que se torne comum aos cidadãos
a proximidade com portadores de deficiência auditiva, como aulas de Libras, segunda
língua oficial do Brasil. Dessa forma, torna-se evidente o distanciamento causado pela
inexperiência dos indivíduos em lidar com a mescla que forma o corpo social a que
possuem. (Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil)
Convém ressaltar, a princípio, que a má formação socioeducacional do brasileiro é um fator determinante para a permanência da precariedade da educação para deficientes auditivos no País, uma vez que os governantes respondem aos anseios sociais e grande parte da população não exige uma educação inclusiva por não necessitar dela. Isso, consoante ao pensamento de A. Schopenhauer de que os limites do campo da visão de uma pessoa determinam seu entendimento a respeito do mundo que a cerca, ocorre porque a educação básica é deficitária e pouco prepara cidadãos no que tange aos respeito às diferenças. Tal fato se reflete nos ínfimos investimentos governamentais em capacitação profissional e em melhor estrutura física, medidas que tornariam o ambiente escolar mais inclusivo para os surdos.
Em consequência disso, os deficientes auditivos encontram inúmeras dificuldades em variados âmbitos de suas vidas. Um exemplo disso é a difícil inserção dos surdos no mercado de trabalho, devido à precária educação recebida por eles e ao preconceito intrínseco à sociedade brasileira. Essa conjuntura, de acordo com as ideias do contratrualista JohmLocke, configura-se uma violação do “contrato social”, já que o Estado não cumpre sua função de garantir que tais cidadãos gozem de direitos imprescindíveis (como direito à educação de qualidade) para a manutenção da igualdade entre os membros da sociedade, o que expõe os surdos a uma condição de ainda maior exclusão e desrespeito.
(Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil)
Deve-se pontuar, de início, que o aparato estatal brasileiro é ineficiente no que diz respeito à formação educacional de surdos no país, bem como promoção da inclusão social desse grupo. Quanto a essa questão, é notório que o sistema capitalista vigente exige alto grau de instrução para que as pessoas consigam ascensão profissional. Assim, a falta de oferta do ensino de libras nas escolas brasileiras e de profissionais especializados na educação de surdos dificulta o acesso desse grupo ao mercado de trabalho. Além disso, há a falta de formas institucionalizadas de promover o uso de libras, o que contribui para a exclusão de surdos na sociedade brasileira.
Vale ressaltar, também, que a exclusão vivenciada por deficientes auditivos no país evidencia práticas históricas de preconceito. A respeito disso, sabe-se que, durante o século XIX, a ciência criou o conceito de determinismo biológico, utilizado para legitimar o discurso preconceituoso de inferioridade de grupos minoritários, segundo o qual a função social do indivíduo é determinada por características biológicas. Desse modo, infere-se que a incapacidade associada hodiernamente aos deficientes tem raízes históricas, que acarreta a falta de consciência coletiva de inclusão desse
grupo pela sociedade civil. (Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil)
É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. Conforme Aristóteles, a poética deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a perseguição religiosa rompe essa harmonia; haja vista que, embora esteja previsto na Constituição o princípio da isonomia, no qual todos devem ser tratados igualmente, muitos cidadãos se utilizam da inferioridade religiosa para externar ofensas e excluir socialmente pessoas de religiões diferentes.
Segundo pesquisas, a religião afro-brasileira é a principal vítima de discriminação, destacando-se o preconceito religioso como o principal impulsionador do problema. De acordo com Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de agir e de pensar. Ao seguir essa linha de pensamento, observa-se que a preparação do preconceito religioso se encaixa na teoria do sociólogo, uma vez que se uma criança vive em uma família com esse comportamento, tende a adotá-lo também por conta da vivência em grupo. Assim, a continuação do pensamento da inferioridade religiosa, transmitido de geração a geração, funciona como base forte dessa forma de preconceito, perpetuando o problema no Brasil.
(Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil)
Conclusão
a) presença de proposta x ausência de proposta;
b) proposta com detalhamento dos meios para sua realização x proposta
sem o detalhamento dos meios para sua realização.
Ao redigir seu texto, procure evitar propostas vagas, gerais; busque propostas mais
concretas, específicas, consistentes com o desenvolvimento de suas ideias. Antes de
elaborar sua proposta, procure responder às seguintes perguntas: O que é possível
apresentar como proposta de intervenção na vida social? Como viabilizar
essa proposta? O seu texto será avaliado, portanto, com base na combinação dos seguintes
critérios:
Nesse sentido, urge que o Estado, por meio de envio de recursos ao Ministério daEducação, promova a construção de escolas especializadas em deficientes auditivos ea capacitação de profissionais para atuarem não apenas nessas escolas, mas eminstituições de ensino comuns também, objetivando a ampliação do acesso à educaçãoaos surdos, assegurando a estes, por fim, o acesso a um direito garantidoconstitucionalmente. Outrossim, ONGs devem promover, através da mídia, campanhasque conscientizem a população acerca da importância do deficiente auditivo para asociedade, enfatizando em mostrar a capacidade cognitiva e intelectual do surdo, oqual seria capaz de participar da população economicamente ativa (PEA), como fosseconcedido a este o direito à educação e à equidade de tratamento, por meio dadifusão do uso de libras. Dessa forma, o Brasil poderia superar os desafios àconsolidação da formação educacional de surdos.
Yasmin Lima Rocha, do Piauí
É evidente, portanto, que há entraves para que os deficientesauditivos tenham pleno acesso à educação no Brasil. Dessamaneira, é preciso que o Estado brasileiro promova melhorias nosistema público de ensino do país, por meio de sua adaptação àsnecessidades dos surdos, como oferta do ensino de libras, comprofissionais especializados para que esse grupo tenha seusdireitos respeitados. É imprescindível, também, que as escolasgarantam a inclusão desses indivíduos, por intermédio de projetose atividades lúdicas, com a participação de familiares, a fim de queos surdos tenham sua dignidade humana preservada.
Larissa Fernandes Silva de Souza, do Pará
CHECANDO!
ELEMENTOS QUE IMPACTAM NA REDAÇÃO DE UM BOM TEXTO:
• A frase
• A fragmentação
• A sonoridade
• O pronome relativo e a conjunção integrante que• A conjunção pois• O advérbio onde• A poluição gráfica
• A generalização (lugares-comuns, modismos, chavões)
• O uso do imperativo
• As marcas da oralidade
• Repetições (pleonasmos)
• O uso das aspas
• O uso de etc.
• O vocabulário (simplicidade, dose adequada de adjetivos)
A sonoridade
● Eco (rima interna)
O superior dava valor ao seu inferior.
Neste momento tenho um sentimento de
contentamento.
Cacófato (som ruim)
A conjunção pois• Finalidade da conjunção é EXPLICAR ou CONCLUIR uma ideia.
A conjunção “pois”
A conjunção “pois” pode ser explicativa ou conclusiva. A diferença se percebe pelo
sentido das orações, mas é manifestada também pelo modo como as vírgulas são
colocadas.
Observe: Língua Portuguesa – Céu
Os funcionários dessa empresa devem trabalhar satisfeitos, pois participam da distribuição de
lucros. (“pois” explicativo = já que)
O grande desafio consiste, pois, em dar emprego a todos os jovens recém-formados. (“pois”
conclusivo = portanto)
O advérbio ONDE
• Referência a lugar.
A poluição gráfica
• Excesso de sinais de pontuação diversificados.
A generalização
• Buscar PRECISÃO na informação (sempre, nunca, todos, as pessoas...).
• Frases feitas (clichês, gírias, chavões) o lugar comum:
-Nos dias de hoje;-A população precisa se conscientizar;-Futuro melhor para as próximas gerações;-Governantes corruptos;-Pensar positivo;-A esperança é a última que morre.
O uso do imperativo
• Aconselhar é uma tentação.
As marcas de oralidade
• Informalidade ao texto
• “Conversa” com o interlocutor.(você)
Os pleonasmos
• Repetições descabidas, desnecessárias.
Exemplos de pleonasmo vicioso
Elo de ligação
Encarar de frente
Acabamento final
Multidão de pessoas
Certeza absoluta
Amanhecer o dia
Quantia exata
Criação nova
Dar de graça
Retornar de novo
Juntamente com
Surpresa inesperada
Como prêmio extra
Em duas metades iguais
Fato real
Há anos atrás
Anexo junto à carta
Conviver junto
Vereador da cidade
Planejar antecipadamente
A seu critério pessoal
O uso das aspas
• Usar em citações, neologismos, expressões populares,
estrangeirismos, ironia, palavra empregada com sentido
não convencional.
O uso do etc.
• Usar quando os itens que substitui são facilmente
recuperáveis.
• Geralmente, não vem antecedido por vírgula nem pela
conjunção “e”.
O vocabulário
• Adequação sempre ao gênero, ao suporte e ao público
(competência de avaliar a situação de comunicação).
• Simplicidade não é sinônimo de desleixo.
• O segredo não é escrever difícil, é escrever precisamente.
→A redação receberá nota 0 (zero) se apresentar uma das características a
seguir:
▪ Fuga total do tema;
▪ Não obediência à estrutura dissertativo-argumentativa;
▪ Texto com até 7 (sete) linhas;
▪ Impropérios, desenhos ou outras formas propositais de anulação;
▪ Desrespeito aos direitos humanos (desconsideração da Competência 5); e
▪ Folha de redação em branco, mesmo que tenha sido escrita no rascunho.
Quando posso zerar a redação?
✓ Apenas as redações adequadamente transcritas na Folha de Redação são
corrigidas.
✓ A redação deve ser transcrita para a Folha de Redação com caneta
esferográfica de tinta preta.
✓ Para ser corrigida, a redação deve ter o mínimo de 8 linhas.
Importante lembrar...
✓ O rascunho e as marcações assinaladas nos Cadernos de Questões não
são considerados para fins de correção da redação.
✓ Na redação corrigida, não há necessidade de título. Caso o participante
inclua título, este não será computado como linha efetivamente escrita
para o mínimo de 7 linhas.
✓ As rasuras devem ser evitadas. Caso ocorram, basta passar um traço
no trecho inadequado e dar continuidade ao texto.
✓ A proposta de redação apresenta textos motivadores que não devem ser
copiados no texto produzido.
Importante lembrar...
REDAÇÃO NOTA 1000 ENEM 2017
Em 2017, o tema foi "Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil".
Durante o século XIX, a vinda da Família Real ao Brasil trouxe consigo a modernizaçãodo país, com a construção das escolas e universidades. Também, na época, foiinaugurada a primeira escola voltada para a inclusão social de surdos. Não se vê,entretanto, na sociedade atual, tal valorização educacional relacionada à comunidadesurda, posto que os embates que impedem sua evolução tornam-se cada vez maisevidentes. Desse modo, os entraves para a educação de deficientes auditivosdenotam um país desestruturado e uma sociedade desinformada sobre suacomposição bilíngue..
A princípio, a falta de profissionais qualificados dificulta o contato do portador desurdez com a base educacional necessária para a inserção social. O Estado e asociedade moderna têm negligenciado os direitos da comunidade surda, pois a faltade intérpretes capacitados para a tradução educativa e a inexistência de vagas emescolas inclusivas perpetuam a disparidade entre surdos e ouvintes, condenando osdetentores da surdez aos menores cargos da hierarquia social. Lê-se, pois, éparadoxal que, em um Estado Democrático, ainda haja o ferimento de um direitoprevisto constitucionalmente: o direito à educação de qualidade.
Além disso, a ignorância social frente à conjuntura bilíngue do país é uma barreirapara capacitação pedagógica do surdo. Helen Keller – primeira mulher surdo-cega ase formar e tornar-se escritora – definia a tolerância como maior presente de umaboa educação. O pensamento de Helen não tem se aplicado à sociedade brasileira,haja vista que não se tem utilizado a educação para que se torne comum aos cidadãosa proximidade com portadores de deficiência auditiva, como aulas de Libras, segundalíngua oficial do Brasil. Dessa forma, torna-se evidente o distanciamento causado pelainexperiência dos indivíduos em lidar com a mescla que forma o corpo social a quepossuem
Infere-se, portanto, que é imprescindível a mitigação dos desafios para a capacitaçãoeducacional dos surdos. Para que isso ocorra, o Ministério da Educação e Culturadeve realizar a inserção de deficientes auditivos nas escolas, por meio dacontratação de intérpretes e disponibilização de vagas em instituições inclusivas,com o objetivo de efetivar a inclusão social dos indivíduos surdos, haja vista que aescola é a máquina socializadora do Estado. Ademais, a escola deve preparar surdose ouvintes para a convivência harmoniosa, com a introdução de aulas de Libras nagrade curricular, a fim de uniformizar o laço social e, também, cumprir com amáxima de Nelson Mandela que constitui a educação como segredo para transformaro mundo. Poder-se-á, assim, visar a uma educação, de fato, inclusiva no Brasil.
Beatriz Albino Servilha, do Rio de Janeiro
Referências
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2013/guia_de
_redacao_enem_2013.pdf
http://www.estudopratico.com.br/
Koch, Ingedore Villaça. Ler e escrever: estratégias de produção textual/ Ingedore Villaça Koch, Vanda
Maria Elias. 2. ed. – São Paulo: Contexto, 2011.
Roteiro de Redação – Lendo e argumentando, de VIANA, Antônio Carlos Mangueira (coord.), VALENÇA, Ana
Maria Macedo, CARDOSO, Denise Porto e MACHADO, Sônia Maria, São Paulo: Editora Scipione, 2006.
SALVADOR, Arlete. Como escrever para o Enem: roteiro para uma redação nota 1.000/ Arlete Salvador. –
1.ed., 1ª reimpressão – São Paulo: Contexto, 2013.
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