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CIEPH
CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISA DO HOMEM
JOEL FRANCISCO DA SILVA LINDEMAYER
AURICULOPUNTURA NO TRATAMENTO DO TABAGISMO
Novo Hamburgo
2006
2
JOEL FRANCISCO DA SILVA LINDEMAYER
AURICULOPUNTURA NO TRATAMENTO DO TABAGISMO
Monografia apresentada ao CIEPH (Centro Integrado de Estudos e
Pesquisas do Homem), como requisito final à conclusão do curso de pós-graduação
em acupuntura.
Orientador: Prof. Especialista Cleto Emiliano Pinho
Novo Hamburgo
2006
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Autor
JOEL FRANCISCO DA SILVA LINDEMAYER
Título
AURICULOPUNTURA NO TRATAMENTO DO TABAGISMO
Aprovado em ____de _______________ de 2006, pela banca abaixo assinada:
Componentes da Banca Examinadora
Orientador Prof. Esp. Cleto Emiliano Pinho
Prof. Dr. Carlos Gustavo Hoezel
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia “In memorian” de minha mãe, que sempre
incentivou-me em meus estudos.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por estar sempre comigo nos momentos em que mais
necessitei, abençoando-me com o melhor que temos “A dádiva da vida’’.
Agradeço a minha esposa e meus filhos pela paciência e compreensão
pelos fins de semana em que fiquei afastado de sua presença para comparecer as
aulas.
Agradeço a meus colegas que sempre estiveram comigo e não mediram
esforços em esclarecer minhas dúvidas e trocar idéias.
E finalmente aos mestres, que, além de transmitir seus conhecimentos,
ensinaram-me a tratar os pacientes com humanidade e dedicação.
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RESUMO
Esta monografia tem por objetivo esclarecer e expor as técnicas de
auriculopuntura aplicada ao tratamento do tabagismo. Para tanto, inicia-se
apresentando vários aspectos, tais como: malefícios do fumo, reações do organismo
humano após a suspensão do fumo e efeitos do fumo passivo. Segue-se com as
principais considerações sobre Medicina Tradicional Chinesa e conceito de
acupuntura, as escolas de aurículopuntura, descrevendo sobre vários assuntos
básicos como: teorias da acupuntura, aurículopuntura, anatomia dos meridianos e
aspectos do pavilhão auricular, mecanismos de ação e técnicas empregadas.
Constata-se que o vício provocado pelo tabagismo insere-se no plano
fisiológico e psicológico, fatores estes que podem ser tratados por meio de
auriculoterapia de forma eficiente. A partir de um diagnóstico preciso e de uma
correta seleção de pontos auriculares é possível realizar um plano de tratamento
seguro e eficaz. Em se tratando de eficácia comprovada, a acupuntura conta com
ampla difusão atualmente, pois cada vez mais aumenta o número de pessoas que
preferem um tratamento rápido, simples, econômico e principalmente sem efeitos
colaterais por tratar-se de um tratamento que trabalha com a energia do corpo,
7
resolvendo a origem e não a causa do problema, ocorrendo desta forma o equilíbrio
energético do organismo, sem a necessidade de medicamentos químicos que muitas
vezes causam dependência ou desencadeiam efeitos colaterais.
Palavras chave: Acupuntura, aurículopuntura, tabagismo e MTC (Medicina
Tradicional Chinesa).
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1. INTRODUÇÃO
Este trabalho é composto de uma revisão bibliográfica que tem por finalidade
principal expor as técnicas da acupuntura auricular como forma de tratamento na
atualidade. A acupuntura tem seus fundamentos assentados na milenar Medicina
Tradicional Chinesa.
Para o tema foi escolhido um assunto atual e complexo, por suas
implicações sociais e de difícil erradicação, o “ TABAGISMO’’.
Inicia-se o trabalho abordando vários aspectos, tais como: Ações do fumo e
seus malefícios, reações do organismo humano após a suspensão do fumo e efeitos
do fumo passivo.
Prossegue-se fazendo um breve histórico sobre as origens da acupuntura e
a acupuntura auricular, bem como sua evolução no decorrer do tempo, mencionando
os principais divulgadores do assunto.
Finalmente, descreve-se as principais considerações da teoria geral da
9
acupuntura e acupuntura auricular. Nesta parte, faz-se uma abordagem preliminar
sobre vários assuntos básicos como: anatomia e aspectos neurológicos do pavilhão
auricular, mecanismos de ação, material e técnicas empregadas.
Este estudo consta de uma visão geral do tabagismo, suas implicações
patológicas e sociais e de seu tratamento através da acupuntura auricular, tendo
como principal finalidade ampliar os conhecimentos do acupunturista, possibilitando
ao profissional prescrever uma conduta mais adequada ao tema proposto.
10
2. TABAGISMO
2.1. Ações do Fumo
Para Barreto (2000), as razões que levam alguém a fumar estão
intrinsecamente ligadas à combinação de fatores sociais, psicológicos e
farmacológicos, que varia de pessoa para pessoa. Por isso, fica difícil estabelecer
um perfil exato de fumantes ou razão específica que desencadeou o seu hábito.
Segundo o autor, quanto ao que faz com que um fumante abandone o
hábito, podemos dizer que grande porcentagem dos que pensam em parar fazem-no
por fatores relacionados à saúde, aliados ao crescente clima antitabagismo que se
tem desenvolvido em nossa sociedade nos últimos anos. O número de fumantes
conscientes dos riscos causados pelo tabaco à saúde tem crescido
significativamente desde o início dos anos 60, quando ficou comprovada a relação
de certas doenças com o uso do tabaco, dentre elas doenças cardiovasculares,
câncer, distúrbios respiratórios, distúrbios gastrointestinais, etc. Por esta razão, os
benefícios à saúde que podem advir do fato de o indivíduo tornar-se um não-
fumante constituem a principal motivação para que ele deixe de fumar. Uma vez que
o fumo está estreitamente relacionado com conseqüências negativas à saúde,
11
seguramente o profissional de saúde tem a responsabilidade de fornecer
informações e suporte ao fumante que deseja abandonar o hábito, assim como a
pacientes cujas condições de saúde exijam uma intervenção a este respeito.
Continua o autor explicando que o hábito de fumar vai além de uma simples
dependência física à nicotina. Inicialmente, o jovem fuma por mera curiosidade. Com
o passar do tempo, no entanto, passa a receber estímulos sociais, culturais e
comportamentais que reforçam o seu hábito. A dependência psicológica ao tabaco,
então, começa a estabelecer-se. Tanto o componente físico quanto o psicológico da
dependência ao tabaco passam a ter um papel de grande importância na
manutenção do hábito do fumante adulto. Os dois componentes têm grande
responsabilidade pelos fracassos experimentados pelos fumantes em suas
tentativas de deixar de fumar. A dependência à nicotina desenvolve-se no indivíduo
da mesma maneira que a dependência a outras drogas, como a cocaína, heroína,
morfina, etc. É, portanto, um problema de saúde em si, que requer tratamento
específico. Este tratamento deve lidar com os dois lados da dependência ao tabaco.
Tentativas de parar de fumar que deixam de levar em consideração algum dos dois
componentes têm grandes chances de fracassar.
De acordo com Barreto (2000), a fumaça do cigarro contém milhares de
substâncias químicas que podem estar na forma gasosa ou em forma de
partículas.A fase gasosa é composta de amônia, monóxido de carbono, ácido
hidrociânico, formaldeído, metanol e outros compostos. A fase sólida da fumaça
contém partículas de água, nicotina e alcatrão. Alguns destes componentes
comprometem a função respiratória, predispõem à formação de coágulos, alteram a
formação e a função das células sangüíneas e causam câncer de pulmão, entre
12
outros tipos de câncer. A nicotina, dentre os componentes do tabaco, deve ser
abordada com especial atenção, uma vez que é o agente responsável pela
dependência física, que, por sua vez, leva à exposição contínua a todos estes
fatores, por induzir à manutenção do hábito.
Para TARANTINO (2002), embora o tabaco não altere o estado mental da
pessoa, e prejudique incomparavelmente menos suas relações sociais, tem um
mecanismo de implantação do vício semelhante ao das drogas ilegais. A partir da
tragada, em sete segundos a nicotina chega ao cérebro através da circulação
sanguínea e entra em contato com os receptores das células nervosas, a região da
membrana que opera seu reconhecimento. A partir daí, são liberadas muitas outras
substâncias que transferem o impulso nervoso de uma célula a outra, e delas para
os sistemas que controlam a atividade de glândulas de secreção interna como a
supra-renal e a tireóide.
Segundo o autor, o organismo se habitua a cargas regulares de nicotina,
entrando em desequilíbrio quando ela é suspensa. Em situações mais sérias, a
reação se caracteriza como crise de abstinência, expressão mais comumente usada
em relação ao álcool e as drogas ilegais.
Continua o autor explicando que além da nicotina que é a grande causadora
da dependência, pois atua diretamente no sistema nervoso central, dependendo do
tipo de tabaco, e de quando e onde foi cultivado, uma tragada de sua fumaça pode
conter entre duas a três mil substâncias diferentes.
De acordo com TARANTINO (2002), aldeídos, cetonas, amônia, álcoois e
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ácidos diversos provocam inúmeras alterações na estrutura e função
broncopulmonar, sendo as fundamentais a ação tóxica sobre os dutos de epitélio
brônquico, as alterações celulares bronco-alveolares e os efeitos sobre a atividade
enzimática e imunitária dos macrófagos e outras células de defesa pulmonar. Um
outro efeito nocivo é de natureza funcional, caracterizado pela deterioração da
capacidade pulmonar.
O autor explica que o fumo contém cerca de oitenta substâncias
cancerígenas, entre as quais se destacam hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, e
ainda substâncias radiativas como o polônio-210, capaz de provocar alterações
genéticas.
A secreção de hormônios e enzimas pelas glândulas fica comprometida,
deixando o organismo sujeito a uma infinidade de problemas como envelhecimento
precoce e diversos tipos de câncer.
Nesse sentido, TARANTINO (2002) explica que a freqüência cardíaca é
acelerada pela nicotina, que também provoca vasoconstrição de vasos e capilares,
elevando a pressão arterial. A corrente sanguínea recebe a carga de substâncias
tóxicas do fumo, como a nicotina e o alcatrão. O monóxido de carbono une-se à
hemoglobina, formando a carboxihemoglobina, que reduz a oxigenação dos tecidos
do corpo.
De acordo ainda com o autor, investigações epidemiológicas mostram que
esse vício é responsável por 75% dos casos de bronquite crônica e enfisema
pulmonar, 80% dos casos de câncer do pulmão e 25% dos casos de infarto do
14
miocárdio. Além disso, segundo pesquisas, os fumantes têm mais risco entre 100%
e 800% maior de contrair infecções respiratórias bacterianas e viróticas, câncer de
boca, laringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo de útero, como também doenças
do sistema circulatório como arteriosclerose, aneurisma da aorta e problemas
vasculares cerebrais. A probabilidade de aparecimento desses distúrbios tem
relação direta com o tempo de vício e sua intensidade.
Continua o autor, explicando que a mulher que fuma duplica a velocidade de
envelhecimento, com mais propensão às rugas e triplica as dificuldades de
cicatrização, pois causa uma deficiência circulatória, por estreitamento dos vasos
sanguíneos, facilitando o aparecimento de varizes e celulite. Quando associado à
pílula anticoncepcional, a mulher aumenta em oito vezes, em relação ao homem a
chance de sofrer um infarto, pois tanto o anticoncepcional, quanto o fumo tem o
mesmo efeito de aumentar a viscosidade sanguínea.
Em casos de gravidez, a seriedade é ainda maior. O feto recebe elementos
tóxicos através da circulação materna. A nicotina atravessa a placenta, sendo
encontrada tanto no cordão umbilical, quanto no líquido amniótico. A presença dessa
substância eleva a freqüência cardíaca do feto e age sobre seus centros nervosos,
provocando a redução dos movimentos torácicos.
Sabe-se, segundo TARANTINO (2002) que a absorção da nicotina da
fumaça do cigarro pelo fumante relaciona-se fortemente à acidez ou à alcalinidade
do tabaco. Um tabaco mais ácido pode ser muito rico em nicotina, mas, sob o efeito
da acidez, liberará uma quantidade bem menor da substância no organismo do
fumante. O inverso acontece com o tabaco mais alcalino- mesmo fumos pobres
15
liberarão mais nicotina no fumante. Acontece que a adição de amônia ao cigarro
reduz a acidez do fumo, tornando-o mais alcalino. Logo, fazendo com que ele libere
mais nicotina,. Os fumantes de cachimbo e charutos também sofrem os malefícios
da nicotina, pois são manufaturados com um fumo mais alcalino, que facilita a
liberação da nicotina ainda quando a fumaça está na boca. Assim, mesmo sem
inalar a fumaça, este tipo de fumo abastece o organismo com níveis de nicotina
exigidos pela dependência. Já o tabaco usado nos cigarros tem, em média, maior
acidez que cachimbos e charutos, exigindo que o fumante aspire profundamente a
fumaça, colocando-a em contato com as profundezas dos brônquios pulmonares. É
o jeito de saciar o vício.
Segundo o autor, há diferenças de alcalinidade e acidez entre fumos
específicos de cigarro, alguns mais alcalinos que outros. Um re3latório realizado no
Canadá mostrou que a quantidade de amônia encontrada nas marcas de cigarro
brasileiras é bem mais alta do que a esperada para o tipo de tabaco usado.
Continua o autor explicando que a discussão em torno da amônia só tem
sentido se admite-se que níveis altos de nicotina são prejudiciais à saúde. Todos os
compêndios médicos são unânimes em afirmar que a nicotina é uma droga.
Preenche, um a um, os pré-requisitos para ser classificada como tal: causa
dependência física e produz estados alterados de consciência. A nicotina é a grande
responsável pela sensação de impacto eufórico que se segue a uma tragada.
Bastam oito segundos para o fumante sentir seus efeitos estimulantes. De acordo
com um estudo publicado na revista americana England Journal of Medicine em
1994, os cigarros deveriam Ter um teor máximo de nicotina de 0,4 a 0,5 miligrama
por cigarro para não viciar o consumidor, porém não existe uma só marca com esse
16
teor no mercado brasileiro.
De acordo com TARANTINO (2002) a nicotina age sobre o sistema nervoso
central insinuando-se no processo de transmissão de informações entre os
neurônios. Os sinais nervosos viajam eletricamente, mas nas junções entre os
neurônios existem espaços, chamados de sinapses, que tem de ser pulados. As
células nervosas liberam mensageiros químicos chamados de neurotransmissores
para completar o fluxo de informação entre elas. O que a nicotina faz é “ enganar ” a
célula nervosa, imitando o comportamento de um neurotransmissor, chamado
acetilcolina. Em condições normais, a acetilcolina libera dopamina, um estimulante,
um estimulante que está associado à sensação de prazer, é uma sensação
passageira. A nicotina plugada na célula, porém prolonga esse período agradável.
Inibe-se o fluxo de informação entre as células, ao mesmo tempo em que se
amplifica a duração do bem estar. A dependência só ocorre porque o organismo
reage ao logro, criando novos pontudo de ligação da acetilcolina. A saída, então, é
fumar mais, sempre em busca da sensação original, o mecanismo clássico das
drogas. A nicotina atua como estimulante, aumentando os níveis de adrenalina no
sangue, e também como relaxante.
Segundo o autor, os fumantes aprendem a extrair do cigarro o efeito
desejado. Se estão tensos e ansiosos, fumam para relaxar. Quando estão com sono,
buscam na nicotina a excitação e a atenção que precisam para desenvolver suas
tarefas. Outros efeitos da nicotina são a melhora da memória e da concentração, o
aumento da vigilância, a sensação de prazer e a diminuição da raiva. O fumo acelera
o metabolismo, produz maior dispêndio calórico e diminui a fome, o que é visto como
um ponto altamente positivo para quem tem medo de engordar.
17
Continua o autor explicando que os efeitos de curto prazo da nicotina são
tão interessantes que é difícil o fumante sentir vontade de interromper, e dessa
forma cria-se à dependência física. Menos de 10% dos fumantes consomem menos
de cinco cigarros ao dia ou dão suas tragadas apenas esporadicamente, ou seja, a
imensa maioria é dependente de nicotina.
Segundo o autor, a cada ano, 3 milhões de pessoas em todo mundo
perecem em decorrência de doenças associadas ao fumo. No Brasil, são de 80.000
a 100.000 mortes, ou seja, oito a dez pessoas por hora. Dos 35 aos 69 anos, um
terço das mortes no mundo é relacionado ao fumo, que rouba em média 22 anos de
vida dos fumantes.
2.2. Como O Cigarro Pode Ser Prejudicial Passivamente
“Sua liberdade de fumar termina onde começam meus pulmões”.
Isaac Azimov
De acordo com TARANTINO (2002), o fumo que é inalado diretamente do
cigarro, chamado corrente principal, perde pequena fração de seus elementos ao
atravessar a coluna de tabaco e o filtro, e cerca de 40% do total ficam nos pulmões;
o restante que é expirado vai poluir o ambiente. Porém aquele que se evola da ponta
do cigarro (corrente secundária) e se expande diretamente na atmosfera é mais
poluente, porque contém maior proporção de substâncias; como, por exemplo: 2, 3,
5, 52 e 73 vezes mais, respectivamente, nicotina, monóxido de carbono,
benzopireno, dimetilnitrosamina e amônia.
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Segundo o autor, a corrente principal é mais nociva porque os elementos
tóxicos se concentram na atmosfera pulmonar, que é apenas de 4 a 5,5 litros; os
elementos da corrente secundária se dispersam na atmosfera ambiente, sendo,
portanto sua concentração bem menor, variando conforme as dimensões dos
recintos e condições de aeração. Assim, o monóxido de carbono pode atingir na
atmosfera 100 a 10.000 partes por milhão (o padrão de bom ar é de 9 partes por
milhão).
Continua o autor explicando que as pessoas não fumantes expostas à
poluição tabágica são os fumantes passivos ou involuntários, se o grau de exposição
é avaliado pelos níveis de nicotina ou de seu metabólito, a cotinina, no sangue,
saliva e urina e pelas concentrações séricas de carboxihemoglobina ou ainda pelo
tiocianato na saliva. Fumantes passivos, após quatro horas de permanência em
recintos onde se fuma, podem apresentar valores desses marcadores equivalentes
aos detectados nos que fumaram 1 a 5 cigarros e às vezes até mais.
De acordo ainda com o autor, os efeitos sobre o aparelho respiratório dos
fumantes involuntários variam com as condições da poluição tabágica, com o tempo
de exposição, com a idade e outros fatores. As crianças de baixa idade, por
permanecerem mais tempo no domicílio e por terem o aparelho respiratório mais
sensível, têm maior risco de infecções respiratórias baixas, quando sofrem a
poluição tabágica.
Segundo o autor, as crianças em idade escolar e adolescente, quando se
fuma em seus domicílios, também se verifica maior freqüência de chiado bronquial,
episódios bronquíticos e asmatiformes. Em comparação com as crianças cujos
19
familiares não fumam.
Adultos sadios, quando fumantes involuntários há 15 ou mais anos, estão
mais sujeitos a lesões das pequenas vias respiratórias; os valores de VEF¹ e FEF25-
75% estão com freqüência abaixo do predito, equivalentes aos dos fumantes de 1 a
10 cigarros diários.
Sabe-se segundo o autor que, assim como nos tabagistas, os fumantes
passivos têm elevação de substâncias mutagênicas na urina. Trocas de cromátides
irmãs aumentam significativamente nos indivíduos que nunca fumaram, mas vivem
em ambientes poluídos pelo fumo, durante 10 e mais anos, portanto os fumantes
passivos têm maior risco de contrair câncer de pulmão que os não expostos à
poluição tabágica ambiental.
Conclui o autor que, os novos conhecimentos referidos trazem a evidência
de que o tabaco é mais cancerígeno do que se pensa. Isto porque nos estudos
prospectivos de confronto entre tabagistas e não-tabagistas não se tem levado em
conta que este último grupo está sobrecarregado com fumantes passivos, a
contribuir para elevar os coeficientes.
2.3. Reações do Organismo após a Suspensão do Fumo
Segundo TARANTINO (2002), após vinte minutos a partir do instante em
que se pára de fumar, a pressão arterial, a freqüência cardíaca e a temperatura das
mãos e pés começam a se normalizar. Após oito horas o nível de monóxido de
20
carbono do sangue cai e a oxigenação aumenta. Após vinte e quatro horas os riscos
de um ataque cardíaco começam a diminuir, pois cessa o efeito vasoconstritor da
nicotina.
Após quarenta e oito horas as terminações nervosas começam a se
regenerar. Olfato e paladar ficam mais aguçados. Após setenta e duas horas a
respiração torna-se mais fácil, e a função pulmonar aumenta em até 30% e duas
semanas a três meses a circulação sanguínea atinge níveis melhores e o
condicionamento físico melhora consideravelmente e o sistema imunológico fica
ativo. De um a nove meses a tosse, congestão nasal e fadiga reduzem. O
movimento dos cílios dos brônquios volta à normalidade, diminuindo o risco de
infecções respiratórias e aumenta a capacidade física e mental.
Segundo o autor, em dois anos há a recuperação da maioria das funções
afetadas pelo fumo.
Embora os problemas de saúde possam aparecer depois que a pessoa
abandonou o cigarro, TARANTINO (2002) explica que quem faz isso antes dos
quarenta anos de idade tem boas chances de alcançar a longevidade de um não
fumante.
2.4. Teorias da Acupuntura
Segundo REICHMANN (2002), a acupuntura baseia-se em quatro teorias da
MTC: a teoria yin-yang, a teoria zang-fu, a teoria dos cinco elementos ou
movimentos e a teoria dos meridianos. O conhecimento das teorias fundamentais da
21
MTC é essencial para a compreensão do tratamento auricular ou sistêmico.
2.4.1. Teoria Yin-Yang
De acordo com a autora, o conceito yin-yang sintetiza as duas partes
contraditórias e complementares dos fenômenos da natureza que se relacionam
mutuamente. Pode representar tanto dois fatores opostos, assim como duas partes
que compõem a essência de um aspecto. A teoria yin-yang preconiza que todos os
movimentos ou elementos do universo são formados desses dois elementos
opostos, mas complementares.
Conforme a autora, as propriedades básicas de yin-yang são: Todas as
coisas com tendência a fluir para cima, para fora, como a claridade, a mobilidade, a
excitação, a vitalidade, o calor, a insubstancialidade, as atividades funcionais,
rápidas e claras pertencem ao elemento yang. Por outro lado, todas as coisas com a
tendência de fluir para baixo, para dentro, a obscuridade, a tranqüilidade, a inibição,
o esfriamento, elementos substanciais e pesados pertencem ao elemento yin.
Segundo a autora, a natureza de yin ou de yang não é absoluta, mas
relativa, já que sua existência é determinada por condições interiores. Cada aspecto
compreende duas partes contraditórias, yin e yang. Ambas transformam-se
mutuamente sob determinadas circunstâncias, mas dentro da parte yin e da parte
yang está incluída sua parte oposta, ou seja, dentro da natureza yang está o yin e
dentro da natureza yin está o yang.
Continua explicando a autora, no corpo humano, o interior é yin e o exterior
22
é yang; os órgãos internos dividem-se em yin e yang, ou seja, os cinco órgãos
(coração, fígado, baço-pâncreas, pulmão e rins) são yin e as vísceras (intestino
delgado, vesícula biliar, estômago, intestino grosso, bexiga e triplo aquecedor) são
yang. Mas cada órgão tem uma parte yang e cada víscera tem uma parte yin,
demonstrando que a natureza dos elementos é relativa, não absoluta.
2.4.2. Teoria Zang-fu
De acordo com REICHMANN (2002), a teoria zang-fu trata dos órgãos e das
vísceras do corpo humano e da relação entre eles. Para os chineses existem cinco
órgãos e cinco vísceras fundamentais no corpo humano. Os órgãos são: Coração,
pulmão, baço/pâncreas, rins e fígado.
As cinco vísceras são: Intestino delgado, intestino grosso, estômago, bexiga
e vesícula biliar.
2.4.2.1. Relação entre Zang e Fu
Segundo a autora, as relações entre zang e fu consistem no relacionamento
entre a superfície e o interior do corpo, Os zang (órgãos) representam o yin e
dominam o corpo inteiro, enquanto que os fu (vísceras) representam o yang e
dominam a superfície do corpo. Ambos conectam-se através do sistema de canais
de energia, formando a relação exterior/interior. A enfermidade em uma víscera pode
causar dano a um órgão e vice-versa. Ambos o zang e o fu correspondente podem
sofrer da mesma enfermidade.
23
Conforme a autora, as relações interior/exterior são:
- Coração e intestino delgado;
- Baço-pâncreas e estômago;
- Pulmão e intestino grosso;
- Rins e bexiga;
- Fígado e vesícula biliar.
De acordo com a autora, além dos cinco órgãos e cinco vísceras
mencionados, inclui-se o pericárdio como sexto órgão e o triplo aquecedor como a
sexta víscera, na acupuntura sistêmica.
2.4.3. Teoria dos Cinco Elementos ou Cinco Movimentos
Segundo REICHMANN (2002), os chineses antigos perceberam, através da
prática e da vida, que o fogo, a terra, o metal, a água e a madeira eram
fundamentais na constituição da natureza e do ser humano. Á medida que foram se
aprofundando em conhecimento material, idealizaram a teoria dos cinco elementos.
Essa teoria relata as características dos cinco elementos da natureza, as relações,
as atividades e as mudanças que ocorrem entre eles. Com essa teoria, os chineses
antigos sintetizaram o conhecimento do mundo material.
Conforme a autora, a teoria dos cinco elementos, portanto, sustenta que a
natureza é constituída por cinco substâncias: fogo, terra, metal, água e madeira. O
desenvolvimento e as mudanças de todas as coisas e de todos os fenômenos são
resultado do movimento contínuo, da geração desses elementos ou da dominância
24
ou contradominância entre os mesmos. Continua a autora, na MTC, aplica-se essa
teoria principalmente ao explicar-se às características fisiopatológicas dos órgãos
internos e dos tecidos do corpo, nas relações fisiopatológicas entre eles e nas
relações entre o corpo e o meio ambiente que são sempre mutantes. Portanto a
teoria dos cinco elementos pode servir de guia para o diagnóstico e para o
tratamento.
2.4.3.1. Conteúdo principal da teoria dos cinco elementos
Segundo a autora, cada um dos cinco elementos tem suas próprias
características: o fogo, quente, flui para cima; a terra produz e transforma; o metal
tem a característica de purificar e ser sólido; a água, fria e úmida, de fluir para baixo;
a madeira tem como característica o crescimento, a característica de se desenvolver
e de se estender livremente.
2.4.3.2. Aplicação da teoria dos Cinco Elementos na MTC
De acordo com a autora, a MTC sintetiza, de acordo com as propriedades
dos Cinco Movimentos, as características fisiológicas dos cinco órgãos:
- O coração controla os vasos sangüíneos, fazendo com que o sangue
aqueça e nutra todo o corpo, similar à natureza do fogo;
- O baço-pâncreas encarrega-se de transformar e de transportar o alimento
e a água, fonte dos nutrientes; tem, portanto a natureza da terra;
25
- O pulmão purifica o ar, fazendo-o descer e ter a propriedade do metal,
portanto o pulmão está associado ao metal;
- Os rins armazenam a essência que nutre o yin do corpo todo e controlam a
circulação da água, regulando o equilíbrio dos líquidos orgânicos, com propriedades
similares às da água;
- O fígado tem a natureza de subir, estender-se livremente e controlar a
drenagem, características similares às propriedades da madeira, razão pela qual o
fígado está ligado à madeira.
2.4.4. Teoria dos Meridianos
Segundo REICHMANN (2002), além do aspecto físico, que pode ser
observado pelo terapeuta, o corpo também informa sobre problemas internos
através da dor. Por exemplo: se for registrada dor em uma determinada área do
corpo, pode-se vincular a dor a um órgão específico, considerando-se o fato de que
os nervos que irrigam a parte dolorosa são os mesmos que irrigam determinado
órgão.
Durante os muitos séculos de prática de acupuntura, descobriu-se que há
milhares de pontos no corpo que podem ser usados como pontos de diagnóstico e
tratamento. Esses pontos não existem isolados. Eles formam cadeias através do
corpo e são denominados de meridianos ou canais de energia. No corpo humano
pode-se diagnosticar se um paciente tem deficiência cardíaca ou renal seguindo as
linhas dos meridianos.
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Conforme a autora, de acordo com a medicina chinesa, a energia vital ou Qi
deve fluir livremente através dos meridianos para uma pessoa ser saudável e sentir-
se bem. Se a energia Qi for bloqueada, haverá escassez ou excesso de energia em
determinados pontos, provocando distúrbios, dores ou doenças.
Os meridianos ordinários são em número de doze e formam linhas invisíveis
que estão ligadas ou associadas aos doze órgãos e vísceras principais. Os
meridianos formam pares, percorrendo os dois lados do corpo. Por ex.: temos um
meridiano do estômago do lado esquerdo e outro do lado direito do corpo.Refere-se
aos mesmos, no entanto, no singular. Refere-se aos meridianos no singular também
quando existe um par de órgãos responsável pela mesma função, tais como os rins
e os pulmões.
2.4.4.1. Meridianos Yin (órgãos), segundo a autora.
- Meridiano do coração;
- Meridiano do baço-pâncreas;
- Meridiano do pulmão;
- Meridiano do rim;
- Meridiano do fígado;
- Meridiano do pericárdio.
2.4.4.2- Meridianos Yang (vísceras), segundo a autora.
- Meridiano do intestino delgado;
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- Meridiano do estômago;
- Meridiano do intestino grosso;
- Meridiano da bexiga;
- Meridiano da vesícula biliar;
- Meridiano do triplo aquecedor
De acordo com a autora, os meridianos Yin e Yang dividem-se em:
- Três meridianos yin dos membros superiores: partem do tórax, dirigem-se
para cima, pela parte interna do braço, até a ponta dos dedos; do dedo mínimo para
o polegar, eles são: os meridianos do coração, do pericárdio e do pulmão;
- Três meridianos yang dos membros superiores: partem das pontas dos
dedos, seguem pela parte externa do braço, até o rosto; do dedo mínimo para o
polegar, eles são: meridianos do intestino delgado, do triplo aquecedor e do intestino
grosso;
- Três meridianos yin dos membros inferiores: partem dos dedos dos pés,
sobem pelo lado interno das pernas, passam pelo abdômen, terminando na frente do
tórax, perto da origem de yin superior; da parte posterior para a parte anterior, eles
são: os meridianos do rim, do baço-pâncreas e do fígado, no início, e depois do F6 e
antes do BP8, os meridianos do rim, do fígado e do baço-pâncreas;
- Três meridianos yang dos membros inferiores: partem da cabeça, descem
ao longo do corpo, pela parte frontal, lateral e posterior da perna até os pés; da parte
frontal para a parte posterior, eles são: os meridianos do estômago, da vesícula biliar
28
e da bexiga.
Segundo a autora, a resistência elétrica da pele sobre pontos de tratamento
dos meridianos é ligeiramente reduzida, em comparação com a pele ao redor.
Ocasionalmente pode-se ver uma linha esbranquiçada ou de tom púrpura ou mesmo
inchaço ao longo do meridiano que está vinculado ao órgão acometido. Quando uma
agulha de acupuntura é inserida em um paciente sensível, este notará que algo
acontece ao longo do meridiano, correndo em uma direção determinada. Tal fato é
mais facilmente notado em um meridiano acometido do que em um meridiano são.
29
3. TEORIA GERAL DA AURICULOTERAPIA
Para NEUYEN (1980), a auriculoterapia é um ramo da acupuntura que se
destina ao tratamento das enfermidades físicas e mentais através de estímulos em
pontos específicos do pavilhão auricular. Cada orelha apresenta ponto de reflexo
correspondente a todos os órgãos e funções do corpo humano.
Segundo o autor, através da sensibilização desses pontos auriculares, com
agulhas de acupuntura, o cérebro recebe um impulso que desencadeia uma série de
fenômenos físicos relacionados com a área do corpo correspondente, produzindo a
cura.
Continua o autor explicando que a auriculoterapia segue praticamente o
mesmo sistema de diagnóstico das terapias convencionais, ou seja, anamnese,
exames clínicos e laboratoriais, radiografia e outros.
Segundo o autor, o uso da auriculoterapia é compatível com as demais
formas de tratamento, sem efeitos colaterais, desde que o diagnóstico seja correto e
os programas de tratamento bem dimensionados.
30
3.1. Anatomia do Pavilhão Auricular
Segundo de SOUZA (1991), a anatomia do pavilhão auricular se compõe de:
Topografia; estrutura; nervos; artérias e veias e correlação dos pontos
auriculares.
3.1.1. Topografia
Segundo de SOUZA (1991), o pavilhão auricular, ou simplesmente orelha,
tem uma anatomia peculiar o que faz com que alguns autores ensinem ter ele a
semelhança de um feto, e com isso nasceu a relação da orelha com os órgãos do
corpo. Porém, a teoria mais concreta baseia-se nos feixes e terminações nervosas
da orelha e na relação destas com o cérebro.
Segundo o autor, são 22 as zonas anatômicas da orelha.
- Lóbulo;
- Anti-trago;
- Anti-hélix;
- Hélix;
- Sulco da escafa;
- Raiz superior do anti-hélix;
- Raiz inferior do anti-hélix;
- Raiz do hélix;
31
- Incisura supra-trágica;
- Trago;
- Incisura intertrágica;
- Conduto auditivo externo;
- Concha cava;
- Concha cimba;
- Fosseta navicular (ou fossa triangular);
- Lóbulo do dorso do pavilhão;
- Dorso do hélix;
- Sulco dorsal do hélix;
- Dorso inferior;
- Dorso médio;
- Dorso superior;
- Sulco dorso-parietal.
3.1.2. Correlação dos pontos auriculares
Segundo DE SOUZA (1991) a correlação dos pontos auriculares são:
- Lóbulo: Face, olhos, maxilar, mandíbula, palato mole e duro, cavidade oral,
amídalas, língua, ouvido interno;
- Anti-trago: Cabeça, fronte, parótidas e tronco cerebral;
- Incisura intertrágica: Glândulas endócrinas, ovários, testículos e nervos
oculares;
32
- Anti-hélix: Coluna, vértebras, tronco, pescoço, abdômen, tireóide, mamas e
tórax;
- Raiz inferior do anti-hélix: Região glútea, ciático, simpático, cóccix e
cavidade pélvica;
- Raiz superior do anti-hélix: Membros inferiores, cóccix e quadril;
- Fossa triangular: Pélvis, sistema reprodutor e próstata;
- Escafa: Membros superiores, clavícula e ombro;
- Trago: Nariz, supra-renal e vícios;
- Concha cava: Tórax e abdômen;
- Concha cimba: Órgãos abdominais;
- Raiz do hélix: Sistema digestivo e diafragma;
- Dorso auricular : Mesma disposição da face da orelha e pontos auxiliares.
3.1.3. Aspectos Neurológicos da Orelha
Segundo DE SOUZA (1991), o pavilhão auricular, em suas faces anterior e
33
posterior, é sulcado por inúmeros filetes nervosos e por uma circulação sangüínea
constituída por uma malha de vasos capilares os quais são em maior número na
superfície, enquanto os filetes nervosos são mais profundos.
Segundo o autor, são quatro pares de nervos que o pavilhão auricular
recebe, que são distribuídos entre a face e o dorso auricular. Cada par se subdivide
em quatro pares sensitivos e um par motor.
Continua o autor explicando que na face anterior do pavilhão os nervos
sensitivos originam-se no nervo trigêmeo, dando origem ao ramo do nervo patético e
do nervo supraorbital, os quais se distribuem pela região craniana anterior. A malha
do nervo zigomático-temporal se distribui pelo osso temporal. O terceiro filete
auriculotemporal pela parte lateral do crânio, pelo pavilhão auricular e pelo conduto
auditivo externo.
Segundo o autor, o filete do nervo motor correspondente ao ramo temporal
do nervo facial, que enerva os músculos anteriores da aurícula e o músculo frontal.
De acordo com ORLEY (1994), no dorso da aurícula estendem-se os nervos
sensitivos centrípetos da face posterior, os quais se origina no plexo cervical, além
dos grandes nervos auriculares e dos pequenos nervos occipitais. Estes se
ramificam pela região inferior da face auricular inferior e dorso auricular. Também
região lateral e posterior do crânio.
Segundo o autor, os ramos nervosos do dorso auricular e da parede anterior
do conduto auditivo tem uma pequena sub-ramificação que se integra ao nervo
aurículo-temporal. O nervo vago se expande pela região auricular posterior e
34
pela parede inferior do conduto auditivo externo.
Continua o autor explicando que o trigêmeo e o pneumogástrico constituem
os nervos cranianos sensitivo-motores. O ramo tronco cerebral e grande acústico
são provenientes da medula espinhal.
Segundo o autor, o nervo aurículo-temporal emerge do tronco terminal
posterior do trigêmeo. O nervo pneumogástrico enerva o sistema muscular da
orelha. O nervo auditivo apresenta três ramificações que abrangem o pavilhão
auricular.
3.1.4. Diagnóstico
Segundo LEE (1989) a Auriculoterapia faz uso de diagnósticos clínicos, bem
como dos alternativos, conforme será descrito a seguir.
3.1.4.1. Diagnóstico clínico
O diagnóstico clínico de acordo com LEE (1989) é composto de: Anamnese;
exame físico; exames complementares: exames laboratoriais, anatomia patológica,
radiografia, eletrocardiograma, tomografia computadorizada e cintilografia.
3.1.5. Reflexo aurículo cardíaco - RAC
Para ORLEY (1994) o RAC se traduz num diagnóstico de pulsologia, onde
verifica-se alterações do pulso ao se colocar no referido ponto um estilete de metal
35
ou a ponta de uma agulha.
Qualquer variação seja ele de ritmo, profundidade, velocidade é uma
possível alteração no órgão ou sistema do corpo correspondente.
3.1.6. Método de inspeção - Aurículo diagnóstico
Segundo ORLEY (1994), na observação macroscópica do pavilhão auricular
certifica-se se não houve manipulação anterior, a fim de que sejam mantidos o
brilho, a cor e formas naturais. A inspeção se faz na luz natural e qualquer resíduo
deve ser retirado, sem que juntamente com ele substâncias reativas importantes no
diagnóstico.
Inicia-se então a inspeção vistoriando as posições anatômicas do pavilhão
auricular área por área e verificando qualquer manifestação.
A inspeção deve abranger os dois pavilhões, simultaneamente, comparando-
os.
ORLEY (1994) explica que as variações individuais devem ser
consideradas, assim como mudanças de tempo e clima que podem influenciar a
inspeção. A cor e o brilho da orelha são diferentes nos idosos, nas crianças e nos
trabalhadores de ambientes internos e externos. No auge do verão ou no ápice do
inverno a cor da pele também sofre alteração.
Segundo o autor, quando um órgão ou suas funções apresentam algum
36
distúrbio, a área auricular correspondente sofre uma alteração pigmentaria,
apresentando manchas, tubérculos, vascularizações, secura ou maior secreção
sebácea. São sinais característicos da existência de desequilíbrio.
O aurículodiagnóstico complementa o diagnóstico clínico, fornecendo
informações sobre o estado do paciente. Baseia-se nos sinais patognomônicos,
indicativos da existência de processo patológico, em atividade ou não, atual, crônico
ou tendencial.
Apresentam-se de diversas formas, das quais as mais comuns segundo
ORLEY (1994), são:
- Modificações de pigmentação: Palidez, indicando deficiência orgânica, o
procedimento indicado nesses casos é a tonificação dos pontos auriculares; eritema,
indicando hiperatividade funcional, o procedimento indicado é a aplicação de
estímulos de sedação à área auricular atingida; manchas senis ou condensação de
melanina, indicando incidência de problemas crônicos, a prescrição é a tonificação
da área reflexional atingida.
- Modificações morfológicas: Ressecamento da pele, indicando enfermidade
crônica, exigindo um estímulo de tonificação; exsudação sebácea, indicando
enfermidade de natureza sub-aguda, exigindo estímulo de sedação; sudorese,
indicando tendência a doenças degenerativas, tonificam-se os pontos onde houver
esse sinal; cistos e tubérculos, indicando patologia aguda, no caso de existência da
enfermidade deve-se fazer sedação nesses pontos, não havendo sintomas tonifica-
se os pontos; pêlos e escamações indicam, o primeiro caso, degeneração senil e o
37
segundo, enfermidade crônica, a indicação é a tonificação dos pontos.
- Modificações de sensibilidade: Hiperestesia, indicando enfermidades
agudas e subagudas, com indicação de sedação; hipoestesia, indicando
enfermidade crônica, exigindo conduta de sedação.
3.1.6.1. Método de pressão dolorosa na estimulação dos pontos auricular
Segundo ORLEY (1994), através de um estilete de madeira ou de metal, de
ponta macia faz-se uma pressão sobre o ponto auricular, onde a dor deverá
manifestar-se, sendo este correspondente à alteração do órgão ou região correlata.
O estilete deve ser usado de modo suave, de forma lenta, permitindo ao
paciente apreciar e comparar a sensação dolorosa. A força deve ser uniforme.
Pressiona-se em ordem seqüencial os pontos, seguindo o bordo do outro de perto,
para evitar ultrapassar pontos que possam reagir positivamente. A pressão uniforme
previne a localização de pontos falsamente positivas à dor, pois este método deve
ser aplicado bilateralmente.
Conforme ORLEY (1994), o ponto doloroso supostamente patológico, à
pressão traduz uma sensação insuportável de dor aguda, inflamação, distensão,
parestesia, irradiando de dentro para fora quando pressionada. A dor à pressão
quando falsa (normal), é geralmente curta e suportável.
Algumas vezes a área de pressão dolorosa é grande, podendo influenciar
outros pontos auriculares próximos. Deve-se neste caso adotar o método
38
comparativo para verificar o ponto mais hipersensível à pressão.
3.1.7. Mecanismos de ação da auriculoterapia
Segundo ORLEY (1994), a neuroanatomia e a neurofisiologia não nos
fornecem respostas completas para entendermos o mecanismo de ação da
auriculoterapia. A grande pergunta seria: qual a conexão entre o ponto da aurícula e
um membro ou órgão separados pela distância?
O Dr. Willian Love, em sua obra “Introduction To Acupunture Anaesthesia”,
(apud ORLEY, 1994), explica que a aurícula possui inervação vasta, obtida pelos
dois nervos trigêmeos, facial e vago, os auriculares maiores e os occipitais maiores e
menores.
Para ORLEY (1994), essas inervações quando estimuladas por agulhas ou
pressão manual, sensibilizam regiões do sistema nervoso central. O estímulo
auricular põe em atividade uma série de reflexos condicionados. Os pontos
auriculares integram um circuito com capacidade reacional, formando uma teia de
ligações dentro do córtex cerebral. Isto explica os reflexos longos hipodiencefálicos e
corticoencefálicos que terminam por agir sobre a formação reticulada do sistema
nervoso central. Com isto ocorre uma melhora sensível do tônus do sistema nervoso
e da reatividade do sistema neuro-vegetativo.
Segundo LEE (1989), a aplicação de um estímulo auricular, mesmo sendo
débil, acelera uma série de reflexos que provocam reações imediatas ou demoradas,
temporárias ou permanentes, passageiras ou definitivas, todas elas de natureza
39
terapêutica.
3.1.8. Base fisiológica do mecanismo de ação
3.1.8.1. Segundo a Medicina Tradicional Chinesa
Segundo LEE (1989), através dos meridianos principais e secundários
(canais de energia sistêmica) o yin-yang chega à aurícula e constitui um sistema de
reunião de energia vital. Quando pontos auriculares com alteração ou desequilíbrio
faz com que o ponto correspondente no sistema de meridianos também apresente
desequilíbrio.
3.1.8.2. Teoria da neurofisiologia de Pavlov
Segundo ORLEY (1994), o pavilhão auricular apresenta áreas e
pontos de inervação provenientes das raízes de C2 e C3, do nervo trigêmeo, do
nervo facial e do nervo simpático, que regem a sensibilidade e motricidade da face,
cabeça, garganta, brônquios, esôfago e órgãos internos do tórax e abdômen. Suas
ações são unificadas e regularizadas pelo córtex cerebral, o que pode explicar a
ação reflexa da orelha sobre o corpo, e seus resultados terapêuticos. Os ramos
nervosos do pavilhão auricular refletem o estado fisiológico do organismo.
Segundo Pavlov, explicado por LEE (1989), se a enfermidade ocorre em
certo ponto do organismo, o sistema nervoso central a registra com uma “reação
má”, trocando a nutrição nervosa local em aporte negativo, o que pode produzir uma
sintomatologia de caráter crônico. O estímulo reflexo da orelha altera esse estado da
recuperação da nutrição nervosa, o que aumenta a ação defensiva.
40
Em resumo, NEUYEN (1980), explica que o aparecimento de uma doença
faz com que haja, no córtex, um reflexo que o obriga a encontrar os suprimentos
energéticos de características semelhantes ao produzido pela enfermidade, o que
leva a um aumento sensível do problema patológico. Com o estímulo auricular o
córtex cerebral aumenta o volume de energia nutricional do mesmo tipo que o
ocorrente através da enfermidade, o que leva ao fenômeno definido “similia simibilus
curanter”. Apenas esse fenômeno é mais rápido e não provoca a exacerbação dos
sintomas, a não ser em raras exceções.
3.1.8.3. Mecanismo de ação sob ponto de vista fisiopatológico de Pavlov
Para ORLEY (1994) todo órgão tem relações diretas com o sistema nervoso
central e, em particular, com o córtex cerebral. Na enfermidade ocorre desequilíbrio
da energia nutriz. A evolução da enfermidade faz aumentar a má estimulação do
córtex, resultando em má circulação da energia a nível de córtex. Ao pinçar o
pavilhão auricular, ocorre uma estimulação à recirculação.
Segundo o autor, a seguir, o influxo nervoso, tanto aferente quanto eferente
a nível do córtex, se torna normal, melhorando a função de nutrição. No órgão
aumenta a força de resistência ante a agressão da doença, e então tem-se o efeito
terapêutico.
3.1.9. Material e técnica de procedimento
3.1.9.1. Agulhas de acupuntura
De acordo com YAMAMURA (2001) as agulhas de acupuntura para
41
aurículoterapia podem ser as mesmas de acupuntura sistêmica. O mais comum é o
uso de agulhas de 1,5 a 3 cm de comprimento, dependendo da facilidade de
manipulação.
Segundo o autor, pode-se usar o sistema de implante de agulhas fixas, ou
esferas, estas podendo ser de ouro ou prata. As esferas de ouro são utilizadas para
tonificação e as de prata para sedação. As sessões podem ter duração de 30 a 60
minutos.
3.1.9.2. Manipulação
De acordo com YAMAMURA (2001), feita à localização dos pontos pelos
métodos de diagnóstico, são eles assinalados com lápis dermográfico ou caneta
esferográfica.
Segundo o autor, deve-se proceder à assepsia da aurícula para evitar
infecções. Este procedimento antecede a localização dos pontos. A assepsia pode
ser feita com algodão ou cotonete embebido em álcool 96° gl, álcool iodado ou éter
sulfúrico.
Para introduzir a agulha no ponto, YAMAMURA (2001) explica que podem
ser usados os seguintes recursos:
- Mandril: São tubos de aço inoxidável. A agulha de acupuntura é introduzida
neste tubo com a ponta localizada sobre o ponto auricular. Um leve toque no cabo
da agulha introduzirá esta na profundidade de estimulação suficiente;
42
- Aplicador manual: Existem aplicadores mecânicos que introduzem a agulha
no ponto auricular ao disparo de uma mola;
- Introdução direta: Prende-se a agulha com o polegar e o indicador da mão
esquerda, entre o cabo e a lâmina. Com o indicador direito aplica-se um ligeiro golpe
no cabo e a agulha será introduzida na pele. Dependendo da força que se aplica à
agulha entrará cerca de 1mm, devendo o acupunturista proceder à manipulação.
No caso das agulhas fixas ou esferas, a manipulação deve ser feita com
uma pinça e em seguida fixadas com fita adesiva.
3.1.9.3. Aplicação
De acordo com YAMAMURA (2001), a aplicação da auriculoterapia obedece
à disposição anatômica dos órgãos e regiões do corpo humano. Assim, fígado,
vesícula biliar, apêndice, cólon ascendente, regiões e órgãos do hemisfério corporal
direito devem ser tratados na aurícula direita. Baço, pâncreas, coração, cólon
descendente e outros órgãos e regiões do hemisfério esquerdo, serão tratados na
aurícula esquerda. Órgãos duplos terão tratamento na aurícula homolateral ao
problema a ser tratado. Os demais órgãos, situados ao centro do corpo podem ser
tratados em qualquer das aurículas. Nas seqüelas de acidentes neurológicos, o
tratamento será realizado na aurícula direita.
Segundo o autor, o estímulo auricular por agulhas procura tonificar ou sedar
os órgãos e regiões do corpo. Usa-se a tonificação, quando houver manifestação de
43
deficiências, fraquezas, hipofunções, falta de energia. A sedação diminui a atividade,
reduz a função; seda dores e febres. Deve-se procurar estimular durante pouco
tempo (1 a 3 minutos), repetindo-se a manipulação após pequeno intervalo.
Continua o autor explicando que a profundidade da aplicação produz
tonificação ou sedação do ponto. Aplicando-se agulha superficialmente (até 1,5
mm), obtêm-se uma ação tonificante. Maior profundidade produz maior sedação.
Segundo o autor, a razão da tonificação ou sedação baseada na
profundidade das agulhas está na disposição dos vasos sangüíneos e da malha de
filamentos nervosos. A vascularização por capilares é maior na superfície do
pavilhão auricular enquanto que a rede de filamentos nervosos é localizada mais
profundamente então uma aplicação superficial das agulhas estimula mais a área
circulatória e esse estímulo intensifica o reflexo de tonificação.
De acordo com LEE (1989), a aplicação profunda estimula mais a malha de
filamentos nervosos e este reflexo ao ser liberado ao sistema nervoso central,
provoca sedação. A ação tonificante ou sedativa das agulhas auriculares pode ser
intensificada tanto pela vibração manual no sentido vertical como pelo uso de
aparelhos de eletroterapia que conectados os eletrodos às agulhas reforçam o
aspecto do estímulo.
Segundo o autor, a aplicação correta quanto à profundidade e posição, faz
com que o paciente relate a sensação, quase que imediata, no pavilhão auricular
podendo ser de ardor, calor, frio e pressão, o que demonstra que a técnica de
manipulação está sendo eficaz.
44
3.1.9.4. Agulhas permanentes
De acordo com LEE (1989), trata-se da colocação de uma pequena agulha
especial no ponto localizado. Uma vez inserida, deve ser fixada com fita adesiva e
permanecer no local o tempo estipulado pelo tratamento. Deste modo, a estimulação
conseguida não será interrompida.
- Indicações: Segundo LEE (1989), em pacientes com contínuos sintomas de
sua enfermidade, que ao perceberem os primeiros sinais de ocorrência devem
exercer pressão sobre as agulhas, aprofundando-se, ou seja, uma auto estimulação;
- Permanência: Segundo LEE (1989), geralmente o período de permanência
é de sete dias. Passados estes introduzem-se outras em outros pontos de
correspondência. A qualquer sinal de reação inflamatória deve-se retirar as agulhas;
- Reações normais: Segundo LEE (1989), à medida que se dá aplicação
auricular é possível que o paciente experimente certas sensações, quer no pavilhão,
quer nos órgãos ou regiões correspondentes. Ao ocorrerem, será preciso averiguá-
las e concluir quanto ao grau de sua normalidade, pois este traduz a eficiência ou
não do tratamento.
Segundo LEE (1989), as sensações inerentes ao pavilhão são:
- Calor: Ocorre na grande maioria dos pacientes, e significa um bom
sintoma;
45
- Parestesia: É um sinal de êxito no tratamento;
- Dor: Quanto maior a exatidão do ponto a ser tratado, mais intensa será a
dor. Experimenta-se uma sensação de ardor de dentro para fora, que passa em
poucos minutos. Logo após o paciente relata um bem estar geral.
As sensações próprias dos órgãos ou regiões correlatas segundo LEE
(1989), são:
- Calor: Evidencia-se em pacientes com enfermidades crônicas;
- Parestesia: Ocorre na maioria das enfermidades crônicas;
- Dor: Sente-se na região ou órgão afetados nos primeiros minutos de
aplicação, aliviando paulatinamente;
- Frio: Comum em pacientes com enfermidade crônica;
- Movimentos ondulatórios do corpo: Aparecem comumente em
enfermidades do aparelho digestivo;
- Formigamento: Comum em alterações dermatológicas;
- Sensação de vazio total: Comum em hipertensos;
46
- Garganta seca: Sensação produzida quando se empregam pontos de
secreção glandular, devido ao fato de interromper temporariamente o funcionamento
das glândulas salivares.
3.1.9.5. Indicações e contra-indicações da aurículoterapia
Segundo LEE (1989), a auriculoterapia pode ser aplicada em pacientes de
qualquer idade ou estado físico, a qualquer hora do dia ou noite.
Para NEUYEN (1980), as aplicações auriculares não estão indicadas para
mulheres antes do quinto mês de gestação ou naquelas onde os abortos
espontâneos são freqüentes. Do quinto ao nono mês de gestação não devem ser
empregados os pontos do ovário, útero, secreção glandular, abdômen e pelve.
Segundo o autor, não devem ser efetuadas também em casos nos quais o
pavilhão auricular se encontre em processo inflamatório, sendo necessário esperar
até que o mesmo se normalize completamente.
3.1.9.6. Procedimentos clínicos
Segundo LEE (1989), nos procedimentos de auriculoterapia é aconselhável
seguir algumas regras para que se obtenha do paciente toda a cooperação para
uma terapia exitosa.
De acordo com o autor programa-se o tratamento a partir do diagnóstico que
o paciente traz. Mesmo que já venha com diagnóstico clínico definido, o terapeuta
47
deve ouvir as queixas do paciente para formar um quadro geral do seu estado, após
o que procederá ao aurículo diagnóstico.
Para NEUYEN (1980), as observações feitas por este método não devem
ser transmitidas ao paciente para evitar-lhe o stress. As conclusões do aurículo
diagnóstico devem ser anotadas no prontuário do paciente dando-se atenção aos
sinais que indiquem enfermidades agudas ou subagudas, para que sejam tratadas
junto com o que indica o diagnóstico clínico ou a queixa principal do paciente. Os
sinais diagnósticos de enfermidades de natureza crônica não são levados ao
tratamento enquanto houver sinais que indique doenças agudas ou subagudas.
Segundo LEE (1989), após esses procedimentos o auriculopuntor procurará
escolher os pontos a serem tratados, iniciando-se pelos relacionados com as
queixas do paciente e com o diagnóstico clínico, se houver. Dois detalhes são
importantes, nesta etapa: verificação da aurícula a ser tratada (direita ou esquerda) e
escolha de pontos que exijam uma aplicação bilateral.
Segundo o autor, na seqüência do tratamento são puncionados os “pontos
diagnósticos” agudos e subagudos e por último, os “pontos diagnósticos” que
indiquem doenças e que sejam mais salientes.
LEE (1989) explica que no retorno do paciente ao tratamento, insere-se no
prontuário do paciente, as informações sobre resultados obtidos, realiza-se novo
aurículodiagnóstico, procede-se à nova escolha de pontos, realizando-se os
procedimentos já indicados.
48
3.1.10. Localização dos pontos
3.1.10.1. Pontos do lóbulo
Segundo CHAO (1976), os pontos devem ser pontuados para compreensão
da anatomia básica. Os pontos são os seguintes:
- Hélix - Localiza-se na extremidade inferior do lóbulo. Seu reflexo é sobre o
córtex cerebral;
- Língua-boca - Ponto situado no meio da 2ª área;
3.1.10.2. Pontos do trago
Segundo CHAO (1976), os pontos do trago são:
- Nariz interno - Situado na face interior do trago, em posição oposta ao
ponto nariz externo. Para aplicação de acupuntura, deve-se levantar o trago com o
dedo ou cotonete;
- Vícios - Ponto situado a 2mm abaixo do ponto nariz externo, na mesma
linha do ponto sede;
3.1.10.3. Pontos da incisura supratrágica
Segundo CHAO (1976), o ponto é:
49
- Ponto do coração - Situado no meio do espaço entre o ponto da sede e do
ouvido externo.
3.1.10.4. Pontos do anti-trago
Segundo CHAO (1976), o ponto é:
- Cerebelo - Ponto situado na curva do antítrago, quase na raiz do anti-hélix.
Fica no meio do espaço entre a borda do anti-trago e a concha cava;
3.1.10.5. Pontos da raiz inferior do anti-hélix
Segundo CHAO (1976), o ponto é:
- Simpático - Ponto situado no meio da raiz inferior abaixo da membrana do
hélix;
3.1.10.6. Pontos da fossa triangular
Segundo CHAO (1976) os pontos são:
- Shen-men - Ponto situado no vértice do ângulo formado pela raiz inferior e
a raiz superior do anti-hélix. Neste ponto auricular a aplicação da agulha é profunda,
isto é, mais de 2mm. Quanto mais se aprofundar a agulha, mais intenso é o reflexo e
maior a resposta do sistema nervoso central;
50
- Depressão - Ponto situado no ângulo superior da fossa, na linha da borda
interna do hélix;
3.1.10.7. Pontos da raiz do hélix
Segundo CHAO (1976), o ponto é:
- Diafragma - Ponto situado a 2mm do início da raiz do hélix numa mesma
linha vertical que passa pelo ponto pingchuan na fossa triangular.
3.1.10.8. Pontos da região periférica da raiz do hélix
Segundo CHAO (1976), o ponto é:
- Cavidade oral - Ponto situado entre o meato do conduto auditivo externo e
a raiz do hélix;
3.1.10.9. Pontos da concha cimba
Segundo CHAO (1976), o ponto é:
- Relaxamento muscular - Ponto situado no limite da concha cimba com a
concha cava, no espaço medial entre o ponto baço (fígado) e estômago.
51
3.1.10.10. Pontos da concha cava
Segundo CHAO (1976), os pontos são:
- Coração - Ponto situado no centro da concha cava, numa mesma linha que
liga o vértice do anti-trago com o shen-men;
- Pulmão superior - lobo esquerdo - Ponto situado a 1mm acima do coração
e na mesma linha deste;
- Pulmão inferior - lobo direito - Ponto situado a 1mm abaixo do ponto
coração e na mesma linha deste;
- Brônquios - Ponto situado ao nível do ponto coração e a 1mm deste em
direção ao meato auricular;
- Traquéia - Ponto situado ao nível do ponto brônquios e a 1mm deste em
direção ao meato auditivo;
- Metabolismo - Ponto situado a 2mm do ponto endócrinas, na incisura
intertrágica;
- Laringe-faringe - Ponto situado a 1mm abaixo do ponto cavidade oral, e a
1mm da borda do meato auditivo;
3.1.10.11. Pontos do dorso auricular
Segundo CHAO (1976), os pontos são:
52
- Encéfalo - Ponto situado no vértice superior da aurícula, na altura do ponto
reflexo cerebral do hélix;
- Tronco cerebral - Ponto situado na borda posterior do hélix, na altura do
sulco inferior do tubérculo do hélix, ao nível do ponto fígado yang 1;
- Pulmão - Ponto situado a 3mm do ponto costas e a 1mm do sulco do dorso
auricular;
- Asma e tosse - Ponto situado a 2mm do ponto lombalgia e no meio da
borda posterior do hélix;
- Ansiedade 1 - Ponto situado na junção do lóbulo com o dorso da aurícula,
na altura da inserção do lóbulo ao músculo do pescoço;
- Ansiedade 2 - Ponto situado à cerca de 5mm abaixo de ansedade 1. E na
mesma linha desta;
- Coração - Ponto situado no mesmo nível do alvéolo renal e na metade da
distância deste com o sulco do dorso auricular;
- Região bucofaríngea - Ponto situado no meio do dorso auricular, ao nível
da raiz do hélix, na face anterior da orelha;
- Vias respiratórias superiores - Ponto situado a 1mm do sulco dorsal da
aurícula, a 1mm acima do nível do ponto medula espinhal;
53
- Imunologia - Ponto situado no mesmo nível do ponto cefaléia 3, na mesma linha do
dorso auricular com a cabeça;
54
4. ACUPUNTURA E TABAGISMO
Segundo CHING (1989), o vício, ou dependência a alguma substância, pode
ser fisiológico ou psicológico, ou provavelmente uma combinação de ambos. Os
mecanismos precisos do vício ainda não estão bem esclarecidos. Algumas formas
parecem depender da composição bioquímica do indivíduo, como também de traços
específicos da personalidade.
Para NEUYEN (1980), a habilidade da auriculoterapia em minimizar os
sintomas da retirada do tabaco, combinada com seu indubitável papel de apoio
psicológico, toma a acupuntura um instrumento útil em tal empreendimento.
Para LEE (1989) e NEUYEN (1980), desde a descoberta das substâncias
analgésicas de ocorrência natural no corpo (endorfinas e encefalinas), parte do
mecanismo pelo qual a acupuntura ajuda no alívio dos sintomas de remoção do vício
tem se tornado mais claro. Se o corpo contém receptores de morfina, então ele deve
ser capaz de produzir seus próprios compostos com efeitos semelhantes ao da
morfina. As endorfinas tem sido encontradas em muitos tecidos do corpo, como o
cérebro, glândula pituitária, glândulas supra-renais, sistema gastrointestinal e
55
circulando no como. Estas substâncias não são idênticas, mas são todas peptídeos
endógenos, cuja produção pode ser estimulada pela acupuntura. Segue-se a
hipótese de que um dos efeitos da acupuntura no viciado seja o de reduzir sua
necessidade da droga exógena, permitindo que seu como produza a sua própria.
Esta não é a única causa dos benefícios da acupuntura, mas é um ponto de
partida racional. O efeito calmante e sedativo bem estabelecido da acupuntura,
juntamente com o importante apoio psicológico e natureza tangível do tratamento
pela acupuntura também são de importância.
Segundo os autores, constitui um auxílio, reforçando a própria vontade do
indivíduo em alcançar sucesso, e freqüentemente na redução acentuada dos
sintomas desagradáveis da retirada das substâncias do fumo.
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5. HISTÓRICO DA ACUPUNTURA AURICULAR
Segundo PEREIRA (2000), a acupuntura é um dos recursos terapêuticos
mais importantes da Medicina Tradicional Chinesa, por ter papel primordial não só
na prevenção e no tratamento de doenças, como também na promoção da saúde.
De acordo com o autor, este tipo de terapia tem sido praticado na China há
mais de 2500 anos, mas só vem sendo amplamente divulgado e praticado no
Ocidente nas últimas décadas do século XX.
Segundo REICHMANN (2002), acupuntura é o nome ocidental dado ao
procedimento ou à prática terapêutica chinesa que trata disfunções, previne doenças
ou promove analgesia através da inserção de agulhas em pontos específicos do
corpo, localizados em canais energéticos chamados meridianos. É holística porque
trata o paciente como um todo, isto é, a doença não é compreendida como em
termos de patologia de órgãos isolados, mas sim como uma disfunção de uma
entidade viva completa, que normalmente seria harmoniosa. A palavra “acupuntura”
é formada das palavras latinas acus, que significa “agulha”, e pungere, que significa
“picar” ou “inserir”.
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5.1. Principais escolas
Segundo REICHMANN (2002), há duas escolas de auriculoterapia, a Escola
Chinesa e a Escola Francesa - De acordo com a Escola Chinesa, o pavilhão
auricular possui mais de 200 pontos para tratamento e de acordo com a Escola
Francesa, possui cerca de 30 pontos.
De acordo com a autora, a Escola Francesa de auriculoterapia teve seu
início de modo sui generis. No início dos anos 50, o Dr. Paul Nogier, assim como
outros médicos na região de Lyon, passou a receber em seu consultório pacientes
com cauterização na orelha. A função da cauterização era aliviar a dor provocada
por ciatalgia rebelde e era realizada por uma curandeira de Marseille. Madame
Barrin. O Dr. Nogier, ao perceber a recorrência do fato e ao ouvir o relato de
pacientes, acabou por vencer seu ceticismo, procurar a curandeira e empregar a
técnica com sucesso.
Para CHING (1989), auriculoterapia é uma técnica da acupuntura que utiliza
o pavilhão auricular para efetuar tratamento de saúde aproveitando o reflexo que a
aurícula exerce sobre o sistema nervoso central.
O emprego da aurículoterapia no tratamento de doenças em geral não é
recente. É histórico o relato de mulheres do antigo Egito que usavam pontos
auriculares como forma de anticoncepcional, por volta do século 2.500 a.C. Os
escritos de Hipócrates (traduzido em 1851) diziam que incisões efetuadas no
pavilhão auricular do homem produziam ejaculação escassa, inativa e infecunda.
58
Porém, muito antes de Hipócrates, os sábios chineses do século 27, antes da era
cristã, faziam menção do tratamento auricular, através de agulhas, associado ao
tratamento pela acupuntura sistêmica.
De acordo com CHING (1989) nas obras clássicas da Acupuntura, registra-
se que o pavilhão auricular é um órgão isolado que mantém ligações com os demais
órgãos e regiões do corpo através do reflexo cerebral.
Bem mais recentemente, explica o autor, por volta de 1957, publicou-se
trabalhos, que, descrevem a ligação existente entre o pavilhão auricular e o resto do
organismo humano.
Continua o autor explicando que observando os povos do Mediterrâneo que
tinham por hábito o uso de pequenas cauterizações na orelha para o tratamento de
várias moléstias, descobrindo-se uma série de pontos auriculares curativos, e então,
estabeleceu uma ligação entre a posição destes no pavilhão auricular e aquela
ocupada pelo feto antes do nascimento.
Atualmente, segundo CHING (1989), extensas pesquisas tem sido
desenvolvidas nas Escolas Chinesas. Tais pesquisas enfatizam a importância da
relação neurofisiológica da orelha, conhecendo-se hodiernamente mais de duzentos
pontos empregados no tratamento de várias moléstias e na terapia das intoxicações
como drogas, fumo e álcool.
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6. PONTOS PROPOSTOS PARA TRATAMENTO DO TABAGISMO COM
ACUPUNTURA AURICULAR
Segundo CHING (1989), são vários os recursos da auriculoterapia, bem
como suas técnicas de tratamento. Muitos autores citam o uso da auriculoterapia
baseando-se nos princípios básicos da Medicina Tradicional Chinesa, onde o
organismo é tratado como um só corpo. As alterações orgânicas e funcionais sendo
tratadas, restabelecendo o equilíbrio, os efeitos de tratamentos específicos passam
a ser secundários. Entretanto, alguns autores estabelecem pontos específicos como
base de tratamento.
Segundo o autor, os antigos mestres da acupuntura mantinham sob
hermetismo algumas técnicas de tratamento.
Para CHAO (1976), na auriculoterapia, um desses segredos era o uso de
três pontos, iniciando qualquer tipo de processo de tratamento. O uso desses três
pontos é denominado auriculocibernética, que consiste na aplicação dos seguintes
pontos e nesta ordem: shen-men, rim e simpático.
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6.1. Shen-men
Segundo CHAO (1976), iniciando-se a terapia por este ponto. Deve ser
estimulado vigorosamente. Os efeitos da aplicação desse ponto são as seguintes:
- Predispõe o tronco e o córtex cerebral a receber e decodificar os reflexos
dos pontos que serão usados a seguir;
- Provoca a produção de cargas de hormônios naturais do tipo “ endorfinas ”,
produzindo efeitos sedativos;
- Em casos de dores agudas o uso da agulha apenas neste ponto elimina ou
atenua a enfermidade;
- Fornece ao sistema nervoso central condições ideais para decodificar,
modular e condicionar os reflexos produzidos no pavilhão auricular, impedindo
desequilíbrios.
6.2. Rim
Segundo CHAO (1976), é o segundo ponto a ser utilizado. A aplicação de
agulha neste ponto provoca os seguintes efeitos:
- Estimula a função dos rins, aumentando a liberação de toxinas e propicia
melhores condições de circulação;
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- Estimula as funções do sistema respiratório;
- Estimula o aumento das funções das glândulas endócrinas;
- Estimula as funções dos órgãos excretores, inclusive das glândulas
sebáceas e sudoríparas.
6.3. Simpático
Segundo CHAO (1976), é o terceiro ponto a ser estimulado por agulha,
provocando os seguintes efeitos:
- Acelera e regula as atividades do sistema neurovegetativo, equilibrando as
funções do simpático e do parassimpático;
- Estimula as funções da medula óssea, bem como o metabolismo do cálcio,
age sobre o tecido ósseo, e o periósteo equilibrando sua formação ou regeneração;
- Provoca vasodilatação quando recebe o estímulo da tonificação, e quando
aplicada sedação ocorre hemostasia em locais de intervenção cirúrgica, nos casos
de analgesia;
- Age sobre os tecidos musculares provocando ação antinflamatória,
relaxando ou tonificando as fibras do sistema músculo-tendinoso.
YAMAMURA (2001), explica as funções dos seguintes pontos:
62
- Shen-men - Este ponto tem por função acalmar o Xin (coração) e a mente.
É também um ponto analgésico. O shen-men é indicado no tratamento das
desordens mentais;
- Asma - Tem por função regularizar o centro da respiração. Usado no
tratamento da asma, tosse e dispnéia;
- Diafragma - Utilizado no tratamento de espasmos no músculo diafragma,
nas afecções do sangue e da pele. É efetivo ponto para parar de fumar;
- Pulmão - O Fei (pulmão), controla a respiração, oxigenando o sangue e
promovendo a circulação de Qi e Xue. Ajuda a micção e regulariza a temperatura do
corpo. Este ponto está indicado nas enfermidades do sistema respiratório (tosse,
asma, edema pulmonar, etc.) causadas pelo bloqueio da circulação energética. O
Fei (pulmão) controla a pele, de modo que é efetivo das doenças da pele, sudorese
noturna, transpiração excessiva.
O canal de energia principal do Fei estende-se até a garganta e está
intimamente ligado ao Da Chang (intestino grosso), podendo ser utilizado no
tratamento das afonias, laringites, enterites, diarréias, constipação, estomatites e
úlceras dos lábios. Para analgesia por acupuntura é um ponto básico.
Segundo NOGIER (1998), desde dezembro de 1974 são desenvolvidos
programas antitabaco com tratamento auricular, que diminui, e também suprimem a
necessidade de fumar.
63
6.3.1. O programa clássico
De acordo com o autor este programa tem 60 a 65% de sucesso. Consiste
em colocar 7 agulhas na borda do pavilhão direito, no destro, e do pavilhão
esquerdo, no canhoto. Elas são distribuídas desigualmente, sendo que as colocadas
mais acima são mais separadas entre elas que as agulhas inferiores (ver fig.67).
Segundo o autor, a primeira agulha é colocada no ponto 25, sobre a borda,
no prolongamento do raio 21-28.
As quatro agulhas do alto devem ser giradas, no sentido horário para criar
uma tonificação, a Quinta é neutra, as duas últimas devem ser dispersantes,
portanto, giradas em sentido inverso ao das primeiras.
Continua o autor explicando que, acrescentam-se outras três agulhas:
- no ponto 21: uma agulha à direita, em dispersão;
- uma agulha à esquerda, em tonificação;
- no ponto 17: uma agulha em dispersão.
De acordo com o autor as agulhas são deixadas de 3 a 5 minutos e, em
princípio, é suficiente uma única sessão. Excepcionalmente, é preciso repeti-la em
um intervalo de 8 a 15 dias.
6.3.2. As variantes
- O programa delta;
- O programa grande delta;
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- O grande triângulo;
- A estimulação simétrica.
A estimulação simétrica: ela é feita com o auxílio de uma agulha
semipermanente em cada pavilhão, sem considerar a lateralidade dominante do
indivíduo tratado (ver fig. 68).
Conforme o autor, a agulha deve ser colocada sob a raiz da hélice, abaixo
do ponto 21, na parte superior do orifício auricular e eqüidistante da raiz da hélice e
da borda vertical do conduto auditivo (ver fig. 68 b).
De acordo com o autor, localizado mais abaixo e mais próximo do conduto, o
ponto correria o risco de estimular desastrosamente o núcleo do pneumogástrico e
de provocar angústias ou perturbações cardíacas (palpitações) (ver fig. 68 c).
Segundo o autor, na colocação com injetor, para que seja colocada
corretamente a agulha semipermanente, deve-se dirigir o injetor de agulha no
sentido da raiz da hélice, de baixo para cima e perpendicularmente a ela. Sem isso,
a agulha se encontra colocada muito próxima do orifício auricular ( ver fig. 69 ).
A estimulação triangular: Segundo o autor, ela pode ser feita com a condição
de se deixar o indivíduo em abstinência de tabaco desde a véspera.
65
Assim, com o diascópio, encontram-se três pontos facilmente detectáveis do
lado da orelha dominante (orelha direita do destro - orelha esquerda do canhoto).
De acordo com o autor, o primeiro ponto “A”, é aquele que acabamos de
descrever para a colocação simétrica.
O segundo ponto “B” é descoberto embaixo do trago.
O terceiro ponto “C” faz, com os outros dois, o vértice de um triângulo
eqüilátero (lado do trago).
Conforme o autor, a posição do ponto “A”, descrita acima: é constante, e sua
detecção pelo diascópio não permite equívocos.
A posição do ponto “B” varia, às vezes, em vários milímetros e só pode ser
identificado realmente com a detecção elétrica.
O ponto “C” decorre, geometricamente, da posição de “A” e “B”. Deve-se
encontrá-lo pelo detector, pois, pode-se suspeitar que ocorra erro de medição para
66
“B”.
Segundo o autor, sempre se começa pelo programa clássico. As variantes
só devem ser realizadas quando seus resultados forem insuficientes.
De acordo com o autor, as variantes somente serão escolhidas em função
dos seguintes critérios:
- Recorre-se a estimulação simétrica quando a identificação da lateralidade
for difícil. Ela permite uma colocação discreta e durável das agulhas e pode ser
eficiente em várias intoxicações menores.
- A estimulação triangular será escolhida se o tabagismo for função de
impulsos inconscientes (caso dos fumantes por compensação), e se desejarmos agir
sobre a vontade.
Segundo o autor, as agulhas semipermanentes devem ser recobertas com
micropore; em todos os casos, limpar bem a pele com álcool a 95% . Prevenir o
paciente que, em caso de dor (alergia possível), é necessário tirar a agulha com uma
pinça de depilar, este fenômeno de rejeição se produzirá muito raramente.
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CONCLUSÃO
Esta monografia se propôs a apresentar os efeitos da abstinência
relacionados ao tabagismo. Expõe as técnicas da auriculoterapia aplicada ao
tabagismo.
Conclusivamente, pode-se afirmar que a acupuntura tem um universo de
aplicação bem amplo no que diz respeito à prevenção e correção de vários
distúrbios de saúde, não limitando-se ao tratamento do tabagismo exposto neste
trabalho. Desta forma representa um grande passo com relação ao uso em um
grande número de pessoas que podem beneficiar-se do uso da acupuntura.
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NOGIER, P.M.F Noções Práticas de Auriculoterapia 5ª ed. São Paulo: Ed. Andrei,
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