View
126
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
AVALIAÇÃO DE RISCOS
em
TAREFA de MANUTENÇÃO
TEMA 1.2
Pedro Nuno Santos Aguiar
Trabalho realizado no âmbito da avaliação da
Unidade Curricular de Avaliação e Controle de Riscos
Avaliação e Controle de Riscos
Licenciatura em Engenharia de Segurança no Trabalho
2
1. ÍNDICE
1. ÍNDICE ................................................................................................................................... 2
2. INDICE DE TABELAS ............................................................................................................... 2
3. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 3
4. OBJECTIVOS ........................................................................................................................... 6
5. DEFINIÇÕES ........................................................................................................................... 6
6. CENÁRIO ................................................................................................................................ 7
7. A AVALIAÇÃO DO RISCO ........................................................................................................ 9
7.1. MÉTODO ...................................................................................................................................................................... 9
7.2. AVALIAÇÃO E VALORAÇÃO DOS RISCOS .............................................................................................................................. 13
7.3. COMPARAÇÃO ESTATÍSTICA ............................................................................................................................................ 14
7.4. IMPLEMENTAÇÃO DE MEDIDAS ......................................................................................................................................... 15
8. CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 18
9. BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 19
2. INDICE DE TABELAS
TABELA 1 - FASES DE UM PROCESSO DE GESTÃO DE RISCOS PROFISSIONAIS ............................................................. 5
TABELA 2 - ESQUEMA DA REDE DE HIDRANTES .................................................................................................. 8
TABELA 3 - FASES DE UM PROCESSO DE GESTÃO DE RISCOS PROFISSIONAIS (ADAPTADO DE M. ROXO; 2003) ............... 10
TABELA 4 - DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE DEFICIÊNCIA (NTP - 330) .................................................................... 10
Avaliação e Controle de Riscos
Licenciatura em Engenharia de Segurança no Trabalho
3
TABELA 5 – MODELO DE CHECK-LIST PARA ATRIBUIÇÃO DO NÍVEL DE DEFICIÊNCIA ................................................. 11
TABELA 6 – DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE EXPOSIÇÃO (FONTE – NTP 330) ........................................................... 11
TABELA 7 - MODELO DE CHECK-LIST PARA INTERPRETAÇÃO DO NÍVEL DE EXPOSIÇÃO ............................................... 11
TABELA 8 – DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE PROBABILIDADE (FONTE – NTP 330) .................................................... 11
TABELA 9 – SIGNIFICADO DOS DIFERENTES NÍVEIS DE PROBABILIDADE (FONTE – NTP 330) ...................................... 12
TABELA 10 - DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE CONSEQUÊNCIA (FONTE – NTP 330) ..................................................... 12
TABELA 11 - DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE RISCO/INTERVENÇÃO (FONTE – NTP 330) .............................................. 12
TABELA 12 - SIGNIFICADO DO NÍVEL DE INTERVENÇÃO (FONTE – NTP 330) ........................................................... 13
TABELA 13 - AVALIAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DOS RISCOS ....................................................................................... 13
TABELA 14 - ANÁLISE DO NÍVEL DE DEFICIÊNCIA ............................................................................................. 14
TABELA 15 - ANÁLISE DO NÍVEL DE EXPOSIÇÃO ............................................................................................... 14
TABELA 16 - ANÁLISE DO NÍVEL DE CONSEQUÊNCIA .......................................................................................... 14
TABELA 17 - ANÁLISE DO NÍVEL DE INTERVENÇÃO ........................................................................................... 15
TABELA 18 - BASE ESTATÍSTICA DE ACIDENTES NACIONAIS RELACIONADOS (ADAPTADO DE MTSS; ACIDENTES DE TRABALHO
2008) ........................................................................................................................................... 15
TABELA 19 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE RISCO A IMPLEMENTAR ........................................................................ 16
3. INTRODUÇÃO
A segurança e a saúde dos trabalhadores são protegidas na Europa através de uma
abordagem baseada na avaliação e na gestão dos riscos. Para que seja possível efectuar
uma avaliação eficaz dos riscos no local de trabalho, deve conhecer-se bem o contexto
Avaliação e Controle de Riscos
Licenciatura em Engenharia de Segurança no Trabalho
4
jurídico (legislação aplicável), os conceitos fundamentais, o processo de avaliação dos
riscos e as funções que competem aos principais agentes que participam no processo.
Juridicamente deverá destacar-se a actuação relevante da Organização Internacional do
Trabalho, a qual, desde a sua constituição em 1919, tem atribuído um papel prioritário
aos temas da Segurança e Saúde bem vincados na Convenção 155 organizada por este
organismo. A Directiva-Quadro da UE (89/391/CEE de 12 de Julho de 1989) destaca o
papel crucial desempenhado pela avaliação de riscos na garantia das condições de
segurança no trabalho. A Directiva-Quadro foi transposta para a legislação nacional pelo
DL 441/91 (Lei do enquadramento da Segurança e Saúde no Trabalho). É o primeiro
diploma legal a enquadrar a SST quer ao nível das políticas públicas, quer ao nível da
acção a desenvolver pelas empresas, assumindo uma importância extraordinária no
desenvolvimento da SST em Portugal e que actualmente se encontra revogado pela Lei
102/2009 de 10 de Setembro.
Ao nível dos locais de trabalho, as políticas da empresa no âmbito da segurança e saúde
do trabalho estão subjacentes à disciplina actualmente prevista no Código do Trabalho
(aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro) e na respectiva regulamentação (Lei
102/2009, de 10 de Setembro). Com esse dispositivo legal, visa-se alcançar um elevado
nível de eficácia uma vez que se configura uma obrigação de resultado, que consiste na
responsabilidade intransferível de o empregador «assegurar a segurança e a saúde dos
trabalhadores em todos os aspectos relacionados com o trabalho».
A avaliação de riscos constitui a primeira abordagem de um problema de segurança no
trabalho, permitindo o levantamento de todos os factores do sistema de trabalho
Homem/Máquina/Ambiente, susceptíveis de causar acidentes. As avaliações de risco
permitem que os empregadores tomem as medidas necessárias para proteger a
segurança e a saúde dos seus trabalhadores. Estas medidas incluem:
a prevenção dos riscos profissionais;
Avaliação e Controle de Riscos
Licenciatura em Engenharia de Segurança no Trabalho
5
a prestação de informação e formação aos trabalhadores;
a adequação da organização e implementação das medidas necessárias.
A avaliação de riscos é o processo de avaliação dos riscos para a segurança e a saúde dos
trabalhadores decorrentes de perigos no local de trabalho. É pois, uma análise sistemática
de todos os aspectos do trabalho, que identifica:
o que é susceptível de causar lesões ou danos;
a possibilidade de os perigos serem eliminados e, se tal não for o caso;
as medidas de prevenção ou protecção que existem, ou deveriam existir, para
controlar os riscos.
Os princípios orientadores que devem ser tidos em consideração no processo de
avaliação de riscos podem ser divididos da seguinte forma:
TABELA 1 - FASES DE UM PROCESSO DE GESTÃO DE RISCOS PROFISSIONAIS
Gest
ão d
o R
isco
Avalia
ção d
o R
isco
Anális
e d
e R
isco
Identificação de perigos e
possíveis consequências
Identificação de pessoas
expostas
Estima do Risco R=PxG
Valoração do Risco
Controlo do Risco
Avaliação e Controle de Riscos
Licenciatura em Engenharia de Segurança no Trabalho
6
4. OBJECTIVOS
O presente trabalho tem como objectivo, estabelecer uma passagem entre o saber e o
saber fazer, colocando em prática a matéria apreendida na disciplina de Avaliação e
Controlo de Riscos. É esperado também, que constitua o ponto de partida para uma nova
fase de aprendizagem, a mais consciente e valiosa de todas, a aprendizagem
proporcionada pela própria experiência na aplicação e desenvolvimento dos
conhecimentos adquiridos.
Tendo em conta as limitações para a execução deste trabalho, foi estabelecida a escolha
de uma única tarefa como objecto de estudo, a substituição de válvulas de corte de um
circuito de hidrantes de Jet-A1 (combustível de aeronaves).
5. DEFINIÇÕES
Trabalhador - a pessoa singular que, mediante retribuição, se obriga a prestar um
serviço a um empregador e, bem assim, o tirocinante, o estagiário e o aprendiz que
estejam na dependência económica do empregador em razão dos meios de trabalho e do
resultado da sua actividade; (Lei 102/2009);
Local de trabalho - o lugar em que o trabalhador se encontra ou de onde ou para onde
deva dirigir-se em virtude do seu trabalho, no qual esteja directa ou indirectamente
sujeito ao controlo do empregador; (Lei 102/2009);
Componentes materiais do trabalho - o local de trabalho, o ambiente de trabalho, as
ferramentas, as máquinas, equipamentos e materiais, as substâncias e agentes químicos,
físicos e biológicos e os processos de trabalho; (Lei 102/2009);
Avaliação e Controle de Riscos
Licenciatura em Engenharia de Segurança no Trabalho
7
Perigo - a propriedade intrínseca de uma instalação, actividade, equipamento, um agente
ou outro componente material do trabalho com potencial para provocar dano; (Lei
102/2009);
Risco - a probabilidade de concretização do dano em função das condições de utilização,
exposição ou interacção do componente material do trabalho que apresente perigo; (Lei
102/2009);
Factor de risco – enquanto aspecto da situação de trabalho, possui a propriedade ou a
capacidade de causar um dano na medida em que um trabalhador a ele se encontra
exposto; (Lei 102/2009);
Prevenção - o conjunto de políticas e programas públicos, bem como disposições ou
medidas tomadas ou previstas no licenciamento e em todas as fases de actividade da
empresa, do estabelecimento ou do serviço, que visem eliminar ou diminuir os riscos
profissionais a que estão potencialmente expostos os trabalhadores. (Lei 102/2009);
6. CENÁRIO
Nos aeroportos nacionais, pela necessidade de rentabilizar o abastecimento das
aeronaves, está a ser montado uma rede de hidrantes de Jet-A1 (combustível mais
utilizado para aeronaves comerciais) num dos aeroportos explorados. Essa rede está
enterrada, possuindo várias caixas de visita de dimensão variada, nas quais se encontram
as válvulas de corte.
A empresa gestora dos aeroportos emprega localmente cerca 100 pessoas das quais 15
executam trabalhos de manutenção.
Sempre que possível os trabalhos de manutenção são feitos internamente. Sua principal
tarefa é a manutenção dos sistemas básicos aeroportuários e realizar trabalhos menores
Avaliação e Controle de Riscos
Licenciatura em Engenharia de Segurança no Trabalho
8
na estrutura dos edifícios. A empresa também recorre a fornecedores externos, por
exemplo, para construção de estruturas, reparação, manutenção e montagem de sistemas
tecnicamente especializados (CCTV, Rádio, Radar, Raio-X, SADI, etc.). Os trabalhos de
empreitada, são acompanhados por um responsável interno da respectiva área e em caso
de necessidade de intervenção existe continuamente
um corpo de bombeiros privativo com meios de
resgate, combate a incêndios, monitorização, etc..
O trabalho a analisar, tem como objectivo substituir as
válvulas de seccionamento da rede de hidrantes (pré
testada com água) de forma a torná-la operacional. Os
trabalhos serão principalmente desenvolvidos no
interior da CV0, 1, 2, 3, 4, 5 e 6 e serão compostos
pelas seguintes actividades: corte da tubagem e
montagem das válvulas de seccionamento. As zonas de
trabalho serão delimitadas com cones de sinalização
com 1 m de altura. Os trabalhos têm uma estimativa de
execução de cerca de duas horas por cada caixa. Todo o pessoal envolvido recebe uma
pequena formação para ter uma ideia do que é trabalhar dentro de um aeroporto.
No dia de execução dos trabalhos estes decorrem da seguinte forma:
Dois trabalhadores dentro de uma caixa de visita, com entrada superior (2m de
profundidade / 3m3 de volume / entrada com 0.5mX1.0m) a efectuar o corte da válvula
recorrendo a uma rebarbadora eléctrica. Foi retirada a protecção do disco porque o
ângulo de trabalho não permitia o corte com a protecção. A caixa de visita encontra-se
com 5cm de altura de água proveniente da chuva, mas isso é facilmente resolvido
amarrando a extensão na escada de forma que esta não caia. Os dois trabalhadores
encontram-se protegidos com capacete, máscara de partículas (pó) e fato de macaco de
TABELA 2 - ESQUEMA DA REDE DE HIDRANTES
Avaliação e Controle de Riscos
Licenciatura em Engenharia de Segurança no Trabalho
9
algodão. Externamente dois engenheiros estão debruçados sobre o capô do carro a
analisar os projectos de execução alheios do que se passa no interior da caixa. No
decorrer do trabalho, um dos trabalhadores sobe a escada meio atordoado dizendo que se
encontra com tonturas, não recebendo grande atenção dos responsáveis no local, mas
motivo suficiente para interromper por esse dia os trabalhos pela falta desse trabalhador
para a concretização do trabalho….
7. A AVALIAÇÃO DO RISCO
7.1. MÉTODO
Foi escolhido o Método SSARA (sistema simplificado de avaliação de risco de acidentes
- INSHT) A metodologia que se apresenta permite quantificar a magnitude dos riscos
existentes e, em consequência, hierarquizar racionalmente a sua prioridade de
prevenção. Atendendo ao objectivo de simplicidade que se pretende, nesta metodologia
não se empregarão os valores reais absolutos de risco, probabilidade e consequências,
mas sim os seus níveis numa escala de três possíveis:
nível de intervenção/risco (NI=NPxNC);
nível de probabilidade (NP=NDxNE);
nível de consequência (NC).
Nesta metodologia considera-se, de acordo com o já exposto, que o nível de
probabilidade (NP) é função do nível de deficiência (ND) e da frequência ou nível de
exposição (NE) à mesma.
O nível de intervenção (NI) será por seu lado, função do nível de probabilidade (NP) e
do nível de consequências (NC).
Na tabela 2 explicam-se os diversos factores contemplados na avaliação.
Avaliação e Controle de Riscos
Licenciatura em Engenharia de Segurança no Trabalho
10
TABELA 3 - FASES DE UM PROCESSO DE GESTÃO DE RISCOS PROFISSIONAIS (ADAPTADO DE M. ROXO; 2003)
TABELA 4 - DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE DEFICIÊNCIA (NTP - 330)
NÍVEL DE DEFICIÊNCIA
ND SIGNIFICADO
Muito Deficiente (MD)
10 Foram detectados perigos significativos que determinam como muito possível a ocorrência de falhas. O conjunto de medidas preventivas existentes face ao risco torna-se ineficaz.
Deficiente (D) 6 Foram encontrados alguns factores de risco significativos que precisam de ser corrigidos. A eficácia do conjunto de medidas preventivas existentes torna-se reduzida de forma apreciável.
Melhorável (M) 2 Foram detectados factores de risco de menor importância. A eficácia do conjunto de medidas preventivas existentes face ao risco não se vê reduzida de forma apreciável.
Aceitável - Aceitável. Não foram detectados anomalias. O risco está controlado. Não se
valora.
1. Risco a analisar;
2. Elaboração de check-list sobre os factores de risco que possibilitem a sua
materialização;
3. Atribuição de um nível de importância a cada um dos factores de risco.
4. Preenchimento do questionário de check-list no local de trabalho e
estimativa da exposição e consequências normalmente esperadas;
5. Estimativa do nível de deficiência do questionário aplicado;
6. Estimativa do nível de probabilidade (NP) a partir do nível de deficiência
(ND) e do nível de exposição (NE);
7. Comparação do nível de probabilidade a partir de dados estatísticos
disponíveis;
8. Estimativa do nível de risco (NR) a partir do nível de probabilidade e do
nível de consequências;
9. Estabelecimento dos níveis de intervenção considerando os resultados
obtidos e a sua justificação socioeconómica;
10.Comparação dos resultados obtidos com os estimados a partir de fontes de
informação precisas e da experiência.
Avaliação e Controle de Riscos
Licenciatura em Engenharia de Segurança no Trabalho
11
TABELA 5 – MODELO DE CHECK-LIST PARA ATRIBUIÇÃO DO NÍVEL DE DEFICIÊNCIA
EQUIPAMENTOS EPI’s ACTOS INSEGUROS BOAS PRÁTICAS COMPETÊNCIA
TO
TAL
Cum
pre
Cum
pre
Parc
ialm
ente
Não C
um
pre
Cum
pre
Cum
pre
Parc
ialm
ente
Não C
um
pre
Lig
eiro
Modera
do
Gra
ve
Cum
pre
Cum
pre
Parc
ialm
ente
Não C
um
pre
Adequado
Não
Adequado
Pontuação - 6 10 - 5 8 1 4 6 - 1 2 - 2
Muito Deficiente
(MD)
X X X 10
X 10
X X 11
Deficiente (D)
X X 8
X X X 9
X X 6
X 6
Melhorável (M)
X 5
X X X 5
X X 3
X 2
TABELA 6 – DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE EXPOSIÇÃO (FONTE – NTP 330)
NÍVEL DE EXPOSIÇÃO NE SIGNIFICADO
Continuada 4 Continuamente. Várias vezes no dia de trabalho com tempo prolongado.
Frequente 3 Várias vezes no dia de trabalho, ainda que seja com tempos curtos.
Ocasional 2 Alguma vez no dia de trabalho e com período de tempo curto.
Esporádica 1 Irregularmente.
TABELA 7 - MODELO DE CHECK-LIST PARA INTERPRETAÇÃO DO
NÍVEL DE EXPOSIÇÃO
TEMPO DE EXPOSIÇÃO
4 > 60 minutos
3 ≤ 60 minutos
2 ≤ 30 minutos
1 ≤ 10 minutos
TABELA 8 – DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE PROBABILIDADE (FONTE – NTP 330)
NP = NE x ND
NÍVEL DE DEFICIÊNCIA
(ND)
2 6 10
NÍVEL DE EXPOSIÇÃO (NE)
1 2 6 10
2 4 12 20
3 6 18 30
4 8 24 40
Avaliação e Controle de Riscos
Licenciatura em Engenharia de Segurança no Trabalho
12
TABELA 9 – SIGNIFICADO DOS DIFERENTES NÍVEIS DE PROBABILIDADE (FONTE – NTP 330)
TOTAL NÍVEL DE PROBABILIDADE (NP)
[24 -
40]
Muito
Alta (MA)
Situação deficiente com exposição continuada, ou muito deficiente com exposição
frequente. Normalmente a materialização do risco ocorre com frequência.
[10 - 20]
Alta (A)
Situação deficiente com exposição frequente ou ocasional, ou ainda, situação muito
deficiente com exposição ocasional ou esporádica. A materialização do risco é possível
que suceda várias vezes no ciclo da vida laboral.
[6 - 8] Média (M) Situação deficiente com exposição esporádica ou situação melhorável com exposição
contínua ou frequente. É possível que suceda o dano alguma vez.
[2 - 4] Baixa (B) Situação melhorável com exposição ocasional ou esporádica. Não se espera que se materialize o risco, ainda que possa acontecer.
TABELA 10 - DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE CONSEQUÊNCIA (FONTE – NTP 330)
NÍVEL DE
CONSEQUÊNCIA (NC)
SIGNIFICADO
DANOS PESSOAIS DANOS MATERIAIS
100 Mortal ou
Catastrófico (M) 1 Morte ou mais.
Destruição total do sistema (dificilmente
renovável).
60 Muito Grave (MG) Lesões graves que podem ser irreparáveis.
Destruição parcial do sistema (reparação complexa e custosa).
25 Grave (G) Lesões com incapacidade laboral
transitória.
Requer paragem do processo para se
efectuarem reparações.
10 Leve (L) Pequenas lesões que não
requerem hospitalização.
Reparações sem necessidade de paragem de
todo o processo.
TABELA 11 - DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE RISCO/INTERVENÇÃO (FONTE – NTP 330)
NI=NS*NP NÍVEL DE PROBABILIDADE (NP)
[2 - 4] [6 - 8] [10 - 20] [24 - 40]
NÍVEL DE CONSEQUÊNCIA
(NC)
10 20 40 60 80 100 200 240 4000
25 50 100 150 200 250 500 600 1000
60 120 240 360 480 600 1200 1440 2400
100 200 400 600 800 1200 2000 2400 4000
Avaliação e Controle de Riscos
Licenciatura em Engenharia de Segurança no Trabalho
13
TABELA 12 - SIGNIFICADO DO NÍVEL DE INTERVENÇÃO (FONTE – NTP 330)
MAGNITUDE DO RISCO
ÍNDICE DE RISCO
PRIORIDADE DE INTERVENÇÃO
[600 - 4000[ 1 Situação critica. Requer correcção urgente.
[150 - 500[ 2 Corrigir e adoptar medidas de controlo.
[40 - 120[ 3 Melhorar se possível. Seria conveniente justificar a
intervenção e sua rentabilidade.
≤ 20 4 Não intervir, salvo se uma análise mais precisa o justifique.
7.2. AVALIAÇÃO E VALORAÇÃO DOS RISCOS
TABELA 13 - AVALIAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DOS RISCOS NP
NC NI
Prioridade
OBSERVAÇÃO RISCO FACTOR DE RISCO ND NE
Espaço confinado
1 Queda em altura Transposição de nível por escada
extensível 6 1 10 60 9º
2 Asfixia Atmosfera deficiente em O2 (<17%) 10 4 25 1000 5º
3 Intoxicação Contacto com gases nocivos acumulados em espaço não
ventilado
10 4 25 1000 5º
Electricidade 4 Contacto com
corrente
eléctrica
Utilização de máquinas manuais eléctricas na presença de água
6 3 60 1080 4º
Ruído 5 Perda de audição
Trabalhar sem protecção auditiva na
presença de ruído produzido pelo
corte da válvula
6 3 10 180 8º
Equipamentos
6 Corte ou
cisalhamento
Operar com máquinas manuais com
o dispositivo de protecção
escamoteado
10 3 60 1800 1º
7
Projecção de
partículas incandescentes
Contacto de partículas
incandescentes e poeiras com os olhos e pele
10 3 60 1800 1º
8 Intoxicação
Trabalhar sem protecção respiratória
adequada na presença de gases e partículas provenientes do corte da
válvula
10 3 10 300 7º
Supervisão 9 Distracção Negligência/Desconhecimento dos riscos
6 4 60 1440 3º
Avaliação e Controle de Riscos
Licenciatura em Engenharia de Segurança no Trabalho
14
7.3. COMPARAÇÃO ESTATÍSTICA
TABELA 14 - ANÁLISE DO NÍVEL DE DEFICIÊNCIA
TABELA 15 - ANÁLISE DO NÍVEL DE EXPOSIÇÃO
TABELA 16 - ANÁLISE DO NÍVEL DE CONSEQUÊNCIA
6
10
10
6
6
10
10
10
Transposição de nível por escada extensível
Atmosfera deficiente em O2 (<17%)
Contacto com gases nocivos acumulados em espaço…
Utilização de máquinas manuais eléctricas na presença…
Trabalhar sem protecção auditiva na presença de…
Operar com máquinas manuais com o dispositivo de…
Contacto de partículas incandescentes e poeiras com…
Trabalhar sem protecção respiratória adequada na…
Nível de Deficiência
1
4
4
3
3
3
3
3
Transposição de nível por escada extensível
Atmosfera deficiente em O2 (<17%)
Contacto com gases nocivos acumulados em…
Utilização de máquinas manuais eléctricas na…
Trabalhar sem protecção auditiva na presença de…
Operar com máquinas manuais com o dispositivo…
Contacto de partículas incandescentes e poeiras…
Trabalhar sem protecção respiratória adequada…
Nível de Exposição
10
25
25
60
10
60
60
10
Transposição de nível por escada extensível
Atmosfera deficiente em O2 (<17%)
Contacto com gases nocivos acumulados em…
Utilização de máquinas manuais eléctricas na…
Trabalhar sem protecção auditiva na presença de…
Operar com máquinas manuais com o dispositivo…
Contacto de partículas incandescentes e poeiras…
Trabalhar sem protecção respiratória adequada…
Nível de Consequência
Avaliação e Controle de Riscos
Licenciatura em Engenharia de Segurança no Trabalho
15
TABELA 17 - ANÁLISE DO NÍVEL DE INTERVENÇÃO
Tabela 18 - Base Estatística De Acidentes Nacionais Relacionados (Adaptado De MTSS; Acidentes De Trabalho 2008)
7.4. IMPLEMENTAÇÃO DE MEDIDAS
Após identificação e priorização dos riscos aferidos na tabela 12, estabelece-se o plano de
acções correctivas. Para o efeito, é fundamental conhecer as medidas de prevenção de
riscos a implementar em cada caso, uma vez que serão estas as medidas que permitirão o
combate eficaz aos acidentes de trabalho e às doenças profissionais. As medidas de
prevenção e/ou protecção, de acordo com o seu tipo são:
60
1000
1000
1080
180
1800
1800
300
Transposição de nível por escada extensível
Atmosfera deficiente em O2 (<17%)
Contacto com gases nocivos acumulados em…
Utilização de máquinas manuais eléctricas na…
Trabalhar sem protecção auditiva na presença…
Operar com máquinas manuais com o…
Contacto de partículas incandescentes e poeiras…
Trabalhar sem protecção respiratória adequada…
Nível de Intervenção
0 20.000 40.000 60.000
Operação de máquinas
Trabalho com ferramentas de mão
Condução / presença a bordo de um meio de…
Manipulação de objectos
Transporte manual
Movimento
Presença
Outra actividade física específica não referida…
Ignorado
Acidentes de trabalho (mortais e não mortais) por actividade física específica
2007
2006
2005
Avaliação e Controle de Riscos
Licenciatura em Engenharia de Segurança no Trabalho
16
Medidas Construtivas: Deverão ser identificadas, planeadas e concretizadas
acções correctivas e preventivas relativamente aos postos de trabalho;
Medidas Organizacionais: Estudo da situação relativamente ao conjunto dos
postos de trabalho, compreendendo a análise das situações, objectivos a atingir e
medidas a implementar;
Medidas de Protecção: Conjunto de equipamentos e medidas que têm por
finalidade proteger os trabalhadores contra acidentes de trabalho ou doenças
profissionais. Para todas as medidas de protecção apresentadas é necessário fazer
um estudo dos EPI (Equipamentos de Protecção Individual) para correcta selecção
dos mesmos.
TABELA 19 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE RISCO A IMPLEMENTAR
PR
IOR
IDA
DE
RISCO FACTOR DE RISCO MEDIDAS
1º 6 Corte ou cisalhamento
Operar com máquinas manuais com o
dispositivo de
protecção escamoteado
1º. Aquisição de ferramentas adequadas à tarefa; 2º. Utilização de EPI’s em falta (luvas, óculos de
protecção, botas com biqueira e palmilha de
aço); 3º. Formar e informar os trabalhadores (Manusear as
ferramentas de acordo com os critérios de segurança descritos na legislação e nas
recomendações das próprias marcas);
1º 7
Projecção de
partículas incandescentes
Contacto de partículas
incandescentes e poeiras com os olhos e
pele
1º. Aquisição de ferramentas adequadas à tarefa; 2º. Utilização de EPI’s em falta (luvas, óculos de
protecção, botas com biqueira e palmilha de
aço); 3º. Formar e informar os trabalhadores (Manusear as
ferramentas de acordo com os critérios de segurança descritos na legislação e nas
recomendações das próprias marcas);
Avaliação e Controle de Riscos
Licenciatura em Engenharia de Segurança no Trabalho
17
PR
IOR
IDA
DE
RISCO FACTOR DE RISCO MEDIDAS
3º 9 Distracção Negligência/ Desconhecimento dos
riscos
4º. Reformular organização, gestão e métodos de trabalho;
5º. Planeamento e Supervisão - preenchimento de
Check-List de tarefa, equipamentos e procedimentos de segurança;
6º. Formar e informar – gestão de equipas; segurança, trabalho e máquinas (legislação);
trabalhos em espaços confinados, aparelhos respiratórios e técnicas de ventilação;
4º 4 Contacto com corrente
eléctrica
Utilização de máquinas manuais eléctricas na
presença de água
1º. Eliminação do risco - extracção da água antes de executar o trabalho recorrendo a aspirador de
sólidos e líquidos com capacidade adequada;
5º 2 Asfixia Atmosfera deficiente
em O2
1º. Identificação do risco - Monitorização da atmosfera através de monitor portátil de O2;
2º. Eliminação do risco – Ventilação natural, abrindo
precocemente a caixa de visita e/ou através de ventilador eléctrico por pressão positiva ou
negativa; 3º. Utilizar aparelho respiratório isolante de circuito
aberto ou fechado;
4º. Formar e informar – trabalhos em espaços confinados e aparelhos respiratórios;
5º 3 Intoxicação Gases acumulados em
espaço não ventilado
1º. Identificação do risco - Monitorização da atmosfera através de monitor portátil multicanal
de Ex, O2, H2S e CO2, por serem gases que
podem surgir em espaços fechados, quer no fundo ou junto ao tecto de acordo com as
densidades específicas; 2º. Eliminação do risco – Ventilação natural, abrindo
precocemente a caixa de visita e/ou através de
ventilação por pressão positiva ou negativa; 3º. Utilizar mascara com filtro combinado de
partículas e gases ou aparelho respiratório isolante de circuito aberto ou fechado,
dependendo da atmosfera;
7º 8 Intoxicação
Trabalhar sem protecção respiratória
adequada na presença de gases e partículas
provenientes do corte
da válvula
1º. Extracção contínua dos gases e partículas por ventilação de pressão negativa;
2º. Utilizar mascara com filtro combinado de partículas e gases ou aparelho respiratório
isolante de circuito aberto ou fechado,
dependendo da atmosfera;
Avaliação e Controle de Riscos
Licenciatura em Engenharia de Segurança no Trabalho
18
PR
IOR
IDA
DE
RISCO FACTOR DE RISCO MEDIDAS
8º 5 Perda de audição
Trabalhar sem protecção auditiva na
presença de ruído
produzido pelo corte da válvula
1º. Substituição das máquinas por outras menos
ruidosas;
2º. Aquisição de protectores auriculares;
9º 1 Queda em altura
Transposição de nível por escada extensível
1º. Substituição de escada por sistema de tripé com
guincho de tracção e arnês anti-queda; 2º. Formar e informar – trabalhos em altura;
8. CONCLUSÃO
Perante tal avaliação transparece a importância de ter uma organização bem estruturada
e ciente da necessidade de supervisionar garantindo a segurança de todos os seus
subordinados mesmo nas tarefas mais simples, minimizando a possibilidade de que
atitudes inseguras e condições perigosas proliferem, mas sejam trabalhados pela raiz.
Esta atitude obriga a trabalhar os conhecimentos técnicos e éticos dos trabalhadores, em
que os únicos caminhos são o exemplo (saber ser, saber fazer) e a formação adequada e
estruturada.
Da mesma forma é importantíssimo que as ferramentas, equipamentos, instalações, etc.
tenham um acompanhamento eficaz substituindo, sempre que possível, o que for perigoso
por outros menos perigosos ou isentos de perigo. A atribuição de prioridade 1 ao factor de
risco que envolve trabalho com ferramentas/máquinas é de acordo com a tabela 16 onde
ocorre o maior nº de acidentes o que vem reforçar a necessidade de ser firme e bastante
conciso no combate a estes riscos. Um ar limpo e de acordo com as necessidades
fisiológicas do ser humano é uma condição básica à vida, levando a que as situações
identificadas de atmosferas perigosas quer por gases nocivos ou carência de oxigénio
fossem classificadas com índice de intervenção 1. Os demais factores de risco não os
Avaliação e Controle de Riscos
Licenciatura em Engenharia de Segurança no Trabalho
19
desvalorizando poderão ser facilmente ultrapassáveis pela aquisição de equipamentos
e/ou sistemas adequados a este tipo de trabalhos conforme especificados na tabela 17,
não esquecendo em todo no processo de trabalho a necessidade de incutir boas práticas e
formação especifica e adequada a cada tarefa, equipamento, etc.
Apesar de ser um cenário criado para a realização deste trabalho, não estará infelizmente
desenquadrado da realidade na maioria das empresas. Na esperança de que seja criada
uma cultura de segurança nas empresas e principalmente em cada cidadão, seria de todo
importante a inclusão na escolaridade obrigatória de disciplinas de Segurança e Saúde no
Trabalho.
9. BIBLIOGRAFIA
Comissão Europeia (1996); Guia para a Avaliação de Riscos no Local de Trabalho;
Direcção Geral do Emprego, Relações Industriais e Assuntos Sociais;
Alberto Silveira (2010); Apontamentos da Unidade Curricular de Avaliação e
Controlo de Risco;
Rui Veiga; Metodologias de Avaliação de Risco Profissionais; Verlag Dashofer;
Ministério do trabalho e da Solidariedade Social; Acidentes de Trabalho 2008;
Gabinete de Estratégia e Planeamento;
Instituto Nacional de Seguridad e Higien en el Trabajo; NTP 330;
Alberto Sérgio S. R. Miguel (2010); Manual de Higiene e Segurança do Trabalho –
11ª Edição, Porto Editora;
CABRAL, Fernando A e ROXO, Manuel (2008); Segurança e Saúde no Trabalho –
Legislação;
INTERNET
http://www.hse.gov.uk
http://www.act.gov.pt/(pt-PT)/Paginas/default.aspx
http://osha.europa.eu/pt
Recommended