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Jornal da APACI
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Ano 13 - N.º 37 Julho de 2012APACI
2. • Editorial
3. CEE • Verde sobre verde
• Intercâmbio UAEM
4.CFP • Passeio Anual CFP
• Jogo de Futebol ....
• Equipa de Futsal CFP
• Espetáculo Solidário
• Visita do Gil Vicente
8. CAO • Dia do Pai no CAO
•Visita à Festa das Cruzes
•Visita à Cerci em Guimarães
• S.João no CAO
• Dia do Livro
• Dia da Mãe
• CAO na RTP
• A Volta ao Mundo no CAO
13. SAD • Direitos dos Idosos
14. SIP • Como Crescer - Parte I
16. • Os papéis dos Pais...
• Três anos que passaram...
18. LAR • Mini Férias dos Clientes
19. • Projeto Tampinhas
20. CEE • Cruzeiro
Projeto Tampinhas CFP- Espetacúlos Solidários
CFP -Passeio Anual
CEE - Intercâmbio UAEM da Várzea
LER - Mini Férias dos Clientes do Lar Residencial
CAO -Dia do Pai
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EU ACREDITO!Ainda que a noite persista e tolde o meu olharEu acredito na força da luz na gota de orvalho, a cintilar.Ainda que a terra se abra sedenta de vidaEu acredito na nascente crescendo destemida, ávida de mar.Ainda que o trigo no chão pareça sumirEu acredito na mão que lança a semente, promessa de vida a surgir.Ainda que os gritos me impeçam de escutarO riso, o silêncio, o vento a sussurrarEu acredito na melodia, no silêncio escondidaNa poesia em nós adormecida, que nos fará acordarE cantar harmonias novas em horizontes renovados,Novos hinos, outros fados,Que cantem apenas o amor, a alegria de viver e partilhar.Ainda que os punhos se cerrem e os braços pareçam caídosEu acredito nas mãos que se estendem,Dos que não se dão por vencidosE dão vida e cor às vidas dos mais frágeis e esquecidos.Eu acredito nos pés que se desprendem do chão e saem de siEu acredito em mim, em ti,Que podemos fazer a diferençaE banir a solidão.Eu acredito que podemos ser chão seguroe mudar a existênciade quem não vê o futuro, imerso na escuridão.Eu acredito na gota de água, na semente,No sorriso, no abraço, no gesto de bondade.Eu acredito na gente, luz no escuro da genteQue no silêncio pede um lar, mais dignidade.Eu acredito que tudo é possível se fizermos estrada,Lado a lado, rumo à igualdade.Eu acredito em mim e em ti,Que podemos ser moradada força da humanidade
(Olinda Ribeiro)
Também acreditas na força da Humanidade? Junta-te a nós de mãos dadas! Vamos transformara vida de muitos jovens com deficiência ajudando a construir o Lar Residencial e Centro de ActividadesOcupacionais em Tamel S. Veríssimo. Deixa o teu donativo através do NIB: 0036 0096 9910004991373do Montepio Geral.
O teu donativo fará a diferença! "Não penses apenas que podes, Acredita que podes mesmo"!
EDITORIAL
Maria Eduarda Rego
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CENTRO DE ENSINO ESPECIAL
INTERCÂMBIO UAEM DA VÁRZEA
No dia 17 de Maio os alunos do Centro de Ensino Especial,no âmbito do projeto “Sentidos em Ação”, realizaram uma visitaà Fundação Serralves e participaram numa oficina intitulada“Verde sobre Verde”. Esta visita pretendia fomentar nos alunos o respeito pelanatureza, valorizando a experimentação através de atitudesde descoberta e estimular a criatividade, para além deproporcionar momentos de convívio interpessoal. Com a participação na oficina todos os alunos puderam apartir da pintura, impressão e colagem, criar diferentestonalidades e texturas, explorando a incidência da cor verdena natureza. Visitaram os jardins e a área exterior de um lugar comcaracterísticas singulares, vocacionado para experiências eaprendizagens múltiplas. Puderam ainda saborear o almoçona quinta pedagógica num ambiente de frescura, na qualobservaram a horta e alguns animais, identificando algunselementos da natureza conhecidos e elaborando questõessobre o que lhes era desconhecido. Com agrado todos puderam explorar e usufruir da frescurado verde envolvente que a Fundação Serralves proporciona,ficando a vontade de lá voltar.
Verde sobre verde
No âmbito do projeto “Sentidos em Ação”,que tem vindo a ser desenvolvido no Centro deEnsino Especial, foi realizado um intercâmbiocom a Unidade de Apoio Especializado paraalunos com Multideficiência na EB1da Várzeano passado dia 14 de Junho, tendo participadotodos os alunos do nosso centro. Para além da estimulação sensorial previstano referido projeto, idealizaram-se algunsintercâmbios com Escolas / Unidades e diferentessaídas ao exterior. Com estes intercâmbiospretendeu-se promover a socialização/interação,participar em atividades de carácter afetivo ecomunicativo com pares e adultos, explorardiferentes ambientes do seu quotidiano eestimular os sentidos de uma forma mais ativa. Fomos recebidos com muita alegria e
d ispon ib i l i dadepelos alunos eadultos da Unidade.Mostraram-nos asi n s t a l a ç õ e s eapresentaram-nosos a lunos quefrequentam a referida Unidade. Na sala deatividades realizamos um jogo em conjunto e deseguida ofereceram-nos um lanche. No final,pudemos explorar o espaço da sala e da escolaem geral, explorar materiais aí existentes econviver com os alunos da Unidade e com osrestantes alunos da EB1 no intervalo. Foi uma manhã diferente e divertida, ficandoem aberto outra marcação de intercâmbio parao início do próximo ano letivo.
CENTRO DE ATIVIDADES OCUPACIONAIS
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Visita à Festa das Cruzes
A visita à nossa famosa festa das cruzes, já habitual pela sua importância para os clientes foi,
mais uma vez, realizada na manhã do dia 30 de Abril. Os clientes puderam apreciar os arcos das
diferentes freguesias, disfrutar de uma viagem no tradicional carrocel, assim como usufruir da beleza
dos tapetes de flores, sempre presentes, por esta altura, no templo do “Senhor da Cruz”. Tiveram
também, a oportunidade de visitar uma exposição de fotografia sobre o Gil Vicente Futebol Clube,
patente num espaço público do concelho, para este efeito.
Os pais têm muita importância na vida de
todos nós e, como não podia deixar de ser,
mais uma vez se comemorou o Dia do PAI,
a 20 de Março. Realizou-se um almoço
convívio entre os pais e clientes. Foi um dia
muito ansiado por estes, uma vez que os pais
puderam visitar, mais uma vez, um local de
especial importância para os seus filhos, onde
puderam conviver com os funcionários,
colegas, visitar as instalações e ver trabalhos
realizados por estes. Após o almoço, foram
tiradas as tradicionais fotografias entre pais
e filhos, para registar o momento para a
posterioridade. A adesão dos pais foi
significativa e cada cliente ofereceu uma
pequena lembrança ao seu pai: uma caneca
decorativa com biscoitos e chás. Posterior-
mente ao dia, realizou-se um cartaz com as
fotografias deste momento e afixou-se no
polivalente do CAO, para que os clientes
possam orgulhosamente mostrar os seus pais
queridos aos colegas.
Dia do Pai no CAO
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CENTRO DE ATIVIDADES OCUPACIONAIS
Visita à CERCI GUI em Guimarães
Grupo de Teatro da APACI – A Menina do Mar
“A saudade é a tristeza que fica em nós
quando as coisas de que gostamos se vão
embora”. Esta é a frase que simboliza a
nova produção do Grupo de Teatro da
APACI. Baseada no livro de Sophia de Mello
Breyner, “A Menina do Mar” fala da história
de amizade entre um rapaz da terra e uma
menina do mar. Os fortes laços que os unem
levam-nos a transpor todos os obstáculos
para ficarem juntos numa aventura cheia
de cor e fantasia levada agora à cena pelo
grupo de teatro da APACI em mais uma
produção protocolar que fará as delícias de
milhares de crianças das escolas do 1º ciclo
do nosso concelho. Segundo o encenador
Duarte Monteiro “esta produção demonstra
mais uma vez as enormes capacidades
deste grupo e a positiva influência que exerce sobre a comunidade realçando, não só a qualidade artística
das suas produções, mas também a missão da própria instituição”. Esta peça ficará em cena no auditório
da Biblioteca Municipal de Barcelos ao abrigo de um protocolo camarário e fará certamente as delícias
de todos os que por lá passarem.
No âmbito da semana aberta da CERCI GUI,
um grupo de clientes do CAO visitou a instituição,
em Guimarães, no dia 18 de Maio. O grupo foi
muito bem recebido pela coordenadora e pela
valência do CAO. Tiveram a oportunidade de
visitar as instalações, de assistir a algumas
atividades a decorrer, assim como de apreciar
alguns trabalhos executados pelos clientes.
Destaca-se a demonstração de Judo realizada
por um grupo da CERCI GUI. Claro que um
convite foi efectuado pela APACI, para que visitem
o nosso CAO. Após a visita, o grupo teve
oportunidade de realizar um almoço/ piquenique,
disfrutando da natureza, num parque de
Guimarães.
CENTRO DE ATIVIDADES OCUPACIONAIS
O dia do Livro foi comemorado
no CAO, como já é tradição.
Tivemos o privilégio de ter a
presença da jovem escritora
barcelense, Cristina Barbosa,
também colaboradora do jornal
Barcelos Popular, na manhã do
dia 2 de Maio. Apesar de muitos
dos nossos clientes não conse-
guirem ler, todos reconhecem a
importância e o simbolismo deste
objeto e da comemoração deste
dia. A jovem escritora conseguiu
enaltecer esses mesmos valores
e dinamizou uma atividade onde
os clientes puderam expressar,
através de desenhos ou de
escrita, o significado do livro. A
atividade teve o título de “O LIVRO É...”. Alguns clientes leram alguns poemas e textos escritos pela
escritora e no final da atividade, todos os trabalhos elaborados foram afixados num painel em
exposição. O nosso cliente Simão Lopes também mostrou, orgulhoso, à escritora, o seu livro infantil
editado no ano anterior.
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O S. João chegou ao CAO, ou melhor, a festa de S. João, comemorada na tarde do dia 22, com decoração
alusiva ao tema, muita música, bailarico e até marchas populares. A decoração da festa foi integralmente
realizada pelos clientes, executando uma corda de arraial, com materiais reciclados como palhinhas de
sumo e pedaços de garrafas de plástico. No final, os clientes puderam disfrutar de um lanche reforçado,
depois de muita dança e bailarico.
S. João no CAO
Dia do livro
Dia da mãe
CENTRO DE ATIVIDADES OCUPACIONAIS
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E como não podia deixar de ser, também o dia da Mãe, foi comemorado no CAO, no dia 8 Maio,
através de um almoço convívio com mães e clientes. A tradicional oferta dada por cada filho, foi
realizada após a habitual fotografia com mãe e filho. Como lembrança foi oferecido um sabonete de
cheiro com decoração em decoupage. Foi
realizado um painel alusivo à data, onde as
mães puderam expressar os seus senti-
mentos, relativos aos seus filhos, com mensa-
gens, desenhos e poemas. Posteriormente
ao dia, foi realizado um cartaz com as
fotografias deste momento e afixado no
polivalente do CAO, para que os clientes
pudessem orgulhosamente mostrar as suas
mães queridas aos colegas.
CENTRO DE ATIVIDADES OCUPACIONAIS
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CAO no programa da RTP Praça da Alegria
A Volta ao Mundo no CAO
O CAO desenvolveu, nos meses de Abril e Maio, uma atividade ligada ao tema dos continentes
e países, denominada “ A volta ao Mundo”. Iniciou a 2 de Abril e terminou a 18 de Maio. Esta atividade
teve como principais objetivos, dar a conhecer as diferentes culturas, os hábitos e costumes,
gastronomia, geografia dos países e as potencialidades dos mesmos.
Salientando algumas das atividades com maior impacto nos clientes, destacamos a realização
de um lanche no polivalente, com chá de Marrocos, num ambiente típico com música marroquina.
Evidenciamos também, a realização de um bolo tradicional turco, onde todos puderam provar uma
iguaria do país. Relativamente à Àfrica do Sul, realizou-se uma atividade com alguns clientes, onde
puderam confecionar biscoitos originários dos primeiros indígenas. Ao longo da atividade, foram
realizados diversos cartazes e documentos relativos a alguns continentes e países. No polivalente
do CAO, foi colocado um mapa permanente, onde os clientes iam colocando os diversos continentes
que iam explorando, assim como a respetiva bandeira. Livros e um globo foram expostos junto do
mapa, para poderem ser consultados por todos. A atividade foi trabalhada também, ao nível das
competências pessoais e sociais, sendo alguns temas mais aprofundados e explorados por alguns
clientes.
JUNTA DE FREGUESIA DE LIJÓ
LIJÓ - BARCELOS
No âmbito da atividade de Competências
Pessoais e Sociais, um grupo de 15 clientes da
APACI, assistiu ao programa de entretenimento
do canal 1 da RTP, Praça da Alegria, na passada
manhã de 25 de Junho. Este programa foi
gravado nos estúdios da RTP, no Monte da
Virgem, em Vila Nova de Gaia. Todos puderam
perceber o funcionamento de um programa em
estúdio, assim como tirar fotografias com o
simpático apresentador. Foram oferecidos pelo
CAO e pela APACI, ao Jorge Gabriel, 3 livros,
(o do nosso cliente Simão Lopes, As aventuras
da Rita e o Tesouro do Castelo, o das Histórias
de Vida e também o dos Serviços da Instituição),
assim como peças realizadas no CAO, galos em
papel reciclado e telas alusivas ao galo de
Barcelos. A experiência foi assim uma mais-valia
para as vivências a recordar dos clientes e da
instituição.
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No ano internacional do envelhecimento ativo, o Serviçode Apoio Domiciliário relembra os direitos dos idosos.
Direitos dos Idosos - Princípios das NaçõesUnidas para o IdosoResolução 46/91 – Aprovada na Assembleia Geraldas Nações Unidas 16/12/1991
INDEPENDÊNCIA
1. Ter acesso à alimentação, à água, à habitação,ao vestuário, à saúde, a apoio familiar e comunitário.
2. Ter oportunidade de trabalhar ou ter acesso aoutras formas de geração de rendimentos.
3. Poder determinar em que momento se deveafastar do mercado de trabalho.
4. Ter acesso à educação permanente e aprogramas de qualificação e requalificaçãoprofissional.
5. Poder viver em ambientes seguros adaptáveisà sua preferência pessoal, que sejam passíveis demudanças.
6. Poder viver em sua casa pelo tempo que forviável.
PARTICIPAÇÃO
7. Permanecer integrado na sociedade, participarativamente na formulação e implementação depolíticas que afetam diretamente o seu bem-estare transmitir aos mais jovens conhecimentos ehabilidades.
8. Aproveitar as oportunidades para prestar serviçosà comunidade, trabalhando como voluntário, deacordo com seus interesses e capacidades.
9. Poder formar movimentos ou associações deidosos.
ASSISTÊNCIA
10. Beneficiar da assistência e proteção da famíliae da comunidade, de acordo com os seus valoresculturais.
11. Ter acesso à assistência médica para manterou o bem-estar físico, mental e emocional,prevenindo a incidência de doenças.
12. Ter acesso a meios apropriados de atençãoinstitucional que lhe proporcionem proteção,reabilitação, estimulação mental e desenvolvimentosocial, num ambiente humano e seguro.
13. Ter acesso a serviços sociais e jurídicos quelhe assegurem melhores níveis de autonomia,proteção e assistência
14. Desfrutar os direitos e liberdades fundamentais,quando residente em instituições que lheproporcionem os cuidados necessários,respeitando-o na sua dignidade, crença eintimidade. Deve desfrutar ainda do direito de tomardecisões quanto à assistência prestada pelainstituição e à qualidade da sua vida.
AUTO-REALIZAÇÃO
15. Aproveitar as oportunidades para o totaldesenvolvimento das suas potencialidades.
16. Ter acesso aos recursos educacionais, culturais,espirituais e de lazer da sociedade.
DIGNIDADE
17. Poder viver com dignidade e segurança, semser objeto de exploração e maus-tratos físicos e/oumentais.
18. Ser tratado com justiça, independentementeda idade, sexo, raça, etnia, deficiências, condiçõeseconómicas ou outros fatores.
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COMO SE CRESCE: O COMEÇO – Parte I
O começo da vida psíquica saudável de um
bebé que vai nascer parte do pressuposto de ter
sido desejado pelos pais. O mundo interno da
futura criança começa antes da própria conceção:
está assente nas experiências de vida afetiva de
quem o gerou e nas expetativas que ambos
projetam para o futuro filho. Nesse aspeto a vida
de uma criança é muito mais que a simples
conjugação de duas células. Uma criança será
sempre mais do que um conjunto de tecidos ou de
diferentes órgãos. Na versão feliz, uma criança
deve representar o culminar de um projeto
construído pela vivência da sexualidade saudável
de um casal.
Pensar a primeira infância é compreender a
importância que um bebé não existe sozinho, mas
é essencialmente parte de uma relação com quem
o rodeia. Quer isto dizer, que desde o nascimento,
os recém -nascidos vivem experiências subjetivas
muito fortes e experimentam uma gama de afetos
com base numa troca interativa, alternando estados
do seu próprio funcionamento físico e psíquico. É
o corpo que funciona como via preferencial de
comunicação com o que nos rodeia. Totalmente
dependente de quem dele cuida, até para sobreviver
fisicamente, o bebé expressa-se por um agir
corporizado, por exemplo, no choro ou no sorriso
(frequentemente a partir do primeiro mês), dando
mostras de sensações de prazer e ou desprazer,
bem-estar ou desagrado, entre outras. Assim cabe
aos pais estar suficientemente atentos e disponíveis
para receber, transformar e devolver o que o seu
filho lhes transmite. É um trabalho de descoberta
mútua, mas sabemos bem como rapidamente os
pais são capazes de ouvir um choro e compreender
por exemplo que ele é de fome e não de dor. Esta
capacidade de ler os afetos e as necessidades nos
outros é fundamental para toda a evolução futura
e no normal desenvolvimento é sentido como fonte
de agrado mútuo. É a mãe que embala e canta
quando alimenta. Ou é aquela que, mesmo muito
cansada a meio da noite, ou pedindo ao pai,
consegue ter a capacidade necessária para se
levantar e cuidar do seu filho. São assim os pais
que se dão a conhecer e dão a conhecer o mundo,
por isso se diz que são o espelho que, ao refletir
a imagem do bebé, lhe permite criar a imagem de
si própria. Os problemas podem surgir não por
falhas ocasionais mas por padrões de relação
sistematicamente marcados pela ausência ou pela
presença perturbadora.
Os grandes avanços do estudo da interação
entre pais e bebés aconteceram nos últimos 50
anos. Foi desde o trabalho de Spitz, que em 1946
observou a reação de bebés de meses que
subitamente eram separados das suas mães, que
não foi mais possível ignorar o facto de que estes
experimentam o amor e a perda das suas mães,
ou não são demasiado novos para poderem sentir
ou para se poderem lembrar.
Quanto ao termo vinculação, ele foi introduzido
em 1958, por Bowlby, um médico inglês de
psiquiatria da infância, que teve um papel
preponderante na compreensão das ligações
emocionais entre pais e filhos. Pelo termo
vinculação, Bowlby entendia uma capacidade inata
dos recém-nascidos se ligarem aos adultos que
lhe estavam mais próximos, sobretudo os que dele
cuidavam no dia a dia. Hoje, todos os dados de
que dispomos, reforçam a ideia que um bom
desenvolvimento emocional da criança depende
da qualidade do vínculo, ficando reforçada a ideia
de que se a mãe ou os adultos mais próximos não
se ligarem ao bebé, não há vinculação mas
unilateralidade da relação.
A teoria da vinculação é útil para a compreensão
do Uganda. De regresso aos Estados Unidos,
desenvolveu uma situação experimental que, por
vezes, ainda hoje é utilizada, mesmo que
empiricamente. Trata-se do teste da situação
estranha, e nele se observam a reação de crianças
a partir do 1 ano quando, colocadas numa sala
com um observador, as mães se ausentam e, no
fim de algum tempo são convidadas a entrar, dando-
se então a possibilidade de um reencontro. A
maioria tenta seguir a mãe quando esta se afasta,
e na impossibilidade de abrir a porta, protestam,
zangam-se, choram, recusam o conforto do
observador. Quando a mãe regressa, as crianças
rapidamente as procuram, solicitam-lhes o colo, e
ao fim de pouco tempo, já tranquilas e seguras,
retomam o que estavam a fazer.
O mais importante é saber que esta capacidade
de vinculação pode ser indicadora da qualidade
de ligações emocionais futuras das crianças, e que
a maioria dos pais que têm filhos seguros, são eles
próprios adultos com padrões de vinculação
igualmente seguros. As crianças com vinculações
seguras estão naturalmente mais aptas a gostar
de ir à escola, aprender, brincar, receber e visitar
amigos, e um dia namorar e a terem a sua família
organizada.
Voltaremos a este assunto em futuras edições.
Até lá, boas leituras!!!!
15
Elisabete Martins (Psicóloga)
futura da nossa capacidade de estabelecer relações
com boa qualidade afetiva com quem nos rodeia.
Bowlby começou os seus estudos com crianças
vítimas de múltiplas privações afetivas, e um dos
primeiros casos que retratou, em 1929, foi o de um
rapaz adolescente, filho ilegítimo de uma mãe que
não conhecera, expulso da escola por furtos. Esta
seria uma base para a ligação que fez entre privação
emocional e o desenvolvimento de uma
personalidade aparentemente incapaz de realizar
pontes afetivas adequadas, estáveis e gratificantes.
Foi já mais tarde, em 1952, que o trabalho do casal
Robertson reafirmou a importância destes factos.
Ao realizarem um filme, com respetivas anotações
teóricas, sobre uma criança de 2 anos internada
num hospital, puseram em evidência as reações
de Laura, à presença e, depois, ao afastamento
dos seus pais. Nessa época, os pais não eram
ainda autorizados a estarem com os seus filhos
nas enfermarias de pediatria, e seguiam um horário
que hoje seria semelhante ao de simples visitas.
Laura mostrava-se alegre, participativa, com apetite,
com capacidade de brincar, na presença dos pais.
Mas após a saída destes, ficava triste, tensa, inibida,
colaborando dificilmente com os enfermeiros. A
situação agravava-se com o passar dos dias.
Depois, já nos anos de 1970 e continuando os
trabalhos pioneiros de Bowlby, Mary Ainsworth
estudou o fenómeno da vinculação em crianças
16
Os papéis dos pais e da família dos jovens comNecessidades Educativas Especiais
- Dificuldade em conseguir alguém que fique coma criança ou de uma colocação educacionaladequada. - As rotinas são complicadas e exigem aos paisfrequentemente uma dedicação contínua diurna enoturna (por exemplo: a alimentação de uma criançacom fenda palatina que pode levar uma hora, emseis momentos diferentes do dia). - Fadiga constante, falta de sono, pouco tempolivre para atividades recreativas ou de lazer comoutros membros da família. - Ciúmes ou sentimentos de rejeição por parte dosirmãos, que podem sentir que a criança com NEEtem toda a atenção e recursos da família. - Problemas conjugais que podem surgir dequestões financeiras, da fadiga, de divergênciasna forma como lidam com as NEE do seu filho, ouainda de sentimentos de rejeição que quer o homemquer a mulher podem vivenciar, por sentirem quea criança está a ter mais atenção do que elespróprios. (p. 161)
Desta forma, as funções económicas, recreativas,domésticas, de saúde, de socialização, de afeto,identificação e educacionais /vocacionais da famíliasão afetadas com o surgimento de um filho comNEE (Turnbull & Turnbull, 1986, citados por Correia& Serrano, 2008). Na tentativa de se encontraralguns fatores que ajudam a reduzir os níveis destress das famílias, estudos citados por Hassal et
Numerosos estudos têm mostrado que os paisdas crianças com deficiência intelectual sãosuspeitáveis de apresentarem níveis mais elevadosde stress parental em comparação com os pais decrianças sem deficiência intelectual (Rodrigue etal., 1990, Dyson, 1993, Dyson, 1997, Roach et al.,1999, citados por Hassal, Rose, & McDonald, 2005). Neste sentido, Allen (1992) descreve váriasfontes de stress que podem ser vivenciadas pelasfamílias das crianças com NEE. - Tratamentos médicos excessivamente caros,dolorosos e que podem implicar risco de vida,cirurgia e hospitalizações que podem ocorrerrepetidas vezes e por períodos extensos. - Agravamento das despesas e complicaçõesfinanceiras, que decorrem da necessidade dealimentação especial ou de equipamentos. - Crises de desânimo ou de preocupação excessivadevido a incidentes recorrentes, tal como dificuldadede respirar ou convulsões graves da criança. - Problema de transporte, para encontrar alguémque tome conta dos outros filhos, e de dispensano emprego para poder acompanhar a criança àsconsultas ou tratamentos.
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Três anos que passaram tão rápido…! Na edição de abril de 2010 escrevi um artigo intitulado “De regresso à escola”. Passados trêsanos volto a escrever para dar continuidade a esse artigo pois terminei recentemente os meus estudosno curso EFA-técnico de ação educativa, com dupla certificação, na Escola Secundária Alcaides deFaria. Foram três anos que me enriqueceram muitíssimo, a variados níveis: saberes formais, técnicasda minha área de trabalho, competências interpessoais, entre outras. Portanto, sinto-me hoje maispreparada para enfrentar o presente e assumir uma atitude mais confiante face ao futuro, e orgulhosapor isso. Recomendo a todos os que, pelas vicissitudes da vida, como eu também não terminaram os seusestudos, que regressem à escola, porque nunca é tarde para nos valorizarmos e definirmos umdiferente rumo para nós próprios!
Andreia Gomes (Psicóloga)
Maria José Araújo (Auxiliar Pedagógica)
al. (2005) referem que a felicidade conjugal, o climasocial familiar (Friedrich et al., 1985) e as redessociais têm se assumido como fatores protetores(Frey et al., 1989; Kraus, 1993). Os apoios sociaisformais e informais podem diminuir o nível de stressnos pais (McGoldrick, 1988, citado por Hassal etal., 2005), verificando-se uma correlação positivaentre os apoios sociais e o funcionamento dasfamílias (Brotherson et al., 1988, citado por Hassalet al., (2005). O apoio social assume-se como umaimportante variável no alívio do stress da família,na melhoria das atitudes e responsabilidadeparentais e no aumento da satisfação da vidafamiliar (Bronfenbrenner, 1979, Marc, & MacDonald,1988, citados por Hayden & Goldman, 1996). Hassal et al. (2005) considera que apesar deos estudos mostrarem que os pais das criançascom deficiência intelectual, vivem mais situaçõesde stress é, também, reconhecido que os níveisde stress, que experienciam variam considera-velmente. Neste sentido, vários investigadores têmadotado a perspetiva de que as famílias de criançascom deficiência não devem ser genericamentecaraterizadas por altos níveis de patologia, umavez que grande parte das famílias são capazes deadotar várias estratégias, para se adaptarem comsucesso às exigências das crianças (Hodapp, 1995,Stoneman, 1996, citados por Hassal et al., 2005).Omodelo cognitivo de stress e coping (Lazarus &Folkman, 1984, citados por Hassal et al., 2005)
usado frequentemente na investigação sobre ostress parental e estratégias de coping das famíliascom crianças com deficiência, atribui elevadaimportância à avaliação que os indivíduos fazemdo elemento de stress, de tal modo que esta podeafetar ou não a sua adaptação à situação de stress. O reforço da capacidade que cada membro tempara lidar com o stress torna-se muito importante,uma vez que a forma como a família lida com ostress, influencia a evolução da vida da criança, ofuncionamento global da família e os sentimentosde satisfação e eficácia dos pais (Lipsky, 1985,Seligman, 1985, citados por Zeitlin, Williamson, &Rosenblatt, 1987).
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Mini férias dos clientes do Lar Residencial Os clientes do Lar Residencial da APACI gozaram de um período de descanso e lazerna Pousada da Juventude da Foz do Cávado, em Fão, Esposende. Esta atividade ocorreunos passados dias 4,5 e 6 de Junho. Este retiro na Pousada da Juventude permitiu aos clientes usufruírem de um espaçobastante agradável, tanto nas instalações da Pousada como da zona circundante, já quea mesma se encontra nas margens da foz do Cávado, sendo de uma beleza apelativa.
Ainda durante o período de permanência na Pousada foi realizado um piquenique noMonte de S. Lourenço, sendo também um espaço bastante reconfortante. Por momentostivemos a “visita”da chuva, mas não deu para atrapalhar a animação do grupo.
LAR RESIDENCIAL
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Associação de Pais e Amigos das CriançasInadaptadas
A APACI organizou uma campanha, a nível concelhio, de recolha de tampas de plástico. O objetivo
deste projeto consiste em realizar, a nível institucional, um levantamento de tecnologias de apoio que
os clientes possam necessitar. Esta Campanha tem como grandes objetivos:
• Sensibilizar a população para a problemática da deficiência;
• Incutir hábitos de reciclagem, tendo por objetivo a proteção do meio ambiente;
• Desenvolver o espírito da solidariedade;
• Colmatar algumas necessidades dos clientes da Instituição.
A Sara, aluna do CEE, foi a primeira cliente da APACI a beneficiar desta campanha. A Instituição e
a família angariaram tampinhas. Estas foram entregues à empresa Resulima (empresa de reciclagem)e,
em troca, foi possível adquirir uma cama articulada para a aluna.
Encontramo-nos, agora, a juntar tampas de plástico para a aquisição de uma nova cadeira de rodas
para o Daniel (aluno do CEE).
Instituições, escolas, cafés, têm-se demonstrado sensíveis a esta questão e têm colaborado imenso!
Toca a juntar tampinhas! Com isto protegemos o ambiente e ajudamos quem mais precisa!!
Associação de Pais e Amigos das Crianças Inadaptadas
No passado dia 30 de Junho de 2012 o Centro
de Ensino Especial realizou um convívio entre os
alunos, as suas famílias e os colaboradores.
Este convívio teve como objetivo proporcionar a
todos experiências únicas e enriquecedoras do seu
quotidiano, promovendo a sua inclusão social e
qualidade de vida.
Realizamos um cruzeiro de três horas no Rio
Douro no Porto onde, enquanto disfrutamos de um
almoço a bordo de um barco Rabelo, foi possível
contemplar a bela paisagem ribeirinha. Para além
disso, tivemos a oportunidade de conhecer a
diversidade ambiental desta região e envolver/educar
os alunos/pais para a importância da conservação
da natureza.
Enquanto contemplamos verdes paisagens pelo
mítico Rio Douro, foram-nos dadas a conhecer as 6
Pontes do Porto e toda a sua história:
· Ponte D. Luis I
· Ponte do Infante
· Ponte de S. João
. Ponte D. Maria Pia
· Ponte do Freixo
· Ponte da Arrábida
Depois de desembarcarmos, antes do regresso
a Barcelos, aproveitamos para respirar o ar puro do
famoso Parque da Cidade.
O Parque da Cidade é o maior parque urbano do
país, com uma superfície de 83 hectares de áreas
verdes naturalizadas que se estendem até ao Oceano
Atlântico, conferindo-lhe este facto, uma particulari-
dade rara a nível mundial.
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