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Universidade Federal de Sergipe - UFS | Centro Acadêmico de Medicina Dr. Augusto César Leite - CAMED | Ano 2 - Edição 2 - 2012.1
Empresa criada pelo go-
verno para gerir os HUs,
de que forma ela pode in-
terferir na formação dos
estudantes, no ensino dos
professores, na vida dos
trabalhadores e no atendi-
mento dos pacientes do
Hospital Universitário.
Nos explicamos pra você!
(página 09)
Cadê a tal reforma curricular? E a
medicina pra onde vai e pra onde vou
como estudante? Reflita um pouco co-
nosco. (página 07)
Jogos, animação, dribles, saiba as novas da tradicional (pág. 15)
Saiba um pouco mais
sobre o novo curso de
medicina da
UFS e sua for-
ma de ensino
diferenciada.
(página 10)
Congressos, encontros
científicos e estudantis.
Saiba o que te espera
em 2012; (Págs. 4 e 15)
Estágios do mais diversos tipos. Saibam co-
mo participar, juntem pontos e boa viagem e
aprendizado (página 14)
Núcleo Brasil Cuba - Experiência contada
dos estudantes de medicina UFS participantes
do estágio (página 12)
2
Editorial
Diagramação: Filipe Emanuel
Tiragem: 500 exemplares
jornalomala@gmail.com
camedufs@gmail.com.br
Nesta 2ª edição completamos
um ano de jornal O Mala. Ficou
surpreso? A demora tem uma lista
de explicações que recai principal-
mente na carência de verba. Não é
fácil fazer um jornal. E tudo se
torna ainda mais difícil e desafia-
dor quando nos deparamos com a
falta de tempo (afinal, todos aqui
estudam medicina!). Mas, aqui
estamos mais uma vez trazendo
algumas informações novas e mui-
to úteis e que contextualizam com
o dia-a-dia do estudante.
Nessa edição trazemos a edu-
cação médica como um dos temas,
um texto para se refletir sobre a
nossa formação, novidades da re-
forma curricular da UFS e também
um pouco sobre o modelo de ensi-
no do curso de medicina de Lagar-
to. Vale a pena ler o texto sobre a
EBSERH, um tema que vem sido
discutido em todo o Brasil e que
afeta diretamente a vida dos estu-
dantes, professores e pacientes.
Além disso informamos como vo-
cês podem participar de estágios
nacionais e internacionais.
Boa Leitura a todos!
Mande sua sugestão de re-
portagem, crítica ou comentário
para jornalomala@gmail.com e
ajude a fazer o jornal O MALA
- Fala que eu te ausculto (02 e 03)
- CAMED em Movimento (04)
- EREM / ECEM 2012 (04)
- SRC 2012.1 e Calourada (05)
- Medicina: Da universidade para
onde? (06)
- Que médico você que ser quando
crescer? (08)
- EBSERH, solução ou mercantili-
zação dos HUs (09)
- Medicina em Lagarto (10)
- Especial CAMED 51 anos (11)
- Estudantes da UFS no Núcleo
Brasil Cuba (12)
- Estágio Internacional e Nacional
(14)
- COPAMED (15)
- Congressos e eventos (15)
- Entretenimento (16)
Índice
O MALAO MALA
Fala que eu te ausculto... Ontem minha rotina
voltou ao habitual, fim de
longas férias, as 7:00 horas
da manhã já estava no hospi-
tal, retornando pra casa só as
10:00 horas da noite. Lia
calmamente meu saudoso
Caio F., ao som da inoxidá-
vel Elis Regina, enquanto
esperava o ônibus no termi-
nal do Mercado.
A primeira paciente foi
uma senhora, de 63 anos,
muito sorridente, educada e
agradável, que se queixava
de um inchaço abdominal.
Auxiliado pelo professor e
ao lado dos colegas de tur-
ma, examinamos a paciente
e mais importante de tudo a
escutamos, não simplesmen-
te processamos informações
que ela nos dava a fim de
chegar a um diagnóstico,
mas escutar vai além do e-
xercício de codificação de
palavras, é também o ato de
perceber aquilo que está
implícito, os gestos, o riso
tímido no canto da boca,
compreender que se está
diante de uma pessoa doen-
te, e não apenas de uma do-
ença.
Feita a anamnese e o
exame físico, o professor
chegou a suspeita de uma
determinada enfermidade,
que foi comunicada a paci-
ente. Não era nenhuma do-
ença grave, ou algo sério,
mas a senhora se emociona-
ra com a notícia. Mas pen-
sando bem, o que é algo sé-
rio? O que é uma doença
grave? Aquela que coloca
em risco a vida? Será mes-
mo?
Mais importante do que
um conjun to f í s ico -
biológico, que um quadro
fisio-patológico é essa signi-
ficação simbólica que o pa-
ciente faz daquela notícia.
Podia ser um simples resfri-
ado, uma gripe ou um diag-
nóstico de câncer, AIDS.
Não interessa, as pessoas são
únicas e dentro de suas sub-
jetividades e unicidades res-
pondem de maneira diferen-
te e cabe a mim, saber lidar
com isso, afinal foi a escolha
que eu fiz, estar do lado des-
sas pessoas, em seu momen-
to mais frágil. Ninguém me
obrigou a escolher tal curso,
mas se o fiz, isso impinge
uma carga de responsabili-
dade intrínseca e pré-
assumida.
O lidar do doente com a
doença, é algo singular, úni-
co, existir no mundo e ser
agente e paciente de ações
naturais e sociais é algo ge-
rador de tensões, as relações
sociais per si, são forças
motrizes de atritos, e o mito
que o paciente constrói, no
objetivo de lubrificar as rela-
ções dele com os outros,
com o mundo e consigo
mesmo, melhorando essas
tensões é algo particular.
Esse mito e essa significação
que o paciente constrói so-
bre a doença deve ser respei-
tado e trabalhado, invés de
simplesmente se catalogar o
paciente como difícil ou
birrento. A resposta de D.
Maria para o diagnóstico de
câncer é totalmente distinta
da resposta de D. Fátima, e
cabe ao profissional compre-
ender isso, e trabalhar dentro
desses constantes graus de
variância e incerteza.
Mas enfim, eu estava ali,
enquanto o professor tentava
acalmar a doce senhora, eu
estava ali, um pouco afasta-
do, admirando, contemplan-
do a cena, como se visse um
filme, ou como se um qua-
dro estivesse sendo pintado
a óleo em minha frente.
Aquela senhora, acompa-
nhada apenas pela filha, pele
seca, castigada pelo tempo e
talvez pelo excesso de ativi-
dade laborativa, talvez mui-
tos filhos, falta de oportuni-
dade para estudar, casa sim-
ples, falta de auxílio de um
marido, não sabia de nada
disso, mas ia conjecturando.
E ver o sofrimento dela, o
rubor facial, as lágrimas que
escorriam, o rosto que se
escondia com vergonha dos
presentes, foi me fazendo
naquele momento olhar um
pouco para dentro de mim,
para tudo que eu vive, tudo
que eu passei para poder
estar ali, tentando ajudá-la.
Em flashes de segundos
fui rememorando fatos, lem-
brando de pessoas, de insul-
tos a mim dirigidos, de elo-
gios, das dificuldades, das
alegrias, foi uma espécie de
estado mental de lembranças
tumultuadas, dolorosas e
felizes ao mesmo tempo.
Tanta coisa veio a minha
cabeça ao mesmo tempo que
não pude deixar de ficar le-
vemente emocionado. Eu
tinha passado por tanta coi-
sa, para estar ali, ao lado
daquela senhora ou de qual-
quer outra pessoa, tentando
ajudar, compreender, escu-
tando...
Alguns podem ver meu
relato como muito melódico
e piegas, mas só eu sei o que
vive para estar ali. Sei das
dificuldades inerentes ao
processo do exercício de
minha futura profissão, não
sou um sonhador tolo, não
idealizo uma conjuntura per-
feito. Mas tento não perder
essa sensibilidade para com
o outro, mesmo com tantas
agruras.
E essa é umas das coisas
que mais clamo aos meus
Deuses, para não perder is-
so, esse sentimento de empa-
tia com o outro...
ANDRÉ LEITE
Acadêmico do 5º período
"Muitos médicos
já são de opinião
que existe algo a-
lém de bisturis e
pílulas para curar
seus pacientes."
Bernie Siegel
3
Fala que eu te ausculto é uma seção de artigos de opi-
nião, sugestões, críticas, anúncios, desabafos, etc do MA-
LA dedicada a publicar textos escritos pelos alunos de
Medicina da UFS. Do calourinho até o interno, se você
gosta de escrever e quer apresentar suas idéias no jornal,
mande seu texto para: jornalomala@gmail.com
A graça do stand up comedy De onde vem a graça das piadas? Por que a gente ri de
alguma coisa? Primeiro vou falar uma piada.
“Um cara na lua de mel chega para sua recém esposa e diz:
-Sabia que você é minha Brahma?
- Por quê?
- Porque você é minha numero um.
- Se for assim você é meu Peugeot. Porque é meu 206.”
A piada não tem tanta graça, mas tem o suficiente para
mostrar meu ponto de vista. Sócrates falou que a graça de uma
piada vem de um pequeno desequilíbrio harmônico com con-
seqüências que não cause compaixão. No caso o desequilíbrio
harmônico estaria na quantidade de mulheres do homem e na
quantidade de parceiros da mulher. E ninguém fica com pena
do cara da piada por ter casado com a mulher rodada, talvez
alguém que tenha passado por uma situação parecida, identifi-
que-se com o personagem e sinta pena, acabando totalmente
com a graça para ele.
Freud dizia que toda piada
tinha um contexto sexual por
baixo, mas isso ele era jovem e
associava tudo a sexo. Depois de velho, veio a paumolecencia,
o que o fez raciocinar melhor e vir com uma teoria mais com-
pleta, e esta diz que a graça vem do escárnio a um valor consi-
derado importante a sociedade. No caso da piada a graça viria
do cara ser um virgem e a mulher ser promiscua. Se invertês-
semos: “a mulher diz: ah,você é minha brahma, meu numero
um. E o cara responde: e você meu Peugeot, minha 206”. Não
teria graça nenhuma, porque é isso que a sociedade espera do
homem e da mulher, uma vasta experiência sexual dele e ne-
nhuma dela. Mas e o stand up? É um tipo de comedia que fala de situações
corriqueiras, de coisas que todo mundo pensa, mas não fala. Ela
fugiria então da definição dada por Freud? Na verdade, não. Na
verdade, as aparências, a hipocrisia, tudo aquilo que nos impede
de falar (mesmo sendo comum a quase todos) coisas que teorica-
mente são considerados defeitos humanos, principalmente nosso
defeitos, no fundo são valores tão importantes, tão necessários à
sociedade, que falar a verdade e ser sincero se tornou cômico.
Fala que eu te ausculto... (parte 2) ALOÍSIO FERREIRA
Acadêmico do 11° Período
Primeiro semestre... Ah que alegria
passar no vestibular, ser toda pintada, levar
um trote daqueles e conseguir ver a ponta
do sonho que se realizaria. Tive os 3 meses
de férias mais incríveis da minha vida.
Depois, a tradicional SRC veio como uma
riquíssima introdução sobre o que vería-
mos e o que não veríamos na nossa jorna-
da. Até que na segunda-feira letiva veio o
primeiro choque: onde peste ficava a Li-
berdade? O que era Bicen? Cadê o DCE?
Por que era tão longe o DMO das didáti-
cas? Por que a Bicen ficava mais longe
ainda do Departamento? Como é o nome
da lanchonete que fica ao lado do departa-
mento de filosofia? (Alguém me responda,
porque eu ainda não sei). E mais: por que o
chão era tão irregular? Eu SEMPRE trope-
çava! (Aqui vai outra pausa: eu continuo
tropeçando e já caí várias vezes. Mas, sou
desastrada naturalmente, então relevem). E
pra completar, o DMO está em reforma e
nossas aulas se tornaram um inferno com
toda aquela barulhada e a poeira subindo.
POR QUÊ?
Quem não se lembra da primeira aula?
Do primeiro contato com ossos de verda-
de? E da primeira vez que usou o jaleco de
medicina, luvas, gorro e máscara? Ah, eu
me senti quase uma médi-
ca. Tava nas nuvens. E aí,
o segundo choque: pra quê
tanto forame, tanto sulco, tanto canal e
tanto processo NUM CRÂNIO SÓ? E on-
de ficava a tal da concha nasal e o osso
lacrimal que todo mundo falava que tinha
e eu nunca via? E os esfingolipídeos, gli-
colipídeos e todos os cálculos de bioquími-
ca? E por que muitos músculos e
muitos ligamentos têm que ser
imaginários? Até hoje eu não vi
um risório e nem um ligamento
amarelo! Sem me recuperar
do trauma do segundo
choque, o terceiro apare-
ce: estamos sem professor
de Psicologia Geral e o
professor de Metodologia
pediu desligamento. Ou seja, de
5 matérias que eu tinha, estava
tendo apenas 3. Como se não
bastasse, chegou o primeiro si-
mulado prático de anatomia: MEU DEUS!
Deu branco, deu azul, deu verde, deu rosa,
deu preto, deu arco-íris, só não deu o nome
das estruturas. Depois do desastre do pri-
meiro simulado, aí eu vi a necessidade de
ir pro laboratório em horário extra pra es-
tudar. Deslanchou a bagaceira: já cheguei
a ficar 14 horas na UFS! Como assim? De
9:00-23:00. Bom né? Almocei lá do lado
de fora e descobri o point de almoço da
galera: Bom Gosto, Bom Universitário e
VIP. A comida é boa. Ruim é ter que dei-
xar quase 8 reais toda vez que vou almoçar
(alguns de vocês vão me mandar almoçar
no Resun,né?). E porque tem aquele termi-
nal de ônibus bem na saída lateral da UFS?
Eu já perdi a conta de quantas vezes quase
fui atropelada por um ônibus! Olhe que
lindo!Agora eu ando de mão dada com
Pérola, uma amiga doidinha, pra atravessar
aquela avenida. Santa Mãe, quanta
diferença da época da escola!
Sair do lugar de "acomodação",
onde tudo era "bonitinho" e ir
pra um lugar totalmente dife-
rente da realidade antiga é
realmente um choque. Mas,
mesmo com todas as reclama-
ções, eu estou amando viver ali.
Cresci em termos de responsabili-
dade, conheci tanta gente disposta a
ajudar, fiz amigos que quero levar
pro resto da minha vida. Descobri
um outro lado da medicina que não se res-
tringia ao estudo, mas a humanização. E
hoje estou aqui, em pleno feriado de Sema-
na Santa, tendo que estudar pra prova teó-
rica e prática de anatomia e pra o teste de
bioquímica. Aí, quer dizer, desespero total!
Rio pra não chorar (literalmente)."
FERNANDA MONTEIRO Acadêmica do 1° Período
Angústias de uma Caloura!
4
CAMED em Movimento...
A DENEM e o CAMED convidam a todos para o que há de mais interessante e instigante
(além do próprio curso, é claro) em nossa breve passagem pela universidade: o Movimento Es-
tudantil de Medicina. Com ele, aprendemos que ser médico ou estudante de medicina é muito
mais do que fazer exame clínico, diagnosticar ou tratar o paciente. A nossa prática se dá fundamentalmente em participar ativamente
das decisões que interferem no cotidiano da universidade, do nosso curso, do Hospital Universitário e da saúde da população em
geral. Falando em Hospital Universitário, a DENEM está encampando este ano uma campanha nacional em defesa dos HU's e contra
a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Não está sabendo?? Pois fique de olho no que a DENEM está organizan-
do para esse ano e que com certeza tem tudo a ver com a gente. Aliás, a DENEM é construída por quem mesmo? Por nós próprios,
estudantes de medicina!
Acontece na medicina, acontece na DENEM em 2012
Vem aí...
Três anos se passaram desde o
último encontro estudantil de Medi-
cina realizado na Universidade Fe-
deral de Sergipe - o Encontro Regio-
nal dos Estudantes de Medicina
(EREM), em junho de 2009. A cons-
trução do EREM Aracaju 2009 foi
algo inusitado: apesar de ter sido
construído em grande parte por ca-
louros e até pré-calouros (que passa-
ram para o 2º semestre) sem nunca
terem participado sequer de um en-
contro da DENEM, conseguimos
realizar um EREM de sucesso. Foi
graças a esse encontro que se for-
mou a geração que atualmente está
no CAMED e que vem deixando espaço para a galera mais nova.
Falando em galera mais nova, essa recente leva de CAMEDianos,
vindos das últimas Semanas de Recepção dos Calouros, terão
muito o que fazer daqui pra frente. Isso porque, este ano, o E-
REM será realizado novamente na capital mais bonita do nordes-
te: Aqui em Aracaju!
Para quem não sabe do que se trata, os EREM's são encontros
realizados todos os anos por estudantes de medicina nas diversas
regionais do país. A nossa regional é a Nordeste 1, composta
pelas 12 escolas médicas de Bahia, Sergipe e Alagoas: UESB
(Vitória da Conquista e Jequié), UESC, UEFS, UFBA, Baiana,
UFS, Unit, UFAL, Uncisal e os recentes cursos da UNEB e da
UFS Lagarto. O EREM está previsto para os dias 6, 7, 8 e 9 de
setembro (aproveitando o feriado da independência) e a expecta-
tiva é de que o encontro conte com cerca de 150 pessoas. Imagine
só a beleza que será conhecer estudantes de medicina desses 3
estados, trocando experiências, curtindo bastante nas festas e
culturais, além de discutir sobre temas importantíssimos para
nossa formação médica, mas que não são sequer tratados em sala
de aula. Aliás, a temática central deste XVI EREM, será a própria
formação médica quem estará no Divã, por meio de mesas, pales-
tras, oficinas, rodas de conversa, painéis e muito mais.
Com um encontro aguardadíssimo como esse acontecendo em
terras sergipanas, fica tudo muito mais fácil, afinal, não tem a-
quele desgaste pra pedir aos pais, tios, avós, namorado(a), ficante
pra viajar pra longe por 4 ou 5 dias. Além do mais, financeira-
mente falando, a inscrição no encontro é MUITO mais barata do
que qualquer congresso. Mas não é só moleza não minha gente!
Pra construir esse EREM, precisaremos de muito empenho, ale-
gria, energia, vontade e animação, além de muitos braços, pernas
e corações dispostos a construir esse que com certeza será o me-
lhor Encontro Regional dos Estudantes de Medicina de todos os
tempos! Por isso, estudantes de São Cristovão, Lagarto e Unit,
uni-vos! E mãos à obra!
O que é bom sempre volta! Após o sucesso
que foi O último
Encontro Científi-
co dos Estudantes
d e M e d i c i n a
(ECEM) em Uber-
lândia-MG, agora é
a vez da cidade
maravilhosa, Rio
de Janeiro, sediar o
evento que sem
sombra de dúvida é
o mais importante
encontro de estu-
dantes de Medicina
do país.
Estudantes de
Medicina de Belém do Pará até Porto Alegre-RS estarão reunidos
de 12 a 21 de julho (em plenos férias) na cidade do Rio de Janei-
ro para debater os rumos da saúde e da formação médica em nos-
so país. Se o EREM com a participação de estudantes de 3 esta-
dos do nordeste já vai ser bom, imagine o ECEM com cerca de
1000 estudantes do Brasil inteiro?
O tema central do encontro será "Nosso papel na transfor-
mação da Educação Médica", além de várias outras questões
extremamente pertinentes ao cotidiano do estudante de medicina
e do profissional médico (ver programação no site). Além disso,
o encontro terá espaço para exposição e apresentação de traba-
lhos científicos, possibilitando o intercâmbio de conhecimento
entre estudantes de todo Brasil, além de promover a integração
entre os mesmos.
O encontro está sendo construído com todo carinho pelo CA-
SAF (Centro Acadêmico Sir Alexander Fleming), órgão que re-
presenta os estudantes de medicina da UERJ, e pela DENEM.
Corra e aproveite as promoções de passagem que saem na inter-
net para garantir presença neste grande encontro. Afinal, diferen-
temente de um Show de Chiclete com Banana, ECEM só tem
uma vez no ano. É imperdível!
Mais informações no site: www.ecem2012.com.br
Outros eventos importantes: Seminário da Frente Nacional Contra a Privatização da Saú-
de:
- 7 a 10 de junho (Maceió):
Seminário do CENEPES (Centro de Estudos e Pesquisas em
Educação e Saúde):
- São Paulo (2º semestre - Data a definir)
Mais informações: www.eremaracaju2012.wordpress.com
5
Na sua 8ª Edição a SRC mais uma vez deu exemplo de solidariedade a aprendizado!
Semana de Recepção dos Calouros 2012/1
Depois de uma das melho-
res férias das nossas vidas, che-
gamos ao dia mais esperado do
ano: 27 de fevereiro de 2012. O
dia em que nosso sonho iria
começar. Todos na expectativa
pra entrar nas salas e ter o pri-
meiro contato com os cadáveres
e ver os lipídeos e carboidratos
da bioquímica. No entanto, nos
deparamos com uma tal de S-
RC (Semana de Recepção dos
Calouros), a qual os veteranos
juravam que era diferente das
barbaridades que ocorria pelo
país e que seria bem legal.
Começamos essa semana
especial com uma dinâmica de
apresentação, e percebe-
mos a ansiedade e alegria
nos rostos dos nossos co-
legas no primeiro contato.
Conhecemos também o
famoso Resun. Após vá-
rias rodas de debate, tive-
mos uma aula sobre SUS
para nos prepararmos para
a vivência do dia seguinte
nas comunidades, que por
sinal foi um aprendizado
para a vida, assim como
toda a semana também o
foi. A nossa quarta come-
çou com um belo café da
manhã muito diferente que
nos proporcionou muitas
risadas e também nos fez
aprender uma nova lição. Logo
mais à tarde, aconteceu a famo-
sa “Caça ao Tesouro” para uns,
ou “Fazenda da UFS” para ou-
tros. Na quinta, aprendemos
que a Medicina não está restrita
aos conhecimentos da faculda-
de, e que se expande para ou-
tras práticas se encaixando na
chamada Medicina Alternativa,
como acupuntura, reiki e mas-
sagem. À tarde, ocorreu o nos-
so “Happy Hour”, e contamos
com a presença da banda Med
Xote, composta pelos nossos
colegas do curso. Garanto que
ninguém ficou parado. Encer-
rando a SRC, na sexta fomos
visitar o HU, lá momentos in-
críveis foram compartilhados,
afinal quem esquecerá as caras
dos veteranos nos quadros vi-
vos? E as milhões de perguntas
sobre os quadros? E, principal-
mente, como esquecer da nossa
linda Noite do Jaleco, que além
de ser uma forma de confrater-
nização com as pessoas funda-
mentais da nossa conquista, foi
considerado como o evento que
marcou a nossa entrada na uni-
versidade?
Dessa forma, para nós a
SRC não foi apenas uma sema-
na de diversão e sim um con-
junto de aulas que serão lem-
bradas durante todo o nosso
curso como uma das mais im-
portantes. Agradecemos ao
CAMED por nos proporcionar
essa recepção tão desejada por
todos e que desperta a vontade
de receber novos colegas da
m e s m a
forma.
Um evento esperado com
bastante ansiedade pelos calou-
ros de medicina é a Calourada.
Com a gente não foi diferente,
então dia 23 de março aconte-
ceu a Calourada 2012.1 de
Medicina no Boteco do Reitor,
com a participação de bandas
que animaram a festa e fizeram
com que a nossa confraterniza-
ção seja lembrada por todos.
Mas,é claro que o convidado
principal das calouradas de
medicina, o famoso sorinho,
não ficou de fora. O tão espera-
do foi motivo de risos, descon-
trações, e disputas amigáveis.
Com muito forró e animação,
ninguém ficou parado, fazendo
a festa ficar mais bonita e di-
vertida. Quem não foi, perdeu
e quem foi, ficou com gostinho
de quero mais, com certeza.
Por Ana Carolyne
e Pérola Estrela
Turma 2012/1
Calourada 2012/1
Noite do Jaleco
6
Após pelo menos 6 anos
de muito estudo e preparação
no curso de Medicina, seremos
lançados no mundo do trabalho
enquanto profissionais médi-
cos. Após a Universidade, se-
guiremos a linha do que aconte-
ce em geral com os egressos:
alguns de nós iremos direto
para a residência e outros opta-
rão por trabalhar 1 ou 2 anos no
PSF, farão o seu "pé de meia" e
então irão partir para a especia-
lização ou até para outro em-
prego. Mas aonde? Em geral,
não se pensa muito em traba-
lhar no SUS. É verdade que o
trabalho no Sistema Único de
Saúde não é tão atrativo para
algumas pessoas por conta dos
salários pagos ou até pelas pró-
prias condições de trabalho que
muitas vezes são bastante pre-
cárias. Entretanto, em geral, a
grande maioria dos médicos
trabalha ou já trabalhou alguma
vez no SUS, e esse com certeza
será o caminho para muitos de
nós que estamos em processo
de gestação rumo à profissão
médica - no próprio HU, o qual
faz parte do SUS. Por esse mo-
tivo, dada a importância desse
tal sistema, cabe-nos a fazer a
seguinte pergunta: Qual a reali-
dade desse tal sistema que ire-
mos trabalhar?
Ao longo do século XX, a
saúde no país passou por um
processo de reformas – a cha-
mada Reforma Sanitária Brasi-
leira. Somente com a mobiliza-
ção de movimentos populares,
estudantes, intelectuais, sindi-
catos e trabalhadores da saúde
e, a partir da VIII Conferência
Nacional de Saúde (1986) e
com a aprovação da Constitui-
ção Federal de 1988, foi possí-
vel criar um sistema universal
de saúde que, pelos seus princí-
pios, garantias e fundamen-
tos, é considerado um dos
sistemas de saúde mais a-
vançados do mundo. Entre-
tanto, quase 24 anos após a
sua criação, parece que al-
guma coisa deu errado.
Apesar dessa importante
conquista do povo brasileiro
que foi o SUS, são notáveis as
diversas contradições e contras-
tes na saúde do país - contradi-
ções estas que se expressam
essencialmente entre o setor
público e o setor privado.
Se por um lado, apenas
25% da população tem condi-
ções de pagar por um plano de
saúde e outros 75% dependem
apena do SUS para se ter assis-
tência à saúde, a distribuição de
recursos humanos e financeiros
não segue a mesma proporção.
Apesar de abarcar um número
bem inferior de usuários em
relação ao SUS, o mercado de
planos de saúde movimenta por
ano cerca de 53% do que é gas-
to em saúde no país, ou seja,
mais da metade dos recursos
para uma população que repre-
senta apenas ¼ do total de habi-
tantes. A contradição segue ao
analisarmos o número de postos
de trabalho médicos no privado
e no público, existindo cerca de
4 vezes mais médicos traba-
lhando no primeiro do que no
segundo.
Ao analisarmos tais dados, fica-
mos com a pulga atrás da ore-
lha. Como podemos conceber
um sistema que deveria pelos
princípios dar mais a quem
mais precisa, funcionar de for-
ma inversa? Acontece que esse
problema não se dá apenas pela
resposta simplista de que tudo
que é público é mais difícil de
se colocar em prática. O grande
problema, em sua raiz, é o con-
flito de interesses entre aqueles
que lucram com a saúde da
população e aquele que querem
a consolidação de um sistema
de saúde que em tese deveria
ser para todos e de qualidade.
O problema começou desde
o princípio: apesar da constru-
ção do SUS ter sido uma con-
quista histórica dos trabalhado-
res, o setor privado conseguiu
impor seus interesses mesmo
com a construção de um siste-
ma universal, conseguindo ga-
rantir a sua coexistência com o
sistema público na constituição.
Desde então, não houve trégua
nessa guerra de conflitos de
interesse.
Um fato recente e curioso
aconteceu nas últimas eleições
(2010): a bancada dos planos
de saúde cresceu na câmara e
no senado - São ao todo 38
deputados e 5 senadores. Qual
o problema com isso? Sabemos
que o financiamento de campa-
nhas no sistema eleitoral brasi-
leiro não coloca grandes restri-
ções para os investimentos do
setor privado. Na realidade, é
esse investimento quem dá o
tom das campanhas e dos man-
datos ganhos. Sabemos muito
bem as complicações práticas
disso: quem paga a banda esco-
lhe a música.
Um exemplo prático desse
conflito de interesses se dá no
financiamento da saúde no país.
Que grande parte dos proble-
mas do SUS advém do financi-
amento insuficiente, isso não é
segredo para ninguém. Desde o
ano 2000 tramitou no congresso
a Emenda Constitucional 29,
uma proposta de aumento dos
investimentos em saúde pública
e que regulamentaria o quanto
cada esfera de governo gastaria
com saúde. A proposta inicial
era de que 10% do orçamento
geral da união fosse destinado à
saúde (atualmente são investi-
dos apenas 4%). Levaram mais
de 10 anos para que a emenda
fosse finalmente aprovada na
câmara e no senado e então
sancionada pela presidente, em
janeiro deste ano. Entretanto, os
10% tão sonhados não entraram
na proposta final, já editada
diversas vezes. Muito pelo con-
trário: no início deste ano, o
governo anunciou o corte orça-
mentário de R$ 5,47 bilhões
para o Ministério da Saúde.
Quanto contradição.
Alguém poderia falar ainda
que, o grande problema que
atravanca o avanço do SUS no
país é a corrupção. De fato, o
desvio de verbas é um grave
problema no país, ao se utilizar
um recurso individualmente,
quando deveria ser de toda uma
coletividade. Tal crime precisa
ser combatido de forma vee-
mente. Entretanto, a corrupção
mostrada na mídia, a que é tida
como ilegal, como crime, é
apenas a ponta do iceberg do
(Continua na página 7)
Medicina: Da
Universidade
para onde?
7
sistema. Podemos, por exem-
plo, fazer um simples trabalho
de pesquisa: procurar no Goo-
gle um gráfico que mostre o
orçamento geral da união
(arrecadação de impostos) de
2011. Se hoje o investimento
em saúde gira em torno de 4%,
parte insignificante no gráfico,
podemos notar que 43% dos
gastos são realizados para o
pagamento de juros da dívida.
O que é isso? No frigir dos o-
vos, é dar quase metade do que
é arrecadado no país em impos-
tos para os bancos, alimentando
assim o capital financeiro e
deixando as áreas sociais a ver
navios. No fim das contas, mui-
to mais dinheiro é desviado
para o setor privado de forma
"lícita" do que de forma ilícita.
O fato é que, nesse cabo de
guerra, quem tem mais força
puxa a corda e mais benefícios
para mais perto. Entretanto, se
a nossa força, enquanto futuros
trabalhadores, não está no di-
nheiro, como está no setor pri-
vado (planos de saúde, por e-
xemplo), onde está ela
para colocar a conjuntu-
ra da saúde a favor das
demandas da população?
Nos últimos meses e
principalmente no dia 7
de abril, dia mundial da
saúde, estudantes, servi-
dores, professores, mo-
vimentos sociais e traba-
lhadores da saúde deram
resposta para tal pergun-
ta nas ruas do Brasil
inteiro. Por meio de mo-
bilização,
colocaram
como ban-
deira a
defesa in-
transigente
do SUS
para que o
sistema se
consolide e
possa ofe-
recer tudo
o que pro-
mete em
papel e
tudo o que
a popula-
ção neces-
sita. Fazer
essa defesa
s i g n i f i c a
ter como concepção de que a
saúde é um direito de todos e
dever do Estado e não uma
mera mercadoria que só pode
ser comprada mediante paga-
mento.
Essa luta, apesar de parecer
distante do nosso cotidiano,
tem tudo a ver com a gente -
agora estudantes da universida-
de, mas futuros médicos e tra-
balhadores do Sistema Único
de Saúde. Caso continuarmos
aceitando o subfinanciamento
da saúde pública, a precariza-
ção do trabalho médico, as pri-
vatizações e as terceirizações
da saúde e do ensino como a
EBSERH (Empresa Brasileira
de Serviços Hospitalares) pode-
rá fazer com os HU's do país,
poderá ser tarde demais e nos
arrependermos. Se não assumir-
mos o nosso papel enquanto
protagonistas da história e das
mudanças na saúde e na socie-
dade como fizeram os movi-
mentos sociais no processo de
construção do SUS, quem mais
irá assumir? O setor privado? O
futuro está em nossas mãos e
pertence a gente, povo.
Por Alisson Sampaio (Turma 2009/1)
Na última (e primeira)
edição do Jornal O Mala, vei-
culamos uma matéria sobre a
Reforma Curricular no curso
de Medicina informando que
tal reforma entraria em prática
agora em 2012. Como todos
viram, não entrou. Mas o que
houve?
Convidamos o professor
Marco Prado, chefe do Depar-
tamento de Medicina (DME),
para uma reunião do CAMED
e ele(DME), para uma reunião
do CAMED e ele prontamente
se dispôs a dedicar uma parte
do seu tempo para ir explicar
na reunião o que estava acon-
tecendo.. O professor expli-
cou que o projeto político-
pedagógico da Reforma Cur-
ricular previa implantar o no-
vo currículo paralelamente ao
currículo atual (ou seja, pra
quem já está cursando, não
mudaria nada) para evitar pro-
blemas de atraso no curso etc.
Inclusive, em vários outros
cursos na UFS acontece as-
sim. Foi até colocado em uma
reunião do DME que no curso
de Educação Física existem
três currículos paralelos. Po-
rém, a universidade não está
mais permitindo que exista
mais de um currículo por cur-
so, porque na verdade isso vai
contra as normas. Moral da
história, terá que ser discutido
e pensado um novo projeto
político-pedagógico para o
novo currículo, para adaptar
alguns aspectos e evitar um
excesso de problemas (porque
alguns, com certeza haverá)
para os estudantes, já que todo
mundo terá que se adequar ao
novo currículo quando ele for
implantado. O professor Mar-
co Prado afirmou que preten-
de organizar a criação de uma
comissão para cuidar da re-
elaboração desse projeto, in-
clusive com a participação do
CAMED, durante o ano, na
tentativa de que o currículo
novo seja implantado já em
2013. Mãos à obra então.
‘’Cadê a tal reforma curricular?’’
8
Quando passamos no ves-
tibular de medicina, muitas
expectativas começaram a cair
sobre nós: uns já procuram ga-
rantir as futuras “consultas ami-
gas”, outros já querem saber se
queremos montar uma clínica
ou ir trabalhar fora do país... já
alguns querem saber se nós
s e r e m o s o s m é d i c o s
“diferentes” que o Brasil preci-
sa. Independentemente do que
os outros pensam
sobre nós, a questão
mais importante é: o
que NÓS esperáva-
mos ser quando
escolhemos a medi-
cina? Será que os
objetivos daquela
época ainda são os
mesmos? O que
pensávamos sobre
“ser um bom médi-
co” naquela época?
O que pensamos
sobre isso agora?
De fato, todos
os anos, muitos
estudantes iniciam o
curso de medicina
estando apegados
ao sonho de ser
como aqueles médi-
cos famosos, ricos e
bonitos das novelas
e seriados da TV.
No entanto, durante
o curso muitas outras referên-
cias começam a se criar na vida
do estudante de medicina, e um
leque de possibilidades se abre
para ressignificar o conceito de
“ser um bom médico”. O pro-
cesso de escolha de quais cami-
nhos seguir para se alcançar
esse objetivo, ao contrário do
que muitos pensam, não se dá
de forma natural ou espontânea,
mas sim como fruto de uma
grande carga de influências e
oportunidades.
Logo que o curso começa,
milhões de preocupações colo-
cam em cheque, no imaginário
do calouro, a possibilidade de
ser ou não um bom profissio-
nal: decorar o atlas inteiro de
anatomia, ter as melhores notas
em todas as disciplinas, manter
MGP alta, participar de Ligas,
acompanhar um médico, preen-
cher o currículo com congres-
sos, monitorias, pesquisas, pro-
jetos de extensão, organização
de eventos, etc. As possibilida-
des de caminhos a seguir nesse
momento são várias, sendo as
escolhas geralmente feitas a
partir das oportunidades que
surgem e dos conselhos dos
“mais experientes” sobre o que
priorizar em cada período do
curso.
Pode parecer loucura ou
exagero, mas se formos parar
para pensar, a partir dessas de-
cisões tomadas no 1º período,
cada um passa a definir para si
uma formação médica própria,
apesar de todos os estudantes
passarem obrigatoriamente
pelas mesmas disciplinas e pro-
vas durante os 6 anos do curso.
Ao se pensar sobre esse proces-
so de formação ou Educação
Médica, é essencial refletirmos
sobre questões que vão além do
cumprimento de uma determi-
nada grade curricular, afinal,
não existe nenhuma universida-
de que forme 100% de bons ou
maus médicos, independente do
tipo de currículo oficial adota-
do.
Qualquer tipo de experiên-
cia que vivenciamos na univer-
sidade, seja durante o cumpri-
mento do próprio currículo ou
fora dele influenciará, inevita-
velmente, a forma como atuare-
mos na nossa profissão. É nesse
contexto que surge a expressão
Currículo Oculto, com o intuito
de transmitir, em apenas duas
palavras, a idéia de que existe
uma gama de fatores que defi-
nem, juntamente com o currícu-
lo adotado pela universidade, o
perfil de profissional que sere-
mos.
Através dos diversos fatores
que influenciam direta ou indi-
retamente na nossa concepção
de “ser bom médico”, cada
estudante vai delineando, com
o passar dos períodos, o currí-
culo oculto da sua formação.
Desde a escolha das disciplinas
a serem estudadas com mais
afinco às práticas copiadas dos
nossos professores na relação
médico-paciente, com o tempo
vamos começando a expressar
no nosso desempenho acadêmi-
co, tanto através das notas co-
mo dos atendimentos das aulas
práticas, nossas habilidades
desenvolvidas e competências
aprendidas na universidade.
Apesar de seis anos de curso
inicialmente parecer muito,
certamente é um tempo ínfimo
quando paramos pra lembrar
quantos capítulos de quantos
livros de quantas disciplinas
não pudemos nem ler ao estu-
dar para as provas. Na tentati-
va de “dar conta” de todas as
atividades curriculares e ainda
das extra-curriculares para ter
um “currículo exemplar”, mui-
tas vezes passamos a atuar de
forma automática, sem refletir
criticamente sobre o que esta-
mos fazendo, o porquê de fa-
zermos aquilo e até mesmo se
determinada conduta que nos
estão ensinando é, de fato, a
mais correta e benéfica para o
paciente ou não. Como conse-
quência disso, muitas vezes
acabamos prejudican-
do nossa aprendiza-
gem, nossa qualidade
na atenção à saúde
dos pacientes e até
mesmo a nossa pró-
pria saúde.
Diante disso, é
preciso que paremos
um instante para refle-
tir sobre todos esses
dilemas que enfrenta-
mos no nosso cotidia-
no. Será que as coisas
podem ser diferentes?
Será que em todo lu-
gar é assim? Como
fazer para melhorar?
Existem outras alter-
nativas? O que nós,
enquanto estudante,
temos a ver com isso?
Certamente o pro-
pósito deste texto não
é o de responder de
maneira simplória a
estas questões, mas sim, de
incitar uma reflexão acerca da
importância de um diálogo ur-
gente entre estudantes e profes-
sores do nosso curso acerca
desse tema tão negligenciado
que é a Educação Médica. Não
podemos nos esquecer de que
nós não nos tornaremos médi-
cos apenas no dia seguinte à
nossa formatura, mas que esta-
mos nos construindo enquanto
médicos, através das nossas
ações e reflexões diárias e, as-
sim, tendo a oportunidade de
não apenas sermos médicos
bons, mas os médicos que a
nossa sociedade tão necessitada
precisa.
Que médico você quer ser quando Crescer?
Por Adriana Cardoso Freitas Acadêmica do 10° Período
(Turma 2007/2)
Formação
9
A Empresa Brasileira de Serviços
Hospitalares (EBSERH) é uma empresa
pública de direito privado destinada à ad-
ministração dos Hospitais Universitários
(HUS) federais. Primeiramente, houve a
autorização da sua criação pelo ex-
presidente Lula no último dia do seu man-
dato, através da Medida Provisória 520. A
MP não foi aprovada, mas no dia 15 de
dezembro de 2011 a criação da
EBSERH foi definitivamente
autorizada através da Lei nº.
12.550, sancionada pela presi-
dente Dilma Rousseff.
Há uma grande discussão a
respeito dos benefícios trazi-
dos com a implementação da
empresa. Será que ela resolve-
rá milagrosamente a precarie-
dade e os problemas de admi-
nistração dos Hospitais Uni-
versitários brasileiros? Será
que essa recente tendência de
privatização da saúde é sufici-
ente para garantir uma melho-
ra significativa na saúde do
povo brasileiro?
O principal argumento
usado para a defesa da EBSE-
RH é a necessidade de regula-
mentação do pessoal contrata-
do pelos HUS. Porém, a proposta defendi-
da se baseia na contratação através da CLT
(Consolidação das Leis Trabalhistas), o
que impede a garantia de estabilidade e
permite alta rotatividade. Isso , na verdade,
contribuiria ainda mais para a precarização
do trabalho e diminuiria a possibilidade de
mobilização da classe trabalhadora.
Outro argumento utilizado pelos que
defendem a EBSERH é o possível aumen-
to do financiamento dos Hospitais. No
entanto, a participação do capital privado
será através de empresas subsidiárias que
podem dar margem para a corrupção. Ha-
veria ainda a participação do capital esta-
tal. Sobre este, há um exemplo muito bom
a ser considerado: o Hospital das Clínicas
de Porto Alegre (HCPA), hospital escola
da UFRGS que tem participação privada.
O HCPA é tido como referência devido ao
altíssimo financiamento garantido pelo
poder público. Em 2009, o HCPA recebeu
2,55 vezes mais recursos que o HU da
UFMG. Então, surge uma pergunta: por
que é preciso a participação de uma em-
presa privada para se ter um aumento sig-
nificativo dos recursos financeiros esta-
tais? O essencial aumento de investimen-
tos deve ser garantido sem a necessidade
da privatização.
Assim como toda empresa privada, a
EBSERH será regida sob a lógica do mer-
cado, instituindo metas e prazos de execu-
ção que limitarão as áreas de ensino, pes-
quisa e extensão universitária. Isso levaria
à perda da verdadeira natureza dos Hospi-
tais Universitários e evidenciaria a submis-
são aos interesses da empresa, que poderia
cortar gastos nos setores que não dessem
lucro. Além do mais, haveria uma afronta
à autonomia universitária por
causa dos amplos poderes da
EBSERH para firmar contratos,
convênios, definir processos
administrativos.
A parte mais atingida, caso
haja a privatização proposta, será
a população. Haveria diminuição
do acesso à assistência médica,
causando grande ameaça ao SUS
(Sistema Único de Saúde). Essa
diminuição é evidenciada pelo
HCPA, que adotou o método da
“dupla porta de entrada”. Lá,
aproximadamente 80% das inter-
nações são via SUS e 20% são
via não-SUS. As cirurgias não-
SUS cresceram 95,3% de 2002 a
2010, enquanto as cirurgias via
SUS cresceram 18,3% no mes-
mo período, ilustrando a eviden-
te preferência pelos pacientes de
convênio ou particulares.
Após demonstrar todas as consequên-
cias negativas trazidas com a criação da
EBSERH, faz-se necessária uma reação a
isso tudo. Uma das manifestações mais
recentes foi feita em Campina Grande-PB.
Os estudantes da área da saúde organiza-
ram-se e protestaram por uma saúde públi-
ca melhor no campus universitário e no
Hospital Univer-
sitário Alcides
Carneiro.
EBSERH: Solução ou mercantilização dos HUs?
Por Caio Telino (Turma 2012/1)
Mobilizações contra a privatização dos HUs e a precarização do Ensino. (Fotos da UFCG e UNCISAL)
10
Medicina UFS: Lagarto Uma nova perspectiva de ensino-aprendizagem
No início de 2011, a Uni-
versidade Federal de Sergipe
iniciou o funcionamento do
campus da saúde Prof. Antônio
Garcia Filho na cidade de La-
garto, localizada no centro-sul
do Estado a 75 km de Aracaju.
De forma inédita em nosso pa-
ís, todos os oito cursos desse
campus apóiam-se sobre meto-
dologias ativas de aprendi-
zado como a Aprendiza-
gem Baseada em Proble-
mas (ABP), sistema tam-
bém conhecido como PBL.
A lógica de todos os cur-
sos, e não apenas medicina
e enfermagem, serem em-
basados nessa metodologia
é a valorização da multi-
disciplinaridade, do traba-
lho em equipe e da huma-
nização do atendimento.
Para isso tornar-se possí-
vel, o primeiro ciclo de
cada curso é integrado, ou
seja, os alunos dos oito
cursos estudam juntos em
suas práticas acadêmicas
diárias.
O curso de medicina
em Lagarto, aprovado pelo
MEC ano passado, é estru-
turado sobre quatro atividades
semanais: O grupo Tutorial, A
Prática de Ensino na Comuni-
dade (PEC), Habilidades e La-
boratório.
No grupo tutorial uma mesa
redonda com média de 10-14
alunos discutirá um problema
apresentado pelo Tutor que visa
à compreensão de um tema do
conteúdo programático da su-
bunidade em estudo. Cabe a
esse grupo, elucidar os termos
desconhecidos, formular ques-
tões, hipóteses e objetivos de
aprendizagem na abertura do
problema. Após isso, o aluno
deve ser capaz de buscar arti-
gos e livros que lhe permita
compreender os objetivos do
problema e este é novamente
discutido no fechamento, que
ocorre na aula subsequente.
Depois dessa discussão, na
mesma aula, um novo problema
é reaberto e o ciclo recomeça.
Em Prática do Ensino na Co-
munidade (PEC), o aluno é
destinado a uma unidade de
saúde onde começa a acompa-
nhar sua rotina e a interagir
com os moradores. Além disso,
realizará o trabalho de interven-
ção em uma comunidade, estu-
dando os seus problemas e pro-
pondo melhorias ao longo de
todo seu primeiro ciclo. Essa
prática visa não apenas o apren-
dizado na comunidade, mas
procura embasar os alunos so-
bre o atendimento a ela. Uma
das primeiras obrigações do
aluno da PEC é estudar as Leis
dos SUS, como a Lei 8.080 e a
8.142 para descobrir seus prin-
cípios básicos como universali-
zação, equidade e integralidade.
Assim, não só descobre os di-
reitos que temos como pacien-
tes, como também através de
uma visão crítica, percebe o
distanciamento da teoria e da
prática.
Na aula de Habilidades, os
alunos serão capazes de desen-
volver as habilidades necessá-
rias a sua vida acadêmica, bem
como, a sua profissão. É atra-
vés des-
sas aulas
que os
a l u n o s
aprende-
rão des-
de bus-
car um
a r t i g o
científico
e renovar
um livro
via onli-
ne na
plataforma Pergamum da bibli-
oteca da UFS, até como se deve
lavar corretamente as mãos e
fazer uma ressuscitação cardio-
pulmonar.
Por fim, tem-se as aulas de
Laboratório que são divididas
em duas partes, a Morfofuncio-
nal e a Histologia. Essas aulas
são as que mais se aproximam
das aulas práticas de um curso
embasado no currículo tradi-
cional. Nelas, os alunos de-
vem ter a habilidade e apren-
der a cada subunidade a his-
tologia, fisiologia e anatomia
do corpo humano.
O curso de medicina é
focado, assim como os de-
mais, em uma metodologia
ativa de ABP. Sem dúvida,
por centrar o desenvolvimen-
to do conhecimento sobre o
aluno, esse é um complexo e
desafiador sistema de ensino,
que foge a ótica do sistema
tradicional. Nesse curso o
aluno precisa aprender a a-
prender e desenvolver uma
extensa carga horária de estu-
do, pois o estudante é avalia-
do diariamente sobre seu
aprendizado. Por ser um cur-
so novo e que ainda se estru-
tura, e devido ao pouco tempo
de funcionamento, fica difícil
para qualquer estudante tecer
grandes avaliações desse mode-
lo de ensino, mas desde já é
possível afirmar que esse é um
sistema que procura mudar a
realidade da medicina no país.
No último dia 23, o Centro
Acadêmico de Medicina
(CAMED) fez uma visita aos
estudantes de medicina do
Campus da Saúde em Lagarto.
Numa tentativa de promover
uma integração entre os estu-
dantes e o centro acadêmico, a
visita contou com a presença de
estudantes de lagarto, do CA-
MED e da DENEM.
Por Augusto César (MED
Lagarto 2012) e Flávio Ma-
teus (Turma 2012/1)
Projeto do novo CAMPUS da Saúde
em Lagarto
CAMED visita estudantes de medicina do CAMPUS Lagarto
11
29 de março de 2012. O clube militar do Rio de Janeiro co-
memora os quase 48 anos do Golpe de 64, convocando vários
torturadores para receber uma homenagem pelos serviços presta-
dos durante a Revolução. Do lado de fora, manifestantes protes-
tam contra o tal ato militar, proclamando a instauração e o fun-
cionamento da Comissão da Verdade (criada com o intuito de
expor os documentos militares da época ditatorial, atualmente
tratados como sigilosos). Essa notícia esteve muito em voga na
mídia recentemente e, além de relembrar a situação delicada por
que o País passou durante o período repressor, reflete a pouca
importância que esse tema parece ter pra quem colaborou com os
militares. Aproveitamos a volta desse assunto delicado pra recor-
dar a época , o movimento estudantil e a atuação do CAMED
desse momento até os dias de hoje.
31 de março de 1964. O exército derruba João Goulart do
poder e instaura a ditadura. Os direitos dos civis foram suprimi-
dos, órgãos administrativos foram fechados, o comunismo foi
perseguido oficialmente e a violência foi instalada. Trazendo
para o lado mais jovem, os estudantes eram vistos como
"articuladores de planos maléficos que ameaçavam a integridade
da nação", chegando ao ponto de vários deles terem sido presos e
torturados sob denúncias advindas até mesmo de „‟colegas‟‟ de
turma , que os espionavam e os traiam. Podemos citar o caso do
estudante Carlos Hardman Cortês (formando da segunda turma
da faculdade de medicina de Sergipe, no ano de 1967), integrante
do diretório acadêmico que sofreu nas mãos da ditadura por ter
estado ativo na campanha contra ela. Devido a essa inquietações,
os estudantes tiveram sua representatividade, a UNE, extinta.
Em 1966, ocorreu o Massacre da Praia Vermelha, no qual
policiais invadiram uma faculdade de medicina no RJ em busca
de estudantes que ocuparam a FNM (Faculdade Nacional de Me-
dicina) em protesto ao exército. Em São Paulo, houve uma prisão
de 700 pessoas no congresso, organizado pela ainda viva UNE,
em Ibiúna em 1968, mas o que mais assustou os estudantes foi a
edição do AI-5. No caso de Sergipe, a depredação da UEE
(União Estadual dos Estudantes) foi um ato inevitável. O reitor
da UFS nesse período, João Cardoso Nascimento Júnior, foi con-
vocado pelos militares a entregar uma lista dos estudantes
"revoltados" sob a ótica do Regime para que eles fossem expul-
sos da Universidade. João Cardoso se negou a fazer tal expulsão,
mas para burlar a pressão feita pelo exército, suspendeu o direito
político universitário dos mais exaltados. Esses, não poderiam se
candidatar mais ao DCE. Até mesmo a separação do básico na
UFS (1º ao 4º período) e do profissionalizante no HU (5º ao 12º
período) ocorreu como forma de afastar as pessoas pra que nú-
cleos contrários ao governo vigente não se insurgissem. Por isso,
durante o período de 68 até mais ou menos o meio da década de
70, o CAMED, na época chamado de Diretório Acadêmico de
Medicina, ficou pouco ativo politicamente, restringindo-se a rei-
vindicar melhorias no campus. O movimento estudantil médico
voltou a se notabilizar com a criação da DENEM (Direção Exe-
cutiva Nacional dos Estudantes de Medicina), em Fortaleza du-
rante o Encontro Científico dos Estudantes de Medicina, no ano
de 1986,quando a ditadura se desfez e os Centros e Diretórios
Acadêmicos puderam voltar a se articular, dessa vez com um
centro representativo nacional. A partir daí, mais voltado pro
lado sócio humanitário, o CAMED se "refaz" em prol de assun-
tos que mexem, não só com os estudantes de medicina, mas tam-
bém com a realidade social, trazendo e mostrando aos estudantes
a necessidade de lutar pela saúde da população e pela educação
dos futuros estudantes de medicina. A educação médica, a saúde
pública e, mais recentemente, a EBSERH presidem atualmente
como pontos fundamentais nos diversos encontros organizados
pelo Brasil.
*Agradecemos ao Professor Dr. Hélio Araújo Oliveira
por ter nos relatado a sua vivência à frente do CAMED
Dr. Augusto César Leite durante a ditadura.
Especial CAMED 51 Anos
Manifestantes em frente ao Clube Militar no RJ
Manifestantes durante a ditadura militar no RJ
Você conhece mais da atuação e história do CAMED?!
Envie-nos através de email: camedufs@gmail.com
Por Monnike Bispo e
Fernanda Monteiro
Turma 2012/1
12
Estudantes da UFS no Núcleo Brasil Cuba
No período de 01 a 21 de fevereiro de 2012 ocorreu o estágio do Núcleo Brasil-Cuba
(NBC), organizado através de uma parceria entre a Direção Executiva Nacional dos Estu-
dantes de Medicina (DENEM), do Brasil, e Federación Estudantil Universitaria (FEU), de
Cuba. O estágio contou com a participação de 15 estudantes brasileiros (dentre eles, três de
Aracaju: Adriana Freitas - 10ºp, Jean Prestes - 7ºp e Vanessa Argôlo - 6ºp) que foram sele-
cionados através de um processo seletivo cujo critério, dentre outros aspectos, levava em
conta principalmente participação no centro acadêmico e nos espaços de representação dis-
cente e organização e participação de encontros da DENEM. Em Aracaju, o responsável
pela organização da seleção foi a Coordenação Local de Estágios e Vivências (CLEV) do
CAMED.
O objetivo do estágio foi basicamente conhecer o sistema cubano, no que se refere à
política, saúde e educação e as intersecções entre essas áreas. Os estudantes vivenciaram a
realidade cubana, visitando e conhecendo alguns hospitais, consultórios de médicos de famí-
lia, universidades e principalmente conversando diretamente com as pessoas que utilizam o
sistema de saúde. Pensando em compartilhar um pouco da experiência com a comunidade
acadêmica da UFS, O Mala convidou Jean Prestes para escrever um relato das suas impres-
sões sobre Cuba.
Com certeza, nos últimos
dias essa pergunta conseguiu
superar a “E aí, tudo bom?” nos
meus ouvidos. Depois de uma
viagem de 20 dias para um lu-
gar tão, digamos, polêmico,
todo mundo fica curioso para
saber como foi a experiência.
Ou então, que seja, pergunta
por educação, pra puxar assun-
to, enfim. O que importa é que
você tem que responder. É aí
que começa a dificuldade. No
começo era mais difícil, eu
olhava profundamente nos o-
lhos do perguntador, tentando
buscar o que realmente a pesso-
a queria saber e indagava
“Você quer saber sobre o quê
exatamente?”. “Ah, falaí!”. Foi
então que eu fui descobrindo
que ninguém queria saber exa-
tamente sobre porra nenhuma,
então decorei uma resposta e
saí distribuindo pra quem pedi-
a. Agora quem me pediu foi o
CAMED. Como se trata de
estudantes de medicina, tentarei
focar mais na Educação e na
Saúde. Com alguns exageros
típicos de quem conta uma his-
tória, mas fazendo de tudo pra
não ser mentiroso.
Cuba foi massa. Carros da
década de 60 com motores de
carros novos, pessoal mais per-
turbado e piadista do que brasi-
leiro, galera cabeçuda de tão
inteligente, um museu em cada
esquina, monumentos, estátuas,
frases revolucionárias espalha-
das por toda Havana, Sol quei-
mando e a gente de casaco na
praia morrendo de frio (olá,
Cuba é uma ilha, um sopro ali
vira um tornado gelado), ban-
das de salsa cubana em cada
quarteirão (inclusive na praia,
com violoncelo e tudo), novelas
brasileiras pas-
sando na TV de
6 da manhã até
meia-noite (de madrugada eu
não liguei a TV pra conferir),
muitos, mas muitos lugares
bonitos, arquitetura russa lin-
díssima, ruas largas, muito ver-
de, rums, charutos, gente feliz
que não pensa em morar em
outro país e defende a revolu-
ção. Peraí! Defende a revolu-
ção? Não quer morar em outro
país? Mas eles não são um ban-
do de condenados que tentam
aos montes e a todo momento
fugir de Fidel pra Miami a na-
do?
Amigos, eu finalmente res-
pondi a uma pergunta que sem-
pre me cutucava na cabeça. Se
os EUA em conjunto com todos
os países capitalistas, desde a
guerra fria, querem o fim de
Cuba e do Socialismo, e se Cu-
ba é uma ilha tão pequena, tão
pobre, tão frágil, tão teco-teco,
como é que não invadiram ain-
da aquele lixo e
derrubaram o go-
verno? Sabem por
quê? Por causa do
povo cubano. Só
pra se ter uma
idéia, em Cuba a
cada quarteirão
existe um C.D.R.
(Comitê de Defe-
sa da Revolução),
composto pela
própria população
de Cuba (cerca de
2/3 da população
faz parte dos C-
DR) com o intuito
de proteger a pá-
tria (e também de serem espa-
ços de discussão sobre melhori-
as nos bairros etc). As pessoas
ficam de butuca pra se ligarem
caso percebam movimentações
estranhas, como de agentes
espiões americanos e coisas do
tipo. E por que se submetem a
isso? Não queira que eu enten-
da tudo e ainda responda em
um texto de jornal, mas, meus
caros, antes da Revolução, Cu-
ba era o pipoco do caroço, o
pau da bandeira, gente explora-
da passando fome, sem direito à
saúde, educação etc. Com o
triunfo da Revolução, por e-
xemplo, a primeira ação do
governo foi transformas todos
os quartéis policiais em escolas.
Resultado: hoje em Cuba todo
mundo tem acesso a uma saúde
de excelente qualidade, não
existe desnutrição infantil, as
pessoas não são capazes de
citar algum analfabeto que elas
conhecem, quase todo mundo
completa, no mínimo, o ensino
médio, não há violência, andá-
vamos em ruas escuras, de ma-
drugada, sem medo de ser as-
saltado (até porque as pessoas
já tem acesso às garantias bási-
cas de vida, vão querer roubar
pra quê?). Tudo isso graças à
Revolução. Tudo isso graças a
uma sociedade extremamente
generosa que não se organiza
em torno da busca pelo lucro e
não possui empresas quem do-
minam a saúde para enriquecer
cada vez mais e está se lixando
pro povo. A Cuba de hoje é
uma pátria que foi construída
pelos próprios cubanos, e como
diria um cidadão que eu ouvi
Por Jean Prestes Turma 2009/1 E aí, como foi em Cuba?
13
falar: “Nós que construímos
isso aqui. Se isso tiver que aca-
bar, nós mesmos destruiremos”.
Então Cuba só existe da manei-
ra que é, hoje, justamente por-
que a população não só aprova
como defende o sistema.
Em relação à saúde, eu fi-
quei maravilhado com a organi-
zação do sistema. É impressio-
nante. É extremamente fluido,
eficaz, eficiente. Não há filas,
demoras, coisas emperrando.
Existem os Policlínicos
(espécies de Unidades de Saúde
da Família, só que mais com-
pletas, com mais especialida-
des, com realização de exames
etc) e os Con-
sultórios de
Médicos de
Família. Um
dia, ao conhe-
cer um Policlí-
nico, vimos
uma paciente
recebendo um
Ultrassom no
joelho e per-
guntamos se
ela tinha demo-
rado pra mar-
car. Não, ela
nem tinha pre-
cisado marcar.
Perguntamos
quando ficaria
pronto o resul-
tado. Na mes-
ma hora. Per-
guntamos se
todo exame que se realiza em
Cuba é assim e aí desmascara-
mos o sistema e descobrimos
toda a verdade. Existem exa-
mes, sim, que demoram muito
pra ficar pronto o resultado,
principalmente Ressonância
Magnética, que é o mais demo-
rado. “¿Pero, dona Elizabeth, es
tan demorado así? Cuanto tiem-
po demora?”. E ela respondeu,
em tom quase de protesto:
“Mira, por veces llega a demo-
rar una semana”. Um absurdo.
Bom, eu poderia dar um
ponto no assunto saúde e come-
çar outro totalmente novo, que
é a educação. Mas não é assim
que funciona em Cuba. As coi-
sas são totalmente interligadas.
Por exemplo, os estudantes de
medicina têm aula predominan-
temente não todo mundo num
hospital específico, mas sim
espalhados pelos Policlínicos.
Sim, os Policlínicos também
possuem estrutura educacional,
com salas de aula etc. E o estu-
dante de medicina tem aulas no
policlínico da própria região
onde vive. E aprende também
assuntos específicos que se
referem à mesma região. É um
sistema totalmente voltado pras
demandas da população, e não
para um “mercado de trabalho”.
A prova disso, é que quando
estávamos lá, as aulas de medi-
cina estavam paralisadas, por-
que como no ano passado em
Cuba houve um surto de den-
gue, eles montaram um verda-
deiro exército formado por pro-
fissionais de saúde, professores
e estudantes, que faziam passa-
das de casa em casa, mais ou
menos como faz um agente de
saúde aqui no Brasil, só que de
uma maneira mais completa,
chegando a passar, num mês,
quatro vezes em cada casa,
investigando possíveis sinto-
mas, medindo temperatura das
pessoas, fazendo educação em
saúde etc.
Nesse ponto do texto, você
que está lendo deve estar me
achando um revolucionariozi-
nho de merda, um alienado ao
contrário, que só tá embelezan-
do a história e enaltecendo as
coisas boas, como se Cuba fos-
se um paraíso. Sim, sim, você
tem um pouco de razão. Eu
peço desculpas. Mas é que de-
pois de ver o Jornal Nacional
dizer que pra ser atendido em
Cuba precisa dar presente pro
médico e depois de ter vivenci-
ado tudo o que eu vivenciei, me
dá uma tremenda angústia, sa-
be? Mermão, como a imprensa
capitalista pode ser tão injusta,
desonesta e mentirosa sobre
Cuba? Amigos, a Guerra Fria
não acabou. Existe uma ofensi-
va ideológica contra Cuba. Se
as pessoas perceberem que a
organização em Cuba é tão
eficiente, que todo mundo tem
os mesmos acessos e direitos,
vão querer fazer uma revolução
global. O que será das grandes
empresas? Como os grandes
capitalistas irão encher o bolso?
O Jornal Nacional não é bonzi-
nho, apesar do tio Bonner que
nos dá boa noite, e tem uma
intenção clara em cada matéria
que veicula. Sobre a reporta-
gem de Cuba, só me dá vontade
de botar todo mundo num avião
(sim, lá tem aeroporto, bonitão
e arrumado ainda por cima, e
do Estado) e dizer “Vai lá ver
se é assim como diz na reporta-
gem do JN e me avisa depois”.
Por sinal, é óbvio que nem
tudo é perfeito em Cuba, como
em lugar nenhum do mundo.
Os homens são tarados, há mui-
ta falta de higiene entre as pes-
soas que vendem alimento nas
ruas e, principalmente, os salá-
rios são baixíssimos. Todo
mundo consegue sobreviver
(até porque não precisam nunca
pagar pra ter saúde e educação
e a passagem de ônibus custa
menos de um centavo em real),
mas é muito difícil para os cu-
banos terem acesso a confortos
extras. E, é claro, tem gente que
é contra a revolução, que gosta-
ria que Cuba fosse um país
capitalista, que tem vontade de
ir embora ganhar dinheiro em
outro lugar. Cuba é sim, um
país pobre, bem pobre. Mas
como não ser? O país possui
pouquíssimos recursos naturais
e ainda sofre de um bloqueio
econômico fortíssimo, ficando
praticamente impedido de parti-
cipar do comércio mundial.
Como prosperar assim? O pro-
blema é que nos ensinam que
isso é por conta do socialismo,
por conta da política. Agora me
responda: um país pobre, pe-
queno, isolado, sem recursos,
MAS, onde as pessoas têm a-
cesso total à
saúde e educa-
ção de qualida-
de, onde tem
indicadores so-
ciais de países
de primeiro
mundo, onde
não há analfabe-
tismo e as pes-
soas têm as con-
dições básicas
para sobreviver,
todo mundo.
Qual é o X da
questão que
desfaz essa con-
tradição tremen-
da. É justamente
o sistema que
eles utilizam
para organizar
as coisas, de
maneira inteligente, eficaz e
justo. Todos, absolutamente
todos, tem os mesmos direitos e
acessos. É uma sociedade que,
mesmo com seus aspectos e
peculiaridades negativas, pre-
zam por justiça e igualdade. O
sistema de Cuba não é o proble-
ma do país, mas sim um exem-
plo que deveria ser seguido
pelos outros países.
Ufa, é muita coisa. Queria
que fosse possível expressar
tudo em um texto de jornal e
inclusive discutir mais os as-
pectos negativos e seus por-
quês. Mas isso não precisa aca-
bar por aqui. Quem quiser dis-
cordar, me xingar, perguntar
alguma coisa ou simplesmente
puxar um assunto, estou todos
os dias no HU, é só chegar e
perguntar “Mas e aí, como foi
em Cuba?”, que eu vou dizer
“Massa, Cuba foi massa!”.
14
ESTÁGIO INTERNACIONAL E NACIONAL EM PRÁTICA E PESQUISA MÉDICA
Dicas pra você embarcar nessa!
Tire suas dúvidas, acumule pontos, organize a papelada, escolha o país e arrume as malas.
O que é CLEV? A Coorde-
nação Local de Estágios e Vi-
vências (CLEV) é uma coorde-
nação do CAMED desde 2007
e integra a Coordenação Nacio-
nal de Estágios e Vivências da
DENEM (Direção Nacional
Executiva dos Estudantes de
Medicina). Pela CLEV os alu-
nos podem fazer estágio em
outras escolas médicas. São três
os principais programas de es-
tágio: Estágio Nacional (EN) e
Internacional (SCOPE – Prática
Médica e SCORE – Pesquisa),
que ocorrem em parceria com a
IFMSA (Internacional Federati-
on of Medical Sudent‟s Associ-
ations).
Por que fazer estágio fora
do país? Conhecer uma cultura
diferente, até mesmo exótica;
aperfeiçoar um idioma; fazer
amizades; partilhar estilos de
vida; trocar experiências profis-
sionais; vivenciar uma realida-
de social, política, econômica e
de educação médica distinta da
habitual; adquirir conhecimen-
tos práticos e tornar-se cidadão
do mundo. Enfim, sobram mo-
tivos para fazer estágio. Quem
já viajou garante: é uma experi-
ência única, que agrega valores
e propicia crescimento pessoal
em todos os campos da vida.
Como faço pra participar
aos estágios? A seleção dos
estágios ocorre anualmente no
2° semestre através do edital de
seleção por pontos. Todos alu-
nos de medicina da UFS podem
participar. Cada escola médica
lista pré-requisitos que devem
ser cumpridos pelos candidatos.
Antes de escolher o país é im-
prescindível analisar atenta-
mente as condições de inter-
câmbio, disponíveis no site da
IFMSA. Geralmente, exige-se
que o aluno esteja no ciclo clí-
nico do curso para o SCOPE.
Esporadicamente são lança-
dos editais de seleção por sor-
teio, fique atento aos emails do
CAMED.
O que faço exatamente no
estágio? Cada estágio tem a
sua programação e sua dinâmi-
ca de trabalho, logo não é pos-
sível responder a esta pergunta
sem saber a cidade e o estágio
que você realizará. Mas de mo-
do geral o aluno é incluído nas
atividades diárias do serviço/
laboratório/ departamento que
escolheu. Sempre haverá um
tutor que falará inglês ou a lín-
gua especificada nas exigências
do país.
Qual é o tempo de dura-
ção dos estágios? O tempo
médio de duração de um está-
gio pela DENEM é de 4 sema-
nas (1 vaga = 1 mês) sofrendo
pequenas variações dependendo
do programa envolvido (EI,
NBC, outros).
Qual o custo financeiro
para os intercâmbios interna-
cionais? Nos estágios interna-
cionais de prática médica ou
pesquisa o estudante deverá
desembolsar o equivalente em
reais a 420 Reais (170 Euros)
caso seja escolhido. Com esses
valores o estudante terá direito
a hospedagem, uma refeição
diária e ao estágio. Além destes
gastos, os intercambistas deve-
rão financiar seus deslocamen-
tos até o local do estágio
(passagens aérea ou terrestre)
por contra própria.
Como faço para acumular
pontos? Existem vários crité-
rios de pontuação definidos
pela DENEM, os principais
são: - Ser Anfitrião/Padrinho
(Alta pontuação) ; - Atividades extracurriculares
(monitoria, extensão, ligas aca-
dêmicas, estágios extracurricu-
lares, projeto de pesquisa/
iniciação científica, cursos de
ligas, jornadas, simpósios e
congressos);
- Participação no CA (gestão
ou rede de ajuda);
- Representação estudantil em
departamentos, conselhos e
colegiado;
- Publicação de trabalho em
revista científica;
- Publicação ou apresentação
em congressos, jornadas e sim-
pósios
- Participação em fóruns e e-
ventos da DENEM e do CA,
como EREM, COBREM, E-
CEM, etc;
- O CA ter participado dos en-
contros de capacitação de
CLEVs. (O CAMED participou
do ECEV e FEV 2011 e ECEV
2012)
- Certificado de língua estran-
geira;
- E outros mais...
O que são e como ser pa-
drinho ou anfitrião de um
intercambista Resumidamente,
Anfitrião é quem dá hospeda-
gem a um intercambista que
vem fazer o estágio na UFS e
Padrinho é uma referência lo-
cal, quem leva o estudante para
conhecer
a cidade,
ajuda a
integrá-lo com as pessoas, ori-
enta sobre transporte. Para ser
um deles basta se cadastrar pelo
link: http://migre.me/8QwXd
ou acessar no site do CAMED e
aguardar o contato da CLEV.
Se eu não for selecionado
posso tentar de novo no pró-
ximo ano? Meus pontos ze-
ram? Os alunos que não são
selecionados, por pontuação
insuficiente, podem se inscre-
ver no edital seguinte e também
podem aproveitar os pontos já
acumulados, e até somar mais.
A pontuação só é zerada quan-
do o estágio é concretizado ou
quando o aluno é selecionado,
paga a taxa, confirma interesse,
mas não viaja, independente-
mente do motivo.
Como tirar outras dúvidas
e pegar mais dicas? Visite o
site do CAMED:
www.camedufs.wordpress.com
ou fale com os CLEVs pessoal-
mente ou pelo email
(clevufs@gmail.com). , fale
com um dos CLEVs.
E os Estágios Nacionais? Os ENs promovidos pela DE-
NEM foram reativados em
2012. Esse ano terá de novo
processo seletivo para os ENs
junto com os EIs. É uma ótima
oportunidade para que não tem
condições de pagar uma passa-
gem internacional, mas pode
viajar dentro do Brasil, conhe-
cer outra faculdade de medica,
outra forma de ensino, outra
região e outras pessoas e costu-
mes.
Pergunte a seus professores se gostari-
am de receber estudantes de medicina de
outro país / região do Brasil por 1 mês para
acompanhá-lo. Envie-nos o nome do pro-
fessor, matéria / área de atuação (Ex.:
Pediatria), email, telefone e língua es-
trangeira que fala. E peça que o professor
entre em contato por email com a CLEV.
Caso o intercambista fique como esse
professor como tutor daremos prioridade
para o aluno que o indicou a ser o padrinho
ou anfitrião do intercambista. Outro estu-
dante será um dos dois também.
Se você é do básico, pergunte ao seu
professor se ele realiza alguma pesquisa e
se um estudante intercambista poderia a-
companhar a pesquisa durante 1 mês (não
precisa ter o nome na pesquisa). Envie-nos
os mesmos dados acima e o nome da pes-
quisa.
Assim receberemos mais intercam-
bistas, enviaremos mais alunos e troca-
remos mais experiências!
Ajude a CLEV UFS / CAMED a receber intercambistas!
Por Filipe ‘’Furão’’ Turma 2009/2
15
COPAMED
A COPAMED é o torneio de futsal
realizado entre os estudantes de medicina
da UFS e UNIT, organizado pela coorde-
nação desportiva do CAMED. A competi-
ção tem os seguintes objetivos: proporcio-
nar a atividade esportiva entre os estudan-
tes, um momento de lazer após os estudos
e a interação entre os estudantes de diver-
sos períodos.
Esta competição tem uma longa histó-
ria no curso de medicina e já foi organiza-
da por vários estudantes como o hoje mé-
dico David Pizzi, Mário Costa e Wagner
Lucena (12°P), Diego
Dji (10°P), Carlos
Henrique (8°P), Igor
Lobão (6°P) e Pedro
Teles (5°P) além de
outros. A atual gestão
é composta por Curt
Viera (6°P), Dimas
Fernandes, Vinicius
Santos e Walber San-
tana, Paulo Moises (5°
P), (4°P), Alex Ferrei-
ra e Davi Araújo (3°P).
A edição passada
da COPAMED foi
marcada pela inclusão
do quadrangular final
na 2°fase da copa,
substituindo o método de playoffs. O Hi-
póxia entrou nesta fase de quadrangular
como o grande azarão e saiu da competi-
ção com o seu primeiro título, surpreen-
dendo até os mais otimistas. A zebra de-
sembestada comandada por Curt e o ba-
nherista Lobão passou por cima de Feras,
Médicos e principalmente do Sobotto, on-
de Gustavo e Cia já apreciavam o título na
última rodada, quando foram surpreendi-
dos pela goleada do Hipóxia sobre os Mé-
dicos e ficaram mais uma vez na fila de
espera. Esta edição também ficou marcada
mais uma vez pelas goleadas sofridas pelo
Só Alegria e a decepcionante atuação do
time dos calouros. O artilheiro da copa foi
Haroldo dos Médicos com 16 gols e Pitty
do Hipóxia considerado o melhor jogador.
Na atual edição (XXIV), houve uma
nova mudança no regulamento da competi-
ção, com a disputa de duas fases qualifica-
tórias até chegar aos playoffs para a deci-
são do campeão. No momento, a competi-
ção encontra-se na semi-final, e os duelos
são Sobotto x Meddogs e Feras x Médicos.
A decepção da competição ficou pela au-
sência do tradicionalíssimo time dos CA-
LOUROS por motivos ainda desconheci-
dos.
A comissão desportiva
tentará ainda nesse semestre
a organização de um torneio
feminino de futsal, com o
objetivo de trazer a volta das
meninas do curso às ativida-
des esportivas.
Lembrando que os jogos
da COPAMED estão sendo
realizados aos finais de se-
mana no ginásio do Geraldão
e na quadra da UFS. Para a
atualização das informações
da copa, basta participar do
grupo COPAMED pelo Fa-
cebook.
VIVA A COPAMED!
III CONGRESSO DA SOCIEDADE
MÉDICA DE SERGIPE 18 a 20 de Outubro no centro de con-
venções – Aracaju -SE
30° Congresso Brasileiro de Psiqui-
atria
O evento será realizado entre os dias,
10 a 13 de Outubro de 2012 em Natal-
RN
42º Congresso Brasileiro de Otorri-
nolaringologia e Cirurgia Cérvico-
Facial
Data: 12/11/2012
Local: Recife - PE
21º Congresso Brasileiro de Perina-
tologia Entre os dias 14 a 17 de Novembro
2012, em Curitiba – PR
Simpósio Cardiovascular da ACCF/
SBC Data: 19/05/2012
Local: São Paulo - SP
XXIV Congresso de Cardiologia do
Estado da Bahia Data: 30/05/2012
Local: Salvador - BA
12º Congresso Brasileiro de Terapia
Intensiva Pediátrica Entre os dias 06 a 09 de Junho 2012,
em São Paulo - SP
X Congresso Brasileiro de Ortope-
dia Pediátrica Data: 06/06/2012
Local: Fortaleza - CE
42° Encontro Científico dos Estu-
dantes de Medicina Data: 12 a 22 de Julho!
Local: Rio de Janeiro - RJ
Site: www.ecem2012..com.br
67º Congresso da Sociedade Brasileira de
Dermatologia
O evento será realizado entre os dias 01 a 04
de Setembro de 2012, na Cidade do Rio de
Janeiro-RJ
XXIX Congresso da Sociedade Brasileira
de Neurocirurgia Entre os dias 07 a 09 de Setembro 2012, na
Cidade do Rio de Janeiro-RJ
67º Congresso Brasileiro de Cardiologia
Entre os dias 14 a 17 de Setembro de 2012,
na Cidade de Recife – PE
XXIX Congresso Brasileiro de Reumatolo-
gia
Entre os dias 19 a 22 de Setembro 2012, em
Vitória -ES
VII Congresso Franco-Brasileiro de Onco-
logia Entre os dias 20 a 22 de Setembro de 2012,
na Cidade do Rio de Janeiro
Por Davi Araújo Turma 2011/2
Fique ligado nos próximos congressos:
HIPÓXIA, atuais campões da COPAMED
16
Entretenimento
DICA DE LIVROS:
Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley Em Admirável Mundo Novo Huxley descreve, num misto de fantasia e sátira implacável, uma socie-
dade futura de tipo totalitário. A idéia simplista do progresso, alicerçado apenas na técnica; o sórdido
materialismo mecanicista e certas ideologias filiadas numa filosofia de inspiração pragmática -eis o
alvo da sátira de Huxley. Efetivamente , o Admirável Mundo Novo é um aviso, um apelo à consciên-
cia dos homens. É uma denúncia do perigo que ameaça a humanidade, se a tempo não fechar os ouvi-
dos ao canto da sereia do falso progresso.
Mentes e Manias, de Ana Beatriz Barbosa Fruto de uma vasta experiência clínica, a Drª. Ana Beatriz Barbosa Silva, reúne em Mentes e Manias
uma série de casos de sucesso, descrevendo com precisão as menores nuances e manifestações do
TOC. A autora aponta ainda os caminhos que conduzem à compreensão e à superação de um trans-
torno tão complexo, que ainda tanto desafia a medicina e psicologia. Em um grande número de casos
de TOC, pessoas muito próximas do paciente (cônjuge, amigos, pais, irmãos etc.) não têm conheci-
mento de seus sintomas e do sofrimento produzido por eles.
Camedufs.wordpress.com
Camedufs@gmail.com
CAMED UFS
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