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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE HISTÓRIA – ANPUH
XXVII SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA
Conhecimento histórico e diálogo social
22 a 26 de julho de 2013
Caderno de Resumos
Sessão dos Graduandos
Natal – RN
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE HISTÓRIA – ANPUH
ANPUH-BRASIL Presidente: Benito Bisso Schmidt (UFRGS) Vice-Presidente: Margarida Maria Dias de Oliveira (UFRN) Secretário Geral: Ângelo Aparecido Priori (UEM) 1º Secretário: Antonio Celso Ferreira (UNESP) 2º Secretário: Carlos Augusto Lima Ferreira (UEFS) 1º Tesoureiro: Francisco Carlos Palomanes Martinho (USP) 2º Tesoureiro: Eudes Fernando Leite (UFGD) Editora da Revista Brasileira De História: Marieta De Moraes Ferreira (UFRJ) Editora da Revista História Hoje: Patrícia Melo Sampaio (UFAM) Secretário da ANPUH-BR: Pablo Serrano
ANPUH-RN Presidente: Lourival Andrade Júnior (UFRN) Vice-Presidente: Fabio André da Silva Morais (UERN) Secretária GERAL: Carmen Margarida Oliveira Alveal (UFRN) 1º Secretário: Jovelina Silva Santos (UERN) 2º Secretário: Jailma Maria de Lima (UFRN) 1º Tesoureiro: Almir Félix Batista de Oliveira (PPGH-PUC/SP) 2º Tesoureiro: Almir de Carvalho Bueno (UFRN) Delegado - Natal: Robson William Potier (UnP) Delegado - Caicó: Rosenilson da Silva Santos (UFRN) Delegado - Mossoró: Aryana Lima Costa (UERN) Delegado - Assú: Elicardna Rodrigues (IFRN)
XXVII SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA
Coordenação geral Almir de Carvalho Bueno (UFRN) Lourival Andrade Júnior (UFRN) Margarida Maria Dias de Oliveira (UFRN) Secretaria do XXVII SNH Jandson Bernardo Soares (UFRN) Renata Assunção (PPGH-UFRN) Wendell de Oliveira Souza (CAHISP-UFRN) Membros da comissão organizadora Almir Félix Batista de Oliveira (PPGH-PUC/SP) Aryana Lima Costa (UERN) Carmen Margarida Oliveira Alveal (UFRN) Fátima Martins Lopes (UFRN) Felipe Tavares de Araújo (PPGH-UFRN) Francisca Aurinete Girão Barreto da Silva (UFRN) Francisco das Chagas F. Santiago Junior (UFRN)
Helder Alexandre Medeiros de Macedo (UFRN) Hélder do Nascimento Viana (UFRN) Haroldo Loguercio Carvalho (UFRN) Jailma Maria de Lima (UFRN) João Maurício Gomes Neto (UNIR) Joel Carlos de Souza Andrade (UFRN) Juliana Teixeira Souza (UFRN) Lígio Jose De Oliveira Maia (UFRN) Lyvia Vasconcelos Baptista (UFRN) Muirakytan Kennedy de Macedo (UFRN) Renata Assunção (PPGH-UFRN) Roberto Airon Silva (UFRN) Robson William Potier (UnP) Ristephany Kelly da Silva Leite (CAHISP-UFRN) Rosenilson da Silva Santos (UFRN) Wendell de Oliveira Souza (CAHISP-UFRN) Wesley Garcia Ribeiro Silva (PPGH-UFF/RJ)
CADERNO DE RESUMOS – SESSÃO DOS GRADUANDOS
Comissão Organizadora - Caderno de Resumos Aryana Lima Costa (UERN) Juliana Teixeira Souza (UFRN) Lyvia Vasconcelos Baptista (UFRN) Wesley Garcia Ribeiro Silva (PPGH-UFF) Comissão organizadora - Sessão dos Graduandos Aryana Lima Costa (UERN) Francisco das Chagas F. Santiago Junior (UFRN)
Helder Alexandre Medeiros de Macedo (UFRN) Jailma Maria de Lima (UFRN) Joel Carlos de Souza Andrade (UFRN) Juliana Teixeira Souza (UFRN) Lyvia Vasconcelos Baptista (UFRN) Rosenilson da Silva Santos (UFRN) Victor Gabriel Campêlo Assunção (PPGH-UFRN) Wesley Garcia Ribeiro Silva (PPGH-UFF)
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APRESENTAÇÃO
A ANPUH Brasil sempre exerceu um papel relevante na defesa da boa formação
dos historiadores no país. Basta lembrar seu envolvimento na discussão sobre as
Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em História e os
recentes esforços envidados para a expansão de bolsas e financiamentos para projetos
de pesquisa, ensino e extensão em História. É manifesta, portanto, a preocupação com
a inserção dos graduandos nos espaços de atuação política do historiador, assim como
de produção, circulação e divulgação do conhecimento histórico. No sentido de
valorizar o trabalho realizado pelos estudantes que colaboram junto aos nossos
associados para o avanço dos debates historiográficos, o XXVII Simpósio Nacional de
História contou com a apresentação de trabalhos de graduandos integrantes de
projetos de iniciação científica, à docência, de extensão ou similares. Assim, o maior
evento dos historiadores do país retorna a prática de inserir dentro de suas atividades
um espaço para os futuros historiadores, divulgando a produção dos estudantes
através da exposição de banners.
Porém, nesta edição do Simpósio Nacional, a inserção dos trabalhos dos
graduandos passou por modificações no seu formato, com o objetivo de promover o
diálogo entre os historiadores em formação. Os trabalhos inscritos por estes foram
divididos e reunidos em Sessões Coordenadas para comunicação oral dos expositores,
à maneira dos Simpósios Temáticos. Além disso, a inovação do XXVII Simpósio Nacional
se faz também com a produção de Caderno de Resumos e Anais específicos dos
trabalhos completos das Sessões Coordenadas dos graduandos. Mais do que uma
valorização da participação dos futuros profissionais de história no nosso evento e de
um incentivo à produção científica, a ANPUH Brasil tem a convicção de que o Simpósio
Nacional, ao promover ações voltadas para este público específico, reforça seu papel
como lugar privilegiado na formação acadêmica, no regime científico e no aprendizado
ao ofício.
Comissão Organizadora - Caderno de Resumos
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Caderno de Resumos
SESSÃO 1 - ANTIGUIDADE E MEDIEVO
Coordenação: Cleyton Tavares Da Silveira Silva e Josiane Gomes Da Silva
Autor(es): Ruan Kleberson Pereira da Silva
Título: Arte no Império: a função real e a ideologia da guerra em relevos parietais de
palácios reais neoassírios (934-605 a.C.)
Orientador: Marcia Severina Vasques
Resumo: Depois de um intenso processo de conquistas militares nas regiões circunvizinhas
e mediante a utilização de um aparato bélico superior e a ausência de uma potência
hegemônica que rivalizasse pela posse dos territórios em conquista, a Assíria instaurou o
Império Neoassírio (934 – 605 a.C.). Concomitantemente, desenvolveu-se a expressão
artística de esculpir cenas nas paredes das Alas de Apartamentos de Estado dos palácios
reais neoassírios. A partir daí, a análise das cenas esculpidas nos relevos parietais
neoassírios, fornece elementos que possibilitam a leitura visual de aspectos da realidade
assíria representada. Para tanto, é preciso considerar a materialidade das representações
visuais, tal como é de fundamental importância a seleção, organização e análise dos
artefatos dentro do quadro de um corpus documental, de modo a tornar possível a análise
da estrutura política móvel que, a partir do século XI a.C., se estabeleceu no Oriente
Próximo, além de possibilitar a identificação do capital cultural que esteve embutido no
ato de formulação, legitimação e justificação da figura do soberano, de sua máquina de
guerra e de seu Império. Dessa forma, a análise dos relevos assírios possibilita uma
compreensão mais vívida da sociedade assíria do Iº milênio, momento em que nasce a
política imperial assíria, a qual fomentará a difusão de uma mensagem ideológica do poder
e esplendor do império neoassírio, de sua supremacia militar e de sua poderosa máquina
de guerra para a audiência do palácio e para além das fronteiras da Assíria, pautada na
necessidade de justificação militar e divina dos atos do rei e de suas ações militares.
Autor(es): Francisco Magnel Carvalho Rodrigues
Título: Idade média na educação básica e na pesquisa
Orientador: Igor Alves Moreira
Resumo: Temos um preconceito sobre a Idade Média que já se encontra em nossa
memória coletiva, em parte, provem do assim chamado “senso comum”, empurrado pela
indústria cultural cada vez mais vendendo pensamentos prontos, no cinema, jogos virtuais
etc. Muitas vezes agregamos a nós sem analisar os pormenores de certos produtos de
nossa cultura, entretanto a cultura escolar tem um papel importante na transmissão de
uma imagem distorcida da medievalidade, de onde vêm essas caricaturas da sociedade
medieval? Quem produz conhecimento sobre a Idade Média? Como esta sendo
produzindo esse conhecimento? A pesquisa histórica de Idade Média, qual o lugar que
ocupa hoje? Em ultima instancia, como as distorções tem se repassado ao grande público?
São algumas das questões debatidas nesse artigo.
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Autor(es): Flora Gusmão Martins e Kemmely Da Silva Barbosa
Título: O episcopado nas atas conciliares visigóticas da primeira metade do século VII e na
Lex Visigothorum: um estudo tipológico
Orientador: Leila Rodrigues da Silva
Resumo: A comunicação a ser apresentada vincula-se ao projeto de pesquisa intitulado As
relações de poder nos reinos romano-germânicos: o processo de organização eclesiástica e
a normatização da sociedade, sob a orientação da coordenadora do Programa de Estudos
Medievais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Professora Leila Rodrigues da Silva.
O presente trabalho é parte de uma primeira etapa da nossa pesquisa de iniciação
científica, que consiste na elaboração de um estudo tipológico das menções ao bispo na
Lex Visigothorum e nas atas conciliares visigóticas da primeira metade do século VII.
Assim, tendo como referência tal tipologia, aqui observaremos as alusões concernentes
aos bens e propriedades eclesiásticas, às atribuições de juiz e autoridade de um modo
geral assumidas pelos bispos e aos judeus.
Autor(es): Hudson Rezende de Araujo
Título: Para Satisfazer Deus - As práticas sexuais das Esposas de Amon durante o Império
Novo
Orientador: Mirian Aparecida Tesserolli
Resumo: O fim do Segundo Período Intermediário ocorreu com a derrota esmagadora
contra um povo estrangeiro que havia dominado o Egito, os Hicsos, que trouxeram à
cultura egípcia meios de se tornar um povo guerreiro e desta forma o Novo Império foi
marcado por guerras e conquistas que renderam aos egípcios muita fortuna e poder. A
conquista sobre os estrangeiros foi atribuída a Amon, uma antiga divindade de
Hermópolis, que após essa vitória, foi elevada a Deus Protetor do Império e a ele foi
erguido, na capital Tebas, um dos maiores templos egípcios, Karnak, onde acreditava-se
ser a morada de Amon. Neste templo, residiam homens e mulheres poderosas que se
dedicavam a servir o deus. No entanto, um grupo seleto de mulheres, sob o título de As
Esposas do Deus, fazia o elo direto entre Amon e o resto da humanidade. Elas estavam
incumbidas de satisfazê-lo sexualmente, pois foi a partir da potência sexual de Amon que
ele criou o universo e essa energia tinha que ser mantida para manter Ma’at, a ordem
universal.
Autor(es): Cynthia Alves de Oliveira
Título: Os itinerários e a caracterização das personagens em Amiano Marcelino
Orientador: Juliana Bastos Marques
Resumo: Os itinerários presentes na obra do historiador Amiano Marcelino possuem uma
função retórica que vai além da simples descrição do espaço físico. Partindo do conceito
de mapa mental e da premissa que ele pode existir dentro da narrativa, esses itinerários
são utilizados para caracterizar as personagens envolvidas na ação. Este trabalho pretende
comprovar tal afirmativa através da análise crítica de algumas passagens das Res Gestae,
situadas entre os livros XV e XVII, cujo clima é marcado por uma intensa rivalidade entre os
imperadores Juliano e Constâncio II. Orientanda: Cynthia Alves de Oliveira.
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Autor(es): Ana Paula Pinto de Carvalho
Título: Os traços iniciais do cristianismo: análise dos sincretismos e reflexos do contexto
imperial romano na formação inicial da doutrina cristã a partir da leitura das epístolas de
Paulo
Orientador: Fabio Duarte Joly
Resumo: O tema das formas religiosas na Antiguidade e Medievo encontra-se hoje situado
numa discussão mais ampla, nas ciências humanas, a respeito da “identidade cultural” e
seu papel e transformações num mundo cada vez mais globalizado, que colocou em xeque
o local e o nacional. Como decorrência desta reavaliação, no campo da História Antiga
assiste-se a um entendimento dos processos de “helenização”, “romanização” e
“cristianização” não mais como etapas isoladas de um processo mais amplo de formação
da cultura européia, mas como fenômenos que se interpenetravam e se reforçavam
mutuamente. Parte-se agora do princípio de que o Cristianismo não evoluiu como um
fenômeno religioso original a partir do qual o Império Romano transformou-se, e sim que
foi conseqüência da transformação do Império desde o século I d.C. até a Antiguidade
Tardia. Em suma: a cultura cristã não se explica fora dos quadros mais amplos. Nesse
sentido, entende-se aqui que as cartas de Paulo, compostas na segunda metade do século
I d.C., são um testemunho da interpenetração de ideias cristãs com uma matriz cultural
judaica e romana, assim como que uma análise mais detida de seu conteúdo revela a
existência de variados “sincretismos” na formação inicial da doutrina cristã.
Autor(es): Ana Paula Santana Filgueira
Título: Vênus: uma deusa não só do amor
Orientador: Almir de Carvalho Bueno
Resumo: Esta comunicação tem por objetivo fazer uma análise sobre as diversas faces
assumidas pelo culto a deusa romana Vênus, a fim de desmitificar a concepção de que
este se resumiria apenas a sua adoração como deusa do amor e da sexualidade. Para isso
partiremos de como se constituiu a religião pagã, elencando como se davam a relação
entre os fieis e seu panteão de deuses e deusas, indo de encontro a uma breve análise
sobre como se deram os desdobramentos da historiografia quanto ao estudo da
religiosidade romana até como esta sociedade adquiriu influências para a composição do
culto a Vênus, levando em consideração sua capacidade de importar de culturas
estrangeiras elementos culturais que de alguma forma viriam agregar algo a sua cultura,
enriquecendo-a. Centraremos nosso debate nos rumos que o culto a deusa evidenciada
tomou na época em que Caio Otávio César Augusto esteve à frente do Império Romano,
quando este se utilizou do mito da origem de Roma e da popularidade que o culto a Vênus
possuía em prol da consolidação da sua imagem, e da sua linhagem, como descendentes
de uma personagem divina para justificar a sua soberania e o culto de adoração, que
deveria ser-lhe prestado.
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SESSÃO 2 - PENSAMENTO POLÍTICO NO MUNDO MODERNO E CONTEMPORÂNEO
Coordenação: Bruno Balbino e Regina Paula Silva Da Silveira
Autor(es): Karla Henrique Leandro
Título: Coluccio Salutati: política e retórica na república de Florença
Orientador: Fabrina Magalhães Pinto
Resumo: O presente trabalho pretende analisar a articulação entre política e retórica nas
reflexões proferidas pelo chanceler Coluccio Salutati (1331-1406) em sua “Invectiva in
Antonium Luschum Vicentinum”, que tinha como ponto nodal a defesa da liberdade da
republica florentina contra a “tirania” através dos ideais humanísticos que priorizavam a
participação na vida política como projeto cívico de formação para o homem público.
A invectiva de Salutati contra Antonio Loschi - opositor dos ideais republicanos - é uma fiel
representante do humanismo cívico e da base do sistema republicano florentino, em que o
pensamento político-filosófico respondia as inquietações da vida prática desses
pensadores, cuja concepção do cidadão ativo repousava no cotexto conflituoso pelo qual a
Itália estava passando em fins do século XIV. Nesse cenário a retórica aparece como um
instrumento de defesa do regime republicano de persuasão dos ouvintes a vestirem a
roupagem do “homem bom” ciceroniano e lutarem para proteger a sua pátria, seu maior
bem. Assim, trataremos tanto da influência de Cícero – célebre orador romano do século I
a.C. - nas concepções políticas de Salutati quanto das estratégias retóricas que este
humanista utiliza para defender sua cidade contra os ideais tirânicos e as ofensivas da
cidade de Milão.
Autor(es): Lívia de Souza Braz
Título: Maquiavel Republicano
Orientador: Fabrina Magalhães Pinto
Resumo: Este trabalho pretende analisar a obra O Príncipe de Maquiavel, escrita em 1516.
A perspectiva teórica que seguiremos propõe uma relação direta com as teses de Quentin
Skinner, John Pocock e Newton Bignotto, onde se destaca a emergência do republicanismo
na península Itálica como forma de análise para os textos políticos escritos, sobretudo,
entre os séculos XIV e XVI. Para realizar tal análise, faz-se necessário um retorno ao
pensamento de Cícero – e a escritos como o Dos Deveres e Da retórica, ambos do século I
a.C. – tendo em vista que este orador romano se tornou o modelo por excelência a ser
imitado pelos humanistas cívicos, tanto por suas obras como por sua conduta política. A
partir da retomada de textos clássicos como os de Cícero, iniciava-se a construção de uma
nova maneira de se ver a política e a república florentina: onde os italianos reivindicavam
o seu direito por lei de serem livres, onde a liberdade primitiva seria a forma encontrada
para que a cidade reconstruísse sua própria identidade, posto que ser florentino
significava ser livre e não escravo.
Tendo feito essas considerações iniciais, tenho como objetivo perceber as relações que
Maquiavel estabelece com essa tradição republicana – ainda muito forte em Florença de
inícios do século XVI - apesar de direcionar sua obra para a constituição de principados
novos e dedicá-la a Lorenzo de Médici. Ainda assim, o humanista não abre mão de deixar
clara a sua preferência à república. São, portanto, estas ambiguidades do texto
maquiavélico que nos propomos a analisar.
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Autor(es): Larissa Guimarães Valentim
Título: Maquiavel: entre o ético e o político
Orientador: Fabrina Magalhães Pinto
Resumo: Em meio a um contexto político de crise da República de Florença, Nicolau
Maquiavel vem a escrever, no livro O Príncipe, de 1516, um tratado político no qual
apresenta conselhos aos novos príncipes, principalmente como deveriam fazer para se
manter no governo em meio às tribulações do meio político. De forma que, retomando as
ideias de Espelhos, Maquiavel, as desconstrói em seu livro dedicado a Lourenço de Medici,
apresentando, assim, uma nova visão do que seria um bom ou um mal governador.
Maquiavel apresenta uma nova percepção para o jogo político dentro do contexto
histórico de formação dos Estados: desenvolvendo a imagem de um príncipe versátil e
forte no governo. Não obstante, a motivo de explicação de quais seriam essas virtudes,
este artigo discorrerá. Abordando a questão da virtú e da fortuna - tão entranhadas na
argumentação de Maquiavel para a construção de um príncipe forte e astuto –
analisaremos algumas das oposições deste autor às concepções políticas medievais, que
apresentavam um governante fiel às virtudes eclesiásticas e a interferência do divino no
mundo político. A partir de um problema ético Maquiavel fora interpretado de forma
equivocada por muitos séculos desde a publicação do Príncipe. Em suma, o autor
revoluciona sua época e todas as gerações seguintes ao apresentar as maneiras pelas
quais um homem pode ascender e manter-se no poder, emparelhando meios lícitos e
ilícitos para alcançar esse objetivo. Tão certo foi o preconceito pela obra de Maquiavel,
tamanha fora a revolução ideológica e política apresentada pelo autor.
Autor(es): Jhonathan Bastián Castro Pino
Título: Fray Bartolomé de Las Casas y el liberalismo político del siglo XVI
Orientador: Alexandre Camera Varella
Resumo: ¿Por qué interesa la figura del fraile dominicano? A priori, por ser quizás el más
significativo pensador del origen de los derechos humanos, propios del nuevo elemento
que pasó a componer las instituciones españolas, representado por los habitantes de la
Hispanoamérica. Para entender el proceso histórico desde una perspectiva más holística
del asunto, entendiendo, dejar de tener la visión eurocentrica para comenzar cimentar
una visión propia sobre la historia de nuestro continente. Y por la vigencia que reviste, hoy
en día, la cuestión de los derechos no tan sólo de los indígenas, también de los negros y
mestizos que pasaron a componer los márgenes del imperio, por la vigencia de la
asignación de derechos no sólo sociales, derechos políticos en su sentido más estricto. El
liberalismo político que nace a partir de la abolición de la servidumbre natural, para
adquirir la fe cristiana, es utilizado por Las Casas en su sentido amplio, siendo éste un
jurista que recorrió el continente americano pregonando las ideas de libertad para
convencerse (especialmente sobre el Perú) de la necesidad de la autodeterminación de las
“naciones” indígenas para la sustentación de las vidas que mantenían el erario español.
Autor(es): Jansen Gusmão Salles
Título: Modernidade e Ilustração: As reverberações da Era das Luzes sobre a Ibéria lusitana
Orientador: Patricia Maria da Silva Merlo
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Resumo: A princípio, torna-se inviável qualquer cisão entre Modernidade e Cultura
Ilustrada se nos propusermos a analisar cada um individualmente. Ambos sempre
estiveram interligadas. A Modernidade trouxe luz a um largo horizonte antes envolto pela
obscuridade da Idade Média, abrindo caminho para novas idéias que se distanciavam
progressivamente do conhecimento teológico e que culminaria séculos a frente no
Iluminismo. Desde o Renascimento, onde o conceito moderno surge pela primeira vez, a
razão esteve cada vez mais presente na base epistemológica da ciência. Contudo, durante
um longo período a historiografia conseguiu dissociar o movimento iluminista do
desenvolvimento dos estados ibéricos. Neste trabalho o leitor terá a possibilidade de
compreender a posição político-científica de Portugal nos Setecentos, e sua escolha em
prosseguir por uma via alternativa de ingresso na Modernidade.
Autor(es): Mauricio Hiroshi Filippin Oba
Título: Wenceslau de Moraes e as imagens da construção de uma nação moderna
Orientador: andré luis ramos soares
Resumo: Em 1907, o escritor, jornalista e cônsul português, Wenceslau de Moraes,
residente então no distrito de Kobe no Japão, escrevia correspondências ao jornal
Lisbonense “O Commercio do Porto”, nas quais tratava de explanar opiniões acerca das
relações econômicas entre Portugal e Japão, aspectos culturais desse país em que ele
residia, crônicas de seu dia-a-dia e histórias folclóricas das quais ele tomava
conhecimento. No contexto de seus escritos, metaforicamente o tabuleiro de xadrez das
disputas imperialistas vinha se ampliando, e o governo japonês, fortemente influenciado
pelas opiniões de Herbert Spencer e as teorias evolucionistas, vinha buscando se destacar
no cenário mundial como uma nação poderosa. Aplicando uma política de ocidentalização,
da Restauração Meiji, em 1868, até o final do século XIX o Japão já adotava diversos
aspectos culturais e tecnológicos das consideradas nações modernas, ao mesmo tempo
em que continuava ligado aos velhos costumes, sendo visto como uma nação ambígua que
unia tradição e modernidade. Esse aspecto, já então na década de 1920, passou a muito
interessar os políticos brasileiros, que visavam fazer do Brasil uma nação moderna, mas
que ainda conviviam com a figura do “Jeca Tatu”. Dessa forma o Japão era tido como um
modelo para uma ascensão rápida, e Wenceslau de Moraes se tornou um dos Autor(es)
mais lidos numa tentativa de criar a nova nação rica e industrializada ao mesmo tempo em
que manteria seu charme cultural. Nesse trabalho buscamos contextualizar os escritos de
Moraes dentro desse universo evolucionista e analisar as formas com que ele retrata o
Japão como a nação do mítico e do moderno.
Autor(es): Alencar Cardoso da Costa
Título: Antiliberalismo e decisionismo nos escritos de Carl Schmitt nos anos de 1920
Orientador: Cândido Moreira Rodrigues
Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar os resultados parciais da minha
pesquisa como bolsista de iniciação científica, sobre o intelectual alemão Carl Schmitt,
jurista e político que exerceu sua influência principalmente no período do entre guerras.
Filiado ao Partido Nacional-Socialista, participou do momento de ascensão nazista ao
governo da Alemanha. Utilizamos com referencial teórico os Autor(es) René Rémond,
Hannah Arendit, Norbert Elias e Norberto Bobbio. Buscamos inserir o intelectual no
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contexto histórico e em sua rede de convivência. Demonstrando que seu pensamento se
modifica conforme o seu alinhamento ou não a grupos políticos e intelectuais. Defensor
do Estado total, do conceito amigo-inimigo e de uma teologia política, entre outras
contribuições significativas para servirem de instrumentos de análise dos sistemas
políticos contemporâneos, as democracias modernas. Optamos pelo recorte temporal da
década de 1920, para discutir sua crítica aos sistemas parlamentares e a formulação da sua
política soberana, tendo em vista que sua produção mudou de foco com a participação no
Partido Nazista de 1933 a 1936. O pensamento schmittiano se tornou importante para
entender o funcionamento do Estado liberal burguês, bem como o surgimento das massas
como força política no século XX. Frente o momento de crise atual, por consequência do
neoliberalismo, as ideias de Carl Schmitt voltam ao cenário intelectual como instrumento
de análise as políticas liberais e neoliberais contemporâneas.
Autor(es): Antonio Ferreira de Melo Junior
Título: Sim, para frente, mas primeiro para trás: o pensamento católico alemão e o mundo
do trabalho no final do século XIX
Orientador: Renato Amado Peixoto
Resumo: Partindo da analise do “O Hino-Trabalhador” [Die Arebeiper-Hymne], poema
publicado em 1896 pela Associação Proletária de Colônia, nosso texto discute o
pensamento católico alemão e sua relação com o mundo do trabalho no século XIX. Para
tanto, lança mão da interpretação compreensiva (Cs. GADAMER, 2004, P. 400-416) e
discorre sobre o contexto religioso na Alemanha do século XIX para, em seguida,
empreender a análise do referido poema, partindo da premissa de que as referencias ao
sistema religioso são imprescindíveis para a compreensão das ações políticas da Igreja
Católica alemã.
SESSÃO 3 - ESTUDOS AFRICANOS: PESQUISA E ENSINO
Coordenação: Arthur Torquato
Autor(es): João Francisco das Chagas Neto
Título: Clamores de Quimbundo: ideias antimetropolitanas e progressistas na Angola dos
anos 1890-1910
Orientador: Antonio Evaldo Almeida Barros
Resumo: Em fins do século XIX e início do século seguinte, surgem diversas críticas à
presença européia no continente africano, a exemplo do que ocorre em Angola. No
presente trabalho, apresentam-se algumas reflexões acerca do clássico da história
intelectual angolana, “Voz de Angola Clamando no Deserto”, publicado em 1901.
Mapeiam-se alguns dos principais movimentos que marcariam o processo de roedura e
colonização do continente africano. Sugere-se interpretar "Voz de Angola" como obra
representativa de um movimento de idéias progressistas e antimetropolitanas composto
por escritores, publicitários e folcloristas que, dentre outras coisas, defendiam a
valorização de elementos culturais autóctones, a exemplo do idioma quimbundo,
clamavam pelo renascimento intelectual africano, criticavam a colonização portuguesa, o
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racismo e as discriminações por motivos raciais e mesmo o que chamavam de falsa
civilização.
Autor(es): Aldina Da Silva Melo
Título: Em tempos de segregação na África do Sul
Orientador: Viviane De Oliveira Barbosa
Resumo: Esta análise parte da história de vida de Sandra Laing – uma mulher africâner que
teve sua classificação racial contestada e mudada diversas vezes pelo governo da África do
Sul – a fim de lançar luz sobre um dos períodos mais conturbados e discriminatórios da
história recente – o apartheid sul-africano. O objetivo deste trabalho é discutir os conflitos
raciais e a violência de gênero que perpassou tal regime e atingiu, especificamente,
mulheres sul-africanas. Essas tensões raciais, bem como a violência de gênero resultavam,
em grande medida, de leis que foram implantadas pelo Partido Nacional do país, como a
Lei de Registro da População, a Lei do Amor, dentre outras. Como recorte temporal
investigo os anos de 1948 a 1994, período em que o sistema apartheid esteve oficializado
na África do Sul. Analiso ainda discursos que legitimavam esse regime de segregação e
opressão racial, como os discursos biológicos de “cientistas raciais” do século XX e os
discursos religiosos que legitimavam as divisões dos sujeitos em grupos raciais. Minha
análise tem sido empreendida a partir de levantamento bibliográfico, dialogando com
teóricos que elucidam o que pretendo abordar. Tenho trabalhado, sobretudo, com o livro
Retrato em preto e branco: a história verídica de uma família dividida por problemas
raciais, de Judith Stone (2008). A obra é uma biografia de Sandra Laing que aponta as
aprovações de leis de cunho segregacionista que engendravam conflitos e violência de
gênero. Além de levantamento bibliográfico, tenho analisado jornais, filmes, cartas,
imagens/fotografias, documentários e arquivos do governo do Partido Nacional da África
do Sul entre os anos de 1948 a 1994, principalmente a documentação referente ao caso da
família Laing. Para tal pesquisa tenho também dialogado com análises de micro-
historiadores e de historiadores sociais na interface com o trabalho de memórias que se
debruça sobre a análise dos excluídos, dos marginalizados e das minorias. Nesta última
perspectiva, tenho analisado entrevistas concedidas a Stone (2008) por sujeitos que
vivenciaram e sentiram na pele toda a repressão de um dos sistemas mais violentos da
humanidade.
Autor(es): Luiz Paulo Santos Bezerra
Título: “Da porta dos fundos” à constituição de um espaço: os últimos debates
historiográficos sobre a África e afrodescendentes na Revista Afro-Ásia (2004-12)
Orientador: Itamar Freitas De Oliveira
Resumo: Essa comunicação tem como objetivo analisar os últimos estudos realizados
sobre a África e afrodescendentes na Revista Afro-Ásia do Centro de Estudos Afro-
Orientais da Universidade Federal da Bahia. O método que utilizamos para a realização da
pesquisa está baseado na análise de conteúdo por título, e em alguns casos foram
aproveitados também às palavras-chaves como forma de identificação das temáticas,
assim, buscou-se uma caracterização do perfil dos artigos publicados na revista. O
presente trabalho traz também, a análise de alguns Autor(es) acerca dos recentes estudos
sobre a África e a cultura afro-brasileira.
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Autor(es): Wylliane Estelaide Paixão de Santana
Título: Narrativas africanas: identidade e pertencimento na poesia de Craveirinha
Orientador: Cairo Mohamad Ibrahim Katrib
Resumo: O presente texto faz parte das discussões iniciais sobre História e Literatura que
estamos realizando dentro dos grupos de estudos e pesquisas do grupo de Educação
Tutorial – Pet (Re) conectando saberes, fazeres e práticas, voltadas para a temática
etnicorracial na tentativa de compreender os aspectos políticos e culturais que
influenciaram a vida e obra de José Craveirinha recompondo a sua identidade cultural e
seu pertencimento étnico. Pretendemos, por meio da análise dos fragmentos das poesias:
Grito Negro (1980) e Manifesto (1995) pós-libertação de Moçambique (Oito de setembro
de 1974), entender como o sentimento de formação de uma identidade moçambicana
atrelado a sua participação na célula da 4.ª Região Político-Militar da Frente de Libertação
Moçambicana contribuiu para uma formação literária crítica da colonização indo além de
uma visão somente partidária, conferindo sentido identitário e cultural as narrativas
contidas na obra do escritor poeta.
Autor(es): Edvaldo Alves de Souza Neto
Título: África e Afrodescendentes nos Currículos de História para o Ensino Médio no Brasil:
a presença do tema na revista História & Ensino (2004/2013)
Orientador: Itamar Freitas de Oliveira
Resumo: Com a publicação da lei 10.639 de 2003 que tornou obrigatório a inclusão da
História da África e da Cultura Afro-Brasileira nos currículos escolares do Brasil, é de
responsabilidade das universidades, como centros de produção do saber, verificar se e de
que forma está sendo cumprida tal legislação. A presente comunicação é o resultado
parcial de um projeto maior que visa examinar a repercussão dessa lei nos currículos
escolares brasileiros. Este trabalho tem por objetivo analisar o espaço reservado para
História da África e da Cultura Afro-brasileira na revista eletrônica de maior repercussão
nacional sobre as pesquisas relacionadas ao processo de ensino/aprendizagem, História &
Ensino, durante o período de 2004 a 2013, entendendo ser uma discussão fundamental
para o cumprimento de tal legislação. Os resultados do exame indicam que a presença da
temática é bastante exígua, não obstante revista ser potencialmente aberta à discussão.
Autor(es): José Eduardo Melo Silva
Título: África Ensinada: Uma análise do ensino de África a partir dos livros didáticos do 6º
ao 9º ano
Orientador: Antonio Evaldo Almeida Barros
Resumo: O presente trabalho consiste numa pesquisa mais ampla na qual se tem como
objetivo compreender como estão sendo desenvolvidas as atividades docentes
relacionadas aos conteúdos das temáticas africana e afro-brasileira no âmbito das séries
finais (6º ao 9º ano) do ensino fundamental na Escola Roseana Sarney, em Bacabal,
Maranhão. De um lado, busco analisar dois diferentes livros didáticos que têm sido
utilizados na escola. De outro lado, tenho elaborado uma descrição e análise dos
diferentes modos como o ensino de História da África se configura no cotidiano dessa
escola. A proposta referente a esse trabalho surgiu a partir da minha inserção no grupo de
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estudos, pesquisa e extensão “Movimentos, Identidades e África” da Universidade Federal
do Maranhão, Campus de Bacabal, onde são abordados temas referentes aos contextos
africano e afro-brasileiro. Nesta análise serão abordadas duas coleções de livros didáticos
utilizados pelos alunos daquela escola. Ambas as coleções possuem como diferença
principal, os anos de publicação. Uma publicada antes da aprovação da lei 10.639/03 e a
outra utilizada atualmente, pelo sistema de ensino publico de cunho estadual, publicado
após a aprovação daquela lei. É importante ressaltar ainda que o presente trabalho
encontra-se em desenvolvimento e que apresentará resultados parciais. Nas últimas
décadas tem surgido um número relevante de trabalhos que analisam diversas
problemáticas sociais africanas, isso em um contexto mundial. No Brasil não é diferente, a
academia propõe um debate muito mais rico e cada vez mais revelador acerca do
continente africano, e que muitas vezes não vem exposto nos livros didáticos e menos
ainda discutidos no cotidiano escolar.
SESSÃO 4 - REPRESENTAÇÕES CONTEMPORÂNEAS NAS ARTES E NA CIÊNCIA
Coordenação: Leilane Assunção
Autor(es): Maria da Luz Rodrigues da Silva
Título: Medicina e corpo: um estudo do cuidado de si e busca por uma padronização
estética
Orientador: José Cunha Lima
Resumo: O presente trabalho propõe pensar o corpo, através do olhar da medicina e dos
discursos midiáticos, partindo dos princípios das relações sociais produzidas entre os
séculos XIX e XX. Onde o corpo foi sendo estudado por diferentes campos do saber, onde o
mesmo foi fixado em territórios da beleza, da saúde e da identidade moderna. Entretanto,
discutiremos como esse corpo é constituído e influenciado pelos discursos da beleza, da
medicina que padroniza e policia o mesmo. Portanto, vamos estudar a medicina como
sendo um instrumento de oficialização de determinados padrões, e se tornou responsável
por criar uma imagem corpórea idealizada dentro das normalidades, gerenciando um
cuidado mais de si. Para a construção desse discurso utilizo Foucault (1984, 1984 e 1999) e
Ortega (2008).
Autor(es): Raimundo Thiago Alves de Oliveira
Título: Estereótipos sociais: construção da imagem homossexual nas telas do cinema.
Orientador: Igor Alves Moreira
Resumo: A proposta deste artigo é levantar uma reflexão a respeito de como as
identidades dos homossexuais são codificados a partir da imagem negativa que tem por
base valores cristalizados em nossa cultura e que se refletem, por exemplo, no cinema. Os
processos de interação na vida social são marcados pela presença de muitas imagens, e
inerente as essas, percebemos a veiculação de estereótipos homoafetivos, repassados por
diversos meios. Sendo assim, estudaremos a utilização e a construção destes estereótipos
na atividade cinematográfica. Para isso, iremos analisar o filme “Bruno” do diretor Larry
Charles. Afinal o diretor desse filme é reconhecido no mundo cinematográfico por suas
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obras satíricas onde representa, de forma estereotipada personagens ou comportamentos
do mundo globalizado.
Autor(es): Raphael Figueiredo Zanelato
Título: História e Cinema: Um estudo sobre “Gangues de Nova York” de Martin Scorsese
(2002)
Orientador: Rodrigo De Freitas Costa
Resumo: Tomando Autor(es) que discutem o estudo das linguagens artísticas, teoria da
história e suas proximidades, o dado artigo tem a proposta de discutir os vieses que
entrelaçam o cinema e a história. Trazendo para essa discussão, apresentamos como
objeto de estudo o filme “Gangues de Nova York” dirigido pelo cineasta Martin Scorsese e
lançado no ano de 2002. Através desta pesquisa, tentaremos compreender os processos
históricos que ocorreram nos Estados Unidos no século XIX, tal como alguns
questionamentos em relação a construção do roteiro, da pré e da pós produção e
compreender que cineasta é esse que tenta aproximar a sociedade do indivíduo, como o
cinema pode contribuir para os estudos históricos e a partir daí tentar entender qual é o
papel do historiador perante a outras áreas que se apropriam das narrativas históricas
para explicar uma dada sociedade.
Autor(es): José Adécio Lima Chaves
Título: “O lado negro da força”: representação da União Soviética na primeira trilogia Star
Wars (guerra nas estrelas) (1977 – 1983)
Orientador: João Rameres Regis
Resumo: Esta pesquisa estudar a problemática relação dos Estados Unidos com a União
das Repúblicas Socialistas Soviética durante a Guerra Fria, na qual ambos os países se
empenhavam em construir uma imagem negativa do outro, a construção de uma imagem
do "inimigo". Assim, esses países produziram vários discursos, os quais eram propagados
de diferentes formas, dentre elas, as artes. Utilizando como fonte a primeira trilogia de
filmes Star Wars (Guerra nas Estrelas): Guerra nas Estrelas (1977); O Império Contra-Ataca
(1980); O Retorno de Jedi (1983); procuramos perceber as imagens que os norte-
americanos faziam da União Soviética e do comunismo durante os anos de 1977-1983.
Vários são os elementos que transformam estas obras em material para a análise. De
acordo com que o filosofo Joseph Campebell classificou, os filmes apresentam um teor
mitológico, ou seja, funciona como um mito moderno, além disso, por se tratar de uma
obra de Ficção cientifica, pode tratar de assuntos polêmicos ou controversos, por esta
mostrando um mundo diferente do nosso.
Autor(es): Cássia Abadia da Silva
Título: A Relação entre arte - política – sociedade: em cena o poeta chileno Pablo Neruda
Orientador: Dilma Andrade De Paula
Resumo: O passado é parte essencial na construção do conhecimento histórico. Assim,
indagamos o passado instigados pelo momento presente, mas buscando compreender as
questões da época, a complexa relação entre arte/política/sociedade que resultou e
impulsionou a postura engajada de intelectuais como o poeta chileno Pablo Neruda (1904-
1973), que fez de sua poesia espaço para cantar e denunciar as vicissitudes sofridas pelos
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povos em tempos e lugares distintos, poesia essa espelhada pelos muros mexicanos, assim
como nos muitos livros a serem encontrados em centenas de países e publicados em
diferentes idiomas tornando possível propor tal empreendimento que ora apresentamos.
Autor(es): Rafaela Da Silva Mendes
Título: Literatura e memória: uma analise da biografia de Cristóvão Colombo em A vigília
do almirante de Augusto Roa Bastos
Orientador: Dernival Venâncio Ramos Júnior
Resumo: O texto a representação de Cristóvão Colombo no livro de Augusto Roa Bastos
Vigília do Almirante. O autor criou uma versão humanizada do “descobridor” da América.
Partimos do pressuposto de que essa versão está ligada a uma discussão sobre a memória
do descobrimento da América quando se comemorava 500 anos desse evento.
Autor(es): Carla Cristina Machado
Título: O impressionismo de Claude Monet na obra “As Mulheres no Jardim” na visão
histórica de Tucídides.
Orientador: Mateus Gamba Torres
Resumo: O presente artigo tem o intuito de analisar o movimento do impressionismo
através da obra “As mulheres no jardim” do artista Claude Monet analisando o conceito
histórico a partir do método de fontes e pesquisa Tucidiana.
SESSÃO 5 - ESTUDOS SUL-AMERICANOS
Coordenação: João Gilberto Neves Saraiva
Autor(es): Luyse Moraes Moura
Título: Intolerância na internet: Brasil, Chile e extremismos de direita no tempo presente
Orientador: Dilton Candido Santos Maynard
Resumo: Este trabalho se propôs a investigar a presença de grupos de extrema-direita no
Chile e no Brasil, analisando suas apropriações da rede mundial de computadores entre
2007 e 2012. Para isso, foram selecionados para a análise o site do extinto movimento
neofascista chileno Frente Orden Nacional (http://www.chilens.org/), e o site do Partido
Nacional-Socialista Brasileiro 88 (http://www.nacional-socialismo.com/index.htm). Através
de uma análise comparativa desses portais, pretende-se traçar um perfil das atividades de
grupos neofascistas que, no período estudado, utilizaram a Internet para propagar
mensagens racistas, xenófobas, antissemitas e homofóbicas; para atrair novos adeptos;
para comercializar e/ou disponibilizar materiais de inspiração fascista.
Autor(es): Anailza Guimarães Costa
Título: Intolerância.com: a extrema-direita colombiana na internet (1996-2007)
Orientador: Dilton Candido Santos Maynard
Resumo: Na segunda metade do século XX, constata-se em muitas sociedades a crescente
estruturação e o fortalecimento de movimentos neofascistas que, por volta dos anos
1980/1990, ampliaram seu espaço político. A partir da década de 1990, estes grupos
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ganharam um novo aliado, a internet. Diferentes organizações de extrema-direita
passaram a utilizar a web para atrair novos adeptos e disseminar suas ideias. Através da
internet, membros de diversos movimentos neofascistas se relacionam, trocam
experiências, propagam o ódio, e divulgam seus ideais de intolerância. Esta pesquisa faz
parte do projeto “Cibercultura & Intolerância: A Extrema Direita Sul-Americana na Internet
(1996-2007)”, que propõe realizar o levantamento, classificação e análise dos movimentos
da extrema-direita sul-americana na Internet, a rede mundial de computadores. Neste
trabalho analisamos o site colombiano Terceira Fuerza: Herencia - Tierra- Comunidad
(http://www.tercerafuerzanacion.org/) e buscamos compreender quais as principais
estratégias utilizadas por esta página para difundir os ideais dos seus criadores, quais as
possíveis transformações experimentadas na arquitetura do ambiente e quais as
formulações de ações políticas apresentadas neste ambiente telemático.
Autor(es): Paulo Alves Pereira Júnior
Título: Memória e autoritarismo: setores populares e a ditadura Stroessner no Paraguai
Orientador: Paulo Renato da Silva
Resumo: A historiografia referente à oposição aos regimes militares na América Latina das
décadas de 1960 e 1970 destaca apenas os grupos “intelectualizados” da sociedade
(estudantes, intelectuais, jornalistas, escritores, artistas) e os trabalhadores organizados
em sindicatos e partidos políticos. Além disso, uma vasta corrente de intelectuais
marxistas prioriza como sujeitos históricos os operários, que fazem parte do processo de
produção. Dessa maneira, como explicar o caso de um país altamente agrário como o
Paraguai? Assim, o conceito de proletariado se manifesta insuficiente, pois não consegue
explicar as ações de parcelas expressivas da população. Luis Alberto Romero, em seu livro
Sectores Populares, Cultura y Política: Buenos Aires en la entreguerra (1995), evidencia o
conceito de setores populares, onde agrega como atores políticos as crianças, as mulheres,
os idosos e os camponeses que estão à margem do processo produtivo e inseridos em
esferas (cultural, religioso, familiar) além do campo da produção. Esse viés seria mais
interessante para se analisar o caso paraguaio, pois permitiria explicar - historicamente -
os setores não ligados aos processos produtivos clássicos. Outro aspecto interessante é a
forma de como os setores populares são representados nos estudos sobre as ditaduras.
Apesar de destacarem as manifestações políticas dos movimentos populares e sociais -
através de guerrilhas, passeatas e protestos -, muitos estudiosos consideram que as
ditaduras militares latino-americanas conseguiram silenciar quase toda a sociedade,
tornando-as passivas e coniventes com os governos autoritários. Diante dessa perspectiva,
a presente comunicação buscará analisar as formas de como uma parcela da historiografia
representa o papel dos setores populares durante o regime de Alfredo Stroessner (1954-
1989) e se estes foram omissos ou não ao stronismo.
Autor(es): Heloísia Nunes dos Santos
Título: Mulheres Indígenas Organizai-vos: estudo comparativo sobre organizações de
indígenas no Paraguai, Brasil e Bolívia (1960-2008).
Orientador: Joana Maria Pedro
Resumo: O presente trabalho pretende realizar um estudo comparado, entre as distintas
realidades em que vivem e se constituem as mulheres indígenas do Brasil, Bolívia e
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Paraguai. A busca dessas mulheres por espaço as leva, em alguns casos, a organizarem-se
de forma independente em associações, organizações e movimento de mulheres
indígenas, ou também formarem departamentos dentro do movimento indígena, que
abrem espaços para suas demandas. Para tanto, se faz uso das discussões de gênero,
como uma categoria de análise histórica, que percebe como as práticas sociais e culturais
constituem historicamente os sujeitos. Neste estudo também há reflexões e relatos sobre
gênero nas suas interfaces com a memória, o poder e a participação política. Evidenciamos
através dessa mobilização feminina que há uma apropriação do espaço tido como
masculino na organização social de diferentes povos indígenas.
Autor(es): Daniela Ivanna Galli Mattiauda
Título: Argentina y Brasil en las cuestiones de límites y frontera en la zona Misionera
(1860-1914)
Orientador: Cezar Karpinski
Resumo: En el presente trabajo presentaré los resultados referentes a la investigación del
proyecto “Levantamiento de fuentes históricas sobre el Parque Nacional y Cataratas del
Iguazú (Brasil y Argentina, 1860-1914)” que estamos desarrollando en la Universidad de
Integración Latinoamericana. El trabajo buscar discutir a través de un levantamiento de
fuentes históricas, las relaciones internacionales entre Brasil y Argentina en las cuestiones
ligadas a la frontera, en los limites relacionados a las cataratas del Iguazú. El recorte
temporal propuesto se encuentra entre 1860-1914 y las fuentes utilizadas son relatorios
de viajes realizados en la época y bibliografía relacionada a tratados internacionales
formulados en dicho momento.
Autor(es): Samuel José Cassiano
Título: Guaman Poma de Ayala e a ideia de uma nobreza indígena de linhagem legítima e
cristã para o vice-reino do Peru no século XVII
Orientador: Alexandre Camera Varella
Resumo: A ideia de uma alta autoridade autóctone para o vice-reino do Peru – e todo um
conjunto de administradores subordinados, tal qual a burocracia espanhola – é uma das
principais propostas de Guaman Poma de Ayala em sua Nueva Corónica y Buen Gobierno.
Com a introdução de uma nova ordem nos Andes (a sociedade colonial) a partir de 1533,
um verdadeiro caos instala-se na região andina (Guaman Poma utiliza a expressão “mundo
al revés”). Apropriando-se de conceitos da história/religião cristã fundamenta uma série
de argumentos para estabelecer o bom governo no Peru. Coisa que somente é possível
com a presença de uma autoridade indígena cuja linhagem poderá entrelaçar-se com
personagens bíblicos. Uma ordem política e social restaurada – e sincrética –, onde
elementos nativos irão fundir-se com carácteres do mundo europeu-cristão do século XVI,
reflexos da própria identidade do seu autor, que é Don ao mesmo tempo em que é
Waman Puma.
Autor(es): Diego Leonardo Santana Silva
Título: Tempo Presente E Intolerância: Estudo Comparado Dos Sites Libre Opinión E
Carecas Do Brasil (2007 – 2012)
Orientador: Dilton Candido Santos Maynard
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Resumo: Esta comunicação discute atividades de grupos de extrema-direita no Brasil e na
Argentina no ciberespaço durante os anos de 2007 a 2012. Para a produção de uma
análise comparada, foram selecionadas postagens encontradas em dois diferentes
websites: o argentino Ciudad Libre Opinión (www.libreopinion.com) e o brasileiro
(www.carecasdobrasil-al.com.br). Foram observados as possíveis semelhanças e os
distanciamentos argumentativos entre os dois grupos. A pesquisa almeja analisar a
persistência de práticas fascistas no Tempo Presente considerando as transformações
produzidas pela emergência da web 2.0 e das facilidades comunicacionais dela resultantes
como elementos fundamentais à difusão de ideologias políticas.
Autor(es): Galtiére José dos Santos,Kathleen Kyara Gonçalves de Araújo
Título: Livros didáticos de história: seleção e organização de conteúdos e uma análise
sobre a História da América
Orientador: Jailma Maria de Lima
Resumo: A comunicação propõe uma reflexão sobre a importância do livro didático de
História no processo de ensino-aprendizagem, pensando a respeito de suas contribuições
e de seus problemas para a compreensão da história. Percebemos, a partir de uma
experiência em sala de aula, desenvolvendo atividades do PIBID de História, como o livro
didático é um instrumento complexo da educação. Tendo como referencial Circe
Bittencourt, selecionamos duas obras didáticas (História, Sociedade e Cidadania, de
Alfredo Boulos Júnior, e Navegando pela história, de Silvia Panazzo e Maria Luiza Vaz) para
fazermos uma análise sobre a abordagem dos conteúdos de História da América Colonial
com o objetivo de identificarmos se havia um possível diálogo com as tendências da
historiografia recente. Tal reflexão e análise forma importantes para identificarmos nos
livros didáticos citados um déficit teórico e os limites no diálogo com a historiografia
recente da História da América.
SESSÃO 6 - ADMINISTRAÇÃO NO MUNDO COLONIAL
Coordenação: Patrícia de Oliveira Dias e Tyego Franklim da Silva
Autor(es): Ábda Tércia Borges Pereira
Título: Direito e justiça no Brasil colonial: História e historiografia, um levantamento
bibliográfico.
Orientador: Reinaldo Forte Carvalho
Resumo: Esta comunicação pretende discutir as concepções entre Direito e Justiça a partir
da produção historiográfica acerca do Brasil colonial. A proposta desta comunicação tem
como objetivo promover debate acerca dos aspectos da magistratura na América
portuguesa nos séculos XVII e XVIII, enfatizando a produção bibliográfica sobre o Direito e
a justiça colonial no Brasil. Partindo dessa premissa, pretende-se analisar a produção
historiográfica acerca das concepções do direito e da justiça colonial portuguesa no
contexto da sociedade de Antigo Regime a partir da analise conceitual da produção
historiográfica recente. A comunicação faz parte do projeto maior de iniciação cientifica
PFA/UPE desenvolvido pelo profº Ms. Reinaldo Forte Carvalho com o auxilio de bolsista
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vinculado a esta proposta que versa sobre a temática “Aspectos da magistratura na
América portuguesa (XVII-XVIII)”. O mesmo pretende expor uma analise sobre as fontes
bibliográficas produzidas acerca do tema. Como resultado, espera-se contribuir com o
debate e ampliar o conhecimento historiográfico sobre o tema, a partir do estudo dessa
área tão relevante e tão pouco conhecida: a magistratura na America Portuguesa nos
século XVII - XVIII.
Autor(es): Amanda Rafaella Gadêlha Mangueira
Título: Justiça, comarca e os ouvidores em Pernambuco no século XVIII
Orientador: Jeannie da Silva Menezes
Resumo: O presente artigo pretende abordar a implantação da justiça na América
portuguesa trazendo os objetivos que a Coroa pretendia com a sua implantação. Bem
como as jurisdições dessa justiça no século XVIII a partir da extensão da Comarca, mais
especificamente a Comarca de Pernambuco, com sua espacialidade, seus limites de poder.
Com esta perspectiva abordaremos a atuação de alguns oficiais de justiça dentro da
extensão da Comarca, na qual o ouvidor pode ser visto primeiramente como agente
principal ligado a Coroa.
Autor(es): Aryanne Faustina da Silva
Título: A instituição do tabelionato na história e sua prática no Brasil Antigo
Orientador: Cláudia Rodrigues
Resumo: Sempre que pensamos na figura do tabelião, nos dias de hoje, pensamos em uma
figura sobre a qual o estudo de sua instituição deveria competir às esferas do direito.
Entretanto, com sua origem próxima ao surgimento da escrita, o tabelião possui uma
interessante e diversificada trajetória durante a história da humanidade. Com
características que permaneceram e que foram modificadas de acordo com a sociedade
em que estava inserida, a instituição do tabelionato fora importante para todas as culturas
nas quais existiu. Com a necessidade de registrar e transmitir informações, acordos e, até
mesmo, pensamentos, o homem sempre reconhecera na figura do notário, que
inicialmente fora o escriba, uma peça chave para a garantia de perpetuar, de certa forma,
os atos. O presente trabalho visa apontar um pouco da trajetória dos tabeliães, desde o
início do ofício, passando pela sua profissionalização até chegar à sua atuação no Brasil
Imperial.
Autor(es): Marcos Arthur Viana da Fonseca
Título: A provisão de 1688 e os seus usos: conflitos entre o capitão-mor e o provedor no
Rio Grande setecentista (1736)
Orientador: Carmen Margarida Oliveira Alveal
Resumo: Conflitos jurisdicionais ocorreram frequentemente durante o processo de
colonização da América portuguesa. Estes conflitos possuíam diversas origens. Alguns
ocorriam devido a sobreposições de jurisdições de oficiais régios. Nestes casos, a culpa
recaía sobre a Coroa, que ao não definir claramente os limites jurisdicionais dos cargos
régios, permitia que estas disputas ocorressem. Outros conflitos, entretanto, ocorriam
devido a interesses pessoais dos envolvidos, que buscavam atender a seus desejos ou de
grupo pessoas ligadas a si. Os conflitantes utilizavam-se de brechas ou interpretações da
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lei com o objetivo de fundamentarem juridicamente os seus argumentos. Este artigo
propõe-se um analisar o conflito jurisdicional ocorrido na capitania do Rio Grande, no ano
de 1736, entre o capitão-mor, João de Teive Barreto de Meneses, e o provedor da Fazenda
Real, Timóteo de Brito Quinteiro, e analisar como ambos os conflitantes interpretaram e
utilizaram a provisão de 1688.
Autor(es): Thamires Cristina Silva do Nascimento
Título: Oficiais régios e Vice-reis: sua relevância para o desenvolvimento da dinâmica
política, administrativa e econômica do Rio de Janeiro durante o século XVIII
Orientador: Mônica da Silva Ribeiro
Resumo: A presente pesquisa tem por foco a análise da administração dos governadores
que exerceram seu governo durante o século XVIII na capitania do Rio de Janeiro, como as
suas práticas estavam relacionadas ao posicionamento de Portugal quanto à colônia, e o
reflexo das mesmas no cotidiano fluminense, partindo do pressuposto que o Rio de
Janeiro se constituía, desde fins do século XVII, como o centro das relações comerciais e
econômicas entre a colônia e a metrópole portuguesa. O presente trabalho tem por
objetivo final demonstrar os resultados levantados a partir das análises documentais feitas
nas fontes primárias pesquisadas.
Autor(es): Helena de Cassia Trindade de Sá
Título: As alfândegas do Rio de Janeiro e da Vila de Santos: um estudo sobre as práticas
governativas e a política econômica colonial lusitana (1701-1750)
Orientador: Valter Lenine Fernandes
Resumo: A presente comunicação tem por objetivo exibir uma análise sobre o papel
desempenhado pelas Alfândegas do Rio de Janeiro e da Vila de Santos na esfera dos
mecanismos do Antigo Sistema Colonial, na primeira metade do século XVIII. Através dos
estudos sobre as referidas alfândegas procurar-se-á traçar as práticas governativas e
econômicas implementadas pela Coroa portuguesa na América e compreender como se
dava a interação entre as diversas camadas de poder envolvidas com a administração
dessas instituições, suas formas de controle e resolução de conflitos.
Autor(es): Ronny Pereira Coelho
Título: “Pelo serviço do dito senhor e o bem público deste povo”: embates entre a
governança e as instituições coloniais no Estado do Maranhão nos seiscentos
Orientador: Helidacy Maria Muniz Corrêa
Resumo: O presente artigo parte da sistematização de dados coletados da documentação
da capitania do Maranhão, constante no acervo do Arquivo Público do Estado do
Maranhão (APEM), em específico relativo à documentação da Câmara de São Luís, no
século XVII e, entre os anos de 1647 a 1649. A documentação selecionada ajudará a pensar
os rumos da governação no Estado do Maranhão e Grão-Pará. Para tanto foram separados
dados que demostram um conflito jurisdicional envolvendo os pilares sociais da
administração portuguesa no Antigo Regime, ou seja, Câmara, oficiais régios e agentes
locais.
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Autor(es): Cristiane Mirelle Araújo Santos
Título: Agentes do poder: a atuação dos edis da câmara do Natal na independência da
capitania do Rio Grande do Norte no final do século XVIII
Orientador: Lígio José de Oliveira Maia
Resumo: A capitania do Rio Grande do Norte, antes de se tornar independente do governo
geral de Pernambuco, em 1817, passou por transformações que afetaram
significativamente sua economia, que era caracterizada pela importância da pecuária,
tornando-se a principal atividade econômica no sertão; nas últimas décadas do século
XVIII, a economia da capitania diversificou-se com a produção algodoeira, tornando-se ela
uma atividade agrícola de larga escala. Neste contexto, os edis da câmara de Natal
solicitavam às autoridades de Lisboa a independência da capitania com o intuito de
conseguirem sua ascensão política. Nestas reivindicações está presente a elaboração de
um discurso feito pelos camaristas, na qual usavam ao mesmo tempo duas versões: a
imagem de uma capitania rica economicamente, com a abundância de vários produtos e
seus moradores em condições para manterem-se com o que lhes eram oferecidos,
almejando, assim, sua independência diante do governo de Pernambuco; numa segunda
versão, identifica-se a imagem de uma capitania que apresentava aspectos de abandono e
de muita pobreza, como a falta de abastecimento interno de certos gêneros alimentícios e
um alto índice de doença advindo de um surto de bexiga assolando grande parte de sua
população. A partir desses argumentos, encontrados na documentação do Arquivo
Histórico Ultramarino, buscou-se compreender o significado histórico desses discursos
elaborados por algumas autoridades da capitania, sobre essa pretensa independência do
Rio Grande do Norte
SESSÃO 7 - FAMÍLIA E ESCRAVIDÃO NO OITOCENTOS
Coordenação: Jane Derarovele Semeao e Silva
Autor(es): Diego Douglas Nunes Dos Santos
Título: As relações sociais e o matrimônio no sertão pernambucano do século XIX
Orientador: Beatriz De Miranda Brusantin
Resumo: Nesse trabalho pretendemos investigar as relações sociais entre escravos e
senhores através da análise de alguns casos registrados pela polícia (Secretária de
Segurança Pública - SSP), os quais envolviam relações matrimoniais e conjugais na região
do sertão Pernambucano do século XIX. Iremos dissertar neste texto sobre os meandros da
vida cotidiana dos escravos, seus possíveis caminhos para a ascensão social e os diversos
entraves e/ou aberturas construídos pelo o homem branco livre. Desse modo, almejamos
com este texto contribuir paras reflexões em torno dos costumes e da identidade escrava
e livre durante o período imperial brasileiro trazendo, sobretudo, informações sobre o
sertão pernambucano.
Autor(es): Alessandra Noronha Dias
Título: Demografia Histórica E Os Registros Paroquiais: Possiblidades Para O Estudo Da
Família Norte Mineira No Século XIX.
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Orientador: Rejane Meireles Amaral Rodrigues
Resumo: Este trabalho tem como objetivo o debate acerca da produção da demografia
histórica bem como a possibilidade de uso dessa discussão para o campo da história social
da família. O estudo será feito a partir dos debates sobre a família brasileira e o processo
histórico relacionando-os as analises dos registros paroquiais de batismo arquivados na
paróquia de Santo Antonio da Boa Vista em Januária dos anos de 1883 a 1886. O concilio
de Latrão IV, acabou levando a Igreja católica à detentora durante muitos anos de
informações acerca da vida familiar. As informações de registros paroquiais como óbito,
batismo e casamentos foram uniformizadas e foram utilizadas como base de várias
pesquisas que acabaram por dar os parâmetros iniciais, no campo da história
especificamente da família, delimitando métodos e técnicas. Os resultados dos registros e
o debate dos campos revelam-se atraente para produções futuras de uma literatura que
privilegie o norte- mineiro do século XIX.
Autor(es): Esther Rosa de Brito
Título: Inventários post mortem, famílias e posse de terras. São José Do Tijuco MG, 1850-
1890
Orientador: Aurelino José Ferreira Filho
Resumo: Esta comunicação aborda as pesquisas com inventários post mortem, trabalha-se
com o arraial d São José do Tijuco, MG - 1850-1890. Pesquisa esta que busca apreender a
formação de famílias, riquezas e posse de terra na região, bem como relações escravistas e
atividades econômicas desenvolvidas por aquelas famílias. Este trabalho é fruto de
pesquisa desenvolvida junto ao NEEMG-Núcleo de Estudos Sobre Escravidão em Minas
Gerais. Recorremos à transcrição e análise daquelas fontes problematizando-as em diálogo
com a historiografia sobre a família, e especificamente a formação de famílias na província
mineira do século XIX. Apresentamos apenas dados parciais, uma vez que esta pesquisa se
encontra em andamento. Visamos assim contribuir para os estudos a cerca da sociedade e
da economia escravista na província mineira oitocentista.
Autor(es): Adriana Ferreira
Título: o declínio do dote e as novas prendas sociais femininas na sociedade maranhese da
segunda metade do século XIX
Orientador: Elizabeth Sousa Abrantes
Resumo: Desde o período colonial o dote pautou as relações matrimoniais como um meio
viabilizador do casamento, sendo uma instituição social e uma peça central dos arranjos
matrimoniais das famílias. No decorrer do século XIX, esse costume começou a entrar em
um processo significativo de declínio devido às mudanças socioeconômicas e culturais
pelas quais o país passava. O objetivo desse artigo é apresentar alguns aspectos desse
processo de declínio da prática dotal, suas novas críticas, apresentando os discursos que
enfatizavam as exigências comportamentais femininas como seu símbolo de dote
moderno, num contexto marcado pelo crescimento urbano, como novos espaços sociais
de circulação para as mulheres das camadas médias e altas da sociedade maranhense na
segunda metade do século XIX.
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Autor(es): Dayane Julia Carvalho Dias
Título: Escravidão e sociedade em Goianinha setecentista: famílias, terras e imigrações
Orientador: Carmen Margarida Oliveira Alveal
Resumo: No período de 1705 e 1799, têm-se a relação de 33 inventários, representando
33 senhores de terras, criadores de gado e utilizadores da mão-de-obra escrava. Embora
de número reduzido, é possível perceber como se baseava a dinâmica econômica e social
que existia na povoação de Goianinha no século XVIII. Os imigrantes, tanto focalizados
pela historiografia local também vão ser abordados. Como é o caso do capitão-mor Félix
Ferreira da Silva, citado pela historiografia local como um dos imigrantes fundador da
cidade, tido como agricultor e percursor de comércio de animais com o Piauí. De fato seu
inventário é valioso, pois encontram-se aspectos instigadores de bons debates entre
fontes e bibliografia. Desta forma, pela análise dos inventários, levando em consideração o
número de escravos, de gados vacuns e cavalares, de terras, dos bens, pode-se afirmar
que Goianinha representava um cenário econômico e social muito importante, até mais
que as regiões vizinhas, como a povoação de Arês na época.
Autor(es): Francinete Poncadilha Pereira
Título: A Mulher Escrava No Maranhão Oitocentista: breve análise sobre a maternidade
escrava
Orientador: Elizabeth Sousa Abrantes
Resumo: Em sua tentativa de coisificação do escravo, o sistema escravista brasileiro nem
sempre costumou levar muito em consideração as diferenças de gênero ou idade dos
cativos. No tocante a mulher escrava, a exploração do seu trabalho no aspecto físico e
mental precisa ser melhor avaliado, haja vista que algumas atividades eram de predomínio
exclusivo das mulheres, como os de mucama e ama de leite. Este trabalho objetiva fazer
uma breve análise sobre a questão da maternidade escrava, dentro do contexto da
sociedade maranhense do século XIX. Para isso, avaliamos o discurso burguês sobre a
maternidade pautada no modelo de família nuclear e patriarcal, mostrando que nem
sempre se adequava aos grupos familiares escravos. O cotidiano das cativas era difícil,
seus senhores as utilizavam como amas de leite, entre outras funções, ocasionando a
separação dos seus filhos, o que poderia gerar atos extremos como suicídios, abortos e
infanticídios. Sendo assim, o sentimento de afeto pela prole levava essas escravas a
buscarem todos os mecanismos, legais ou costumeiros, para manter seus filhos junto de si,
a exemplo da rede de solidariedade de parentes e compadrios.
SESSÃO 8 - VIDA E MORTE NO BRASIL COLÔNIA E IMPÉRIO
Coordenação: Thiago do Nascimento Torres de Paula
Autor(es): Bárbara Alves Benevides
Título: A morte no patíbulo: as execuções e seus rituais no Rio De Janeiro colonial (1750-
1822)
Orientador: Cláudia Rodrigues
24
Resumo: A presente comunicação visa apresentar as linhas gerais da pesquisa que estou
desenvolvendo, ainda em estágio inicial, que busca analisar as atitudes perante a morte
ocorrida por execução da justiça para os presos condenados à pena de morte na cidade do
Rio de Janeiro, entre 1750 e 1822. Pretende-se identificar o cenário geral de tal situação
pela análise do ritual em torno da execução; das etapas da execução da pena até o
patíbulo; sua geografia (os espaços da cidade destinados à cadeia, à forca, à sepultura dos
condenados e etc.); de seus “agentes sociais” (os carrascos e seus ajudantes, os
sacerdotes, os irmãos da Santa Casa de Misericórdia e etc.) e das atitudes populares
perante tal evento. Visando criar um panorama geral sobre este tema ainda pouco
explorado pela historiografia da morte, no Brasil. Os resultados preliminares mostram uma
presença ativa da Santa Casa de Misericórdia, assim como atração que as execuções
exerciam sobre grande parte da população. Sendo vista quase como um espetáculo,
muitos acompanhavam todo o trajeto do condenado desde sua saída da cadeia até o seu
destino final, quando vivo, o patíbulo.
Autor(es): Brunno De Souza Barros Guimaraes
Título: Da inumação à Santa Missa: testamentos de padres da Capitania da Paraíba do Sul
(século XVIII)
Orientador: Cláudia Rodrigues
Resumo: Este trabalho faz parte de um projeto de iniciação científica que desenvolvo no
Curso de História do Polo Universitário de Campos dos Goytacazes da Universidade
Federal Fluminense. Este artigo pretende analisar a importância da preparação para o
“bem morrer”, os rituais fúnebres utilizados para a inumação e o medo da condenação
eterna por parte dos padres que atuaram na sociedade colonial da Capitania da Paraíba do
Sul, durante o século XVIII. Para análise deste estudo, utilizamos como fontes, registros de
óbitos encontrados no arquivo da Cúria da Diocese de Campos dos Goytacazes, e
testamentos de padres sob a guarda do Arquivo Público da mesma cidade. Neste trabalho
serão analisados os testamentos dos padres Manoel Paiva Ponte de Macedo e Pedro
Marques Durão.
Autor(es): Juliano Roques
Título: Batismo e compadrio de escravos: as estratégias dos cativos na freguesia Madre de
Deus de Porto Alegre no período de 1795 a 1799
Orientador: Ana Silvia Volpi Scott
Resumo: Buscamos neste artigo analisar a ocorrência de padrões nos batismos de crianças
nascidas de mães escravas, para compreendermos como se davam as relações sociais
estabelecidas entre estes e outros grupos que compunham a sociedade, dentro do recorte
de tempo estudado, que cobre o período entre 1795 e 1799. Esta comunicação faz parte
integrante do Projeto “Família e Sociedade no Brasil Meridional (1772-1835)” (financiado
pelo CNPq) coordenado pela Professora Doutora Ana Silvia Volpi Scott e vinculado ao
Grupo de Pesquisa CNPq “Demografia & História”. A pesquisa está voltada para a
apreciação dos registros paroquiais de batismo, casamento e óbito correspondente a
Freguesia Madre de Deus de Porto Alegre entre os anos de 1772 (fundação da mesma) e
1835 (Revolução Farroupilha). Nossos métodos de análise empregados são os da
Demografia Histórica. No período estudado temos cerca de 835 registros de batismo,
25
desses 15% são batismos de crianças de ventre de cativas. A partir desses dados iremos
buscar pistas das estratégias utilizadas pelos cativos através do compadrio, para de
estabelecer relações sociais para além do cativeiro.
Autor(es): Gerferson Damasceno Costa
Título: Família e a ilegitimidade: as estratégias de compadrio em Paracatu na primeira
metade do século XIX
Orientador: Helen Ulhoa Pimentel
Resumo: Os códigos, Eclesiástico e Civil, que regiam a vida social no Brasil durante o século
XVIII e XIX, determinavam diferenciações de nascimento, posição social, cor e gênero,
fazendo com que a sociedade se estruturasse de forma bastante hierarquizada. A família
era fundada sobre as bases do matrimônio sendo o padrão ideal para a constituição de
laços. As relações extraconjugais, bem como seus filhos, estavam estigmatizadas como
imorais e desonrosas. Não obstante, houve tentativas da Igreja e do Estado em controlar a
vida dos indivíduos, entretanto os filhos ilegítimos estavam presentes em todas as
camadas sociais, tornando-se fator comum na sociedade colonial e imperial. Este trabalho
tem como objetivo mapear a presença da prole ilegítima na documentação do arquivo da
Matriz de Santo Antônio de Paracatu na primeira metade do século XIX, analisando sua
representatividade e as estratégias engendradas pelas mães solteiras na busca da
sociabilidade dos filhos. Assim, procuramos entender os significados que circulavam em
torno da ilegitimidade e da importância dos laços desenvolvidos através do sistema de
compadrio para essa prole. Através da análise demográfica dos registros de batismos
procuramos analisar a distribuição social, cor, sexo e condição das crianças, tanto
ilegítimas como legítimas, mães e pais, bem como dos padrinhos escolhidos. Por fim,
percebemos que na sociedade paracatuense os filhos ilegítimos se manifestavam em
setores diversos, porém era mais visível na prole das mulheres mais pobres,
principalmente das forras e escravas. Os laços tecidos pelo apadrinhamento caracterizam-
se como uma busca de proteção e inserção social, no caso dos cativos representava a
possibilidade de ultrapassar as fronteiras das senzalas.
Autor(es): Paola Duarte Luiz
Título: “Civilizar os Costumes”: o cemitério São João Batista de Cáceres, século XIX
Orientador: Flavio Vilas-Boas Trovão
Resumo: O trabalho apresenta o contexto histórico do surgimento dos cemitérios no Brasil
no século XIX, considerando as hierarquias dos enterramentos que eram realizados
adjacentes às igrejas. A proliferação de doenças epidêmicas exigiram a construção de
cemitérios distantes do meio público, esses cemitérios são denominados cemitérios
extramuros. Analisa também pesquisas que elegeram e estudaram cemitérios no Brasil em
seu contexto histórico, interpretando seus símbolos significados e o processo de sua
secularização. Num segundo momento discorre sobre a construção do cemitério São João
Batista na cidade de Cáceres-MT, sobre seu primeiro proprietário e posteriormente
quando da doação para a Câmara Municipal de São Luiz de Cáceres. Outro foco de análise
é Código de Posturas de 1888, mais especificamente o capítulo 16 “Dos enterramentos e
Cemitérios”, que trata das proibições, recomendações e punições face as medidas de
enterramento no cemitério da cidade. Dispõem sobre a importância da pesquisa e da
26
preservação do cemitério São João Batista e sua integração como referencia de patrimônio
histórico e cultural da cidade de Cáceres, nas perspectivas também do PAC- Cidades
Históricas. Discute ações de extensão universitária com alunos da escola Onze de Março
em Cáceres.
Autor(es): Taís Dutra Candido da Silva, Pamela Peres Cabreira
Título: A simbolização fúnebre em torno dos “inocentes” na região de Seropédica do
século XIX.
Orientador: Adriana Barreto de Souza
Resumo: Este trabalho busca compreender elementos das cerimônias funerárias de
inocentes em Itacurussá no período de 1828 e 1841, e os significados que eram atribuídos
a estes rituais. Esta pesquisa utilizou como fontes os registros paroquiais da Cúria de
Itaguaí, documentação disponível no Laboratório de Acervo do PET “Práticas de História:
dos arquivos para a sala de aula” (PET-História- UFRRJ).
Autor(es): Tayanná Santos Conceição de Jesus, Darlan Rodrigo Sbrana
Título: Leis francesas em território tupinambá: uma análise durkheimiana do julgamento
de Japiaçu
Orientador: Antonia da Silva Mota
Resumo: Analise sobre as contradições entre as leis europeias e os costumes tupinambás,
bem demarcadas que estão no relato deixado pelo padre Claude d’Abbeville acerca dos
eventos que levaram ao julgamento de Japiaçu (2008: 180-182), quando da tentativa de
colonização realizada pelos franceses no início do século XVII.
SESSÃO 9 - RELAÇÕES DE PODER NO BRASIL COLONIAL
Coordenação: Ana Lunara da Silva Morais e Úrsula Andréa de Araújo Silva
Autor(es): Ana Maria Félix da Silva
Título: Entre A Demarcação E A Colonização: O Sítio Igreja Paróchia de N. S. do Rosário das
Russas (1707 - 1708)
Orientador: João Rameres Regis
Resumo: Este artigo é uma síntese da minha pesquisa monográfica em fase de conclusão.
A mesma tem o propósito de analisar a colonização da Sétima Data de Sesmaria do
Jaguaribe, território que corresponde atualmente ao município de Russas/CE, a partir da
demarcação das terras de sesmaria iniciadas no início do século XVIII. A pesquisa está
inserida, portanto, dentro da temática do sistema de sesmarias na capitania do Ceará, e de
como esse sistema foi aplicado na ribeira do Jaguaribe. Tomando como referência a
documentação das terras da sétima Data de sesmaria do Jaguaribe, principalmente os
autos de medição e demarcação e o registro da Data, tenho por objetivo geral analisar o
processo de colonização do território que hoje corresponde ao município de Russas, na
época Sítio Igreja Paróquia de Nossa Senhora do Rosário das Russas. A partir dos indícios
presentes nos documentos, busco compreender a teia que envolve a colonização da
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Sétima Data, considerando, os momentos de expropriação das terras indígenas; de avanço
da pecuária no Baixo Jaguaribe e da instituição da paróchia de N. S. do Rosário das Russas.
Autor(es): Kleyson Bruno Chaves Barbosa
Título: Intrusos do Piancó: controle régio e o impacto sobre as terras da Casa da Torre no
sertão da Paraíba (1757-1776)
Orientador: Carmen Margarida Oliveira Alveal
Resumo: Durante o processo de colonização da América portuguesa, a Coroa utilizou o
sistema sesmarial como forma de ocupação do espaço. O sistema sesmarial consistia na
doação de terras condicionais pertencentes à Coroa aos colonos que se dispusessem a
cultivar a terra. Estes colonos possuíam uma série de obrigações com as quais deveriam
cumprir, sob pena de perder a posse da sesmaria. Durante a ocupação do território da
capitania da Paraíba no século XVI e XVII, uma grande quantidade de terras foi concedida
pela Coroa com a intenção de atrair colonizadores para o sertão. Um desses colonizadores
foi a família Casa da Torre. A Casa da Torre era uma família com extensas sesmarias que
possuía sua residência na capitania da Bahia. Durante o século XVII a família adquiriu uma
grande quantidade de terras no sertão da capitania da Bahia e das Capitanias do Norte.
Este artigo propõe-se a analisar a questão das compras das terras pertencentes à Casa da
Torre pelos moradores do sertão da Paraíba, os quais alegavam serem terras ilegítimas já
em meados do século XVIII, quando a política régia sobre as sesmarias sofreu reveses.
Autor(es): Elielma Barbosa Lisboa
Título: Relações entre as capitanias da Bahia de Todos os Santos e Sergipe Del Rey: um
olhar para os aspectos politicas e econômicas no período dos setecentos
Orientador: Joceneide Cunha Dos Santos
Resumo: Nesta pesquisa buscamos entender e identificar alguns aspectos das relações
existentes entre a Capitania da Bahia e Sergipe Del Rey no período dos setecentos – vale
lembrar que no século dezoito a Bahia se encontrava como principal polo da economia da
Colônia e a economia de Sergipe Del Rey tinha o papel de complementar a economia da
Bahia. Ressalto ainda que é pequeno o número dos estudos que analisam as relações
entre as Capitanias no Brasil e suas particularidades. Para este estudo fizemos usos de
documentos que compõem o Projeto Resgate, grande fonte para os estudos da Colônia
portuguesa. Foram utilizados requerimentos, cartas e petições referentes à Sergipe e
Bahia, aplicando o método proposto por Carlo Ginzburg – o método Indiciário, que tem
por principio à análise dos pequenos vestígios em um objeto foi resultante essa produção.
Também utilizamos as correspondências trocadas entre as autoridades que estão
depositadas no APEB. A pesquisa ainda esta em andamento, os dados até o momento
evidenciam que no campo administrativo a Capitania de Sergipe possuía certa autonomia
da Bahia e estava sujeita sobretudo aos interesses locais. E no campo econômico as
relações de trocas eram intensas e a Capitania da Bahia dependia de alguns produtos que
eram fornecidos pela de Sergipe.
Autor(es): Rafael Ribeiro
Título: Aspectos das relações econômicas existentes entre as Capitanias de Sergipe Del Rey
e a da Baía de Todos os Santos
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Orientador: Joceneide Cunha Dos Santos
Resumo: Este texto tem como objetivo identificar alguns aspectos existentes entre as
Capitanias de Sergipe Del Rey e a Baía de Todos os Santos, incluindo algumas redes
comerciais entre as mesmas, dentre elas o tráfico de escravizados africanos. Utilizamos
como fontes históricas os livros de notas, testamentos e inventários post-mortem. Para
tanto foram feitas leituras de cunho bibliográfico e metodológico, como Carlo Ginsburg e
Junia Furtado. Ressalto que pesquisa ainda está em andamento e que através da
documentação percebem-se as relações comerciais entre comerciantes que residiam na
Baía de Todos os Santos e os moradores de Sergipe o que evidencia um grande fluxo
comercial entre as duas Capitanias. Por fim, também pode ser observada uma
preocupação com a segurança publica, dentre outros motivos devido a preocupação com
o contrabando e os desvios de mercadorias que ocorriam nos diversos caminhos entre as
Capitanias.
Autor(es): Aledson Manoel Silva Dantas
Título: A assunção dos duartinos: Pereira da Costa e a conquista da capitania de
Pernambuco
Orientador: Carmen Margarida Oliveira Alveal
Resumo: Não existem grandes diferenças entre as principais versões sobre a conquista da
Capitania de Pernambuco no século XVI. A historiografia recente que se ocupa desse
período comumente denomina o grupo que teria iniciado o processo de colonização da
capitania de Pernambuco de Duartinos. Pereira da Costa foi um dos que produziu sobre
este período, escrevendo de uma maneira a dignificar os primeiros povoadores de
Pernambuco. Este artigo propõe relacionar a obra deste autor com o contexto de
produção do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP),
quando de sua criação, na década de 1860, tendo em vista as formulações históricas nela
contida.
Autor(es): Walker Crysthian de Sousa Lima
Título: Circulação e Circularidade na Câmara de São Luís (1646-1649)
Orientador: Helidacy Maria Muniz Corrêa
Resumo: Este artigo trata da mobilidade e a circulação dos indivíduos dentro dos cargos
camarários com recorte cronológico estabelecido na primeira metade do século XVII. Para
isso, primeiramente, focalizaremos como a câmara de São Luís é trabalhada na
historiografia recente, para numa segunda etapa observar quais eram os ofícios
camarários e, posteriormente, analisar os casos de Paulo Gomes Beirão, Thomé Faleiro e
Pedro Vieira nos cargos da câmara. Como documentação base temos os livros dos
Acórdãos da câmara da cidade de São Luís entre os anos de 1646 e 1649.
Autor(es): Marina dos Santos Araújo
Título: A Câmara de São Luís e a cultura política no século XVII
Orientador: Helidacy Maria Muniz Corrêa
Resumo: O artigo a seguir tem por objetivo, analisar a cultura política da câmara de São
Luís, a partir dos documentos do Livro de Acórdãos do ano de 1649 a 1654. Nesse recorte
29
temporal, demonstraremos, portanto, como se comportavam e o que faziam os
camaristas, quando estavam reunidos em seção.
Autor(es): Simony Valim da Rocha
Título: A Câmara e a Matriz: a construção da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição
na Vila de Angra dos Reis da Ilha Grande (1704 – 1750)
Orientador: Valter Lenine Fernandes
Resumo: No acervo disponibilizado pela Biblioteca Nacional e pelo Projeto Resgate
encontramos documentos que relatam a comunicação entre a Câmara da Vila de Angra
dos Reis da Ilha Grande, o Rei de Portugal, a Provedoria da Fazenda Real do Rio de Janeiro
e a de Santos. Estes documentos tem como tema central o término da Igreja Matriz da vila
em questão mas, ao analisarmos tal documentação se revelam fatores que contribuem
para compreensão da Vila de Angra dos Reis da Ilha Grande na primeira metade do século
XVIII. A proposta desta comunicação é refletir sobre esta vila, a partir se sua câmara,
analisando as relações entre as esferas administrativas do período, inserindo a Vila de
Angra dos Reis na dinâmica colonial.
SESSÃO 10 - INQUISIÇÃO E REPRESENTAÇÕES NO IMPÉRIO PORTUGUÊS
Coordenação: Adriel Fontenele Batista e Francisco Isaac Dantas De Oliveira
Autor(es): João Otavio Malheiros
Título: Cristóvão de Lisboa: olhar científico e registro de imagens na produção de
conhecimentos sobre a natureza do Maranhão e Grão-Pará (1624-1635)
Orientador: Antonia Da Silva Mota
Resumo: Apesar da extrema importância das narrativas de Claude d´Abbeville,Yves
d´Evreux e Vicente do Salvador , capucins e capuchos – ramos distintos da grande árvore
franciscana, os limites do presente estudo circunscrevem-se ao trabalho de Cristóvão de
Lisboa, capucho de alto quilate, que – em meio às obrigações de Visitador, Qualificador e
Custódio – desenha bichos e plantas pelas “muitas distâncias e caminhos nenhuns” da
terra em que missionava. O recorte temporal, aqui, será o do tempo em que teria
permanecido no Maranhão e no Grão-Pará, concordando com a datação que faz Jaime
Walter, in LISBOA (1967: 14) .
Autor(es): Flavia Ribeiro De Sousa
Título: Cronistas no Império Português: uma análise comparativa das construções
culturais.
Orientador: Janaina Guimarães da Fonseca e Silva
Resumo: Ao analisarmos os diversos relatos sobre a América portuguesa e as possessões
portuguesas na Ásia percebemos notável semelhança nesses registros. Essas semelhanças
não se deram por acaso, mas fazem parte da ideia de mundo do europeu da época. Nesse
artigo comentaremos sobre cronistas portugueses que escreveram sobre essas
localidades, percebendo em seus relatos influências da religião, costumes, enfim, de toda
cultura europeia.
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Autor(es): Douglas Coelho Rodrigues
Título: As representações do imaginário colonial a partir dos relatos dos colonizadores
Orientador: Janaina Guimarães da Fonseca e Silva
Resumo: Nosso trabalho analisa as representações a cerca do imaginário do colonizador
português a partir do seu contexto cultural, partindo dos relatos dos feitos pelos cronistas
Gabriel Soares de Sousa e Ambrósio Fernandes Brandão, reinóis residentes na capitania de
Pernambuco. De suas obras podemos analisar suas intenções como agentes colonizadores
portadores de valores e ideias de sua cultura europeia, como também perceber o contexto
social no qual estavam inseridos e de que forma contribuíram para a construção da
imagem das terras colonizadas e de seus nativos.
Autor(es): Romario Sampaio Basílio
Título: O comércio das Luzes: procuradores e comerciantes no trânsito livresco (Lisboa –
São Luís, 1799-1826)
Orientador: Marcelo Cheche Galves
Resumo: Analiso neste trabalho alguns agentes envolvidos na produção, comércio e envio
de livros de Lisboa para São Luís entre o final dos setecentos e início dos oitocentos (1799-
1826). Utilizo as requisições de envio de livros presente no fundo da Real Mesa Censória
(ANTT) e uma literatura sobre o ambiente econômico da província do Maranhão no
período analisado. Discuto questões referentes à nomenclatura dos comerciantes
portugueses e as diferenciações em torno de ‘’livreiro’’, ‘’mercador de livros’’,
‘’encadernador’’ e outros, além dos conflitos em torno do comércio livresco. Destaco
alguns comerciantes locais documentados, como José Gonçalves da Silva, o ‘Barateiro’, e
Antonio José Pinto, negociantes de ‘grosso trato’, e suas conexões com os agentes dos
livros de Lisboa. Entre esses, destaco Manoel Antonio Teixeira da Silva, Viúva Bertrand e
Filhos e João Baptista Reycend referenciados pela historiografia do livro e da leitura em
Portugal como os livreiros que mais enviavam livros para o Brasil nesse período. O
trabalho se insere numa tentativa de elucidar modos de cultura letrada e agentes
envolvidos nesse cenário assim como circulação de ideias em torno das movimentações da
transferência da Família Real (1807-1808), da Revolução do Porto (1820) e do movimento
de Independência e ‘‘adesão’’ do Maranhão ao Império (1822-1823).
Autor(es): Tainá Guimarães Paschoal
Título: O tesouro descoberto no Máximo Rio Amazonas (1741-1757) de João Daniel e a
História da Alimentação
Orientador: Leila Mezan Algranti
Resumo: A proposta do texto é analisar a obra Tesouro Descoberto no Máximo Rio
Amazonas, do padre João Daniel, na perspectiva da História da Alimentação. Esta fonte
retrata a região amazônica entre os anos de 1741-1757, período em que o padre jesuíta lá
viveu. Acompanhando os caminhos de João Daniel, pretende-se verificar o panorama
socioeconômico da região no período especificado, a trajetória estabelecida pela
circulação dos alimentos e o intercâmbio cultural entre os europeus e os índios.
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Autor(es): Flávio P. Costa Júnior
Título: Posse, comércio e circulação de impressos a partir das obras circulantes entre 1747
à 1823
Orientador: José Henrique De Paula Borralho
Resumo: Posse, circulação e vendas de impressos a partir das obras circulantes entre 1747
a 1823 é o tema de nossa pesquisa e tem como objetivo mapear as informações
pertinentes do assunto para demonstrar que há uma intensa troca comercial entre o
Maranhão e Portugal no que se refere aos impressos. Assim nosso trabalho é desconstruir
a ideia que se veiculou por muito tempo na historiografia maranhense de que os livros só
foram apropriados pela elite local a partir do segundo quartel do século XIX.
Autor(es): Davi Celestino da Silva
Título: Agentes da Ortodoxia: O papel da Familiatura dentro do aparelho burocrático
inquisitorial português
Orientador: Jeannie Da Silva Menezes
Resumo: Criado em 1536 durante o reinado de D. João III, o Tribunal do Santo Ofício de
Portugal fora coercitivo com indivíduos cuja postura assimilava à heresia, principalmente
com os judaizantes, ou seja, judeus que se convertiam ao cristianismo (chamados de
cristãos-novos em Portugal e marranos na Espanha), mas que eram suspeitos de
manterem em segredo suas religiões originais. Além daqueles outros se viram no escopo
do Tribunal como: bígamos, sodomitas, fornicários, mouriscos, crime de solicitação, falsos
funcionários do aparelho burocrático inquisitorial, blasfemadores, luteranos e feiticeiros.
Partindo daquele contexto buscamos neste trabalho abordar dentro do quadro de
funcionários do Tribunal da Santa Inquisição portuguesa um determinado grupo que nos
revela ser a principal engrenagem da máquina inquisitorial portuguesa. Privilegiamos em
nosso objetivo de estudar os Familiares do Santo Oficio português em suas ações e
dinâmicas com a Igreja e a Coroa portuguesa lançar mão do entendimento de António
Manuel Hespanha partindo sobre análise em História das Instituições.
Autor(es): Nilton Bruno Feitosa Santana
Título: O Feiticeiro Judeu e a Clavícula de Salomão
Orientador: Marcos Silva
Resumo: O artigo diz respeito à análise histórica, inspirada no paradigma indiciário de
Carlo Ginzburg, do caso de um acusado perante o Tribunal do Santo Ofício de Lisboa, por
nome João Baptista Laroca e membro da colônia italiana existente na capital lusitana no
início do século XVIII, de ser judeu e possuidor de um livro de magia cerimonial. O caso
revela os antagonismos existentes entre os membros dessa comunidade, o conteúdo de
um célebre livro ocultista, rituais para enriquecimento através da invocação de demônios
e lança dúvidas sobre a identidade desse personagem que em meio a um processo
confuso pode ter escapado dos rigores da Inquisição mesmo sendo um criptojudeu e
alquimista cabalista.
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SESSÃO 11 - ÍNDIOS, COLONOS E INSTITUIÇÕES NO MUNDO COLONIAL
Coordenação: Helder Macedo
Autor(es): Edilene Pereira Vale
Título: Sob leis e regimentos: os índios e a prestação de serviços no Maranhão e Grão-Pará
(1640-1660)
Orientador: Helidacy Maria Muniz Corrêa
Resumo: Este trabalho busca mostrar os diferentes serviços que os índios prestavam as
autoridades reais e locais do então Estado do Maranhão e Grão-Pará na segunda metade
do século XVII, entre 1640 a 1660. Para isso farei um mapeamento das tipologias
encontradas nos documentos da Câmara de São Luís e também dos documentos do
Arquivo Histórico Ultramarino, que apontam para várias modalidades de serviços que os
nativos prestavam. Nesse sentido é válido fazer uma relação entre as leis de
regulamentação do trabalho indígena do período, a fim de alcançar o objetivo proposto.
Autor(es): Gil Fernando Gonçalves da Silva
Título: O discurso dos diretores de povoações de índios e a dinâmica do Diretório (1757-
1777)
Orientador: Mauro Cezar Coelho
Resumo: Por meio deste trabalho será possível demonstrar o que Mauro Cezar Coelho e
outros historiadores que escreveram sobre o Diretório Pombalino já haviam afirmado: a
prática da aplicação da lei não pode ser vista como um mero reflexo da mesma, pois os
mais diversos agentes sociais interviam na sua execução. Diante disso, analisou-se o
discurso que os Diretores das Povoações dos Índios formulavam sobre o Diretório e sobre
o cargo que ocupavam, tendo em vista que a historiografia sobre o tema foca suas análises
essencialmente nos discursos formulados pelos representantes da Metrópole sobre o
Diretório. Diretores, Principais e demais agentes da vida colonial, apesar de serem citados
em diversos trabalhos, têm sido negligenciados como protagonistas de sua história. Os
diretores, especialmente, foram agentes importantíssimos no processo de implementação
do Diretório dos Índios, atuando junto às populações aldeadas.
Autor(es): Vinícius Zúniga Melo
Título: Diretores de Povoações de Índios, ao tempo do Diretório dos Índios – pontos para
problematização da historiografia
Orientador: Mauro Cezar Coelho
Resumo: O presente estudo tem por objetivo analisar o trabalho do diretor de povoações
de Índios, entre os anos 1777 a 1798, durante o contexto do Diretório dos Índios. O espaço
analisado é o Vale Amazônico. A análise incidirá sobre os discursos proferidos pelos
próprios diretores de povoações, ou por aqueles indivíduos que já haviam exercido o dito
cargo, personagens que em seus depoimentos, mesmo sendo ex-diretores, faziam
referência a questões vividas quando desempenharam determinada diretoria. Tomamos
como base, também, discursos realizados por outros personagens coloniais, como por
exemplo, intendentes e governadores, no momento em que estes se referiam ao
desempenho de um diretor. Tal documentação permite problematizar a posição de grande
33
parte da historiografia, segundo a qual os diretores das povoações foram os principais
responsáveis pelo fracasso do Diretório.
Autor(es): Carlos Raphael de Souza Rolim
Título: Indígenas e colonizadores: o cenário de conflitos e alianças pela posse da terra na
Paraíba setecentista
Orientador: Carmen Margarida Oliveira Alveal
Resumo: No decorrer do processo colonizador na América portuguesa, iniciado no século
XVI, a distribuição de datas de sesmaria foi utilizada pela Coroa portuguesa com o objetivo
de estimular a produção e a ocupação territorial nos trópicos. Em meio a essa lógica
expansionista, indígenas, colonizadores, além de vários outros personagens, cada qual
com interesses próprios, estabeleceram um jogo de conflitos e alianças, no qual o cerne da
questão era o anseio pela terra. Ao analisar as trajetórias desses grupos sociais no
processo de colonização da capitania da Paraíba, o presente trabalho pretende observar as
relações entre índios, colonos e outros durante a conquista da referida capitania,
analisando as justificativas utilizadas por esses agentes na formulação das petições de
datas de sesmaria, no contexto de partição e ocupação da terra. Ao analisar as trajetórias
desses grupos sociais, o presente trabalho pretende mostrar a colonização da capitania da
Paraíba não como decorrência apenas das ações dos conquistadores sobre os grupos
indígenas, mas como resultado das relações sociais e culturais estabelecidas entre os
personagens desse processo. Para a elaboração de tal análise, foram utilizadas como
fontes principais, em diálogo com outras fontes e com a historiografia especializada, as
cartas de sesmaria da capitania da Paraíba do século XVIII. A partir da documentação
pesquisada, é possível entender a trama de disputas e parcerias empreendidas por índios,
colonos e demais, no que concerne à formação do espaço colonial, verificando as
estratégias utilizadas por esses agentes frente à nova dinâmica social.
Autor(es): Ristephany Kelly da Silva Leite
Título: Conflitos entre autoridades: administração na capitania do Rio Grande do Norte no
final do século XVIII e início do século XIX
Orientador: Lígio José de Oliveira Maia
Resumo: O Directório pombalino, também conhecido como diretório dos índios, a
legislação indigenista mais importante na América portuguesa, criada em 1757, visava
assimilar as populações indígenas à sociedade colonial. Segundo Francisco Xavier de
Mendonça Furtado, governador do Estado do Grão-Pará e Maranhão, os missionários
jesuítas, que estavam responsáveis por algumas aldeias, não teriam realizado sua missão
de “civilizar” os índios, por isso no diretório havia instruções de como estabelecer e
consolidar as vilas que seriam elevadas no lugar destas antigas aldeias e missões indígenas,
doravante administradas por diretores, com câmaras e padres seculares. Ao que parece, o
diretório dava continuidade a política de civilizar os índios, que era realizada
anteriormente através do Regimento das Missões (1686). Na capitania do Rio Grande do
Norte, há registros de antigas aldeias elevadas a vilas de índios como as vilas de Arez
(Guajiru), Extremoz (Guaraíras), Portalegre (Apodi), São José (Mipibu) e Vila Flor
(Igramació). Nos documentos avulsos do Arquivo Histórico Ultramarino referentes à
Capitania do Rio Grande do Norte, pode-se encontrar diversos documentos acerca da
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organização dessas vilas e da capitania, apresentando conflitos e disputas entre os
colonos, autoridades locais e religiosos seculares. Objetiva-se assim, apresentar o
significado histórico dos conflitos existentes entre as autoridades administrativas e
religiosas destas vilas de índios no final do século XVIII e início do XIX, quando a legislação
pombalina ainda exercia influência na capitania do Rio Grande do Norte e como os índios
apareciam em meio a esses conflitos.
Autor(es): Kelma Suely de Lima Nobre
Título: Uma análise prévia sobre a Ordem Carmelita no Maranhão e Grão-Pará no século
XVII
Orientador: Helidacy Maria Muniz Corrêa
Resumo: Baseada nas documentações da AHU e na bibliografia disponível na Igreja Nossa
do Carmo , a proposta desta comunicação é analisar as práticas políticas da Ordem do
Carmo no Estado do Maranhão, no final do século XVII. A problemática deste ensaio
centra-se na dinâmica conflitual, desde os motivos às resoluções, entre a Câmara, Coroa e
os Carmelitas naquele estado.
Autor(es): Daniel Santana Leite da Silva
Título: Separados por um Atlântico de Ideias: Cosmologias e traduções culturais na
América Portuguesa do Século XVI
Orientador: Regina Celia Goncalves
Resumo: Este trabalho é fruto de estudos vinculados ao grupo de pesquisa Estado e
Sociedade no Nordeste Colonial - Universidade Federal da Paraíba. De acordo com a nova
história indígena – que tem como aliada teórica a antropologia –, o “encontro” entre
europeus portugueses no século XVI (especialmente missionários) e indígenas foi marcado
por traduções mútuas. Através delas o europeu interpretava o indígena a partir dos seus
ditos e escritos – especialmente a sagrada escritura – e o índio, por sua vez, via no
missionário os seus pajés e caraíbas. O papel do missionário foi fundamental para a
compreensão daquele universo, pois o mesmo tinha, como principal objetivo, trazer
aquele gentio para a civilização cristã. Foi, o missionário, um dos mais importantes
responsáveis pela mediação cultural ocorrida no período. Com base nestes postulados,
nesta etapa de nossa pesquisa, apontamos questões teórico-metodológicas acerca dessas
traduções que os missionários fizeram acerca das práticas cosmológicas indígenas,
buscando discutir os possíveis filtros teóricos necessários para esta operação.
Autor(es): Henrique Rodrigues de Albuquerque e Hélvia Cruz de Oliveira
Título: Jesuítas e Agentes D’el Rei: Antônio Vieira & Francisco Vilhena
Orientador: Mário Fernandes Correia Branco
Resumo: Esta comunicação pretende apresentar uma breve exposição acerca do esforço
diplomático idealizado por Dom João IV, no qual os religiosos da Companhia de Jesus
atuaram ora ostensivamente, ora secretamente, como foi o caso, por exemplo, das
missões enviadas ao Brasil e à Holanda. Neste sentido, e tendo como pano de fundo a
conjuntura das guerras contra a ocupação holandesa no Brasil do século XVII, esta
comunicação apresenta um breve panorama das ações de dois religiosos da Companhia de
Jesus, o padre Francisco de Vilhena e o padre Antônio Vieira.
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SESSÃO 12 - CONFLITOS ARMADOS E INSTITUIÇÃO POLICIAL
Coordenação: Aldenise Regina Lira da Silva e Fernanda de Santos Nascimento
Autor(es): Suzana Marinho dos Santos
Título: Entre a fé e as armas: trabalhadores no contexto das revoltas de Boa Vista Norte de
Goiás (1870-1930)
Orientador: Olívia Macedo Miranda Cormineiro
Resumo: Todas as narrativas que cercam a história da formação de Boa Vista do Tocantins,
atual Tocantinópolis, sempre me despertaram interesse, talvez por ver, em muitos
momentos, a minha própria história intrinsecamente ligada aos acontecimentos que
constituíram sua história local. Esse interesse se tornou uma prática efetiva de pesquisa
quando me vinculei ao Programa de Iniciação Científica da Universidade Federal
desenvolvendo uma investigação sobre a Cultura dos Trabalhadores na referida cidade
que, entre as décadas de 1870 e 1940, se constituiu um campo de tensões articulado às
revoltas armadas e à religiosidade marcante na região. Assim, o objetivo desse trabalho é
compreender e explicar o cotidiano de trabalho dos trabalhadores que viveram no
extremo norte de Goiás, mais especificamente em Boa Vista e região, entre as décadas de
1870 e 1930. Nesse sentido, a ideia é reconstruir as relações entre as práticas cotidianas
de trabalho e as dimensões de conflito social, baseados tanto na resistência e negociação
quanto no conflito armado vinculado às revoltas que aconteceram nesse tempo e espaço,
além de buscar perceber também, a dimensão das práticas e dos sentimentos de
religiosidade presentes na cultura de trabalho dos sertanejos pobres, considerando-se o
papel marcante do Padre João da Boa Vista, “o padre coronel”, no contexto das referidas
revoltas.
Autor(es): Layla Adriana Teixeira Vieira
Título: A Guerra do Léda: conflito político no alto sertão maranhense.
Orientador: ALAN KARDEC GOMES P.FILHO
Resumo: Esse artigo objetiva analisar o Sertão do Maranhão entre o final do século XIX e a
primeira década do século XX, quando o sertão vivenciou uma década de atrocidades
praticadas contra seus habitantes. Resultado da luta travada entre o senador Benedito
Pereira Leite que tentava a hegemonia politica do estado e o líder sertanejo Leão
Rodrigues de Miranda Léda, que defendia a autonomia politica do sertão.
Autor(es): Silmária Mouzinho de Oliveira
Título: A Guerra do Paraguai por meio de diários e reminiscências: trabalhando com
documentos do final do século XIX
Orientador: Braz Batista Vas
Resumo: O projeto de pesquisa “A Guerra do Paraguai por meio de diários e
reminiscências: trabalhando com documentos do final do século XIX” tem como objetivo
principal analisar e problematizar alguns diários e reminiscências, de pessoas que
participaram ou foram contemporâneas ao evento histórico conhecido na historiografia
brasileira como a Guerra do Paraguai, procurando neste sentido, historicizar o cotidiano e
a vivência de soldados, voluntários da Pátria dentre outros, que acompanharam o Exército
para lutar na guerra contra o Paraguai, ou de alguma forma fizeram parte desse esforço.
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Autor(es): Igor Juliano Mendonça de Andrade
Título: Entre a rua e o quartel: conflito de competência no processo de José de Castro
Favacho.
Orientador: Adriana Barreto de Souza
Resumo: Este trabalho é fruto de um projeto de uma pesquisa mais amplo, intitulado “Em
nome de Sua Majestade: Debates e reformas do Conselho Supremo Militar e de Justiça
(1808-1889)”, que busca entender o funcionamento de uma instância da justiça militar
ainda não estudada pela historiografia: o Conselho Supremo Militar e de Justiça. Apesar de
utilizar um processo em específico, que envolve o soldado José de Castro Favacho, não se
trata aqui de um estudo de trajetória, mas de utilizar o processo como guia inicial para
entender como funcionava a justiça militar, não só em relação as suas instâncias, mas
também a relação entre os diferentes círculos hierárquicos a que os réus pertenciam e a
maneira de como eram julgados.
Autor(es): Pedro Gil Silva Santos
Título: A modernização alcança Mossoró: As narrativas envolvendo as dificuldades
enfrentadas pela polícia no cotidiano da cidade (1870-1876).
Orientador: Lemuel Rodrigues da Silva
Resumo: Resumo: Buscamos a partir deste trabalho, compreender as dificuldades
enfrentadas pelos polícias que patrulhavam a cidade de Mossoró entre 1872-1876. A
cidade de Mossoró em 1870 é elevada de vila, e recebe o predicamento de cidade. A elite
intelectual desejava que a cidade sofresse alterações tanto em seu espaço físico (processo
de demolição de casas para a construção de novas, nomeação de ruas e praças), quanto
em diversas praticas da sua população não pertencente a esta elite, praticas que não
seriam aceitas em uma cidade, principalmente o consumo de bebidas alcoólicas, e as
jogatinas. É nesse contexto de mudanças que os policiais enfrentarão as dificuldades do
que era exigido pela elite (educar e servir de exemplo para a população), ao mesmo tempo
em que no cotidiano das ruas, muitos destes “praças” eram denunciados pelo jornal,
acusados de abusarem da violência física, consumir álcool, e participarem constantemente
de jogos proibidos. Através deste artigo, tentaremos compreender o cotidiano da cidade
de Mossoró nesta fase de mudanças do espaço e do social, assim como buscar respostas
do porque a forma com que os polícias executavam seu trabalho era tão criticada pela
elite intelectual.
Autor(es): Humberto Manabu Oda
Título: A declaração brasileira de guerra ao Japão
Orientador: Fábio Koifman
Resumo: A presente pesquisa tem analisado o assunto com o objetivo de indicar as razões
que levaram o governo brasileiro ter deixado de incluir o Japão em agosto de 1942 quando
declarou guerra as duas demais potências do Eixo. A investigação tem tratado de
identificar também as razões que levaram o Brasil a declarar guerra ao Japão quase três
anos depois de fazê-lo em relação à Alemanha e a Itália. A pesquisa tem buscado ainda
averiguar se esse intervalo entre agosto de 1942 e junho de 1945 produziu algum tipo de
conseqüência de qualquer natureza, investigando também se a declaração, ainda que
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tardia, efetivamente propiciou vantagem estratégica, política ou econômica nos anos
imediatamente subseqüentes.
SESSÃO 13 - CIDADES: ECONOMIA, POLÍTICA E COTIDIANO (XIX)
Coordenação: Ana Carolina da Silva Santana e Maiara Juliana Gonçalves da Silva
Autor(es): Milena Marques Coelho
Título: Ao modo de paris: percepção do Folhetins de Silvanus sobre as modificações
urbanas e sociais da cidade de Fortaleza. (1860-1890)
Orientador: Francisco Carlos Jacinto Barbosa
Resumo: As poesias de Juvenal Galeno contidas no livro Folhetins de Silvanus nos
despertaram o interesse de entender o ponto de vida do poeta frente à chegada de
instrumentos que se remetiam a modernidade, bem como, entender as mudanças nos
hábitos e costumes da sociedade. Partindo da análise do lugar social de Juvenal Galeno,
bem como do livro Folhetins de Silvanus, tentaremos discorrer sobre a vida cotidiana da
sociedade fortalezense entre os anos de 1880 e 1891. A presente pesquisa busca entender
através das representações dessas poesias o que a cidade significava na visão do poeta.
Percebemos, que Juvenal Galeno é vivenciador dos fatos do momento, e assim
proporciona um relato repleto de detalhes sobre a maneira de como os habitantes
reagiram e se adaptaram aos novos costumes vindos, principalmente de Paris. Partiremos
da análise sobre o meio social de Juvenal Galeno bem como discutiremos a sua figura
como um membro da intelectualidade na sociedade. Também entendemos que é
necessário, destacar o lugar social do livro Folhetins de Silvanus e os significados de sua
publicação, ou seja, discutir o porquê da reunião de alguns poemas que antes foram
publicados em jornais e também debater as intenções do escritor com essa publicação. A
“chegada da modernidade”, para Galeno, traz consequências que transformam não só a
estrutura urbana da cidade mais também social. Discutiremos os meios de sua inserção e
sua visão frente a ela. Também percebemos que há uma preocupação do poeta com o
consumo desenfreado da sociedade, onde influenciados pelos hábitos e costumes
europeus desejam consumir, de diversas formas, itens vindos desses países. Usaremos
nossa fonte principal, o livro Folhetins de Silvanus relacionando-a e discutindo-a com uma
ampla bibliografia a cerca do tema e do poeta apresentado, como também alguns relatos
de memória sobre Juvenal Galeno e alguns jornais de época da qual este participou
contribuindo com suas impressões.
Autor(es): Myraí Araújo Segal, Juliana Dantas Rabelo
Título: O cenário político imperial e a atuação das câmaras municipais na província da
Paraíba (1850-1859)
Orientador: Serioja Rodrigues Cordeiro Mariano
Resumo: Ao observarmos a produção historiográfica recente podemos perceber que as
Câmaras Municipais são ainda pouco estudadas, sobretudo, no que diz respeito a sua
atuação durante o Segundo Reinado. No entanto, partimos da ideia de que estas
instituições foram espaços importantes de poder e que contribuíram para a construção do
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Estado nacional brasileiro, sendo assim, o estudo sobre o tema é de fundamental
relevância para se entender a dinâmica político-administrativa no Brasil imperial. O
presente trabalho busca - através dos Relatórios de Presidente de Província, das
Correspondências Oficiais, Ofícios das Câmaras Municipais e do governo provincial –
compreender o campo de atuação das Câmaras Municipais na província da Paraíba
durante os anos de 1850, levando em consideração a relação estabelecida entre as
mesmas e o governo provincial (Assembleia Legislativa Provincial e presidente de
província) e o contexto mais amplo no qual a província estava inserida. Portanto, nesse
trabalho, as nossas análises estão voltadas para as instâncias locais de poder, e os
comportamentos das elites, estes percebidos como prática de uma Cultura Política.
Autor(es): Fernando Eustaquio do Vale, Wanderson Gomes dos Santos, Lucas da Silva
Machado
Título: Relação Porto/Cidade: O caso de Itapemirim-ES entre os anos de 1840 à 1890
Orientador: Pedro Ernesto Fagundes
Resumo: O objetivo deste artigo é analisar a relação existente entre Porto/Cidade no
município de Itapemirim-ES entre os anos 1840-1890. Para isso, foi realizada pesquisa
bibliográfica, bem como, análise de fontes primárias, contextualizando a importância do
porto para a região, visto que, durante este período era o porto de maior destaque na
Província capixaba, tendo um número maior de exportações que a capital, Vitória. Esse
destaque se deu ao cultivo de cana-de-açúcar, primeiramente, tendo seu ápice no cultivo
de café, uma vez que, a região sul capixaba era uma das maiores produtoras da província.
Autor(es): Frankdene Lemos Belo
Título: Posse, comércio e circulação de impressos a partir das obras circulantes entre 1800
a 1841
Orientador: José Henrique de Paula Borralho
Resumo: Posse, circulação e vendas de impressos a partir das obras circulantes entre 1747
a 1823 é o tema de nossa pesquisa e tem como objetivo mapear as informações
pertinentes do assunto para demonstrar que há uma intensa troca comercial entre o
Maranhão e Portugal no que se refere aos impressos. Assim nosso trabalho é desconstruir
a ideia que se veiculou por muito tempo na historiografia maranhense de que os livros só
foram apropriados pela elite local a partir do segundo quartel do século XIX.
Autor(es): Erika Gonçalves de Mendonça
Título: Alimentação e fome do sertão cearense na literatura do final do século XIX.
Orientador: Antônio De Pádua Santiago De Freitas
Resumo: Pensar a alimentação a partir da História supõe investigá-la em suas
transformações ao longo do tempo. É com essa convicção que buscamos analisar como a
conjuntura da seca de 1877-79 interferiu nos hábitos alimentares, dos sertanejos
cearenses, predominantes dos tempos de normalidade climática e estabeleceu novas
práticas a partir de condições altamente adversas durante o período de estiagem. A
documentação manuseada foi a literatura cearense sobre o período: Os Retirantes (1879),
de José do Patrocínio; A Fome (1890), de Rodolfo Teófilo e Luzia-Homem (1903), de
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Domingos Olímpio. Dessa forma, a relevância desse trabalho está em lançar um novo olhar
sobre a temática da seca, tendo como fio condutor a abordagem da alimentação
Autor(es): Laura Trindade de Morais
Título: Entre a fé e o comércio: A disputa pelos Munduruku na missão do Bacabal (1871-
1881).
Orientador: Márcio Couto Henrique
Resumo: Este trabalho busca investigar os conflitos existentes entre regatões e o frei
capuchinho italiano, Pelino de Castro Valva, responsável pela catequização dos índios
Munduruku, na missão do Bacabal, localizada no rio Tapajós, na província do Pará, nos
anos de 1871-1881. Frei Pelino de Castro Valva e regatões competiam pela utilização dos
índios Munduruku, sobretudo, como mão-de-obra para a extração de produtos da floresta.
Antes de dar início à catequização na região no século XIX, os regatões tinham certo
controle sobre o comércio da borracha e a lavoura indígena, suas negociações estavam
baseadas em sistema de trocas. Os regatões trocavam suas mercadorias por produtos da
floresta, assim como por mão de obra indígena, entretanto, novos rumos foram tomados
com a catequese, pois dada esta na região, as negociações com os Munduruku passaram
para as mãos do governo, representado pela figura dos capuchinhos, tornando mais
dificultoso para os regatões o comércio com os índios. Frei Pelino de Castro Valva buscou
por meio da catequese inserir os indígenas na lavoura e na extração do látex, tornando-se
uma espécie de intermediador das negociações em um primeiro momento com os
regatões e depois com os comerciantes das cidades, assim nesse segundo momento
tirando os regatões desse processo, desse modo despertando a fúria destes comerciantes.
Logo, cada um defendia seus posicionamentos, Pelino de Castro Valva procura mostrar em
um relato deixado posterior ao seu trabalho no Brasil, que havia feito tudo em prol dos
Munduruku guiado pelos mandamentos de Deus, assim construindo uma imagem de
missionário em busca do martírio, alvo das calúnias dos regatões, entretanto, ao analisar
outras documentações, tais como manuscritos disponíveis no Arquivo Público do Pará,
jornais da época e relatórios de presidentes da província do Pará é possível contrapor a
versão do missionário, que segundo essas fontes tinha muitos outros interesses para além
da catequização. Assim este trabalho busca compreender as particularidades existentes no
comércio entre regatões e Munduruku, mostrando as justificativas para os conflitos
existentes entre frei Pelino e estes comerciantes.
Autor(es): Rodrigo Luis dos Santos
Título: Estratégias de inserção na sociedade oitocentista brasileira: a formação de redes a
partir da política e do comércio (Imigração alemã – Rio Grande do Sul – século XIX)
Orientador: Rodrigo Luis dos Santos
Resumo: O presente artigo propõe uma análise das estratégias adotadas por
determinados imigrantes “exponenciais”, que influenciaram no desenvolvimento do
espaço no qual estavam inseridos, ou seja, a região dos vales dos rios dos Sinos e Caí, no
século XIX. Centramos o foco em dois desses agentes históricos, João Pedro Schmitt e
Francisco Trein, que utilizando mecanismos de participação em várias atividades de
negócios, passaram a exercer influência dentro da estrutura social da qual participavam,
inclusive ocupando cargos públicos proeminentes. Desse modo, o nosso intuito é o de
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mostrar como se articulavam determinados imigrantes com o objetivo de se inserir no
espaço sociopolítico brasileiro do século XIX.
Autor(es): César Zandonai Barros Camilo
Título: Poder e influência do açúcar: senhores de engenho em Ceará-Mirim oitocentista
Orientador: Carmen Margarida Oliveira Alveal
Resumo: A pesquisa visa entender de que forma a parte mais abastada da sociedade de
Ceará-Mirim, Rio Grande do Norte, no período imperial, influenciava na vida cotidiana dos
cidadãos “comuns”. Para isso, fontes como registros paroquiais de batismo da época e
relatórios dos presidente da Província do Rio Grande do Norte foram analisada. Desde a
época colonial, a indústria do açúcar moveu a economia do Brasil. Em Ceará-Mirim isso
ocorreu somente na metade do período imperial, quando os senhores de engenho
começaram a influenciar diretamente na sociedade de Ceará-Mirim. Para exercer essa
influência era necessário prestígio social, econômico e político. Um dos personagens mais
marcantes foi o Barão de Ceará-Mirim, que sendo dono de engenho também se tornou
político em outra localidade, mas em nenhum momento deixou a terra da qual gozava de
grande respeito e poder. Um ponto interessante a ser abordado é que as famílias tinham
papel fundamental na manutenção desse prestígio, pois através do matrimônio com
descentes de senhores e a junção de bens entre essas famílias é que a indústria mantinha
seu poder. Diante de tudo isso os senhores acabavam exercendo inclusive papeis que
eram de obrigação do poder público, fato que podia deixar a sociedade simpática a esses
senhores. Por fim, além dos caminhos que os senhores percorriam para manter seu
prestígio era entender o comportamento da população em relação a tudo isso. Talvez não
fosse tão ruim ficar “subordinado” a todo esse sistema. São questões que norteiam essa
pesquisa e que trará o desafio de descobrir como a indústria açucareira de Ceará-Mirim
“dominou” a região.
SESSÃO 14 - HISTÓRIA E AS ARTES
Coordenação: Luciano Fábio Dantas Capistrano e Maitê Peixoto
Autor(es): Renato Florêncio Pavanelli Ortega
Título: Representações do papel intelectual: uma análise de “A vida de galileu” de Bertolt
Brecht
Orientador: Rodrigo De Freitas Costa
Resumo: Este trabalho visa discutir os poscionamentos intelectuais no século XX tendo
como pressupoto a análise do texto dramático "A vida de Galileu", escrito por Bertolt
Brecht no momento em que fugia das tropas nazistas. Refletir sobre o papel intelectual
nesse ambiente de estrangulamento das vontades individuais e do pensamento livre é
essencial
Autor(es): Thiago Herzog de Almeida
Título: Despindo o Vestido de noiva: Investigação sobre a Historiografia Teatral brasileira
Orientador: Andréa Casa Nova Maia
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Resumo: Esta comunicação pretende discutir os escritos de Décio de Almeida Prado,
Gustavo Dória e Sábato Magaldi, considerados fundamentais construtores da
Historiografia Teatral Brasileira, partindo dos estudos relativos à montagem de Vestido de
noiva, de Nelson Rodrigues, pela companhia Os comediantes, em 1943, nos livros Teatro
Brasileiro Moderno, Moderno Teatro Brasileiro e Panorama do Teatro Brasileiro,
procurando analisar os projetos de Teatro e de História, contidos por trás das afirmações
dos Autor(es). O objetivo é demostrar que essa Historiografia parte de um discurso
localizado, o que deve ser observado na utilização desses Autor(es) como fontes em
articulações contemporâneas da História Teatral.
Autor(es): Lays da Cruz Capelozi
Título: Nelson Rodrigues e Sábato Magaldi: Muito além de Críticas
Orientador: Rosangela Patriota Ramos
Resumo: Além de escrever e estudar a vida e obra do escritor Nelson Rodrigues, Sábato
Magaldi também era um grande conhecido deste, a tal ponto que Nelson o pediu para que
fizesse uma crítica mais profunda sobre toda sua obra. Num primeiro momento Nelson
queria que cada peça tivesse um prefácio e depois uma crítica de trinta laudas. Com a
morte do dramaturgo, Sábato repensou sobre essa organização proposta pelo carioca e
decidiu elaborar uma nova estrutura narrativa; dividiu suas peças não em ordem
cronológica, mas sim em quatro temáticas, são estas: Peças Psicológicas, Peças Míticas e
Tragédias Cariocas (divida em duas partes). O livro Nelson Rodrigues: Dramaturgias e
Encenações foi publicado em 1981, também do mesmo ano, Teatro Completo segue a
divisão de Sábato. Em ambos os livros, o crítico não se limita as peças, estudando o
pensamento do dramaturgo, para compreender a formação de cada peça, outro aspecto
importante é como Sábato constrói essa narrativa historicamente, isto é, há um tempo e
um lugar.Um aspecto que une Nelson e Sábato, é a experiência de ambos no meio
jornalístico, e talvez por isso o crítico saiba reconhecer como a escrita jornalística era
presente em seus textos teatrais e isso não era um fator desfavorável, por mais que
parecesse para os demais, já que é desde modo que a escrita de Nelson se diferencia das
demais.
Autor(es): Iza Debohra Godoi Sepúlveda
Título: Aspectos da Historiografia do Teatro acerca da arte engajada na década de 1960
Orientador: Thais Leão Vieira
Resumo: O presente trabalho propõe fazer uma breve discussão historiográfica a acerca
da arte engajada no Brasil, em especial as análises sobre o teatro engajado. Essa discussão
será feita sobretudo a partir dos livros As trombetas de Jericó- O Teatro das Vanguardas
Históricas de Silvana Garcia, A História do Teatro Épico no Brasil de Iná Camargo Costa, Do
Arena ao CPC: O debate em torno da Arte engajada no Brasil de Miliandre Garcia de Souza.
Nesses trabalhos pode-se evidenciar o debate das influências das vanguardas europeias no
teatro produzido na década de 1960, as disseminações das ideias comunistas pelo mundo,
que se apresentam por meio de interpretações e formulações teóricas no Brasil a partir da
política cultural do PCB (Partido Comunista Brasileiro). Assim, será relevante perceber
como essa política cultural é vista nestes trabalhos e a importância dada a ela na análise
da produção teatral.
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Autor(es): Adrienny dos Reis Teles Borges
Título: O Auto da Compadecida (1957): comicidade e o movimento armorial
Orientador: Thais Leão Vieira
Resumo: O Auto da Compadecida (1955) é um importante texto do teatro brasileiro
escrito e publicado em 1957. O autor cria uma imagem do homem do sertão que deve ser
perdoado de seus pecados por experimentar inúmeras dificuldades de sua vida social e
passa a ideia de que o seu sofrimento passado em vida já é o suficiente para obter a
absorção de todos seus pecados. A peça fala de um povo religioso, acuado pela seca
traçando um perfil do sertanejo nordestino. Neste contexto, João Grilo e Chicó
representam a figura do nordestino que sobrevive pela astúcia. O interesse pelo riso,
humor e cômico na cultura nordestina, por meio da peça de Suassuna dá-se pela relação
entre os personagens representados no Auto... de forma cômica a partir de situações
trágicas. Nesse sentido, as personagens são engraçadas mesmo passando por situações de
cunho dramático como a fome, miséria, abandono e a seca. No Auto o sério-cômico está
presente no comportamento dos personagens a exemplo da cena do julgamento onde se
deixa de lado o riso, no momento em que as personas são desmascaradas, e dá-se lugar ao
sério. Assim, o intuito dessa comunicação é discutir características (sério-cômico) da
Literatura carnavalizada, bem como a relação entre o sagrado e profano presente na peça
a fim de perceber essa relação entre o cômico e o trágico.
Autor(es): Pedro Paulo Gonzaga de Morais
Título: José Celso Martinez Correa e o Teatro Oficina: a proposta de Hamlet no âmbito
brasileiro
Orientador: Rodrigo de Freitas Costa
Resumo: Apresentação a proposta propõe-se a entender o processo de adaptação de
Hamlet (William Shakespeare) por José Celso Corrêa Martinez em 1993 no Teatro Oficina.
Através da leitura da obra entender o processo de formação do teatro oficina, suas
principais mudanças ao longo dos anos, o que José Celso tenta passar a sociedade de
1990, em um âmbito social, ideológico, político e simbólico. Objetivo: Compreender quais
os intuitos colocados nesta representação e sua recepção; os elementos retirados da obra
do dramaturgo inglês e readaptados aos elementos da cultura brasileira. Em suma,
descobrir a proposta do Teatro Oficina e de José Celso Corrêa Martinez na releitura desse
clássico é o objetivo principal deste trabalho. Discussão: A adaptação do clássico do teatro
mundial para o Brasil dos últimos anos torna-se preponderante para se discutir o papel das
obras de arte na sociedade e as possíveis interlocuções que elas estabelecem com o meio
em que são recuperadas, sendo assim, essa proposta de trabalho visa formular questões
sobre esse processo. Utilizando-se dos referenciais pertencentes à História Cultural e a
análise de críticos teatrais para se compor um processo historiográfico. Conclusão : A
desconstrução da ideia intitulada de que existem obras universais intocadas pelo tempo.
Perceber o processo de construção da obra Hamlet, suas possíveis transformações no
decorrer do tempo. e os processos de adaptação e recepção pelo publico e dramaturgos
brasileiros no século XX.
Autor(es): Luiza Ritz Bertocco
Título: Morte em vida: A ressignificação social proposta por Antonin Artaud
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Orientador: Rodrigo De Freitas Costa
Resumo: Este artigo tem por objetivo esboçar as principais idéias de Antonin Artaud
(1896-1948). Escritor, dramaturgo, roteirista e ator, é considerado como um dos grandes
nomes do século XX no âmbito artístico e filosófico. Pelo fato de ter sido considerado
louco na época em que viveu, sofreu diversas repressões e estigmas, porém, nunca deixou
de lado o seu ideal revolucionário. Ele propunha nada menos do que uma quebra de
paradigmas e das normas de conduta vigentes. Era um ser extremamente mutável que
idealizava a criação de uma forma de vida libertária, onde não existissem mais divisões e
cristalizações de conceitos, ou seja, onde o ser humano pudesse se sentir autônomo e
sujeito de sua história. Como estudar a vida de um indivíduo tão complexo? Aliás, como
estudar a vida de qualquer indivíduo por meio de uma biografia? A biografia é capaz de
reconstituir a vida íntegra de um homem, ou, apenas fornece subsídios importantes para o
historiador? Temos à nossa disposição uma multiplicidade de fontes e metodologias para o
trato historiográfico, portanto, tudo dependerá da forma de análise do historiador. A
multiplicidade de interpretações pode gerar uma obra “intocável e inviolável” ou uma
análise crítica de acordo com a responsabilidade do ofício do historiador.
Autor(es): Ronaldo Alves Ribeiro dos Santos
Título: Gramática Expositiva do Chão (1966) de Manoel de Barros: algumas considerações
sobre a desutilidade poética
Orientador: Thais Leão Vieira
Resumo: O objetivo desta comunicação é discutir a obra de Manoel de Barros - Gramática
Expositiva do Chão (1966), analisando a perspectiva estética na qual o poeta está inserido;
a forma como Manoel de Barros se utiliza do Modernismo Estético para fazer críticas aos
projetos de modernização. Em Gramática Expositiva do Chão Barros utiliza para dar forma
à sua poesia os elementos que são resíduos da sociedade capitalista. Os elementos de suas
poesias são coisas pequenas, seres pequenos, objetos que não possuem nenhum valor
significativo para a sociedade industrial. A sua Máquina de Chilrear, título emprestado de
um quadro de Paul Klee de 1922, transforma tudo que é julgado como inútil e imprestável
em valor poético. Ao privilegiar as inutilidades ou aquilo que no mundo materialista e
tecnológico não tem valor, o poeta faz críticas ao capitalismo e a forma como este
transforma tudo em “mercadoria”. O livro também é marcado por coisas
“desimportantes” que recordam sua infância no pantanal sul-mato-grossense e que nas
suas memórias são resgatadas para compor os poemas, entre elas: as formigas, as
lagartixas, os caramujos. Ao buscar romper com as práticas engendradas por essa
sociedade capitalista, Barros opta por utilizar os destroços, tudo aquilo que não contabiliza
em lucros, lançando mão dos elementos que são excluídos pelo processo de modernização
da sociedade para criticá-lo. Ressaltando que essa apropriação dos seres ínfimos para
construção de suas poesias é evidenciada na maioria dos estudos realizados sobre suas
poesias, acerca dos quais iremos tratar.
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SESSÃO 15 - HISTÓRIA E MÚSICA
Coordenação: Renan Vinícius Alves Ramalho e Halyson Rodrigo Silva Oliveira
Autor(es): Adair Carvalho Guimarães Júnior
Título: Música de Acordeom no Pontal do Triângulo Mineiro: repercussão e permanência -
(1950 - 1990)
Orientador: Jose Josberto Montenegro Sousa
Resumo: O objetivo central deste estudo é abordar a história e a repercussão da música de
acordeom no Pontal do Triângulo Mineiro, durante o período de 1950 – 1990. Procuramos
situar como esta manifestação artística se difunde na região em meio a dinâmica entre
campo e cidade, a inserção de migrantes de origem nordestina e a constituição de espaços
de diversão, costumes e tradições preservadas em festejos e bailes populares. Para
conhecer as experiências de músicos, o processo de formação, o aprendizado e a
transmissão oral de saberes, adotamos como perspectiva metodológica a análise de
documentos referentes à história local e realizamos entrevistas com praticantes da música
de sanfona. Por meio dos relatos destes músicos, obtivemos materiais que nos permitiram
compreender características da formação decorrente tanto da transmissão e aprendizado
“de ouvido” – tradição -, quanto por técnica formal, proporcionada via uso da linguagem
escrita - partitura. Na pesquisa realizada, percebemos pela disposição de músicos e
apreciadores da música de acordeom, empenho para preservá-la enquanto expoente de
manifestação artística presente e significativa para a cultura local.
Autor(es): Valdemar Jose dos Santos Filho
Título: Uma análise histórica da influência da cultura dos povos de matriz africana sobre a
identidade musical brasileira
Orientador: Silene Ferreira Claro
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo analisar de que forma a musicalidade
trazida pelos povos de matriz africana influenciaram a cultura brasileira, especialmente no
âmbito da musicalidade. Procuraremos, ainda, verificar de que forma manifestações
culturais contemporâneas urbanas como o caso do “fluxo” em São Paulo ou “funk
carioca”, no Rio de Janeiro, seguem na atualidade, como permanência das tradições dos
batuques. Para tanto, levantamos os povos que para cá vieram e as festas que têm, como
referência, a utilização de ritmos africanos classificados pelos brancos como batuques.
Autor(es): Luciano Borges Barros
Título: A Timbila na rua e na rede: identidades, música e tecnologia comunicacional a
partir de Moçambique
Orientador: Antonio Evaldo Almeida Barros
Resumo: Neste trabalho, apresentam-se os primeiros resultados de pesquisa intitulada
“Sons da Timbila: sujeitos, música e identidade em Moçambique pós-independente”,
vinculado ao PET “Interdisciplinaridade no Ensino Fundamental” (Universidade Federal do
Maranhão, Campus de Bacabal). Na perspectiva de uma história contemporânea e do
tempo presente, o objetivo do trabalho se desdobra em três direções convergentes: de
um lado, através da análise de documentação referente à timbila chopi, particularmente,
documentação oficial referente às políticas culturais e também depoimentos de sujeitos
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produtores daquela organização cultural, analisa-se a relação entre política e cultura no
contexto moçambicano pós-independente; de outro lado, busca-se observar como a
timbila chopi tem sido, sobretudo a partir dos anos 2000, inserida na contemporaneidade
global, particularmente através da rede mundial de computadores; além disso, atenta-se
para o fato de que as transformações na tecnologia da produção musical ocorridas nas
últimas décadas provocaram uma alteração significativa do lugar que a música ocupa na
sociedade e também para o indivíduo. A timbila consiste em uma prática cultural
fundamental para a construção da identidade nacional em Moçambique, território
africano que oficialmente conquista a sua independência e se constitui como um Estado
nacional soberano em junho de 1975, depois de décadas de resistência contra o
colonialismo português. Relaciona-se aos chope, um dos grupos étno-linguísticos desse
país. Foi proclamada pela UNESCO como Obra-Prima do Patrimônio Oral e Intangível da
Humanidade. Nesta pesquisa, particular atenção se tem dado para o modo como esta
expressão cultural de caráter local e nacional se conecta a redes contemporâneas globais.
Constata-se que através da propagação e auto-inscrição da timbila pela rede mundial de
computadores, também são possibilitadas certas formas de se perceber os moçambicanos
e os africanos em geral. De fato, neste trabalho, parte-se do reconhecimento de que os
mecanismos de memória e de sua patrimonialização são profundamente afetados pela
popularização do computador, internet, celular, gravador digital, pen drive, fotografia
digital, etc. Desse modo, entende-se que as novas tecnologias comunicacionais têm um
profundo impacto na construção da memória e em sua articulação com o processo
identitário. A timbila vem se configurando como um símbolo disseminado nos caminhos
da globalização possibilitados pela internet. Com a timbila, múltiplos sentidos de África e
de africano e, mais especificamente, de Moçambique e dos moçambicanos eclodem. Este
conjunto de representações, marcado pela dinamicidade e pelos sinais da modernidade,
contrastaria com costumeiras visões de África, sedimentadas no estático e no singular.
Autor(es): Leonardo Luan Araujo Silva
Título: "A vida é mesmo assim, alguém tem que perder, pra outro entrar no jogo":
migração e consumo da música brega no Ceará (1978-1990)
Orientador: Frederico De Castro Neves
Resumo: A música identificada como “brega” vinha ocupando um lugar secundário no que
diz respeito aos estudos da música “popular” brasileira no meio acadêmico. Porém,
recentemente muitas pesquisas estão surgindo sobre o tema, buscando entender o papel
do “gênero” no cenário sociocultural brasileiro. Observando o cenário musical em fins da
década de 70, percebemos uma diminuição da atuação desses artistas no eixo Rio /São
Paulo, o polo central da musica nacional. No mesmo período, temos a vinda de vários
artistas “bregas” para o Ceará. O objetivo dessa pesquisa é entender os motivos que
levaram a essa migração e o aumento do consumo desse tipo de música no estado, entre
os anos 70 e 90. A metodologia utilizada na pesquisa será a analise de fontes orais no
embate com bibliografia sobre o tema história e música.
Autor(es): Robson Pereira Da Silva
Título: Performance e Cenicidadade Audiovisual em Ney Matogrosso, Por Meio do Álbum
“Mato Grosso”, de 1982.
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Orientador: Thais Leão Vieira
Resumo: O trabalho traz uma reflexão sobre a construção de um fazer artístico ligado a
linguagem da performance, por meio da obra “Mato Grosso” – do cantor Ney Matogrosso
no ano de 1982. Essa construção que nos referimos se pauta na expressão de um corpo
que interage e busca significar suas propostas artísticas diante de experiências de uma
determinada recepção. O contexto o qual a obra aqui em análise se insere é o momento
em que o Brasil desenvolve uma suposta tentativa de integrar-se às tendências do mundo
globalizado e massificação das telecomunicações, de modo que se consolida a divulgação
da indústria fonográfica. Assim, analisaremos a recepção via imprensa (crítica) com jornais
buscados junto ao acervo online do Jornal Folha de S. Paulo, e a Revista Veja, com
publicações referentes ao ano de lançamento da obra analisada, que consiste no álbum
Mato Grosso. Com esse material poderemos observar como parte da recepção dialoga
com as propostas do artista Ney Matogrosso. Desse modo, esse trabalho se propõe
compreender os limites da experiência da performance, dentro do cenário musical do
início dos anos de 1980 no Brasil.
Autor(es): Thales Biguinatti Carias
Título: Hardcore no Brasil e Discursos Jovens: Representações da Sociedade de Consumo
em Mék Kâncer Feliz (1997) e Sonho Médio (1999)
Orientador: Luciano Carneiro Alves
Resumo: As bandas Dead Fish e Mukeka di Rato pertencem a um gênero musical chamado
hardcore. Apesar de se originar na década de 1980, o hardcore ganha dimensão nacional
na década de 1990. Um tipo de música vinculada às experiências de grupos sociais ligados
ao cotidiano da vida urbana, ganha voz em pleno processo de consolidação das políticas
neoliberais que viam no setor privado, a “saída” para os problemas sócio-econômicos do
Brasil. Nesse sentido, o presente trabalho procura desenvolver um diálogo entre as bandas
Dead Fish e Mukeka di Rato, por meio das músicas SONHO MÉDIO e MÉK KÂNCER FELIZ,
pertencentes aos álbuns Sonho Médio (1999) e Pasqualin na terra do xupa kabra (1997),
respectivamente. Assumindo a música, mais especificamente, música popular, enquanto
documento histórico, bem como veículo de ideologias e posições políticas, o presente
artigo procurou refletir acerca das músicas acima referidas e seus posicionamentos
referentes ao dado contexto.
Autor(es): Pedro Carvalho Oliveira
Título: Trilha sonora da violência: hate music e neofascismos na América do Sul (1990-
2010)
Orientador: Dilton Candido Santos Maynard
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo analisar a hate music, subgênero dor
rock difusor de ideias fascistas e intolerantes, assim como a ligação de seus discursos e
seus integrantes com organizações de extrema-direita na América do Sul, entre os anos de
1990 e 2010. Com isto, é possível entender a reformulação das ideologias fascistas para
angariar novos adeptos no tempo presente, assim como a adaptação de seus discursos à
realidade sul-americana. Isto será realizado por meio de uma análise sobre o perfil deste
subgênero e da leitura de suas canções, servindo como fontes históricas.
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SESSÃO 16 - HISTÓRIA E PRÁTICAS RELIGIOSAS
Coordenação: Arlan Eloi Leite da Silva e Gil Eduardo de Albuquerque Macedo
Autor(es): Oslan Costa Ribeiro
Título: Diocese De São Jorge Dos Ilhéus: criação, instalação e organização de um bispado
no sul da Bahia (1913-1939).
Orientador: Janete Ruiz De Macedo
Resumo: Nesse trabalho de iniciação científica, os resultados da pesquisa giram em torno
da criação, instalação e organização da nova diocese de Ilhéus, criada em 20 de outubro de
1913. No limiar do século XX surge na Arquidiocese de São Salvador da Bahia, a
necessidade de dividir para melhor administrar e pastorear a Igreja católica no estado da
Bahia. Após planejamento por parte do arcebispo da Bahia, a Santa Sé aprova a criação de
três novas dioceses sediadas nas cidades de Caetité, Barra e Ilhéus. O objetivo delineado
era mostrar os passos de criação, de instalação, que se deu com a posse do primeiro bispo,
e suas primeiras ações para se organizar o território da nova diocese de Ilhéus. Essa
pesquisa contou com fontes primárias como as Atas da Santa Sé Apostólica, onde se têm a
bula papal de criação e designação de paróquia que comporão a nova diocese e os livros
de Tombo e de Portarias e Provisões da Diocese de Ilhéus, consultados dentro do recorte
1913-1939. Dentre os resultados encontrados destacam-s,e supressão de paróquias,
reconfigurando o território diocesano, que delimitava a partir da região conhecida como
Tabuleiros de Valença (Baixo Sul da Bahia) até São José de Porto Alegre (Extremo sul da
Bahia), adequando a diocese a quantidade de padres que se dispunha na época, e as ações
primeiras do primeiro bispo para organizar a nova diocese sediada na cidade de Ilhéus.
Autor(es): Roberto Viana de Oliveira Filho
Título: A outra face de Deus: as representações da ideia de castigo divino no grupo
“penitentes peregrinos públicos” em Juazeiro do Norte-CE
Orientador: Jucieldo Ferreira Alexandre
Resumo: O presente artigo discorrerá sobre a influência exercida pela ideia de “castigo
divino”, propagada no Brasil desde o período colonial, na formação cultural e identitária
do grupo religioso de Penitentes Peregrinos Públicos – Aves de Jesus – em Juazeiro do
Norte, Ceará. A compreensão da absorção dessa ideia no grupo supracitado dar-se-á
mediante a análise das falas dos próprios sujeitos envolvidos no processo e dos materiais,
rituais, livros e atos públicos realizados pelos mesmos.
Autor(es): André Luís Nascimento de Souza
Título: Nordeste encantado: o culto á encantaria na Jurema
Orientador: Lourival Andrade Júnior
Resumo: No cenário afro-luso-indígena, o Catimbó-Jurema configura-se como uma religião
muito presente no Nordeste brasileiro. A Jurema está repleta de peculiaridades que
atualmente tem atraído cada vez mais pesquisadores, principalmente quando percebem
que esta, aparece associada a prática umbandista. No presente trabalho, analisaremos a
presença cada vez mais comum da chamada Encantaria brasileira no contexto do Catimbó,
tendo como principal referência a Família Encantada de Légua Boji Buá. A Encantaria
passou a fazer parte do panteão afro-luso-indígena, aumentando significativamente o
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repertório mágico-religioso dos cultos de caráter mediúnico no Nordeste. Vários fatores
contribuíram para a expansão, entendemos que os movimentos migratórios foram
preponderantes para que outras regiões do Brasil tomassem contato com a Encantaria,
adicionando o culto aos encantados onde antes só havia Orixás ou Voduns, citaremos
outras causas que resultaram na hibridação entre estes cultos.
Autor(es): Karoline Queiroz e Silva
Título: "Viva as almas da barragem": a construção da Caminhada da Seca em Senador
Pompeu (1982-2012)
Orientador: Frederico De Castro Neves
Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar a construção da Caminhada da Seca, de
Senador Pompeu, Ceará, entre os anos de 1982 e 2012, percebendo a articulação de dois
grupos em seu interior, identificados como místico e político A celebração faz referência à
seca de 1932, ao Campo de Concentração do Patu e à epidemia de cólera. Os flagelados
que padeceram diante da seca, chamados de “almas da barragem”, sofreram um processo
de santificação junto à população local e sua memória se tornou o fio condutor da
celebração e objeto de disputa entre os grupos já citados. A metodologia utilizada na
pesquisa será a análise de entrevistas, realizadas com moradores de Senador Pompeu,
bem como freqüentadores da Caminhada, no embate com documentos encontrados no
Centro de Defesa dos Direitos Humanos Antonio Conselheiro, no embate com as
discussões sobre história e memória.
Autor(es): Toshik Iarley da Silva
Título: Dr. Gesteira: Memórias e Representações Sociais
Orientador: Cícero Joaquim dos Santos
Resumo: Este trabalho objetiva compreender as construções das memórias e
representações sociais sobre o médico Antônio Gesteira (1908-1958), no Cariri cearense.
Dr Gesteira, como ficou conhecido, tornou-se um objeto de devoção religiosa. No seu
túmulo, localizado no cemitério da cidade do Crato, os fiéis depositam diversos ex-votos,
principalmente no dia 02 de novembro, data em que os católicos fazem homenagens aos
seus mortos. Dialogando com os conceitos memória social e representação, a pesquisa
vem sendo desenvolvida a partir dos procedimentos metodológicos da história oral,
entrecruzando as fontes orais com os registros dos folcloristas sobre o culto às almas.
Autor(es): Antonio Alves de Oliveira Neto
Título: A construção de duas devoções no município de jardim do Seridó-RN:
aproximações e distanciamentos
Orientador: Lourival Andrade Júnior
Resumo: O presente trabalho propõe examinar duas mortes trágicas que ocorreram na
cidade de Jardim do Seridó, região do Seridó Potiguar, duas crianças que tiveram a vida
ceifada subitamente e que ganharam repercussão, não somente local, mais também no
âmbito extra-regional, passando a mortos públicos, que recebem cuidados daqueles que
não fazem parte de seu seio familiar, e foram ao longo dos anos ganhando caracteres de
milagreiros, isso devido as graças e bênçãos a elas atribuídos. As devoções de cunho
marginal como produto das religiosidades católicas não oficiais, emergem sem o aval da
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Igreja Católica, os devotos não necessitam do intermédio dos eclesiásticos para manterem
uma relação com os milagreiros o, embora vivam a margem da hagiografia oficial e de
todos os direitos que os santos da Igreja possuam. Também contempla pontos que
aproximam as duas devoções, uma rural (no caso o Anjo da Aurora) e a outra urbana (a
Menina da Cruz), como também apontando os pontos que as distanciam.
Autor(es): Bruno Rafael dos Santos Fernandes
Título: Até que a morte não separe: o amor para além dos túmulos seridoenses
Orientador: Lourival Andrade Júnior
Resumo: Desde os mais tenros tempos a morte, palavra que carrega o signo da finitude,
suscita os mais diversos sentimentos nos humanos. O cemitério é por excelência o espaço
onde as sensibilidades afloram, fazendo desenrolar-se a trama entre vivos e mortos.
Muitas dessas tramas podem ser atestadas através das fotografias tumulares,
responsáveis por imortalizar nos lajedos de mármore ou de cerâmica a imagem desejada
daqueles indivíduos que já se foram. Este trabalho tem por objetivo analisar as
representações dos casais nas fotografias tumulares do Seridó. Para que o artigo pudesse
ser desenvolvido visitamos os cemitérios urbanos das vinte e três seridoenses. No geral,
trinta e dois campos santos foram contemplados pela nossa pesquisa. Nesses locais,
registramos fotograficamente os elementos considerados relevantes para nossos estudos.
Dentre as mais de 4.000 fotografias conseguidas nessas viagens de campo, decidimos
realizar um recorte objetivo e trabalhar com os casais que aparecem nessas imagens
cemiteriais. Como se dava a relação matrimonial na região do Seridó em idos do século
XX? Quais sensibilidades as imagens analisadas deixam transparecer? Esses são alguns dos
questionamentos propulsores deste estudo. Uma coisa é certa: a afetividade e o amor
expresso em algumas fotografias nos levam a considerar que a relação entre alguns desses
casais transcende os limites tumulares... para se perpetuar na memória dos espectadores.
Autor(es): Lucas Medeiros de Araújo Vale
Título: Cem maneiras de dizer adeus: os ciganos e a morte
Orientador: Lourival Andrade Júnior
Resumo: Este trabalho propõe conduzir uma discussão a respeito das inúmeras, e
dicotômicas, significações atribuídas à morte, ao morrer, e as dezenas de maneiras de
dizer adeus, que se fazem, ou fizeram, presentes entre os, hoje assim chamados, ciganos.
Para tanto, utiliza-se de uma minuciosa revisão bibliográfica e dos dados recolhidos por
intermédio da visitas e entrevistas realizadas pelo projeto/plano de trabalho
“Comunidades ciganas: O Seridó como território em movimento”. Trata-se do olhar de um
gadjé sob práticas tão distintas, objetivando elucidar minimamente o amplo mosaico
cultural que constitui e fundamenta o multiverso cigano, a fim de rasgar o véu da
invisibilidade e criticar a ideia fantasiosa e estereotipada de uma unidade ou
homogeneidade cultural, ainda muito presente no senso-comum. A morte, o luto e as
práticas fúnebres, são invocadas aqui com o intuito de propiciar um rápido paralelo sobre
a infinita abstração da vida, e da morte, dos povos que caminham. T’avel erto.
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SESSÃO 17 - IDENTIDADES, MEMÓRIAS E HISTÓRIAS DE VIDA
Coordenação: Rafael Oliveira Da Silva e Saul Estevam Fernandes
Autor(es): Albertina Paiva Barbosa
Título: “Contei-te toda a minha vida errante”: entre a trajetória e a experiência de vida de
Ramos “Cotôco” em Fortaleza (1871-1916).
Orientador: Antônio De Pádua Santiago De Freitas
Resumo: O artigo “Contei-te toda a minha vida errante”: entre a trajetória e a experiência
de vida de Ramos “Cotôco” em Fortaleza (1871-1916), tem como objetivo analisar a vida
de Raimundo Ramos Filho, conhecido também como Ramos “Cotôco”, que foi pintor,
poeta, boêmio na cidade de Fortaleza na transição do século XIX para o século XX. A
problemática a ser respondida é saber como esse poeta, em seus escritos, mostra parte de
sua trajetória de vida e a experiência coletiva com outros contemporâneos de sua época,
principalmente com os mais excluídos sócio-economicamente da sociedade, alvos do que
é chamado de “disciplinarização”. Diante disso, faz-se o uso da metodologia da análise da
fonte, único livro escrito pelo poeta, “Cantares Bohêmios” publicado em 1906, pela Typo-
Litthographica a Vapor, utilizando também dos conceitos de experiência coletiva do E. M.
Thompson e do método prosopográfico, por ele participar da boêmia junto com um grupo
de amigos poetas. A relevância do tema está no aspecto de que, no início do século XX, há
poucos resquícios literários que provenham de classes mais humildes de Fortaleza, tendo
em vista que a maioria da população não teve acesso a uma educação de qualidade.
Ramos foi uma exceção, pois esteve em contato com as letras, sabendo ler e escrever,
conseguindo, assim, expressar sua visão até o momento atual.
Autor(es): Vera Rozane Araújo Aguiar Filha
Título: A trajetória do artista cearense Raimundo Brandão Cela (1890-1954)
Orientador: Jaílson Pereira Da Silva
Resumo: O presente trabalho dedica-se a analisar a trajetória do artista cearense
Raimundo Brandão Cela, nascido em Sobral, interior do estado, em 1890. Após a infância
em Camocim, Cela mudou-se para Fortaleza, onde obteve, no ano de 1909, o título de
bacharel em Ciências e Letras pelo Liceu do Ceará, espaço destacado na formação do
campo intelectual local, voltado para a preparação de uma elite bacharelesca e de sujeitos
ativos na vida pública do estado. Em 1910, vai ao Rio de Janeiro, onde ingressou na Escola
Nacional de Belas Artes como aluno livre e na Escola Politécnica do Rio de Janeiro,
formando-se engenheiro geógrafo em 1919. Sua prática artística ganhou destaque a partir
da conquista do Prêmio de Viagem ao Estrangeiro (1917), o que possibilitou a ida de
Raimundo Cela para a França, em um intercâmbio de grande importância para sua
formação. Quanto ao ofício de engenheiro, destaca-se a atuação de Cela na Usina Força e
Luz de Camocim, em 1932, no papel de administrador, função de extrema importância no
período, sendo esta instituição, responsável pelo abastecimento de luz elétrica na cidade
do interior do Ceará. No âmbito do ensino de arte, lecionou desenho na Escola Fluminense
de Belas Artes e inicia o ensino de gravura na Escola Nacional de Belas Artes, nas
modalidades de talho-doce, água-forte e xilografia no ano de 1950. Nessa perspectiva, o
objetivo do trabalho é compreender a relação do sujeito histórico com a época em que
viveu, evidenciando as ações de Raimundo Cela para além do campo das artes,
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percebendo-o como um agente ativo e criativo em seu espaço social. Para o início de tal
reflexão, a base documental proposta visa a caracterização e contextualização do período,
quais sejam, jornais, catálogos de exposições, cartas enviadas pelo artista a seu pai e
relatos de cronistas, além de fontes referentes aos locais por onde o artista percorreu, tais
como a ENBA, a Escola Politécnica ou acerca de seu oficio como desenhista na Comissão
de Linhas Telegráficas Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas em 1913, por exemplo.
Outra via de discussão será traçada pela leitura da produção bibliográfica e biográfica
acerca do artista e pondo em evidência os problemas referentes aos estudos biográficos
na historiografia.
Autor(es): Barbara Ferreira Fernandes,Daniela de Miranda dos Santos
Título: Imprensa ilustrada, intelectuais e projeto nacional: esboço prosopográfico dos
colaboradores da revista Ilustração Brasileira (1935-1945)
Orientador: Marcelo Santos de Abreu
Resumo: O trabalho apresenta os resultados da pesquisa realizada no âmbito do projeto
Cultua Histórica em revista: vendo o passado na Ilustração Brasileira (1935-1945). O
projeto como um todo tem por propósito investigar a divulgação e visualização do passado
nacional durante o Estado Novo no Brasil (1937-1945). A fonte privilegiada é a revista
Ilustração Brasileira, publicada pela empresa O Malho, em sua terceira fase inaugurada em
1935. A identificação e análise das trajetórias dos intelectuais que colaboravam ou foram
publicados na revista constitui um elemento importante da pesquisa em curso. Estudamos
a revista Ilustração Brasileira durante o período de 1935 a 1945, a fim de identificar os
Autor(es) que colaboraram em suas edições. A intenção era construir uma prosopografia
dos colaboradores da revista no período recortado. O que agora apresentamos são os
resultados preliminares, um esboço do quadro prosopográfico dos colaboradores da
revista.
Autor(es): Vinicius Alves Cardoso
Título: Zona tórrida musa advir: memória das origens em Torquato Neto
Orientador: Edwar De Alencar Castelo Branco
Resumo: Quatro décadas depois de sua trágica e inesperada partida, a figura emblemática
do poeta Torquato Neto já foi etiquetada de diferentes maneiras. As imagens mais
consolidadas são as de letrista da Tropicália, poeta romântico sob a aura do suicídio,
marginal e cineasta experimental. Essas imagens, ao mesmo tempo em que conformam
Torquato Neto no interior de diferentes lugares de sujeito, ofuscam aspectos relevantes
de sua história. Ao propor estudar a memória das origens em Torquato Neto o presente
trabalho procura mudar o foco dos estudos sobre o poeta, particularmente refletindo
sobre a relação que o mesmo, através de sua escrita, mantinha com Teresina, sua cidade
natal.
Autor(es): Karla Cristine Rodrigues
Título: General Tibúrcio: A construção da memória de um herói para e do Ceará. (1887-
1937)
Orientador: Ana Rita Fonteles Duarte
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Resumo: A presente comunicação tem como objetivo perceber como se deu a construção
da memória em torno do General Tibúrcio, general cearense que lutou da Guerra do
Paraguai. Perceber como essa memória foi sendo forjada no tempo, entendo que o caráter
do passado está intrinsecamente ligado à maneira de como esse passado é apreendido.
Essa pesquisa dialoga com o campo de estudo da História Social da Memória, que tem
como foco, sobretudo, pensar as formas pelas quais as sociedades lembram e/ou
esquecem os fatos do passado. Entendendo a historicidade dos “trabalhos da memória”, e,
sobretudo, enquanto ações sociais que são parte de disputas de poder, a partir de uma
demanda do presente que rememora, ou que constrói determinada memória,
estabelecendo conexões com passado e futuro. O Ceará elegeu como seu herói da Guerra
do Paraguai o General Tibúrcio. Algumas fontes para pensar a pesquisa: Praça General
Tibúrcio em Fortaleza e seu monumento erigido na mesma praça; alguns jornais,
sobretudo, o Libertador anos de 1887-1888, onde se tinha uma coluna chama Monumento
Tiburcio, que relatava todo o processo até o dia da inauguração do monumento; Revistas
do Instituto Histórico do Ceará lugar onde o general teve muita atenção, inclusive revistas
dedicas à biografá-lo; livro escrito em seu centenário de nascimento em 1937 “Tibúrcio: o
grande soldado e pensador.” Escrito por Eusébio de Sousa, este que mais tarde levaria o
general também para o museu do Ceará quando o mesmo fora criado em 1932. São
muitos os vestígios que nos chegaram sobre esse pretendido herói do Ceará e do Brasil. É
a partir deles que pensamos sobre a construção da memória em torno desse chamado
“herói do ceará”. “Cada época constrói sua memória e seus heróis (...). A memória lança
mão de uma narrativa tradicional sobre o passado, explica a origem, os feitos e as glórias
dos heróis.”
Autor(es): Camila Evaristo da Silva
Título: Experiência quilombola em Santa Catarina: a comunidade do Morro do Boi,
Balneário Camboriú, Santa Catarina
Orientador: Paulino de Jesus Francisco Cardoso
Resumo: Neste texto pretendemos apresentar alguns resultados da pesquisa intitulada
Experiências das Populações de Origem Africana em Santa Catarina: culturas políticas e
sociabilidades, sob coordenação do Prof. Paulino J F Cardoso. Nessa comunicação
pretendemos abordar aspectos da memória e vivências de moradores/as da Comunidade
Quilombola do Morro do Boi, localizada no município de Balneário Camboriú, em Santa
Catarina. Através de entrevistas com lideranças locais e apoiadores externos, buscamos
acessar dimensões de suas visões de mundo, histórias ausentes da memória institucional
do município.
Autor(es): Fladney Francisco da Silva Freire
Título: Memórias negras: uma história etnográfica da comunidade de Monte Alegre
Orientador: Antonio Evaldo Almeida Barros
Resumo: O presente trabalho apresenta resultados do projeto “Memórias Negras”, que
vem sendo realizado sob financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e
Desenvolvimento Tecnológico do Maranhão (FAPEMA). O objetivo geral do trabalho é o de
realizar um mapeamento e posterior análise histórico-etnográfica de múltiplas práticas
culturais e religiosas comuns na comunidade quilombola de Monte Alegre, no município
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de São Luís Gonzaga – MA. Partindo-se do pressuposto de que os repertórios culturais
constituem um campo privilegiado para análise das relações sociais, nesse mapeamento,
tem sido possível observar a predominância do hibridismo e muitas tensões, a exemplo
daquelas de caráter geracional, em torno das expressões da cultura e das relações sociais.
Além disso, tem sido possível notar que existe uma memória coletivamente partilhada
pelos que vivem na comunidade que dá particular atenção para os conflitos e tensões em
torno da terra, que marcariam a história da localidade. A metodologia adotada para a
realização desta pesquisa tem se baseado na perspectiva da história social e da etnografia,
com as ferramentas da história oral. Comunidade marcada por intensos conflitos de terra
sobretudo no final da década de 1970 e início dos anos 1980, em Monte Alegre algumas
práticas culturais são consideradas tradicionais por seus moradores mais antigos, como o
tambor de crioula, a mangaba, a festa do divino, as quadrilhas e o bumba-meu-boi. No
campo religioso são comuns terecô, catolicismo popular e cultos evangélicos – um
território conflituoso. Atualmente, as culturas juvenis buscam se afastar de práticas
consideradas tradicionais, particularmente aquelas identificadas como tradições afro-
brasileiras.
Autor(es): Jailma Nunes Viana de Oliveira
Título: Caboclos do Assú: emergência indígena, identidade e territorialidade no Rio Grande
do Norte
Orientador: João Maurício Gomes Neto
Resumo: Este trabalho objetiva propor uma discussão acerca do contexto atual da
comunidade dos Caboclos, localizada no município de Assú no Rio Grande do Norte. Parte
de uma análise contextual do reconhecimento indígena na comunidade e propõe
estabelecer um distanciamento da historiografia oficial, no tocante ao modo como é
construída a história dos índios no Brasil, que acredita no apagamento das populações
indígenas no Estado, sobretudo devido a Guerra dos Bárbaros, a ocupação territorial pelos
colonizadores e a conversão religiosa. O discurso de alteridade se faz presente ao se
desmistificar o argumento de extermínio, e parte-se assim ao entendimento de sua
historicidade e ocupação espacial, percebendo como os índios se inscrevem em sua
temporalidade, pois o termo “caboclo” remete à ocupação territorial e sua singularidade
frente às outras comunidades próximas e está inserido dentro da perspectiva dos censos
demográficos que incluíam os indígenas e os negros dentro desse grupo. A etno-história
visa dar espaço às narrativas e histórias de vida desse grupo, onde a captura de uma
tapuia por um caçador está presente no discurso da sua origem indígena. Dessa forma, o
processo de territorialização contextualiza-se com as demandas atuais da emergência
indígena no Estado potiguar.
SESSÃO 18 - CIDADES: SOCIABILIDADES, LAZER E COTIDIANO
Coordenação: Victor Gabriel Campêlo Assunção
Autor(es): Juliana Basilio Batista
Título: Cinema e cotidiano em Fortaleza na década de 1920
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Orientador: Jaílson Pereira Da Silva
Resumo: Entre o final do século XIX e o início do século XX, muitos fortalezenses buscavam
praças, clubes, cafés, o Passeio Público e outros ambientes para conversas, discussões
acerca do cotidiano e formas de lazer em geral. Esses espaços funcionavam como pontos
de encontros de intelectuais, campo gravitacional onde se sentiam as forças de atração
que os debates sobre os temas do cotidiano exerciam sobre os cidadãos. O cinema
também acabou por se constituir num desses locais de “divertimento” e convívio. Mas,
nem sempre o cinema foi visto apenas com essa função. Analisar o cinema como espaço
de sociabilidade é importante para entender como e em que momento imbricou-se, em
Fortaleza, essa ideia de novas formas de praticar os lugares, de experenciar os espaços. A
presente pesquisa visa entender como o cinema relacionou-se com a construção de novos
hábitos e costumes, apontando para uma perspectiva do cinema como um espaço de
sociabilidade e símbolo de modernidade. Para tanto, o trato com periódicos e
memorialistas que trazem as visões dos sujeitos do citado período se tornam fontes para o
historiador, na medida em que levantamos questões a partir desses documentos, mas,
obviamente, sem tomá-los como uma verdade pronta. O trabalho em questão encontra-se
em seu momento inicial, portanto fase de confronto com bibliografias que debatem sobre
o tema e período estabelecidos.
Autor(es): Antonio Ricardo Calori de Lion
Título: Signos modernizadores em Mato Grosso: da construção do Cine-Teatro Cuiabá à
Fundação da Universidade Federal de Mato Grosso.
Orientador: Thais Leão Vieira
Resumo: No final do século XIX e ao longo do século XX, o Estado de Mato Grosso passou
por um amplo processo modernizador abrangendo desde a educação até campos
artísticos e culturais envolvendo projetos políticos progressistas que nos discursos
“oficiais” via-se claramente a intenção de lançar um “caráter civilizado” ao interior do
Brasil. Nesta perspectiva, criam-se nos anos 1940 em Cuiabá as “Obras Oficiais” em uma
tentativa de urbanizar-se e modernizar-se através dessas construções. Quanto à cultura,
temos a construção do Cine-Teatro Cuiabá, que renova os hábitos da época ao estabelecer
sessões cinematográficas e teatrais periódicas. Ainda pensando nesses processos de
urbanização e modernização, nos anos 1970, é fundada a Universidade Federal de Mato
Grosso apontada por alguns pesquisadores como o marco modernizador do Estado, onde
esses teóricos desconsideram projetos de outrora. Pela análise em duas obras com
perspectivas contrárias, serão construídas as considerações levando em conta os aspectos
culturais abordados em cada uma, pois pelo campo da História Cultural deveremos realizar
leituras pelo viés do campo artístico, levando em consideração as intervenções deste foco
na sociedade da época. Diante de tais dados apresentados, em ambas as obras analisadas
e em seus discursos e fatos expressos, podemos elucidar a discriminação de indícios
provindos desde o século XIX e culminados nos projetos políticos durante a década de
1940 que antecedem a fundação da UFMT. A intenção é discutir os marcos
modernizadores (1970 e 1940) e a construção de uma memória que tenta perpetuar
projetos de modernização. Nos decênio 1940 isso se evidencia nos discursos presentes
durante a gestão do interventor Júlio Müller, aliando os projetos políticos para a capital
mato-grossense com novas estruturas físicas e estéticas na cidade. A tese da
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modernização da capital Cuiabá e o estado de Mato Grosso através da implantação da
Universidade Federal de Mato Grosso em 1970 pode ser contradito aqui por evidências
obtidas em pesquisas que levam a verificar os planos progressistas na política do Governo
Estadual com a intervenção do Governo Federal desde o final do século XIX e na primeira
metade do século XX na tentativa de buscar a modernidade por diversos campos.
Autor(es): Raquel Anne Lima de Assis
Título: Os Cinemas Aracajuanos Em Dias De “Combates” E “Seduções” (1939-1945)
Orientador: Dilton Candido Santos Maynard
Resumo: O objetivo deste trabalho é estudar as salas de cinema em Aracaju entre 1939 a
1945, período também marcado também pela ditadura de Getúlio Vargas (1937-1945).
Como fontes, serão utilizados os registros dos jornais Correio de Aracaju, o Folha da
Manhã e A Cruzada. Além deles, recorrermos a alguns documentos de censura produzidos
pelo DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), localizados no APES (Arquivo Público
do Estado de Sergipe). Observamos que ir ao cinema em Aracaju durante a Segunda
Guerra Mundial era muito mais que uma mera distração. Nos cinemas os aracajuanos
presenciavam exemplos de ações políticas, resistências, seduções e diversões.
Autor(es): Lucivânia Mendes Ferreira
Título: Sociabilidade e Cinema em Rondonópolis: O Impacto da Mudança das Salas de
Exibição para o Espaço do Shopping Center (1950-2001)
Orientador: Luciano Carneiro Alves
Resumo: O cinema, ao longo do seu desenvolvimento desde o século XX, é considerado
símbolo cultural de entretenimento e representa a modernidade nas cidades que almejam
significar o ideal de progresso e modernização. De fato, o cinema se configura num espaço
de divertimento e que possibilita diversas sociabilidades, a partir de relações estabelecidas
pelos freqüentadores e espectadores. Nesse contexto, nos propomos a discutir e
historicizar o processo histórico de Rondonópolis-MT, pensando o cinema não só como
espaço de entretenimento, mas como possibilidade de um espaço onde é possível
conhecer uma sociedade em suas formas plurais. Nesta perspectiva, apresentar como se
deu as sociabilidades e as mudanças nos cinemas de rua existentes em Rondonópolis entre
1950 a 2001. Sobretudo, compreender a realidade do cinema do ponto de vista moderno e
as relações construídas sob esse novo conceito, considerando a prática de freqüentar o
cinema de rua de outrora e o do contemporâneo relacionado ao shopping. Ao longo de
quatro décadas o cinemas em Rondonópolis foram mais que espaços de contato com a
cultura audiovisual (Cine Meridional, Cine Rondon, Cine Ipê e Cine Avenida) cada um a seu
tempo representou a diversão que os freqüentadores buscavam aos finais de semana.
Desde a inauguração do Rondon Plaza Shopping, em 2001, foi se restringido às quatro
salas neste centro de compras. Tal mudança, comum a tantas outras cidades, sinaliza uma
mudança efetiva nos significados contemporâneos da sociabilidade relacionada ao cinema.
Autor(es): Reverson Nascimento Paula
Título: Fortaleza em cotidiano: a instalação da base militar norte-americana e a alteração
da rotina em terras alencarinas.(1943-1945).
Orientador: Gisafran Nazareno Mota Jucá
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Resumo: Analisaremos as transformações ocorridas no cotidiano de Fortaleza a partir da
instalação da base militar norte-americana considerando o período de 1943 a 1945,
percebendo assim, as modificações nos hábitos e costumes dos cidadãos fortalezenses,
tendo como linha de pensamento a instalação física e simbólica de uma hegemonia
cultural (norte-americana) na qual se deu no período da Segunda Guerra Mundial.
Pretendemos analisar as influencias trazida pelos norte-americanos que para aqui vieram
com a instalação da base militar, e acabaram transformando os hábitos e os costumes,
mediante as alterações na rotina e na convivência com os citadinos. Fatos estes que
podem ser percebidos na assimilação da língua inglesa por parte da população,
principalmente das moças ávidas pelo ideal de beleza norte-americano, assim como as
peças de vestuário e as práticas alimentares trazidas com American way of life. A partir das
reflexões feitas por Elias pretendemos compreender o "processo civilizador" existente e a
fixação da base militar estadunidense em solo fortalezense após a assinatura dos Acordos
de Washington. A partir do desenvolvimento dos ideais de "modernidade" e "civilização"
buscaremos perceber a emergência de uma "sociedade de consumo" e assim fazermos
uma ligação entre a chegada da base militar e a vinda de objetos técnico-científicos,
aumentando assim o consumo material de objetos domésticos. Neste ponto, buscaremos
perceber certa transição, repleta de paradoxos, de um cotidiano pautado nos moldes
franceses, para um cotidiano calcado no desenvolvimento técnico, no consumo e na
aceleração norte-americana. Aceleração que pode ser percebida através da chegada de
objetos domésticos que visam à diminuição do tempo gasto em certas tarefas diárias,
alterando assim, inclusive a maneira de realizar alguns "afazeres" cotidianos, como mostra
Antônio Luiz Macêdo. Para realizar essas análises, utilizaremos como fonte principal
jornais da época como: O Nordeste (1940-1947), O Povo (1939-1947), Gazeta de Notícias
(1944), livros de memorialistas como Blanchard Girão, Rubem Braga e Marciano Lopes, e
para finalizar, faremos uso da história oral para colher relatos de pessoas que viveram na
época e presenciaram estes acontecimentos.
Autor(es): Leonora Cavalcante de Lima
Título: Práticas E Saberes Disciplinares Em Campina Grande- Paraíba (1900-1930)
Orientador: Regina Coelli Gomes Nascimento
Resumo: Este trabalho é resultante de pesquisas realizadas no projeto “CARTOGRAFIA DAS
PRÁTICAS E SABERES DISCIPLINARES EM CAMPINA GRANDE- PARAÍBA (1900-1930)”, cuja
finalidade é investigar a construção do corpo educado e disciplinado de crianças e jovens
na cidade de Campina Grande – Paraíba, no período compreendido entre 1900 a 1930.
Neste artigo, analisamos a emergência de novos lugares, relações e práticas cotidianas no
Instituto Pedagógico, fundado pelo tenente Alfredo Dantas em 1919. Privilegiamos para
análise as informações divulgadas na Revista Evolução do ano de 1931, uma publicação do
Instituto Pedagógico sobre sua fundação em 1919. Na Revista Evolução localizamos
artigos, imagens e depoimentos dos fundadores, professores (as), estudantes e
intelectuais que moravam na cidade e que permitem refletir sobre práticas que passam a
legitimar a necessidade de um corpo escolarizado, militarizado, obediente a códigos
prescritos por autoridades políticas, jurídicas e educacionais; contribuindo para uma
perspectiva da história da educação e a influência para a construção de um sujeito
disciplinado, vendo aspectos na relação entre professor e aluno, do ambiente escolar e as
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formas de controle, tendo assim, a escolarização como representação da sociedade,
geradora de condutas e práticas sociais. Para concretização da pesquisa nos aproximamos
inicialmente dos pressupostos teórico-metodológicos propostos por Michael de Certeau
acerca do cotidiano. Também foi fundamental o olhar de Antônio Vinão Frago (FRAGO,
2001), abordando a estrutura escolar como formadora de práticas e saberes disciplinares.
Assim, buscamos lançar novos olhares sobre a História da educação em Campina Grande -
Paraíba na Primeira Republica.
Autor(es): Magna Rafaela Gomes de Araújo
Título: Os relatos da Tribuna do Norte e suas implicações na edificação de uma memória
festiva
Orientador: Francisco das Chagas Fernandes Santiago Júnior
Resumo: O presente trabalho trata de uma construção discursiva acerca da Festa de
Sant’Ana de Caicó – RN produzida pelo jornal Tribuna do Nortenos anos 1980 a 1990,
publicados na cidade do Natal, capital do Estado. Objetivamos neste trabalho refletir
acerca da edificação de uma noção da referida festa como um bem de memória para o
povo caicoense, com fortes implicações na construção de marcadores identitários sobre
esse povo. Ideias fundantes capazes de diferenciar e particularizar a “comunidade
caicoense” diante as demais regiões do Estado, mobilizando as práticas religiosas
populares e a veiculação ao sagrado, nesse caso especificamente à imagem de Sant’Ana,
como as bases sobre as quais a história e a tradição da comunidade são fundamentadas e
evidenciadas por meio da imprensa jornalística.Esse trabalho está veiculado ao Projeto de
Pesquisa PIBIC/CNPq “Visualidade, religiosidade na imprensa: o sagrado e a cultura política
potiguar (1950 – 2000)”; orientado pelo Pr. Dr. Francisco das Chagas Fernandes Santiago
Júnior. Tomamos como referencial teórico as reflexões de Jöel Candau acerca dos
conceitos de identidade e memória, noções fundamentais para compreensão e reflexão
dos mais diferentes contextos sociais.
Autor(es): Caio Lucas Morais Pinheiro
Título: Futebol de categoria e futebol suburbano: O amadorismo “marrom” e a segregação
socioespacial no futebol cearense.
Orientador: Antônio De Pádua Santiago de Freitas
Resumo: O futebol cearense, desde a sua chegada até os anos 30, foi incorporando novos
sentidos e se transformando em uma das principais manifestações socioculturais. Neste
artigo, discutiremos sobre a inserção das camadas populares na prática esportiva através
do surgimento do amadorismo “marrom”, cuja consolidação nos remete a duas questões
levantadas durante o trabalho: a segregação social entre a elite adepta do amadorismo e
os pobres, concomitantemente a uma separação de espaços destinados ao futebol. Nesse
sentido, os objetivos dessa pesquisa nos remetem à compreensão sobre como as classes
não abastadas se inserem no futebol cearense e em que medida os desportistas amadores
tentam excluir e limitar o futebol a uma prática elitista. Para isso, recorremos a dois tipos
de fontes, os periódicos e o depoimento de um ex-jogador através da Metodologia da
História Oral. Os jornais pesquisados foram o Diário do Ceará, O Povo e Unitário. Nessa
perspectiva, acreditamos que a consolidação do amadorismo “marrom” ou
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semiprofissionalismo foi o aspecto fundamental para o processo de popularização do
futebol e o surgimento do futebol profissional regulamentado.
SESSÃO 19 - CIDADES: MODERNIDADE E CONTRADIÇÃO
Coordenação: Diego Marinho de Gois e Gabriela Fernandes de Siqueira
Autor(es): Maria do Socorro Fonseca de Oliveira
Título: “Civilidade sertaneja”: os discursos de modernidade em a pilhéria e no jornal o
pharol (1921-1923)
Orientador: Harley Abrantes Moreira
Resumo: Neste trabalho objetivo pensar os conceitos de modernidade discursados em
Petrolina e no Recife, pelo jornal O Pharol e pela revista A Pilhéria, no início da década de
1920. Nessa época, as cidades brasileiras passavam pela chamada “modernização” e a
imprensa foi usada muitas vezes para criticar a corrupção da tradição vivida pelo litoral ou
o atraso do sertão, por não acompanhar o ritmo do crescimento ditado pela Europa. A
distância em relação à capital ou ao litoral significava um distanciamento no moderno, do
novo, da civilização. O que não se assemelha ao centro é retrógrado, é rural, e o ruralismo
do sertão pernambucano mancha a beleza da mauriceia.
Autor(es): Helisangela Maria Andrade Ferreira
Título: A preservação dos valores femininos em meio à modernização da cidade do Recife:
o lugar político e cultural das mulheres integralistas (1930-1937)
Orientador: Giselda Brito Silva
Resumo: As principais capitais brasileiras passavam por um processo de modernização
durante a década de 1930. A cidade do Recife modificava seus hábitos e valores,
influenciando comportamentos femininos. Os periódicos da época apresentavam dois
tipos de discursos: uns, exaltava a mulher moderna que estava envolvida com os
acontecimentos políticos, sociais e culturais, particularmente na moda; outros legitimavam
o modelo tradicionalista, defendendo que a mulher deveria ser educada para o casamento
e evitar os espaços públicos para não ficar “mal falada”. Dentre esses últimos, temos os
jornais integralistas, através dos quais os conservadores defendiam a base familiar e a
necessidade de manter o tripé tradicionalista para a mulher como mãe, dona de casa e
esposa. A política, espaço considerado genuinamente masculino na década de 1930, foi
palco de reinvindicações da modernidade, mas também das mulheres integralistas que
atuavam no campo da educação e do assistencialismo arregimentando outras mulheres
para suas idéias e para o movimento, lutavam pelo direito de voto das mulheres, ainda
que com o intuito de eleger Plínio Salgado e outros representantes do movimento nos
partidos políticos. É importante salientar que elas atuavam sob a orientação dos homens
da sua família (pai, esposo, filho, irmão e outros) nos comíicos e passeatas da AIB (Ação
Integralista Brasileira). Nossa apresentação neste evento tem, então, como tópico central
essa relação conflituosa entre o moderno e o tradicional no tocante ao lugar da mulher
nos anos 1930, tendo como personagens principais as mulheres integralistas na cidade do
Recife.
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Autor(es): Assis Daniel Gomes
Título: Da “Nova Jerusalém” A “Cidade do Progresso”: intervenções urbanas em Juazeiro
do Norte (1950-1980)
Orientador: Jane Derarovele Semeão E Silva
Resumo: Os anos de 1950 a 1980 foram palco de diversos projetos de “desenvolvimento”
para o país. Nesse processo histórico destacaram-se os anos do governo de Juscelino
Kubitschek (JK), com sua política de desenvolver o país em poucos anos, o ideário
progressista e o investimento em projetos de “desenvolvimento” durante o regime militar
(1964-1985) - especialmente entre 1968 e 1973, período do denominado “milagre
econômico brasileiro” (1968-1973). Algumas cidades brasileiras foram atingidas por
investimentos e projetos governamentais que contribuíram para seu crescimento
populacional e econômico. Juazeiro do Norte, cidade do interior do Ceará, também foi
beneficiada pelos ares de mudanças advindas do momento econômico e político que
vivenciara o Brasil nos anos de 1950 a 1980. Ela atraiu, nesse interstício de tempo,
imigrantes e peregrinos para seu território sob a influência das transformações
socioculturais e econômicas provenientes de seu crescimento demográfico, que se tornou
mais forte na década de 1950, e da chegada da energia de Paulo Afonso no Cariri cearense
em 1961 (CELCA). Este trabalho analisa os discursos dos poderes públicos juazeirenses
sobre seu espaço urbano, sua relação com a dimensão religiosa da cidade e o ideal de
progresso posto em evidência naquelas décadas. Para tanto, foram consultados nas Atas
da Câmera Municipal de Juazeiro do Norte (1950-1980), Jornal A Ação (1960-1980),
Boletim do Instituto Cultural do Vale Caririense (1974-1985), Jornal do Cariri (1950-1951),
Jornal Ciceropoles (1976-1977), Jornal o POVO (1960-1961), as seguintes questões: 1- Os
discursos dos poderes públicos sobre as intervenções urbanas ocorridas na cidade (1950-
1980); 2- A relação delas com a dimensão sagrada da cidade.
Autor(es): Danielle Almeida Lopes
Título: Por entre os traços da cidade: representações modernistas de Fortaleza na pintura
de Antônio Bandeira (1942 – 1965)
Orientador: Antônio De Pádua Santiago de Freitas
Resumo: O presente artigo busca discutir as representações da cidade de Fortaleza por
meio das pinturas de Antônio Bandeira, pintor cearense abstracionista que entre as
décadas de 1940 e 1960 se dedicou a pintar entre outros aspectos sua cidade natal, lugar
que deixou cedo para estudar fora. Bandeira criou suas regras a partir de suas vivencias e
sensações, pintava um mundo de sentidos que o permitia enxergar a cidade, segundo a
sua realidade, atribuído significados a traços e cores, ao ‘mundo real’. A partir do olhar de
Bandeira podemos observar mudanças, estrutura, espaços e sociabilidades na capital do
Ceará durante o recorte da pesquisa. As fontes usadas para compor este trabalho serão os
quadros “Morro do Moinho” de 1942, “Desempregados” de 1944 e “Cidade Queimada de
Sol” de 1959, ano em que foi escrito, também por Antônio Bandeira,um poema com o
mesmo nome do quadro para complementar a homenagem à Fortaleza. Além das
pinturas, o jornal UNITÁRIO também é usado como fonte deste trabalho, assim como, o
acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade Federal do Ceará. É por meio
dos estudos do conceito de representação de Roger Chartier e de Sensibilidades de Sandra
Jatahy Pesavento que venho compor este estudo sobre a representação da cidade de
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Fortaleza entre os anos de 1942 e 1963 que, sob os traços de Bandeira, ganha cor, forma e
textura.
Autor(es): Alan Marcionilo do Nascimento
Título: O Templo dos antepassados e a Igreja dos novos tempos.
Orientador: José Adilson Filho
Resumo: Este trabalho procura compreender a modernização da cidade de Caruaru,
tendo como recorte temporal a Década de 60. O discurso de modernização da cidade se
intensificou a partir das comemorações do centenário no ano de 1957. Daí por diante uma
parte da elite caruaruense buscou através de inúmeros projetos inventar a imagem de
uma polis moderna, que estivesse inserida na nova dinâmica organizacional em que se
encontravam os principais centros urbanos do Brasil. Para inventar a metrópole de
Caruaru, foi necessário ressignificar algumas das principais tradições da cidade. Deteremos
nossa análise na construção da nova Catedral de Nossa Senhora das Dores, que
representou para uma parte da sociedade caruaruense um dos maiores projetos de
modernização que poderia ser empreendido na época, ao ressignificar elementos tidos
como tradicionais e lhes dar uma nova roupagem, procurando os caracterizar como signos
da modernidade. A principal fonte que utilizamos para a realização deste trabalho foram
reportagens do Jornal “A Defesa”, jornal este que circulou na cidade de Caruaru, entre
1932 e 1985. Além de crônicas e artigos de escritores locais.
Autor(es): Ana Carla Pereira da Silva
Título: Sentidos contrários: os debates em torno do transporte coletivo de ônibus em
Fortaleza (1926 - 1948)
Orientador: Antonio Gilberto Ramos Nogueira
Resumo: Este artigo se propõe a investigar os debates em torno do serviço de transporte
coletivo de ônibus em Fortaleza entre os anos de 1926 e 1948. Para isso, há um trabalho
empírico com diversos periódicos e legislações do período analisado. O ano de 1926 foi
escolhido como marco referencial pelo fato de ter se dado neste momento o surgimento
da primeira empresa privada de ônibus, a Matadouro Modelo. A partir desse
empreendimento, a utilização dos ônibus tornou-se mais ampla apesar da concorrência
com outro importante transporte coletivo, os bondes. Em meados da década de 1940 –
com a crise do transporte de bondes que levou a sua desativação em 1947 –, o número de
empresas de ônibus cresceu consideravelmente incentivadas pelas poucas exigências da
prefeitura para firmar contratos. Já em 1948, a Câmara municipal de Fortaleza, por meio
do Projeto de Lei Nº 19, decreta a revisão dos contratos dessas empresas da capital. A
medida visava corrigir as irregularidades e “adaptar os referidos contratos às exigências do
interesse coletivo”. A análise historiográfica, portanto, coloca-se como importante para
pensar a inserção de meios de transporte no espaço urbano, mediada por interações
sociais constituídas historicamente. Daí a importância de analisar a historicidade do
ônibus, veículo que tende a ser visto como inerente à vida urbana da capital cearense.
Esse novo objeto técnico relacionava-se com os ideais de modernidade que se queria para
a cidade. No entanto, dependendo do momento e do grupo social, ele foi sendo incluído
de diferentes formas nos projetos políticos de uma Fortaleza moderna. Assim, investigar
essa modalidade de transporte pode contribuir para uma melhor compreensão das
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diferentes relações entre o ônibus e o espaço urbano fortalezense, de modo a
desnaturalizar seu predomínio nos dias atuais pelas ruas da cidade.
Autor(es): John Kennady Pinto Costa
Título: História e memória de uma Cidade-beira: entre o fluvial e o terrestre no espaço
socialmente compartilhado de Luzilândia (1960-1980).
Orientador: Edson Holanda Lima Barboza
Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo analisar as implicações sociais em diferentes
contextos econômicos e políticos na cidade de Luzilândia-PI, provocadas pelo movimento
da indústria automobilística brasileira, observando a dinâmica das relações presentes
neste processo, e tentando apontar como alterações nos meios de transporte impostas
pelo mercado e Estado capitalista, interferiram na vida cotidiana da população.
Observaremos como a introdução do transporte rodoviário em massa modificou as rotas
comerciais, o acesso e a arquitetura da cidade levando-se em consideração o curto
período de transição entre a predominância do modelo aquático de transporte comercial,
para o rodoviário na cidade de Luzilândia. Tentaremos captar historicamente a reação da
população ribeirinha, considerando que esta se encontra em uma relação estreitamente
íntima com o rio. Esta investigação tem como um de seus fios condutores a necessidade
de se indagar e responder como se dá a inserção neste processo, da lógica do capital,
marcada pela ânsia do produtivismo visando o lucro, limitando espaços e experiências de
autonomia do povo ribeirinho. Desta forma, investigamos como tais conflitos são narrados
pelas memorias de moradores e trabalhadores ligadas às antigas atividades que envolviam
a navegação em pequenas embarcações, a pesca, entre outros.
Autor(es): Jean Felipe Pimenta Borges
Título: Uberaba e a civilização no Brasil Central: sentidos do conceito de civilização
Orientador: Sandra Mara Dantas
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo tecer algumas considerações acerca da
visão de civilização que permeia a obra do memorialista Hildebrando de Araújo Pontes,
especificamente em seu livro intitulado “História de Uberaba e a Civilização no Brasil
Central”. Parte então, de uma análise deste trabalho em relação com Autor(es) que
trabalham o conceito. Dessa forma, entendemos que a noção de civilização partilhada por
Hildebrando Pontes estava alinhada com sua época, relacionada então a uma noção de
progresso e desenvolvimento e referente a um modelo muito específico de civilização: a
europeia.
SESSÃO 20 - CULTURA POLÍTICA, PROPAGANDA E ELEIÇÕES
Coordenação: Débora Karpowicz e Paula Cauduro Bianco
Autor(es): Vitor Anderson Taxa
Título: Restauração Monárquica, propaganda política e intelectual em Minas Gerais
Orientador: Claudia Maria Ribeiro Viscardi
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Resumo: O Período que marca a transição da Monarquia para a República e também a sua
primeira década é cercado de conflitos e discussões acerca do melhor regime de governo
para o Brasil. Foi o momento de implantação e consolidação do novo regime, como
retratou Amanda Muzzi Gomes, o período de “aprendizado republicano” ou ainda, como
trata Lucia Lippi foram os anos onde a “antiga ordem havia se desagregado e a nova ainda
não se consolidara sob a forma de instituições estáveis e aceitas”. O discurso político passa
a se concentrar entre dois grupos, republicanos no sentido da legitimação do novo “status
quo” e monarquistas na defesa da antiga ordem. Todas as publicações que tratavam sobre
o tema neste período eram de teor eminentemente político e os seus debates giravam em
torno dos projetos de cada grupo para o país. A disputa pela construção política da nação
e as estratégias de convencimento são componentes desse período. As produções
historiográficas sobre o período, como relata Ângela Alonso, trazem em sua maioria a voz
republicana, a movimentação paralela à dos republicanos, no entanto seguiu pouco
estudada. O movimento de restauração monárquica ficou relegado a somente algumas
referências em artigos científicos, sem grandes análises mais aprofundadas. A ideia de
uma transição pacífica ficou cristalizada nas mentes e uma impressão de concordância em
relação ao novo regime, por todas as camadas da população é o que, de alguma forma
chegou até, por exemplo, nos livros didáticos. O presente trabalho visa a compreender a
conjuntura política dos anos iniciais da república brasileira, através das produções escritas
e debates políticos que giravam em torno da defesa da monarquia e o uso do discurso
como forma de propaganda na tentativa de restauração do regime recém-deposto. Esses
personagens, como relata Ângela Alonso, excluídos do poder, ex-Liberais, ex-
Conservadores, se unem em uma só identidade, agora denominados como ”monarquistas
de pena”, procurando se diferenciar em relação aos monarquistas de espada, que
procuraram o recurso das armas na tentativa de salvar o regime deposto, e aqueles que,
de ultima hora, aderiram ao regime republicano. Em que bases foi possível se articularem?
Quem foram esses personagens que de um lado ou de outro resolveram pensar o projeto
de país a partir da destruição de uma identidade ou da criação de uma nova?
Autor(es): Luana Ladislau Medeiros de Abreu, Olívia Cascardo Clemente
Título: Partidos políticos, eleições e participação política na capital da República (1889-
1930)
Orientador: Surama Conde Sá Pinto
Resumo: Esta comunicação visa apresentar os resultados parciais da pesquisa em
desenvolvimento que investiga a experiência dos partidos políticos, das eleições e a
dinâmica partidária na cidade do Rio de Janeiro na Primeira República. A referida pesquisa
faz parte do projeto Partidos políticos, eleições e dinâmica eleitoral na antiga capital da
República (1889-1930), coordenado pela professora Doutora Surama Conde Sá Pinto e
financiado pela FAPERJ e pelo CNPq.
Autor(es): Nádia Narcisa de Brito Santos
Título: Partido Trabalhista Brasileiro: atuação e discurso trabalhista no Piauí entre 1945 a
1964
Orientador: Marylu Alves de Oliveira
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Resumo: O presente trabalho se propõe a realizar algumas considerações em relação a
atuação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), e o discurso trabalhista no estado do Piauí,
no período entre 1945 a 1964. Neste contexto, percebemos que a atuação do PTB se dá de
forma singular no estado, o que vem a ocasionar a publicização e, consequentemente, o
crescimento do partido. Os discursos trabalhistas, no Piauí, giram em torno de vários
aspectos, principalmente em relação ao bem estar da classe trabalhadora, bem como,
vemos o trabalhismo ser associado ao comunismo e nacionalismo, indicativo que é
intensificado no governo de Chagas Rodrigues. Assim, neste trabalho, tecemos algumas
ponderações que julgamos interessantes para a compreensão PTB no Piauí.
Autor(es): Aline Andressa Feldmann
Título: A visita dos Presidenciáveis das Eleições de 1960 a Blumenau-SC.
Orientador: Cristina Ferreira
Resumo: Dentre as possibilidades de estudos viabilizados com a renovação da História
Política, encontram-se não apenas os debates e análises das formas de governo, mas, em
escala reduzida, também dos movimentos de opinião e o uso do conceito de Culturas
Políticas. Este último se atrela ao conjunto das vivências e experiências adquiridas pelos
sujeitos históricos ao longo de sua existência, responsáveis por orientar e dar sustentação
às suas ações nos mais variados domínios da vida humana. Em consonância com estas
ideias, este trabalho se interesse pelo início da década de 1960 que, no Brasil, foi marcado
pelas eleições governamentais acompanhadas das campanhas políticas dos candidatos à
presidência e vice-presidência da República que percorreram o território nacional. A
cidade catarinense de Blumenau também foi palco destes comícios, de modo que nosso
intuito é analisar e discutir os propósitos, interesses, jogos de poder e bastidores políticos
atrelados às visitas de autoridades públicas ao município. O estudo busca problematizar a
eventual representatividade das visitas para a formação, reforço ou combate às
manifestações sociais relacionadas às Culturas Políticas elaboradas em sociedade pelos
sujeitos históricos envolvidos na disputa eleitoral daquele ano. A investigação recai,
principalmente, sobre as fontes de imprensa geral, com destaque para os jornais A Nação
e Cidade de Blumenau, pois são periódicos de grande circulação na cidade, permitem
vislumbrar certas influências partidárias e relatam as visitas. Estas últimas estão atreladas
a estratégias políticas, intenções de votos, interação com a população, bem como se
encontram sujeitas a narrativas, positivas ou negativas, empreendidas pela imprensa local
em uma nítida tentativa de intervenção nas escolhas de voto do eleitorado. É o caso da
visita de Jânio Quadros, um dos principais candidatos à Presidência, que recebe apoio
declarado dos jornais supracitados, ou, inversamente, quando do comício de seu
adversário no pleito, Marechal Henrique Lott, que é desqualificado pelo jornal Cidade de
Blumenau.
Autor(es): Rochelle Gutierrez Bazaga
Título: As "Diretas Já": uma análise sobre o impacto da campanha no processo de
transição política brasileira
Orientador: Clayton Cardoso Romano
Resumo: O presente trabalho tem o objetivo de discutir qual o impacto que a campanha
pelas eleições diretas teve processo de transição democrática no Brasil, ou se este já se
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encontrava definido, ainda se esse momento foi de ruptura ou continuidade com o regime
militar, levando em consideração as formas e conseqüências da transição e a herança
democrática ressurgida nesse momento, considerando também as propostas e anseios
defendidos pelo movimento das “Diretas Já”. Ainda, será analisada as edições de 1983 e
1984 dos jornais Estado de Minas e Folha de São Paulo.
Autor(es): Mariana Pinheiro De Sousa
Título: Fernando Collor de Mello: A nacionalização da sua imagem
Orientador: Monica Piccolo Almeida
Resumo: Este trabalho se propõe a investigar a trajetória política de Fernando Collor de
Melo rumo à presidência da República ao longo do ano de 1989 e como a mídia e a
impressa tiveram um papel essencial na ascensão do Collor destacando a grande
importância da Rede Globo nesse processo.
Autor(es): Sarah Fernanda Moraes Gomes
Título: Fernando Collor de Mello: estratégias televisivas nas eleições de 1989
Orientador: Monica Piccolo Almeida
Resumo: Este trabalho propõe-se a analisar as estratégias eleitorais de Fernando Collor de
Mello ao longo das eleições presidenciais de 1989. O principal objetivo e identificar os
mecanismos que possibilitaram a nacionalização da candidatura Collor antes mesmo de ter
início o Horário Gratuito Político Eleitoral, em setembro. Para tal, serão objeto de
investigação três programas políticos, de duração de uma hora, que foram exibidos no
primeiro semestre: o programa do Partido da Juventude (que acabou se transformando no
PRN) em 30/03; o do Partido Trabalhista Renovador (PTR) em 27/04 e o do Partido Social
Cristão (PSC), em 18/05. A hipótese aqui defendida é que tais programas projetaram
nacionalmente a candidatura Collor, nacionalizando sua agenda de campanha e o
colocando no primeiro lugar nas pesquisas eleitorais. O início da HGPE, assim, ao contrário
do que defendido por muitos pesquisadores, não promoveu a ampliação das intenções de
voto do candidato collorido. Muito pelo contrário, uma vez que até o momento das
eleições, foram se reduzindo os percentuais de votos do candidato.
Autor(es): Luis Fernando Castro Pinheiro
Título: Marketing Político: Estratégias Eleitorais na Pré-Campanha na Candidatura Lulista
(2002)
Orientador: Monica Piccolo Almeida
Resumo: O poder da mídia e a relação com a política e a própria campanha eleitoral
formam uma tríade na qual a conquista do poder político é o objetivo. Hoje a mídia ainda
é o principal veículo transmissor de informações para a população em um quadro de
democracia. A postura e a influencia do político, o seu envolvimento com a mídia é
preponderante para a glória em uma campanha, para a conquista do voto ou para a
mudança da opinião pública. Esse é o foco no estudo deste trabalho. Para analisar a pré-
campanha de Luis Inácio Lula da Silva no pleito de 2002 é preciso primeiramente
considerar como a grande mídia, mais precisamente a TV, influencia no comportamento
político do cidadão. O trabalho também se utiliza de um método para observar e analisar
as táticas utilizada pelo candidato, explorando a construção da imagem, os temas
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abordados e a estratégia investida no filme de pré-campanha do PT em 2002, analisando
assim o Marketing Eleitoral, a comunicação verbal e não verbal do candidato e por fim
considerando também o papel do publicitário Duda Mendonça e seus métodos no filme
identificado. Para tal empreitada é preciso primeiramente abordar as diversas teorias e
abordagens políticas no estudo de comunicação política para assim identificarmos a mais
perspicaz para o trabalho a ser exposto. Esse objeto de investigação será redirecionado
para uma óptica gramsciana, ou seja, um enfoque diferenciado privilegiando uma nova
forma de analisar a política, um novo tipo de categoria de análise que irá compor
conceitos como, hegemonia, sociedade civil, intelectuais, dentre outros.
SESSÃO 21 - HISTÓRIA AGRÁRIA
Coordenação: José Evangelista Fagundes
Autor(es): Henrique Dias Sobral Silva
Título: O saneamento como questão: A política de saneamento e seus desdobramentos
agrícolas e agrários no governo Vargas (Estado do Rio de Janeiro, 1930-1945)
Orientador: Manoela Pedroza
Resumo: O objetivo da pesquisa em questão é mapear a política de saneamento no estado
do Rio de Janeiro no primeiro Governo Vargas (1930-1945) buscando entender os atores
sociais e suas estratégias de atuação frente a essa política pública. O nosso objeto são as
regiões de Baixadas saneadas no estado nesse período (Guanabara, de Sepetiba e
Goitacá). A atuação do 1º Governo Vargas como impulsionador do desenvolvimento
econômico no Brasil tem incitado vários dos pontos mais abordados na análise deste
período da formação e transformação econômica da agricultura do Brasil (SILVA: 1999). A
ocupação do território e a agricultura objetivavam amenizar focos de tensão social –
especialmente na tentativa de frear uma pretensa reordenação em áreas de latifúndio
consolidadas – além de produzir alimentos para uma população que crescia e, cada vez
mais, se dirigia às cidades. No Estado do Rio de Janeiro – com destaque para as regiões de
Baixada –, desde o inicio do governo provisório, foram capitaneados projetos de
“recuperação de terras” que previam a drenagem, conservação dos cursos d’água e a
construção de canais e diques nessas regiões. A real intenção era a transformação de
brejos, pântanos e lagoas em terrenos agricultáveis e assim, grandes áreas foram
agregando-se ao sistema produtivo dos latifúndios ou passaram à forma de colonização
dirigida pelo estado. A atuação de Vargas no governo não transcorreu, porém, livre de
tensões. As mudanças estruturais trouxeram novas questões à dinâmica do campo
fluminense, principalmente a partir do saneamento, que fez surgir novos usos para a terra
– passando esta a ser explorada não só pelo latifúndio consolidado, mas também pela
implantação de núcleos de colonização e por uma nova agência: a da especulação
imobiliária. Toda essa construção de políticas públicas entremeada por agentes da
burocracia em formação da ditadura Varguista, latifundiários e o camponês fluminense, no
limite, a figura que mais atingida nessa profusão de mudanças no meio rural do Estado do
Rio de Janeiro. Partimos para tanto do levantamento de fontes produzidas pelos órgãos
que organizaram a política de saneamento como a CSBF (Comissão de Saneamento da
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Baixada Fluminense) entre 1920 a 1939, e o DNOS (Departamento de Obras de
Saneamento) de 1940 a 1945, e de documentos produzidos pelos próprios engenheiros
dos órgãos apontados, além de relatórios dos ministérios da Agricultura e de Viação e
Obras Públicas, que estão hoje depositadas no Arquivo Nacional do Brasil.
Autor(es): Janaína Porto Sobreira
Título: Políticas de desenvolvimento agrícola na Era Vargas: a produção de algodão através
dos dados do Ministério da Agricultura no nordeste.
Orientador: Carmen Margarida Oliveira Alveal
Resumo: O presente trabalho tem por finalidade analisar a economia do Nordeste com
base na produção agrícola no período Vargas, sobretudo acerca do algodão e o que este
representou em termos de desenvolvimento nos estados da Paraíba, Pernambuco e Rio
Grande do Norte. Para tanto, serão utilizados relatórios ministeriais da Agricultura. Este
ministério teve sua pasta desmembrada e passou a um agente intensificador nos planos de
desenvolvimento nacional a partir de 1930, início da Era Vargas. Discutirá o papel do
Ministério da Agricultura como gestor de uma política de valorização do processo de
industrialização do país através de incentivos agrícolas. Mais especificamente,
problematizará também as politicas públicas referentes ao melhoramento do cultivo do
algodão e como este na prática permitiu o crescimento da cultura do mesmo.
Autor(es): Maiara Silva Araújo, Sandra Regina Guiotti
Título: Afesol: práticas cooperativistas no imaginário rural do Seridó Potiguar
Orientador: Sebastião Leal Ferreira Vargas Netto
Resumo: O nosso trabalho, inicialmente, tem o fito de problematizar as lutas pela posse de
terra no Brasil, elucidando os seus aspectos históricos, em um recorte temporal especifico:
o Brasil nos anos de 1964 a 1985, fazendo menção também aos anos anteriores de forma
sucinta. Destacamos as lutas pela posse de terra em nosso país com ênfase no regime
militar porque compreendemos que, foi nesse período que se intentou de fato, uma lei
que se destinava a tão desejada reforma agrária no Brasil, que foi o Estatuto da terra. Para
esta discussão apropria-se de teóricos como, Mitsue Morissawa, Maria Yedda Linhares,
entre outros. Parte também de um pressuposto empírico realizado pelo projeto da
Incubadora de Articulação de Empreendimentos Solidários – AFESOL nas comunidades
rurais do Seridó, que compõem a parte central da nossa pesquisa. Dessa forma, o nosso
trabalho se divide em dois breves pontos de reflexão. No primeiro ponto
problematizaremos sucintamente a luta pela posse de terra em um cenário nacional,
destacando apenas os seus aspectos principais, no contexto do governo militar, como já
elucidamos. No segundo ponto descreveremos o projeto AFESOL e o seu trabalho no meio
rural do Seridó potiguar, para este fim nos apropriaremos dos relatórios, dos questionários
e das rodas de conversas realizadas na comunidade. Por fim, destacamos que esta
pesquisa refere-se apenas a um esboço de um trabalho iniciado no ano de 2012 e que
ainda está em andamento. Dessa forma, visamos inquietar, questionar, voltar à história
para um espaço invisibilizado, que é o meio rural e tentar compreender o emaranhado das
vivências humanas tecidas nesse meio ao longo do tempo, suas lutas pela posse de terra,
assim como suas dificuldades em mundo cada vez mais globalizado e marcado pelas
diferenças de classes.
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Autor(es): Micharlles Lopes Paz
Título: A Experiência histórica do MST na perspectiva da visualidade.
Orientador: Jaílson Pereira Da Silva
Resumo: Essa pesquisa visa examinar as tensões sociais vinculadas às questões das
imagens na experiência histórica do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra). Busco problematizar as imagens –especialmente as fotográficas- enquanto
evidência histórica emblemática na compreensão das contradições sociais no contexto da
luta de classes na sociedade capitalista brasileira, no último quartel do século XX. Nosso
objetivo é compreender as correlações de forças presentes nas disputas inerentes às
significações das imagens do MST.
Autor(es): Eliana Garcia Vilas Boas
Título: A luta pela terra de assentados(as) do Projeto de Assentamento Olhos D’água em
Sacramento-MG.
Orientador: Leandra Domingues Silvério
Resumo: O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem por intuito
reivindicar o direito e a democratização do acesso à terra no Brasil, para a construção de
uma sociedade justa, por meio da concretização da reforma agrária no Brasil. Cabe
ressaltar que desde seu início até os tempos atuais este Movimento é perseguido por
parte da mídia que considera seus integrantes vândalos, invasores, sem cultura e
marginais. Dessa forma, a presente pesquisa propõe pensar o porquê e como parte da
mídia condena essas práticas sociais, passando sempre uma imagem pejorativa sobre este
e outros Movimentos de luta pela terra. Para tanto, o presente trabalho tem por finalidade
pesquisar o Projeto de Assentamento (PA) Olhos D´água localizado no município de
Sacramento-MG, buscando compreender por meio da memória dos assentados o processo
de luta pela terra, sendo o objetivo principal a produção do conhecimento histórico sobre
os trabalhadores rurais em diferentes e múltiplas dimensões do social; por meio de
entrevistas-narrativas, entender o processo cotidiano de luta das famílias pela conquista
da terra, no processo de sistematização da memória. O projeto de pesquisa em questão
poderá contribuir para desconstruir e/ou questionar a visão preconceituosa sobre os
movimentos sociais, especificamente sobre o MST.
Autor(es): Flavio Pereira
Título :Capacitação sobre os aspectos teóricos e sociais da política da reforma agrária no
sub-médio do São Francisco.
Orientador: Moises Diniz de Almeida
Resumo: Este projeto teve como objetivo geral a realização de um curso para os
camponeses do assentamento Ouro Verde, sobre os aspectos teóricos e sociais da política
de reforma agrária no Vale do São Francisco, tendo o referido assentamento, ao mesmo
tempo, como alvo e estudo de caso. Pela especificidade da proposta, a execução e
desenvolvimento do projeto tiveram três eixos: a formação teórica, o levantamento de
dados e a observação direta. A formação teórica teve por referencial a tese do capitalismo
burocrático e percorreu toda a vigência do projeto. O levantamento de dados se refere aos
dados sobre a fruticultura irrigada, a política de reforma agrária, dados econômicos e
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índices sociais da região. A observação direta se deu a partir das visitas realizadas no
assentamento para acompanhar e conhecer a realidade complexa do assentamento. Um
componente da tese do capitalismo burocrático é a sobrevivência ou manutenção de
relação semifeudais de produção, com base nas formulações de Martin Martin (2007) e
Serrano (1991) foi possível identificar na prática a existência de relações semi-feudais e
verificar que estas constituem um entrave para a alteração na estrutura fundiária da
região e que a política de reforma agrária apenas a evolução semifeudalidade. Há um
entrave ao pleno desenvolvimento da capacidade produtiva da pequena produção que,
enredada pela dinâmica da fruticultura para a exportação, se orienta no sentido da
monocultura, entretanto, destinando-a ao mercado interno que, não raramente, não é
capaz de absorvê-la provocando uma queda nos preços, o que se traduz nos baixos índices
sociais que acometem a população camponesa mais empobrecida. A formulação e a
realização do curso representaram a conexão entre a teoria e a prática, a teoria
fornecendo elementos para a compreensão da realidade concreta e a prática ilustrando e
confirmando a teoria. A acolhida e avaliação positiva dos camponeses durante o curso
deram do significado da atividade de extensão como ponte entre a universidade e a
sociedade, colocando a universidade a serviço das classes sociais mais necessitadas.
Autor(es): Franciel Coelho Luz de Amorim
Título: Propriedade territorial, lutas sociais e reforma agrária no Vale do São Francisco
Orientador: Moises Diniz de Almeida
Resumo: A formação territorial no Vale dos São Francisco remonta ao início do processo
de colonização com a introdução do sistema de capitanias hereditárias, a formação deste
território se deu, inicialmente, a partir da confluência da extensão das zonas açucareiras
de Recife e Salvador. Ao sistema de capitanias hereditárias seguiu-se o regime de
sesmarias que se manteve até 1822, alcançando seu fim com a independência do Brasil.
No império, após quase três décadas, se viabiliza o projeto do deputado Paulista Nicolau
Vergueiro com a lei de terras aprovada no ano de 1850, que ao estabelecer como única
forma de aquisição de terras a compra, consolidaria a propriedade latifundiária em
detrimento aos posseiros, que já ocupavam extensas áreas territoriais do Brasil. Diante
desta situação, na região nordeste que, até o inicio do século XX, constituía a porção mais
populosa do território brasileiro, despertaram-se, ao longo do império e depois com a
proclamação da república, uma série de lutas das quais se pode destacar, no sertão
nordestino, o episódio de Canudos, na Bahia. Findada a República Velha, em 1930, não
ocorre modificação significativa na estrutura na agrária, e seguem-se desenvolvendo lutas
como Caldeirão, Ceará, e Pau-de-Colher, Bahia, nas décadas de 1930 e 1940.É necessário
ainda citar as Ligas Camponesas das décadas de 1950 e 1960, que tiveram atuação nos
estados nordestinos, destacadamente, Paraíba e Pernambuco, processo no qual se obteve
a primeira desapropriação territorial para fins de reforma agrária ocorrida, em Sapé, na
Paraíba, no ano de 1962. A partir de meados da década de 1980 se deu início à formulação
de uma proposição de reforma agrária para o país, através da qual se pretendia a
democratização do acesso a terra, contemplada pela Constituição Federal de 1988. Na
década de 1990, no Vale do são Francisco despontaram várias lutas cuja reivindicação era
a aplicação da política de reforma agrária e, na extensão territorial compreendida entre os
municípios de Petrolina e Santa Maria da Boa Vista, se conformaram dezenas de
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assentamentos. Atualmente, o Vale do são Francisco é reconhecido, nacional e
internacionalmente, como centro da fruticultura irrigada, considerada fonte de
prosperidade e tida por muitos como “local de oportunidades”, em contrapartida os
índices sociais refletem outra realidade. Para Martín (2007, p. 4) “o número de
camponeses no mundo atual supera a metade da população do planeta. Nunca antes na
historia do homem houve tal número de camponeses sobre a terra”. Assim, a análise da
aplicação da política de reforma agrária, como consequência das lutas sociais tem como
intuito identificar as possíveis modificações na estrutura fundiária, verificando suas
implicações na história da região.
Autor(es): Joyce Mara Silva De Oliveira, Rogério Maciel Nunes
Título: Modernização e irrigação no Ceará.
Orientador: João Rameres Regis
Resumo: Esta pesquisa busca analisar as políticas publicas de irrigação no Ceará. O
trabalho pesquisa encontra-se em fase inicial e nesse momento busca compreender as
transformações pelas quais passaram as políticas do Estado voltadas para a irrigação, indo
desde sua fase inicial, dos anos 1970, onde estas estavam voltadas para projetos de
caráter mais assistencialistas, até as décadas de 1980 e 1990 quando passam a priorizar o
agronegócio e a iniciativa privada. Buscamos analisar o processo de reestruturação sócio-
espacial para criar as bases e os territórios da tão falada “modernização” promovida pelo
Estado, tentando compreender suas implicações para a vida das pessoas, principalmente
aquelas mais pobres sobre as quais recaem os principais efeitos desse processo, sendo
expropriadas e tendo seus modos de vida negados em nome da racionalidade econômica e
da competitividade para fins de proporcionar maior lucro e acumulação à iniciativa
privada.
SESSÃO 22 - HISTÓRIA DO CRIME E DAS PRÁTICAS MARGINALIZADAS
Coordenação: Rosenilson da Silva Santos
Autor(es): Gleiciane Damasceno Nobre
Título: Na mira dos populares, na mira da justiça: o crime e o cotidiano nos processos de
infanticídio (1917-1922)
Orientador: Antônio De Pádua Santiago De Freitas
Resumo: No início do século XX Fortaleza estava passando por transformações
urbanísticas, políticas, socioeconômicas e culturais. Essas mudanças aconteceram graças à
chegada dos ideais de civilização trazidos pelo progresso e pelas trocas culturais que
aconteciam com a chegada dos estrangeiros que se instalaram na Capital; isso acarretou a
necessidade de existirem indivíduos revestidos de novos valores e comportamentos; tais
valores estão explícitos até mesmo no código civil de 1916, já que traz dois capítulos
elencando os direitos e deveres da mulher e do marido. A sociedade estabelecia um
padrão comportamental para as moças e é nesse contexto que surgem as mulheres que
romperam com essa norma, praticando relações sexuais antes do matrimônio e
cometendo o crime de infanticídio para ocultar sua desonra. A partir da análise dos
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processos-crime, pretendemos compreender como se dava a vivência dos populares e
como essas infanticidas se inseriam dentro do que era idealizado pela sociedade.
Autor(es): Sandra Izabele De Souza
Título: O Saber Jurídico E As Relações De Gênero Nos Crimes Contra Honra Em Recife
(1900-1912)
Orientador: Alcileide Cabral Do Nascimento
Resumo: O objetivo desta pesquisa é analisar como e por que se instituiu uma política
sexual direcionada ao controle das famílias populares, buscando compreender o debate
jurídico em torno da honra e das condutas masculinas e femininas através de quarenta e
cinco processos criminais de defloramento e estupro ocorridos no Recife, entre 1900 e
1912. Neste sentido, este trabalho está inserido no campo epistemológico da História
Cultural e dos estudos críticos feministas, balizado nos conceitos de honra e gênero.
Percebe-se que muitas mulheres e famílias populares buscaram as delegacias de polícia e
os tribunais de justiça no início do século XX, na tentativa de defender ou reparar sua
honra. E muitos juristas se interessaram pelo tema da honra feminina e da família,
escrevendo obras e defendendo medidas que abrandassem tais delitos. Desta forma,
verifica-se que, para além da análise das provas materiais, como a virgindade física e a
menoridade da ofendida, o que importava nesses processos era os componentes que
comprovassem a honestidade da mulher, constituindo-se como elemento moral do
processo. Para tanto, era necessário fazer uma investigação minuciosa dos
comportamentos sociais da ofendida, levando em consideração a família a qual estava
inserida, os espaços que frequentava, as companhias, os horários e o consentimento a
relação sexual, como orienta Viveiros de Castro, importante jurista brasileiro da época.
Para haver o crime de defloramento era necessário que o consentimento ao ato fosse
através da sedução, engano ou fraude, segundo o que previa o Código Penal de 1890.
Assim, segundo os princípios da lei, a mulher é seduzida e enganada com a promessa de
casamento. No entanto, não bastavam apenas as afirmações da ofendida para comprovar
a sedução e o engano. Neste caso, era preciso convocar várias testemunhas que
confirmassem ou negassem o relacionamento do casal. Neste trabalho buscou-se traçar os
elementos essenciais nos crimes de defloramento e estupro, como a virgindade e a
honestidade da ofendida, assim como os discursos jurídicos produzidos para instituir
modelos de família, homem e mulher compatíveis com a nova ordem social burguesa.
Autor(es): Luiz Carlos Ferreira Neto, Marcos Da Silva Azevedo
Título: Defloramento da mulher na Comarca de Itapemirim-ES de 1930 á 1939.
Orientador: Luiz Carlos Ferreira Neto
Resumo: O objetivo deste artigo é analisar sobre a atuação do judiciário nos casos de
defloramento na década de 30 na comarca de Itapemirim-ES, assim como a questão da
honra perdida pela ofendida, pelo qual a família tenta restabelecer pelo processo jurídico
que é aberto na maioria dos casos pelos pais ou tutores da vítima. Foram analisados três
processos criminais que se encontram depositados no laboratório de pesquisa históricas e
sociais (LAPHIS) do Centro Universitário São Camilo – ES. Nesses documentos foram
observados aspectos como amancebamento, sociedade, patriarcalismo, e desclassificação
da vítima.
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Autor(es): Antonia Lilian Ferreira de Paiva
Título: Amaro & Arteiro ficção e realidade se confundem: um crime em Acaraú de 1931
Orientador: Francisco Denis Melo
Resumo: O objetivo deste trabalho é pensar a questão do sexo dentro mundo religioso e
as implicações para a sociedade em geral, a imposição celibato e/ou castidade como
método de regramento e controle da vida sexual e reprodutiva das sociedades. Em que
momento essas categorias foram criadas e quais os interesses por traz dessas proibições?
O que vemos no caso não surtiram efeito, ainda mais no mundo moderno em que estamos
inseridos. Nosso objeto de estudo que será analisado é um crime (um assassinato)
ocorrido em Acaraú - CE, tendo como "vítima" um padre (P.e José Arteiro Soares) que era
pároco da mesma cidade onde é vitimado no dia 19 de junho de 1931, seu assassinato
teria como motivo a defesa da honra de uma das famílias mais importantes do município,
que teria sido ultrajada com um romance envolvendo o mesmo com Maria Augusta, onde
ela teria engravidado e desgostosa pela vergonha de seu estado, se suicida após ingerir um
abortivo, esse medicamento teria sido indicado pelo padre com o propósito de abortar o
fruto indesejado. Temos, pois aqui certa semelhança com a obra de Eça de Queiroz “O
Crime de Padre Amaro”. Padre Amaro era um padre em início de carreira que se apaixona
por uma moça chamada Amélia, paixão esta correspondida e consumada gerando um
fruto indesejado assim como em nosso caso real ambos morrem (Amélia e o Bebê), porém
Amaro não é cobrado por seu crime, diferente de Arteiro que é alvejado pelas balas do
irmão da vítima, o Sr. Hildebrando, que acaba sendo excomungado pelo ato realizado. A
partir destas semelhanças e também das diferenças pretendemos manter um diálogo com
a literatura, fazendo assim uma análise comparada da ficção com a realidade, para tal nos
utilizaremos de Autor(es) como Roger Chartier, Michel Foucault entre outros. Iremos
trabalhar com as seguintes fontes: cartas, telegramas um recorte de jornal ainda não
identificado e uma reportagem no jornal A Ordem de 1931, que podemos encontrar no
Núcleo de Estudos e Documentação Histórica (NEDHIS) existente no Centro de Ciências
Humanas – CCH do curso de História da Universidade Estadual Vale do Acaraú. Além
dessas fontes a relatos nas cartas de outras fontes (reportagens de jornais: O Povo,
Correio da Semana, A Palavra e Folha do Norte) e que pretendemos investigar a fim de
tornar a pesquisa mais consistente. Com isto iremos fazer o cruzamento das fontes a fim
de manter um diálogo que possa nos dar uma verossimilhança do que realmente ocorreu
na cidade de Acaraú no ano de 1931.
Autor(es): Alex Silva Ferrari
Título: A relação do desemprego masculino e os casos de violência doméstica na cidade de
Vitória-ES no ano de 2010
Orientador: Maria Beatriz Nader
Resumo: A violência contra a mulher vem sendo estudada desde a sua exposição como
problema social na década de 80 pelos movimentos feministas. Desde então, a
ambientação e as circunstâncias que levam ao ato de violência contra a mulher vem sendo
discutidas e desmistificadas. Essa relação de poder que o homem exerce sobre a mulher e
a construção de uma sociedade machista se insere no contexto desses estudos. Ao
explorarmos as causas do ato de violência doméstica, o desemprego masculino figura
como um dos maiores motivadores, devido a construção da imagem masculina como pilar
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central e mantenedor da família, sendo muitas vezes o único responsável pelo sustendo do
lar. Ao longo dos últimos dois anos o Laboratório de Estudos de Gênero, Poder e Violência
(LEG-UFES), do Departamento de História, da Universidade Federal do Espírito Santo vêm
desenvolvendo um trabalho de mapeamento das denúncias dos casos de violência contra
a mulher na Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher (DEAM) de Vitória-ES do
ano de 2002 a 2011. O presente artigo trata da pesquisa em andamento, ligada ao LEG-
UFES, que tem como foco o estudo das denúncias de violência doméstica registradas na
DEAM de Vitória-ES no ano de 2010, onde os agressores são declarados como
desempregados ou sem ocupação remunerada.
Autor(es): Stênio Ricardo Carvalho dos Santos
Título: A Repressão ao uso de entorpecentes no Recife durante o Regime Militar
Orientador: Giselda Brito Silva
Resumo: Este trabalho visa debater a política proibicionista de drogas no período do
regime militar brasileiro, dando ênfase às articulações de combate no Recife. As políticas
de repressão ao uso de entorpecentes no Brasil vêm desde o início do século XX, mas é no
período militar que tais práticas serão intensificadas com a intervenção dos Estados
Unidos, em nome de uma ideologia de Segurança Nacional. As práticas de repressão
ganham forma jurídica através das leis nº 5.726/1971 e nº 6.368/1976. Em nossas
pesquisas, buscaremos analisar as práticas preventivas, articuladas por meio de
propagandas nos estabelecimentos de ensino e instituições sociais, por via palestras e
eventos que abordassem a temática, de forma a prevenir e demonstrar os malefícios
trazidos pelo uso de substâncias entorpecentes, como também convocar toda a
população, independente da idade, a delatar os indivíduos que utilizam dadas substâncias.
Autor(es): Marlon Brito Rocha, Pedro Henrique Cardoso Zubelli
Título: A "Guerra ao Tráfico" na Rocinha: relatos silenciados
Orientador: Carmen Teresa Gabriel
Resumo: O trabalho investiga o processo de ocupação militar da Rocinha ocorrido em
dezembro de 2011, no qual o governo do estado do Rio de Janeiro declarou uma guerra
para eliminação do tráfico na comunidade em questão. Visto que a difusão da informação
se dá a partir de um complexo jogo político em que algumas interpretações são
privilegiadas e mais difundidas que outras, pretendemos aqui privilegiar os relatos de
moradores da favela que são pouco disseminados. Tal escolha se deu por julgarmos que
estes ofereciam subsidio para construção de um contexto de inteligibilidade acerca do
evento da ocupação que carecece do maniqueísmo de interpretações que se usam da
ocupação com fins ideológicos e/ou sensacionalistas. Com um olhar detido para tais
relatos, é possível perceber sentimentos e expectativas que não condizem com o que se
fala correntemente acerca da ocupação militar, pois os discursos dos moradores
apresentam um complexo contexto sócio-econômico, afetivo e político. São estes
sentimentos e este cenário que visamos construir a partir do confronto dos relatos entre si
e com o discurso midiático. O acesso aos relatos se deu por conta da inserção dos
Autor(es) do artigo no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID. Tal
projeto tem um núcleo de atuação do CIEP 303 Ayrton Senna, localizado próximo a
Rocinha e que tem, em grande parte, alunos da região.
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SESSÃO 23 - HISTÓRIA DOS SABERES E PRÁTICAS MÉDICAS
Coordenação: Micaele Irene Scheer
Autor(es): Ana Gabriela da Silva
Título: Tisiologia em São José dos Campos: a tuberculose através do Sanatório Vicentina
Aranha – 1900 a 1960
Orientador: Jean Luiz Neves Abreu
Resumo: Este trabalho apresenta o desenvolvimento da minha monografia que tem como
interesse o estudo do período sanatorial em São José dos Campos, São Paulo, de 1920 a
1960, através do Sanatório Vicentina Aranha. A tuberculose afetou milhares de pessoas ao
longo dos séculos e ainda hoje é causa de muitas mortes. O projeto analisa o período em
que o sanatório tratava apenas da tuberculose, e não sobre toda a sua trajetória, porque a
partir de 1945 com as evoluções no tratamento da tuberculose teremos um controle da
doença e o sanatório começa a atender outras áreas, como a geriátrica. Trabalho
utilizando o recorte temporal da doença no Brasil e do período auge do tratamento da
moléstia no Sanatório Vicentina Aranha, compreendendo as décadas de 1900 a 1960.
Enquanto pesquisas nos levam para o estudo a cerca da memória, identidade e
recuperação de seu espaço e cultura, este trabalho tem como interesse analisar a
importância do sanatório e da sua criação para o tratamento da tuberculose no país,
sendo este um dos maiores centro de tratamento da América Latina, porém durante a
pesquisa percebi que não tem como construir um cenário da tuberculose no sanatório sem
tratar da sua memória e a da cidade.
Autor(es): Francisca Gabriela Bandeira Pinheiro
Título: Patrimônio Material e Imaterial da antiga Colônia de leprosos Antônio Diogo -
Redenção-CE.
Orientador: Zilda Maria Menezes Lima
Resumo: Esse trabalho se insere no projeto de pesquisa “Patrimônio Material e Imaterial
da antiga Colônia de leprosos Antônio Diogo - Redenção-CE”, que conta com o apoio da
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e da
Fundação Cearense de Apoio à Pesquisa (FUNCAP). Esse projeto tem como objetivo
organizar o acervo material e imaterial proveniente da colônia Antônio Diogo, fundada no
ano de 1928. O acervo material se resume ao acervo da época de fundação e
funcionamento da colônia, como os prontuários médicos, livros de entrada e saída e
fotografias. Já o acervo imaterial é composto pela coleta de depoimentos de pessoas que
tiveram algum tipo de relação com a colônia, como ex-pacientes e médicos. Em vista disso,
esse trabalho busca explanar um pouco de como vem sendo feita a organização desse
acervo e da importância desse material para a história das doenças. Essa organização é
realizada por alunos de graduação, sobre a coordenação dos professores Zilda Maria
Menezes Lima, responsável pelo patrimônio matéria, e Gisafran Nazareno Mota Jucá,
responsável pelo patrimônio imaterial.
Autor(es): Silvon Alves Guimarães
Título: A história da lepra em Jataí/Goiás (1940-1990)
Orientador: Murilo Borges Silva
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Resumo: As doenças provocam exclusão, criam estereótipos, reinventam identidades. Ao
longo dos séculos a Lepra tem provocado um devastador efeito social para os portadores
desta doença. O discurso médico-científico sobre as doenças tem sido utilizado, na
tentativa de colocar nosso medo ancestral num registro controlável. No entanto, esse
mesmo discurso se mostra frágil, insatisfatório e incapaz de prover uma segurança, nos
tornando presas fáceis de outros registros discursivos mais diretamente inscritos no
campo da subjetividade. As propostas para controle da Lepra foram várias. Por exemplo,
em oito de outubro de 1927, o Dr. Nicolau Ciancio, escreveu na revista, “A Noite”, que os
leprosários deveriam ser construídos longe dos centros habitados, em ilhas isoladas. Em
Jataí, o Médico Higienista Dr. Lauro Taveira, propôs, em setembro de 1941, uma “infeliz
terapia” na tentativa de controle da doença: negar comida aos doentes para que
morressem de fome. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é tentar recuperar o
significado histórico que a presença dos hansenianos causou na cidade de Jataí,
determinando uma mobilização social em torno da doença; Percebemos a violência das
abordagens que eram feitas a esses doentes na tentativa de conduzi - los para a Colônia
Santa Marta, em Goiânia. Apontamos também alguns dados estatísticos locais de evolução
da ocorrência, bem como a profilaxia, que se restringe ao seu controle. Abordamos uma
questão com várias hipóteses: por que Jataí era considerada um refúgio para os
hansenianos de todo Brasil? Teriam os estigmas relacionados com o preconceito a doença,
criado uma nova classe social? Qual a visão que os doentes têm de si e do mundo que os
exclui? Perseguindo estas indagações, iniciamos uma pesquisa junto aos doentes da cidade
de Jataí/Goiás, utilizando como fonte os seus depoimentos, as fichas médicas, prontuários,
registros na câmara municipal e informações dos veículos noticiosos da época. Essa
pesquisa nos possibilitou ver que esses portadores da lepra carregam, em pleno século
XXI, as marcas estigmatizantes da doença, revelando a correlação íntima entre pobreza e
doenças, esta mostrando ser, sobretudo, um problema social.
Autor(es): Maria Alessandra dos Santos Souza, Fabiola Costa Vieira
Título: Normas e condutas: o cotidiano dos hansenianos na cidade de Macapá/AP
Orientador: Iza Vanesa Pedroso de Freitas Guimarães
Resumo: O trabalho apresentado é fruto de pesquisa realizada no ano de 2011 a 2012, e
desenvolveu-se com o apoio das discussões no que tange a preservação da história e
memória da hanseníase no Brasil, antigamente conhecida como “lepra”. O objetivo do
trabalho é identificar como se construiu em Macapá as normas e condutas voltadas para o
hanseniano no período em que o Amapá tornou-se Território Federal, compreendendo as
relações entre os sãos e os doentes, para consequentemente trazer à tona as ações,
estabelecidas por iniciativas particulares e públicas, que regiam a vida dos acometidos
pelo “mal de Lázaro”. Através do Relatório de Governo elaborado por Janary Gentil Nunes
em 1944 e das imagens e depoimentos colhidos são verificados diversos tipos de
convivência e práticas entre sãos e “mazelados”. Os resultados da pesquisa apontam
grande descaso e precariedade da assistência médica e social, em especial aos
hansenianos, apesar das iniciativas do Governo Territorial. Dessa forma, o cotidiano dos
hansenianos construiu-se entre os muros do privado e público. Somente a partir de 1944
no Governo de Janary Gentil Nunes é que serão tomadas as primeiras investidas de
organização específicas em diversas áreas da saúde na região, incluindo a “Lepra”.
75
Autor(es): Luiz Alves Araújo Neto
Título: Do horrível na patologia: Haroldo Juaçaba e a formação da cancerologia cearense
(1940 - 1960)
Orientador: Jaílson Pereira Da Silva
Resumo: Este trabalho analisa o processo de formação e normalização de uma área
científica na perspectiva da medicina cearense: a cancerologia, campo especializado na
identificação, compreensão e combate ao câncer. No Ceará, esse processo teve início na
década de 1940, com a fundação do Instituto do Câncer do Ceará e da Faculdade Cearense
de Medicina, espaços dedicados ao desenvolvimento da prática médica e inseridos no
projeto de saúde do governo de Getúlio Vargas, o qual defendia frentes nacionais de
combate às principais enfermidades da nação ( no caso do câncer, a partir do Serviço
Nacional de Câncer, fundado em 1940 ). Nesse cenário, a figura do médico Haroldo
Juaçaba chama a atenção, devido à sua intensa participação no processo de construção de
uma área científica sólida para pesquisa e ensino acerca da enfermidade. Juaçaba
considerava o câncer um problema que necessitava da mobilização de vários setores da
sociedade, destacando a urgência da construção de uma prática científica capaz de
aperfeiçoar as técnicas utilizadas na luta contra o câncer no Ceará, em especial o gástrico,
especialidade dele. Campo de múltiplos debates, a nascente cancerologia foi alvo de
muitas reflexões da comunidade científica cearense, as quais tiveram suas contribuições
na normalização da prática médica contra a doença. O objetivo deste trabalho, portanto, é
analisar as contribuições da prática científica de Haroldo Juaçaba e seus pares,
especificamente os debates científicos, para esse processo de formação e normalização da
ciência médica contra o câncer no Ceará, visando saber, entre outros aspectos, quais
técnicas diagnósticas foram defendidas, que tipo de teoria etiológica ganhou força entre
os médicos e quais propostas de tratamento foram adotadas por essa comunidade no
período. A base documental deste trabalho centra-se nas produções acadêmicas desses
sujeitos, principalmente de Haroldo Juaçaba, como a Revista da Faculdade Cearense de
Medicina, a Revista Brasileira de Cancerologia e publicações de comunicação oral em
congressos e nas atas da Associação Cearense de Medicina.
Autor(es): Barbara Elisa De Souza Rolim Cavalcanti
Título: O saber médico nas cidades de Petrolina e Juazeiro através do Jornal “O Pharol”
1915-1920.
Orientador: Ana Clara Farias Brito
Resumo: Este trabalho objetiva compreender como os indícios de modernidade e
civilidade associados a propagação do saber médico foram inseridos na cidade de
Petrolina no inicio do século XX. Neste município pernambucano circulava desde 1915 um
periódico denominado O Pharol e é nele que a pesquisa concentra sua maior observação,
pois este jornal preocupa-se em propagar o ideário de modernidade por todo o sertão. Em
suas páginas é recorrente anúncios de remédios e de médicos oferecendo seus serviços de
cura, além de matérias reivindicando a presença de farmácias e alertando a população
petrolinense das epidemias existentes no período republicano. Percebe-se também a forte
presença dos médicos nos pilares sociais e políticos da região. Desta forma procura-se
76
neste trabalho entender a evidencia do saber médico no jornal o Pharol e a relação deste
com os ideais de civilidade e modernidade na região.
Autor(es): Caroline Amorim Gil
Título: Institucionalização da pediatria no Rio de Janeiro entre discursos e práticas médicas
Orientador: Gisele Sanglard
Resumo: Este trabalho visa o estudo da institucionalização da pediatria na Faculdade de
Medicina do Rio de Janeiro (FMRJ), bem como busca analisar o papel exercido pelos
médicos envolvidos e os hospitais por eles criados e/ou dirigidos. Nesse sentido, o estudo
destas instituições evidenciará as clivagens e disputas do meio médico, notadamente
aquelas vinculadas à cátedra de Pediatria da FMRJ. O período estudado se encontra entre
os primeiros anos do século XX até cerca de 1920, que marca a passagem de uma
assistência liberal a uma maior intervenção do Estado, quando acreditamos que as
articulações já tenham se estruturado e as decisões tomadas. As diferenças do público
alvo, do corpo médico, e dos espaços de atendimento nos levaram a questionar o papel
exercido por seus dirigentes, partimos agora em busca de fontes que traduzam seus
objetivos e defesas acadêmicas. Ainda na linha de pesquisa da história através das
imagens, proponho a pensar o ideal de infância defendido por cada um desses médicos
dialogando com imagens, produzidas nas duas primeiras décadas do século XX e voltadas a
alimentação infantil. Visto que já encontramos propostas um tanto divergentes entre os
médicos que estavam a frente das instituições trabalhadas, buscaremos cruzar suas
propostas às imagens de crianças circuladas nos principais veículos de comunicação do
país, atentando para periódicos médicos e revistas voltadas ao público geral e feminino.
Autor(es): Daniela Ejzykowicz
Título: Pensando o Hospital de Manguinhos como espaço de memória da pesquisa clínica
Orientador: Maria Regina Cotrim Guimarães
Resumo: Acreditando que construir a memória de uma instituição é um dos meios mais
eficazes de rememorar sua história, divulgá-la e apresentá-la à sociedade, propomos,
através desse projeto, estudar a pesquisa clínica do atual IPEC (Instituto de Pesquisa
Clínica Evandro Chagas), antigo Hospital de Manguinhos, localizado no Campus
Manguinhos da FIOCRUZ, no Rio de Janeiro. Sabemos que o Hospital de Manguinhos foi o
primeiro hospital criado para o estudo da pesquisa clínica no país, inicialmente dirigido
para a realização de pesquisas em doença de Chagas. Voltando o olhar para a bibliografia
histórica do Hospital de Manguinhos, percebemos duas vertentes de estudos: uma
preocupada em discutir o Hospital como sede do Serviço Especial de Grandes Endemias
(SEGE ), do ponto de vista da saúde pública ; outra interpretação do Hospital está ligada a
sua estrutura, ao monumento arquitetônico.
Tais abordagens possuem importância singular para a história das doenças e da saúde
pública do Brasil, mas carecem de um olhar sobre a pesquisa clínica, na sua dinâmica
própria, nas relações interinstitucionais e interpessoais que a envolvem, nas quais entram
também emoções, afetos e desafetos - sentimentos típicos da esfera cotidiana. Pensar a
pesquisa clínica do Hospital de Manguinhos, construído por Oswaldo Cruz com o objetivo
de estudar e acompanhar a evolução dos doentes e das doenças, é, também, mergulhar
em sua rotina, em suas características peculiares, em seus conflitos diários. Dar vida a esse
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cotidiano do Hospital é montar um quebra-cabeça espalhado em arquivos e memórias
pessoais. É significar um passado, trazer à cena atores desconhecidos, encontrar
elementos para aprofundar pesquisas realizadas e, assim, contribuir para novas
investigações.
SESSÃO 24 - HISTÓRIA E AUDIOVISUAL
Coordenação: Francisco das Chagas Fernandes Santiago Jr.
Autor(es): Raysa Carolinne Sobreira da Silva
Título: A história contada nas telas da TV: A invenção do Cangaço através da minissérie
Lampião e Maria Bonita
Orientador: Sônia Meneses
Resumo: Este trabalho pretende investigar a produção de sentidos e personagens
históricos a partir das minisséries, para isso nos debruçamos no estudo da produção
“Lampião e Maria Bonita” de 1982, produzida pela Rede Globo. Ao recontar um passado, a
minissérie histórica tem como base micro-histórias, no sentido de se amparar numa
biografia, que faz como que os elementos dessa produção se articulem. Nesse sentido,
essa abordagem micro é quem vai dar um aspecto de continuidade das cenas, além de
construir os fatos mais dramáticos da trama, e de como o telespectador vai reagir a eles e
aos demais elementos que essa produção irá trazer, perpetuando o imaginário e também
a identidade que a mesma acaba construindo em cima daquela história. Assim, a televisão
é um importante meio para contar uma história, no entanto, vale ressaltar que uma
produção seriada mesmo que seja histórica, é feita a partir da visão contemporânea do
autor. Nela podemos identificar vários elementos atuais, se considerarmos a lógica da
mídia televisiva que tem a intenção de prender o telespectador e fazer com que se sinta
parte daquela história. Um dos temas recorrentes nesse tipo de produção é o Nordeste. A
partir da minissérie Lampião e Maria Bonita (1982), muitas produções foram realizadas
apresentando representações sobre o Nordeste. Vale lembrar que não só as produções
seriadas, mas a mídia televisiva como um todo, ajudou na construção de imagens sobre
Nordeste que serviu para criar algumas representações universais sobre o tema muitas
vezes presa apenas a alguns estereótipos. A minissérie revisita os mitos, as tradições
históricas e o regionalismo nordestino, com seus elementos audiovisuais, suportes
primordiais para sua construção. E é nessa vertente que muitos estudos se concentram e
nos ajudam a pensar como essas produções são feitas a partir de temas da história e de
como as mesmas podem contribuir para que se construa uma identidade e se perpetue no
imaginário dos telespectadores, como se de fatos eles tivessem “revivendo” a história
contada nela. O cangaço tem sido um dos assuntos mais abordados por ela. Sua história já
foi (re) contada de diversas maneiras exaltando suas contradições e mitos que foram
construídos sobre o mesmo. Nesse sentido, a mídia televisiva encontrou maneiras de
apresentá-lo, seja de maneira caricatural, romântica ou heroica o tema se tornou um
grande gerador de narrativas e um produto constantemente revisitado pelas produções
televisivas. Este e outros são alguns dos elementos que pretendemos abordar em nossa
pesquisa que ainda se encontra em fase inicial.
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Autor(es): Grace Campos Costa
Título: A instabilidade brasileira em “Terra Estrangeira”
Orientador: Alcides Freire Ramos
Resumo: A proposta desta comunicação é a de que de a análise do filme "Terra
Estrangeira" vai além do seu formato ou recurso estético, mas se volta para as suas
representações e sentidos, tendo como questionamento inicial, a compreensão desse
cinema contemporâneo e de seu emaranhado de conceitos, como “Cinema de Retomada”.
Autor(es): Priscylla Leite De Moraes
Título: A luta dos catadores de materiais recicláveis e a contribuição do vídeo
documentário "Lixo Extraordinário"
Orientador: Maria Clara Tomaz Machado
Resumo: Nesta apresentação estará em foco às relações de trabalho erigidas no Aterro
Sanitário Jardim Gramacho e das lutas da Associação dos Catadores do Aterro
Metropolitano Jardim Gramacho/RJ (ACAMJG) para se manter naquele local, em busca por
melhores condições de vida. Trata-se de avaliar como as narrativas históricas e fílmicas do
vídeo documentário "Lixo Extraordinário" podem retratar esta problemática por meio do
diálogo com os sujeitos sociais em cena.
Autor(es): Tatianne Ellen Cavalcante Silva
Título: Mães em foco: uma analise sobre a maternidade no período de Ditadura Militar
Brasileira e suas representações no Cinema
Orientador: Susel Oliveira Da Rosa
Resumo: O artigo busca tratar das relações entre Cinema e História, em três ambitos: o
cinema como ‘agente histórico’, como fonte histórica e como representação histórica.
Para tanto permeou pela analise de dois filmes Que bom te ver viva e Zuzu Angel, um
documentário histórico e um filme histórico, respectivamente. A escolha dos filmes com
duas classificações distintas é proposital, para adentrarmos na diferenciação de produção
que cada um dos gêneros está inserido e por tanto pensarmos as formas de analisarmos
dentro da historiografia cada um destes. Outra perspectiva que justifica a escolha dos
filmes é o aspecto de analise de cunho temático que abordaremos em ambos – a
maternidade – pensando os discursos trazidos pelas obras cinematográficas, observando
as resistências das militantes e o impacto da gravidez. A subjetivação dos conceitos de
maternidade construídos socialmente. Para tanto lançamos mão de analises de ambos os
filmes e revisão historiográfica. Esta escrita da história estará pautada nas discussões da
relação entre cinema e história e dentro das perspectivas de Gênero, já que analisamos
um aspecto do cotidiano feminino, dentro do período de Ditadura Militar Brasileira,
buscando perceber como essa característica de ter a possibilidade de gerar a vida,
modificará a vivencia dessas mulheres dentro desse contexto histórico. Trabalhos que
compõem a historiografia e que trazem as temáticas de Gênero, participação das mulheres
na Ditadura Militar, maternidade e relação entre cinema e história nos ajudaram na
composição das analises.
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Autor(es): Romulo Gabriel de Barros Gomes
Título: Muito Além Da Propaganda Ideológica: Relações entre produção cinematográfica,
censura e governo na ditadura civil-militar Brasileira
Orientador: Marcília Gama Da Silva
Resumo: Nosso estudo tem como foco a produção cinematográfica brasileira para além do
fenômeno imagético propriamente, mas as suas repercussões na esfera governamental.
Para ilustrar tal relação traremos as pornochanchadas – filmes de baixo orçamento, forte
apelação pornográfica e humorística, produzidos em fins de ditadura militar, que
figuraram na historia do cinema nacional como produções de somenos importância.
Durante muito tempo, este gênero considerado marginal foi relegado pela historiografia e
por outras áreas de estudo, entretanto, o mesmo se constitui como uma importante e
controversa testemunha que passamos a consultar neste trabalho. Temos como objetivo,
portanto, o estudo das relações governamentais com nosso objeto de estudo, com o
intuito de evidenciar algumas das múltiplas faces possíveis da produção cultural brasileira
e suas relações com a sociedade e a "ordem" instituída. Para tal, utilizaremos como fonte,
os filmes a partir de uma leitura iconológica e da amnálise do discurso, os depoimentos de
pessoas ligadas à produção cinematográfica no período, além da revisão bibliográfica
daqueles que discorreram sobre o fenômeno do cinema no país e no mundo, estas fontes
serão tratadas à luz de referenciais teóricos como Marc Ferro entre outros.
Autor(es): Carolina Maria Abreu Maciel
Título: Palavras do presidente: o Brasil nos discursos de Médici.
Orientador: Jaílson Pereira Da Silva
Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar como esses discursos presidenciais,
mais especificamente os discursos pronunciados pelo presidente Emílio Garrastazu Médici,
buscam legitimar ideologicamente as ações repressivas do Governo e como as palavras
escolhidas para compor o texto traduzem o pensamento governamental em relação ao
“cidadão de bem” e os outros indivíduos e sujeitos que compunham/compõem a
sociedade brasileira. Os discursos escolhidos para a análise são respectivamente o texto de
posse, que foi proferido no dia 30 de outubro de 1969, em sessão conjunta do Congresso
Nacional, presidida pelo Senador Gilberto Marinho, intitulado “Mundo sem Fronteiras”, o
discurso de final de ano, passagem de 1969 para 1970, transmitido em rede nacional
(rádio e televisão) no dia 31 de dezembro de 1969, com o título “Os quatro horizontes do
futuro” e por último o texto de celebração do 7º aniversário da Revolução de 1964, tendo
como título “Tempo de construir”, pronunciado no dia 31 de março de 1971, também
transmitido nos rádios e televisões de todo o território nacional. Intentas-se com esse
estudo perceber como Médici jogava “o jogo da identidades” para associar sua imagem e
de seu governo ao projeto de um país ordeiro e atuante em direção ao progresso.
Autor(es): Michele Soares Santos , Suzana Santana de Souza
Título: Cangaceiras em Cena: Uma análise das Marias na produção cinematográfica e
literária
Orientador: Caroline de Araújo Lima
Resumo: A comunicação hora apresentada é o resultado parcial da pesquisa iniciada em
2012, com o projeto de Iniciação Científica História, Cinema e Ensino de História: O sertão,
80
o cangaceiro e o beato no Cinema Brasileiro (1950-1970), no qual nos debruçamos sobre a
participação e as representações femininas no movimento do cangaço, observando a
história dessas mulheres e a grande lacuna existente na abordagem historiográfica sobre o
assunto, percebeu-se a importância da discussão dessa temática, tendo em vista que as
cangaceiras foram fonte de inspiração para diversas áreas da arte, como cinema e a
literatura, em especial a literatura de cordel. Diante disso, o objetivo desse trabalho será
iniciar uma discussão, a partir das análises do roteiro da peça teatral de Rachel de Queiroz
“Lampião” (1953) e do Documentário de José Umberto “A Musa do Cangaço” (1982),
observando os elementos que levaram a inserção de mulheres nesse movimento, às
relações de poder que se estabeleceram naquele ambiente e os estereótipos produzidos
na produção cinematográfica e literária.
Autor(es): Diego Bezerra Belfante
Título: Besouro: de valentão a heroi
Orientador: Jaílson Pereira da Silva
Resumo: Este trabalho pretende analisar as mudanças ocorridas nas formas de
representação do capoeirista conhecido como Besouro, que, no inicio do século XX, era
temido como valentão, e, hoje, no entanto, figura como um herói popular. Como bases
para esse estudo serão usadas músicas de capoeira que cantam a fama de Besouro e o
Filme Besouro (2009), de João Daniel Tikhomiroff. Alem dessas fontes, retomaremos
trechos da entrevista cedida pela meia irmã de Besouro e publicada por José Geraldo
Vasconcelos. O que interessa é buscar articular essas camadas de significação da
personagem histórica do capoeirista às mudanças ocorridas na forma de compreender os
negros no Brasil. Mas do que perceber como há uma troca no sinal da significação do
negro, passando do negativo ao positivo, portanto, o que importa é problematizar o
momento em que cada um desses sinais são dados a existir e colados à subjetividade
negra. O estudo sobre a vida e a significação de Besouro é para nós, portanto, uma espécie
de alegoria que nos permite perceber, historicamente, como se tem dado as mudanças
nas formas de representação do negro na sociedade brasileira.
SESSÃO 25 - HISTÓRIA E LITERATURA
Coordenação: Diego José Fernandes Freire e Priscilla Freitas De Farias
Autor(es): Victor Rabello Piaia
Título: Viriato Corrêa e o Fafazinho: imprensa e público infantil no início do século XX
Orientador: Angela Maria de Castro Gomes
Resumo: O objetivo deste artigo é fazer um estudo sobre este primeiro momento da
carreira de Viriato Corrêa, procurando entender como se desenrolou o seu primeiro e
marcante contato com a escrita e o público infantil. A atuação de Viriato na coluna
"Gazeta das Crianças", na qual assumiu a identidade do personagem Fafazinho, é
conhecida nos textos sobre o autor, mas não há nenhum trabalho que a explore com
maior cuidado. O período priorizado se iniciará a partir do momento que Viriato assume a
81
coluna, em maio de 1906. Buscarei ressaltar as peculiaridades e oportunidades de escrita
infanto juvenil que estavam se desenhando no âmbito da imprensa e da literatura nesta
época, bem como entender como a atuação de Viriato, enquanto escritor e coordenador
da coluna, contribuiu para sua trajetória posterior. Ele se torna um autor exemplar para se
pensar as mediações entre a intelectualidade e a escrita para o público infantil.
Autor(es): José Marcus Guedes de Araújo
Título: Tempos de Rudeza e Tempos da Técnica
Orientador: Joel Carlos de Souza Andrade
Resumo: Esta comunicação tem como objetivo principal fazer uma discussão sobre as
noções de temporalidade a partir da análise da obra "Homens de Outrora" (1909), do
publicista Manoel Dantas (1867- 1924). Fazendo parte da geração que, entre fins do século
XIX e início do XX, vislumbrou novas perspectiva para o Brasil pautados pelas noções de
ciência, progresso e evolução, Manoel Dantas terá o Seridó potiguar como locus principal
de suas reflexões. Neste sentido, é nossa intenção, sem perder de vista o conjunto maior
de sua produção, fazer uma abordagem, sob a inspiração koselleckiana, das noções de
"espaço de experiência" e "horizontes de expectativa" no constructo da hermenêutica
daquele escritor.
Autor(es): Felipe Alves Paulo Cavalcanti
Título: “À procura das infâncias perdidas”: uma análise de sensibilidades saudosistas em
Manuel Bandeira (1917-1930).
Orientador: Durval Muniz de Albuquerque Junior
Resumo: O presente trabalho é uma investigação das formas de pensar e sentir a saudade
na poesia de Manuel Bandeira durante o primeiro momento de sua poesia, que
compreende suas primeiras quatro obras (A Cinza das Horas, Carnaval, O Ritmo Dissoluto e
Libertinagem). Durante esta investigação, analisamos, através do estudo de um caso, as
formas com que consciências e sensibilidades saudosistas se apresentam naquilo que pode
ser chamado de "Genius Litterarius" - o poder gerativo da linguagem em um determinado
momento histórico (GREENBLATT, 2005) - , no caso, o início do século XX no Brasil.
Tratamos aqui de um período no qual a saudade constituía uma forma de perceber a
passagem do tempo, tornando-se uma força atuante na subjetividade de diversos outros
escritores de seu tempo. A sensibilidade saudosista de Manuel Bandeira torna-se um
elemento de sua biografia, ligado à vida que lhe fora tirada pela sua condição de tísico. No
entanto, esta forma particular de sentir a saudade veio cruzar-se com a de um outro
grupo: a dos partidários do regionalismo tradicionalista (em especial, Gilberto Freyre e
José Lins do Rego) para os quais a escrita se torna um bálsamo para o declínio que lhes
assola: aquele de um mundo de sociabilidades tradicionais, intocadas pela modernidade.
De um encontro da escrita com a doença e o declínio, surge o Livro do Nordeste (1925),
um arcabouço de práticas e discursos ligados a uma era de ouro: o regime patriarcal e
escravista que ruiu com o fim do período imperial.
Autor(es): Alexandre Vinícius Gonçalves Nascimento
Título: Minha poesia é o hino/ dos libertinos/ q conspiram na noite dos generais: A poesia
marginal no Brasil por meio da antologia 26 poetas hoje (1976).
82
Orientador: Thais Leão Vieira
Resumo: Estabelecendo um diálogo com o movimento modernista de 1922, a
contracultura, a geração beat nos Estados Unidos, o movimento hippie e a tropicália, a
geração dos chamados poetas marginais no Brasil romperam com ideias cristalizadas de
poesia como sendo arte de elite e noções de artista como “iluminado” e “gênio”, partindo
de uma ruptura estética e editoração. O vocabulário chulo, composto de gírias,
abreviações, temáticas de sexo, palavrões e um coloquialismo, marcam uma chamada
poesia-diário, tendo como foco a temática do cotidiano e da informalidade, abusando da
ironia e do humor para se posicionarem política e culturalmente numa sociedade tomada
pelo autoritarismo e repressão no período da ditadura militar. O termo marginal para
designar esses poetas se dá por uma marginalidade ideológica da poesia, já que esta não
se enquadra nos padrões estéticos dos poemas, numa preocupação de rima, figuras de
linguagem e principalmente, de vocabulário. Além disso, não estavam inseridos no
mercado editorial e em sua grande maioria distribuíam/vendiam seus poemas
mimeografados em ônibus, cinemas, teatros e shows, dando nome à chamada geração do
mimeógrafo. Desta forma, os poemas eram encontrados em portas de banheiros públicos,
bares, pichados em muros e revistas undergrounds, aproximando a imagem do poeta ao
público e da poesia à fala. A preocupação social destes artistas não se davam apenas de
cunho político e contrário ao regime militar, mas a uma postura cultural, de
comportamento, numa liberdade de expressão sexual através dos poemas que partiam da
experiência do poeta, da individualidade lírica, para uma representação coletiva. O objeto
de análise, a obra 26 poetas hoje, é importante para destacarmos o quanto esta geração
de poetas que foram rejeitados pela tradição editorial, são selecionados numa antologia
publicada por uma editora, causando uma polêmica na ruptura de uma das características
desta geração, inserindo-os nas discussões da Academia e da crítica literária por meio da
legitimação editorial.
Autor(es): Danyele Nayara Santos Dias
Título: Literatura, História e Memória: As contribuições da literatura de Frei Betto para a
construção da memória dos frades dominicanos na ditadura do Brasil (1960-1980)
Orientador: Franscino Oliveira Silva
Resumo: Este trabalho objetiva apresentar o projeto de Iniciação Científica apoiado pela
FAPEMIG, intitulado: “A construção da memória da militância política de religiosos e a
Ditadura Militar na Literatura de Frei Betto (1960 – 1980)”. Por tanto, ao longo do texto, é
traçado os caminhos iniciais da referente pesquisa. Colocamos o objetivo geral que é
analisar a construção da memória dos dominicanos pertencentes à esquerda durante a
ditadura brasileira nas décadas de 1960 e 1980. Enfocamos que a pesquisa se insere no
âmbito da História Cultural e é de caráter interdisciplinar, pois enfoca a relação História e
Literatura. Discorremos sobre um aspecto relevante que é o estudo da memória. Ademais,
na iniciação científica, utilizaremos como fonte principal o livro Batismo de Sanguedo Frei
Betto, nas edições
Autor(es): Adeliana Alves Barros
Título: Loucura e Lucidez: a experiência de Lima Barreto com a loucura e as suas
contribuições à escrita da História
83
Orientador: Frederico De Castro Neves
Resumo: A pesquisa busca refletir, na perspectiva da História Social, a experiência de Lima
Barreto com a loucura, sujeito esse que retratou o seu tempo com profundo espírito
crítico, pondo o social sob juízo, avaliando as práticas de um sistema dominante que
controlava e que se colocava acima do indivíduo. Denunciando o abuso de poder e a
arbitrariedade da medicina higienista, e descrevendo o dia a dia do sujeito da doença
através dos relatos de sua própria experiência, Lima Barreto buscou organizar por meio de
sua escrita sua confusa e sofrida experiência no hospício. A partir de suas duas internações
no Hospício Nacional do Rio de Janeiro (D. Pedro II), a primeira de 18 de agosto a 13 de
outubro de 1914 e a segunda de 25 de dezembro 1919 a 02 de fevereiro de 1920,
pretende-se compreender as especificidades do seu olhar através de seus testemunhos
sobre a loucura expressos nas obras “Diário do hospício” (Autobiográfico/ 1920) e “O
cemitério dos vivos” (Romance/ 1921) e nos documentos produzidos pelo hospício, este
chamado pelo mesmo de “inferno social” e de “cemitério dos vivos”, tentando perceber o
quanto os escritos sobre sua experiência podem contribuir para a escrita da História sobre
a loucura.
Autor(es): Iara Ferreira dos Santos
Título: Lima Barreto e o problema do “bovarismo” no Brasil da Primeira República
Orientador: Denilson Botelho de Deus
Resumo: Esta comunicação tem por objetivo analisar um traço característico do Brasil da
Primeira República, denominado de “bovarismo”. Considerando que o escritor apresenta-
se como testemunho e participante da história daquele período, percebemos na sua
produção literária o diagnóstico de um dos problemas a serem enfrentados pela nação no
processo de consolidação do regime republicano recém implantado: “o poder que é dado
ao homem de se conceber outro que ele não é, e de encaminhar para esse outro todas as
energias de que é capaz”. Esta prática recorrente, que envolve aspectos éticos, foi
identificada por Lima Barreto nas leituras que fez da obra de Flaubert, notadamente do
romance Madame Bovary. O que pretendemos analisar, como desdobramento de
atividades de iniciação científica, é o país sob a ótica do “bovarismo”, tomando por base o
modo como o escritor carioca percebe esse problema na sociedade brasileira do início do
século XX. Desta forma, a literatura aqui é utilizada como um documento qualquer, diante
do qual o historiador deve empregar o repertório habitual de questões da história social.
Quem foi o autor? Em que condições sociais, políticas, econômicas e culturais tornou-se
possível forjar essa produção literária? Ao abordar o problema do “bovarismo” nacional,
pretendemos aquilatar não só o quanto a literatura reflete a sociedade em que está
inserida, mas também representa uma efetiva intervenção no contexto em que é
produzida. Portanto, nesse caso, além da produção artística, está em jogo a denúncia e o
desejo de transformação. Trata-se de desnudar as práticas típicas do “bovarismo” e
também de vencê-lo, superá-lo, banindo esse comportamento condenável daquela
realidade histórica específica, em defesa de uma sociedade mais justa, democrática e
igualitária. De certa forma, o bovarismo é uma recriação do “você sabe com quem está
falando?” esgrimido por aqueles que insistem em perpetuar a desigualdade.
84
Autor(es): Maday de Souza Morais, Thayná Cavalcanti Peixoto
Título: Cultura material escolar na Parahyba do Norte (1822-1889): circulação de livros,
compêndios e artefatos escolares
Orientador: Cláudia Engler Cury
Resumo: Essa comunicação intenta veicular alguns dos primeiros resultados obtidos na
primeira fase de pesquisa do projeto intitulado “Circulação de livros, compêndios e
artefatos escolares na Parahyba do Norte do Oitocentos”, que retrata parte do que
compreendemos por Cultura Material Escolar no espaço paraibano do dezenove.
Salientamos que dependendo do lócus (social, econômico, político e cultural), a cultura
material escolar vai se apresentar de uma maneira específica - no nosso caso, a província
paraibana. Considerando dessa forma, Castro (2011), afirma que dependendo do recorte
ambiental, a cultura material escolar se manifestará de uma forma peculiar. Chamamos
atenção igualmente para o processo de construção do “conceito” de cultura material
escolar (c.m.e.) , como também as suas conexões com outros conceitos primordiais, como
o de cultura material e o de cultura escolar. Além de um percurso bibliográfico com
intuitos comparativos, tivemos contato com a documentação oficial - coletada pelo Grupo
de Pesquisa História da Educação no Nordeste Oitocentista (GHENO) e os jornais
paraibanos do período imperial . Na documentação os primeiros registros encontrados
sobre artefatos datam da década de 1834. Inserimos assim, os anos iniciais do período
imperial na tentativa de apreender a inserção desta temática na instrução oitocentista.
SESSÃO 26 - HISTÓRIA E PODER I
Coordenação: Aliny Dayany Pereira de Medeiros e Renato Marinho Brandão Santos
Autor(es): Rafael Adão
Título: Os Discursos integralista e anticomunista em Mato Grosso nas décadas de 1930-
1940: uma análise do jornal A Cruz.
Orientador: Cândido Moreira Rodrigues
Resumo: Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar os resultados iniciais da
pesquisa de iniciação científica desenvolvido no curso de História da UFMT, campus de
Cuiabá. Tal pesquisa toma como corpus documental de análise o Jornal A CRUZ (Órgão da
Liga do Bom Jesus - Instrumento de Imprensa da Igreja Católica no Estado de Mato
Grosso). O objeto do estudo centra-se nos discursos produzidos pelo Jornal A Cruz (por
meio de editoriais ou matérias assinadas) e também nas análises de artigos reproduzidos
da grande imprensa, especialmente do eixo Rio-Minas-São Paulo, a respeito do
Integralismo e do Anticomunismo. Como recorte temporal para o estudo tem-se o período
de 1930 a 1940, do governo Vargas, com intuito de compreender as características deste
discurso, seu contexto nacional e internacional, e ainda analisar o alcance social destas
publicações na sociedade mato-grossense. A investigação está inserida em um contexto
histórico do entre guerras, com a ascensão de regimes totalitários na Europa e maior
repercussão do comunismo e do fascismo também no Brasil. A escolha da fonte ocorreu
em virtude desta apresentar de forma expressiva ideias integralistas e anticomunistas,
dentro do período estudado.
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Autor(es): Daniela Araújo Leirias
Título: A análise da formulação do discurso anticomunista no Rio Grande do Norte após o
Levante Comunista de 1935 por meio dos jornais A Ordem e a República.
Orientador: Renato Amado Peixoto
Resumo: Este trabalho visa analisar o discurso anticomunista após o Levante Comunista de
1935 procurando compreender esse discurso por meio do exame das imagens e elementos
recolhidos na leitura dos dois periódicos de maior circulação no Rio Grande do Norte, os
jornais A Ordem, porta-voz da Diocese de Natal e A República órgão oficial do estado
norte-rio-grandense. Sendo o meu objetivo compreender e analisar a construção do
discurso anticomunista na imprensa local, entendemos que nesse exame demonstra a
existência de diferentes construções desse discurso, a do pensamento católico e a das
oligarquias liberais.
Autor(es): Edmilson Bezerra Da Silva
Título: A Igreja Católica e a campanha anticomunista em 1945 no Rio Grande do Norte
Orientador: Jailma Maria de Lima
Resumo: A partir de 1945, o Brasil passa a viver uma nova experiência democrática, com a
formação de partidos políticos nacionais e com a convocação de eleições para a
Presidência da República. Naquele ano, as movimentações políticas nos estados foram
intensas. No caso do Rio Grande do Norte, uma intensa campanha anticomunista foi
desencadeada pela Igreja Católica, especialmente em Natal, que havia sido palco da
Insurreição Comunista de 1935. Nesse sentido, esta comunicação tem como objetivo a
campanha anticomunista desencadeada pelo jornal A Ordem, durante o ano de 1945, no
Rio Grande do Norte. Analisaremos como se deu a movimentação da Igreja Católica no
Estado potiguar e o seu envolvimento na campanha realizada contra o Partido Comunista
do Brasil, considerado um grande inimigo da Igreja. Evidenciaremos que mesmo com a
forte campanha os comunistas se organizaram e se movimentaram conquistando votos,
suficientes para que o candidato à Presidência da República pelo PCB fosse o mais votado
em Natal.
Autor(es): Wilson Pinheiro Araujo Neto
Título: A estrutura militar na ditadura e suas influências no Maranhão
Orientador: Monica Piccolo Almeida
Resumo: Tomando como estrutura básica a teoria Gramsciana, este artigo tem como
principal objetivo fazer uma análise da estrutura dos militares montada na Ditadura civil
militar, antes e posterior ao golpe, tanto no contexto sócio-político, quanto no cultural, a
partir de clássicos da historiografia que fazem referências à participação dos militares no
Brasil. Desta forma, utilizaremos uma fonte primária encontrada no Arquivo Público do
Estado do Maranhão referente ao caso mãos amarradas, ocorrido no outro canto do país,
a fim de reforçar os argumentos indicados pela historiografia de que fora montada uma
grande estrutura de repressão contra aqueles considerados subversivos pelos militares
cujas influências perpassam o sul e o sudeste, chegando ao Maranhão.
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Autor(es): Manoel Afonso Ferreira Cunha
Título: Os arquivos da repressão no Maranhão: O DOPS e a vigilância direcionada ao
Comitê Maranhense de Solidariedade ao Povo de El Salvador
Orientador: Monica Piccolo Almeida
Resumo: Este artigo objetiva a discussão em torno da vigilância direcionada pela sessão
estadual da Delegacia de Ordem Política e Social aos membros da diretoria do “Comitê
Maranhense de Solidariedade ao povo de El Salvador”, tendo por base os documentos
produzidos e/ou arquivados pelo DOPS/MA, e que atualmente se encontram
disponibilizados para pesquisa no Arquivo Público do Estado do Maranhão (APEM). Nesta
análise, busca-se avaliar, ao mesmo tempo, a repressão e a resistência presentes na figura
do comitê de apoio ao povo salvadorenho existente no estado do Maranhão no início da
década de 1980. Para isso, é de suma importância atentar para as principais correntes da
historiografia sobre o golpe militar, além de destacarmos o papel da doutrina de
segurança nacional e da funcionalidade dos arquivos para o estudo da História
Contemporânea Brasileira.
Autor(es): Dmitri da Silva Bichara Sobreira
Título: Golpe civil-militar e atuação parlamentar na Paraíba
Orientador: Paulo Giovani Antonino Nunes
Resumo: Nos momentos que antecederam o golpe civil-militar no Brasil, em 1964, o
Estado da Paraíba vivia um momento de grande efervescência política e social; com um
governo que apesar de aliado das forças conservadoras do estado tinha práticas próximas
do ideário trabalhista, desenvolvido em nível nacional pelo governo de João Goulart, com
vários setores da sociedade civil bastantes mobilizados, e principalmente com um
movimento camponês, expresso através das Ligas Camponesas, com capacidade de
mobilização e de confronto com os grandes proprietários rurais. Este trabalho aborda os
partidos políticos, em especial como se comportaram os parlamentares paraibanos nas
esferas municipal, estadual e federal. Os partidos que apoiaram o golpe, as primeiras
cassações de mandatos, a repressão aos partidos alinhados ao presidente João Goulart até
o Ato Institucional número cinco, passando pela instituição do bipartidarismo em 1966,
como se comportou cada coligação partidária ou indivíduo específico serão retratados
neste trabalho.
Autor(es): Cristiane Pereira Martins
Título: O debate da esquerda engajada x “alienados” na década de 1970 no Brasil
Orientador: Thais Leão Vieira
Resumo: Em setembro de 1978 a expressão Patrulhas Ideológicas enunciada pelo cineasta
Carlos Diegues em resposta às críticas direcionadas ao filme Xica da Silva em 1976 ganha
destaque nos meios de comunicação quando a entrevista ao Jornal Folha de S. Paulo é
reeditada no Jornal do Brasil. Caetano Veloso um dos "patrulhados" provocava a opinião
pública tida como mais engajada quando lançara em 1977 o disco O Bicho cantando em
plena ditadura civil-militar a canção Odara: “deixa eu cantar/pro meu corpo ficar
odara/minha cuca ficar odara/deixa eu cantar/ que é pro mundo fica odara/ pra ficar todo
mundo jóia rara”. Recebeu contundentes vaias em seus espetáculos dos jovens
universitários de esquerda que o julgaram “hippie” e alienado, por não se enquadrar nas
87
perspectivas do fazer artístico da esquerda tida como engajada. A partir dessa nova
proposta artística iniciou-se o debate entre as Patrulhas Ideológicas (esquerda partidária)
e Patrulhas Odaras (transgressão via comportamento). A pesquisa tem como objetivo
estabelecer um diálogo acerca das patrulhas “Ideológicas e Odaras”, termos surgidos num
dado momento em que alguns artistas acreditavam no compromisso da arte. Nesse
contexto, a busca por autonomia artística soava como alienação e visto como uma atitude
descompromissada com a realidade social do país.
Autor(es): Marcos Manoel Silva Severiano
Título: Escrevendo história, produzindo sentidos: a obra de Elio Gaspari e a história
midiatizada
Orientador: Sônia Meneses
Resumo: Enquanto os historiadores se debatiam, durante o século XX, em arquivos para
consolidar suas pesquisas sobre o passado e elaboravam novas teorias para seus pares, os
jornalistas estruturavam formas de se produzir informação e conhecimento a partir das
esferas do tempo presente, conquistando espaços e expectadores, dos mais diversos
espaços, para suas produções. Produções estas que adentraram os embates da memória
com um forte potencial, construindo e destruindo versões de passado, moldando as
interpretações para seus objetivos e o de seus financiadores, como é o caso da Folha de
São Paulo em relação à Ditadura Militar brasileira. Em uma matéria de 22 de novembro de
2002, intitulada ‘Relato vivo reconstrói inicio da ditadura’, o jornalista Kenneth Maxwell
apresenta a obra de Gaspari aos leitores da Folha de São Paulo, como uma “Magnum
opus”, uma grande obra, “um livro que todos os brasileiros deveriam ler se quiserem
compreender um dos regimes que teve vida mais longa no século 20.” (MAXWELL, 2002,
E5) Desta forma, estes novos escritos carecem de estudos e análises de uma perspectiva
historiográfica, tentando perceber os processos de construção destas narrativas, seus
percursos e influências na construção de sentidos sobre a realidade. Estas produções
jornalísticas passam então a fazer uso das mais variadas fontes proporcionadas pelo
desenvolvimento tecnológico, frente à apatia da classe de historiadores com receio de
uma história do seu próprio tempo e das novas possibilidades desencadeadas pelas
tecnologias da informação para a construção de saber. As dimensões políticas da
historiografia ainda perpassam pensamentos que julgam fontes e suas relevâncias para a
construção do conhecimento científico. A obra de Gaspari quebra o protocolo dos
historiadores e toma como fontes uma variedade quase infinita de tipologias e
documentos, que perpassa os jornais, telegramas, fotografias, gravações de conversas e
escutas telefônicas dentre outras. (GASPARI, 2002) Apesar da magnitude atribuída pelo
jornalista Maxwell (2002) a obra de Elio Gaspari carece analisar a forma como o seu texto
é construído e como as fontes aparecem no mesmo, pois para o historiador as fontes tem
um papel decisivo na construção narrativa, que está para além da ilustração dos
acontecimentos, aproximando-se mais da problematização das mesmas para a análise dos
acontecimentos. Pois “uma história contada é mais do que uma enumeração ou uma
sucessão de eventos.” (FERREIRA, 1999, p.88). Essa pesquisa que se encontra ainda em
fase de desenvolvimento e pretende realizar uma reflexão sobre essa produção
historiográfica advinda do campo jornalístico.
88
SESSÃO 27 - HISTÓRIA E PODER II
Coordenação: Ana Cristina Pereira Lima e Felipe Tavares de Araújo
Autor(es): Rafael de Oliveira Costa
Título: Crises da Primeira República em Mato Grosso
Orientador: Domingos Sávio da Cunha Garcia
Resumo: Neste artigo abordarei a temática do desenvolvimento institucional de Mato
Grosso, dando enfoque ao poder executivo durante a Primeira República, com recorte
datado, de 1889 a 1909, vamos abordar as constantes mudanças ocorridas no governo do
estado durante esse período, e tentar identificar a origem das mudanças daqueles que
governaram o estado.
Palavras Chave: Mato Grosso, Crise Institucional, Primeira República.
Autor(es): Paulo Vitor Sauerbronn Airaghi
Título: O populismo entra cena no Rio Grande do Norte: a cultura política em torno de Dix-
Sept Rosado Maia (1947-1951)
Orientador: Raimundo Nonato Araújo da Rocha
Resumo: O mossoroense Jerônimo Dix-Sept Rosado Maia é uma das figuras mais
emblemáticas da história do Rio grande do Norte, em razão de sua carreira política curta e
triunfal. Empresário do sal e do gesso na região oeste do estado, Dix-Sept ingressou na
vida política, em 1947, na condição de prefeito eleito da cidade de Mossoró. Em 1949,
rompeu com a UDN (União Democrática Nacional) e se tornou candidatou vitorioso ao
governo do estado pelo PR (Partido Republicano), com o apoio de diferentes setores
políticos da sociedade. Em 1951 chegou à chefia do executivo potiguar, mas com poucos
meses de governo faleceu em trágico acidente aéreo. A campanha para o governo e os
meses em que esteve à frente do executivo estadual se caracterizaram por um novo estilo
de fazer política. As novidades de Dix-Sept estavam presentes em, pelo menos, quatro
elementos: o contato direto com o povo, que atraia grandes concentrações populares em
torno do seu nome; o forte uso de uma propaganda personalista, que distribuía panfletos
e realizava grandes comícios; uma imagem jovial, que demonstraria o vigor físico, a
disposição para realizar obras e renovar a política; e, finalmente, a preocupação com a
utilização de uma linguagem compreendida facilmente pela população. Partindo desse
conjunto de considerações, este trabalho objetiva discutir as trocas culturais existentes
entre Dix-Sept, os dirigentes políticos locais e as classes populares. A meta é identificar os
interesses diversos que se moveram e possibilitaram a ascensão ao poder de Dix-Sept
Rosado. O trabalho parte da hipótese de que características populistas foram adotadas
pelo político mossoroense para garantir sua ascensão ao poder. Do ponto de vista teórico
o trabalho se concentra nos conceitos de populismo e de cultura política. No que se refere
às fontes, o estudo se utilizou de reportagens e artigos publicados no Jornal de Natal e A
República; em depoimentos escritos por contemporâneos de Dix-Sept Rosado no calor dos
acontecimentos e em cartas escritas, na década de 2000, por pessoas que convieram com
o ex-governador e foram motivadas a rememorar os acontecimentos vivenciados na
transição da década de 1940 para a década de 1950.
89
Autor(es): Adalberto Marinho da Silva Júnior,João Maria Fernandes de Lima
Título: O pensamento católico e o movimento de Natal – uma desconstrução
Historiográfica
Orientador: Renato Amado Peixoto
Resumo: Para se compreender o que veria a ser denominado como ‘Movimento de Natal’
é necessário levar em conta toda a série de iniciativas e práticas que desde a década de 40
da Diocese de Natal que entendemos fazer parte do conjunto das estratégias políticas e
sociais desenvolvidas pela Igreja Católica por intermédio da Ação Católica desde a década
1930. Nesse sentido, a data atribuída ao surgimento do Movimento pela própria Igreja,
1948, é de caráter simbólico tendo em vista que as ações desenvolvidas pela Igreja são
anteriores a data estabelecida como marco de criação do dito Movimento. Entendemos
ainda que algumas dessas práticas da Igreja Norte-riograndense vieram a ter dimensão
nacional especialmente a partir do primeiro Encontro Regional da CNBB, fator que
impulsionaria a construção historiográfica do Movimento de Natal, efetuada na década de
1960 por Alceu Ferrari e depois disseminada a partir da obra de Cândido Procópio
Camargo.
Autor(es): Marcos Paulo Teixeira
Título: Igreja Católica e a Ditadura Civil-Militar Brasileira: “subversão” de clérigos aos olhos
da Lei de Segurança Nacional no Maranhão
Orientador: Monica Piccolo Almeida
Resumo: A conjuntura da vida política brasileira no ano de 1964 representou um dos
momentos mais intensos de nossa historia republicana. Os vários atores inseridos no
contexto do Golpe Civil-Militar presenciaram a ruptura da democracia e a imposição de
um Regime Ditatorial. Iniciado com a deposição do então presidente João Goulart, o
regime democrático só seria reinstalado em 1985 através de uma eleição indireta que
elegeu um presidente civil depois de longos e tenebrosos 21 anos de Regime que marcaria
profundamente a sociedade brasileira. Os principais Autor(es) enfatizam o quanto o
período do governo João Goulart foi intenso, em termos políticos; segundo o autor Daniel
Aarão Reis Filho , com a renúncia do então presidente Janio Quadros 1961, a posse do vice
João Goulart foi vista com maus olhos pela elite conservadora brasileira, impedindo a
posse do mesmo através principalmente da ação dos ministros militares. Para garantir a
posse de Jango, em meio a muita pressão, principalmente de Leonel Brizola, então
governador do estado do Rio Grande Do Sul, foi acertada uma solução de compromisso,
assim sendo aprovada a emenda constitucional para a solução do impasse, instaurar-se-ia
o regime Parlamentarista no Brasil para que o então vice-presidente João Goulart, eleito
nas urnas, pudesse enfim assumir a presidência, este assumiria com poderes reduzidos,
tendo como Primeiro Ministro Tancredo Neves.
Autor(es): Rhaissa Marques Botelho Lobo
Título: O Marxismo em Frei Betto
Orientador: Cândido Moreira Rodrigues
Resumo: RESUMO: Esta Comunicação objetiva apresentar a pesquisa que já venho
desenvolvendo sobre o movimento “Teologia da Libertação” que nasceu na América Latina
nos anos de 1960 e que tem como principais características a luta contra as injustiças
90
sociais com inspiração marxista. O movimento passa por inúmeras transformações devido
à conjuntura histórica que propiciou o seu nascimento e fortalecimento no período de luta
contra as ditaduras militares que varriam o continente latino-americano, e seu declínio no
período pós- socialismo real, onde todos os movimentos de inspiração marxista foram
afetados, fatos já percebidos no estudo do intelectual Leonardo Boff através de suas obras
selecionadas e analisadas em meu estudo anterior ; agora a mesma linha será utilizada no
estudo de outro intelectual da Teologia da Libertação no Brasil e na América Latina, Frei
Betto. Frade Dominicano que auxilio diversos movimentos que participaram da luta
armada dos quais mais destacam a ALN (Ação Libertadora Nacional).
Autor(es): Mariana da Sulidade
Título: O Partido dos Trabalhadores nas duas margens do rio: Plano de Governo de 1989 e
Carta ao Povo Brasileiro
Orientador: Monica Piccolo Almeida
Resumo: O Partido dos Trabalhadores fundado em 1980 representa a maior unidade
partidária que em pleno a Ditadura Civil Militar foi peça fundamental no processo de
formação da nova esquerda nacional. O presente trabalho propõe-se uma discussão
comparativa a respeito de dois documentos elaborados pelo Partido dos Trabalhadores
em período distintos de sua maturação. O primeiro corresponde às bases de Governo de
1989 e o segundo, à Carta aos Brasileiros, documento redigido antes das eleições que
viabilizou a chegada do PT ao governo nas disputas presidências de 2002.
Autor(es): Aimee Aguiar Bezerra
Título: O PT e o caminho para o poder: a opção pela socialdemocracia
Orientador: Monica Piccolo Almeida
Resumo: Em países em desenvolvimento, como o Brasil, em momentos de bastante
conflito e enfrentamento do sistema, quem compõe a elite e contribui cada vez mais para
o crescimento capitalista, a despeito das desigualdades sociais, se constitui politicamente
como a direita. Quem está ao lado das classes pobres, daqueles que não tem acesso aos
seus direitos e luta por uma sociedade mais justa e igualitária, se articula e se organiza
como a esquerda. Porém, a partir da década de 1980, com maior expressão de
organizações de esquerda e sobretudo da fundação do Partido dos Trabalhadores, a
sociedade assistiu a uma complexificação gradual dessas esferas políticas. O PT se
configurou em vinte anos como o maior partido de esquerda brasileiro e como a
esperança da classe trabalhadora em fazer “a” ou “as” revoluções. Todavia, o quadro em
que o PT se encontrava internamente era extremamente diverso e indefinido. À medida
que se desenvolvia, o PT selava a sua ligação com a classe trabalhadora, mas à proporção
que se aproximava do poder as alianças políticas e as mudanças de plano que o partido
efetivou, deixaram em dúvida seus seguidores. Como explicar as ambiguidades petistas?
Como entender o PT que chega ao poder? Antes de qualquer julgamento é necessária à
compreensão de sua trajetória histórica e do caminho que o partido escolheu trilhar rumo
ao governo.
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Autor(es): Werbeth Serejo Belo
Título: Por Uma abertura da economia através das privatizações: a inserção de capital
estrangeiro no Brasil no primeiro governo Fernando Henrique Cardoso (1995-1998)
Orientador: Monica Piccolo Almeida
Resumo: O neoliberalismo tem como base de sustentação a concepção de Estado baseado
no Welfare State e tem continuidade com as medidas elaboradas em 1973 por intelectuais
na Sociedade de Mont Pelerin como solução a então crise mundial do capitalismo,
medidas essas que podem ser consideradas parte de uma agenda neoliberal que pode ser
adaptada de acordo com o país que for utilizada, ou seja, de acordo com as diversas
conjunturas e possibilidades da economia local.
Dentro dessa lista de medidas três são fundamentais para o estudo aqui proposto:
programa de privatizações , redução dos gastos públicos e o fim do controle sobre os
fluxos financeiros, que serão mais a frente esclarecidas.
SESSÃO 28 - HISTÓRIA E RELAÇÕES DE GÊNERO
Coordenação: Genilson de Azevedo Farias
Autor(es): Paulo Roberto Matos
Título: Virgindade, uma questão de honra: sexualidade feminina na São Luís republicana
(1880-1920)
Orientador: Elizabeth Sousa Abrantes
Resumo: A presente pesquisa aborda os padrões de comportamento feminino
relacionados à questão da virgindade da mulher como critério de honra e preservação da
vida social, vigente na São Luís Republicana no fim do século XIX e início do século XX. Com
a virada do século, São Luís, a capital do Maranhão, vivenciou mudanças significativas no
que concerne às transformações políticas e econômicas. Dessa maneira, com o surgimento
das novas oportunidades sociais adquiridas para as mulheres (especialmente as
educacionais), possibilitou um controle mais rígido da honra feminina pela sociedade
patriarcal a partir dos discursos moralistas e com novas nuances amparadas no discurso
médico. Esta pesquisa investiga como esses discursos sobre a virgindade eram aplicados às
mulheres e como serviam para moldar os comportamentos sociais e o modelo de família
burguesa em voga.
Autor(es): Erika de Vasconcelos Barros
Título: As mulheres da elite sobralense e o jornal a Lucta (1914 – 1924).
Orientador: Igor Alves Moreira
Resumo: Este artigo abordará o cotidiano e as práticas femininas da elite sobralense nos
anos de 1914 á 1924 buscando analisar como essas mulheres eram vistas dentro da
sociedade, abordando também sua transição do confinamento doméstico para a vida
pública, pois nesse período a cidade começava a vivenciar seu processo de urbanização, ou
seja, a cidade começava a se modernizar. Esse processo de transformação causou
mudanças na vida das mulheres que moravam na cidade. Além disso, a igreja tentava
controlar e interferi naa vida dessas mulheres. Utilizarei como fonte o jornal a Lucta do
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democrata Deolindo Barreto que manifestava suas ideias diante da defesa da
modernidade, mas que em determinados momentos acabava por defender práticas
conservadoras principalmente no que diz respeito à questão do comportamento feminino.
Autor(es): José Elias Mendes Neto, Ana Luiza Honma
Título: O impresso como instrumento de educação feminina: uma análise do Correio da
Manhã (1901-1974)
Orientador: Raquel Discini De Campos
Resumo: O Correio da Manhã, veículo capital para a compreensão da história da imprensa
brasileira ao longo do século XX, é fonte de investigação do projeto de iniciação científica
“A educação do corpo feminino no Correio da Manhã: beleza, cultura física e
envelhecimento”, desenvolvido com o apoio do CNPQ e da FAPEMIG junto à Universidade
Federal de Uberlândia, MG. Dados da Hemeroteca Digital Brasileira mostram que no ano
de 1906, o Correio da Manhã se tornou o primeiro periódico brasileiro a apresentar um
caderno especial aos domingos. Em 1929, novas rotativas foram instaladas nas oficinas do
jornal, que em 1933 possibilitaram algumas inovações editoriais, dentre elas, a criação de
seções infantis, de rádio, de agricultura e, principalmente, de “assuntos femininos”. As
seções femininas do suplemento dominical do Correio da Manhã durante o período em
que ele esteve em circulação convertem-se na fonte primária de investigação para o
projeto. A partir da hipótese de que a imprensa possui inegável papel educativo, o projeto
visa analisar como esse jornal colaborou para a construção e padronização de
determinadas representações sobre o corpo feminino. A metodologia aplicada decorre dos
estudos empreendidos pelos campos da História Social da Imprensa e História da
Educação embasando a avaliação de artigos, publicidades, reportagens e outros conteúdos
veiculados no suplemento dominical do jornal. Busca-se identificar um discurso de
normatização e persuasão das leitoras, difundido na maioria das vezes de forma velada e
sutil.
Autor(es): Elson da Silva Pereira Brasil
Título: Polindo espíritos formando professoras: a feminização do magitério em Campina
Grande PB (1928-1932)
Orientador: Regina Coelli Gomes Nascimento
Resumo: O presente trabalho é uma Ramificação da pesquisa “Cenas de (des) ordem
práticas e saberes disciplinares em Campina Grande-PB, 1900-1940”, desenvolvida no
âmbito das atividades de PET História UFCG desde 2011, e se pretende como parte da
monografia do autor. Neste, almejamos analisar a emergência de discursos que levaram a
criação de uma Escola para formação de professoras na categoria magistério, conhecida
como Escola Normal, na cidade de Campina Grande-PB entre os anos 1928-1929,
estenderemos nosso recorte temporal até 1932, quando a primeira turma de normalistas
conclui curso, dando ênfase aos discursos de tentavam “polir o espírito” das normalistas,
buscando assim normatizar um magistério tipicamente feminino associado a maternidade.
Metodologicamente analisaremos os discursos produzidos pela imprensa escrita da época.
A revista Evolução e o jornal Comércio de Campina são dois periódicos produzidos nesse
momento e que nos permitem conhecer esses discursos sobre o IP. Para pensar a
historiografia sobre Campina Grande nesse momento utilizamos historiadores como
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Oliveira (2009) para pensar a atuação do discurso médico-higienista pelas escolas, e
educadores, em Campina Grande durante os anos de 1920-1930. Autor(es) como Almeida
(1998) e Nascimento (2005) auxiliam a compreender como os códigos da modernidade
iam chegando à cidade nesse momento e iam adentrando as mais variadas instituições
assim como o cotidiano das pessoas. O método de análise do discurso parte do pensado
por Foucault (1970), do mesmo autor ainda nos apropriaremos de conceitos com disciplina
e normatização, para alcançarmos os objetivos propostos. Trarei o conceito de
Feminização do magistério de Chamom (2005) Para pensar a experiência com o magistério
em Campina Grande-PB.
Autor(es): Ewennye Rhoze Augusto Lima
Título: A Mulher P’ra Você: um universo feminino em Recife na década de 1930.
Orientador: Severino Cabral Filho
Resumo: O pressente trabalho busca a construção da figura feminina no periódico de
circulação semanal P’ra Você, da cidade de Recife na década de 1930. Com colunas sociais
repletas de imagens, propagandas de produtos modernos e principalmente matérias sobre
a indumentária feminina, a Revista mostra-se como um salto da mulher ao chamado
moderno, onde podemos observar descontinuidades e permanências nas relações sociais.
É nesse fluxo continuo que buscaremos um universo feminino de feições modernas
construído pela revista.
Palavras-Chave: Revista P’ra Você, modernidade e mulher.
Autor(es): Izabelle Lúcia De Oliveira Barbosa
Título: Debates E Embates O divórcio nas revistas recifenses em fins do século XX
Orientador: Alcileide Cabral Do Nascimento
Resumo: Durante tempos, a sociedade relegou às mulheres os espaços privados. Elas
destrancaram silenciosamente as portas fechadas do lar e adentraram nos poucos espaços
de concessão. Formaram-se em escolas normais, estudaram fora do país e pleitearam
cargos públicos. Em fins da década de 20 do século XX, se deparam com oposições
políticas fortes, praticamente irreversíveis. A possibilidade de liberdade fazia com que a
sociedade republicana e modernizadora temesse a quebra da estrutura familiar. O
presente artigo emerge com o objetivo de realizar um panorama acerca do Código de
1916, que inseriu o desquite e afirmou a incapacidade da mulher da casada, além de
problematizar os debates a cerca do divórcio. Analisamos, assim, as questões a cerca do
Direito Civil através de textos publicados na Revista Pilhéria (1926-1930) e Revista da
Cidade (1926-1929). Utilizamos essa documentação, pois, as revistas interligavam o espaço
público com o privado. Nela, as mulheres liam, enviavam perguntas, escreviam matérias
ou poemas, e participavam de enquetes. Muitas vezes utilizavam pseudônimos, mas não
deixavam de marcar presença nesses espaços. O Código de 1916 tornou o casamento um
contrato social, em que somente o homem poderia romper. Diversos estereótipos foram
empregados à mulher desquitada, e uma reestruturação imperou na organização familiar
tentando coibir os desquites e afastar a possibilidade da inserção do divórcio no Direito
Civil. Apesar dos intensos debates em relação ao divórcio, poucas mulheres questionaram
e lutaram pela inserção do mesmo no Direito Civil. A garantia do Divórcio foi instituída no
ano de 1977, apesar do avanço, por vezes as mulheres são induzidas pelas famílias e
94
sociedade a permanecer no casamento infeliz, seja por uma questão financeira ou social.
Entender a trajetória da formulação e implementação do código de 1916, suas atribuições
e consequências se faz primordial, para mudar essas amarras históricas.
Autor(es): Janaína dos Santos Maia
Título: “Eu achei que quando eu casasse, eu podia ser mais livre” memórias e
representações sobre o casamento em uma cidade do interior baiano nas décadas de 1980
e 1990
Orientador: Regina Coelli Gomes Nascimento
Resumo: Neste artigo analisaremos as concepções a respeito da instituição social do
casamento tidas por mulheres, que nas décadas de 1980 e 1990 residiam em uma cidade
do interior baiano, chamada João Dourado. Através dos relatos orais e dos arquivos
pessoais cedidos por essas mulheres, buscaremos compreender as memórias e as
representações que estas tinham sobre o matrimônio no período em que tinham atingido
a juventude, e entender de quais maneiras o espaço por elas vivido exercia influências
sobre as suas concepções, tomando como base as experiências que estas viveram no
período estudado. Para isso, as leituras dos conceitos de cultura presente em Roger
Chartier (1999) e de espaço e lugar em Michel de Certeau (2008), combinada com a
discussão sobre memória feita por Lucilia Delgado (2010), serão considerados como uma
ação importante para a concretização deste estudo.
Autor(es): Rayssa Andrade Carvalho
Título: “Moren@, não. eu sou Negr@!”: ações políticas de mulheres negras na Paraíba
contemporânea na afirmação e construção de identidade negra (2001-2012)
Orientador: Solange Pereira da Rocha
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo analisar a campanha “Moren @, não. Eu
sou Negr@!” idealizada, produzida e lançada pela Bamidelê – Organização de Mulheres
Negras na Paraíba, no ano de 2009, com a finalidade de contribuir com a construção e a
afirmação da Identidade Negra no estado. Neste sentido, faremos um panorama da
trajetória do Movimento de Mulheres Negras no Brasil, a partir dos estudos de
pesquisadores/as como Roland (2000), Carneiro (2003), Moreira (2011), Ribeiro (2004),
entre outros autores/as que tratam do tema, além disso, exporemos o surgimento do
Feminismo Negro no Brasil, destacando a vertente teórica estadunidense do ponto de
vista feminista. No que diz respeito ao embasamento teórico, este trabalho se utiliza das
reflexões da História Social em interface com a História Cultura, como campos teórico-
metodológicos que possibilitaram a inserção de novas temáticas e sujeitos, ampliando o
saber histórico. Assim como, traçaremos algumas reflexões sobre o campo da História do
Tempo Presente no qual está inserida nossa pesquisa. Nesta perspectiva, usaremos
também o conceito de Gênero, em articulação como os conceitos de raça e classe, tendo
como fontes documentais (relatórios, diversos materiais de divulgação da Bamidelê –
OMN/PB) e materiais da mídia (artigos de jornais e reportagens em jornais). Assim,
procuraremos analisar o processo de criação, divulgação da campanha de identidade
racial, assim como a sua repercussão na sociedade contemporânea, de modo a evidenciar
ações políticas de uma organização feminista negra no combate ao racismo presente na
sociedade brasileira e na construção e na afirmação da Identidade Negra.
95
SESSÃO 29 - HISTÓRIA POR MEIO DA IMPRENSA
Coordenação: Mariana Couto Gonçalves e Melissa Xavier Gouvêa
Autor(es): Micarla Natana Lopes Rebouças, Francisca Kalidiany de Abrantes Lima
Título: Em nome da boa imprensa: o jornal A Ordem e o anticomunismo no Rio Grande do
Norte (1935-1937)
Orientador: Marcílio Lima Falcão
Resumo: Resumo
À luz do jornal católico A Ordem, o presente artigo visa compreender a construção do
discurso anticomunista no Rio Grande do Norte entre os anos de 1935 a 1937. Procurou-se
perceber através das matérias/artigos do periódico católico, o modo como a Igreja, a partir
do final do século XIX, posicionou-se em relação às condições de vida produzida no seio da
sociedade capitalista, bem como, diante dos ideais comunistas expressos pelo marxismo,
cuja aplicabilidade efetiva-se na segunda década do século XX com a experiência
bolchevique na Rússia. É por essa trilha que ao olhar a produção do discurso sobre os
ideais comunistas no Brasil, especialmente no Rio Grande do Norte durante a década de
30, que esta proposta se debruçará sobre as estratégias utilizadas por intelectuais e
letrados católicos na confecção do anticomunismo no estado, cujas formas são moldadas,
em grande medida, a partir dos acontecimentos de novembro de 1935. Dentro desse
quadro, buscou-se compreender o modo como é vislumbrada a configuração da ação
orquestrada pelo episcopado, percebendo no bojo da construção do discurso
anticomunista católico o esforço da Igreja em afirmar seus princípios morais procurando
impor, sobretudo no contexto do discurso anticomunista, uma diretriz doutrinal de
disciplinamento, de maneira que se possibilite a análise das facetas assumidas pelo
pensamento católico e o seu entrelaçamento com os anseios do episcopado potiguar
durante a década de 1930.
Autor(es): Thiago Braga Teles Da Rocha
Título: Discursos da “boa imprensa sobralense”
Orientador: Francisco Dênis Melo
Resumo: Este trabalho, base das discussões da monografia de conclusão de curso, tem
como objetivo fazer algumas discussões acerca das possibilidades como fonte histórica do
jornal católico sobralense “Correio da Semana”, entre os anos de 1941 e 1943, através das
seleções, dos recortes, das campanhas, dos embates, enfim, dos discursos contidos em tal
hebdomadário, que servia as intencionalidades da Igreja Católica em Sobral,
principalmente a Dom José Tupinambá da Frota, primeiro bispo dessa cidade.
Pretendemos também entender o jornal, em suas especificidades como fonte, como um
dos principais disseminadores do conceito de “Sobralidade”, que está relacionada à
valorização discursiva de Sobral. O Jornal “Correio da Semana”, fundado em 31 de março
de 1918, foi o principal veículo de publicação da ideologia católica durante o a implantação
do processo de romanização em Sobral, processo esse que está relacionado à aproximação
da Igreja Católica no Brasil com os ideais do Vaticano após o fim do padroado (1890). O
Jornal servia então como uma das principais ferramentas de afirmação institucional e
ideológica para a Diocese de Sobral. Dessa forma, combatia com afinco tendências
ideológicas laicas, como o liberalismo e o comunismo, ou mesmo associações que
96
tivessem desempenhando atividades similares, como a caridade, as da Igreja, por
exemplo, o Rotary Club. Discutimos ainda como o jornal busca apoiar o processo de
intervenção urbana na cidade, baseado em um discurso pretensamente verdadeiro, que
trata Sobral como “modelo”, aproximando-a assim do conceito de “Sobralização”, ou
“Sobralidade” discutidos por nós junto a Autor(es) como, por exemplo, Parsifal Barroso.
Mas a principal questão de nosso trabalho são as possibilidades que a fonte jornalística
oferece para a escrita da história. A partir de Autor(es) como Marc Bloch, Michel de
Certeau, Tania Regina de Lucca e José D’Assunção Barros, tentamos analisar os problemas
e as possibilidades que envolvem nossa pesquisa, possibilitando assim uma escrita guiada
por um método de análise crítico das fontes. Apesar de por muito tempo os jornais e
periódicos serem desconsiderados ou deixados de lado na utilização da pesquisa
historiográfica por conta das intencionalidades dos Autor(es), as novas tendências
historiográficas acabam por revisitá-los, não mais preocupados com um ideal de
neutralidade ou de fidedignidade, mas sim em interpretar as intencionalidades e os
discursos proferidos pelos homens no passado. É através dessas perspectivas que
encontramos possibilidades para escrever história, baseados nos discursos contidos no
“Correio da Semana” entre os anos de 1941 e 1943, pois esse hebdomadário tem muito a
nos dizer sobre os homens do passado, se for trabalhador como um “material refinado”.
Autor(es): Marlíbia Raquel de Oliveira
Título: Rastreando Os Pracinhas Sergipanos
Orientador: Dilton Candido Santos Maynard
Resumo: Em agosto de 1942 durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), navios
nacionais foram torpedeados na costa entre Bahia e Sergipe por uma embarcação nazista,
o submarino U-507. Para a historiografia brasileira, o acontecimento representa o estopim
que culminou com a declaração de guerra do Brasil contra o Eixo. Naquele momento, o
país já demonstrava certa inclinação em adentrar na guerra ao lado dos Aliados. Protegido
por um discurso nacionalista, visando angariar interesses políticos e econômicos apoiando
os Estados Unidos, o governo brasileiro após esse fatídico episódio decidiu enviar não
apenas matérias-primas, mas também, combatentes para atuar no front de batalha
europeu. Buscando atender tal propósito, em 9 de agosto de 1943 através da Portaria
Ministerial nº 4744 foi criada a Força Expedicionária Brasileira (FEB) composta por
soldados advindos de todo o território nacional. Aproximadamente trezentos sergipanos
fizeram parte do corpo expedicionário, como milhares de outros brasileiros, foram
designados a representar e defender a pátria que na época, temia o perigo nazista. Por
meio da análise de informações encontradas a respeito desse grupo em jornais locais do
período, esta pesquisa se propõe a traçar o perfil dos Pracinhas sergipanos antes de
participarem ativamente do conflito mundial.
Autor(es): Francisco Anderson de Melo Freitas
Título: “Sobral Vai à Guerra?”: memórias dos sobralenses nas entrelinhas dos Periódicos
Correio da Semana e Gazeta de Notícias.
Orientador: Carlos Augusto Pereira Dos Santos
Resumo: Com o fim da 2º Guerra Mundial (1939-1945) houve a dissolução e
desmobilização da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Vitoriosos, os expedicionários
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foram recebidos com festas e homenagens em solo pátrio. No entusiasmo da recepção
que renderam em monumentos históricos erguidos em memória desses militares, criaram-
se também, em diversos recantos do Brasil, associações de apoio aos que voltaram
prejudicados em consequência da participação na frente de batalha e leis de amparo.
Contudo, a maior parte desses veteranos não usufruiu dos benefícios prometidos a eles,
tendo como principal recompensa o esquecimento.
Este trabalho tem o objetivo analisar o processo de mobilização na cidade de Sobral/Ceará
para a Segunda Guerra Mundial, bem como recompor o cotidiano de reintegração social
dos veteranos sobralenses no pós-guerra. Para tanto, o uso de fontes hemerográficas, em
especial a utilização dos jornais Correio da Semana e Gazeta de Notícias, foi fundamental.
Autor(es): Wendel San barros de Oliveira
Título: Os jornais piauienses como instrumento de divulgação da ideologia da ditadura
civil-militar (1964-1985)
Orientador: Roberto Kennedy Gomes Franco
Resumo: Temos por fio condutor os estudos da História Social Inglesa Marxista, o que na
prática de nossa pesquisa sobre as outras histórias da ditadura militar no Piauí, significa,
mediante o materialismo histórico-dialético, desenvolver procedimentos interpretativos
que possibilitem estudar as formas pelas quais sujeitos historicamente situados,
materialmente, constituem seus modos de viver. Agregado a este quadro é preciso
considerar as problemáticas do social como construções ligadas aos trabalhos da memória
e das práticas culturais. Nestes sentido o presente trabalho pretende analisar as relações
contraditórias estabelecidas entre o Estado e as Mídias impressas no período recente da
História do Brasil, compreendido na historiografia como os anos de chumbo, a ditadura
Civil-Militar (1964-1985), período marcado pelos signos da violência, do terror, da
perseguição político-ideológico e da censura. Ao noticiar os fatos ocorridos ao longo da
História, as mídias impressas desempenham o papel de propagandear ideologias, sendo
utilizadas por diversos grupos socioeconômicos, a exemplo de empresas, ONGs,
movimentos sociais, entre outras instituições com suas intencionalidades diversas,
servindo como meio de difundir suas ideias e praticas. Numa rede de relações e interesses
comuns no que diz respeito a organização de ideias e praticas histórico-sociais, a ideologia
representa no seio da sociedade a forma pela qual um grupo se organiza e fundamenta
filosoficamente suas praticas e intenções em relação aos diversos aspectos da sociedade,
políticos, econômicos, sociais e culturais. Partindo dessas reflexões, o presente estudo
busca ainda, entender o papel da mídia no processo de formação de consciência da
sociedade, bem como a sua apropriação pelo estado repressor a fim de manipular esse
processo de formação de consciência, e as mídias impressas como instrumento de
divulgação da ideologia do Estado, aproximando dos questionamentos o instrumento de
divulgação de ideias opostas ao regime, impresso na figura dos jornais alternativos.
Buscamos entender as mídias impressas como um instrumento não só de divulgação de
informação, mas como uma ferramenta que conta a história cotidiana, se mostrando
como um dispositivo historiográfico. A partir dessa compreensão buscamos analisar a
relação dialética entre a maneira pela qual os jornais oficiais e alternativos divulgavam
versões opostas de uma mesma História.
98
Autor(es): Thayla Walzburger Melo
Título: O Golpe civil-militar de 1964 em Blumenau-SC e as abordagens da Imprensa.
Orientador: Cristina Ferreira
Resumo: A revitalização da História Política tem levado a historiografia brasileira a realizar
reflexões e questionamentos da ideia de populismo como uma forma de governo que teria
vigorado até a instalação da Ditadura Militar no país. O debate em torno do populismo é
complexo, mas sua problematização envolve considerá-lo como uma forma política de
governar que não se limita a engessar os sujeitos históricos, pelo contrário, leva em
consideração que os seres humanos expressam seus dilemas políticos e culturais de
múltiplas maneiras, seja com sutileza ou de modo aberto, sem necessariamente precisar
de um líder carismático para realizar suas ações, situação que coloca o populismo como
um espaço de disputas e negociações. Estas discussões constituem a fundamentação
teórica para o interesse pela busca do posicionamento dos trabalhadores urbanos de
Blumenau diante dos momentos que antecederam o golpe civil-militar de 1964 e sua
instalação. A imprensa nacional, em grande medida, retrata este período histórico como a
“retomada da democracia” no Brasil. Em Blumenau ocorrem situações convergentes com
este posicionamento, além da insistência no chamado restabelecimento da “tradição
democrática e cristã” em detrimento das ideias subversivas. Os trabalhadores são o alvo
predileto das falas institucionalizadas veiculadas pela imprensa, com o objetivo de incitá-
los à manutenção da ordem, bem como imputar uma clara recusa às “falsas doutrinas do
perigo comunista”. A motivação deste estudo recai na problematização deste discurso que
remete a uma espécie de atitude passiva por parte da população, em relação aos eventos
em torno da implantação do regime ditatorial no país. A dimensão teórica envolve o
conceito de Culturas políticas, para compreender as ações dos trabalhadores urbanos de
Blumenau a partir de dados que não estão inscritos somente em jornais de grande
circulação, mas também nos periódicos alternativos, de fábrica e/ou associativos,
mediante valorização dos pormenores mais negligenciados da documentação. Tal modus
operandi contradiz a suposta ausência de conflitos naquela conjuntura na cidade, bem
como a ideia de que os trabalhadores estão alheios aos acontecimentos como os discursos
oficiais tentam fazer parecer. Muito ao contrário: ligados ou não à militância ou ao
sindicalismo, a favor ou contra a destituição do governo Goulart, eles estão envoltos em
um campo de lutas para representar seus interesses, que remete a uma participação no
jogo político daquela conjuntura e envolve negociações e conquista de direitos
trabalhistas.
Autor(es): Lopes Joyce Cristine Silva
Título: “Caçador de marajas” e os “caras pintadas”: a participação do movimento
estudantil no impeachment de Fernando Collor de Mello através do jornal Folha de São
Paulo
Orientador: Monica Piccolo Almeida
Resumo: O governo Fernando Collor de Mello (1990-1992) possui algumas
particularidades, tais como: o primeiro presidente eleito pelo voto direto após o regime
militar, o mais jovem presidente eleito, o único a conseguir grande apoio da imprensa para
sua campanha em 1989, apoio que o mesmo usou para construir sua imagem de
jovialidade e de candidato capaz de levar o país a modernidade, além de ser o primeiro
99
presidente a sofrer um impeachment (LATTMAN, 1994: 5). Em outras palavras, Fernando
Collor foi o primeiro presidente eleito pelo voto direto após duas décadas da ditadura civil
militar brasileira e também o primeiro a perder o mandato através de um impeachment.
Destaca-se que a mesma imprensa que teve papel fundamental e sua eleição, também
contribuiu de forma decisiva para seu afastamento.
Como já foi dito, a imprensa teve papel importante na ascensão e queda de Fernando
Collor de Mello. Durante a campanha de 89, o então candidato usa a imprensa para
“collar” sua imagem jovial, que traz a marca dos processos mercadológicos da mídia. Sua
imagem passa a ser vendida para atingir o imaginário popular que buscava um candidato
que se adequasse ao padrão de um país pós - ditadura. Ou seja, o novo presidente deveria
combater a corrupção que teria como um de seus elementos o marajaísmo que Collor já
combatia desde a prefeitura em Alagoas. O candidato deveria estar disposto a tirar o país
do subdesenvolvimento, além de ser corajoso e não estar inserido no jogo tradicional da
política. Deveria também ter um passado limpo (CONTI, 1999: 97).
Autor(es): Monica de Sousa Oliveira
Título: “Impeachment”: o papel da Folha de São Paulo na queda do “fenômeno” Collor
Orientador: Monica Piccolo Almeida
Resumo: O jovem presidente Collor, utilizando-se de forte marketing político,
principalmente através da mídia, "venderia" uma imagem de renovação, mesmo que
baseado nos tradicionais quadros políticos oligárquicos. No entanto, seus deslizes
econômico-administrativos propiciaram sua derrubada diante daqueles mesmos meios de
comunicação.
O nome de Fernando Collor de Mello, ex-prefeito de Maceió e ex-governador de Alagoas
surgira como forte candidato a essa sucessão, em razão de sua grande repercussão nos
meios de comunicação devido à sua campanha contra os funcionários com altos salários
na administração pública, chamados de "marajás". Coube à mídia a função de "vender" a
imagem de Fernando Collor como uma espécie de "messias" , destinado a acabar com
todos os males do país. Estudar o caso Fernando Collor de Melo é, portanto, uma forma de
contribuir para o resgate da história recente e para a compreensão das relações entre a
mídia e política no Brasil. Este trabalho tem como objetivo principal analisar o
posicionamento do Jornal Folha de São Paulo, em relação às denúncias que envolveram
membros do primeiro escalão do governo e o próprio presidente desencadeando uma
intensa crise política que acabou por levar a derrocada do presidente Fernando Collor de
Mello, através de um processo de impeachment em 30 de setembro de 1992.
SESSÃO 30 - HISTÓRIA, NATUREZA E ESPAÇOS
Coordenação: Islândia Marisa Santos Bezerra e Khalil Jobim
Autor(es): Paulo Italo Moreira
Título: Emmanuel Liais, Louis Agassiz e Antônio Bezerra: a Província do Ceará e os debates
geológicos do século XIX
Orientador: Jaílson Pereira Da Silva
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Resumo: O objetivo central deste trabalho é analisar os debates geológicos acerca das
origens das formações rochosas da Província do Ceará a partir do livro “Notas de Viagem”
(1889) do intelectual cearense Antônio Bezerra de Menezes. Intentamos, com esta análise,
perscrutar as disputas entre duas teorias geológicas distintas, a saber: o Vulcanismo e as
teorias das Eras Glaciais, tendo como proponentes Emmanuel Liais e Louis Agassiz,
respectivamente. A proposta é elaborar uma reflexão baseada em uma problemática
científica da geologia do século XIX, e a apropriação dela por Antônio Bezerra e, também,
produzir reflexões sobre as aproximações teórico-metodológicas entre História e Geologia,
portanto, um trabalho que se insere no campo da História das Ciências Bezerra foi um
intelectual bastante atuante nos círculos letrados de Fortaleza na segunda metade do
século XIX, e participou de vários jornais, revistas, instituições científicas e literárias.
Publicou artigos, poemas, discursos, descrições geográficas e estudos históricos,
transitando em diferentes gêneros narrativos. Em 1887, ele foi um dos sócios fundadores
do Instituto Histórico do Ceará e, como historiador, foi um dos responsáveis pelo estudo e
documentação das origens da colonização da região. Em "Notas de Viagem" (1889) ele
traçou um esboço naturalista complexo das diferenças entre sertão e litoral para o Norte
da Província do Ceará. Contratado pelo governo provincial, Antônio Bezerra viajou por seis
meses pelas localidades sertanejas da ribeira do Acaraú e serra da Meruoca e Ibiapaba.
Sua narrativa é a crônica de viagem onde descreveu os aspectos político-administrativos
das vilas e cidades, aspectos do cotidiano dos moradores, meios de subsistência das
populações, mas sobretudo aspectos naturais, como clima, geologia, zoologia, fontes
naturais, rios, vegetação, etc. Com sua habilidade de historiador natural, Antônio Bezerra
procurou inventariar os recursos naturais da região. A ótica de abordagem utilizada para
este trabalho centra-se na perspectiva da História das Ciências, sendo fundamental,
portanto, perceber os debates geológicos supramencionados como problemáticas
profundamente científicas do século XIX, analisando a trajetória dos atores envolvidos na
construção desses discursos científicos. Intentamos, também, buscar significados para a
formação de uma rede de ideias, na qual não somente Antônio Bezerra, mas também
outros sujeitos estiveram inseridos, formando discursos e produzindo conhecimento
científico a partir de reuniões, de troca de correspondências etc.
Autor(es): Flávia Emanuelly Lima Ribeiro, Giovanni Roberto Protásio Bentes Filho
Título: Entre limites e acidentes geográficos: o Estado brasileiro e a discussão sobre a
posse de ilhas oceânicas e o limite do Mar Territorial (1940-1980).
Orientador: Raimundo Nonato Araújo da Rocha
Resumo: O artigo trata das iniciativas governamentais destinadas a expansão do Mar
Territorial brasileiro e a posse de ilhas oceânicas entre 1940 e 1980. Procuramos discutir,
de forma breve, como se deu a incorporação ao território nacional brasileiro do
Arquipélago de São Pedro e São Paulo, situado à 1.010 Km do porto da cidade de Natal
(Rio Grande do Norte). Quanto ao aumento do Mar Territorial, mapeando as iniciativas do
governo em estender o mar territorial para duzentas milhas náuticas, vimos que o Decreto
n. 553, de 1969, estendeu o mar territorial para doze milhas, até que outro decreto, n.
1098, de 25 de março de 1970, estendeu o mar territorial para duzentas milhas. O
alargamento do mar para as duzentas milhas foi “aceito”, mas, em anos posteriores,
questionado, até que se chegasse a um primeiro consenso em 1982. A mudança de
101
postura do governo brasileiro decorreu, em grande medida, das exigências colocadas pela
ordem jurídica internacional. Os direitos do mar, e especificamente o “regime de ilhas”
regulamentado pela Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos do Mar (CNUDM),
assinada pelo Brasil em 1982 e ratificada em 1988, estabeleceu que “os rochedos que por
si próprios não se prestam à habitação humana ou à vida econômica não devem ter Zona
Econômica Exclusiva (ZEE) nem Plataforma Continental”. Para se adequar ao “regime de
ilhas”, o Brasil passa a ocupar o arquipélago de São Pedro e São Paulo, que foi incorporado
ao território nacional.
Autor(es): Nery Jocasta Denis Asconavieta
Título: Conceitos geopolíticos da década de 1970: uma análise do Tratado de Cooperação
Amazônica (TCA)
Orientador: Américo Alves de Lyra Júnior
Resumo: A década de 1970 é considerada uma época de crises, mas que podem ser
consideradas, ressonâncias de crises profundas gestadas desde os anos de 1960. Pode-se
citar a crise de maio em 1968 da França; a Guerra do Vietnã; a crise do Petróleo; a Guerra
Fria entre duas superpotências, a saber, a ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e
os Estados Unidos da América; os conflitos regionais do Oriente Médio que apresentaram
um aumento considerável; a onda revolucionária da década de 1970 em diversas partes do
mundo; a doutrina de segurança nacional do governo Nixon, aplicado nos países ditatoriais
da América Latina e a consequente modificação em fins dos anos de 1970 para uma lenta
abertura política influenciada pelo governo Carter. Neste cenário turbulento, no ano de
1978 foi assinado em Brasília, o Tratado de Cooperação Amazônica (TCA). Os países
partícipes deste foram Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e
Venezuela. Dentre os objetivos deste estão a promoção e o desenvolvimento da região
amazônica ,que para ocorrer, dependeria da integração dos países partícipes, bem como a
utilização consciente dos recursos naturais e consequentemente a preservação deste, o
que garantiria a defesa da soberania sobre seus respectivos territórios. O presente
trabalho visa analisar e compreender os conceitos geopolíticos presentes na década de
1970, tais como o de conceito, geopolítica, integração regional e de soberania; para tal
fim, tem como objeto a análise do Tratado de Cooperação Amazônica (TCA).
Autor(es): André Brayan Lima Correia.
Título: Civilização, capitalismo, tradução cultural e governamentalidade no Ceará: a
contribuição de uma pesquisa (1860-1930).
Orientador: Antônio De Pádua Santiago De Freitas
Resumo: O presente trabalho é fruto do projeto de pesquisa Capitalismo e Civilização nas
Cidades do Ceará (1860-1930) do Grupo de Pesquisa Praticas Urbanas do Mestrado
Acadêmico de História da Universidade Estadual do Ceará ( UECE), através do Edital
Casadinho/Procad aprovado na chamada Publicada MCT/CNPq/MEC/CAPES - Transversal n
06/2011 - processo: 552714/2011-9 com o apoio da Pós Graduação em História da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul ( PUC-RS). Este trabalho visa
apresentar um pouco sobre essa pesquisa, a abordagem feita por ela, os conceitos centrais
trabalhados por ela que são: Capitalismo Civilização e Tradução Cultural. Além disso, esse
trabalho visa à apresentação de um dos eixos temáticos dessa pesquisa (pois essa pesquisa
102
possui cinco eixos) que é o eixo Governamentalidade e Controle Social, que no qual faço
parte como bolsista de iniciação cientifica (IC-UECE). Para abordar esse eixo, será
apresentado o conceito central do eixo, o de Governamentalidade, as principais leituras e
um exemplo de aplicação desse eixo através da pesquisa feita em Sobral.
Autor(es): André Fontes Dantas
Título: Ilhéus e o Atlântico: do início ao declínio, os problemas de assoreamento no porto
fluvial de Ilhéus (1920 a 1942).
Orientador: Laila Brichta
Resumo: Os portos atuam como zonas de comunicação entre as mais diversas populações
em todo o globo. Neste caso, é pertinente afirmar que a circulação de ideias, informações
e pessoas torna-se um componente vital para se entender a forma como as interações dos
portos com as cidades se configuram. O porto flúvio-marítimo de Ilhéus surge tendo a
economia cacaueira como motor propulsor, sendo este porto financiado pelo capital
privado dos produtores de cacau no início do século XX. Ressaltamos que neste momento,
todo um estudo sobre as condições físicas do porto é elaborado para a sua implantação e
a problemática do assoreamento se faz presente a todo tempo desde a concepção da ideia
do porto até o encerramento parcial de suas atividades em 1942. Neste caso, percebe-se
que o funcionamento do porto está sujeito a uma condição que exige uma atenção
constante, a fim de evitar que a condição do porto flúvio-marítimo venha a se deteriorar,
sucumbindo ao assoreamento do seu leito, inviabilizando a atracação das embarcações.
Este problema nos leva a buscar entender de que forma este tipo de problemática
acarreta nos meandros político institucional e comercial, ao ponto em que o porto
constitui um mecanismo de suma importância para o comércio local e principalmente ao
comércio exportador do cacau, muito forte nesta primeira metade do século XX.
Investigando as inter-relações porto-cidades em Ilhéus-Bahia entre 1920 e 1942, e
levando-se em consideração a relação do Porto Fluvial de Ilhéus com as cidades e com o
mundo Atlântico, este projeto objetiva realizar uma análise do contexto das atividades do
Porto Fluvial de Ilhéus face aos seus crônicos problemas de assoreamento e da
necessidade de colocação da produção cacaueira diretamente no mercado internacional.
Autor(es): Gutierre Farias Alves
Título: Análise dos textos jornalísticos sobre atividade baleeira na paraíba: Construindo a
história social e ambiental do município de Lucena (1980-1990)
Orientador: José Otávio Aguiar
Resumo: No século XVII, em 1603, inicia-se a caça a baleia no Brasil, mais precisamente no
Recôncavo Baiano. Atividade que inicialmente visava obter o óleo para a demanda local,
que servia como combustivel para a iluminação. A partir de 1912, com a instalação da
Copesbra – Companhia de Pesca Norte do Brasil – é que temos o inicio da captura de
Baleias no municipio de Lucena, litoral Norte do Estado da Paraíba. Servindo de base
econômica para o referido municipio/Estado, onde cerca de 3 mil habitantes dependiam
direta ou indiretamente da atividade. Com isso, até a proibição da caça a partir da Lei
federal 7.643 no ano de 1987, todo um debate entre ecologistas, parlamentares e a
população é noticiado pelos jornais da época de 1980 e 1990.
103
Autor(es): Allana Araújo Vasconcelos
Título: História e meio ambiente: conhecer, refletir e intervir
Orientador: Telma Bessa Sales
Resumo: A pretensão desta pesquisa e desenvolver reflexões sobre múltiplas interações
do ser humano com a natureza, mediada pelas relações sociais historicamente
constituídas, como afirma o resumo deste simpósio temático – HISTORIA AMBIENTAL -
natureza e sociedade na interpretação histórica. A referida pesquisa busca retratar
narrativas de moradores sobre as memórias do espaço chamado LAGOA DA FAZENDA na
cidade de Sobral-Ceará, que vem vivendo transformações na arquitetura, nos modos de
vida das pessoas, etc. Memórias ressignificadas a partir do 'olhar de hoje' contemplando
momentos de alegrias, revoltas, anseios, comemorações, utopias. Articula momentos do
cotidiano, família, bem como a realização de festas, religiosidade,
encontros/namoros/casamentos. Os significados das narrativas proporcionam discussões,
diálogo com diversas fontes de pesquisa como jornais, fotografias, canções etc. o
ambiente em que moram, crescem e se firmam como sobralenses. Busca ainda dar
visibilidade as diversas narrativas dos moradores, complementando com comentários de
estudiosos sobre a cidade de Sobral que vem mudando a sua face e as maneiras de viver
da e na cidade que é plural. Esta pesquisa reforça também o diálogo interdisciplinar entre
história e meio ambiente!
Autor(es): Ana Carolina Oliveira Alves,Marcela Rebello Martins
Título: Um conto de duas enchentes: Memória e natureza nas grandes enchentes da
década de 60
Orientador: Lise Fernanda Sedrez
Resumo: As cidades e a memória de seus habitantes são constantemente modificadas pela
forma com que estes se relacionam com a natureza. Estas modificações se dão de muitas
formas, inclusive através dos desastres naturais, que podem resultar em uma total
reconfiguração não só da conjuntura urbana, mas também das relações sociais. Nosso
objetivo aqui é estudar alguns desses eventos, especificamente as enchentes da cidade do
Rio de Janeiro ocorridas nos anos de 1966 e 1967. Inúmeros são os motivos que explicam
as razões da capital fluminense ser anualmente afetada por gigantescas inundações, mas o
interessante é entender a relação social que se constrói em meio a estas trágicas
experiências. Tais enchentes não são eventos simplesmente naturais, mas também sociais
e devem ser encaradas como resultantes da interação entre indivíduos e natureza em
meio a um ambiente urbano. A rotina na vida do carioca é interrompida pelos temporais
que a cada ano devastam a cidade, criando e recriando novas memórias sobre estas
enchentes. Pretendemos, assim, entender a relação que se estabelece entre natureza e
cidade em meio a estes fenômenos. Buscamos a compreensão desta relação
principalmente a partir de sua memória popular e, desta forma, a história oral se
estabelece como importante ferramenta metodológica – pois nos permite compreender
os eventos a partir de seus sujeitos históricos. A história oral nos oferece uma gama de
experiências compartilhadas, reais ou imaginárias, que permitem compreender a
importância e construção da memória. As narrativas dos sujeitos se confundem com a
própria história de vida destes e ressaltam aspectos que nos permitem traçar uma
memória em comum acerca dos episódios das enchentes. Assim, buscamos trabalhar com
104
visões pessoais e entender como estas se transfiguram em coletivas.O contraste entre dois
locais da cidade – a Praça da Bandeira e a Cidade de Deus – nos permitiu chegar a
importantes considerações. A Praça da Bandeira é um local de passagem e nos permite
perceber mais claramente os efeitos das enchentes, ficando assim marcada na memória
carioca de forma mais significativa. A Cidade de Deus foi o local para onde os desabrigados
foram transferidos e nos permite perceber a reestruturação da cidade a partir dessas
catástrofes. Logo, as percepções de lugar e as próprias relações sociais se constroem de
maneiras distintas nos dois casos analisados. Esse texto aborda especificamente os efeitos
dessas calamidades na Cidade de Deus, pois buscamos ampliar as perspectivas da parte
inicial da pesquisa – efetuada na Praça da Bandeira. A história oral se mostra assim um
importante mecanismo para a construção dessa história ambiental urbana que visa
entender esse cenário e as construções sociais que se apresentam em meio a este.
SESSÃO 31 - HISTÓRIA, TRABALHO E EMPRESAS
Coordenação: Wesley Garcia Ribeiro Silva
Autor(es): Silvana Ferrai Leite
Título: Reflexões sobre a prática do trabalho análogo ao escravo no nordeste de Mato
Grosso (1970-1989).
Orientador: Vitale Joanoni Neto
Resumo: A presente pesquisa é parte do projeto de iniciação científica do NPH (Núcleo de
Pesquisa em História) / FAPEMAT em que analiso a presença do Trabalho Análogo ao
Escravo no Mato Grosso no pós 1970. Será contemplada neste trabalho a região Nordeste
do Estado, denominada como baixo Araguaia, composta por quinze municípios, fazendo
divisa com o Tocantins e o Pará. O recorte temporal deste estudo compreende o início da
década de 1970 a 1989. O recorte inicial é justificado pela instalação das empresas
agropecuárias na área estudada e o recorte final marca a diminuição do número de
denúncias da prática do Trabalho Escravo Contemporâneo naquele local. O estado de
Mato Grosso no pós 1970 possuía na visão dos militares, grandes espaços vazios, com
grandes florestas e terra boa para plantar. Assim, se referiam sobre a Amazônia Legal,
argumentos que o Estado utilizou para divulgar como um lugar ideal para se colonizar,
naquele momento em que o país buscou investimentos para aumentar as produções para
exportações. Neste sentido, a delimitação do tema está relacionada à implantação dos
projetos de colonização e agropecuários, nos chamados espaços vazios, em que a
Amazônia Legal se tornou um dos pontos privilegiados nos planos da política de ocupação
do governo ditatorial, conhecida como colonização recente. As ações do governo ditatorial
visavam implantar projetos de desenvolvimento e colonização, em que seu maior objetivo
era trazer para a região, empresários dispostos a ocupar tais espaços, investindo nas
produções que incentivasse na exportação. Em decorrência da necessidade de mão de
obra, o governo do estado investiu na propaganda, oferecendo boas oportunidades de
trabalhos para aqueles trabalhadores migrantes, que vinham prioritariamente das regiões
Sul e Nordeste do país. O amplo processo de colonização destes espaços acabou atraindo
a atenção dos empresários e dos migrantes das mais diversas regiões, o setor
105
agroindustrial foi o mais procurado, na busca pela ampliação da exportação de produtos,
assim houve a necessidade de investimentos para fortalecer este mercado que estava em
pleno desenvolvimento.
Autor(es): Victor Gabriel Almeida Alves da Silva
Título: A experiência de inserção de trabalhadores migrantes chineses no mercado de
trabalho piauiense como um dos efeitos do imperialismo Chinês no mundo
Orientador: Roberto Kennedy Gomes Franco
Resumo: O presente texto é parte de nossa pesquisa de conclusão de curso de História na
Universidade Estadual do Piauí, Campus Parnaíba/PI, onde alimentados pelo fazer teórico-
metodológico do materialismo histórico-dialético, objetiva-se analisar a história social de
inserção de trabalhadores migrantes oriundos do continente asiático no mundo do
trabalho piauiense. Especificamente, problematizar as contradições da “experiência”
(THOMPSON, 1981) de inserção de chineses no mundo do trabalho teresinense. Os
estudos culturais em contextos globais para a relação Trabalho e Educação nos inspira a
tentar entender historicamente a economia do nosso principal parceiro comercial, nos
causando admiração, receio e muitas dúvidas. A inserção da China nas relações
internacionais do Mundo do Trabalho, materializada, entre outros elementos, pela
crescente imigração de chineses e do processo dialético de metabolismo sociocultural nos
múltiplos lugares do globo e justifica o peculiar interesse histórico para as manifestações
particulares desse processo na realidade brasileira em especial na cidade de Teresina/PI.
Quem são estes chineses? Qual sua formação? Que desafios e preconceitos enfrentam por
serem orientais? Como se adaptam os jovens? Enfim, como se adaptam ou não ao estilo
de vida piauiense? Nossos estudos nos mostram algumas percepções a cerca desta
realidade e como o centro comercial de Teresina transborda influencia made in china.
Autor(es): Cosma Silva de Araújo
Título: História oral: experiências de pesquisa com trabalhadores migrantes
Orientador: Telma Bessa Sales
Resumo: O foco dessa pesquisa é o processo migratório dos trabalhadores de Araquém do
município de Coreaú-Ce para Brasília no período de 1956 a 1960. Por meio da metodologia
da história oral buscamos problematizar os significados elaborados pelos sujeitos para
suas práticas sociais, valorizando as suas narrativas na composição das memórias.
Analisando como eles viviam no contexto de uma cidade em construção. Os trabalhadores
apontam para uma versão diferente da que consta na chamada História Oficial,
apresentamos várias lacunas na história da Construção de Brasília, que podem cair no
esquecimento, em detrimento dos discursos de exaltação da mesma.
Autor(es): Janyne Martini
Título: Influências norte-americanas nas propostas corporativa e sindical presentes nas
obras de Oliveira Viana
Orientador: Luciano Aronne de Abreu
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo propor um questionamento acerca das
interpretações tradicionais feitas pela historiografia no que tange à organização da
Legislação Trabalhista idealizada por Oliveira Viana. Tais interpretações apontam
106
frequentemente a influência italiana e francesa na elaboração de tal legislação. O presente
artigo, porém, destaca as influências norte-americanas que, ao longo da produção
intelectual do autor em questão, ganham maior relevo. Para tanto, serão apresentados
conceitos-chave presentes ao longo de suas obras que corroboram com tal teoria.
Autor(es): Hannah Maruci Aflalo
Título: O Instituto Ethos e sua influência global na normalização da conduta de empresas
socialmente responsáveis
Orientador: Edson Passetti
Resumo: A criação do Instituto Ethos, em 1998, com padrões de conduta trazidos de
instituições similares da Europa e dos Estados Unidos, e a realização da I Conferência de
Responsabilidade Social nas Américas, em 2001, iniciaram a concretização, no Brasil, do
conceito de Responsabilidade Social Empresarial. A partir disso, houve um deslocamento
da ação filantrópica, que desde os anos 1960 caracterizava as empresas sociais, para a
ação socialmente responsável, característica de um novo tipo de empresa denominado
cidadã. O papel do Instituto Ethos nessa passagem é crucial, portanto, essa pesquisa se
dedicou a estudá-lo. Por meio do método genealógico de análise das relações de poder e
da produção de verdades proposto por Michel Foucault, foi feito o estudo de documentos
e notícias produzidos e publicados pelo instituto, além da análise de suas atividades e o
mapeamento de seus principais parceiros. A partir desses estudos foi possível montar o
mapeamento das articulações e produção de verdades do Instituto Ethos, incluindo-o na
governamentalidade neoliberal. Isso nos leva à conclusão que a função de educar e
fiscalizar conforma o Instituto Ethos como uma nova institucionalização na sociedade de
controle que tem como objetivo governar as condutas empresariais e como prática o
policiamento.
Autor(es): Marcos Vinícius Lopes Marques
Título: Grendene e Sobral: transformações, “progresso” e memória
Orientador: Telma Bessa Sales
Resumo: Esse trabalho propõe analisar, a partir da Fábrica de Tecidos Ernesto Deocleciano
(FTED) e da indústria de calçados Grendene sobralense, a história da cidade de Sobral,
uma vez que essas duas fábricas são espelhos dessa cidade, respectivamente, ontem e
hoje. Na qualidade de ‘motores’ da economia sobralense, tomam para si, não somente a
responsabilidade de abranger uma grande parte da força de trabalho da cidade e da
região, mas de trazer consigo o desenvolvimento urbano, socioeconômico e tecnológico
no presente e no passado. Partindo desse pressuposto, nos é permitido analisar diversos
temas como: desemprego, a economia, o papel da mulher no mercado de trabalho, o
lazer, a sociabilidade, as relações entre empregados e empregadores, as formas de
resistência, as chamadas “tretas do fraco” , entre outros. Nessa pesquisa, portanto, são
imprescindíveis às experiências dos trabalhadores, considerando que eles presenciaram ou
presenciam o cotidiano do interior da indústria permitindo assim que se conheçam essas
“memórias subterrâneas” e sensíveis, fora do discurso hegemônico e dominador de seus
patrões.
107
SESSÃO 32 - PATRIMÔNIO, EDUCAÇÃO PATRIMONIAL E POLÍTICAS PÚBLICAS
Coordenação: Maria da Conceição Guilherme Coelho
Autor(es): Lorenna Nunes Ferreira Simões
Título: Intelectualidade e Preservação do Patrimônio Cultural na Comisión Nacional de
Museos y de Monumentos y Lugares Históricos
Orientador: Leila Bianchi Aguiar
Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar a atuação do órgão federal de preservação
do patrimônio cultural argentino, a Comisión Nacional de Museos y de Monumentos
Históricos (CNMMyLH) através de seus Boletins publicados desde o ano de 1938,
dedicando atenção especial aos formuladores de sua política e os intelectuais que
compuseram seus quadros entre os anos de 1938 e 1958.
Autor(es): Rebeca Peres Lima
Título :Estudo histórico comparativo sobre legislação de preservação do patrimônio
cultural: Brasil e Argentina
Orientador: Márcia Regina Romeiro Chuva
Resumo: A partir de estudos comparativos sobre os processos de institucionalização das
práticas de preservação do patrimônio cultural no Brasil e na Argentina, o presente
trabalho pretende analisar e comparar as duas principais legislações que dizem respeito à
proteção do patrimônio de cada país, a Lei N° 12.665 de 30 de setembro de 1940, que
estabelece a criação da Comision Nacional de Museos y Monumentos y Lugares Históricos,
na Argentina e atribui suas competências e o Decreto-Lei Nº 25, de 30 de novembro de
1937 que cria o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional organizando a
proteção do patrimônio histórico e artístico brasileiro, identificando semelhanças e
diferenças em relação ao contexto histórico em que se deu a criação das duas instituições,
sua esfera de poder e autonomia, a definição do que seja considerado patrimônio para
cada uma delas, os meios legais de se declarar um bem, monumento ou lugar como de
interesse de preservação nacional e os direitos e deveres dos Estados, províncias,
municípios e particulares com relação à conservação do patrimônio.
CNMMYLH e SPHAN centralizaram as questões vinculadas ao patrimônio cultural de seus
respectivos países, desenvolvendo sua ação a partir da construção de uma identidade
nacional, onde a valorização do patrimônio mostrava-se essencial para a formação do
sentimento patriótico. Seus membros atribuíram valores a coisas e a acontecimentos
como forma de resgatar um passado que se considerava útil para o presente, tanto para o
grupo que o definiu como para a coletividade nacional, encontrando no Decreto-lei n° 25 e
na Lei n° 12.665 os meios legais de garantir a proteção de seu patrimônio.
Autor(es): Vagner Silva Ramos Filho
Título: Intelectuais, cultura e memória: O registro do patrimônio imaterial no Ceará
Orientador: Antonio Gilberto Ramos Nogueira
Resumo: O trabalho tem por objetivo analisar a experiência social dos intelectuais que
integraram o Centro de Referência Cultural do Ceará (CERES), instituição que constituiu
importante núcleo de pesquisa, estudo e registro do saber-fazer e memória da cultura
tradicional popular no Estado nas três últimas décadas do século XX. Orientados por estes
108
objetivos, os intelectuais, à época jovens pesquisadores, realizaram várias pesquisas de
campo, produzindo um rico e diverso corpus documental formado de projetos,
questionários, relatórios, diapositivos e fotografias, filmes, depoimentos e registros
sonoros, iniciando um pioneiro inventário do patrimônio não tangível no Estado. Nossa
metodologia de pesquisa no presente trabalho emprega a análise da documentação
escrita referente à instituição e, enfoca principalmente na contribuição que as entrevistas
realizadas com os intelectuais - ex-integrantes - propiciaram ao diálogo com estes indícios,
assim como, na abertura de novos horizontes de investigação. A adoção de ferramentas da
História Oral tem nos possibilitado o avanço sobre os olhares destes intelectuais, cujo
interesse é a elucidação de questões como: formação e atuação dos pesquisadores no
Centro, experiências de registro do dito patrimônio imaterial e, percepções de cultura
popular no período.
Autor(es): Mauro Antonio de Oliveira,Tiago de Sousa Mariano
Título: Patrimônio material: preservação e construção da memória na primeira década do
século XXI na cidade de Mossoró
Orientador: João Maurício Gomes Neto
Resumo: O trabalho vem discutir como o poder público municipal tem tratado a questão
da preservação do patrimônio edificado, sobretudo no que converge a construção da
memória social. Tendo em vista que o patrimônio em sentido é hoje uma temática
bastante debatidas em congressos, simpósios e seminários, tanto nacionais como
Internacionais, e, sobretudo, é alvo de várias políticas públicas, com legislação específica,
inclusive, no sentido de garantir sua conservação e preservação, a presente discussão
ganha relevância social e acadêmica. Neste sentido, se torna relevante porque além de
contribuir com a comunidade acadêmica, ela busca construir pontes, diálogos com a
sociedade, uma vez que partimos da premissa segundo a qual as discussões sobre o
patrimônio histórico edificado e suas formas de preservação não devem ser feitas
apartadas dos sujeitos, mantendo-se uma relação entre o patrimônio e os grupos sociais
que lhe dão forma e sentido. Ao mesmo tempo, opera-se um deslocamento espacial
importante nas discussões referentes ao tema, saindo dos grandes centros urbanos e
direcionando nossos olhares em nível local. Portanto, as reflexões que ventilará esta
pesquisa objetivam compreender a política de preservação para o patrimônio Material
que tem sido levada a cabo pela a municipalidade Mossoroense, bem como identificar
como se esta tem favorecido na construção da memória social na primeira década do
século XXI. Assim, propomos um debate na perspectiva de compreensão da temática na
contemporaneidade, mostrando seus avanços e recuos. Neste sentido, são importantes as
considerações, Cecilia Londres (2009), ao abordar a questão das políticas públicas no Brasil
e a preservação patrimonial, tentando compreender como foi instituída a noção de
preservação do patrimônio edificado e sua nuances. A nível local é relevante destacar o
debate da André Costa (2009), cujo enfoque se dar em torno de como a cidade Mossoró
tem organizado a preservação do seu patrimônio edificado, e como se encontram as
políticas públicas de conservação ou preservação. Partindo de leituras como estas, ao
adensaremos reflexões sobre as fontes utilizadas na pesquisa, tais como legislações
Municipais, Plano Diretor, Decreto e Jornais. Debruçando-se sobre estas, e em constante
diálogo com a historiografia que versa sobre a temática, buscamos mapear e compreender
109
a maneira segunda a qual tem se colocado a questão do patrimônio edificado na cidade de
Mossoró.
Autor(es): Paulo Sérgio da Silva, Luciere Cavalcante da Silva
Título: Projeto Consciência Patrimonial: saberes e fazeres na história, o artesanato
potiguar como elemento histórico da cultura local
Orientador: Fátima Martins Lopes
Resumo: O presente artigo trata do projeto “Saberes e fazeres na história: o artesanato
potiguar como elemento histórico da cultura local”, aplicado numa turma do 1º ano do
ensino médio, da rede pública de educação. A ideia de trabalhar a consciência patrimonial
na escola Estadual Desembargador Régulo Tinoco, com a turma do 1º ano, surgiu diante
da percepção de que a maioria dos discentes em geral passa pelo patrimônio histórico e
cultural da nossa cidade e não o reconhece nem o “respeita” como componente da cultura
local, não havendo um sentimento de pertencimento e valorização desses importantes
elementos culturais. Então, partimos da necessidade de criar e fortalecer a relação dos
discentes com suas heranças materiais e culturais, possibilitando um melhor
relacionamento destas com estes bens, percebendo sua responsabilidade pela valorização
e preservação do Patrimônio, fortalecendo a vivência real com a cidadania, num processo
de conscientização e pertencimento O projeto tinha como objetivo propor uma atividade
intencional que tem o estudante como sujeito e objeto principal que dá sentido de
unidade nas várias atividades, como também se busca desenvolver nos estudantes sua
consciência de agente histórico e consequentemente sua atuação na sociedade em que
vive, preservando o patrimônio material, imaterial e cultural. A aplicação do projeto
realizou em quatro etapas: a primeira etapa solicitar aos discentes que trouxessem para a
sala de aula propagandas e informações que tratassem sobre a cultura norte-rio-
grandense; a segunda etapa foi incentivar o uso da habilidade de cada discente; a terceira
etapa efetivou-se como exercício de percepção e a quarta etapa de valorização e resgate.
A partir, de visitas em museus e no Polo Ceramista de São Gonçalo do Amarante- RN, em
que os discentes observaram as produções de cerâmicas e a prática e exposição do
artesão Eudes de como se produzir e fabricar os belos vasos e peças cerâmicas. Resultando
na exposição I Mostra de História realizada na escola, na qual os discentes colocaram em
prática, por meio de documentários, entrevistas, fotografias, vídeos e produção artesanal,
resultante da oficina temática, um reflexo do que eles aprenderam nas etapas anteriores,
evidenciando como na prática se constrói a arte dos saberes e fazeres na história e como
está presente no seu cotidiano.
Autor(es): Thales Rocha de Freitas
Título: Turismo Cultural: O elo entre Turismo e História. Uma análise conceitual.
Orientador: Nara Maria Carlos De Santana
Resumo: O presente artigo, baseado em pesquisa qualitativa em fontes bibliográficas,
busca, através de uma análise conceitual, evidenciar como identidade, memória e
patrimônio histórico-cultural compõe a tríade consolidadora do Turismo Cultural. A
reflexão sobre tais conceitos leva-nos a perceber que é intensa a necessidade de uma
convergência, de um elo entre Turismo e História. Além disto, busca compreender a
relação entre turismo e mercado e turismo e ciências sociais, tornando relevante a análise
110
de conceitos que envolvem minha pesquisa. Busco, desta maneira, apresentar os
resultados iniciais de tal pesquisa.
Autor(es): Elisa Paes Silva
Título: As festas populares de Nova Iguaçu e suas representações culturais
Orientador: Elis Regina Barbosa Angelo
Resumo: O presente trabalho tem o intuito apontar quais são as festas populares da
cidade de Nova Iguaçu, inserida na baixada fluminense. Ao focalizar as possibilidades de
inclusão das comemorações enquanto atrativos turísticos e apropriando-se desse
segmento oriundo do universo popular, as relações socioculturais vão se delineando
enquanto formações criativas às mais variadas realidades de sobrevivência da cultura
local. Ao relacionar as representações da cultura imaterial por meio das narrativas
históricas, busca-se também a formação de elementos de memória que transformados em
turísticos da região, favorecem a interação no contexto econômico, garantindo à
sociedade um elo com suas raízes e histórias. Em princípio, as festas apontadas foram:
Folia de Reis, Festa Cigana e a Festa do Aipim. Suas construções permeiam a sociabilidade,
as formas de construção do território e de suas identidades.
SESSÃO 33 - PATRIMÔNIO, ACERVOS E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO
Coordenação: Iris Alvares Dantas
Autor(es): Louise Lopes Veloso, Ingrid da Silva Linhares
Título: Caiu na rede é sapo: a Rede de Memória do IBGE na web e nas redes sociais
Orientador: Leandro Miranda Malavota
Resumo: Este trabalho apresenta parcialmente um estudo de caso que visa a refletir, a
partir da prática de historiadores (profissionais e em formação) em uma instituição
pública, sobre as formas específicas como conhecimentos próprios da disciplina acadêmica
História podem (ou não) ser mobilizados para elaborar produtos de memória empresarial
por meio de narrativas históricas veiculadas para amplas audiências. Em particular, são
analisados os procedimentos de publicização de textos escritos, iconográficos e
audiovisuais por meio das redes sociais Facebook e Youtube.
Autor(es): Luciana da Costa de Santana, Pedro Teixeira Monteiro
Título: ENDEF: notas sobre o uso da documentação como fonte histórica
Orientador: Leandro Miranda Malavota
Resumo: O Estudo Nacional da Despesa Familiar (ENDEF) consistiu em um amplo trabalho
de pesquisa desenvolvido pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) na década de setenta do último século. Partindo-se de uma proposta metodológica
bastante ousada, a instituição se propôs a efetuar um minucioso levantamento de
informações sobre orçamentos familiares no Brasil, incluindo-se uma profunda
investigação sobre os hábitos alimentares e de consumo das famílias brasileiras. Cerca de
cinquenta e três mil famílias foram entrevistadas em todo o país, uma amostragem
significativa sob o ponto de vista estatístico, o que permitiu a produção de um verdadeiro
111
retrato da realidade socioeconômica do Brasil, muito além do quadro descrito pelos
analistas do período e celebrado pela propaganda oficial. Um retrato nada conveniente a
um regime cujo discurso de legitimação passava pelo desempenho da economia. A
divulgação de algumas informações levantadas pela pesquisa manteve-se restrita e parte
de seus resultados nunca finalizados. Um trabalho que hoje pode ser contemplado,
servindo como base para análises sobre política e economia nos tempos da ditadura.O
objetivo deste trabalho é apresentar ao campo historiográfico, especialmente aos
pesquisadores interessados no período da ditadura civil-militar (1964-1985), a
documentação referente ao ENDEF, mantida pelo Centro de Documentação e
Disseminação de Informações do IBGE (CDDI/IBGE). Tenciona-se aqui discutir o contexto
de produção das fontes, o processo de formação da série, o estado em que hoje se
encontra, bem como os tipos e a natureza dos documentos nela contidos. Com isso,
buscamos prestar uma contribuição aos estudos sobre as relações entre militares e política
no Brasil contemporâneo, não apenas a partir da divulgação e descrição de fontes ainda
desconhecidas do grande público, mas, principalmente, a partir do apontamento de
possibilidades de uso dessas fontes por historiadores e demais investigadores sociais.
Autor(es): Isaac Facchini Badinelli
Título: Fontes para uma História do uso de Plantas Medicinais no Brasil: Uma experiência
de pesquisa e ensino na EJA
Orientador: Renata Palandri Sigolo
Resumo: O artigo busca demonstrar a utilização de fontes para o estudo do uso de plantas
medicinais no Brasil em determinados contextos históricos, para o ensino de História.
Utilizando-se de relatos de viajantes do período colonial e de manuais de medicina do
século XVIII e XIX, principalmente o Erário Mineral de Luís Gomes Ferreira, foram feitas
inserções na EJA (Educação de Jovens e adultos) que pudessem gerar debate e atender as
expectativas e metodologias dessa modalidade de ensino. O trabalho se desenvolveu
através da pesquisa e de experiências que vem sendo desenvolvidas desde 2011 no
projeto “Plantas medicinais e os cuidados com a saúde: Escrevendo várias histórias”, uma
parceria entre o Laboratório de História, Saúde e Sociedade da Universidade Federal de
Santa Catarina e a Secretaria de Educação de Florianópolis.
Autor(es): Juliana de Santana Duarte
Título: História e fontes: reflexões de práticas de pesquisa realizadas através do jornal
sertanejo: “O Pharol”
Orientador: Ana Clara Farias Brito
Resumo: O presente trabalho foi realizado a partir da experiência com a monitoria da
disciplina de Introdução aos Estudos Históricos e a organização do jornal O Pharol em um
acervo digital. Tem por objetivo discutir o conceito e importância no trabalho do
historiador/professor do documento/fonte e a utilização do jornal O Pharol como fonte
histórica da cidade de Petrolina. O referido jornal circulou durante setenta e quatro anos,
tendo em 1915 sua primeira edição, divulgando aspectos educacionais, sociais,
econômicos, políticos entre outros, sendo uma das poucas fontes históricas da cidade
disponíveis para pesquisa. Entretanto, ainda existe uma desvalorização do papel mesma
112
na região sendo o trabalho aqui realizado uma tentativa de salvaguardar o material para
preservar a história da cidade.
Autor(es): Danilo Rodrigues Souza
Título: O Periódico Como Fonte Na Pesquisa Histórica: Trabalho E Trabalhadores No Jornal
“Diário Da Borborema” – Campina Grande, 1957-1980
Orientador: Severino Cabral Filho
Resumo: A pesquisa em arquivos é o caminho que muitos graduandos do curso de História
percorrem para alimentar suas ambições no que respeita ao seu futuro acadêmico.
Estimulados por projetos de pesquisa científica ou pelo desejo de aprender o fazer
histográfico, nos aventuramos pelos ironicamente chamados “arquivos mortos” de
instituições as mais diversas como arquivos e acervos públicos ou particulares. Desta
maneira, pretendemos relatar a experiência que temos adquirido com o nosso trabalho no
arquivo do jornal Diário da Borborema para atender às demandas do projeto de pesquisa
intitulado “Imprensa, trabalho e trabalhadores em Campina Grande-PB (1957-1980)” que
ora estamos desenvolvendo. Assim, desejamos relatar as dificuldades que temos
enfrentado, mas também as alegrias pelas descobertas sobre esta cidade que até aqui a
nossa experiência inicial nos tem proporcionado.
Autor(es): Manoela Edna de Lima
Título: Um desafio em vista: novas perspectivas para o Museu da Medicina em
Pernambuco
Orientador: Emanuela Sousa Ribeiro
Resumo: Neste trabalho investigaremos a representatividade histórica da medicina em
acervos museológicos, tomando como referencial o Museu da Medicina de Pernambuco.
Buscaremos também indicar as noções de influência encontradas na relação entre a
história e a medicina para a representação cultural das ciências da saúde, considerando
sua inserção na categoria de Patrimônio Cultural da Ciência e Tecnologia. Este panorama
abrirá discussões posteriores a respeito das possibilidades de novos horizontes discursivos
para estas coleções e para os museus de medicina.
Autor(es): Antônio Roberto Soares Cavalcante
Título: Museu do eclipse como espaço para o ensino não formal
Orientador: Telma Bessa Sales
Resumo: O presente artigo apresenta uma reflexão sobre Museu de Ciência analisando as
dimensões pedagógica e social dos museus, tendo como principal objetivo compreender a
relação que se estabelece entre a museologia e a educação. O problema investigado diz
respeito às potencialidades dos museus enquanto espaços de educação não-formal. A
pesquisa é de natureza bibliográfica e documental. O que está em discussão é a
abordagem sobre os temas científicos e a exploração dos objetos museológicos além de
discorre sobre as relações entre museu e educação, partindo do princípio de que a própria
definição de museu é educativa. Dessa forma, o caráter pedagógico dos museus reside nas
suas possibilidades educativas, que precisam dialogar com os espaços de educação formal.
Assim, o museu pode se constituir num espaço não formal de educação e de
aprendizagem, na medida em que o seu objetivo maior passa a ser de socialização de
113
conhecimento sobre a história e as memórias preservadas. As conclusões da pesquisa vão
nessa direção, ou seja, a museologia pode desempenhar uma função pedagógica critica e
contribuir na formação dos sujeitos se conseguir, de modo efetivo, estabelecer um diálogo
crítico e reconstrutivo do passado.
SESSÃO 34 - ACERVOS E MEMÓRIAS
Coordenação: Evanúcia Gomes de Oliveira
Autor(es): Raquel da Silva Guedes, Caroline Silva de Souza
Título: As representações femininas construídas em arquivos: a percepção dos lugares das
mulheres na Escola Politécnica
Orientador: Rosilene Dias Montenegro
Resumo: A Escola Politécnica foi a primeira instituição de ensino superior na cidade de
Campina Grande, município do agreste paraibano, a consolidar seu projeto de criação e se
instituir como uma Instituição de nível superior. Criada em 1952 apenas com o curso de
Engenharia Civil, a Escola Politécnica consolidou-se firmemente na década de 1960. A
importância dessa Escola para o município de Campina Grande foi incomensurável,
primeiramente como instituição de nível superior que inaugura uma nova perspectiva de
ensino, até a inauguração de um novo marco para a vida feminina, trazendo a mulher que
saiu da exclusividade do lar para cursar uma formação de nível superior ou para garantir o
seu sustento por meio do trabalho. O Arquivo Geral da Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG) apresenta em seu arquivo fechado sobre a Escola Politécnica, dados que
nos permitiu estudar e perceber os lugares das mulheres nesta Instituição, como as
matrículas nos cursos oferecidos, relatórios do diretor e relação de reunião de
funcionários e professores, bem como, suas particularidades no tocante a função feminina
exercida na repartição, sejam secretárias, auxiliares de serviço, professoras e alunas. Além
do mapeamento dos seus locais de origens, em meio as décadas de cinquenta até
sessenta, onde a independência e aquisição feminina ao público e as funções ditas
masculinas era incomum. O questionamento da pesquisa é perceptível no Arquivo, na
análise de dados que permite visualizar como essas mulheres eram inseridas no espaço da
Instituição, abrindo discussão para as conquistas dessa mulher que passou do lar, para o
trabalho no espaço público em funções primeiramente manuais e subordinadas até a
conquista efetiva como funcionárias, como também as alunas que conquistaram seu
emprego em repartições privadas e como professoras na Instituição.
Autor(es): Maria Susana Mikui Almeida
Título: Arquivos escolares e a formação da memória educacional da Escola Estadual 26 De
Agosto em Campo Grande-MS (1936-1982)
Orientador: Celeida Maria Costa de Souza E Silva
Resumo: A proposta desta pesquisa é a de investigar como têm sido organizados os
arquivos escolares da Escola Estadual 26 de agosto, localizada em Campo Grande-MS, e
como a documentação histórica tem contribuído para a formação e a preservação da
memória educacional da instituição. Acreditamos que por meio dos arquivos escolares é
114
possível conhecer o interior da escola, suas especificidades, seus saberes, sua organização,
suas práticas curriculares, ou seja, a cultura escolar. Analisamos a documentação
produzida na e pela escola e seus sujeitos, no período de 1936-1982, tais como: Atas de
reunião, livros de nota, diários de classe, livros da diretoria, livros de ponto, álbuns
fotográficos, regimentos e ficha de alunos. O acervo arquivístico de uma escola advém de
suas atividades administrativas e pedagógicas. Em geral, a maioria dos estabelecimentos
de ensino apresenta arquivos “ativos” e “inativos” ou “mortos”, denominação que,
segundo Ribeiro (1992), revela o predomínio de uma noção limitada de sua importância
para a administração e, principalmente, para o conhecimento científico. Por meio desta
pesquisa, objetivamos mostrar que a escola possui historicidade e materialidade, conhecer
a escola enquanto universo de objetos e instrumentos utilizados no exercício da atividade
de ensino-aprendizagem, enfatizando a necessidade de preservação da memória da
educação, reconhecendo que a escola é uma das instituições fundamentais da sociedade
contemporânea, espaço importante na produção e reprodução da cultura.
Autor(es): Raphael Alves Da Costa Torres,Hélia Costa Morais
Título: Acervo e memória: os rosados na Coleção Mossoroense.
Orientador: Marcílio Lima Falcão
Resumo: O presente artigo surgiu a partir do Projeto de Extensão Coleção Mossoroense:
Incentivo à leitura por meio de criação de Biblioteca que se estendeu por três anos e
pretendeu organizar e doar exemplares da Coleção Mossoroense para instituições de
ensino superior, centros de pesquisa e institutos de educação. Diante disso, percebeu-se
que a Coleção Mossoroense, fundada por Vingt-Un Rosado na década de 1940, se constitui
em importante espaço para a divulgação da memória sobre Mossoró e sobre os Rosados.
Nesse sentido, este artigo discuti a importância da Coleção Mossoroense na constituição
da memória sobre os Rosados em Mossoró e busca, a partir da análise do acervo e das
publicações da Fundação Vingt-Un Rosado, entender o lugar dessa instituição na produção
e circulação da memória sobre a Família Rosado.
Autor(es): Cristiano Marcos Candido Gomes
Título: Dos currais às letras: a criação do Arquivo Histórico de Serra Negra
Orientador: Jailma Maria de Lima
Resumo: Este trabalho resulta de uma ação de extensão intitulada Dos Currais às Letras: a
Criação do Arquivo Histórico de Serra Negra do Norte-RN e tem como principal objetivo
organizar e digitalizar os documentos da Igreja Matriz, da Prefeitura Municipal, da Câmara
de Vereadores, do Cartório e do Fórum Municipal, visando construir um arquivo histórico
na cidade de Serra Negra do Norte, localizada na região do Seridó norte-rio-grandense. O
projeto tem uma enorme relevância para a pesquisa histórica do município, bem como
para a própria compreensão da população local sobre a sua História. Desse modo,
disponibilizaremos futuramente o acervo para a realização de pesquisas.
Autor(es): Mariane Martins, Tássila Sant’anna Espíndola
Título: Imersos em uma caixa, do teórico ao técnico: guardados de Victor Márcio Konder
(1920-2005)
Orientador: Maria Teresa Santos Cunha
115
Resumo: Peças de acervos são descartadas com certa frequência por serem consideradas
desnecessárias àqueles que as guardam, desta forma perde-se valiosas informações a
respeito do mesmo. Com o acervo Konder, doado à Biblioteca Universitária da UDESC no
ano de 2009, não foi diferente. Percebeu-se um despreparo no trato de alguns materiais
referentes à ele. O material recolhido na biblioteca no setor de Obras Raras destinados ao
descarte sendo realizada a limpeza, análise e catalogação do material.Acomodado no
LabPAC, foi feita uma limpeza superficial e armazenado em recipiente apropriado e
catalogado digitalmente.Com isso, foi feita a preservação da memória de um membro
relevante da história catarinense e da própria Universidade do Estado de Santa Catarina e
possibilidade de novas perspectivas sobre o tema.
Autor(es): Allyne De Sena Noronha
Título: Visibilizando a memória das fundadoras do Arquivo Histórico Estadual de Goiás
Orientador: Ana Carolina Eiras Coelho Soares
Resumo: O presente faz parte do projeto “Fontes, teses e publicações sobre Gênero em
Goiás: catalogação e descrição de acervos”, desenvolvido na Faculdade de História da UFG,
sob orientação da Profª. Dr.ª Ana Carolina Eiras Coelho Soares, que tem como objetivo
principal pesquisar fontes, teses e publicações presentes na região de Goiânia e cidade de
Goiás a respeito da temática de Gênero. No presente momento estamos realizando o
levantamento das fontes encontradas no Arquivo Histórico Estadual de Goiás. Neste,
tivemos a oportunidade de ter acesso a documentos pessoais de suas duas primeiras
diretoras – já falecidas: Marilda de Godoy Carvalho (1976-1996) e Maria Carmem Lisita
(1996-2012), que desempenharam relevantes papeis na fundação, organização e
institucionalização daquele órgão. Conscientes da relevância de tais mulheres para a
história arquivística nacional e da invisibilidade feminina na historiografia atual, tal projeto
está contribuindo para uma equalização de personagens históricos. Com isso, é possível
perceber a importância de um projeto que vise à catalogação e disponibilização das
informações existente neste acervo para que possam se tornar material de pesquisa tanto
para o público especializado acadêmico quanto para o público em geral.
Autor(es): Humberto Rafael de Andrade Silva
Título: Patrimônio cultural e representações do Recife a partir dos acervos da Fundação
Joaquim Nabuco
Orientador: Sylvia Costa Couceiro
Resumo: O projeto objetiva pesquisar as coleções documentais do Centro de Estudos da
História Brasileira da Fundação Joaquim Nabuco/MEC, com ênfase nos acervos
fotográficos, visando analisar o processo de construção dos conceitos de monumento e
patrimônio histórico urbano e sua relação com o imaginário articulado sobre o Recife na
primeira metade do século XX.
Autor(es): Talita Emily Fontes da Silva
Título: Para brasileiro ver: memórias de um norte-americano através de cartões-postais
(1969-1976)
Orientador: Dilton Candido Santos Maynard
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Resumo: Este trabalho tem como principal objetivo apresentar de que forma um corpus
documental composto por 74 cartões postais e fotografias (que possuíam a mesma função
dos primeiros), enviados entre as décadas de 1960 e 1970 por um cidadão norte-
americano a seu amigo brasileiro, podem revelar não só aspectos da sociedade
estadunidense neste período, como também refletem uma série de costumes gerados
exatamente neste momento do séc. XX, ligados a conservação da memória por meio das
tecnologias que haviam surgido recentemente. Registrando diversos ambientes norte-
americanos, o material utilizado neste trabalho demonstra a importância dos registros
pessoais um receptáculo de memórias, que no caso destas fontes, não se restringe
somente ao conteúdo imagético, mas as descrições realizadas pelo remetente,
identificado como Richard A. Masilun, sobre as imagens enviadas. Desde lazeres comuns,
indo até a momentos como a chegada do homem ao espaço, o material trabalhado instiga
reflexões relativas a sociedade americana, especialmente por ter sido produzido em um
momento conturbado da História desta nação
SESSÃO 35 - TRABALHADORES NEGROS NO OITOCENTOS
Coordenação: Débora Quezia Brito da Cunha e João Fernando Barreto de Brito
Autor(es): Ingrid Janne Belfort Mendes
Título: Identidades, sujeitos e nações africanas no Maranhão do século XIX: o passaporte
como objeto de análise
Orientador: Tatiana Raquel Reis Silva
Resumo: A escravidão foi um importante fenômeno da história, estando presente em
muitos lugares, da antiguidade clássica a épocas muito recentes. Na Antiguidade Clássica e
na África antiga o sujeito independendo de sua raça, classe ou religião tornava-se escravo
através das guerras, dividas diferenças religiosas, pois para o Islã o escravo era objeto de
conversão e diferenças de grupos étnicos faziam uma pessoa entrar na servidão, que
poderia por um tempo específico ou até a sua morte. A escravidão específica só do negro
africano aconteceu primeiramente com o Islã e depois se consolidou com a entrada dos
europeus para o comércio, com este fator a África esteve intimamente ligada a esta
história, tanto como fonte principal de escravos para as antigas civilizações: o mundo
islâmico, a Índia, China no inicio e principalmente nas Américas onde se estima que 10
milhões de africanos foram retirados de diferentes regiões do continente africano. O Brasil
é um bom exemplo para se falar sobre a difusão negra pelo mundo, pois é país que mais
tem descendentes de africanos do mundo, e o Maranhão é um dos Estados com maior
concentração negra no país. Por isso sua capital São Luís tem sido conhecida por sua
cultura, população oriunda das manifestações culturais africanas trazidas pelos escravos e
ressignificadas ao longo do tempo. O objetivo deste artigo é discorrer sobre o processo
identitário dos sujeitos escravos africanos e dos libertos, usando como objeto de estudo os
passaportes de escravos/ libertos encontrados no Arquivo Público do Estado do
Maranhão, tendo como base a história quantitativa e história demográfica, junto com a
análise de intelectuais que pesquisa temática da Diáspora africana para apresentar uma
117
discussão sobre a circulação dos escravos e libertos africanos na província maranhense, no
império e no exterior.
Autor(es): Rebeca Capela Pontes
Título: Mundo do trabalho escravo em Pernambuco (século XIX)
Orientador: Beatriz De Miranda Brusantin
Resumo: Este texto faz parte de um projeto de pesquisa maior cujo o titulo é “Experiência
e Cultura dos trabalhadores de Pernambuco entre 1831-1889” . Trata-se, portanto, de
uma pesquisa em andamento cujos resultados ainda estão sendo elaborados e analisados.
O grupo trabalha em sua maioria com documentos da Secretaria de Segurança Pública do
estado, focado no período do século XIX e que está arquivada no Arquivo Público Estadual
Jordão Emereciano (APEJE). Além destas fontes principais, também trabalhamos com o
cruzamento de outras fontes, entre elas, as fontes estatísticas referentes ao período. Entre
as temáticas que este mundo de informações nos possibilita enveredar, respeitando o
tema principal, escolhemos para este texto a perspectiva analítica sobre a cultura
profissional dos trabalhadores pernambucanos. Inicialmente devemos ressaltar que
quando focamos os trabalhadores estamos obviamente incluindo os escravos e as
escravas. Estamos, portanto, refletindo sobre uma sociedade escravista, e toda o seu
caráter autoritário senhorial, sua violência, suas desigualdades e atos desumanos. Como
segundo ponto esclarecedor, é pertinente destacar que, quando nos arriscamos em falar
sobre cotidiano e cultura profissional, objetivamos alcançar todas as classes sociais que
incluem o mundo do trabalho na segunda metade do XIX. A perspectiva, portanto, é
problematizar dados estatísticos sobre o trabalho, dando voz aos possíveis agenciamentos
dos trabalhadores, escravos, livres e libertos, diante de um sistema produtivo
extremamente hierarquizado e com as forças hegemônicas constantemente em ação.
Autor(es): Jessyka Alves de Figueiredo Sá
Título: A população negra na Guarda Nacional da Paraíba (1831-1840)
Orientador: Solange Pereira Da Rocha
Resumo: Com o presente trabalho pretendemos discutir a criação da Guarda Nacional na
Paraíba, nos anos iniciais de sua formação, de 1831 a 1840, no Período Regencial. Seguida
de análises sobre a participação da população negra na mencionada milícia, as condições
de trabalho dos praças, quais eram as atividades econômicas e origem social dos homens
que atuaram no período aludido. Para realização da pesquisa consultamos os Relatórios de
Presidente de Província da Paraíba do período estudado e variados tipos de documentos,
Papéis Avulsos, disponíveis no acervo do Arquivo Histórico Waldemar Bispo Duarte, esses
últimos foram fotografados e organizados num banco de dados que embasaram o estudo,
com o qual podemos destacar algumas das características da Guarda Nacional na Paraíba e
o perfil de alguns homens que estiveram nas suas fileiras na década de 1830.
Autor(es): Lucian Souza da Silva
Título: Ideias e discursos abolicionistas na Parahyba do Norte
Orientador: Solange Pereira da Rocha
Resumo: O presente artigo tem como objetivo expor resultados parciais de projeto de
pesquisa, desenvolvido junto ao Grupo de Pesquisa Sociedade e Cultura no Nordeste
118
Oitocentista (DH/UFPB), no qual analisamos as ideias e os discursos abolicionistas em
jornais publicados na década de 1880, período em que houve um acirramento em torno
das lutas pela abolição da escravidão e uma intensificação da campanha abolicionista em
todo o país. Nosso recorte espacial é a Província da Parahyba do Norte e, a partir de uma
seleção de fontes históricas, procuramos identificar e analisar os discursos abolicionistas
nos jornais O Arauto Parahybano (1887) e O Emancipador (1883), que circulavam na
Parahyba do Norte às vésperas da assinatura da Lei Áurea, de nº 3.353, de 13 de maio de
1888.
Autor(es): Karolina Fernandes Rocha
Título: Anunciando a liberdade: a representação da emancipação dos escravos na
literatura feminina do oitocentos (1859-1894)
Orientador: Patricia Maria da Silva Merlo
Resumo: O Abolicionismo rompeu com a tradição brasileira ao trazer ao centro do debate,
outsiders políticos como as mulheres, as crianças e os escravos, expandindo tanto o
público quanto a esfera social dos inseridos no cenário político. Sem dúvida, a maior
conquista do movimento foi incluir os próprios escravos, pois sem a adesão desses, o
projeto abolicionista não apresentaria êxito. Interessa a presente pesquisa analisar a
inserção das mulheres, que acontece de maneira ilustre durante esse processo,
principalmente por revelá-las como atores sociais, desmistificando assim, a noção de sua
exclusão dos processos políticos. Para tanto, busca-se analisar o modo como foram
representados os escravos e a emancipação destes na literatura brasileira oitocentista, em
especial as de autoria feminina, a partir do romance Úrsula (1859), do conto A
Escrava(1887), de Maria Firmina dos Reis e do romance A Família Medeiros (1892), de Júlia
Lopes de Almeida.
Autor(es): Reinilda de Oliveira Santos
Título: Cultos africanos: sujeitos, identidades e conflitos no Maranhão pós-Abolição
Orientador: Antonio Evaldo Almeida Barros
Resumo: O Maranhão, quando substituiu os escravos indígenas pelos africanos no século
XVIII, trouxe juntamente com eles uma imensidão de costumes, que hoje permeiam nossa
sociedade e são vistos como símbolo de identidade maranhense. No entanto, nem sempre
foi assim. Até meados do século XX, as manifestações relacionadas aos negros eram
intensamente perseguidas, especialmente aquelas voltadas para algum aspecto religioso,
geralmente generalizadas como rituais de macumba e associadas a práticas diabólicas e
bárbaras. No presente trabalho, proponho analisar fontes de natureza diversificada
visando reconstituir relações sociais que constituíam o campo material e simbólico do que
se poderia identificar como "cultura afro-maranhense" ou "cultura negra", tais como:
tambores de crioula e mina, bumba-meu-boi, pajelança e terecô. Enfoca-se o cenário
social maranhense no final do século XIX até especialmente meados do século XX, isto é,
trata-se de pensar estes fenômenos sociais e culturais no contexto historiograficamente
definido como pós-Abolição. Dentro desse leque de manifestações, destacam-se aquelas
ligadas ao aspecto religioso, sobretudo no que tange as perseguições feitas por jornais,
intelectuais, e pelo aparelho repressor do estado. Atenta-se para a peculiaridade de uma
casa de culto afro-brasileiro, o terreiro do Zé Negreiro, que dentro desse cenário de
119
repressão e perseguição, em 1954, conseguiu, através do apoio justamente dos grupos
que frequentemente imprimiam a cultura negra como algo incivilizado e degradante,
ganhar espaço a ponto de ser o primeiro pai-de-santo a ter fotos publicadas em jornais,
gravar entrevistas, e ser construído pela imprensa de maneira positiva. Essas
manifestações, ao longo dos anos, foram sendo repensadas e ganharam espaço, mesmo
que restrito, dentro da sociedade local. Pontua-se como esses rituais eram perseguidos,
mas especialmente busca-se, fazendo uma leitura a contrapelo das fontes de época
(frequentemente produzidas por quem depreciava aquelas manifestações), mostrar as
visões de mundo e as perspectivas dos sujeitos produtores de bumbas e tambores no
Maranhão pós-Abolição.
Autor(es): Felipe Souza Ferraz
Título: As condições de trabalho em Cáceres no contexto da pós-Abolição
Orientador: Domingos Sávio Da Cunha Garcia
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo buscar compreender como ocorreram as
relações de trabalho no município de Cáceres no período que compreende entre 1888 –
1920. Ou seja, abrangendo desde pouco antes do término do regime escravista até o
contexto da pós-abolição. Com o intuito de buscar possíveis relações entre o âmbito
nacional e regional, sem deixar de lado também as condições dos negros neste período,
sua situação em relação ao mercado de trabalho livre. As relações entre o poder das elites
locais, juntamente com o poder do Estado (entendido em seu âmbito nacional) e seu
aparato, com os trabalhadores também serão abordados.
Autor(es): André Luís Bezerra Ferreira
Título: Entre fazendas e aldeias, a resistência quilombola na Vila de Pinheiro.
Orientador: Maria da Conceição Pinheiro de Almeida
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo analisar a resistência negra no município de
Pinheiro, Estado do Maranhão, a partir do quilombo São Sebastião, que aqui se estabeleceu no
último quartel do século XIX. O São Sebastião inclui-se num ciclo de revoltas e insurreições
escravas na província maranhense durante o período oitocentista.Enquanto houve a
resistência quilombola na região os negros desenvolveram um campesinato bem estruturado,
cujo estabelecia relações com os escravizados que permaneciam na senzala. Essas
organizações mantinham sua sobrevivência através de uma economia baseada nas alianças
com latifundiários que lhe ofertassem acoitamento e liberdade para negociar seus produtos.
Isso proporcionou a facilidade para que os escravizados tivesse acesso à propriedade rural
ainda no regime escravista, acarretando tempos mais tarde no florescimento das comunidades
negras rurais. Para tanto, utilizaremos das fontes documentais que serão problematizadas
junto a teóricos que discutem as relações do sistema escravista no período oitocentista. O
presente trabalho encontra-se em fase de desenvolvimento, contudo, há a possibilidade de
vislumbrarmos alguns resultados, ainda que sejam parciais, sobre a resistência negra no
Maranhão Oitocentista.
120
SESSÃO 36 - FORMAÇÃO DE PROFESSORES, CURRÍCULO E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Coordenação: Bruna Rafaela de Lima
Autor(es): Luana Ferreira Santana
Título: Formação de professores de História: algumas reflexões
Orientador: Astrogildo Fernandes da Silva Júnior
Resumo: Este texto apresenta resultados parciais de uma monografia que está sendo
desenvolvida no curso de História da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal da
Universidade Federal de Uberlândia – FACIP/UFU, como requisito parcial para conclusão
do curso. A investigação partiu dos seguintes questionamentos: Como se deu a formação
dos professores de História em diferentes tempos e espaços? O que significa formar um
professor? Quais são os saberes que os professores mobilizam na prática docente? Qual a
relação entre a formação de professores e suas práticas desenvolvidas? Dessa forma,
delimitamos o objetivo geral da investigação que é analisar a formação, os saberes e
práticas dos professores de História em diferentes fases da carreira. Como objetivos
específicos, destacamos: 1- Analisar a formação inicial e continuada dos sujeitos de
pesquisa por meio de suas narrativas; 2- Analisar os saberes e as práticas dos professores
de História que se encontram em diferentes momentos da carreira. Porém, nos limites
deste texto apresentamos algumas reflexões sobre a formação de professores, de forma
específica destacamos um levantamento bibliográfico sobre a temática formação de
professores de História.
Autor(es): Thasley Westanyslau Alves Pereira
Título: Formação de professores em História, caminhos trilhados e perspectivas
Orientador: Juliana Ricarte Ferraro
Resumo: O profissional docente é um elemento fundamental para que se atinjam os
objetivos da educação. Portanto, a formação desses profissionais se constitui também
como um fator predominante no alcance desses objetivos. Assim, pretendemos neste
artigo trazer uma análise histórica das concepções de formação de professores em três
momentos distintos, a saber: o período da Ditadura Militar, o contexto dos anos noventa e
início do século XXI. Objetivamos ainda, apontar a relação entre pesquisa e ensino, teoria e
prática na promoção de uma formação docente plena e comprometida com a autonomia
profissional, inferindo sobre a colaboração dessas dualidades e suas contribuições para a
formação de sujeitos críticos e reflexivos no seu fazer profissional.
Autor(es): Raissa Rodrigues Bruno Figueiredo
Título: Diálogos, Interseções e Consciência Histórica na Formação dos Estudantes de
graduação do Curso de História
Orientador: Jailson Pereira da Silva
Resumo: O trabalho apresenta as primeiras reflexões sobre as perspectivas teóricas e
metodológicas que orientam as práticas da monitoria de iniciação à docência do projeto
Experiência de ensino-pesquisa: O Trabalho com documentos históricos a partir do acervo
do Núcleo de Documentação Cultural da UFC (NUDOC-UFC). Foi percebendo a necessidade
da criação de espaços de reflexão e intervenção que articulassem ensino, pesquisa e
extensão para a modalidade licenciatura do curso de graduação em História que o projeto
121
foi pensado. Como produto da experiência de monitoria no projeto, o presente trabalho
expõe questões e problemáticas visando à discussão do ensino de história e do processo
de construção dos saberes a partir da conexão entre as discussões acadêmicas
relacionadas ao “pensar historicamente” e os documentos presentes no acervo do
NUDOC. As reflexões apresentam-se como possibilidade de abordar questões referentes à
consciência histórica e as perspectivas da formação do docente pautada pela interação e
mobilização de diferentes saberes. O que nos interessa é contribuir para a dessacralização
do passado, para o questionamento do passado, como ponto incontornável na formação
dos profissionais da História. Não nos interessa a formação de eruditos e experts em
História, que são, apenas, capazes de reproduzir o que aprendem. O que nos move é a
crença de que espaços, como o NUDOC-UFC, são loci privilegiado para gestarmos
propostas de reflexão crítica sobre o ofício e o compromisso do historiador.
Autor(es): Richard Batista Silveira, Luana Nascif Galvão
Título: Formação docente e ensino de História em ambientes formais e não formais de
educação.
Orientador: Laila Brichta
Resumo: A presente comunicação tem por finalidade fazer um relato crítico das atividades
desenvolvidas a partir do Projeto de Ensino Laboratório de História: ensino, formação
docente e aproximações entre a universidade e as escolas de ensino básico, do qual somos
bolsistas. As atividades realizadas pelo projeto supracitado tem como objetivo promover
discussões e práticas de diferentes meios e recursos pedagógicos do ensino de história,
que tem como objetivo a nossa formação, ou seja, dos alunos que cursam a licenciatura de
história da UESC. Objetiva-se também proporcionar discussões, experiências educacionais
e criar novos e mais dinâmicos recursos de ensino, contribuindo para uma melhor
habilitação na docência. Em novembro de 2012, desenvolvemos um rol de 12 (doze)
oficinas temáticas que foram planejadas, preparadas e aplicadas por um grupo de 70
estudantes de licenciatura de história da UESC no espaço da Escola Estadual Padre Edgard
que fica no distrito de Taboquinhas, município de Itacaré/BA, distante cerca de 100 km da
universidade. Como resultado dessa atividade notamos um maior interesse dos discentes
universitários pela prática docente e pela pesquisa em história, como também um maior
diálogo com as escolas de educação básica. Como desdobramento dessa ação, por
exemplo, nos foi demandada uma atividade de Cinema e História a ser realizada no
mesmo município. A segunda atividade em desenvolvimento é uma aproximação da
linguagem do Teatro para o ensino de História. Estamos em fase de preparação,
envolvendo uma turma de cerca de 24 alunos do curso de história, que está montando
uma encenação teatral a ser apresentada no dia 08 de junho de 2013 a comunidades
escolares e casas de culturas parceiras do projeto de Ensino. O objetivo é estimular novos
recursos didáticos tanto para o ensino de história quanto para a pesquisa, uma vez que o
tema a ser enfocado está dentro do conteúdo programático da disciplina História do Brasil
Império. Essa comunicação, portanto, prevê um relato dessas atividades e um diálogo
crítico sobre práticas de educacionais para uma melhoria no processo de ensino e
aprendizado dos conhecimentos em História.
122
Autor(es): Gabriela Ferreira Lucio, Letícia Silva Barroso
Título: Narrativas de experiências na iniciação à docência: sentidos do processo formativo
Orientador: Arnaldo Pinto Junior
Resumo: A finalidade deste artigo é propor um diálogo entre formas de experiências no
processo de formação docente, a partir do contato com os professores e alunos. Para
embasar nosso diálogo, utilizaremos a nossa própria experiência oriunda do Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), que visa subsidiar a formação dos
graduandos dos cursos de licenciatura e estabelecer um vínculo efetivo entre teoria e
prática educacional. Parte do grupo do PIBID de História da Universidade Federal do
Espírito Santo (UFES), iniciado em agosto de 2012, desenvolveu as atividades na EEEM
“Irmã Maria Horta”, localizada na Praia do Canto, Vitória. Foram utilizadas também
referências textuais que exploram essa temática para fundamentar o objetivo supracitado.
Com relação ao método historiográfico adotado, o recurso escolhido foi o diálogo com a
memória através da história oral, o que permitiu as abordagens de entrevistas e relatos
direcionados às questões da formação docente.
Autor(es): Ione Soares de Oliveira
Título: Relato de experiência vivenciada por bolsista de Iniciação a Docência
Orientador: Rachel Tegon de Pinho
Resumo: Este trabalho tem como objetivo descrever os resultados parciais obtidos e
refletir a experiência vivida pela acadêmica e bolsista no subprojeto PIBID/História pela
Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT, Campus de Cáceres, desenvolvido na
Escola Estadual “Professora Ana Maria das Graças de Souza Noronha”, localizada em
Cáceres- MT, selecionada para realização do projeto, tendo em vista que, os dados do
IDEB/2009 apontaram que esta escola obteve 4, 1 de desempenho e ficou, portanto,
abaixo do índice previsto, sendo esse um dos critérios de escolha para a execução do
projeto PIBID. O projeto PIBID/História teve inicio no mês de agosto do ano de 2012 a parti
de uma reunião de apresentação no Laboratório de Ensino de História com todos os
membros do programa, no intuito de apresentar a escola e o cronograma das atividades
que seriam realizadas, e a formação de equipes para execução das atividades previstas no
subprojeto. Foram desenvolvidos inúmeros trabalhos em várias etapas e realizadas tanto
na escola previamente selecionada (Ana Maria) quanto no Laboratório de Ensino de
História instalado em 2012 nas dependências do Departamento de História da
Universidade do Estado de Mato Grosso. Realizou-se visitas a escola onde foi possível
conhecer a estrutura física, acervo da biblioteca, modalidades de ensino, rotinas de
funcionamento e as políticas públicas contidas no PPP – Projeto Político Pedagógicos.
Realizou-se a produção de diagnóstico, em que reuniu informações atualizadas quanto à
estrutura, rotina e funcionamento da unidade escolar e também levantamento de
problemas. O relato é de sete meses de experiência dentro do projeto PIBID que tem sido
extremamente importante pela experiência de vida, escolar, intelectual que o programa
tem proporcionando. A partir do que foi exposto e diante de todas as atividades
realizadas, observa- se que o projeto de iniciação à docência visa inserir o acadêmico nas
práticas de ensino durante sua graduação preparando-o assim, para o exercício da
profissão. Além disso, proporciona ao estudante universitário, vivências no cotidiano da
123
escola construindo um espaço de aprendizagem e trocas de experiências, possibilitando
uma visão ampla que o futuro profissional terá ao ingressar no mercado de trabalho.
SESSÃO 37 - MEMÓRIA, HISTÓRIA E EDUCAÇÃO
Coordenação: Dilza Pôrto Gonçalves
Autor(es): Bruna da Silva Cardoso
Título: Dom e docência nas histórias de vida de professores e professoras aposentadas de
História
Orientador: Dernival Venâncio Ramos Júnior
Resumo: Através da metodologia História oral, por meio de histórias de vida pretendemos
investigar a relação entre dom e docência na narrativa de professores e professoras
aposentados de História com o intuito de dar voz a esses sujeitos, buscando saber nas
experiências como esses profissionais significam suas vidas a partir de todo o caminho
percorrido por eles. Este trabalho busca mostrar através dos discursos dos professores e
professoras o papel ocupado pelo dom na escolha da docência como também o sentido
atribuído pelos docentes à profissão, mostrando que o dom pode naturalizar as
justificativas e os sentidos atribuídos sobre o que é ser professor.
Autor(es): Fabio Ronaldo da Silva
Título: “Naquela época tudo era bom!”: memórias saudosas dos ex-funcionários da Escola
Politécnica da Paraíba
Orientador: Rosilene Dias Montenegro
Resumo: O artigo aqui apresentado é um dos resultados referentes a pesquisa
desenvolvida pelo Projeto Memória da Ciência e Tecnologia em Campina Grande, da
Universidade Federal de Campina Grande - UFCG. A proposta é contribuir para a discussão
sobre memória, assim como também a discussão de gênero, a partir do momento em que
trazemos uma nova aproximação sobre o entendimento do passado pelos próprios
viventes baseados em seus depoimentos. Ao realizar diversas entrevistas com ex-
funcionários(as) da antiga Escola Politécnica do Estado da Paraíba na cidade de Campina
Grande - Paraíba (que deu origem posteriormente à Universidade Federal de Campina
Grande) , nos deparamos com uma ideia recorrente entre esses(as) entrevistados(as)
sobre a situação em seus ambientes de trabalho. A idealização do passado,
transformando-o num lugar de perfeição, beirando a utopia, é uma visão que ocorre com
mais frequência do que o imaginado; e nosso objetivo nesse trabalho será problematizar
essa visão, trazendo possíveis motivos para essa idealização, bem como questionamentos
relacionados à questão de gênero nos anos de 1950 a 1970, e o porquê da ausência de
queixas relacionadas à posição da mulher nesse trabalho. Será que essa época foi
realmente tão boa assim? Encontraremos mesmo igualdades entre os sexos já nesse
espaço de tempo? Com a ajuda de entrevistas e embasamentos teóricos sobre essas
discussões, procuramos responder essas indagações.
124
Autor(es): Luiz Mário Dantas Burity
Título: “Safras máximas, lucros máximos, padrão de vida máximo”: a criação de uma
escola rural na Fazenda Simões Lopes
Orientador: Antonio Carlos Ferreira Pinheiro
Resumo: Este trabalho é resultante das discussões que vêm sendo realizadas a partir do
desenvolvimento da pesquisa intitulada: Escolarização para a moral, o civismo e o
nacionalismo: os grupos escolares e as escolas rurais, espaços para a difusão dos ideais
estadonovistas (1937-1945), parcialmente financiada pelo CNPq. A referida pesquisa vem
utilizando como principalmente fonte documental as notícias publicadas no Jornal A
União, disponibilizado para consulta no Arquivo Histórico Waldemar Bispo Duarte,
vinculado a Fundação Espaço Cultural – FUNESC, nos anos referentes ao recorte temporal
acima mencionado. A delimitação do nosso objeto de pesquisa, ou seja, a educação no
meio rural (escola rural) é um desdobramento e aprofundamentos dos primeiros estudos
elaborados e publicados por Pinheiro (2002; 2006). Nesse sentido, este trabalho tem como
objetivo analisar o processo de criação da Escola Rural da Fazenda Simões Lopes, que
começou a ser pensada em 1938, mas que diante dos confrontos entre as autoridades e a
intelectualidade paraibanas acerca da difusão de ideias sobre a educação rural e das
relações entre as oligarquias locais e o governo federal, somente em 1943 teve a sua
construção iniciada. Essas relações políticas, sociais e, especialmente, educacionais foram
analisadas a partir do referencial teórico propugnado por Hobsbawm (1998) no que
concerne às inovações e tradições que envolveram a Paraíba no contexto do Estado Novo.
Podemos concluir, mesmo que provisoriamente, que a Fazenda Simões Lopes representou
o desenvolvimento científico da agricultura, acompanhado pelos demais espaços de
difusão desse conhecimento no Estado, tais como: na Escola de Agronomia do Nordeste,
na Granja São Rafael e tantos outros espaços. Aspectos esses que ganharam força com a
criação de uma Escola Rural Modelo.
Autor(es): José Eudes Da Silva Ferreira
Título: Tecendo narrativas, práticas e significados: história e memória das
instituições e educadoras(as)confessionais na Paraíba: 1891-1945
Orientador: Ramsés Nunes e Silva
Resumo: A construção de ações para fixação dos preceitos instrucionais confessionais, via
educação, no segundo reinado ou sob nova conjuntura nos últimos anos do oitocentos, foi
de grande relevância na reestruturação dos discursos cristocêntricos que viam na perda de
espaço e influência religiosa e no avanço da laicização escolar uma ameaça. Essa condição
de embate seria reforçada com a proclamação da República e com o século XX. Destarte a
reafirmação e fundação de espaços escolares e proporcionalmente das instituições de
ensino, que se prontificavam a "instruir a partir da fundamentação religiosa" um quadro
de tensão/contradição se manifestou como querela em vários estados do Brasil. Na
Parahyba do Norte o fenômeno seria identificável desde a pronta participação no
funcionalismo público escolar de clérigos, a fundação da Arquidiocese ou, em "lado
aposto", a fundação de congregações protestantes e espaços kadercistas. Em seus
meandros estavam os interesses de uma gama extensa de protagonismos. Esses últimos
iam das lideranças religiosas, passando por docentes, discentes, assim como demandas
por modernização da educação que se abateram sobre os discursos manifestados à época.
125
Nosso trabalho, é resultado parcial de uma pesquisa de PIBIC que se encontra em pleno
desenvolvimento e tem como objetivo refletir sobre as práticas culturais/educacionais
confessionais e laicas manifestadas na instrução paraibana. Especialmente por serem aí
também fomentadas representações e adaptabilidades que se fizeram necessárias ao
longo de um tempo relativamente longo: entre o final do século XIX e primeira década do
XX. Notadamente as resignificações que se manifestaram e possibilitam a reflexão tendo
por base novos olhares sobre as fontes escolares confessionais locais, e essas, à luz da
nova história cultural. Documentos esses escritos ou orais proporcionados tanto pela
pesquisa arquivística quanto a partir da captação de relatos protagonizados pelos que
vivenciaram a educação confessional sob dadas condições. A construção de outro quadro
histórico sobre a educação de base confessional na Paraíba, em suas diversas vertentes, já
vem proporcionando significativas inquirições para tentarmos identificar o constructo dos
dispositivos que criaram a escola cristã brasileira, no final do oitocentos, e no momento de
afirmação e estruturação republicana entre 1891 e 1945. Revelando-se daí sintomática a
necessidade de construirmos um quadro analítico que lance olhares sobre a conjuntura
local, que se manifestou alinhada aos ditames intelectuais e normativos dedicados tanto à
combater a laicidade escolar republicana, ao longo das primeiras décadas do século XX,
assim como a adaptá-la quando possível.
Autor(es): Alexandro dos Santos
Título: “Cultivando Corpos”: Educação “Gymnástica” Física No Instituto Pedagógico
Campinense (1919-1932)
Orientador: Regina Coelli Gomes Nascimento
Resumo: O presente trabalho analisa o ensino de educação “Gymnastica” Física no
Instituto Pedagógico Campinense, entre os anos de 1919 e 1932. O Instituto Pedagógico
foi fundado no ano de 1919, pelo Tenente Alfredo Dantas Correia de Góis, de início
disponibilizando apenas de duas cadeiras primárias, entre as décadas de 1920 e 1930 a
instituição escolar vai se desenvolvendo e passa a ganhar espaço entre a sociedade
paraibana. O ensino de “Gymnástica” se dava através de forma teórica com aulas sobre,
“exercícios gymnasticos em sala, com movimentos elementares de conhecimento fácil e
pueril”, e aulas práticas através da adoção de exercícios militares e jogos como o “foot
ball”, destinados principalmente para os meninos; no caso das meninas as atividades
físicas tinham como objetivos contribuírem na formação doméstica das mesmas; as aulas
práticas ocorriam no pátio do instituto, ao ar livre, sendo ministradas por um docente com
formação militar. A documentação selecionada para análise consta de jornais da época a
exemplo do Brasil Novo, O Educador e da Revista Evolução, uma publicação do Instituto
Pedagógico entre os anos de 1931 a 1932, que aborda em suas paginas assuntos do
cotidiano do referido instituto, assim como outros temas de interesse do público da época.
A documentação a ser pesquisada se encontra na Biblioteca Atila de Almeida (Campina
Grande), Instituto Pedagógico campinense, Espaço Cultural de João Pessoa. Para tanto
recorro aos pressupostos teórico-metodológicos da historiografia relacionada ao tema, a
exemplo de Góis Jr. (2000) que com seus estudos sobre higienismo no Brasil no início de
século XX, nos possibilita pensar como as práticas de higiene se davam também por meio
da disciplinarização do corpo dos discentes nas escolas, e Parada (2009) proporciona um
melhor entendimento da implantação do ensino de Educação Física no Brasil. E também
126
nos aproximamos de Michel Foucault (2010) para perceber a inserção da disciplina no
cotidiano de docentes e discentes.
Autor(es): Gessica Cardoso Pinheiro
Título: Análise sobre a educação pública a partir dos relatórios de governo de Antonio
Lemos (1897 a 1903)
Orientador: Lucidéa de Oliveira Santos
Resumo: O artigo expõe uma análise sobre a instrução pública (primária e secundária), em
Belém do Pará, quando se encontrava sob a Intendência do Senador Antonio José de
Lemos. Dando prosseguimento à pesquisa intitulada “Produção de Memorial do 5º grupo
escolar do 4º distrito, Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Barão do Rio
Branco” e com a proposta de elaboração do “Memorial do Colégio Estadual Paes de
Carvalho (CEPC)”. Objetivando expor, inicialmente, as informações coletadas para o
planejamento da pesquisa. Tendo como resultado a configuração, conforme literatura
especializada, em Memoriais Históricos e Escolares das referidas escolas. A pesquisa é
composta por uma série de informações preliminares, para a efetivação de um estudo de
natureza histórica destacando os contextos nos anos de 1897 A 1903, presente em dados
coletados no Arquivo Público do Estado do Pará (APEP) e na Biblioteca Pública do Centro
Cultural Tancredo Neves (CENTUR).
Autor(es): Nathalia Cavalcanti da Silva
Título: Entre a nação e a região: o ensino de História em Pernambuco na década de 1930
Orientador: Lucas Victor Silva
Resumo: O presente trabalho galga compreender como se constituiu o ensino de História
na educação primária e secundária em Pernambuco durante o período da primeira fase do
governo de Getúlio Vargas (1930-1937), através da análise de documentos presentes no
Arquivo Púbico do Estado de Pernambuco referentes às propostas de ensino
encaminhadas pelo Estado nacional e os reflexos ocasionados por esse discurso no âmbito
estadual. O artigo em questão foi elaborado a partir do nosso relatório parcial do
PIBIC/CNPQ referente à nossa pesquisa, a qual encontra-se inserida em um projeto maior
que lança como objetivo a abordagem analítica sobre o ensino de História entre o período
da Proclamação da República (1889) ao fim do regime Estado Novista (1945). Durante a
consulta ao acervo documental e a reflexão sobre as representações em torno do ensino
de história e suas práticas, procuramos questionar as classificações, divisões e
delimitações que organizam a apreensão do mundo como categorias fundamentais de
percepção do real e de instituição de hierarquias sociais e identidades. Portanto, por essa
perspectiva, cultura e política tornam-se indissociáveis, pois pensar representação significa
inseri-las dentro das estratégias que determinam as posições e relações de poder que
estabelecem as diferentes identidades na sociedade, nesse caso, no período da década de
1930.
127
SESSÃO 38 - ENSINO SUPERIOR, HISTÓRIA E CURRÍCULO
Coordenação: Aaron Sena Cerqueira Reis e Max Willes de Almeida Azevedo
Autor(es): José Diego da Silva Albuquerque
Título: As origens e desenvolvimento do ensino superior brasileiro: o caso da UFRPE
Orientador: Ricardo de Aguiar Pacheco
Resumo: O texto aborda as reformas sofridas pelo ensino superior no Brasil e observando
o caso da UFRPE ao longo do tempo. Identificamos as barreiras impostas pela legislação
para criação das escolas de ensino superior na História da Educação no Brasil.
Pontualmente observamos o caso da criação da Escola Superior de Agricultura e Medicina
Veterinária (ESAVSB) que posteriormente se tornou a UFRPE.
Autor(es): Adair Fernandes David Júnior
Título: A temática “Formação de Formadores” nas produções acadêmicas em Minas Gerais
(1996-2011): os professores formadores dos cursos de História em foco
Orientador: Astrogildo Fernandes da Silva Júnior
Resumo: Este texto apresenta resultados parciais de uma monografia desenvolvida no
curso de História da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal da Universidade Federal
de Uberlândia – FACIP/UFU. A pesquisa parte dos seguintes questionamentos: Como se
deu a criação das universidades no Brasil? Como ocorreu o processo de expansão da UFU?
E o curso de História da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal-FACIP, quem são os
professores? Como foram formados? O que fazem os formadores de História? Como os
formadores contribuem e participam da (re)constituição dos saberes docentes e das
práticas dos futuros professores? A partir das questões supracitadas delimitamos o
objetivo geral da investigação que consiste em analisar o processo de formação, os
saberes e as práticas dos professores formadores do Curso de História da FACIP/UFU. De
forma específica pretendemos analisar a temática professores formadores nas Leis e
documentos curriculares de História, em particular do curso de História da FACIP/UFU;
refletir, por meio das vozes dos professores, sobre o processo de formação de formadores;
identificar, registrar e refletir sobre saberes, processos metodológicos e práticas de ensino
e aprendizagem em História que são produzidos e mobilizados nos fazeres pedagógicos
docente na educação superior por formadores de professores de História. Inicialmente
realizamos uma pesquisa sobre o estado da arte ou do conhecimento que visou levantar,
organizar e analisar a produção acadêmica sobre a temática “Formação de Formadores”
no período de 1996 a 2011.
Autor(es): Monike Gabrielle de Moura Pinto
Título: A prática pedagógica na formação do professor: análise da matriz curricular do
curso de Licenciatura em História da UFPE
Orientador: Ricardo de Aguiar Pacheco
Resumo: Como parte do programa de pesquisas do Observatório do Ensino de História em
Pernambuco, a presente pesquisa se debruça sobre a legislação que versa a respeito da
formação desse profissional e a aplicação de tal aparato legal no curso de História
oferecido pela Universidade Federal de Pernambuco. Em 2012 o Curso foi avaliado
negativamente pelo MEC e houve, por parte da universidade, um rápido movimento de
128
efetivação da mudança da matriz curricular para os alunos que ingressaram a partir do
semestre 2012.2 . Contudo, nossa análise será feita sobre a matriz anterior com o intuito
de evidenciar elementos que possam ter provocado o baixo aproveitamento do curso.
Autor(es): Bárbara da Silva Santos
Título: O futuro professor de História em Sergipe: um perfil a partir dos Projetos Políticos
pedagógicos dos cursos de licenciatura em História da Universidade Tiradentes (Unit) e da
Universidade Federal de Sergipe (UFS)
Orientador: Itamar Freitas de Oliveira
Resumo: Apesar de existirem leis que estabelecem o que deve ser desenvolvido durante a
graduação, ainda há um déficit na atuação do profissional em educação na sala de aula.
Conhecer como o professor de História está sendo formado implica em descobrir o porquê
de eles não estarem atuando adequadamente. Este artigo apresenta um o perfil do futuro
professor de história em Sergipe a partir dos projetos pedagógicos dos cursos de
licenciatura em História oferecidos em duas universidades. Seu objetivo geral é identificar
as proximidades e distanciamentos entre os PPP (Projeto Político Pedagógico) e a
legislação vigente, como também os modos de apropriação da mesma por uma instituição
pública – a Universidade Federal de Sergipe (UFS) e uma privada – Universidade Tiradentes
(UNIT). O exame dos documentos institucionais e das normas federais específicas indica
que tanto a UFS quanto a UNIT projetam futuros professores com os requisitos
estabelecidos pelas leis. Além disso, diferem na classificação de disciplinas, assemelhando-
se na distribuição de horas práticas, que são incluídas em matérias aleatórias.
Autor(es): Leandro Batista de Araújo
Título: A Formação de Historiadores pela UERN (1967-2005)
Orientador: Aryana Lima Costa
Resumo: O objetivo deste projeto é compreender como se constituiu o curso de História
da UERN e como as práticas de transmissão e manutenção da cultura profissional do
historiador intervieram e/ou mantiveram relações com a produção local de história. O
recorte adotado compreende as décadas de 70, 80 e 90, até 2005, quando este passou
pela sua última reformulação curricular. Para enveredar por este caminho, acreditamos
que as inovações do campo da história das disciplinas escolares podem contribuir também
para repensar a história ensinada na academia, desde que reconhecidas às especificidades
de cada um dos níveis de ensino. Devemos utilizar de referenciais teórico-metodológicos a
partir de André Chervel, Dominique Julia, Ivor Goodson e Vinão Frago, e manter o diálogo
como as obras de historiografia brasileira e norte-riograndense para fins de
contextualização. Como fontes, utilizamos os acervos existentes dentro da UERN
(documentação presente no ACEU, Departamento de História, DARE, Biblioteca, assim
como entrevistas).
Autor(es): Alexsandra Maria Dos Santos
Título: Análise e diagnóstico curricular: embate entre o velho currículo e Resolução 2001
Orientador: Bruno Melo de Araújo
Resumo: Esta comunicação debate a aplicação da legislação sobre formação de
professores no currículo do curso de Licenciatura em História da UFRPE. Verificamos a
129
carga horária total do curso bem como a carga horária direcionada a “prática como
componente curricular” e ao “estágio curricular obrigatório.” Concluímos que a matriz
curricular em análise não atende as determinações da legislação. Esta pesquisa é
financiada pela CAPES e faz parte do programa de pesquisas do Laboratório do Ensino de
História em Pernambuco ligado ao PPGHSC/UFRPE.
Autor(es): Gabriela Martini, Bruna Stroisch
Título: O ensino de História, planos de ensino e cursos de design de moda
Orientador: Mara Rúba Sant’Anna
Resumo: Por que ensinar História em um curso de graduação em Design de Moda? Como
e de que forma a História é abordada neste curso? São questões que se mantêm centrais
na reflexão da disciplina, sobretudo em cursos de graduação cujos currículos são pautados
em disciplinas práticas, como é o caso do curso de Design de Moda. O presente artigo
trata dos resultados de uma pesquisa realizada junto ao curso de Moda da Universidade
do Estado de Santa Catarina (UDESC), intitulada Ensino de Historia da Moda em Santa
Catarina e Rio Grande do Sul: análise quantitativa e crítica do material bibliográfico
utilizado, dos objetivos propostos e dos recursos audiovisuais explorados. Tendo como
objetivo discutir o papel no ensino de história no curso de Design de Moda e sua
importância na formação do profissional neste campo do conhecimento. A pesquisa foi
realizada no período de março de 2011 a dezembro de 2012. Foram contatadas 31
instituições, públicas e privadas, incluindo os cursos de bacharelado e de instituições
tecnológicas dos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. A intenção foi fazer um
estudo comparativo, entre os dois estados, acerca de alguns elementos presentes nos
planos de ensino dos diferentes cursos, analisando a complexidade e a
complementaridade dos planos de ensino, no que tange à ementa, aos objetivos gerais,
objetivos específicos, metodologia e bibliografia. Os resultados encontrados irão discutir a
uniformidade ou a falta dela, nos planos de ensino, bem como discutir a importância que é
dada aos mesmos por cada professor.
SESSÃO 39 - LUDICIDADE, ENSINO E HISTÓRIA
Coordenação: Dylton Cândido Maynard
Autor(es): Maele dos Santos Pereira Barbosa, Hilana de Oliveira Alves
Título: O lúdico e o ensino de História
Orientador: Valter Guimarães Soares
Resumo: O presente artigo traz uma discussão acerca da utilização de ferramentas
pedagógicas alternativas no ensino de história, mais especificamente do lúdico. Para isso
foi necessário fazer um período de observação em uma escola da rede estadual,
especificamente em turmas do 6º ano do ensino fundamental II, para identificar os
problemas e as queixas mais comuns feitas pelos alunos e professores, a fim de dinamizar
por meio de atividades lúdicas as aulas de história resultando em uma aprendizagem
significativa.
130
Autor(es): Lucélia da Silva Souza Marcelo Márcio da Silva, Lígia Mariane Costa Soares
Título: O lúdico no ensino de História: A utilização de jogos didáticos no Ensino Médio
Orientador: Jailma Maria de Lima
Resumo: Esta comunicação tem como objetivo relatar experiências desenvolvidas em salas
de aulas de escolas públicas, a partir de inovações metodológicas propostas pelo PIBID de
História do CERES/UFRN. As experiências apresentadas foram desenvolvidas com o Ensino
Médio de duas escolas estaduais localizadas na cidade de Caicó/RN: Escola Estadual
Calpúrnia Caldas Amorim (EECCAM) e Centro Educacional José Augusto (CEJA). Realizamos
as nossas atividades nas referidas escolas durante os anos de 2011 e 2012,
confeccionando e aplicando jogos didáticos com temas históricos. Exploramos novas
metodologias que motivam, divertem e ensinam tanto os alunos como os licenciados e
professores da rede envolvidos, atingindo os nossos objetivos e motivando os alunos que
participaram das nossas atividades a cursarem a graduação em História no CERES/UFRN.
Autor(es): Gerlane da Conceição Cruz
Título: A contribuição do lúdico na aprendizagem significativa em História
Orientador: Valter Guimarães Soares
Resumo: O presente texto busca enfatizar o papel do lúdico na aprendizagem significativa,
no processo de ensino-aprendizagem em História. Para tal fim, serão expostas reflexões
atreladas a linhas de pensamento de Autor(es) diversos, levando-as também para o campo
empírico, ou seja, conectar as ideias às observações realizadas em turmas de 6º ano (5ª
série) do Ensino Fundamental II. Neste artigo busca-se discutir a relação existente entre
ludicidade e aprendizagem significativa, de maneira a apontar os benefícios que a mesma
pode adicionar no que diz respeito ao interesse e ao prazer em se ensinar e estudar
História.
Autor(es): Síntique Ramalho Seabra de Souza, Kaline Lorena Silva Dantas, Isaac Antunes
Braga De Carvalho
Título: Cotidiano, lazer e trabalho: brincadeiras infantis e ofícios tradicionais da Idade
Média e do século XXI
Orientador: Fátima Martins Lopes
Resumo: Este trabalho é resultado do projeto: Cotidiano, lazer e trabalho: brincadeiras
infantis e ofícios tradicionais da Idade Média e do século XXI, realizado no segundo
semestre do ano de 2012, na Escola João Fernandes Machado, Natal/RN. Através da
intervenção dos alunos do PIBID, programa institucional de bolsa de iniciação a docência.
O eixo desse projeto girou em torno da temática: brincadeiras e atividades lúdicas infantis;
trabalho e ofícios tradicionais na Idade Média e no século XXI. Entendendo as mudanças
históricas no cotidiano e nas formas de viver da sociedade através de uma observação
histórica comparativa, entre o passado da Idade Média europeia e a sociedade presente. O
projeto se encaminhou no sentido de abordar o período por meio de uma nova
perspectiva teórico-metodológica. Foram utilizados recursos visuais iconográficos como
fontes históricas, especificamente Autor(es) do renascimento holandês, os quais
representaram o medievo a partir do cotidiano. O projeto foi desenvolvido com uma
turma de Ensino Médio e contou com realização de pesquisa e uma oficina de pintura
enquanto produtos finais do projeto.
131
Autor(es): Davi Melo Borges
Título: Relato de experiência: Produção e aplicação de um Jogo didático no Ensino Médio
na disciplina de História.
Orientador: Igor Alves Moreira
Resumo: Não é nosso objetivo aqui discutir sobre as concepções teóricas sobre a utilização
dos jogos no ensino de história, mas relatar uma experiência sobre a produção e aplicação
de um jogo didático no ensino de História e apresentar as possibilidades de uso do
mesmo. O uso de jogos no ensino possibilita uma renovação no método de ensino porque
é uma nova linguagem que se estabelece, mas não devemos esquecer que todo jogo tem
seus objetivos e que não pode servir apenas como uma prática lúdica, mas, sobretudo
educativa e problematizadora.
Autor(es): Wendell de Oliveira Souza, Leonardo Paiva de Oliveira
Título: Conhecer para preservar: brinquedos e brincadeiras populares
Orientador: Fátima Martins Lopes
Resumo: Em meio à modernidade e transformação constante das relações sociais,
econômicas e culturais as tradições vão se perdendo, e nesse cenário, os brinquedos e
brincadeiras populares sabem bem o que é cair no esquecimento. Para o público
adolescente que compõe o Ensino Médio pode não parecer, à primeira vista, muito
interessante a necessidade de se valorizar tanto o brincar como o saber fazer brincar. Não
só para o Ensino Médio, mas alunos das mais variadas faixas etárias preferem hoje, muito
mais os brinquedos eletrônicos. É certo que tais brinquedos têm a capacidade de
desenvolver habilidades que lhes são concernentes, mas para entender a importância e a
dinâmica do brincar hoje, é necessário que se volte ao passado. É nesse sentido que a
perspectiva histórica do nosso projeto se faz presente: como isso aconteceu? O que a
História tem a ver com isso? Assim, nessa perspectiva tentaremos entender como o
processo de industrialização foi modificando o brincar, que por sua vez se transformou
muito mais num ato de consumir do que propriamente de lazer. Com um patrimônio tão
rico sendo posto de lado se faz necessário a operação de um resgate histórico visando
conscientizar os alunos a respeito da importância desses elementos para a construção de
sua identidade local. Para a realização desse trabalho acompanhamos uma turma do
segundo ano do ensino médio, através de nossa atuação pelo Programa Institucional de
Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), durante um semestre letivo. Foram feitas visitas a
museus e a pólos de artesanatos, assim como também discussões em sala de aula
acompanhando o desenvolvimento dos alunos sobre a temática para que no final do
semestre fosse realizada por eles uma exposição a respeito do que foi trabalhado durante
todo o período que estivemos com eles, na semana cultural da escola em que atuamos.
Autor(es): Heudja Santana Varela Ribeiro de Araújo, Vanessa Maria de Queiroz Freitas,
Mayara Vívian de Medeiros, Carla Arione de Oliveira Araújo
Título: Mamulengos: Sustentabilidade e criatividade nas aulas de História
Orientador: Jailma Maria de Lima
Resumo: O presente trabalho trata sobre o surgimento dos mamulengos e as possibilidade
do seu uso como metodologia na sala de aula para o ensino de História. A incorporação do
132
teatro de mamulengo como metodologia lúdico-pedagógica nas aulas de História é
utilizada como um recurso didático facilitando a aprendizagem dos alunos, pois os
mesmos são envolvidos na construção e produção de conhecimento. O objetivo principal
desse trabalho é mostrar a forma que o PIBID de História do CERES/UFRN utilizou os
mamulengos como recurso pedagógicos nas suas intervenções desenvolvidas nas escolas
EECCAM E CEJA localizadas na cidade de Caicó, RN.
Autor(es): Amanda Rosa Silva, Larissa Gabriele Oliveira Nogueira
Título: Patrimônio Histórico na sala de aula: aprenda jogando!
Orientador: Flavio Henrique Dias Saldanha
Resumo: A presente comunicação tem por finalidade apresentar e refletir o “Tabuleiro
Patrimonial”, jogo desenvolvido a partir de uma atividade do PIBID-HISTÓRIA/UFTM a fim
de desdobrar diálogos entre Educação Patrimonial e o ensino na educação básica.
Ademais, visamos igualmente apresentar discussões sobre as demandas de novos recursos
didáticos. Isto porque o ensino, em sua amplitude, vem demandando em meio a grande
gama de informações, novas tecnologias que, por vezes, se apresentam mais interessantes
que espaço da sala de aula. Não menos importante, discutiremos também a importância e
as relações que os jogos podem desenvolver para a melhor formação dos sujeitos
reflexivos a partir do conteúdo apreendido por este, bem como o desenvolvimento das
aptidões e faculdades mentais humanas que tal recurso pedagógico pode proporcionar no
âmbito educacional.
SESSÃO 40 - METODOLOGIA E PRÁTICAS PARA O ENSINO DE HISTÓRIA I
Coordenação: Denise da Silva Meneses do Nascimento
Autor(es): Ana Carla de Medeiros Trindade, Brenda Soares Silva
Título: Uma reflexão sobre a didática do ensino\aprendizado de história nas salas de aula
de rede pública.
Orientador: Jailma Maria de Lima
Resumo: Este trabalho tem por objetivo fazer uma reflexão acerca de duas intervenções,
feitas em uma turma de sexto ano e em uma turma de nono ano da Escola Estadual
Monsenhor Walfredo Gurgel, localizada na cidade de Caicó-RN, durante o segundo
semestre de 2012. Tais intervenções foram realizadas nos horários de aula do professor
supervisor da área de História da referida escola e fazem parte das atividades do PIBID, do
qual passamos a fazer parte a partir de agosto de 2012. As intervenções escolhidas para
fins de reflexão são de níveis de ensino e de temporalidades diferentes e não foram
escolhidas com efeito comparativo, mas para refletirmos até onde se pode por em prática
as novas metodologias do ensino-aprendizagem de História nas salas de aulas de rede
pública. Usaremos como base metodológica especialistas da área de ensino de História,
como Maria Auxiliadora Schmidt, Circe Bittercourt, Alarcon Agra do Ó, Selva Guimarães
Fonseca, assim como os Parâmetros Curriculares Nacionais de História para os Terceiro e
Quarto Ciclos do Ensino Fundamental.
133
Autor(es): Caroline Matos Santos, Laís Souza da Silva
Título: A construção de conhecimentos históricos entre a linguagem oral e escrita
Orientador: Helenice Aparecida Bastos Rocha
Resumo: O trabalho se propõe a apresentar uma reflexão sobre trabalho realizado no
escopo do Projeto PIBID CAPES UERJ, no primeiro semestre de 2012 no estado do Rio de
Janeiro, mais precisamente em turmas de 2º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual
Doutor Adino Xavier, por licenciados da área de História da UERJ-FFP. Houve o
levantamento de problemáticas do ensino e aprendizagem de História e a seguir foi
realizado, a partir de uma sequência didática elaborada pela professora das turmas e das
bolsistas, um júri simulado sobre as motivações da vinda da Família Real Portuguesa para o
Brasil, em 1808. O trabalho reflete sobre as relações entre a linguagem escrita e oral ao
longo dessa atividade.
Autor(es): Andréa Ribeiro de Oliveira,Taise Batista Gonçalves
Título: O Desafio em Ensinar e Aprender História: Dificuldade dos Alunos na Leitura e na
Escrita nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental II
Orientador: Valter Guimarães Soares
Resumo: Este trabalho é fruto de algumas reflexões das experiências vividas no Colégio
Estadual José Ferreira Pinto, em Feira de Santana-Ba, através do PIBIB (Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência). As informações aqui apresentadas foram
vivenciadas durante um período de quatro meses, no qual foi desenvolvido o método da
pesquisa qualitativa, especificamente da observação participante. Através das observações
constatou que os alunos que chegam ao 6º ano do Ensino Fundamental II, apresentam
grandes dificuldades em ler e escrever. No entanto, os professores de História muitas
vezes não sabem lidar com esses problemas. Assim sendo, pretende-se abordar nesse
artigo algumas das possíveis causas que podem influenciar tais dificuldades.
Autor(es): Jônatas Roque Mendes Gomes,Giselle Antunes Coutinho
Título: Retextualização e Reescrita no Ensino de História
Orientador: Helenice Aparecida Bastos Rocha
Resumo: O presente artigo foi elaborado a partir do PIBID (Programa Institucional de Bolsa
de Iniciação à Docência), por graduandos do curso de História da Faculdade de Formação
de Professores da UERJ, em um colégio da rede estadual de município de São Gonçalo, no
Rio de Janeiro. O Projeto tem como objetivo analisar as diferentes linguagens
desenvolvidas e utilizadas em sala de aula, por professores e alunos. Partindo desse
objetivo, no primeiro semestre de 2012, os graduandos começaram a estagiar em
diferentes turmas de 9º ano, com a intenção de observar o dia a dia da sala de aula, e
identificar possíveis questões que dificultavam o entendimento dos conteúdos pelos
alunos. Com a observação identificamos que, um número considerável de alunos, de
diversas turmas apresentavam dificuldades em desenvolver respostas escritas para as
questões já trabalhadas e respondidas oralmente em sala de aula. O que evidencia
algumas diferenças entre fala e escrita. Após a identificação, elaboramos uma atividade
sobre a Segunda Guerra Mundial (conteúdo preestabelecido pelo Currículo Mínimo do
Estado do Rio de Janeiro), composta por aula expositiva e apresentação de dois vídeos.
Após a atividade os alunos elaboraram um texto (resumo) sobre o que entenderam da
134
aula. A atividade de reescrita (refacção) possibilitou que os alunos reelaborassem o texto
após a correção, feita pelos bolsistas e professora, levando em consideração as
observações feitas na correção, o que contribui para a reflexão dos próprios alunos, em
relação as suas atividades e também a possibilidades deles corrigirem suas imprecisões e
melhorassem na escrita do texto.
Autor(es): Taylan Santana Santos
Título: As experiências históricas no ensino de História na EJA: por um ensino libertário
Orientador: Valter Guimarães Soares
Resumo: Esta pesquisa tem por objeto o estudo acerca das experiências históricas no
ensino de história na EJA (Educação de Jovens e Adultos). Se pautando no conceito de
experiência histórica cunhado pelo historiador inglês Edward Thompson (através de sua
importante análise sobre a formação do operariado europeu do século XVIII), o estudo visa
entender como a realidade social e a vivência dos estudantes/trabalhadores pode
contribuir de maneira significativa no ensino/aprendizagem de história na modalidade
educacional da EJA. Vale ressaltar, que a utilização do conceito de experiência histórica
atrelado ao importante olhar/pensar marxista faz parte de um projeto de se alinhar as
realidades sociais dos estudantes não só no processo de construção coletiva do
conhecimento, mas também em uma perspectiva de engajamento social, mobilização e
transformação social. Por fim, o trabalho apresenta resultados parciais de um plano de
estudo que desenvolvo como bolsista do Programa Institucional de Iniciação a Docência
(PIBID), na Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia
Autor(es): Maria Nayane Norte Pontes
Título: O processo educacional no Assentamento Jucá Grosso em Morada nova: Um
estudo sobre o Projeto EJA- Educação de jovens e adultos (2010-2012)
Orientador: João Rameres Regis
Resumo: Esta pesquisa tem como proposta analisar como a Educação de Jovens e adultos-
EJA, que visa à alfabetização e a escolarização de jovens e adultos foi constituída no
Assentamento Jucá Grosso, zona rural do município de Morada Nova. Procurando discutir
acerca de como a EJA chegou ao assentamento, quais seus objetivos, e quais os resultados
já percebidos. Enfim, perceber qual a importância desse projeto na vida dos assentados do
P.A Jucá Grosso. Utilizando a fonte oral, busco perceber através de entrevistas de que
forma a EJA tem contribuído na vida dos assentados no tocante à construção da Cidadania,
ás questões políticas e ás condições sociais. Como o ensino formal se aproxima da vida real
e da prática cotidiana do assentamento.
Autor(es): Reinaldo Paulo Rohdt, Janaína Modesto Dantas Cardoso, Ademir Farias Correia,
Linive de Albuquerque Correa, Fernanda da Rosa Borges, Débora de Souza Bueno
Mosqueira
Título: PIBID-HISTÓRIA na Escola Municipal Caic Antônio Pace (Aquidauana - MS):
diagnóstico, realidade e interação
Orientador: Edvaldo Correa Sotana
Resumo: Objetivamos, neste trabalho, apresentar as atividades realizadas pelos
envolvidos no PIBID do Curso de Graduação em História do Campus de Aquidauana da
135
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, além de tratarmos do material compilado
sobre formação de professores que tem servido de base para o desenvolvimento deste
projeto que abrange, sobretudo, a compreensão e formação de sujeitos históricos. Com a
intenção de aproximar os acadêmicos do ambiente escolar e permitir um maior
conhecimento da realidade de discentes e gestores da educação básica da Escola
Municipal CAIC Antônio Pace, no município de Aquidauana/MS, os PIBIDianos realizaram
leituras teóricas e prepararam um questionário para diagnosticar o ensino de História na
instituição. Em seguida, aplicaram-no junto aos alunos do 6º e do 7º anos do Ensino
Fundamental da citada instituição e, a partir das respostas, foi realizado um trabalho de
tabulação e análise dos dados, constatando-se ausência de conhecimento dos conceitos
relacionados à História e a presença de uma concepção tradicional de ensino.
Posteriormente e com base nas demandas dos alunos do CAIC foram elaborados dois
projetos de aula-oficina e um projeto de extensão denominado “Conhecendo meu bairro e
nossa escola”. Tais atividades pretendem promover a interação escola/comunidade,
auxiliar na formação de cidadãos conscientes e sujeitos de sua própria história, além de
permitir o contato entre academia e comunidade, formando, assim, discentes conscientes
da realidade do trabalho escolar através do contato, intercâmbio e participação no
cotidiano escolar.
SESSÃO 41 - METODOLOGIA E PRÁTICAS PARA O ENSINO DE HISTÓRIA II
Coordenação: Maíra Helena Cerqueira Nascimento
Autor(es): Larissa Jorge Gonçalves Menezes Silva
Título: Entendendo a História da América a partir de análise e reflexões sobre documentos
em sala de aula.
Orientador: Jaílson Pereira Da Silva
Resumo: Compreender a História da América ultrapassa o mero entendimento dos fatores
que impulsionaram a realização desse evento histórico, de seu desenvolvimento e das
consequências provindas da conquista e colonização dos povos americanos. Para
depreender o processo de construção do conhecimento histórico relativo à Conquista da
América torna-se imperativo analisar e refletir sobre os documentos que são utilizados
para esse fim. É preciso, portanto, averiguar as condições de produção das fontes,
considerando-as como produtos de um determinado tempo histórico, como instrumentos
de difusão de valores, identidades, memórias, elaboradas com objetivos definidos, dentre
outros pontos que, trabalhados em sala com os alunos, permitem a inserção do discente
na sociedade como um sujeito histórico crítico, ativo e transformador, capaz de
compreender a História nas suas mais variadas perspectivas. Utilizando os Parâmetros
Curriculares Nacionais, que dissertam sobre a utilização de documentos históricos em sala
de aula e partindo da revolução historiográfica do século XX, a qual alterou as concepções
de história e de documento, procuro compreender a construção da História da América a
partir das crônicas e cartas coloniais.
136
Autor(es): Bruno Cezar Bio Augusto, Isabela Alves Hernandes
Título: O uso de mapas como documentos históricos na sala de aula
Orientador: Lourival Dos Santos
Resumo: A fim de refletir sobre aspectos “do como” e “o quê ensinar” nas aulas de
História, o PIBID do qual fazemos parte toma como princípio a produção e
desenvolvimento de sequências didáticas dos PIBIDianos em parceria com o professor
supervisor da escola parceira e sob orientação do coordenador de projeto. Neste trabalho
apresentaremos a estrutura desenvolvida com as turmas do 6º e 7º ano da Escola Estadual
Padre João Tomes, situada no município de Três Lagoas, destacando aspectos do processo
de aprendizagem dos alunos ao estudar conteúdos relacionados às Grandes Navegações e
o Mercantilismo Europeu em uma perspectiva sócio-construtivista. Exporemos também
reflexões tecidas no decorrer do desenvolvimento da sequência em torno dos princípios
da atuação em sala de aula enquanto professores, destacando nossas dúvidas e
dificuldades no decorrer do trabalho.
Autor(es): Gabriel Bertozzi de Oliveira e Sousa Leão, Poliana Jardim Rodrigues
Título: Ensino de História: a imagem como fonte documental
Orientador: Pablo Luiz de Oliveira Lima
Resumo: É fato que os usos das imagens apenas como ilustração ou exemplificação de
algum tema possuem também aspectos positivos, afinal existe um valor estético intrínseco
à iconografia. Entretanto, esquecer que a mesma é um documento histórico e utilizá-la
somente como “adorno” para enfeitar publicações, desqualifica esse tipo de fonte e
restringe sua potencialidade pedagógica crítica. Essa constatação acaba dando força à
ideia de subordinação do documento imagético em relação ao documento textual. Na
maioria dos materiais didáticos, o texto escrito é somente decorado com elementos
iconográficos que têm a função de apenas demonstrar aquilo que está no texto. Nesta
perspectiva percebemos a gama de possibilidades e dificuldades que a representação
imagética pode oferecer ao Ensino de História. A fim de desenvolver em seu público
discente um pensamento histórico crítico, o professor tem como tarefa árdua a seleção de
um material didático adequado e uma atenção redobrada quanto à forma de se trabalhar
a imagem em sala de aula, sem cair nas armadilhas que envolvem o documento. A partir
deste caminho de seleção e análise do documento iconográfico, a imagem se torna um
material com poderoso valor pedagógico e inúmeras possibilidades de ensino.
Autor(es): Joseane Oliveira Sena, Leice Paula Santos Borges
Título: Novas Tecnologias no ensino de História: um olhar a partir da escola
Orientador: Valter Guimarães Soares
Resumo: O objetivo deste artigo é analisar as principais dificuldades encontradas pelos
professores da rede pública de ensino no uso das Novas Tecnologias de Informação e
Comunicação no espaço escolar. Tomamos como sujeitos da pesquisa os docentes
participantes do Programa Institucional de Iniciação à Docência- PIBID, do qual
participamos. O artigo foi produzido a partir da nossa experiência enquanto bolsistas,
baseada em estudo bibliográfico e na aplicação de questionário aberto aos professores
supervisores da bolsa. Como resultado deste estudo podemos concluir que as maiores
dificuldades se encontram na falta de estrutura escolar para o trabalho com as NTICs e na
ausência de preparação do docente para lidar com estes recursos. Nesse sentido
137
concluímos a partir dos nossos estudos que esses fatores apresentam-se como um grande
obstáculo para a aplicação de novas metodologias no ensino de História.
Autor(es): Thais Silva Garcia Duarte
Título: O Ensino de História e o Uso da Tecnologia
Orientador: Rachel Tegon de Pinho
Resumo: As reflexões feitas nesse trabalho foram desenvolvidas a partir de experiências
que tive como aluna do curso de História/UNEMAT, bolsista PIBID e como professora
substituta. Onde pude perceber que os alunos não gostam muito dessa disciplina.
Aprender História é algo que nem todos gostam, nas escolas grande parte dos alunos ‘
torcem o nariz’ para a disciplina. Muitos chegam a perguntar para o professor o “por que
de estudar história e de que isso vai servir para eles no futuro”. Com tantos recursos
tecnológicos que dispomos hoje, podemos preparar uma aula que seja boa e ao mesmo
tempo atrativa aos alunos que promova a interação entre professores e alunos nas aulas.
A utilização de recursos tecnológicos nas aulas contribui para a formação do aluno,
aumenta o interesse e a participação dos alunos nas aulas, pois, alia o conhecimento e
recursos utilizados por eles no dia-a-dia. Com o auxilio da tecnologia o professor ensina o
aluno como fazer pesquisa em banco de dados de Universidades do mundo inteiro, a fazer
consulta em bibliotecas virtuais, em acervos de museus vendo os mínimos detalhes sem
ter que sair da escola. Quando se ensina os alunos a pesquisarem os professores deixam
de atuar como o “detentor da verdade”, e passam a atuar como orientadores do processo
de ensino-aprendizagem, formando assim cidadãos críticos, que levam os ensinamentos
para além dos muros da instituição. Embora a tecnologia ofereça tantos benefícios, o uso
dela nas escolas ainda não é muito popular. O problema é que muitos professores não
sabem como utilizar a tecnologia, não sabem desenvolver pesquisas com os alunos na
internet, para resolver esse problema deveria ser incluso na graduação disciplinas voltadas
para o ensino de história e o uso da tecnologia. Porém o professor deve ter sempre em
mente que o uso da tecnologia não garante a eficiência no ensino aprendizado e que o uso
da tecnologia não substitui a relação pedagógica convencional. Quanto a nós professores e
futuros professores cabe aprender a dominar e fazer uso dessas tecnologias, melhorando
assim a forma de ensino nas escolas e facilitando o entendimento do aluno, atraindo a
atenção deles para o ensino com ferramentas que eles utilizam no dia-a-dia. Formando
assim cidadãos críticos, contribuindo para um país melhor.
Autor(es): José Emerson Máximo de Carvalho, Thiego da Silva Barros
Título: Técnicas, linguagens e ensino de História: a relação entre as novas tecnológicas e o
saber histórico
Orientador: Sheyla Farias Silva
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo abordar as relações entre as novas
tecnologias e o ensino de História, tomando como norte a observação em sala de aula do
ensino básico na Escola Estadual Watson Clementino de Gusmão e Silva, no município de
Delmiro Gouveia/AL. Partimos da premissa, de que é fundamental que os professores e o
ensino de História, estejam em sintonia com a realidade da sociedade contemporânea,
dialogando com as novas linguagens da atualidade, essas que estão intensamente
presente no cotidiano dos nossos alunos. Entendendo que a História tem como função
138
construir um cidadão capaz de ler e intervir no mundo em que vive. Analisaremos aqui a
necessidade de repensar o ensino de História, bem como a utilidade dessas novas técnicas
e linguagens para a construção do saber histórico.
Autor(es): Cinthia Cristina de Oliveira Martins
Título: Uma análise sobre a influência da internet na socialização e formação escolar dos
jovens: pistas para repensar o ensino de História
Orientador: Aléxia Pádua Franco
Resumo: Este trabalho apresenta os resultados parciais de uma pesquisa que está sendo
desenvolvida no município de Uberlândia desde o início de 2010 com financiamento da
FAPEMIG, com o objetivo principal de compreender a relação entre os artefatos da cultura
contemporânea, a prática docente no ensino de História e a formação histórica dos jovens,
trabalhando com alunos de 7° anos de 4 escolas de perfis distintos, sendo essas uma
municipal, duas estaduais, e uma particular. Detive-me na análise de uma temática
específica, que faz parte deste projeto como um todo, que é a relação dos jovens
estudantes com os artefatos culturais digitais, mais especificamente, com sites da internet.
Para isso apresento o perfil de consumo destes artefatos por parte dos estudantes
participantes da pesquisa, que evidencia que a grande maioria possui pelo menos um
computador em casa, a partir do qual acessa a Internet. Quando questionados sobre para
que se conectam à Internet, a maioria afirmou ter, como intenção principal, se comunicar
com os amigos através de redes sociais, além de acessar vídeos de entretenimento através
do Youtube. Quanto ao uso da Internet para pesquisa escolar, os jovens afirmam ser esta a
sua fonte preferida de consulta.
Autor(es): Cleudimar Pereira Dias
Título: Ensino criativo com o método da problematização e análises de oficinas do PIBID
Orientador: Juliana Ricarte Ferraro
Resumo: Este artigo irá abordar o ensino criativo com o método da problematização e
análise de oficinas que foram realizadas pelos bolsistas do PIBID em uma escola estadual
chamada “Pedro Ludovico Teixeira”, do estado do Tocantins. Enfatiza-se a influência da
criatividade na escola como maneira de estar sempre inovando metodologias práticas por
meio de situações problemas para que o aluno ao se deparar com problemas do cotidiano
consiga conscientizar-se da necessidade de adaptação à nova realidade que vive. Será
apresentado de acordo com análises de oficinas do PIBID o ensino criativo e implicações
na sua realização de acordo com a metodologia da problematização do “Arco de
Maguerez”.
SESSÃO 42 - ENSINO DE HISTÓRIA E EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
Coordenação: João Maurício Gomes Neto
Autor(es): Telma Jordânia Rodrigues Bezerra
Título: Diálogos sobre Ensino de História: relatos entre a educação e as representações do
patrimônio cultural religioso de Ponta Negra
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Orientador: Fátima Martins Lopes
Resumo: Através deste trabalho venho trazer um relato a respeito da minha participação e
contribuição no projeto executado no segundo semestre do ano de 2012 por meio do
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a D ocência – PIBID, cujo tema é: Diversidade
Religiosa em Ponta Negra: uma análise conjunta das representações do patrimônio
cultural religioso do bairro em que venho esboçar a importância do projeto para o ensino
de História, dialogando com o meio social em que nos encontramos. Busco trazer além do
relato de experiência, uma discussão a respeito de como vem sendo ensinadas temáticas
sobre patrimônio cultural dando enfoque específico para a religiosidade, a partir da
experiência de intolerância religiosa notada na turma do primeiro ano do ensino médio da
Escola Estadual José Fernandes Machado localizada no bairro de Ponta Negra, sendo este
o recorte espacial do projeto. Busco criar um relato cuja ligação se dá através da
oportunidade de publicar um trabalho em evento deste porte, no qual o ensino de História
e o diálogo social estão em destaque.
Autor(es): Edson Sousa Lucas de Araujo
Título: Saúde E Política No Século Xix: Possibilidades Didáticas a Partir do Patrimônio da
Cidade de Jaguarão – RS
Orientador: Juliane Conceição Primon Serres
Resumo: O presente trabalho pretende relatar uma proposta didática utilizada nas
intervenções realizadas em sala de aula no Instituto Estadual de Educação Espírito Santo
(IEEES) por meio do Programa de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID), subprojeto
História-Educação Patrimonial. O trabalho refere-se especificamente ao uso didático dos
bens patrimoniais da cidade de Jaguarão-RS junto a 7ª série da Escola, buscando relacionar
a história e o patrimônio da cidade com o conteúdo de Brasil República, parte do conteúdo
programático da disciplina de História nessa série. O trabalho realizou-se na perspectiva de
valorização do patrimônio relacionado à história desses bens. Para o presente trabalho
apresentamos a intervenção realizada utilizando dois bens patrimoniais da cidade, a Santa
Casa de Caridade e o Museu Dr. Carlos Barbosa Gonçalves, ambos identificados pelos
alunos como bens patrimoniais da cidade.
Autor(es): Juliana da Costa Ramos
Título: Ensino de História e práticas educativas em instituições museais: tecendo diálogos.
Orientador: Ana Lúcia do Nascimento Oliveira
Resumo: O presente artigo se detém a analisar o modo pelo qual o ensino de História
utiliza as metodologias da educação em museus, na tentativa de problematizar o uso de
tais dispositivos como construtores de práticas pedagógicas inovadoras. Deste modo
orientamos nossa investigação em alguns aspectos que vão desde a problematização a
respeito da definição sobre o que significa ensino tradicional de história, e sua relação em
antítese aos anseios atuais das abordagens metodológicas que possibilitem uma
transformação nos sistemas educacionais, até problematização sobre a ampliação do uso
da instituição museu como instrumento pedagógico e as questões em torno da
representação do museu como laboratório de História. Nesta ocasião nos propomos a
utilizar o dialogo entre o ensino de História e a educação em museus com o intuito de
estabelecer outros modos de construir os processos de ensino-aprendizagem, baseadas na
140
educação pela experiência, fruição e prazer, para assim compreender de que maneira
estas outras linguagens podem otimizar as práticas didático-pedagógicas e proporcionar
aos alunos o protagonismo no processo de ensino-aprendizagem, permitindo a estes
sujeitos estarem abertos a sua própria transformação. Tais questões foram maturadas
durante o desenvolvimento da pesquisa: Ensino de História e Centros Culturais: Práticas de
Formação Dialética, fomentada pela Capes-Cnpq através do Programa Institucional de
Iniciação à Docência da Universidade Federal Rural de Pernambuco que tem por objetivo
inserir os graduandos em atividades orientadas à prática docente, além de instituir o
campo do ensino como objeto de investigação acadêmica. Desta forma almejamos aqui,
refletir sobre que contribuições puderam ser extraídas das práticas e espaços de educação
museal em sua relação com o ensino de História.
Autor(es): Fladiane Nunes Teixeira, Caroline da Silva Pacheco Xavier
Título: PIBID História: experiências docentes a partir da cultura material
Orientador: Hilda Jaqueline de Fraga
Resumo: O presente trabalho faz parte das atividades de iniciação à docência de alunos
bolsistas do PIBID Ensino de História, do Curso de História- Licenciatura, da Universidade
Federal do Pampa/Campus Jaguarão/RS. O projeto iniciado em agosto de 2012 em duas
escolas da rede municipal de ensino de Jaguarão apresenta como enfoque o uso de
diferentes fontes nas aulas de história juntos aos alunos e professores-supervisores do
ensino fundamental. A abordagem escolhida para a inserção dos acadêmicos, futuros
professores de história é resultado de pesquisas sobre os procedimentos didáticos,
recursos e estratégias utilizadas para o trabalho com a disciplina no currículo escolar.
Dentre os dados coletados se destaca a primazia do livro didático como única fonte de
pesquisa e ensino que alunos e professores têm acesso durante a sua escolarização para
aprender e ensinar história e cujos conteúdos são tomados como verdades históricas
inquestionáveis. Com base nestes indicadores as experiências e práticas docentes
realizadas pelo projeto tem procurado inserir outras fontes que não somente as escritas
no processo de aprendizagem do conhecimento histórico em sala de aula, entre elas a
cultura material. Neste sentido a proposta visa discorrer sobre a experiência e prática
docente com a cultura material no ambiente escolar e o processo de alfabetização cultural
dela oriundo, a partir de uma proposta de aulas-oficinas nas quais bolsistas supervisores e
alunos puderam exercitar o contato com registros que abrangeram as memórias
individuais e coletivas do grupo, as relações de pertencimento e as representações sociais
que convivem com a história.
Autor(es): Girlene Sousa Silva, Ana Carolina Ramos de Jesus
Título: O uso do museu como método de ensino: uma experiência PIBID
Orientador: Juliana Ricarte Ferraro
Resumo: O programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID) da UFT-
Campus de Porto Nacional utiliza oficinas pedagógicas como metodologia de ensino.
Através deste artigo objetivamos pensar a utilização do museu como espaço de uma
construção do conhecimento histórico, através do contato direto com seus objetos. O
museu deve ser visto como um espaço de instrução e não de lazer, onde o aluno seja
levado a se tornar um observador atento de sua realidade tornando-se capaz de fazer
141
comparações, relações e relativizações sobre a sua atuação no tempo e no espaço, ou seja,
o aluno deve se perceber como um agente participativo do processo histórico. O uso do
museu como metodologia não pode ser desassociado do cotidiano e da vida do aluno para
que se possa desmistificar a concepção errônea de que museu é um lugar onde se guarda
coisas antigas e sem relação com o presente. E, por meio deste artigo, tendo como base a
oficina intitulada “Visita ao Museu”, buscamos responder os seguintes questionamentos:
qual a importância do museu para a humanidade? De que forma o museu age em relação
à preservação da memória? Que metodologia pode-se usar para que o aluno seja capaz de
produzir uma narrativa histórica? Tendo em vista o avanço tecnológico de que forma
podemos superar a imagem de que o passado é ultrapassado? Como utilizar o museu para
que os alunos consigam fazer conexões entre passado e presente? O museu é um lugar
para maior abrangência do conhecimento onde se faz conexões com os saberes o mesmo
deve ser usado como complemento educacional para ser possível transformar o aluno,de
um mero expectador, em um ator histórico e social. Além das ações educativas
promovidas através da ida ao museu, buscamos despertar nos alunos a questão da
valorização e preservação dos patrimônios históricos e culturais.
Autor(es): Kenya Jessyca Martins de Paiva
Título: Museus No Brasil: A Nova Museologia E Os Benefícios Proporcionados À Prática
Pedagógica Na Escola
Orientador: Juliane Conceição Primon Serres
Resumo: Resumo: Este trabalho, realizado junto ao Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação à Docência PIBID, financiado pela CAPES, pretende apresentar um panorama
geral da compreensão das instituições museológicas que se tinha e se tem hoje no Brasil,
ressaltando as questões fundamentais de sua existência e oferecendo ao leitor uma
reflexão sobre padrões tradicionais de organização dos museus e as transformações
ocorridas com a Nova Museologia. Dessa forma, busco destacar esta instituição
patrimonial como percurso educativo para dinamizar o conhecimento entre comunidade
escolar e a memória coletiva dos grupos que compõem nosso país. As práticas
pedagógicas que se utilizam do museu, podem servir para todas as áreas do
conhecimento, mas especialmente para a História, já que essa disciplina é elemento
fundamental para o exercício da cidadania.
Autor(es): Alexandre da Silva Soares
Título: A preservação de bens materiais em Santos/SP em contraponto com a cidade de
Uberaba/MG: um estudo da educação patrimonial no PIBID para os alunos da Escola
Municipal Monteiro Lobato
Orientador: Flavio Henrique Dias Saldanha
Resumo: A presente comunicação tem por finalidade apresentar e discutir os resultados
das atividades desenvolvidas no PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à
Docência) do curso de História da UFTM na Escola Municipal Monteiro Lobato localizada
na cidade de Uberaba/MG. Tendo como base a metodologia de projetos, desenvolvemos o
projeto “Educação patrimonial: uma busca pela consciência” na citada escola. O trabalho
foi feito em grupo e decidimos trabalhar o eixo do Patrimônio Histórico com os alunos.
142
Neste sentido, trabalhamos com uma perspectiva comparativa entre os bens patrimoniais
de Santos/SP e Uberaba/MG. A razão desta comparação se justifica pelo fato particular de
um dos bolsistas ser natural de Santos e que nesta cidade há uma preocupação por parte
das autoridades de preservar o patrimônio histórico e cultural. Desta feita, com este
paralelo buscou-se fazer com que os alunos do Monteiro Lobato se sentissem instigados
em saber quais são os bens patrimoniais de Uberaba e como são ou não preservados pelas
autoridades, bem como outros assuntos de interesse do projeto.
SESSÃO 43 - LINGUAGENS E CONHECIMENTO HISTÓRICO ESCOLAR
Coordenação: Robson William Potier
Autor(es): Rosane dos Santos
Título: História em quadrinhos no ensino de História: V de Vingança e o conceito de
Fascismo
Orientador: Jailma Maria de Lima
Resumo: Esta comunicação tem por finalidade estabelecer uma análise sobre a utilização
da linguagem narrativa das histórias em quadrinhos enquanto ferramenta didático-
pedagógica no ensino, fazendo uma abordagem acerca dos usos e das formas de
aplicabilidade da leitura das histórias em quadrinhos para o ensino de História, tomando
como referência o romance gráfico V de Vingança escrito por Allan Moore e desenhado
por David Lloyd, com o intuito de articular as possibilidades de discussão e
problematização do conceito de fascismo, no seu sentido fenomenológico, para as aulas
de História. Demonstra, assim, a lógica de organização e funcionamento do Estado fascista
e suas prerrogativas ideológicas, sendo, partir da leitura e interpretação dessa obra,
perceptíveis tais características no que concerne à descrição da ascensão de um governo
fascista.
Autor(es): Fábio Ricardo Silva
Título: Linguagens alternativas e ensino de história: o uso dos folhetos de cordel na sala de
aula
Orientador: Maria Angela de Faria Grillo
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo promover uma reflexão sobre a
importância da Literatura de Cordel como instrumento hábil a ser utilizado como recurso
interdisciplinar no ensino de História, devido ao seu valor de fonte documental histórica.
Dentro dessa perspectiva, objetivamos entender as permanências e as rupturas do evento
histórico da República Velha a partir da análise e, posteriormente, do cotejo dos textos
escritos nos livros didáticos de História, bem como do que foi produzido pelos folhetos de
cordel. Para tal, utilizaremos a corrente historiográfica da Nova História Cultural,
apropriando-nos principalmente do conceito de representação idealizado pelo historiador
francês Roger Chartier. Em suma, entendemos que o cordel é um documento histórico que
tem muito a contribuir para a historiografia e para o ensino de História, porque é
testemunha das questões políticas, sociais, religiosas, cotidianas e culturais.
143
Autor(es): Jóice Anne Alves Carvalho, Karina de Souza Righi
Título: Cortiço-Favela: Uma Leitura Histórico Literária sobre a Marginalização Social
Brasileira
Orientador: André Luis Ramos Soares
Resumo: O presente trabalho refere-se a uma leitura que consiste na possibilidade de
discorrer sobre a transformação e consolidação da marginalização de parte da sociedade
brasileira. Através da experiência proporcionada pelo PIBID, de convívio com a realidade
escolar juntamente com suporte teórico vinculado à educação, pretende-se desenvolver
conceitos históricos que permitam a formação de consciência crítica e reflexiva,
compreendendo uma metodologia que possibilite o trabalho interdisciplinar –
história/literatura. Neste sentido, objetivamos o fomento ao debate sobre as
transformações sociais e culturais, sobremodo, mas também econômicas e políticas do
período em questão, no contexto histórico-literário, bem como o interesse por uma
interpretação e leitura crítica, para que o mesmo não se restrinja ao público acadêmico.
Assim, auxiliando-nos numa leitura interdisciplinar, aonde história e literatura, em
parceria, nos conduzirão na aventura de perceber a construção de personagens e a
edificação de preconceitos a partir de uma moralidade imposta, tentaremos evidenciar a
historicidade de tais preconceitos e da constante marginalização de grupos sociais.
Autor(es): Ana Beatriz Accorsi Thomson
Título: Literatura e ensino de História: a História de Londrina no romance “Terra
Vermelha”
Orientador: Claudia Regina Alves Prado Fortuna
Resumo: Este trabalho tem como finalidade apresentar algumas reflexões que integram o
projeto - Literatura e ensino de história: a história de Londrina no romance “Terra
Vermelha”. O livro de Domingos Pellegrini, será analisado na busca dos elementos que
possibilitem aos alunos construir conhecimento histórico e também compreender as
sensibilidades, o cotidiano e os valores dos diferentes sujeitos desta história. O que se
pretende, portanto, é buscar de que maneira a literatura pode aproximar os alunos de
uma gama de sensibilidades e subjetividades também imprescindíveis para a compreensão
histórica. Acreditamos que essa inserção da literatura no ensino da história local enriquece
o universo de conhecimento dos alunos, possibilita a aproximação com diferentes
experiências sociais e proporciona alternativas para se tecer um maior entendimento
sobre o próprio tempo em que se vive.
Autor(es): Mariane de Jesus Nascimento
Título: O uso da linguagem literária no ensino de história: cordel
Orientador: Valter Guimarães Soares
Resumo: Nesse presente texto, vamos falar sobre como a utilização da literatura como
material para a construção do conhecimento no ensino de história é algo que está se
tornando cada vez mais frequente. Vamos “trilhar um caminho” que vai desde falar da
relação da história e da literatura por meio da história cultural até a introdução da
literatura de cordel no ambiente escolar como “documento” para o ensino da história
Regional e um elemento a mais e fundamental para o ensino de história.
144
Autor(es): Érica Martins de Carvalho, Naiany De Araújo Santos Costa
Título: PIBID: História e Linguagens Artísticas na primeira experiência docente de
graduandos
Orientador: Rodrigo de Freitas Costa
Resumo: O curso de história da Universidade Federal do Triângulo Mineiro desenvolve
atividades no PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) financiado
pela CAPES.O subprojeto tem por objetivo, incentivar o docente na sua entrada no
cotidiano de escolas da rede pública, para conhecer e participar, das vivencias e práticas
dos professores, bem como proporcionar experiências e aprendizados para os graduandos.
Usamos então como opção metodológica o uso das linguagens artísticas no ensino de
história. Propondo atividades paralelas ao ensino ministrado na sala de aula , como a
montagem de um painel coletivo. A partir disso iniciamos um contato direto com os
alunos, apresentando-lhes os vídeos, fotos e músicas como fontes históricas. Construindo
e relacionando esses conhecimentos com os temas trabalhados na montagem do painel.
Autor(es): Nara Lidiana Silva Dias
Título: A invenção do(s) Nordeste(s) e suas representações através da música na educação
básica
Orientador: Fátima Martins Lopes
Resumo: Este trabalho pretende relatar a experiência de um dos projetos de ensino, do
ano de dois mil e onze, desenvolvido nas turmas de terceiros anos na Escola Estadual
Fernandes Machado, uma das escolas contemplada pelo PIBID Natal. O projeto intitulado
como “Representações do Nordeste nas músicas Asa Branca e Tropicália” teve como
principal objetivo levar a ideia central do livro A Invenção do Nordeste e Outras Artes, do
autor Durval Muniz Albuquerque Junior, de que o Nordeste foi uma construção, e a
construção imagética que se modifica discursivamente ao longo da história do país. A
proposta foi levar duas músicas distintas para a sala de aula, uma que fala sobre a seca e
uma terra morta, do sertão, Asa Branca (década de 40), e outra que retrata exatamente o
contrário, uma terra fértil, com águas verdejantes, do urbanismo, Tropicália (década de
60). O intuito era fazer com que os alunos refletissem sobre essa discrepância acerca do
Nordeste, meditassem sobre elas e recriassem seu próprio Nordeste a partir de diversas
figuras levadas à sala de aula e das músicas já citadas anteriormente, montando um painel.
Para isso dividimos a sala em grupos distribuímos as canções impressas e o material
(figuras, cola, cartolina, tesoura, etc.) para a construção do mural. O resultado foi
surpreendente, pois cada grupo construiu seu Nordeste de forma distinta um dos outros.
As discussões em sala de aula demonstraram que alguns alunos já tinham consigo, que o
Nordeste foi uma construção dos próprios nordestinos e outros perceberam tal coisa a
partir dos levantamentos feitos em sala. Os painéis que foram os resultados do projeto
serão colocados no fim do artigo. Para este artigo além do relato da experiência em sala
de aula, serão abordados os teóricos que embasaram as discussões da elaboração do
projeto.
Autor(es): Luisa da Fonseca Tavares
Título: As fontes escritas como recurso didático: uma experiência do PIBID História UFRJ
Orientador: Carmen Teresa Gabriel
145
Resumo: No âmbito do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID da
CAPES, os alunos do curso de História da UFRJ desenvolveram a oficina “Seguindo os
rastros do tempo na Grécia antiga” para alunos do ensino médio de duas escolas da rede
estadual de ensino do Rio de Janeiro. Com o intuito de trabalhar a questão do tempo por
meio da História Antiga, mas precisamente a Grécia, abordaram assuntos que mostram
rupturas e continuidades entre as sociedades antigas e a contemporânea. Para isso, num
primeiro momento, utilizou-se de trechos de peças do teatro grego antigo, pois estas se
constituem como fontes históricas que retratam as sociedades que os produziram. Esse
trabalho, além de apresentar a oficina, realiza uma reflexão sobre o uso das fontes escritas
no ensino de História e como eles se constituem enquanto um recurso didático para a
construção do saber histórico.
SESSÃO 44 - CINEMA, MÍDIA E RECURSO AUDIOVISUAL NO ENSINO DA HISTÓRIA
Coordenação: Leda Virginia Belarmino Campelo Potier
Autor(es): Elizama Neri de Souza e Silva
Título: O Uso da Linguagem Fílmica: Uma proposta alternativa para as aulas de História no
Ensino Médio
Orientador: Luiza Irene de Lima
Resumo: O presente artigo tem como objetivo propor o uso da linguagem cinematográfica
como uma ferramenta metodológica capaz de aguçar o interesse, a aquisição do
conhecimento e a construção de conceitos dos discentes nas aulas de História do Ensino
Médio, desta forma, abrindo espaço para a aula expositiva dialógica. Nesse sentido, há
uma preocupação com o processo de interligação da História com outras áreas do
conhecimento como, por exemplo, o cinema, que é um campo no qual a estética, o lazer, a
ideologia e os valores sociais mais amplos são sintetizados numa mesma obra de arte. Esta
pesquisa é fruto das revisões bibliográficas realizadas cerca de um ano, sobre a temática
ora apresentada. Acreditamos que tal temática nos fornece subsídios teóricos necessários
ao desenvolvimento do projeto apresentado ao Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência – PIBID/CAPES/UFRPE.
Autor(es): Ronillo Azevedo dos Santos, Suelly Araújo de Souza
Título: Construção de uma didática audiovisual no ensino de História
Orientador: Jailma Maria de Lima
Resumo: Este artigo tem por objetivo a problematização da utilização de documentários
nas salas de aula de História, partindo da ideia de que o documentário pode ser um
caminho para a construção de uma didática audiovisual. Assim, pretendemos analisar a
sua construção histórica bem como a principal ideia que esse tipo de filme transmite,
principalmente a aproximação com a realidade. Considerando aspectos mais didáticos,
versaremos sobre questões acerca do rompimento com preceitos tradicionalistas que são
construídos em torno do professor, da forma de transmitir o conteúdo ao aluno e do
modo pelo qual os documentários podem intervir significativamente para o construção do
pensamento histórico do aluno, sobretudo no que se refere a memória, espacialidades,
146
identidades, culturas, dentre outros conceitos relevantes para o ensino de História.
Abordaremos também uma experiência em sala de aula, vivenciada por alunos do PIBID de
História do CERES/UFRN, com a utilização de documentários nas suas intervenções, bem
como na produção de documentários sobre a história local pelos alunos das escolas
envolvidas. Utilizaremos Autor(es) que nos auxiliaram na reflexão didática a respeito do
uso de documentários em sala, como Marc Ferro, Selva Guimarães Fonseca, Katia Maria
Abud, dentre outros.
Autor(es): Polyana Jessica do Carmo De Souza
Título: Cinema e ensino de história
Orientador: Valter Guimarães Soares
Resumo: Esse artigo trata-se de uma abordagem sobre o filme enquanto recurso didático
no ensino/aprendizagem em História e as possibilidades oferecidas enquanto diálogo com
as abordagens históricas. A metodologia utilizada foi a observação participativa na escola
Estadual José Ferreira Pinto e discussão bibliográfica sobre o tema, buscando
compreender quais diálogos é possíveis estabelecer com a historia e o cinema, dentro da
perspectiva de pontuar os pontos positivos desse recurso pedagógico estimulando sua
utilização, levando em conta os aspectos metodológicos necessários para essa ação.
Autor(es): Decivaldo Barbosa de Queiroz Junior
Título: Cinema e história: reflexões sobre dois universos
Orientador: Valter Guimarães Soares
Resumo: Este trabalho tem por objetivo fazer uma reflexão sobre o uso do cinema como
prática pedagógica no ensino da História escolar. O texto faz abordagens relativas tanto
aos pontos positivos de filmes como recurso didático, como também apresenta realidades
do cotidiano nas escolas a partir de trabalhos de observação feitos em sala de aula
vinculados ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), da
Universidade Estadual de Feira de Santana. Proponho fazer uma análise sobre as
vantagens, dificuldades e equívocos do uso dessa linguagem na sala de aula, buscando
saber sua potencialidade e suas limitações no campo educacional.
Autor(es): Evandro Machado Luciano
Título: Luz, Câmera, (Inov)Ação: quando o cinema e a História se unem para o ensino
Orientador: Rodrigo Perla Martins
Resumo: O artigo que aqui se apresenta, tem como enfoque o ensino de História
associado à utilização da ferramenta cinematográfica em sala de aula. O tema central
procura problematizar a influência dessa parceria entre História e cinema no cotidiano do
educando. Objetiva-se, a partir desses pressupostos, refletir sobre a importância que
ferramentas midiáticas podem adquirir frente ao processo de ensino, enquanto recursos
didático-pedagógicos. Enfocando a obra fílmica, pretende-se ponderar e definir os
melhores métodos de abordagem do ensino de história através do cinema, sua relevância
e eficácia. A razão pela qual a temática foi definida, se encontra no terreno da autonomia,
quando da capacidade crítica do educando, a reflexão em sala de aula se mostra como
ponto fundamental. A constante renovação de recursos que possibilitem o poder
criterioso do aluno, justifica este texto. O estudo tem como base experiências
147
proporcionadas pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID.
Partindo de discussões em grupos de trabalho e momentos de estudo, procurou-se refletir
sobre o uso de mídias em sala de aula. Outra experiência que corroborou para a
construção deste texto foi o projeto executado pelo grupo PIBID, Clube de Cinema e
Cidadania. Considera-se, por fim, de grande relevância a possibilidade de repensar
abordagens didáticas, no intuito de proporcionar ao aluno, uma aprendizagem construtiva,
que lhe dê subsídios para construir junto de seus concidadãos, o mundo que o rodeia.
Autor(es): Felipe Martins Oliveira Santana
Título: O cinema como um espaço de sociabilidade: o seu uso e as suas potencialidades
para o ensino de história.
Orientador: Valter Guimarães Soares
Resumo: Esse artigo tem o propósito de fazer uma abordagem acerca do uso e das
potencialidades da linguagem cinematográfica no ensino de história. Seu contexto de
emergência vincula-se à minha participação, na qualidade de bolsista, do Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID), a partir da qual pude vivenciar o
fazer cotidiano de uma escola pública e mapear como as novas linguagens vêm sendo
incorporadas no ensino-aprendizagem da História. A partir dos dados levantados faço uma
reflexão sobre os (não) usos e abusos da linguagem cinematográfica na escola, ao tempo
em que, considerando que vivemos numa ambiência audiovisual, advogo pela presença do
cinema, não apenas como ferramenta didática complementar, mas como um suporte
transmissor/produtor de conhecimentos, o que remete para uma formação que
contemple a “competência de ver”.
Autor(es): Tiago Saraiva de Sabóia
Título: Mídia, alteridade e consciência histórica: O “11 de setembro” entre alunos de 6º
ano.
Orientador: Cássia Rita Louro Palha
Resumo: O objetivo mais amplo desta pesquisa se apresenta na análise da influência dos
meios de comunicação no processo de formação de uma cultura histórica na atualidade,
onde recortamos como objeto de análise os eventos ocorridos em 11 de setembro de
2011 nos Estados Unidos, buscando a partir da percepção de como a história é apropriada
na vida pública a pesquisa da apropriação de valores e concepções históricas em alunos do
sexto ano de escolas públicas de São João del Rei (MG). Após uma primeira etapa já
vencida, onde dentre outras questões foram analisados os conhecimentos prévios de
nossos sujeitos, passamos para o objetivo que norteia este texto: a análise do
desenvolvimento da aprendizagem concreta dos alunos frente a fontes audiovisuais com
pontos de vista diferenciados a respeito do “11 de setembro”, a partir do trabalho com
dois curtas-metragens que fazem parte do documentário 11’09”01 , um drama de
coprodução entre a França e a Inglaterra no qual 11 cineastas, de 11 países diferentes,
constroem suas visões sobre o fato.
148
Autor(es): Vítor Alberto Gonçalves Correia, Fernanda Gabrielly Terra Moura
Título: PIBID História/UFRJ: repensando identidade cultural e brasilidade através de O
Xangô de Baker Street.
Orientador: Carmen Teresa Gabriel
Resumo: No âmbito das discussões contemporâneas sobre relações culturais encontram-
se os debates sobre currículo escolar. As leituras que refletem sobre o currículo nos
colocam frente a questionamentos sobre a própria escola e sua atuação como ambiente
onde os discursos de poder se fazem de forma silenciosa; o currículo evidencia quais
saberes são legítimos e quais não o são, através de uma perspectiva de hegemonia do
conhecimento. Em Stuart Hall, temos muito clara a identificação da “nação” como uma
“comunidade imaginada”, de acordo com o pensamento de Benedict Anderson, ou seja,
uma ideia, algo não orgânico, sendo as práticas dos indivíduos condicionadoras de sua
identidade e de sua própria nação. Para o último, os elementos diferenciadores entre as
nações residem nas maneiras distintas pelas quais elas são idealizadas. Entretanto, para a
nação, a cunhagem de uma identidade não se faz de forma tão rápida quanto a individual,
haja vista que necessita da ação de diversos indivíduos; aí que as tradições cumprem este
papel, como mediadora da ação entre a história da nação e as práticas do homem e a
comunidade/nação à qual ele pertence. A identidade nacional vale-se de um esforço pela
unificação da identidade cultural de membros de determinada sociedade, embora esses se
constituam como sujeitos distintos em termos de nível social, gênero e origem. Nesse
sentido, no âmbito do ensino de história, percebe-se a necessidade de que tais questões
sejam trabalhadas no que diz respeito à construção da identidade nacional brasileira com
alunos da educação básica, sabendo-se, porém, que esse assunto deve ser tratado com
bastante cuidado de modo a não reafirmar concepções homogeneizadoras da ideia de
nação. Levando em consideração essas necessidades, o Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência de História, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, pensou em
uma atividade para introduzir essas reflexões a alunos do Ensino Médio. Essa proposta,
portanto, surgiu da ideia de trabalhar com os educandos noções que muitas vezes não
ficam muito explícitas nas aulas regulares de História.
SESSÃO 45 - ENSINO DE HISTÓRIA E QUESTÕES ÉTNICAS
Coordenação: Isaíde Bandeira
Autor(es): Célia Regina Cost Nepomuceno, Shismeid Gonçalves de Freitas, Marcos Vinícius
Vieira Pereira, Ramon Andrade Silva, Almir Ferreira Soares, Gabriel da Rocha Ferreira,
Laiane de Souza Vieira
Título: História e cultura afro-brasileira e africana: desafios e perspectivas
Orientador: Carla Cristina Barbosa
Resumo: Esse trabalho tem como objetivo analisar o Ensino de História e Cultura Afro-
brasileira e Africana na Escola Estadual Sagrada Família no município de São Francisco/
MG. A obrigatoriedade da Educação das Relações étnico-raciais e o Ensino de História e
Cultura Afro-brasileira e Africana na Educação Básica exigem aos professores o desafio de
disseminar o conhecimento sobre os povos, a cultura, e as civilizações do continente
149
africano, sobretudo de um Brasil fortemente marcado pela cultura africana. O estudo vem
atender as políticas de ações afirmativas, com ações que visem à formação dos
licenciandos, a elaboração de materiais que valorizem a história, cultura e identidade dos
descendentes de africanos. Assim, buscamos promover o debate sobre as questões
relacionadas à diversidade étnico-racial, bem como a implantação da História e Cultura
Afro-brasileira e Africana na Educação Básica. Deste modo, os procedimentos
metodológicos adotados foram a revisão bibliográfica, a técnica do grupo focal como
instrumento de coleta de dados para diagnosticar a realidade escolar. A partir das
entrevistas semi estruturadas realizadas com professores e gestores da Escola foi possível
levantar as dificuldades e necessidades dos professores no Ensino de História, sobretudo
da História e Cultura Afrobrasileira e Africana. Buscamos no relato de experiência e
saberes dos professores da escola e supervisores a reflexão da prática pedagógica.
Autor(es): Karina Fernandes Daniel
Título: Formação de atitudes e ensino de História: a consciência de identidade étnico racial
a partir da subjetividade histórica
Orientador: Lourival Dos Santos
Resumo: Este trabalho tem como finalidade apresentar as influências do Ensino de
História no comportamento racial dos alunos a partir do que é ensinado em sala de aula. A
subjetividade histórica do africano entrega um fardo extremamente pesado aos seus
descendentes por conta do seu papel na história do Brasil: escravo. A história, assim, é
portadora de uma função que tende a abranger a todas as etnias de forma igualitária. O
objetivo do Ensino de História de formar identidades se baseia na realidade que envolve o
individuo, logo, se for uma realidade de igualdade ou não, é dessa forma que a sociedade
será representada.
Autor(es): Ana Júlia Pacheco
Título: Entre a História e a Educação: o Ensino de História da África em Santa Catarina
Orientador: Paulino de Jesus Francisco Cardoso
Resumo: Neste artigo pretendemos apresentar algumas observações e propósitos iniciais
do projeto de pesquisa intitulado O Ensino de História da África em Santa Catarina:
questões e perspectiva, baseados em uma revisão bibliográfica inicial sobre os temas:
História da África e Currículos. O projeto, esta relacionado às ações empreendidas pelo
Grupo de Pesquisa Multiculturalismo, Estudos Indígenas, Africanos e da Diáspora e o IEADi
(Instituto de Estudos Africanos e da Diáspora) que reúne pesquisadores de várias
instituições de ensino superior no Brasil e em África, focados no estudo do ensino de
História da África. O objetivo da pesquisa é mapear a formação de professores(as) que
lecionam a disciplina de História e Cultura Africana nos cursos de licenciatura e
bacharelado em História no ensino superior Catarinense. Nesse sentido, a investigação
será realizada através da análise e problematização de projetos políticos pedagógico,
planos de ensino e entrevistas com os docentes, na busca de compreender qual história da
África têm sido ensinada nas salas de aula.
150
Autor(es): Camile dos Santos Lessa, Rebeca Laise Santos Lima, Maurício Santos Fernades
Título: Aportes para implementação das Leis 10.639/03 e 11.645/08 – UESC: um relato de
experiências
Orientador: Flávio Gonçalves dos Santos
Resumo: Esse texto caracteriza-se pela apresentação e relato das experiências dos
Bolsistas de Iniciação à Docência do Projeto de Ensino “Aportes para implementação das
Leis 10. 639/03 e 11. 645/08”, que se propôs a criar e consolidar canais de diálogos entre
comunidades indígenas e afro-brasileiras, a produção acadêmica da UESC e as Escolas de
Educação Básica. Ele é um desdobramento do Projeto de Extensão, Interlocução entre
comunidades indígenas e afro-brasileiras, a produção acadêmica da UESC e as Escolas de
ensino Médio e Fundamental financiado pela própria UESC e, que vem sendo desenvolvido
desde 2008 nos municípios de Ilhéus e Itacaré, com comunidades Afro-Brasileiras, o Povo
Tupinambá de Olivença e o Colégio Estadual Aurelino Leal.
Autor(es): Larissa Bagano Dourado
Título: Resistência negra na Paraíba: Uso de fontes em sala de aula
Orientador: Angelo Emilio Da Silva Pessoa
Resumo: Desde pelo menos três décadas, há uma amplitude nos debates acerca da
inclusão da História da África e a história dos negros nos currículos da educação básica.
Nesse sentido, em 2004, o Estado implantou a Lei 10.639/2003, que altera a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) e inclui no currículo a obrigatoriedade da
temática “História e Cultura Afro-Brasileira”. Deste modo, o presente trabalho tem por
objetivo apresentar as principais formas de resistência, desde a criação de quilombos,
invenções e reinvenções culturais e religiosas, até a participação em diversos movimentos
sociais, para, a partir daí oferecer propostas pedagógicas através do uso de fontes em sala
de aula sobre tal temática. Tomando como base, estudos de pesquisadores que analisam
esta temática, tendo como foco as diversas manifestações paraibanas, e como
metodologia, uma análise bibliográfica, este trabalho pretende demonstrar como o ensino
da resistência negra e consequentemente à atuação do negro enquanto sujeito histórico
atuante é imprescindível para compreensão da influência da população negra na
sociedade, e a inserção do alunado em questões que dizem respeito à memória e a
tradição de lutas políticas e culturais do povo negro.
Autor(es): Marcos Antonio Franco Petraglia Filho,Camilla Aparecida Nogueira dos Santos,
Luciane Ribeiro Dias Gonçalves
Título: Semana Da Consciência Negra / PIBID - Diversidade Cultural: trabalhando a cultura
afro-brasileira e a Lei 10639/03 em sala de aula.
Orientador: Luciane Ribeiro Dias Gonçalves
Resumo: O presente trabalho apresenta o relato de experiência de uma atividade do
subprojeto Diversidade Cultural do PIBID/UFU. Objetivamos descrever as atividades
docentes desenvolvidas na Semana da Consciência Negra na Escola Municipal Aurelino
Joaquim da Silva – CAIC da cidade de Ituitutaba/MG. Descreve a metodologia de trabalho
que se compôs de cinco atividades contemplando temática que envolvem a cultura
africana/afro-brasileira e a Lei 10639/03. As atividades foram realizadas pelos bolsitas do
subprojeto em uma turma de sexto ano. Considera-se que as atividades desenvolvidas
151
nessa proposta constituíram-se como fonte de conhecimento teórico-prático para a
professora supervisora, os licenciandos e alunos da escola.
Autor(es): Caroline Silva Cruz, Simone silva de Jesus
Título: Lei 11.645/08: A escola, as relações étnicas e culturais e o ensino de história -
algumas reflexões sobre essa temática no PIBID
Orientador: Valter Guimarães Soares
Resumo: A lei 11.645/08 regulamenta a obrigatoriedade do Ensino da História e Cultura
Afro-brasileira e Indígena, em todos os níveis de ensino. O presente trabalho objetiva
analisar a aplicação da lei 11.645/08, nas aulas de história do colégio parceiro do PIBID,
visando compreender como as relações étnicas e culturais vêm sendo trabalhadas na
escola, quais as dificuldades e limitações de uma efetiva aplicação dessa norma. A partir
da realização de diversas leituras e das observações-participativas foi possível perceber
que há, sim, uma dificuldade em relação ao ensino da História e Cultura Afro-brasileira e
Indígena, por parte dos professores, principalmente no tocante aos recursos didáticos.
SESSÃO 46 - CULTURA, DIVERSIDADE E ENSINO
Coordenação: Francisco Egberto de Melo
Autor(es): Maiara Brenda Rodrigues de Brito, Valdelice Medeiros, Jéssica Alves Cardoso
Título: Refletindo o Ensino de História no Ensino Fundamental a partir da experiência no
PIBID de História
Orientador: Jailma Maria de Lima
Resumo: Este artigo reflete sobre uma experiência de bolsistas do PIBID de História do
CERES/UFRN, em uma intervenção aplicada no sétimo ano do Ensino fundamental da
Escola Estadual Monsenhor Walfredo Gurgel, localizada na cidade de Caicó-RN. A
intervenção teve como tema a resistência indígena na Colonização da América Espanhola e
objetivávamos fazer com que os alunos da turma alvo refletissem sobre o os preconceitos
existentes sobre as populações indígenas, as quais foram historicamente discriminadas,
perseguidas e expulsas de suas terras. O planejamento da intervenção considerou as
competências e habilidades propostas pelos Parâmetros Curriculares de História para o
Terceiro e Quarto Ciclos do Ensino Fundamental e ainda o livro didático dos alunos, bem
como alguns Autor(es) que são referências para a discussão sobre o ensino de História, a
saber: Circe Maria Fernandes Bittencourt, Maria Auxiliadora Moreira dos Santos Schmidt,
Tânia Maria F. Braga Garcia, Selva Guimarães Fonseca e Itamar Freitas.
Autor(es): Maria Rejane Da Silva
Título: Religiões afro- brasileiras em sala de aula a partir da análise de uma turma de
educação de jovens e adultos
Orientador: Harley Abrantes Moreira
Resumo: Esse Trabalho é resultado de uma breve pesquisa realizada em sala de aula com
uma turma da 3ª fase da EJA na escola professor Simão Amorim Durando em Petrolina/PE.
Nosso objetivo foi analisar o conhecimento desses alunos acerca das religiões afro
152
brasileiras, como as representam e até que ponto as tolera. Bem como mostrar a
importância de abordar as religiões de matrizes africanas em sala de aula, afim de que os
professores possam com esse tipo de discussão desconstruir antigos conceitos dado a
essas religiões. De forma a contribuir para que a escola se torne um espaço democrático,
respeitador e reconhecedor da diversidade cultural e religiosa.
Autor(es): Danilo Martins do Nascimento, Carla Patrícia Silva de Medeiros, Ilderlânia
Pereira de Araújo, Flábia Raíssa Medeiros dos Santos
Título: Marinheiros de primeira intervenção: diversidade religiosa na escola
Orientador: Jailma Maria de Lima
Resumo: O objetivo deste artigo é analisar a experiência de uma oficina denominada
Diversidade Religiosa na Escola, ministrada como primeira intervenção dos bolsistas de
iniciação à docência em História, que tem por eixo temático religião, religiosidade e
política. Essa oficina foi aplicada na Escola Monsenhor Walfredo Gurgel, especificamente
na turma do sétimo ano do Ensino Fundamental. Dialogamos com alguns Autor(es) e
também com a Constituição Federal de 1988 para problematizarmos as diferenças
religiosas existentes no espaço escolar, bem como a liberdade de culto religioso e sua
importância para darmos ênfase à tolerância religiosa. Os alunos se mostraram bastante
interessados e participaram ativamente das atividades propostas.
Autor(es): Angela Patricia Alves de Oliveira
Título: Uma análise das religiões de matriz africana nos livros didáticos de História
utilizados nas escolas de Petrolina.
Orientador: Harley Abrantes Moreira
Resumo: O presente trabalho procura debater questões sobre o ensino de História da
África e da cultura afro-brasileira nas escolas da cidade de Petrolina-PE, passando por uma
discussão nos problemas do nosso ensino, sua importância e ao mesmo tempo as
dificuldades de inclusão da temática dos livros e na sua transmissão nas aulas de história
da referida cidade. Quais são ou como são essas aulas que tem de incluir e desfazer ideias
que desvalorizam nossa própria Diversidade Cultural. Discutindo também a lei nº
10.639/03, para valorizar nossas heranças culturais e como está ocorrendo o ensino de
história da África e da cultura afro-brasileira. Portanto, o nosso ensino assim como as
práticas pedagógicas, no sentido de valorizar a nossa herança histórico-cultural que
sempre foi repassado apenas por meras representações no nosso processo de ensino-
aprendizagem.
Autor(es): Alessandra dos Santos Leal
Título: Introdução à reflexão histórica do contexto da diversidade cultural no Brasil e a
manifestação da diversidade no ambiente escolar
Orientador: Valter Guimarães Soares
Resumo: O presente artigo foi desenvolvido com base nas observações realizadas no
Colégio Estadual José Ferreira Pinto mediado pelo PIBIB-HISTÓRIA, tendo como
coordenador o professor Valter Guimarães da Universidade Estadual de Feira de Santana e
Supervisionado pela professora de história do colégio observado, Claudjane Pimenta, as
discussões levantadas aqui fazem parte de um projeto de pesquisa que ainda encontra-se
153
em andamento a partir de um estudo de caso referente a manifestações da diversidade
cultural nesta escola. Este artigo discute basicamente as questões referentes as
diversidades no ambiente escolar enfatizando o ensino de história, perpassando por
analise da Lei 11.645 e a viabilidade e aplicabilidade da mesma nos currículos escolares e a
possível influencia desta pluralidade cultural na escola e mais especificamente no
ensino/aprendizado de história. Desta maneira este artigo objetiva, tal como o projeto de
pesquisa o qual ele faz parte, analisar as possibilidades e limites do ensino de história na
perspectiva de um currículo multicultural e da escola como espaço sociocultural, tendo
com suporte a Lei 11.645, LDB 9394/95 e as diretrizes curriculares voltadas para o tema da
Diversidade Cultural e busca desenvolver metodologias para o desenvolvimento deste
estudo no colégio analisado.
Autor(es): Elita Pires Lopes
Título: Trabalhando identidades, valores sociais e tolerância cultural
Orientador: Igor Alves Moreira
Resumo: Este artigo tem como objetivo, relatar o trabalho feito pelos alunos bolsistas do
PIBID-2009 de História, da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA, em relação ao
Projeto Consciência Negra, cujo tema foi “Sou negro... Sou gente”. Houve discussões em
torno do assunto identidade afro-descendente e o combate à intolerância e desrespeito
com a cultura herdada pelos negros em nosso país. Portanto, foi necessário pensar na
execução de atividades educativas relacionadas com o conteúdo e o objetivo do trabalho.
Desta forma, nos propusemos abordar contextos que envolvessem o cotidiano dos alunos
da E.E.F.M. Professor Luís Felipe, em Sobral-CE.
Autor(es): Rafaella Barbosa Gomes
Título: Educação Para as Relações Etnicorraciais: formação de professores
Orientador: Elizabeth Sousa Abrantes
Resumo: Face as Leis Federais de n° 10.639/03 e n° 11.645/08 tornou-se obrigatório no
currículo oficial nas escolas o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. Esta é
uma exigência das politicas educacionais voltadas para a educação etnicorracial,
objetivando abordar aspectos sobre a diversidade, a pluralidade cultural, focalizando
principalmente a necessidade de mudanças de comportamento ainda observados na
sociedade referentes ao racismo e que permeiam o âmbito de ensino. O presente estudo
visa analisar a aplicabilidade dessas leis, sendo ponto de referência na formação de
professores, uma vez que estes são os principais responsáveis pela quebra de paradigmas
sociais e implementação da educação etnicorracial viabilizada através da valorização do
conhecimento histórico e cultural dessas etnias.
Autor(es): Karla Karoline Pereir
Título: Unidade não significa uniformidade. Unidade pressupõe diversidade.
Orientador: Rosana Areal De Carvalho
Resumo: No decorrer da pesquisa em torno das marcas de presença das diretoras do
Grupo Escolar "Dom Benevides", Mariana/MG na configuração de uma cultura escolar, nos
deparamos com notícias de uma greve de professoras primárias de Minas Gerais em 1959.
Imediatamente formulamos a pergunta: em que medida as professoras da instituição em
154
estudo participaram desse movimento? Em que medida estavam alinhadas a esse projeto
de classe, a essa expressão de "consciência de classe"? Retomamos o corpus documental
que privilegiamos para a pesquisa, as atas das reuniões de professoras, a fim de
verificarmos indícios da participação grevista. Ou melhor, indícios desse movimento no
cotidiano do grupo escolar pois, como já conhecíamos esses documentos, nada nos
autorizava a vislumbrar componentes do corpo docente vinculados a qualquer
manifestação de contestação. As reflexões desenvolvidas até o momento nos levam a
compreender que, no campo delimitado pela ação e intervenção de uma diretora atuante
nos anos 50, há uma conjugação singular de valores. Por um lado, a diretora assume uma
postura pedagógica no tocante à formação do corpo docente ao apresentar, com relativa
frequência, elementos de atualização pedagógica. Por outro lado, não se descuida da
formação moral, postura sedimentada nas práticas religiosas católicas. Além disso,
encontramos também elementos de formação ética do trabalho, revelados pelas
advertências dessa mesma diretora quanto aos direitos e deveres do professorado, tendo
em vista ser este funcionário público. Extravasando essa posição para o corpo discente,
observamos a existência de uma sutil diferença entre o instruir - campo da ciência, e o
educar - campo da religião. Ou seja, na realidade da gestão de Abigail Dias, no Grupo
Escolar "Dom Benevides", ciência e religião encontram-se com campos complementares, e
não em oposição. É certo que tal circunstância está inscrita num contexto particular, seja
pelo espaço que a Igreja Católica ocupa no cotidiano da cidade, seja pela posição pessoal
da diretora quanto aos preceitos religiosos. Ainda em fase de aprofundamento, é curioso
notar a presença na imprensa católica de artigos sobre a greve de professores. Estaria
nisso uma ação premeditada objetivando a desestabilização do Estado? A greve das
professoras primárias era uma denúncia da incompetência do Estado para com os
negócios da educação? Tal circunstância estava sendo explorada como defesa para os
partidários do "ensino livre"? Para o embasamento de nossas reflexões, nos reportamos às
concepções thompsonianas quanto à formação de classe, "consciência de classe" e
experiência.
SESSÃO 47 - A HISTÓRIA ANTIGA NA SALA DE AULA
Coordenação: Lyvia Vasconcelos Baptista
Autor(es): Arthur Rodrigues Fabrício, Liliane Tereza Pessoa Cunha
Título: MAAT - Núcleo de Estudo de História Antiga: ensino, pesquisa e extensão em
perspectiva
Orientador: Marcia Severina Vasques
Resumo: Surgido efetivamente em 2010 a partir de um projeto de monitoria, o projeto de
extensão MAAT – Núcleo de Estudo de História Antiga agrega em si as atividades
desenvolvidas pelos discentes participantes nos campos da docência, pesquisa e ensino
desta área. Pensado como uma forma de fomentar as bases do estudo da Antiguidade no
Nordeste, ainda muito incipiente, e acolher o número crescente de interessados no estudo
e pesquisa deste campo, o MAAT tem crescido no cenário acadêmico do país através da
dedicação e esforço de seus membros, com a orientação da coordenadora do grupo,
155
professora doutora Marcia Severina Vasques. Nesse sentido, o presente artigo pretende
tratar brevemente das dificuldades de pesquisar História Antiga no Brasil, especialmente
no Nordeste, região em que o grupo está localizado, assim como explanar três atividades
empreendidas pelo grupo, sendo elas a criação e manutenção de um sítio eletrônico
(http://www.cchla.ufrn.br/maat/), com conteúdo selecionado e produzido pelos membros
do projeto; a presença em reuniões periódicas onde os alunos recebem orientação e tem a
oportunidade de aprofundar seus conhecimentos acerca do mundo antigo; e a elaboração
de materiais lúdicos a serem apresentados ao grande público. Dessa forma, busca-se
responder um questionamento central: é possível pesquisar História Antiga no Nordeste?
Autor(es): Ana Paula M F de Oliveira
Título: Mancala, instrumento mediador no ensino de História do Egito: valorização da
cultura Africana e Afrodescendente
Orientador: Lourival Dos Santos
Resumo: Buscando conciliar Ensino de História com educação etnicorracial desenvolvemos
uma sequência no quinto ano do E.F., tendo como principal elemento mediador, do
ensino/aprendizagem, o jogo Mancala. Este jogo que tem sua origem em sociedades
agrícolas africanas, nos permitiu trabalhar com a sociedade egípcia da antiguidade
valorizando aspectos culturais africanos. Trabalhamos de forma interdisciplinar com
conteúdos de artes, matemática e história. A partir dai trabalhamos símbolos egípcios e
mapas do período. A familiarização de nossos alunos com a Mancala buscou estimular o
crescimento da autoestima de negro(a)s inferiorizados no ambiente escolar, através da
valorização da cultura africana e afro-brasileira.
Autor(es): Maria Cláudia de Almeida Rocha
Título: O ensino de Pré-história para os alunos da EJA: uma visão prática
Orientador: Cláudia Cristina Do Lago Borges
Resumo: O trabalho apresenta uma discussão sobre o ensino de Pré-história na
modalidade da EJA. Desenvolvido a partir do Projeto Prolicen, O dito e o real no
conhecimento da Pré-história, o texto aqui discute como práticas pedagógicas,
especialmente utilizando recursos didáticos diversificados podem auxiliar no
desenvolvimento da aprendizagem de alunos de formação específica. Considerando as
dificuldades apresentadas no ensino da EJA, principalmente pelo baixo interesse dos
alunos na frequência das aulas, bem como a falta de material didático específico e os
problemas de formação profissional pela qual passa os alunos de graduação, a proposta
aqui desenvolvida neste artigo mostra como os trabalhos de inovação didático-pedagógica
pode implementar não só os diferentes níveis escolares, mas trazer aos alunos de
licenciatura experiências práticas, fazendo-os pensar sobre as realidades dos sistemas de
ensino.
Autor(es): Cássio Pereira Oliveira
Título: O Código de Hamurábi em sala de aula: pensando uma educação em valores
humanos
Orientador: André Luis ramos soares
156
Resumo: Este trabalho tem por objetivo divulgar as atividades realizadas pelo subprojeto
História, do PIBID História 2011 da Universidade Federal de Santa Maria, em julho de 2012.
As atividades envolveram as turmas de 6º ano do ensino fundamental da Escola Estadual
de Ensino Fundamental e Médio Cel. Pilar. Utilizando-se do antigo código de Hamurábi,
apresentado aos alunos de maneira clara e didática, os alunos seriam levados a refletir a
respeito de princípios de reciprocidade e compensação. Com estes princípios, os alunos
seriam divididos em grupos, e a cada um deles seria entregue um papel descrevendo
coisas que atrapalham o andamento da aula: brigar com o colega, comer durante a aula,
conversar durante a explicação e perguntar sem levantar o dedo. Cada “delito” teira que
ter uma pena correspondente, criada utilizando-se os princípios de reciprocidade e
compensação existentes no código de Hamurábi. O resultado final seria exposto em um
painel fixado na parede da sala, a ser respeitado por toda a turma e por professores. Para
concebê-la utilizamo-nos dos trabalhos de Piaget (2002), De la Taille (1992), Adriana Lima
(1994) e Fernando Becker (1993). Através de Leituras como Sai Baba (1999), Daisaku Ikeda
(2006) e Antônio Dutra (2010), fomos levados a buscar novas referências no que diz
respeito a valores humanos dentro da educação. Desta forma, objetivamos levar as
crianças a adotar princípios humanos dentro da sala de aula, em atitudes de respeito para
o colega, o ambiente e a sociedade. O código, muito mais do que um “olho por olho, dente
por dente”, organizou a vida no séc. XVIII aC Através da paridade entre os crimes e as
penas aplicadas. Além disso, usou de princípios de compensação para regular litígios,
garantindo igualdade e justiça entre os envolvidos. A atividade conseguiu apresentar para
os alunos o código de Hamurábi e confeccionar um código de leis que, em vez de
simplesmente punisse os alunos, os levasse a reflexão e a compensar os delitos de
inúmeras maneiras. O principal ponto a orientar práticas futuras fica por conta da
dificuldade em romper com práticas punitivas tradicionais, que não tem nenhum outro
resultado além de enquadrar os alunos dentro de uma ordem estabelecida e gerar
alienação.
Autor(es): Raizza Teixeira dos Santos
Título: Oficina Pedagógica sobre Egito Antigo: "Vale a pena: o Tribunal de Osíris"
Orientador: Regina Maria da Cunha Bustamante
Resumo: A Oficina Pedagógica “Vale a pena: o Tribunal de Osíris” foi elaborada ao longo
das disciplinas “Cultura Material na Antiguidade Clássica e Educação Patrimonial III e IV”,
ministradas, em 2012, pela Professora Regina Maria da Cunha Bustamante (Laboratório de
História Antiga / Instituto de História / UFRJ), com a colaboração da Professora Céli
Palacios (Setor Curricular de Artes Cênicas / Colégio de Aplicação / UFRJ), e aplicada numa
escola pública de Santa Cruz, agendada para uma visita ao Museu Nacional (UFRJ). Houve
o auxílio financeiro do Prodocência do MEC/CAPES e a colaboração do Serviço de
Assistência ao Ensino (SAE) do Museu Nacional. Esta Oficina centrou-se numa das peças do
acervo desta instituição museal, o sarcófago de Hori, que compõe a exposição permanente
“Egito Antigo” (Coleção Egípcia dos Imperadores D. Pedro I e D. Pedro II). Objetivou-se
refletir sobre as concepções de justiça e moral através do mito do Tribunal de Osíris,
abordando-o no cotidiano dos egípcios antigos e sua apreensão na atualidade.
Autor(es): Deize Camila Dias Salustiano, Daniel Francisco da Silva
157
Título: A transposição didática nas salas de aula: o ensino de História Antiga e as inovações
metodológicas
Orientador: Jailma Maria de Lima
Resumo: Um dos maiores desafios enfrentados pelos professores ao deixarem a Academia
e entrarem em contato com o Ensino Básico é a chamada “Transposição Didática”, ou seja,
a forma pela qual os professores irão passar para os seus alunos conteúdos acadêmicos.
Em outras palavras, a forma pela qual os professores transformarão os conteúdos
acadêmicos em conteúdos para serem aplicados no Ensino Básico (Ensino Fundamental e
Ensino Médio), já que a forma de se “escrever” e “pensar” a História é diferente em ambos
os casos. E isso é, portanto, aplicável á História e para melhor explicarmos como isso
ocorre usaremos o ensino de História Antiga. Sendo assim, o objetivo deste artigo é rever
e explicar de qual forma os professores abordam os temas relacionados à História Antiga e
ao mesmo tempo propor uma nova metodologia para que o ensino da mesma torne-se
mais atraente para os professores e, principalmente, para os alunos, ou seja, de qual
forma seria possível melhorar o processo de ensino-aprendizagem entre professores e
alunos no que se refere ao Ensino de História Antiga. Para tanto, utilizaremos Autor(es)
como, Circe Bittencourt, Pedro Paulo Funari, Semíramis Corsi Silva, dentre outros. Além de
termos por base os PCN´s (Parâmetros Curriculares Nacionais) e a forma pela qual os
mesmos nos orientam a “ver”, “pensar” e “ensinar” as Histórias.
SESSÃO 48 - ESCRITA DA HISTÓRIA NO LIVRO DIDÁTICO
Coordenação: Wicliffe de Andrade Costa
Autor(es): Zuleika Analia de Almeida Guerrieri
Título: História do Ceará: o regionalismo presente na produção didática pré
e pós- Vargas
Orientador: Antônio De Pádua Santiago De Freitas
Resumo: O presente artigo tem como mote principal a análise das mudanças de
abordagem histórica presentes nos livros didáticos de 1930-1964, que vão desde a
unificação de estudos de história em História do Brasil, na Era Vargas e a nulidade de
produções regionais, até o ano do Golpe Militar. É no período entre esses dois marcos
históricos que ocorre o retorno das produções com enfoque regionais, que serão
analisadas a partir de sua tentativa de construção de identidades.
Autor(es): Karolina Pereira Dias
Título: Culturas Históricas nos Livros Didáticos: as Diferentes Abordagens Historiográficas
do Renascimento Nos Anos 1970-80
Orientador: Júlia Silveira Matos
Resumo: Este trabalho se propõe a analisar como duas culturas históricas foram
representadas em livros didáticos das décadas de 1970-80. Veremos, nos livros didáticos:
“História Moderna e Contemporânea” de autoria de José Jobson de Andrade Arruda e
“História Moderna e Contemporânea” do autor Carlos Guilherme Mota, como podemos
158
perceber as diferentes abordagens teórico-metodológicas, enquanto culturas históricas
sobre o Renascimento.
Autor(es): Ariane Rebouças Araújo
Título: Conhecimento histórico e literatura didática: reflexões sobre obras de história do
Ceará, para uso das escolas primárias no final do Século XIX e início do Século XX.
Orientador: Antônio De Pádua Santiago de Freitas
Resumo: O presente trabalho faz uma análise das obras de João Brígido e Cruz filho,
Resumo da História do Ceará: para uso das escolas primárias, de 1895 e História do Ceará-
Resumo didático de 1931, respectivamente, focando a vertente historiográfica que
vigorava no momento dessas produções. Tendo-se uma perspectiva do livro didático como
um objeto cultural que contêm amplas representações, sua escrita tem diferenciadas
formas de produção e recepção. A produção do livro didático envolve vários fatores,
principalmente no que se refere a quem o produz, na qual traz consigo sua particularidade
e posicionamento de determinados pensamentos. Assim, no sentido de compreender a
produção do conhecimento histórico nos livros didáticos do Ceará a pesquisa visa fazer
uma reflexão sobre as obras dos Autor(es) com suas influências para a educação cearense.
O conteúdo dos livros foi analisado levando em conta à concepção historiográfica que
embasaram a sua produção, verificando assim, a difusão do conhecimento histórico
voltado para a educação do Ceará, em perspectiva metódica e objetiva. Como base para
este estudo, o livro didático citado é considerado fonte e objeto de pesquisa, pois como
um objeto cultural se constituiu também instrumento de direcionamento de ensino aos
alunos das escolas primárias do Ceará, no final do século XIX e nas primeiras décadas do
século XX.
Autor(es): Samanta Souza Dias
Título: Inquisição no Brasil: uma abordagem da atuação do Santo Ofício na literatura
didática do ensino de História
Orientador: Orlando José de Almeida Filho
Resumo: Como objeto material de uso, o livro didático é ferramenta básica do processo de
ensino aprendizagem da cultura escolar e, por isso mesmo a presente Investigação que
venho realizando a partir do Programa Institucional de Bolsas de Incentivo á Docência
(PIBID) pela Universidade Federal de São João Del Rei – UFSJ é relevante, pois contribui
para a discussão sobre esse objeto, bem como para o debate sobre materiais didáticos
voltados para o ensino. Como objeto de estudo privilegia a investigação sobre Inquisição
no Brasil: uma abordagem da atuação do Santo Ofício na literatura didática do ensino de
História O tema e a experiência em sala de aula levaram-me a problematizar algumas
questões sobre o “livro didático” e o conhecimento nele disseminado sobre a ação do
Santo Ofício no Brasil. A partir de alguns pressupostos metodológicos e leituras sobre
pesquisas de materiais didáticos, entre eles o “livro didático” comecei a desenvolver um
trabalho de Iniciação Científica, iniciado em 2012 com o apoio da CAPES – UFSJ o qual
ainda está em processo de estudo, porém já com alguns resultados preliminares que
apresento com o objetivo de partilhar com a comunidade acadêmica minha investigação.
159
Autor(es): Giseli Origuela Umbelino
Título: Representações de mulheres e ensino de História
Orientador: Ana Maria Marques
Resumo: A importância delegada ao livro didático é um fato alarmante para questão do
conteúdo e o modo como este chega aos alunos. O estudo realizado por Décio Gatti Jr.
(2004) em livros didáticos publicados entre os anos 1970-1990 apresenta as mudanças
ocorridas neste período, nas formas de abordagem dos conteúdos, que passaram a
agregar uma historiografia de base econômica, bem como os temas da História Cultural.
Suely Gomes Costa (2003) destaca que “repetir antigos modos de ensinar história nos
torna participantes da propagação de preconceitos, base de discriminações de vários
feitios”, e que o ambiente escolar reproduz muitas das “apartações sociais” a exemplo
“normas disciplinadoras de corpos” que aludem ao “papel social de homens e mulheres”.
Através da definição de gênero que Joan Scott (1990) nos apresenta, a proposta deste
trabalho é observar como livros didáticos selecionados através da Portaria n. 907 do
PNLEM (Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio) abordaram as questões
de gênero, principalmente ao indagar qual o “lugar” reservado às mulheres na narrativa
histórica.
Autor(es): Ruan Gabriel de Almeida Vital
Título: A corporação militar e a masculinidade observada pelas perspectivas do livro
didático de História de Mato Grosso
Orientador: Ana Maria Marques
Resumo: O objetivo principal da pesquisa (registro 122/CAP/2011) a qual se vincula este
trabalho era estudar um conjunto de livros didáticos de Elizabeth Madureira Siqueira e
outros de História de Mato Grosso, bem como seus usos sob a perspectiva da análise de
gênero. O livro “História de Mato Grosso: da ancestralidade aos dias atuais”, de Elisabeth
M. Siqueira, foi escolhido entre os três elencados para a pesquisa, por ser o mais atual
dentre a coleção. Lançado em 2002, é a última obra didática da autora e é uma referencia
para estudantes do ensino básico, médio e universitário, sendo ainda consultado para
concursos das esferas municipais e estaduais do estado de Mato Grosso, por sua
diferenciação na exposição do conteúdo, se comparado aos demais livros didáticos de
história regional. O estudo possibilitou a percepção do papel da instituição militar,
implicitamente referenciado à caracterização das incursões feitas desde o período colonial
até os primórdios da primeira república. A questão da masculinidade no livro didático é
tão visível que acaba se tornando invisível aos olhos do leitor. Militares sempre estiveram
presentes em todos os momentos da história, desde os acontecimentos da antiguidade até
os dias atuais, o papel desta instituição hoje, não tão evidenciado quanto anteriormente,
mas que não se deixa a desmerecer aos olhares dos historiadores e de toda a conjuntura
da comunidade universitária e não universitária. Determinados acontecimentos aparecem
no livro ora expostos com muita veemência e em outros momentos são esquecidos, não
há nenhuma referência às forças armadas em alguns períodos da história mato-grossense
principalmente nos anos iniciais da república, apesar de a chefia do país ter ficado a cargo
de militares. Esta análise, no entanto, pretende dar visibilidade às nuanças desta carreira
tão apreciada pela sociedade ocidental, e como o corpo do homem militar foi carregado
de significados agregados na maquinação da construção do militar no século XIX, bem
160
descrita na obra de Michel Foucault, “Vigiar e Punir”, principalmente no que diz respeito
aos “corpos dóceis”, na domesticação do homem que tirado de sua “natureza” e
transformando-os em corpos, militarizados e disciplinados, na nova ordem de
estruturação militar do século XIX.
Autor(es): José Alberto Da Fonseca
Título: A escrita da história do holocausto nos livros atuais didáticos
Orientador: José Alberto Da Fonseca
Resumo: Neste trabalho analisaremos a forma pela qual o holocausto é tratado em dez
livros didáticos atualmente aprovados para o ensino de História. Nossa atenção estará
voltada às definições atribuídas ao evento, sua caracterização e os elementos que o
motivaram. Estas informações nos possibilitaram identificar que diferentes abordagens
são construídas pelos livros e, mais do que isto, diferentes imagens do holocausto são
oferecidas, tanto pela diversidade dos temas presentes, quanto pelas distintas formas de
abordá-los. Será, portanto nosso objetivo, apontar estas diferenças e fazer um balanço
desta constatação para o ensino, e consequentemente para a construção de uma reflexão
pública sobre o holocausto.
Autor(es): Raína de Castro Ferreira
Título: História e totalitarismo: uma abordagem do livro didático após a ditadura militar no
Brasil (1964-1984)
Orientador: Orlando José de Almeida Filho
Resumo: Esta pesquisa iniciou-se a partir do Programa Institucional de Bolsas de Incentivo
á Docência (PIBID), no qual o aluno aqui pesquisador teve contato com a realidade e o
cotidiano de uma sala de aula, juntamente com suas fontes materiais, dentre elas o livro
didático. A partir de então foi desenvolvido uma Iniciação Científica, iniciada em 2012 com
o apoio da CAPES, aqui ainda não concluída, que partisse da análise das representações de
um tema específico do livro didático (Totalitarismo), comparada com a ótica dos alunos.
Esta é uma antecipação da produção final, com data para encerramento em julho deste
ano. Para esta pesquisa, foram utilizados três livros didáticos: Rumos da História: Nossos
tempos, o Brasil e o mundo contemporâneo de Antonio Paulo Rezende e Maria Thereza
Didier publicado pela Atual Editora em 1996; História e vida de Nelson Piletti da Editora
Ática em 1997 e História Total 4 – Época Moderna e Contemporânea de José Jobson de
Arruda, também da Editora Ática publicado em 1998. A título de delimitação do objeto,
utilizarei apenas os capítulos que tratam dos regimes totalitários, caso eles estejam
relacionados com o crack da Bolsa de Valores de Nova Iorque, e a Segunda Guerra
Mundial, seu contexto e aspectos serão analisados conjuntamente.
SESSÃO 49 - HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA
Coordenação: Raimundo Nonato Araújo da Rocha
Autor(es): Marcos Fernandes De Oliveira
161
Título: Lucien Febvre e os “Combates pela História”: artes do fazer/ensinar história
Orientador: Joel Carlos de Souza Andrade
Resumo: Esta comunicação tem como objetivo principal fazer uma discussão sobre as
noções de história trabalhadas por Lucien Febvre (1878-1956). Visto como um dos
fundadores da Escola dos Analles na década de 1920, ao lado de Marc Bloch, em nossa
opinião, alguns de seus ensinamentos ainda constituem referências importantes para o
saber/fazer história. Por isto, a ideia de uma abertura da história para outros saberes
(interdisciplinaridade), a perspectiva de uma história-problema e uma história
“cientificamente conduzida”, mas que não perde de vista o “sensível”, constituem artes de
um fazer que podem ser muito bem explorado no ensino da história.
Autor(es): José dos Santos Costa Júnior, Raquel Silva Maciel
Título: Uma poética e uma política no ato de ler diálogos com Roger Chartier e Michel De
Certeau
Orientador: Regina Coelli Gomes Nascimento
Resumo: O artigo problematiza um conjunto de leituras teóricas desenvolvidas junto ao
Programa de Educação Tutorial do curso de História da Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG), cujo objetivo central foi pensar como as práticas de leitura e o próprio ato
de ler foram incorporados ao campo de investigações do historiador. Neste sentido, a
discussão proposta no texto intenciona articular as escrituras dos historiadores franceses
Roger Chartier e Michel de Certeau, localizando-os no interior do campo da História
Cultural e considerando-os como atores fundamentais para a ampliação das abordagens
temáticas na História, bem como profissionais que contribuíram para a emergência de
novas reflexões na disciplina. O procedimento metodológico trilhado foi o seguinte:
mapeamento temático das obras dos historiadores supracitados; articulação das escrituras
de Chartier e Certeau com a intenção de elaborar eixos argumentativos e teóricos que
aproximem os dois Autor(es) na perspectiva do estudo das práticas de leitura e,
posteriormente, são expostas e aproximadas as considerações de ambos os Autor(es)
acerca das concepções de leitor, apropriação, sentido e consumo. A partir das
considerações tecidas no texto objetivamos contribuir para a oxigenação de debates no
campo da História Cultural acerca das práticas de leitura, considerando o novo estatuto
atribuído ao sujeito leitor, compreendendo-o não mais como passivo ou mero receptor e
reprodutor de mensagens socialmente difundidas, mas entendendo-o como sendo co-
participante do processo de criação e produção de sentido e conhecimento.
Autor(es): Sthenio De Sousa Everton
Título: Renovação na historiografia: Martius - a voz que clama no deserto
Orientador: Edwar De Alencar Castelo Branco
Resumo: A monografia de Friedrich Philipp Von Martius "Como se deve escrever a história
do Brasil", estabelecida no ano de 1845, após mais de um século e meio anda constitui
referência cativa nos cursos de historiografia brasileira. Sua produção assinala a
preocupação com uma história que tomasse a ideia de um passado nacional, comum a
todos os "brasileiros", que teve início com o surgimento político do Brasil independente.
Este trabalho, portanto tem como objetivo identificar no tratado historiográfico “Como se
Deve Escrever a História do Brasil” de Carl Friedrich Von Martius, um possível sinal de
162
renovação na historiografia nacional. Para tanto se faz necessário uma visão mais geral de
quem foi Martius e de sua posição historiográfica no Brasil e no mundo.
Autor(es): Felipe de Moraes Ferreira
Título: Escrita da nação: a construção do mito Inconfidente
Orientador: Cláudia Maria das Graças Chaves
Resumo: a escrita da nação foi a construção mítica dos memorialistas acerca de uma
identidade nacional já nos fins do século XVIII e início do século XIX. Temos como intuito
analisar a escrita como formadora da nação e como mecanismo de reconstrução, após
1822, da memória do passado colonial e principalmente da inconfidência mineira.
Buscamos delinear como os memorialistas escreviam e propagavam suas memórias para
legitimar o império brasileiro. José de Resende costa foi um inconfidente que se tornou
um importante burocrata brasileiro ao longo da sua carreira política. Não temos como
finalidade traçar a sua biografia, mas sim distinguir o mito e a realidade acerca da imagem
construída pela escrita da nação em torno da sua personalidade pública, uma vez que esta
imagem estava sempre atrelada à memória política da inconfidência mineira - evento
consagrado pelos historiadores brasileiros como deflagrador do processo de
independência e, consequentemente, germe da nacionalidade brasileira. Por meio das
memórias deixadas por e sobre Resende costa, podemos compreender quais as intenções
que a escrita da nação tinha na época que em grande parte eram o desejo de solidificar o
recém-criado império brasileiro e de criação de uma nação brasileira.
Autor(es): Raylane Marques Sousa
Título: Memória e Esquecimento - Uma nova escrita da história em Nietzsche
Orientador: Frederico de Castro Neves
Resumo: Esta pesquisa visa compreender como Friedrich Nietzsche (1844-1900) trata o
conhecimento histórico em sua obra, tendo em vista as implicações do seu contexto
histórico no momento de elaboração do seu pensamento. Para isto, é necessário
investigar os três momentos que, segundo Nietzsche, formam a consciência histórica
alemã na modernidade, a saber, o objetivismo, o sentido histórico e a memória-
esquecimento. Destacar-se-á aqui este último momento (memória-esquecimento),
tomando-o ora como estágio constituinte da consciência histórica alemã moderna, ora
como estágio de contraposição aos outros dois momentos precedentes (objetivismo e
sentido histórico) e as suas formas de investigar, conhecer e narrar o passado. Nesta dupla
função que compreende o terceiro momento da consciência histórica alemã moderna está
implícita a dupla tarefa da memória, o lembrar e o esquecer. Dito de outro modo e
detalhadamente: no primeiro instante, a memória, como terceiro momento constituinte
da consciência histórica alemã moderna, exerce a função de guardiã, no presente, dos
grandes feitos, dos grandes nomes e dos grandes fatos do passado, ao fugir de um
historicismo que torna tudo passageiro, sem fixidez; no segundo instante, o esquecimento,
como estágio de contraposição aos outros dois momentos, exerce a função de impedir que
a memória seja cativa dos grandes feitos, dos grandes nomes e dos grandes fatos do
passado, tal como ocorre nos dois momentos precedentes (objetivismo e sentido
histórico). Na concepção de Nietzsche, a dupla atividade que a memória desempenha
permite, em algum momento, um espaço aberto para a emergência da novidade.
163
Seguindo as indicações de Nietzsche, no que concerne à História, supõe-se que a escrita da
História é a novidade que surge entre os interstícios da memória e do esquecimento. Para
se desenvolver esta discussão, privilegia-se a leitura imanente, principalmente das obras:
“II Consideração Intempestiva (1874)” e os “Aforismos Póstumos”, no período que vai de
1872 a 1876 e aqueles que ele escreveu entre os anos de 1884 e 1889.
Autor(es): José Carlos Henrique Bezerra Cândido dos Reis
Título: História e filosofia entrelaçadas pela genealogia: Nietzsche e Foucault
Orientador: DOMINGOS SÁVIO DA CUNHA GARCIA
Resumo: O presente trabalho procura desenvolver uma análise nas teorias de abordagem
do conhecimento histórico e filosófico. As metodologias ao se abordar o passado,
sobretudo o passado escrito e falado, variam ao longo do tempo. Aqui neste trabalho será
apontada uma forma analítica de se operar o conhecimento histórico. Esta forma
metodológica iniciada por Nietzsche e manuseada por diversos historiadores do século XX,
tal como Foucault, nos possibilita analisar o passado se valendo de ferramentas além das
proporcionadas pela História e as ciências em geral. O referencial é a abordagem
genealógica de trabalho praticada por Nietzsche e Foucault.
Autor(es): Julio Cesar da Costa Silva
Título: Verdadeiro método de estudar: ressonâncias iluministas no pensamento português
Orientador: Patricia Maria da Silva Merlo
Resumo: Entre os finais dos séculos XVII e XVIII, a Europa se viu marcada por um processo
de intensa racionalização do homem, suas relações com a natureza, com os aspectos
metafísicos, bem como no campo das relações humanas e no ensino como um todo. Este
processo não atingiu toda a Europa da mesma maneira, trazendo assim reflexões
diferentes em regiões com características culturais distintas. Este trabalho se propõe a
analisar as propostas de reforma educacional apresentada pelo padre oratoriano Luís
Antônio Verney e, a partir disso, buscar compreender de que forma o mundo português se
insere na perspectiva iluminista, considerando a obra em questão basilar à esta discussão.
Busca-se, portanto, apresentar reflexões sobre a obra de Verney, especialmente, o
primeiro tomo, discutindo sua conexão com a temática iluminista em âmbito
internacional, assim como sua repercussão em Portugal dos Setecentos.
SESSÃO 50 - CURRÍCULO, INSTITUIÇÕES E CULTURA ESCOLAR
Coordenação: Ana Maria Garcia Moura e Kleber Luiz Gavião Machado de Souza
Autor(es): Welker Mello
Título: Disciplinarização no contexto escolar
Orientador: Rachel Tegon de Pinho
Resumo: A presente comunicação pretende apresentar uma reflexão sobre o modo pelo
qual o ensino público está sendo realizado na atualidade, tomando como chave explicativa
164
para empreender esta análise o conceito de disciplina de Michel Foucault. Como bolsista
do PIBID de História- UNEMAT, pretendo discorrer sobre o papel da escola, muito mais
voltado para a vigilância e punição dos alunos conforme o Estado estabelece, do que
realmente ensinar o que precisa se aprender em uma escola pública, como por exemplo,
os princípios básicos de cidadania que estão sendo esquecidos pela maioria dos
estudantes. A partir do meu lócus de trabalho e de observação, que é a Escola Estadual
“Professora Ana Maria das Graças de Souza Noronha”, localizada num bairro de periferia
da cidade de Cáceres- MT penso que o ensino básico vem sofrendo uma constante crise
institucional da qual não consegue enxergar uma solução para combater sua decadência
devido à forma que a mesma vem sendo executada. Considero ainda que a escola tem
servido mais como uma instituição disciplinadora e controladora do que como um lugar
que preza pelo desenvolvimento e aprendizado de seus alunos. Por fim, pretendo
apresentar alguns dos paradoxos do Estado em relação a educação pública, que tem como
resultado um ensino de baixa qualidade e professores desmotivados que se sentem
amordaçados ao trabalhar num sistema de ensino que é falho, decadente e ultrapassado.
Autor(es): Julio Morguetti Neto, César Augusto Pereira Coelho
Título: Análises sobre cultura escolar: perspectivas de práticas escolares a partir do diálogo
com discentes
Orientador: Arnaldo Pinto Junior
Resumo: As instituições escolares vêm sendo analisadas profundamente ao longo dos
últimos anos em diversos campos do conhecimento. A partir da década de 1970, eleva-se
o debate em torno da cultura e suas práticas como fatores constitutivos das interações
sociais. Dentro dessas discussões, a escola, os conhecimentos e práticas escolares foram
ganhando maciça atenção e sendo englobados na questão cultural, assim, delimitando o
desenvolvimento de um conceito e dinâmicas próprias que poderíamos alcunhar como
cultura escolar. O intuito deste trabalho é contribuir para a discussão sobre esse conceito
de cultura escolar e suas relações com os conhecimentos e experiências escolares, além
das próprias dinâmicas sociais que atuam concomitantemente entre os agentes escolares,
principalmente os alunos e o meio que os cerca. Propomos fazer uma análise sobre este
tema baseados nas ações e discussões que tivemos sobre práticas e experiências escolares
proporcionadas pelo PIBID durante as atividades desenvolvidas na Escola Estadual de
Ensino Médio Irmã Maria Horta, localizada na cidade de Vitória (ES). Focalizamos neste
trabalho algumas entrevistas realizadas com os alunos da primeira série do ensino médio
na referida escola. Nessas entrevistas, procuramos levar aos alunos questões sobre
diversos pontos que giravam em torno das suas experiências com a escola, o currículo, o
papel da formação escolar, o papel da escola pública, os materiais didáticos, dentre outros
temas. Desse modo, colhemos as respostas dos alunos com o intuito analisar qual a
percepção que eles mesmos têm sobre esses questionamentos, que englobam a cultura
escolar e as relações da mesma com o ambiente que os cerca e os reflexos dentro e fora
do ambiente escolar.
Autor(es): Simone Souza Barbosa
Título: O PIBID História: estreitando relações entre futuros docentes e o ambiente escolar
e possibilitando reflexões sobre o ensino de História na educação pública
165
Orientador: Rachel Tegon de Pinho
Resumo: O presente trabalho é resultado da minha experiência como bolsista do PIBID de
História, que está sendo realizado na Escola Estadual Prof.ª Ana Maria, Cáceres /MT, onde
através de um diagnóstico realizado foram detectados vários problemas na estrutura física
do prédio, porém a preocupação maior foi referente ao ensino de história, pois o projeto
nos levou a refletir sobre a responsabilidade de pensar o ensinar a história conforme o
lugar social no qual a comunidade está inserida e conforme suas dificuldades, por isso a
importância de ter conhecido o espaço escolar que muitas das vezes não temos está
oportunidade no estágio, e que também é uma preocupação do Programa Institucional de
Bolsa de Iniciação a Docência na área do ensino. Durante os meses de agosto e setembro,
estivemos na escola onde, foi feito um diagnóstico da unidade escolar, a partir de um
formulário desenvolvido por professores da área de ensino de História, ainda foi analisado
o Projeto Político Pedagógico e projetos que a escola desenvolveu, também registramos
através de fotos imagens da instituição. No período em que permanecemos na escola
tivemos a oportunidade de estreitar a nossa relação com a escola, desta forma
aprofundou os nossos estudos, ampliou o leque de conhecimento e de oportunidades, se
tornando um incentivo para os que pretende exercer a docência. Deste modo, refletimos
sobre as práticas do ensino de história na escola na busca de um ensino que estimulem
práticas criativa e importante na produção de conhecimento no ensino de história a partir
de novas reflexões.
Autor(es): Suellen de Souza Lemonje
Título: Iniciação à docência em História e experiências de pesquisa: aspectos da
investigação do cotidiano da Escola Básica Municipal “Batista Pereira” – Florianópolis-SC
Orientador: Mônica Martins da Silva
Resumo: Este trabalho discute alguns aspectos referentes à experiência de Iniciação a
Docência em História por meio do PIBID da Universidade Federal de Santa Catarina,
apresentando parte do trabalho de investigação sobre o cotidiano da Escola Básica
Municipal “Batista Pereira”, localizada na comunidade do Ribeirão da Ilha, na cidade de
Florianópolis, Santa Catarina. Essa atividade fez parte das ações do primeiro semestre do
projeto “Formação de Professores e Educação Patrimonial - Experiências na Educação
Escolar no Sul da Ilha de Santa Catarina” que tem como objetivo central proporcionar aos
estudantes das licenciaturas em História e Geografia experiências de iniciação à docência
em escolas de educação básica de Florianópolis a partir de múltiplas atividades de ensino e
pesquisa. Inicialmente, os bolsistas da EBM “Batista Pereira” realizaram atividades de
reconhecimento dos espaços, projetos e sujeitos da escola, por meio de estratégias
variadas de observação, leitura e discussão coletiva de documentos, registro em diários de
campo, entre outros, que possibilitaram um contato prévio com o cotidiano da escola.
Posteriormente, divididos em duplas interdisciplinares, os bolsistas realizaram atividades
de investigação sobre alguns temas previamente indicados, entre eles “Os alunos e alunas
no cotidiano da Escola” que foi desenvolvido por meio da análise de um documento
denominado “Diagnóstico Sócio Cultural” que possui diversos dados acerca da vida social,
econômica e cultural dos alunos. Por meio de estratégias de pesquisa diversas como: a
análise do período e das condições de produção dessa fonte, a sua materialidade, a
construção de categorias de análise e a definição de recortes temáticos para a
166
investigação mais detalhada, foi possível traçar um perfil desses alunos, nos permitindo
pensá-los como sujeitos históricos inseridos em situações sociais e culturais complexas.
Autor(es): Vitória de Abreu
Título: Olhar do Historiador no Cotidiano Escolar
Orientador: Dominique Vieira Coelho Dos Santos
Resumo: O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) pretende a
formação do profissional na área docente no desenvolvimento de atividades didático-
pedagógicas, encurtando distâncias entre uma Educação Superior e Escolas de educação
básica da rede pública de ensino. Tendo em seus objetivos a formação de qualidade dos
profissionais. A atitude de envolver-se com o cotidiano possibilita apontar problemas,
deficiências e deparar-se com novas formas de trabalhar com a educação. O futuro
professor também terá a oportunidade de unir a teoria com a prática, adequando-se as
rotinas de uma sala de aula, além de que, mais do que a técnica, poderá entrar em contato
com diversas realidades, na função de observar e analisar o contexto vivido pelos
discentes. Por meio deste programa, é possível se deparar com diferenças, identificar e
compor métodos de como trabalhar com as individualidades que formam as culturas
apresentadas diariamente. A escola sendo um lugar onde se repercutem os fatos do
cotidiano, as rápidas transformações, o avanço tecnológico e premissa de qualidade como
critério de diferenciação, representa um centro comum de investigação a ser historicizado
na contemporaneidade. No seguinte estudo, coletaram-se e analisaram-se dados sobre o
campo de pesquisa, a organização da estrutura e características físicas, aspectos
históricos, aspectos didáticos e pedagógicos, projetos e regras escolares vigentes no
Colégio Municipal Machado de Assis. O material adquirido reúne as características
cultivadas pela instituição no seu cotidiano, onde se apresenta o rigor do uniforme
obrigatório, a presença de câmeras de segurança, o controle de saída e entrada nas salas,
o professor como sujeito atuante e punitivo, as agendas escolares e os métodos avaliativos
de comportamento.
Autor(es): Carivaldo Correia Nascimento Júnior, Gilcimara Bispo Souza de Almeida
Título: O currículo de História no Instituto de Educação Gastão Guimarães
Orientador: Valter Guimarães Soares
Resumo: O presente artigo discute os resultados parciais de uma pesquisa realizada com
os estudantes do Instituto de Educação Gastão Guimarães, em Feira de Santana – BA,
colégio vinculado com o Programa Institucional de Bolsista de Iniciação a Docência -
História (PIBID). A pesquisa tem como objetivo relacionar o currículo praticado nas salas
de aula com as expectativas dos jovens do ensino médio da já referida escola. A pesquisa
teve inicio em agosto 2012 com observações do espaço escolar como um todo. A partir de
grupos focais, grupos de discussão, diários de campo, entrevistas com professores e alunos
podemos apresentar uma série de queixas dos sujeitos envolvidos nesse processo
educacional e sinalizamos para uma nova formatação curricular no ensino médio.
Autor(es): Artur Nogueira Santos e Costa
Título: Ensino de História e currículo: desafios para o historiador
Orientador: Regina Ilka Vieira Vasconcelos
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Resumo: Esta proposta de trabalho apresenta resultados parciais da pesquisa de iniciação
científica intitulada “Ensino de História e Currículo: experiências com o conhecimento
histórico em escolas públicas do ensino fundamental. Uberlândia. (2000-2010)”,
desenvolvido na Universidade Federal de Uberlândia, com financiamento do CNPq. Esta
pesquisa dedica-se a analisar a organização do currículo de História em escolas públicas de
Ensino Fundamental (anos finais) de Uberlândia – MG, ao longo do período 2000-2010.
Fundamenta-se na necessidade de considerar o currículo como um problema sempre em
aberto e também como um movimento histórico, na medida em que é uma construção de
muitos sujeitos para além dos especialistas, e toma como tarefa sinalizar a organização
curricular para além do conteúdo, num processo a envolver todos os sujeitos em uma
dimensão mais ampla da escola, enquanto desafio necessário e não um diagnóstico do
fracasso escolar.
Autor(es): Aline Almeida de Jesus, Hebert Santos Da Silva
Título: PIBID, currículo e formação docente
Orientador: Arnaldo Pinto Junior
Resumo: Este artigo consiste em uma análise das conexões entre o conhecimento escolar,
currículo e formação docente, a partir de experiências vivenciadas no Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), da área de Licenciatura em História
da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Desenvolvidas a partir de meados de
2012, na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Irmã Maria Horta, no município
de Vitória (ES), junto às turmas de primeiros anos do ensino médio do turno vespertino, as
atividades do programa possibilitaram diversas reflexões aos PIBIDianos. Destacamos
neste artigo a análise do currículo adotado pela Secretaria de Educação do Estado do
Espírito Santo (SEDU) e como este é visto pelos discentes entrevistados. A abordagem
partiu das análises perpetradas sobre as entrevistas com os alunos e, neste sentido, ainda
nos respaldaremos nos interesses discentes apresentados, além de problematizar o ensino
da disciplina de História por meio do Currículo Estadual de 2009.
SESSÃO 51 - TEORIA DA HISTÓRIA E ENSINO DE HISTÓRIA
Coordenação: Itamar Freitas
Autor(es): Caio Rodrigo Carvalho Lima
Título: Para se complexificar um conceito a partir de trabalhos de “educação histórica”
(2005 – 2010): “formação” ou “desenvolvimento” da consciência histórica?
Orientador: Margarida Maria Dias De Oliveira
Resumo: Para que serve a História? Ou melhor, para que serve a História ocupando um
espaço na academia? Ou seja, sendo reconhecida enquanto ciência perante a sociedade?
A partir deste simples pensamento chegamos à conclusão igualmente simplória de que a
ciência da história deve ter “alguma função” em nossa sociedade. Dessa forma, seguindo o
pensamento do historiador alemão Jörn Rüsen, o qual em sua trilogia publicada no
começo dos anos 2000 no Brasil sobre Teoria da História traz o conceito de "consciência
histórica" (RÜSEN, 2001), buscamos compreender de que maneira tal modo de pensar a
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história e a ciência da histórica (partindo da teoria da história) está presente nos trabalhos
de Educação Histórica. A escolha não é arbitrária: desde 2005, pelo menos, o núcleo de
estudos nessa área localizado na Universidade Federal do Paraná vem desenvolvendo um
número considerável de pesquisas que trazem a teoria deste autor alemão como base
para as suas reflexões. Não obstante, o referido autor tem ganhado um espaço cada vez
mais significativo na área do ensino de história no Brasil, tendo o seu pensamento
fundamentado pesquisas de norte a sul do país. Logo, ao analisarmos o conceito de
"consciência histórica", tão caro à teoria de Rüsen, em trabalhos de uma área que,
igualmente, vem ganhando força mundialmente (tendo surgido na Inglaterra no final da
década de 1970, a Educação Histórica possui representantes em vários países da Europa e,
no Brasil, o maior núcleo encontra-se na UFPR), objetivamos compreender de que maneira
tem se pensado a função da história ciência na sociedade, a partir do ensino de história.
Articulamos teoria e empiria, na análise de quatro pesquisas publicadas pelo dito núcleo
da UFPR que partem de 2005 a 2010 na empreitada de resposta à (incômoda) pergunta: o
conceito de consciência histórica é algo "formado" pelo ensino de história, como se fosse
uma construção a partir do vazio, do inexistente? Ou seria algo "desenvolvido" pela ação
do docente em História, em um processo dialético em busca da complexificação do
pensamento histórico de seu discente?
Autor(es): Cristiane Gonçalves da Silva, Débora da Silva Bastos
Título: Construção de conceitos históricos na história escolar: obstáculos e possibilidades
Orientador: Valter Guimarães Soares
Resumo: Este trabalho é resultado de observações no Colégio Estadual José Ferreira Pinto,
bem como, conversas com alguns alunos e professores e análise do conteúdo do LD,
através do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID, e tem por
objetivo refletir acerca das dificuldades de se trabalhar com conceitos históricos no
ambiente escolar em turmas do sexto ano do ensino fundamental. Pois, partimos do
pressuposto de que tais noções básicas referentes ao conhecimento histórico são de
fundamental importância para a aprendizagem, bem como para a mediação estabelecida
entre os alunos e o mundo que habitam.
Autor(es): Lidiane Araújo dos Santos
Título: Historiografia, ensino e suas relações com as práticas do PIBID
Orientador: Jailma Maria De Lima
Resumo: Este trabalho objetiva analisar a relação da historiografia com o ensino de
História e o papel de programas e ações governamentais, a exemplo do PIBID, para a
melhoria do ensino de História na rede pública de ensino. Para a elaboração da
comunicação, foram realizadas leituras de textos teóricos e metodológicos sobre
historiografia e educação, a partir das minhas próprias experiências e inquietações
enquanto licenciada, ex-aluna da escola pública e recém-bolsista do PIBID de História. O
ensino de História na rede pública é muitas vezes pautado pela “decoreba”, sem muitas
reflexões teórico-metodológicas por parte dos professores. O PIBID vem com uma
perspectiva diferente, levando novas metodologias para as salas de aula da rede pública
de ensino a fim de trazer melhorias para o ensino nos níveis Fundamental e Médio, como
também melhorar a formação do licenciando, futuro professor. No caso do ensino de
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História, esperamos que as novas perspectivas possibilitem que os licenciandos entrem
efetivamente em contato com a realidade da rede pública de ensino e contribuam de
forma expressiva para a melhoria da educação brasileira, em especial, do ensino de
História.
Autor(es): Filipe Viana da Silva, Mirian Kelly Silva Oliveira, Juliana Souza de Oliveira
Título: O ensino de História e a relação dos heróis fictícios com os heróis da historiografia
positivista em sala de aula
Orientador: Jailma Maria De Lima
Resumo: Este trabalho busca analisar e problematizar a historiografia tradicional a partir
da construção e do paralelo que se faz entre os heróis da ficção e os heróis nacionais. Para
tanto, buscaremos, neste artigo, perceber até que ponto os heróis dos gibis se tornam
passíveis de comparações com os grandes interlocutores da história positivista, sobretudo,
no intuito de refletirmos e desconstruirmos o que seria uma história construída por
salvadores. Discutiremos como esses heróis podem ser trabalhados e inseridos na sala de
aula, trazendo a história tradicional de uma forma mais prazerosa e simples de entender
bem como a levando para o cotidiano dos alunos através de meios modernos e
informativos. Dessa forma, iremos nos fundamentar em vários Autor(es) e autoridades no
ensino e na pesquisa, entre eles: Circe Bittencourt, Durval Muniz, Maria Aparecida
Schmidt, Marlene Cainelli, Maria Godoy, Margarida Dias e Selva Guimarães, todos servindo
como base arquitetônica do nosso trabalho. Não esquecemos, claro, dos grandes
interlocutores dos Annales, como Lucien Febvre, Michel Foucault e George Duby, os quais,
de extrema importância, serviram como norteadores de nossas análises históricas, de
nossos discursos e de nossas subjetividades.
Autor(es): Michele De Oliveira Casali, Taís Giacomini Tomazi
Título: Os desafios da interdisciplinaridade: aliando teoria e prática
Orientador: André Luís Ramos Soares
Resumo: Falar de interdisciplinaridade tem sido sinônimo de modernização na educação,
mas ao analisarmos mais profundamente esse tema, percebemos que apesar de estar
presente nos discursos de diversos educadores e instituições de ensino ainda parece ser
invisível para muitos professores e inacessível para o meio escolar. Dessa forma, a
construção deste trabalho tem a pretensão de fazer uma breve reflexão acerca dos
conceitos, discussões, dúvidas e dificuldades existentes a respeito da prática e teoria
interdisciplinar e, assim poder discutir nossa atuação docente a fim de contribuir para a
sua efetivação no grupo PIBID/UFSM-2011.
Autor(es): Franciele Amaral Rodrigues dos Santos
Título: Formação da consciência histórica de jovens: fatores e influência para orientação
temporal
Orientador: Jose Josberto Montenegro Sousa
Resumo: Esse trabalho tem por objetivo abordar situações e procedimentos constitutivos
de formas de aprender e ensinar história no ensino básico. A pesquisa parte de referencial
teórico fundamentado na perspectiva da educação histórica e se propõe a refletir acerca
de maneiras como jovens e crianças aprendem história em situações cotidianas, dentro e
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fora da sala de aula. Para tanto, buscou-se conhecer como e a que fatores os estudantes
indicam/associam as razões para a assimilação de determinadas concepções apreendidas
sobre o passado. O intuito da investigação é perceber, no processo de aprendizagem
histórica, o que se torna viável à assimilação de conteúdos a fim de compreender os
recursos que influenciam na orientação temporal dos jovens. O trabalho tem sido feito
com alunos do ensino básico de escolas públicas, no sentido de identificar os recursos
acessados quando realizam pesquisas escolares demandadas em aulas de história. Neste
sentido, propormos refletir sobre a formação de consciência histórica por meio de
aspectos atribuídos pelos jovens como decisivos tanto no âmbito escolar, quanto os que
ocorrem fora da escola.
Autor(es): Amanda da Cunha Conrado
Título: Exercendo os ofícios da profissão: uma breve análise dos livros didáticos de história
e a busca por valores contemporâneos
Orientador: Margarida Maria Dias De Oliveira
Resumo: Ao longo do tempo a sociedade humana tem sofrido transformações de cunho
social, moral, ético e político. A Escola torna-se este primeiro âmbito de troca e mudanças
do ser humano, é nela que valores são aprendidos e solidificados para o resto de nossas
vidas. Cabe aos docentes o seguinte questionamento: Como em sala de aula, fazer cumprir
uma das missões da educação escolar, instruir, através de conhecimento Histórico? Nossa
comunicação pretende analisar, de maneira inicial, como os valores contemporâneos são
representados nas páginas de Livros didáticos brasileiros, a fim de entender de que
maneira(s), e através de que elementos, estes valores são produzidos em sala de aula, qual
o papel do professor nesta construção do homem, como ser cidadão; propondo um
debate, que entende-se saudável, entre a cultura escolar e a vida prática do aluno, aquilo
que este traz consigo ao adentrar o âmbito escolar.
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