Caixa Mágica

Preview:

DESCRIPTION

Matéria publicada no caderno A Tardinha do jornal A Tarde sobre nosso trabalho com as Caixas Mágicas. Um trabalho de educação através do olhar pra quem quer ver e pensar fora da caixa.

Citation preview

SALVADOR, SÁBADO,19 DE SETEMBRO DE 2015 4e5

E

CAIX

AM

ÁGIC

AN

oRe

cônc

avo

baia

no,o

prof

esso

rRo

drig

oW

ande

rley

ensi

naa

cons

trui

rm

áqui

nas

foto

gráf

icas

Fotos: Rodrigo Wanderley/ Divulgação

Foto em Santo Antônio de Jesus. Acima, alunos daoficina testam a caixa mágica em Salvador

BRUNA CASTELO BRANCO

scolha uma paisagem bonita, um ângulo legal e clique!Na tela da câmera digital aparece uma imagemigualzinha àquela que foi fotografada. Parece fácil, mas,

para chegar a essa foto que você enxerga, vários mecanismosacontecem dentro da câmera. Em 1826, quando a primeirafotografia do mundo foi tirada pelo francês Joseph Niépce(1765-1833), o processo era parecido com o atual, só que feitode maneira mais artesanal. Você sabia que as máquinasfotográficas são imitações do nosso olho?

O que importaé observarÉ com base nos conhecimentos dacâmara escura que Rodrigo constróias câmeras que chama de caixamágica. “A diferença é que a caixamágica não grava e salva asimagens, você apenas contempla acena que escolheu”, explicou. Foi em2012 que ele aprendeu essa técnicae, depois disso, não parou mais.“A gente hoje tem celular, máquinafotográfica, encontra tudo já pronto,produzido. Às vezes, eu paro parapensar: o que eu sei fazer mesmo?”,contou. E é o entendimento decomo as coisas funcionam quenorteia a filosofia da caixa mágica:“Registrar não é o mais importante;a questão é observar. Não somosapenas apertadores de botão. Oproblema é que a indústria, que nosoferece tudo pronto, acaba nosfazendo pensar dentro da caixa, e amágica é pensar fora dela”.Dandara Ramos, 9, da cidade deSanto Antônio de Jesus, foi uma dasalunas de Rodrigo. Durante aoficina, cada um podia decorar acaixa do jeito que quisesse. A deDandara, por exemplo, é rosa combolinhas pretas. “Eu aprendi quefazer aquela câmera é uma arte e écomo o nosso olho, como a gentevê”, lembrou. Depois da aula, elaguardou a invenção no lugar maisespecial de todos: na estante, comos livros preferidos. “Eu acho que elaestá filmando os momentosimportantes da minha vida”, contou.Gabriel Brito, 10, que fez a oficinajunto com Dandara, tirou fotos deprédios e árvores. O que ele maisgostou ao construir a própria câmaraescura foi descobrir que as fotossaem todas de cabeça para baixo. Acâmera dele, assim como a dacolega, foi personalizada, com umadecoração toda preta e laranja.

[ A luz dacâmara escura ]Para o fotógrafo e professorRodrigo Wanderley, sabercomo a câmera capta aimagem muda o nosso jeitode fotografar. Ele, que dáaulas nas cidades doRecôncavo baiano, ensina osalunos como construir aprópria câmera, parecida comas do século 19. O princípiode toda máquina fotográfica éa câmara escura, que podeser feita em casa.

Escrita da luzVocê sabe o que a palavra fotografia

significa? Desenhar com luz e contraste.Foto = luz, grafia = escrita

Quando fotografamos, estamosconstruindo uma imagem exposta à luz.

Por isso que, quando estamos em umlugar muito escuro, a foto sai toda

preta. Falta a luz para escrevere desenhar.

Em sentido horário: caixasfeitas na oficina de Salvador;

a turma de uma oficinarealizada no Equador;

imagens em Santo Antôniode Jesus; e Dandara Ramos,

aprendendo a fotografar

[ vá lá ]Introdução à FotografiaInscrições abertasDe 5 a 12/10, das 19h às 21h30Rua Jerônimo Almeida, 17,Centro, Santo Antônio de JesusR$ 250 (são 15 vagas)Mais:rodrigowanderley.com/cursos

Recommended