Campinas, 22 a 28 de setembro de 2008 Parceria …...investe no Brasil e, portanto, nada mais...

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11JORNAL DA UNICAMPCampinas, 22 a 28 de setembro de 2008

VANESSA SENSATO

Especial para o JU

nicamp e a Shell Bra-sil anunciaram no últi-mo dia 23 um convê-nio para o desenvolvi-mento de um projetode pesquisa e desen-

volvimento em biocombustíveis de se-gunda geração a partir da cana-de-açú-car e seus resíduos. O anúncio foi feitopelo coordenador-geral da Unicamp,professor Fernando Costa, e por GraemeSweeney, vice-presidente executivo decombustíveis futuros e CO2 da Shell.

O projeto será executado na Facul-dade de Engenharia Química da Uni-camp (FEQ) com a coordenação dasprofessoras Maria Aparecida Silva eTelma Teixeira Franco. “Com o desen-volvimento de novas tecnologias é pos-sível aumentar a produção de etanolsem aumentar a área plantada, aprovei-tando o bagaço gerado na produção deetanol pelo processo convencional, tor-nando o processo ainda mais sustentá-vel”, afirma Maria Aparecida. Com re-cursos deste convênio será construídoo Laboratório de Biocombustíveis A-

U

Parceria com a Shell gera projeto depesquisa na área de biocombustíveis

vançados, numa área de 1,5 mil m², naUnicamp. O prédio terá três andares.

A parceria foi negociada com oapoio da Agência de Inovação InovaUnicamp e faz parte de um projeto glo-bal da Shell que compreende mais cin-co acordos da empresa com Institutosde Pesquisa – o Instituto de Tecnologiade Massachusetts (MIT), em Massa-chusetts (EUA); o Instituto de Mi-crobiologia da Academia Chinesa de

“As pesquisas nessa área são de im-portância capital para o setor de biocom-bustíveis e a Unicamp orgulha-se emparticipar de um projeto que envolvealguns dos melhores centros de pesqui-sa do mundo”, disse Roberto Lotufo,diretor-executivo da Inova Unicamp.Segundo ele, parcerias desse tipo refor-çam a interação da Unicamp com a so-ciedade, criando oportunidades para quea Universidade se destaque cada vez

mais na liderança da pesquisa e inova-ção em bioenergia, gerando benefícioseconômicos e sociais para o país.

Para a Shell Brasil o convênio é moti-vo de satisfação. “Há 95 anos a empresainveste no Brasil e, portanto, nada maisnatural do que apoiar uma universidadefortemente empenhada em desenvolvernovas tecnologias em busca de fontesenergéticas mais sustentáveis”, afirmaVasco Dias, presidente da Shell no Brasil.

MANUEL ALVES FILHO

manuel@reitoria.unicamp.br

Unicamp está elaborando,por meio do Instituto de

Economia (IE) e da Co-ordenadoria de Centros

e Núcleos Interdisci-plinares de Pesquisa

(Cocen), convênio com o Instituto Na-cional de Metrologia, Normalização eQualidade Industrial (Inmetro) para aidentificação e desenvolvimento demetodologias voltadas à mensuraçãodos impactos econômico, social eambiental proporcionados pela infra-estrutura e qualidade no Brasil. A áreaé responsável pela padronização, nor-malização e acreditação de produtos,processos e serviços. O objetivo dacooperação é traduzir em númerosquanto o país está perdendo por even-tuais falhas nessa área ou quanto podevir a ganhar caso a torne mais eficien-te, tendo em vista as exigências técni-cas impostas pelo mercado, sobretudoo internacional, aos produtos brasilei-ros. “Até onde estamos informados,trata-se de uma iniciativa inédita noâmbito da América Latina e Caribe”,afirma o coordenador da Cocen e do-cente do IE, Jorge Tapia.

A intenção das partes, adianta ocoordenador da Cocen, é que os estu-dos estejam em andamento no iníciode 2009. Ele destaca que o convêniotem dois aspectos relevantes. Do pon-to de vista mais geral, ele proporcio-nará o fornecimento de dados concre-tos sobre os impactos provocados pe-las possíveis falhas na área de infra-estrutura de qualidade no Brasil. Atéaqui, os números são obtidos por apro-ximação. Além disso, ao dimensionaras eventuais perdas, o trabalho tambémajudará a orientar medidas corretivas,o que deverá conferir maior compe-titividade ao país. O segundo ponto

importante, acrescenta Tapia, é a cons-trução de novos conhecimentos, com aconseqüente formação de pessoal qua-lificado para trabalhar nesse segmento.

O docente do IE lembra que a infra-

termos, é o setor que impõe normastécnicas a produtos como combustí-veis, alimentos, medicamento etc. Poressas características, ela também assu-me uma dimensão fundamental em ter-mos de concorrência internacional, vis-to que as barreiras técnicas muitas ve-zes cumprem papel decisivo no quesi-to competitividade”, analisa.

Um exemplo da importância des-sas discussões vem do fórum realiza-do em 26 e 27 de agosto, em Santiago,capital do Chile, do qual Tapia partici-pou. O evento, organizado pela Comis-são Econômica para a América Latinae o Caribe (Cepal) e PhysikalischTechnischen Bundesanstalt (PTB), oequivalente ao Inmetro na Alemanha,debateu a importância da atuação dosorganismos reguladores regionais. Naocasião, o representante da Comunida-de Européia no encontro estimou queo bloco tem poupado algo como 10bilhões de euros por ano somente como monitoramento dos impactos econô-micos decorrentes das atividades liga-das à infra-estrutura de qualidade.

A despeito de o convênio ainda es-tar em gestação, Tapia acredita que oprincipal trabalho a ser desenvolvidopelos pesquisadores da Unicamp é aidentificação das metodologias já exis-tentes e a sua adaptação à realidadebrasileira. “Nossa intenção é conceberum instrumento que seja o mais efici-ente possível. Ser o mais eficiente pos-sível significa conseguir os melhoresresultados a partir da resolução dosproblemas técnicos existentes em di-ferentes áreas”, esclarece. O objetivofinal do trabalho, assinala o docente doIE, é criar condições para que a infra-estrutura de qualidade seja incorpora-da às estratégias de desenvolvimentodo país. “A partir disso, também quere-mos estabelecer uma rede no âmbito daAmérica Latina e Caribe para a trocade experiências nessa área”, finaliza.

A

Convênio prevê mensuração de impactosda infra-estrutura e da qualidade no país

Recursos deconvêniopermitirão

construção deprédio na FEQ,

onde serãodesenvolvidos

os estudos

Ciências (IMCAS), em Pequim, e oInstituto Qingdao de Tecnologia emBionenergia e Bioprocessos da Acade-mia Chinesa de Ciências (QIBEBT),em Qingdao (China); o Centro de Ex-celência para Biocatálise, Biotrans-formações e Manufatura Biocatalítica(CoEBio3), baseado na Universidadede Manchester (Reino Unido); e a Es-cola de Biociências da Universidade deExeter (Reino Unido).

O coordenador-geral da Unicamp,professor Fernando Costa (à esq.), e

Graeme Sweeney, vice-presidenteexecutivo de combustíveis

futuros Shell: desenvolvimentode novas tecnologias

estrutura de qualidade tem sido enca-rada pelos Estados Unidos e membrosda União Européia como uma área deimportância estratégica, notadamenteno que se refere à formulação de polí-

ticas de comércio exterior e desenvol-vimento. “A infra-estrutura de quali-dade tem a ver com aspectos relacio-nados à metrologia, normalização, pa-dronização e acreditação. Em outros

Jorge Tapia, coordenador daCocen e professor do IE:

“Trata-se de uma iniciativainédita no âmbito da

América Latina e Caribe”

Foto: Antoninho Perri

Foto: Antonio Scarpinetti