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8/17/2019 Capítulo 2 - Princípios e Dimensões Da Sustentabilidade
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2.1 Contextualizando
No capítulo anterior, tivemos a dimensão do quanto às ações humanas são
impactantes ao bom funcionamento do planeta Terra. Vimos também que essa
situação é passível de ser minimizada, desde que cada um se comprometa em
fazer sua parte para a promoção da justiça ecológica. Portanto, é imprescindível
confirmar que esse processo diário de mudança de hábitos degradantes faz
parte da reeducação do ser humano para uma cidadania planetária.
Neste capítulo, daremos continuidade à discussão da disciplina
Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental, apresentando os princípios e
dimensões da sustentabilidade: econômica, social, ecológica, cultural e espacial.
Com esse conteúdo, será possível verificar que falar de sustentabilidade implica
em trazer o contexto multidisciplinar necessário para uma apreensão coerente da
mesma, por meio dos cinco pilares aqui apresentados. Desse modo, sistematizar
ações pautadas nos princípios e dimensões apresentados no presente capítulo será
mais uma ferramenta para garantir o difundido desenvolvimento sustentável.
É importante que, ao final desse capítulo, você esteja apto a:
• Descrever os princípios norteadores da sustentabilidade ambiental;
• Identificar a importância de cada princípio norteador da sustentabilida-
de ambiental, bem como sua inter-relação.
• Descrever a dimensão dos princípios norteadores da sustentabilidade;
• Verificar a aplicabilidade de tais princípios no exercício profissional, ado-
tando medidas mitigadoras e de compensação ambiental.
PRINCÍPIOS E DIMENSÕES DASUSTENTABILIDADE: ECONÔMICA, SOCIAL,
ECOLÓGICA, CULTURAL E ESPACIAL
CAPÍTULO 2
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Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental
Capítulo 2
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Esperamos que você aproveite ao máximo os conteúdos discutidos neste
capítulo e tenha um bom estudo!
2.2 Conhecendo a teoria
2.2.1 A sustentabilidade econômica
Iniciamos nossa discussão trazendo à luz o princípio de maior conflito
conceitual quando se fala em sustentabilidade, pois pensá-la atendendo aos
interesses econômicos requer visualizá-la do ponto de vista da acumulação
de riquezas de forma justa e igualitária. Quando se fala em economia, logo
se remete a sua mola propulsora, o consumo, pois é ele quem a movimenta e
alimenta seu crescimento.
Ao tratar dessa temática no capítulo anterior, ficou perceptível como a
humanidade tem se comportado diante do consumo e como os apelos midiáticos
têm se mostrado verdadeiramente sedutores, ao ponto de transformar os
desejos em necessidades básicas à sobrevivência humana.
A esse respeito, Leff (2008, p.42-43) afirma que “a convulsão dos
fundamentos que sustentam hoje a ordem econômica dominante nos
coloca diante do desafio de transformar, a partir de suas bases, o paradigma
insustentável da economia.”
Em outras palavras, Leff (2008) critica a forma como o consumo tem
direcionado a economia, por meio da busca incessante pela acumulação
do capital privado.
Isso se deve ao fato de que, ao longo de sua evolução, a humanidade
passou a querer suprir mais do que sua necessidade de sobrevivência, pois,à medida que foram surgindo os avanços tecnológicos, outros objetivos
passaram a ser perseguidos. Temas como espiritualidade longevidade, prazer,
conforto, beleza e convivência são alvo das aspirações humanas.
Novamente vem à tona a dicotomia necessidade versus desejo. E é aí
que entra em pauta o modelo econômico vigente, ou seja, o capitalismo, cujo
crescimento está alicerçado nos pilares do consumo.
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Capítulo 2
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O Capitalismo é um modo de produção peloqual a economia se dá em unidades chamadas
empresas, que são de propriedade privada,embora algumas possam ter o governo comoproprietário (SINGER, 1998).
SAIBA QUE
Em linhas gerais, esta é a forma de organização das atividades produtivas
(econômicas) da sociedade baseada no princípio de que os indivíduos podem
exercer domínio sobre os recursos, com o intuito de transformá-los em bens e
serviços, agregando sempre um novo valor. Essa ação se perpetua por meio de
uma cadeia, cujo eixo norteador é o acúmulo privado de capital, justificado na
máxima do crescimento econômico.
Essa forma de quantificação de crescimento (centrado na produção)
gera uma necessidade que deve ser atendida por todos nós: achar um ponto
de equilíbrio para tal, de modo que todos possam usufruir dos benefícios
intrínsecos ao crescimento.
Boff (2004, p. 17) confronta esse condicionante quando afirma que “o
projeto de crescimento material ilimitado, mundialmente integrado, sacrifica
2/3 da humanidade, extenua recursos da Terra e compromete o futuro das
gerações vindouras.” Isto significa dizer que a prioridade está na apropriação
dos indivíduos sobre todas as coisas detentoras de valor, para um posterior
acúmulo de capital, seguindo os pressupostos do neoliberalismo.
Neoliberalismo: intervenção artificial do Estado no plano jurídico e
econômico, sendo este efeito apenas transitório, ou seja, o mercadoé quem orienta o rumo das decisões de governo (SINGER, 1998).
Infelizmente, o objeto da apropriação humana é o Planeta Terra, e
esta ocorre de forma desigual, ou seja, uns se tornam cada vez mais ricos em
detrimento de outros cada vez mais pobres (Quadro 1). Essa máxima ainda
ocorre em um sistema competitivo gerador de exclusão e individualismo.
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Capítulo 2
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CONSUMO DO TOTALOFERECIDO
20% DA POPULAÇÃOMAIS RICA
20% DA POPULAÇÃOMAIS POBRE
• Carne e peixe 45% menos de 5%
• Energia 58% menos de 4%
• Linhas telefônicas 74% 1,5%
• Papel 84% 1,1%
• Veículos 87% menos de 1%
Quadro 1 - Balança de consumo entre ricos e pobres (PNUD, 2003)
Os dados apresentados no quadro 1 elucidam o que estamos tentando
abordar ao afirmar que o modelo econômico atual aponta para o crescimento e
não para o desenvolvimento como premissa para o alcance da sustentabilidade.
Neste caso, reforçamos a conceituação que vem sendo trabalhada desde o
início deste livro texto de que sustentabilidade significa consumir hoje, sem
comprometer os recursos para o amanhã.
Neste sentido, é importante destacar que, para atingir a sustentabilidade
econômica, é imprescindível a igualdade na distribuição dos recursos. A esse
respeito é válido mencionar alguns preceitos da Agenda 21, fruto da Rio-92
(citada no capítulo anterior), que traz como principais pontos a erradicação da
pobreza, a proteção aos recursos naturais e mudança de modos de produção
e hábitos de consumo.
Adotar esses pontos significa rever a estrutura econômica vigente, ou
seja, uma sociedade onde todos os seus membros estivessem em situação de
igualdade. Para isso ocorrer, seria necessário o estímulo e a cooperação entre
os participantes da atividade econômica (SINGER, 2002).
Ao apresentar essa afirmativa, Singer evidencia o quanto é urgente paraa humanidade pensar em um sistema econômico alternativo ao capitalismo,
em função das desigualdades sociais que o mesmo gera, uma vez que o
acúmulo de riqueza é a sua principal meta.
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Capítulo 2
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Para ilustrar essa afirmativa, mencionamos oexemplo do Banco Comunitário da localidade de
Palmas, existente na periferia de Fortaleza – CE.Trata-se de um serviço financeiro, de naturezacomunitária, que tem por base os princípios da
Economia Solidária e que oferece à populaçãode baixa renda da citada localidade quatro
serviços: fundo de crédito solidário, moedasocial circulante local, feiras de produtoreslocais e capacitação em Economia Solidária. Esta
iniciativa é uma referência para a América Latina.Além disso, ganhou o Prêmio Finep de Inovação
na categoria tecnologia social no ano de 2008 etem contribuído para a melhoria da qualidade devida dos 30.000 cidadãos que ali residem.
SAIBA QUE
Apesar de iniciativas como a do Banco Palmas já se apresentarem como
uma realidade na busca por alternativas tecnológicas sociais, a humanidade
ainda não conseguiu implantar mecanismos dessa natureza de forma global.
Isso tem estimulado as pressões populares para um reposicionamento de
governos e empresas frente aos problemas ambientais.
Como reflexo disso, percebe-se um cuidado maior nas decisões tomadas,
tendo em vista o fato de esta poder ser avaliada e divulgada pelo prisma da
sustentabilidade, especialmente a partir dos mecanismos do Protocolo de Kyoto.
Conforme informação tratada no capítulo 1 deste livro-texto, você pôde
verificar que o protocolo de Kyoto foi gerado a partir da preocupação da
comunidade internacional como os rumos da intervenção humana no clima,especialmente com relação às emissões de gases poluentes. Neste sentido,
criou-se o mercado de créditos de carbono ou redução simplificada dos gases
que provocam o efeito estufa por meio da certificação. Para tal, a bolsa
do clima foi criada nos Estados Unidos, com a finalidade de intermediar as
negociações desse Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).
Fica evidente que essas ações são fruto da participação social ativa. Entretanto,
tais avanços poderiam ser bem maiores, caso o controle e a participação social dos
cidadãos ocorresse com maior expressividade nos países em desenvolvimento.
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Capítulo 2
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2.2.2 A sustentabilidade social
Retomando o capítulo anterior, trazemos a constatação de que vivemos
em uma sociedade marcada por estereótipos e desejos de consumo implantadospela indústria cultural. Surge, assim, uma homogeneização dos desejos e
atitudes nas relações sociais, marcada pelo estímulo ao individualismo seguido
da competição desmedida, onde nem sempre se pode ter o que se quer.
EXPLORANDO
Ilustrando esse caso, temos a revista Forbes,que publica anualmente a lista das pessoas
mais ricas do mundo. Se você acessar o sitehttp://www.forbes.com/lists/ e buscar porBillionares poderá encontrará esse ranking.
Esses aspectos de homogeneização são marcantes para instauração do
quadro de desigualdades sociais vigentes no planeta, oriundas da concentração
de renda gerada pelo propósito da acumulação de capital. Essa retórica faz com
que se criem verdadeiros bolsões de pobreza, onde reina a fome e a miséria
absoluta de um lado e, do outro, acúmulo de riqueza gerando ostentação e luxo.
Como falar em sustentabilidade diante dos
aspectos elencados acima, marcando a divisão doplaneta em dois mundos: um, em que os indivíduos
não podem sequer ser considerados cidadãos,uma vez que lhes é negado todas as condições
de sobrevivência; e outro tão individualista aoponto de possuir um par de sapato para cadapeça de roupa existente no roupeiro?
REFLEXÃO
Para clarear seu entendimento, pense no catador de lixo que tem seu
sustento a partir da colheita dos resíduos gerados por nós e depositados em
um lixão. De repente, esse indivíduo se depara com a construção de um aterro
sanitário (melhor forma de destinação final do lixo), que acabará com o lixão. Será
que esse cidadão apresenta condições de discernir sobre a importância da obra?
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Provavelmente, o caso não é apenas se é necessário que ele retire as
sobras de um lixão para sobreviver, obviamente o sistema não favoreceu ao
mesmo acesso à educação, garantindo-lhe empregabilidade. Ele significa ainda
afirmar que, para o mesmo, é melhor que o lixo continue sendo destinado deforma errônea, pois, se não mais ali existir, seu sustento ficará comprometido.
Novamente, fica evidente a complexidade do termo sustentabilidade,
bem como os encaminhamentos que ele suscita dada a sua característica
multidisciplinar. Para ilustrar essa proposição, vamos mencionar a abordagem
apresentada por Leff apud Leff (2008, p. 58), quando diz que:
Hoje o número de pobres é maior do que nunca antes na história
da humanidade, e a pobreza extrema avassala mais de um bilhãode habitantes do planeta. Este estado de pobreza ampliada egeneralizada não pode ser atribuído às taxas de fertilidade dospobres, às suas formas irracionais de reprodução e à sua resistênciaa integrar-se ao desenvolvimento. Hoje, a pobreza é resultadode uma cadeia causal e de um círculo vicioso de desenvolvimentoperverso-degradação ambiental-pobreza, induzido pelo caráterecodestrutivo e excludente do sistema econômico dominante.
Para uma melhor compreensão do discursoacima, bem como prosseguimento ao conteúdoaqui exposto, sugerimos que você visite abiblioteca do campus Salgado Filho e pesquise
no documento Síntese de indicadores sociais1998 do IBGE, dados sobre: educação, nívelde renda, taxa de desemprego de sua cidade.
Acrescentamos que será produtivo se vocêrealizar uma análise comparativa dos dados,considerando a realidade das regiões mais
abastadas com as menos favorecidas.
DESAFIO
As informações tratadas até o momento demonstram que pensar em
desenvolvimento sustentável implica considerar os aspectos que permitam a
formatação de uma sociedade justa e igualitária.
Com essa visão voltada para a racionalidade social no ano 2000, 189
países se comprometeram com a Declaração do Milênio (veja o quadro 2), fato
que demonstra a necessidade urgente de se alcançar a sustentabilidade social,
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ou seja, democratizar o acesso à informação e ao conhecimento como forma
de promover a qualidade de vida dos indivíduos. Além disso, é fundamental
a criação de mecanismos que possibilitem a participação e o controle social.
1 – erradicar a extrema pobrezae fome;
2 – atingir o ensino básicouniversal;
3 – promover a igualdade degênero e a autonomia dasmulheres;
4 – reduzir a mortalidade infantil;
5 – melhorar a saúde materna; 6 – combater o HIV/AIDS, amalária e outras doenças;
7 – garantir a sustentabilidade
ambiental;
8 – estabelecer parceria mundial
para o desenvolvimento.Quadro 2 - Metas da Declaração do Milênio (CAMARGO, 2010)
Isso somente será possível à medida que for incorporado um novo olhar para
o sistema produtivo, por meio de propostas que contemplem o desenvolvimento
social. Ele deve observar, em sua pauta, propostas que contemplem o
aproveitamento total dos recursos como forma de fazer frente aos impactos
gerados pelo desemprego. Tal premissa só será possível quando houver integração
dos projetos produtivos das comunidades tradicionais, sejam elas rurais, indígenas
ou urbanas. Os eixos norteadores dessa ação deverão ser a descentralização das
tomadas de decisão a partir de uma política de incentivo a autogestão. (LEFF, 2008)
Diante dessa explanação, a palavra de ordem se chama ‘planejamento’,
ou seja, conhecer a realidade de cada localidade para propor estratégias de
atuação com foco na resolução dos problemas.
Vale salientar que planejar o desenvolvimento social requer um olhar para
os ecossistemas nos quais se está inserido, levando sempre em consideração omanejo das atividades produtivas.
2.2.3 A sustentabilidade ecológica
Acreditamos que, com o avanço do conteúdo, você esteja percebendo que
a sustentabilidade não é um tema que deva ser tratado apenas nas discussões
teóricas ou restritas aos ambientalistas. Aliás, com os desdobramentos
apresentados por essa temática, cada indivíduo deve ser um ambientalista
nato, diante do propósito da conservação das espécies do planeta.
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Diante disso, é importante ressaltar que falar em sustentabilidade significa pensar
nela incluindo o ponto de vista ecológico. Para tal, é fundamental perceber como se
processa a vida sob todos os aspectos, reconhecendo sua importância e o significado
de cada ser, bem como nossa responsabilidade para a manutenção da mesma.
“É injusto e imoral tentar fugir às conseqüências
dos próprios atos. É justo que a pessoa que comeem demasia se sinta mal e jejue. É injusto que quemcede aos próprios apetites fuja às conseqüências
tomando tônicos e outros remédios. É ainda maisinjusto que uma pessoa ceda à próprias paixões
animalescas e fuja às conseqüências dos própriosatos”. (Mahatma Gandhi).
Diante do pensamento acima, como se pode mensurar aresponsabilização do ser humano para o alcance da sustentabilidade
ecológica e manutenção da vida?
REFLEXÃO
Para complementar seu entendimento da discussão que estamos
iniciando, destacamos o posicionamento de Boff (2004, p. 133) ao mencionar
a emergência do cuidado com o nosso único planeta:
Cuidado todo especial merece nosso planeta Terra. Temos unicamenteele para viver e morar. É um sistema de sistemas e superorganismo decomplexo equilíbrio, urdido ao longo de milhões e milhões de anos.Por causa do assalto predador do processo industrialista dos últimosséculos este equilíbrio está prestes a romper-se em cadeia. Desde ocomeço da industrialização, no século XVIII, a população mundialcresceu 8 vezes, consumindo mais e mais recursos naturais; somentea produção, baseada na exploração da natureza, cresceu mais de cemvezes. O agravamento deste quadro com a mundialização do acelerado
processo produtivo faz aumentar a ameaça e, conseqüentemente, anecessidade de um cuidado especial com o futuro da Terra.
Será que estamos numa encruzilhada? O método atual de apropriação da
natureza coloca em risco as condições físicas de vida no planeta? Perguntamos,
ainda, como impor limites ao crescimento, atendendo todas as circunstâncias
(energia, alimentos, moradia, água, etc.) que esta demanda implica?
Os questionamentos acima servem de alerta para a seguinte situação:
estamos na era do conhecimento e o avanço tecnológico tem proporcionado a
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criação de mecanismos que contribuem para intervenções menos impactantes
no ambiente, que são, em alguns momentos, negligenciadas em função dos
custos de implantação ou manutenção, ou, até mesmo, por falha do sistema,
quando as agências reguladoras não realizam a fiscalização necessária.
Isso significa reforçar o conteúdo visto no capítulo anterior dessa
disciplina, pois toda a ação antrópica desencadeia um impacto no ambiente.
A partir desse pressuposto, é necessário adotar medidas capazes de mitigá-lo.
Para isso, é importante que, em cada intervenção, se verifique os cuidados
necessários, bem como as formas de compensação para danos inevitáveis.
Assim, é preciso compreender os atributos e a definição de parâmetros
de valoração dos impactos ambientais originados nas intervenções ambientais.
Estes podem ser entendidos pelo disposto no quadro 3:
ATRIBUTOS PARÂMETROS DE VALORAÇÃO
• Caráter: expressa a alteração oumodificação gerada por uma ação.
Benéfico: quando for positivoAdverso: quando for negativo.
• Magnitude: extensão do impacto num dadocomponente do fator ambiental afetado.
Pequena, média, grande.
•
Importância: o quanto cada impacto érelevante na sua relação de interferênciacom o meio ambiente ou quando compa-rado com outros impactos.
Não significativa, moderada,significativa.
• Duração: tempo de permanência doimpacto depois da ação que o gerou
Curta, média, longa.
• Ordem: relação entre a ação e o impacto. Direta, indireta.
• Reversibilidade: delimita a possibilidade deretorno ou não ao estado original com ofim de determinada intervenção ambiental.
Reversível, irreversível.
• Temporalidade: interinidade da interven-ção ambiental.
Temporário, cíclico, permanente.
• Escala: grandeza do impacto com relação àárea de abrangência.
Local, regional.
Quadro 3 - Conceituação dos atributos e definição dos parâmetros de valoração dos impactos ambientais ( TAVARES, 2008)
Estes elementos são indispensáveis para a definição de medidas
mitigadoras e compensatórias, ou seja, de formas para atenuar e/ou minimizar
os impactos da intervenção humana em determinado fator ambiental.
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Capítulo 2
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Um instrumento que deve ser levado em consideração no atendimento à
valoração dos impactos ambientais é o documento Cuidado do planeta Terra
(veja o quadro 4). Tal mecanismo é uma estratégia elaborada pelo Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNU-MA), o Fundo Mundial paraa Natureza (WWF) e União Internacional para a Conservação da Natureza
(UICN), cujos princípios fundamentam-se no cuidado. (BOFF, 2004).
1 – Construir umasociedadesustentável.
2 – Respeitar e cuidarda comunidade dosseres vivos.
3 – Melhorar aqualidade da vidahumana.
4 – Conservar avitalidade e a
diversidade doplaneta Terra.
5 – Permanecer noslimites de capacidade
de suporte doplaneta Terra.
6 – Modificar atitudes epráticas pessoais.
7 – Permitir que ascomunidades cuidemdo seu próprio meioambiente.
8 – Gerar uma estruturanacional para inte-grar desenvolvimen-to e conservação.
9 – Construir umaaliança global.
Quadro 4 – Estratégias de cuidado com o planeta Terra (BOFF, 2004, p. 134)
Fica evidente que as estratégias estão postas à mesa, sendo preciso,
portanto, compromisso político, uma tarefa extremamente complexa dada a
necessidade de fixar limites em nível planetário. Incluir a política nesse diálogo
traz a necessidade de pensar fator cultural de cada povo e sua influência em
esfera global.
2.2.4 A sustentabilidade cultural
Vivemos no mundo dos modismos arraigados por conceitos estereotipados
de feio e belo, de divisão em seres com inteligência superior e inferior e
tantas outras subjetividades criadas para afirmar o poder do capitalismo. Essascaracterísticas tornaram-se mais evidentes com o advento da globalização
impulsionada pelo desenvolvimento tecnológico, favorecendo a igualdade de
costumes, hábitos e atitudes, entre outras.
Evidenciar um estilo de vida padronizado leva à desconsideração dos
saberes e manifestações tradicionais do conteúdo local, por serem percebidos
como arcaicos e rudimentares, não atendendo a necessidade de produção
massificada. Assim, gera-se uma construção de desigualdades e pobreza.
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Esta destruição da base dos recursos do planeta e seu impacto nosvalores culturais e humanos gerou a necessidade de orientar asformas de desenvolvimento para eliminar a pobreza crítica e passarda sobrevivência á melhoria da qualidade de vida. (LEFF, 2008, p. 90)
Esse raciocínio demonstra que, felizmente, o modo de apropriação da
cultura, por muito tempo pregado como o ideal, tem sido negado a fim de
atender aos princípios da sustentabilidade.
Essa preocupação tem sido percebida pela forma que o estilo de vida
adotado por personagens, como Madre Tereza de Calcutá e Mahatma Gandhi,
tem estimulado a adoção de comportamentos baseados no cuidado do outro.
Madre Tereza de Calcutá (910-1997), à esquerda,foi uma missionária católica albanesa, nascidana República da Macedônia e naturalizada
indiana, beatificada pela Igreja Católica.
Mahatma Gandhi (1869 – 1948), à direita, foium líder político e espiritual da Índia. Soube
utilizar-se engenhosamente de toda a tradiçãopara reerguer o orgulho de sua gente, abaladapela dominação e deu muito que pensar àqueles
que se consideravam “superiores” e, por isso,dominavam.
BIOGRAFIA
Esse pressuposto do cuidado sugere a adoção de estratégias de
desenvolvimento, que priorizem os saberes tradicionais de manejo, ou seja, a
valorização do local em detrimento do global. Surge, assim, a necessidade de
valorização das identidades nacionais, por meio da afirmação de sua cultura e
conhecimento acumulado ao longo da evolução humana.
Cabe ainda considerar, nesse aspecto, a sabedoria de povos tradicionais, como
camponeses e indígenas, bem como o patrimônio cultural (material e imaterial)
constituído na formação dos povos. Como exemplo de patrimônio material eimaterial, podemos citar a arquitetura e a gastronomia local, respectivamente.
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É válido destacar o raciocínio apresentado por Leff (2008, p.93), quando
afirma que “a ética ambiental vincula a conservação da diversidade biológica do
planeta ao respeito à heterogeneidade étnica e cultural da espécie humana.”
Levantar essa questão implica no reconhecimento do espaço individual ecoletivo e uma apropriação coerente do mesmo.
2.2.5 A sustentabilidade espacial
No decorrer deste capítulo trouxemos a discussão da sustentabilidade
por meio dos princípios e dimensões que a cercam. Incluso neles, está à defesa
da sustentabilidade espacial por aqueles que estudam e debatem o tema.
Falar em sustentabilidade espacial significa elencar fatos como
concentração populacional, densidade demográfica, urbanização. A esse
respeito Leff (2008, p. 340) diz que “o lugar é o locus das demandas e das
reivindicações das pessoas pela degradação ambiental, assim como suas
capacidades de reconstruir seus mundos de vida”.
Você já parou para pensar no percentual de
urbanização planetária? Quais a condições devida das grandes metrópoles?
REFLEXÃO
Quando trazemos elementos que sugerem a reflexão sobre qualidade de vida
para a discussão, temos a intenção de fazê-lo compreender o quanto a concentraçãopopulacional em torno das grandes cidades tem contribuído para o caos ambiental.
Problemas como: poluição atmosférica, contaminação do lençol freático, consumo
excessivo de água, geração de resíduos, precariedade dos assentamentos humanos,
segregação socioespacial, entre outros, são mais acentuados nos centros urbanos.
Como forma de ilustrar esse discurso, apresentamos a verticalização de
cidades litorâneas em função da especulação imobiliária, em alguns momentos,
em outros, pelo déficit habitacional. Essas edificações têm ocasionado o
surgimento de ilhas de calor, provocadas pelo aumento da temperatura.
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Capítulo 2
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Jeff Belmonter
Figura 1 - Verticalização nas Praias do Leblon e Ipanema, no Rio de Janeiro.
Além disso, podemos acrescentar ainda a ocorrência de sobrecarga nos
sistemas de abastecimento de água e energia, bem como no esgotamento
sanitário, como consequência da urbanização crescente nessas áreas,
localizadas especialmente em regiões metropolitanas.
Imbuídas do desejo de melhores condições de vida, por meio do alcance
do emprego ideal, as pessoas se inserem no contexto das grandes cidades,
pois são elas que apresentam as melhores oportunidades. Entretanto, o que
se observa são fatos como: o aumento da periferia nas regiões metropolitanas
e o empobrecimento da população em função da oferta precária de trabalho.
Tratar dessas questões significa considerar que o processo de
urbanização traz consigo a necessidade do planejamento para atender as
demandas dos assentamentos humanos, que se instalam nas metrópoles e
em seu entorno. “No mundo de hoje, cada vez mais pessoas se reúnem em
áreas mais reduzidas, como se o hábitat humano minguasse. Isso permiteexperimentar, através do espaço, o fato da escassez.” (SANTOS, 2007, p. 80).
Dessa forma, é imprescindível mitigar os efeitos desse aglomerado
populacional por meio de iniciativas que considerem aspectos como:
possibilidades de fixação das comunidades tradicionais em suas regiões de
origem, garantido a elas condições de sobrevivência; democratização do
espaço para o assentamento humano, oferecendo condições necessárias
de educação, moradia, mobilidade, transporte, saúde e segurança;
tratamento adequado e técnico para abastecimento de água, energia,
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Capítulo 2
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destinação dos resíduos sólidos, qualidade do ar, distribuição racional dos
equipamentos públicos, acessibilidade e inúmeros outros, menos óbvios,
porém não menos importantes.
Sendo assim, as informações apresentadas neste capítulo evidenciam a
necessidade de pensar sobre a sustentabilidade de forma prática e em todas
as dimensões da intervenção humana no ambiente.
Vale salientar que é imprescindível considerar os princípios norteadores
para tal pressuposto: econômico, social, ecológico, cultural e espacial. Pensar
e agir usando como fundamento essa premissa é uma maneira de garantir o
alcance do desenvolvimento sustentável.
2.3 Aplicando a teoria na prática
Venha para Natal: a cidade sustentável
O turismo é a principal atividade econômica da cidade do Natal, responsável pelageração de divisas, bem como de ocupação e renda. Sendo um dos principais
destinos de sol e mar do Brasil, a prefeitura local realiza constantemente
investimentos em divulgação do destino.
Neste sentido, para convencer os turistas, que buscam sol, praias, dunas eemoções, de que Natal é o melhor lugar para passar suas férias a Secretaria de
Turismo do Município decide produzir um clipe sobre os atrativos locais.
Tal peça publicitária será veiculada em horário nobre das principais emissoras deTV aberta do país, para o público do principal centro emissor de turistas para a
cidade: São Paulo e região metropolitana.
Assim, são contratados os serviços de uma agência de publicidade pararealizar tal tarefa. Como o slogan da cidade é ser uma cidade sustentável, é
imprescindível que esta intervenção ocorra atendendo os princípios e dimensõesda sustentabilidade. Outro detalhe da atividade é a exigência de uma açãointerdisciplinar entre profissionais de turismo, comunicação e gestão ambiental.
Diante da problemática apresentada, quais fatores nortearão essa
produção audiovisual?
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Capítulo 2
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Para responder a esse questionamento, devem-se considerar os princípios
e dimensões da sustentabilidade ambiental como fatores norteadores para a
gravação do vídeo, requerendo dos profissionais envolvidos a adoção de uma
consciência representada por ações práticas.
É sabido que toda intervenção no ambiente provoca impacto. Seguir
o modelo apresentado no quadro 4, que trata do consumo de água virtual,
ou seja, da quantidade de água utilizada direta ou indiretamente na
produção de algo é uma ferramenta para mitigar o consumo de água na
produção do vídeo.
É a quantidade deágua usada, diretaou indiretamente, naprodução de algo.
Veja quantos litros deágua virtual existem emcada produto.
32 litrosMicrochip(2 g)
140 litrosXícara decafé(125 ml)
10 litrosFolha depapel A4(80 g/m2)
2.000 litrosCamiseta dealgodão(250 g)
Em produtosde origemanimal, amaior parte daágua virtualtem origemna produçãoda ração quealimenta acriação
200 litrosCopo deleite (200 ml)
135 litrosOvo(40 g)
2.325 litrosCarne bovina(150 g)
720 litrosCarne suína(150 g)
8.000 litrosPar desapatos decouro
Quadro 5 – Consumo de água vir tual (ALMANAQUE ABRIL, 2010)
A equipe também pode aplicar esse modelo aos demais insumos
utilizados no trabalho, como combustível, fitas de vídeo, bateria, entre outros.
Os dados provenientes desse levantamento do consumo provocado podem ser
utilizados para a realização de medidas mitigadoras do impacto causado.
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O grupo atuante na execução da tarefa proposta deve considerar o
seguinte discurso de Boff (2004, p. 95):
Pelo cuidado não vemos a natureza e tudo que nela existe comoobjetos. A relação não é sujeito-objeto, mas sujeito-sujeito.Experimentamos os seres como sujeitos, como valores, como símbolosque remetem a uma Realidade frontal. A natureza não é muda. Falae evoca. Emite mensagens de grandeza, beleza, perplexidade e força.O ser humano pode escutar e interpretar esses sinais. Coloca-se ao pédas coisas, junto delas e a elas sente-se unido. Não existe, co-existecom todos os outros. A relação não é de domínio sobre, mas de con-vivência. Não é pura intervenção, mas inter-ação e comunhão.
Dessa forma, todos os profissionais envolvidos no processo devem primar
pela manutenção do equilíbrio, por meio de atitudes proativas de cuidado com
a natureza, baseando-se na contabilidade ambiental que considera impacto x
mitigação do impacto.
Cuidar das coisas implica ter intimidade, senti-las dentro, acolhê-las,respeitá-las, dar-lhes sossego e repouso. Cuidar é entrar em sintoniacom, auscutar-lhes o ritmo e afinar-se com ele. A razão analítico-instrumental abre caminho para a razão cordial, o esprit de finesse,o espírito de delicadeza, o sentimento profundo. (BOFF, 2004, p. 96).
Sendo a atividade turística pautada no uso do patrimônio (natural e
cultural) de uma localidade, além de incutir ações mitigadoras dos impactos
causados na gravação do material publicitário, deve-se utilizá-lo para transmitir
a mensagem da conservação dos recursos. Isso significa demonstrar, no clipe,
atitudes estimulantes para a prática sustentável do turismo junto àqueles
potenciais visitantes do destino.
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2.4 Para saber mais
AZEVEDO, Júlia; IRVING, Marta de Azevedo. Turismo: o desafio da
sustentabilidade. São Paulo: Futura, 2002.
Neste livro são analisados o potencial do turismo e os desafios, que terão
de ser enfrentados para atingir a sustentabilidade, garantindo três objetivos:
satisfazer o turista, preservar o meio ambiente e assegurar a qualidade de vida
da comunidade que reside no destino turístico.
BANCO DO NORDESTE. Manual de impactos ambientais: orientações sobre os
aspectos ambientais de atividade produtivas. Fortaleza: Banco do Nordeste, 1999.
Destinado a facilitar o trabalho de pequenos, médios e grandes
empreendedores, ele contribui para capacitar elaboradores de projetos,
analistas de crédito de entidades financiadoras e demais profissionais
envolvidos com a atividade produtiva e suas implicações na conservação
ambiental.
FONSECA, Igor Ferraz da; BURSZTYN, Marcel. A banalização da sustentabilidade:
reflexões sobre governança ambiental em escala local. Soc. estado, Brasília, v.
24, n. 1, abr. 2009. Disponível em: . Acesso em: 21
jan. 2010. doi: 10.1590/S0102-69922009000100003.
O objetivo deste estudo é demonstrar como os quesitos considerados
necessários para uma boa governança são produzidos e reproduzidos ao longo
do tempo.
http://www.cidades.gov.br/conselho-das-cidades/conferencias-das-cidades/4a-conferencia-das-cidades.
Com a criação do Ministério das Cidades em 2003, o Brasil passou a ter um
instrumento de participação e controle social que direciona o nosso destino: a
Conferência das Cidades, incluindo temáticas como o orçamento participativo.
Acesse e descubra maiores informações.
PORTILHO, Fátima. Sustentabilidade Ambiental, Consumo e Cidadania. São
Paulo: Cortez Editora, 2005.
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O livro contribui certamente para aprofundar o conhecimento sobre um
processo que opera na intersecção entre a vida pública e privada, e, assim,
a questão ambiental pode ser colocada num lugar onde as preocupações
privadas e as questões públicas se encontram.
2.5 Relembrando
Caracterizar as relações humano-natureza de forma justa e igualitária na
distribuição dos recursos é considerar que toda e qualquer intervenção pode
provocar impacto no ambiente. Neste caso, é preciso a adoção de medidas
mitigadoras e compensatórias aliadas à implantação de tecnologias limpas,
visando à equidade no usufruto dos recursos.
Neste sentido, o desenvolvimento tecnológico deve levar em conta
as particularidades de cada povo, evitando a homogeneização de hábitos,
costumes e atitudes. Este fato leva à proposição de valorização das identidades
nacionais por meio da afirmação de sua cultura e conhecimento, garantindo a
manutenção das técnicas tradicionais de produção e manejo.
Esta garantia favorece a fixação dessas comunidades em seu local de
origem, minimizando os efeitos ocasionados pelos grandes assentamentos
humanos existentes nas regiões metropolitanas, que são fortes contribuintes
para a instalação do caos ambiental vivido hoje.
Em suma, não se pode pensar/agir de forma sustentável sem conceber
os princípios econômicos, sociais, ecológicos, culturais e espaciais, bem
como a dimensão da importância que os mesmos apresentam para a
qualidade ambiental.
2.6 Testando os seus conhecimentos
Nos dias atuais, as novas tecnologias se desenvolvem de forma
acelerada, assumindo papel importante na dinâmica do cotidiano das pessoas
e da economia mundial. Escolher uma profissão requer de cada indivíduo
apropriar-se dos conhecimentos que o cercam, assim como a melhor forma de
utilizar a tecnologia para realizar suas atividades profissionais.
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Capítulo 2
A emergência da adoção dos princípios que norteiam a sustentabilidade
faz com que cada profissional escolha técnicas de exercício da profissão que
contemplem o uso de tecnologias limpas como forma de mitigar e compensar
os efeitos de suas atividades no ambiente.
Desse modo, como o processo de formação profissional deve contemplar
conteúdos que fundamentem essa premissa, estimulando a adoção de práticas
cotidianas sustentáveis?
Onde encontrar
ASSOCIAÇÃO de Amigos e Moradores de Boa Viagem. Especulação: limite das
edificações já. Disponível em: http://www.amabv.hpg.ig.com.br/especulacao.html.
Acesso em: 29 jun. 2010
BOFF, Leonardo. Saber Cuidar: Ética do Humano-Compaixão pela Terra.
Petrópolis: Vozes, 2004.
CAMARGO, Paulo de. 8 jeitos de mudar o mundo: nós podemos. Disponível
em: http://www.facaparte.org.br/new/download/Livro%20Objetivo%201%20
-%20Fome.pdf. Acesso em: 24 fev. 2010.
LEFF, Enrique. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade,
poder. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.
______. Pobreza, gestión participativa de los recursos naturales y desarrollo
sustentable em lãs comunidades rurales. Una visión desde América Latina.
Ecologia Política, n. 8, Barcelona: Icaria, 1994. In: LEFF, Enrique. Saber ambiental:
sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. RELATÓRIO
DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2003. New York, USA: PNUD, 2003. Anual.
ISBN 978-8730-08-X.
SANTOS, Milton. O espaço do cidadão. 7.ed. São Paulo: EDUSP, 2007.
SINGER, Paul. Introdução à economia solidária. São Paulo: Fundação PerseuAbramo, 2002.
______. O que é economia. 2. ed. ver. ampl. São Paulo: Contexto, 1998.
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