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Publicado em nosso site em 11/03/2009

CIDE - Remessas ao exterior - Roteiro deProcedimentosRoteiro - Federal - 2009/4138

Sumário

Introdução

I. Pressupostos constitucionais

II. Instituição

III. Incidência da contribuição

III.1 Licença de uso ou de direitos de comercialização ou

distribuição de programa de computador

III.2 Serviços técnicos realizados em chamadas de longa

distância internacionais ou nacionais

IV. Alíquota da contribuição, prazo e código de recolhimento

V. Crédito incidente sobre a CIDE/Remesses ao Exterior

V.1 Determinação do crédito

V.2 Utilização do crédito

V.3 Exemplo

VI. Alíquotas do imposto de renda na fonte

VI.1 Serviços técnicos e de assistência técnica e royalties de

qualquer natureza

VI.2 Serviços de assistência administrativa e semelhantes

VII. Administração e a fiscalização da CIDE/Remessas

VIII. Questão polêmicas e atuais

VIII.1 Ausência de Lei Complementar

VIII.2 Contratos de prestação de assistência e de serviços

sem transferência de tecnologia

VIII.3 Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico

da Indústria de Semicondutores (PADIS)

VIII.4 Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico

da Indústria de Equipamentos para TV Digital (PATVD)

VIII.5 Decisões em processo de consulta

Introdução

A Lei nº 10.168/2000 instituiu o Programa de Estímulo à

Interação Universidade-Empresa para o Apoio à Inovação,

cujo objetivo principal é estimular o desenvolvimento

tecnológico brasileiro. Para fins atendimento a este

Programa, com respaldo na Carta Magna, foi instituída a

Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico -

CIDE/Remessas ao Exterior, também conhecida como

"CIDE - Royalties".

Neste Roteiro serão analisadas as regras gerais aplicáveis na

cobrança desta contribuição.

I. Pressupostos constitucionais

A instituição de qualquer espécie tributária em nosso

ordenamento jurídico depende de previsão constitucional.

Nesse sentido, o artigo 149 da Carta Magna prevê que

compete exclusivamente à União instituir contribuições de

intervenção no domínio econômico.

Cabe observar que a Emenda Constitucional nº 33 de 2001,

ao introduzir alterações à Constituição Federal, especificou

alguns traços a serem observados por ocasião da instituição

da CIDE, sigla pela qual ficou conhecida a Contribuição de

Intervenção no Domínio Econômico. São elas:

a) necessidade de lei para exigir ou aumentar a contribuição

(princípio da legalidade);

b) vedação a instituição de tratamento desigual entre

contribuintes que se encontrem em situação equivalente

(princípio da isonomia);

c) impossibilidade de incidir sobre as receitas decorrentes de

exportação;

d) incidência sobre a importação de produtos estrangeiros ou

serviços;

e) possibilidade de aplicação de alíquotas:

e.1) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta

ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor

aduaneiro;

e.2) específica, tendo por base a unidade de medida adotada;

f) equiparação da pessoa natural destinatária das operações

de importação a pessoa jurídica;

g) competência para lei definir as hipóteses em que as

contribuições incidirão uma única vez (incidência

monofásica).

Fundamentação: Art. 149, "caput" e §§ 2º, 3º e 4º, da

Constituição Federal.

II. Instituição

Por meio da Lei nº 10.168, de 29.12.2000, foi instituído o

"Programa de Estímulo à Interação Universidade-Empresa

para o Apoio à Inovação", cujo objetivo principal é estimular

o desenvolvimento tecnológico brasileiro, mediante

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programas de pesquisa científica e tecnológica cooperativa

entre universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo.

Para atender a este Programa e com base nos pressupostos

constitucionais previstos no tópico anterior, foi instituída

Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico -

CIDE/Remessas ao Exterior, devida pela pessoa jurídica

detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos

tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que

impliquem transferência de tecnologia, firmados com

residentes ou domiciliados no exterior.

Nota: Consideram-se contratos de transferência de tecnologia os

relativos à exploração de patentes ou de uso de marcas e os

de fornecimento de tecnologia e prestação de assistência

técnica.

A contribuição será recolhida ao Tesouro Nacional e

destinada ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico

e Tecnológico FNDCT, criado pelo Decreto-Lei nº 719/69, e

restabelecido pela Lei nº 8.172/91.

Nota: A Lei nº 10.332/2001, em seu artigo 1º, estabeleceu a forma

de partilha dos recursos arrecadados com a

CIDE/Remessas ao exterior.

Posteriormente, por meio da Emenda Constitucional nº 44,

de 30.06.2004, foi estabelecido que a União entregará, do

produto da arrecadação da CIDE, 29% para os Estados e o

Distrito Federal, distribuído na forma da lei, observada a

destinação da contribuição. Para atender esse objetivo, foi

publicada a Medida Provisória nº 161/2004, convertida na

Lei nº 10.866/2004.

Fundamentação: Arts. 2º, "caput" e § 1º, e 4º da Lei nº

10.168/2000.

III. Incidência da contribuição

A CIDE/Remessas ao Exterior incide desde 1º de janeiro de

2001, sobre os valores pagos, creditados, entregues,

empregados ou remetidos, a cada mês, a residentes ou

domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente

de licença de uso ou aquisição de conhecimentos

tecnológicos e transferência de tecnologia.

A partir de 1º de janeiro de 2002, a CIDE/Remessas ao

Exterior também passou a ser devida pelas pessoas jurídicas

signatárias de contratos que tenham por objeto serviços

técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a

serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior,

bem assim pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem,

entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer

título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior,

incidindo sobre os valores pagos, creditados, entregues,

empregados ou remetidos, a cada mês, a título de

remuneração decorrente das obrigações.

Observa-se que a incidência da CIDE sobre royalties é

ampla, pois não houve nenhuma limitação por meio da Lei nº

10.168/2002 ("royalties, a qualquer título"). O Decreto nº

4.195/2002, entretanto, ao regulamentar a matéria, restringiu

a incidência da contribuição, conforme se comprova no

dispositivo abaixo transcrito:"Art. 10. A contribuição de que trata o art. 2º da Lei nº 10.168,

de 2000, incidirá sobre as importâncias pagas, creditadas,

entregues, empregadas ou remetidas, a cada mês, a

residentes ou domiciliados no exterior, a título de royalties ou

remuneração, previstos nos respectivos contratos, que

tenham por objeto:

I - fornecimento de tecnologia;

II - prestação de assistência técnica:

a) serviços de assistência técnica;

b) serviços técnicos especializados;

III - serviços técnicos e de assistência administrativa e

semelhantes;

IV - cessão e licença de uso de marcas; e

V - cessão e licença de exploração de patentes."

Fundamentação: Art. 2º, "caput" e §§ 2º e 3º, da Lei nº

10.168/2000.

III.1 Licença de uso ou de direitos de comercialização ou

distribuição de programa de computador

Por meio da alteração promovida pela Lei nº 11.452, de

27.02.2007, foi estabelecido que a CIDE/Remessas ao

Exterior não incide sobre a remuneração pela licença de uso

ou de direitos de comercialização ou distribuição de

programa de computador, salvo quando envolverem a

transferência da correspondente tecnologia.

Esse não era o posicionamento adotado pela Receita Federal

até então, que diversas vezes se manifestou pela incidência

da contribuição, como se observa, por exemplo, nas Soluções

de Consulta nºs 1/2006 (Cosit) e 91/2002 (SRRF / 8ª RF).

Fundamentação: Art. 2º, § 1º-A, da Lei nº 10.168/2000.

III.2 Serviços técnicos realizados em chamadas de longa

distância internacionais ou nacionais

Conforme o Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 25, de 13

de outubro de 2004, as disposições do Regulamento de

Melbourne, trazidas pelo Tratado de Melbourne, celebrado

em 09 de dezembro de 1988, não foram legitimamente

incorporadas ao Direito Brasileiro.

Dessa forma, é devida a CIDE sobre o total dos valores

pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos às

empresas de telecomunicações domiciliadas no exterior, a

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título de pagamento pela contraprestação de serviços técnicos

realizados em chamadas de longa distância internacional,

iniciadas no Brasil, ou a chamadas de longa distância

nacional, em que haja a utilização de redes de propriedade de

empresas congêneres, domiciliadas no exterior.

A base de cálculo será o valor total da operação, ainda que

não sejam as remessas integralmente enviadas ao exterior, e

não apenas o saldo líquido resultante de encontro de contas

envolvendo débitos e créditos entre o tomador e o prestador

dos serviços.

Fundamentação: ADI SRF nº 25/ 2004

IV. Alíquota da contribuição, prazo e código derecolhimento

A alíquota da contribuição é de 10% (dez por cento) e o

pagamento será efetuado até o último dia útil da quinzena

subseqüente ao mês de ocorrência do fato gerador.

O pagamento deverá ser realizado por intermédio de DARF,

utilizando-se o código 8741.

Nota: Ver subtópicos VIII.2 e VIII.3 acerca da redução a 0 (zero)

da alíquota nos programas PADIS e PATVD.

Fundamentação: Art. 2º, §§ 4º e 5º, da Lei nº 10.168/2000.

V. Crédito incidente sobre a CIDE/Remessas aoExterior

É concedido crédito incidente sobre a CIDE/Remessas ao

Exterior, aplicável às importâncias pagas, creditadas,

entregues, empregadas ou remetidas para o exterior a título

de royalties referentes a contratos de exploração de patentes

e de uso de marcas.

Fundamentação: Art. 4º, "caput", da Medida Provisória nº

2.159-70/2001.

V.1 Determinação do crédito

O crédito será determinado com base na contribuição devida,

incidente sobre pagamentos, créditos, entregas, emprego ou

remessa ao exterior a título de royalties referentes a contratos

de exploração de patentes e de uso de marcas, mediante

utilização dos seguintes percentuais:

a) 100% (cem por cento), relativamente aos períodos de

apuração encerrados a partir de 1º de janeiro de 2001 até 31

de dezembro de 2003;

Nota: Até 25.02.2001, véspera da publicação da Medida

Provisória nº 2.062-63/2001, o direito ao crédito decorrente

do recolhimento da CIDE estava limitado em 50% (cinqüenta

por cento). Assim, apenas metade da contribuição paga

referente a este período poderia ser compensada (Art. 3º, §

5º, da Medida Provisória nº 2.062-62/2001.

b) 70% (setenta por cento), relativamente aos períodos de

apuração encerrados a partir de 1º de janeiro de 2004 até 31

de dezembro de 2008;

c) 30% (trinta por cento), relativamente aos períodos de

apuração encerrados a partir de 1º de janeiro de 2009 até 31

de dezembro de 2013;

Salvo futura alteração na legislação, a partir de 1º de janeiro

de 2014 será vedado o desconto de crédito sobre a

contribuição devida.

Fundamentação: Art. 4º, § 1º, da Medida Provisória nº

2.159-70/2001.

V.2 Utilização do crédito

O crédito sobre a mencionada contribuição será utilizado,

exclusivamente, para fins de dedução da contribuição

incidente em operações posteriores, relativas a royalties

referentes a contratos de exploração de patentes e de uso de

marcas, durante o período de realização do Programa.

Nota: Até a edição da Medida Provisória nº 2.062-62/2001,

constava do inciso III do parágrafo 5º do artigo 3º da referida

Medida Provisória que o crédito somente seria concedido à

empresa que assumisse o compromisso de realizar, durante

a execução do Programa, dispêndios com pesquisa no País

em montante equivalente a, no mínimo, duas vezes e meia

do valor do crédito. Atualmente não há mais tal exigência.

Fundamentação: Art. 4º, § 1º, II, da Medida Provisória nº

2.159-70/2001.

V.3 Exemplo

Considerando que uma pessoa jurídica, em janeiro de 2009,

realize o pagamento de royalties referentes a contrato de

exploração de patentes a beneficiários do exterior, no valor

de R$ 100.000,00, teremos:

A) Cálculo da contribuição devida

A contribuição devida será determinada mediante aplicação

da alíquota de 10% sobre o total das remessas, ou seja:

R$ 100.000,00 x 10% = R$ 10.000,00

B) Cálculo do crédito

No período em questão, o crédito da contribuição

corresponde a 30% do valor da contribuição devida. Dessa

forma, teremos:

R$ 10.000,00 x 30% = R$ 3.000,00

O crédito de R$ 3.000,00 poderá ser utilizado para abater a

CIDE devida em remessas posteriores de royalties.

VI. Alíquotas do imposto de renda na fonte

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VI.1 Serviços técnicos e de assistência técnica e

royalties de qualquer natureza

A partir de 1º de janeiro de 2001, com o início da cobrança

da CIDE/Remessas ao Exterior, a alíquota do imposto de

renda incidente na fonte sobre as importâncias pagas,

creditadas, entregues, empregadas ou remetidas ao exterior, a

título de remuneração de serviços técnicos e de assistência

técnica, e a título de royalties, de qualquer natureza, foi

reduzida para 15% (quinze por cento).

Fundamentação: Art. 3º da Medida Provisória nº

2.159-70/2001.

VI.2 Serviços de assistência administrativa e

semelhantes

A partir de 1º de janeiro de 2002, iniciada a cobrança da

CIDE/Remessas ao Exterior sobre serviços de assistência

administrativa e semelhantes, a alíquota do imposto de renda

na fonte incidente sobre as importâncias pagas, creditadas,

entregues, empregadas ou remetidas ao exterior a esses

títulos, também foi reduzida para 15% (quinze por cento).

Fundamentação: Art. 2º-A da Lei nº 10.168/2000.

VII. Administração e a fiscalização daCIDE/Remessas

Compete à Secretaria da Receita Federal do Brasil a

administração e a fiscalização da CIDE/Remessas, que

sujeita-se às normas relativas ao processo administrativo

fiscal de determinação e exigência de créditos tributários

federais, previstas no Decreto nº 70.235/72, e alterações

posteriores, bem como, subsidiariamente e no que couber, às

disposições da legislação do imposto de renda, especialmente

quanto a penalidades e demais acréscimos aplicáveis.

Fundamentação: Art. 3º da Lei nº 10.168/2000.

VIII. Questão polêmicas e atuais

VIII.1 Ausência de Lei Complementar

Na instituição da CIDE, também deve ser observado o

disposto no artigo 146, III, da Constituição Federal, que

prevê a necessidade de lei complementar para estabelecer

normas gerais em matéria tributária. Diante disso, alguns

doutrinadores defendem a necessidade de lei complementar

para instituição da CIDE, sob pena de sua

inconstitucionalidade.

Outros, como Hugo de Brito Machado Segundo, Helenilson

Cunha Pontes e Ricardo Mariz de Oliveira, entendem que

essa lei complementar é necessária somente para definir os

critérios gerais que devem nortear a instituição dessa

contribuição, ou seja, traçar o seu perfil tributário.

Para essas duas correntes, as atuais leis que instituíram

contribuições de intervenção no domínio econômico, como é

o caso da Lei nº 10.168, são inconstitucionais, haja vista a

ausência de lei complementar, seja para instituí-las ou para

lhes traçar as normas gerais.

Há de se observar, no entanto, que há ainda uma terceira

corrente, para o qual o Código Tributário Nacional (Lei nº

5.172/1966), elevado à categoria de Lei Complementar pelo

artigo 7º do Ato Complementar nº 36 de 13.03.1967, é

suficiente para atender ao presente requisito, o que tornaria

constitucional a cobrança da contribuição por lei ordinária.

Essa é a posição, inclusive, do Supremo Tribunal Federal,

que em diversos acórdãos julgou constitucional as atuais

contribuições interventivas, como se observa, por exemplo,

no RE-AgR 451915, cuja ementa é parcialmente transcrita a

seguir:"As contribuições do art. 149, C.F. - contribuições sociais, de

intervenção no domínio econômico e de interesse de

categorias profissionais ou econômicas - posto estarem

sujeitas à lei complementar do art. 146, III, C.F., isto não quer

dizer que deverão ser instituídas por lei complementar. A

contribuição social do art. 195, § 4º, C.F., decorrente de

"outras fontes", é que, para a sua instituição, será observada

a técnica da competência residual da União: C.F., art. 154, I,

ex vi do disposto no art. 195, § 4º. A contribuição não é

imposto. Por isso, não se exige que a lei complementar

defina a sua hipótese de incidência, a base imponível e

contribuintes: C.F., art. 146, III, a."

Fundamentação: Art. 149 da Constituição Federal.

VIII.2 Contratos de prestação de assistência e de

serviços sem transferência de tecnologia

Por meio do Ato Declaratório Normativo nº 1, de

05.01.2000, foi estabelecido que se consideram contratos de

prestação de assistência técnica e de serviços técnicos sem

transferência de tecnologia aqueles não sujeitos à averbação

ou registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial -

INPI e Banco Central do Brasil.

Essas remessas, por não configurarem como transferência de

tecnologia, não deveriam se sujeitar à CIDE/Remessa ao

exterior.

Este não tem sido, no entanto, o entendimento da Secretaria

da Receita Federal do Brasil, que em diversas ocasiões se

manifestou pela incidência da CIDE sobre as remunerações

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de serviços técnicos, ainda que na ausência de transferência

de tecnologia. Podemos constatar esse entendimento nas

seguintes Soluções de Consulta:"Ementa: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO

DOMÍNIO ECONÔMICO - Serviços Técnicos. A partir de 1º

de janeiro de 2002, os valores pagos, creditados, entregues,

empregados ou remetidos por pessoa jurídica sediada no

País a residentes ou domiciliados no exterior a título de

remuneração de serviços de treinamento e de manutenção

de fornecedor, estão sujeitos à incidência da Contribuição de

Intervenção no Domínio Econômico, à alíquota de 10% (dez

por cento), ainda que os contratos firmados não estejam

averbados no Instituto Nacional da Propriedade

Industrial-INPI e registrados no Banco Central do

Brasil-Bacen." (Processo de Consulta nº 81/02 - SRRF / 8ª

Região Fiscal)

"Ementa: SERVIÇOS TÉCNICOS. A partir de primeiro de

janeiro de 2001, os valores pagos, creditados, entregues,

empregados ou remetidos por pessoa jurídica sediada no

País a residentes ou domiciliados no exterior, em pagamento

de serviços prestados, com ou sem transferência de

tecnologia, estão sujeitos ao pagamento da CIDE, à alíquota

de 10% (dez por cento). Mencionada contribuição é encargo

da pessoa jurídica remetente e incide sobre a base de

cálculo sem reajustamento." (Processo de Consulta nº

102/01 - SRRF / 6ª Região Fiscal)

"Ementa: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO

DOMÍNIO ECONÔMICO - Serviços Técnicos. A partir de 1º

de janeiro de 2002, os valores pagos, creditados, entregues,

empregados ou remetidos por pessoa jurídica sediada no

País a residentes ou domiciliados no exterior pela

contratação de serviços técnicos, pela matriz, para

atualização de sistemas de informação, estão sujeitos ao

pagamento da Contribuição de Intervenção no Domínio

Econômico, à alíquota de dez por cento, ainda que remetidos

à matriz a título de reembolso de despesas." (Processo de

Consulta nº 53/02 - SRRF / 8ª Região Fiscal)

"Ementa: CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio

Econômico. A partir de 1º de janeiro de 2002, a remuneração

pela prestação de serviços de advocacia paga, creditada,

entregue, empregada ou remetida ao exterior, está sujeita ao

pagamento da Contribuição de Intervenção no Domínio

Econômico (Cide), instituída pela Lei nº 10.168, de 29 de

dezembro de 2000, por caracterizar "serviços técnicos

especializados". (Processo de Consulta nº 320/06 - SRRF /

8ª RF - Aduaneira)

"Ementa: REMESSAS AO EXTERIOR - Prestação de

Serviços. INCIDÊNCIA/ ALÍQUOTA A prestação contínua de

serviços de consultoria e assessoria nas áreas de marketing,

administrativa, jurídica, trabalhista, de transporte e financeira,

caracteriza assistência administrativa e semelhante de que

trata o § 2º do art. 2º da Lei nº 10.168, de 2000. Assim

sendo, a partir de 1º de janeiro de 2002 (vigência da Lei nº

10.332, de 2001), com a cobrança da Contribuição de

Intervenção no Domínio Econômico (Cide), a remuneração

pela prestação de tais serviços passou a ser tributada pelo

imposto de renda à alíquota de 15% (quinze por cento)."

(Processo de Consulta nº 346/06 - SRRF / 8ª Região Fiscal)

Verifica-se, ainda, a existência de Soluções de Consulta que

dispõem que a CIDE não incide em relação aos serviços cuja

execução não dependa de conhecimentos técnicos

especializados, como se observa abaixo: "INCIDÊNCIA - Contribuição de Intervenção no Domínio

Econômico-Cide. O fato gerador da Cide é o pagamento,

crédito, entrega, emprego ou remessa a título de royalties de

qualquer natureza, bem como a remuneração pela

contraprestação de serviços técnicos e de assistência

administrativa e semelhantes prestados por residentes ou

domiciliados no exterior. Não constitui, portanto, fato gerador

da referida contribuição, os valores pagos, creditados,

entregues, empregados ou remetidos pela remuneração de

serviços, para cuja execução não dependa de

conhecimentos técnicos especializados." (Processo de

Consulta nº 142/04 - SRRF / 8ª Região Fiscal)

"EMENTA: INCIDÊNCIA - Contribuição de Intervenção no

Domínio Econômico-Cide. O fato gerador da Cide é o

pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa a título de

royalties de qualquer natureza, bem como a remuneração

pela contraprestação de serviços técnicos e de assistência

administrativa e semelhantes prestados por residentes ou

domiciliados no exterior. Não constitui, portanto, fato gerador

da referida contribuição, os valores pagos, creditados,

entregues, empregados ou remetidos pela remuneração de

serviços, para cuja execução não dependa de

conhecimentos técnicos especializados." (Processo de

Consulta nº 196/03 - SRRF / 8ª Região Fiscal)

Do exposto, observa-se que a matéria não encontra-se

totalmente pacificada pela Receita Federal. Dessa forma,

cabe ao contribuinte, na hipótese de entender pela

não-incidência da contribuição, ingressar com consulta

formal ao fisco nesse sentido, ou mesmo discutir

judicialmente a matéria.

Fundamentação: Ato Declaratório Normativo nº 1, de

05.01.2000 e Art. 2º da Lei nº 10.168/2000.

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VIII.3 Programa de Apoio ao Desenvolvimento

Tecnológico da Indústria de Semicondutores (PADIS)

A Medida Provisória nº 352/2007, convertida na Lei nº

11.484/2007, instituiu o Programa de Apoio ao

Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de

Semicondutores (PADIS).

Entre os benefícios deste programa, foi reduzida a 0 (zero) a

alíquota da CIDE/Remessas ao Exterior, nas remessas

destinadas ao exterior para pagamento de contratos relativos

à exploração de patentes ou de uso de marcas e de

fornecimento de tecnologia e prestação de assistência

técnica, quando efetuadas por pessoa jurídica beneficiária do

PADIS, observadas as regras do programa.

Fundamentação: Art. 3º, § 3º, da Lei nº 11.484/2007.

VIII.4 Programa de Apoio ao Desenvolvimento

Tecnológico da Indústria de Equipamentos para TV

Digital (PATVD)

A Medida Provisória nº 352/2007, convertida na Lei nº

11.484/2007, instituiu o Programa de Apoio ao

Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Equipamentos

para TV Digital (PATVD).

Entre os benefícios deste programa, foi reduzida a 0 (zero) a

alíquota da CIDE/Remessas ao Exterior, nas remessas

destinadas ao exterior para pagamento de contratos relativos

à exploração de patentes ou de uso de marcas e de

fornecimento de tecnologia e prestação de assistência

técnica, quando efetuadas por pessoa jurídica beneficiária do

PATVD, observadas as regras do programa.

Fundamentação: Art. 14, § 3º, da Lei nº 11.484/2007.

VIII.5 Decisões em processo de consulta

Neste subtópico foram transcritas algumas Soluções de

Consulta que tratam da incidência da CIDE/Remessas ao

exterior, especificamente em relação ao seu aspecto material.

Será possível notar nessas soluções, inclusive,

posicionamentos contrários em relação ao mesmo assunto, o

que demonstra a dificuldade em relação à materialidade desta

contribuição.

Em que pese surtirem efeitos somente entre as partes, essas

ementas demonstram o entendimento do Fisco sobre o

assunto, bem assim servem de parâmetro para possível

indagação do próprio contribuinte à Secretaria da Receita

Federal do Brasil.Agente de logística

"Não ocorre a incidência da Cide sobre as importâncias

pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas pelo

exportador a agente de logística no exterior, a título de

despesas com documentação, desembaraço aduaneiro,

armazenagem, seguro e transporte de carga, necessárias à

entrega da mercadoria no local designado pelo importador

(contrato com cláusula DDU), por não caracterizar

remuneração de serviços técnicos, assistência técnica e

administrativa e royalties." (Processo de Consulta nº 31/06 -

8ª Região Fiscal)

Assistência administrativa contratados pela parceira

estrangeira

"As remessas de valores a empresa do mesmo grupo

econômico domiciliada no exterior, feitas a título de

reembolso de despesas decorrentes do benefício indireto,

em favor da empresa brasileira, da prestação de serviços de

assistência administrativa contratados pela parceira

estrangeira com terceiro no exterior, não se sujeitam à

incidência da contribuição instituída pela Lei no 10.168, de

2000, com as alterações da Lei no 10.332, de 2001, tanto

mais quando não existe qualquer contrato escrito firmado

pela pessoa jurídica brasileira a respeito." (Processo de

Consulta nº 50/05 - 9ª Região Fiscal)

Base de cálculo

"A base de cálculo da contribuição de intervenção no domínio

econômico, instituída pela Lei nº . 10.168, de 2.000, é o valor

total da operação contratada, sem quaisquer deduções (...)"

(Processo de Consulta nº 170/05 - SRRF / 7ª Região Fiscal)

"O IRRF incidente sobre os valores pagos, creditados,

entregues, empregados ou remetidos a empresa domiciliada

na França a título de remuneração por serviços técnicos

compõe a base de cálculo da Contribuição de Intervenção no

Domínio Econômico, mesmo que a fonte pagadora brasileira

tenha assumido o ônus do imposto." (Processo de Consulta

nº 74/08 - SRRF / 6ª Região Fiscal)

"O Imposto de Renda Retido na Fonte incidente sobre os

valores pagos, creditados, entregues, empregados ou

remetidos a residentes ou domiciliados no exterior compõe a

base de cálculo da Contribuição de Intervenção no Domínio

Econômico ("Cide-Remessas"), instituída pelo art. 2º da Lei

nº 10.168, de 2000, nas hipóteses em que esta seja devida,

ainda que a fonte pagadora brasileira tenha assumido o ônus

do imposto." (Processo de Consulta nº 38/07 - SRRF / 4ª

Região Fiscal)

"A contribuição incide sobre as importâncias pagas,

creditadas, entregues, empregadas ou remetidas, a cada

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mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de

remuneração decorrente das obrigações contraídas. Quando

a empresa brasileira assume o ônus do imposto de renda

incidente na operação, está fazendo um pagamento adicional

ao seu fornecedor do exterior. Nesse caso, o valor que

servirá de base de cálculo da CIDE deveser reajustado."

(Processo de Consulta nº 44/06 - SRRF / 6ª Região Fiscal)

Cessão de marca

"A importância paga, creditada, entregue, empregada ou

remetida por pessoa jurídica com sede no Brasil à pessoa

jurídica domiciliada no exterior pela cessão (aquisição) de

marca de produto, não está sujeita à incidência da Cide, por

não caracterizar hipótese de incidência da referida

contribuição. Se o preço contratado englobar a aquisição da

marca e também a tecnologia usada na fabricação do

produto, mas tais valores forem segredados para efeito de

registro junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial -

INPI e pagamento, sobre o valor relativo ao fornecimento da

tecnologia ocorre a incidência da Contribuição de

Intervenção no Domínio Econômico, por se tratar de hipótese

prevista no art. 2º da Lei nº 10.168, de 2000." (Processo de

Consulta nº 239/07 - SRRF / 8ª Região Fiscal)

Direitos autorais

"A CIDE/Royalties, instituída pela Lei nº 10.168/2000, não

incide sobre a remessa ao exterior de pagamentos relativos a

exploração de direitos autorais, mesmo que sobre a

denominação de royalties, por força do comando

interpretativo do artigo 10 do Decreto nº 4.195/2002.

Não é possível a exigência da CIDE/Royalties sobre os

mesmos fatos que constituem hipótese de incidência da

CONDECINE, devendo, no caso de colidência, prevalecer a

incidência da CONDECINE, por ser mais específica."

(Acórdão nº 301-34.753 - 3º CC / 1ª Câmara)

Know How

"Não ocorre o pagamento da Cide sobre o valor do Know

How cedido por empresa domiciliada no exterior para

integralização de capital (investimento) no Brasil, por não

caracterizar hipótese de incidência da referida contribuição."

(Processo de Consulta nº 178/06 - 8ª Região Fiscal)

"A remuneração periódica (royaltie) paga, creditada,

entregue, empregada ou remetida, a cada mês, a residente

ou domiciliado no exterior, pela licença de uso de marca,

associada à prestação de assistência técnica e à

transferência de know-how técnico e serviços de sistema,

bem como pelo direito de uso de tecnologia de implantação e

administração de negócio, no sistema de franquia, está

sujeita à incidência da Contribuição de Intervenção no

Domínio Econômico, desde janeiro de 2001, quando de sua

instituição pela Lei nº 10.168/2000" (Processo de Consulta nº

249/02 - 7ª Região Fiscal)

Propaganda e publicidade

"A partir de 1º de janeiro de 2002, os valores pagos,

creditados, entregues, empregados ou remetidos ao exterior

a título de remuneração pela prestação de serviços de

propaganda e publicidade, estão sujeitos ao pagamento da

Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide),

instituída pela Lei nº 10.168, de 29 de dezembro de 2000, por

se tratar de 'serviços técnicos especializados'." (Processo de

Consulta nº 86/06 - 8ª Região Fiscal)

"Os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou

remetidos ao exterior a título de publicidade não estão

sujeitos ao pagamento da Contribuição de Intervenção no

Domínio Econômico-Cide, instituída pela Lei nº 10.168, de

29.12.2000, por não constituir fato gerador de tal

contribuição." (Processo de Consulta nº 15/03 - 8ª Região

Fiscal)

"A incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio

Econômico - CIDE abrange a remessa ao exterior em razão

de prestação de serviços de propaganda, divulgação e

promoção de destinos turísticos brasileiros, ainda que tais

remessas se dêem na forma de reembolso ou ressarcimento

a empresa do mesmo grupo, em virtude de celebração de

pacto de rateio." (Processo de Consulta nº 43/08 - SRRF / 4ª

Região Fiscal)

Registro/depósito no exterior de marcas, patentes e

desenhos industriais

"A partir de 01/01/2002, os valores pagos, creditados,

entregues, empregados ou remetidos por pessoa jurídica

sediada no País a residentes ou domiciliados no exterior, a

título de remuneração de serviços técnicos sem transferência

de tecnologia, entre os quais se enquadram os serviços

relativos ao registro/depósito no exterior de marcas, patentes

e desenhos industriais de propriedade de residentes ou

domiciliados no Brasil, passaram a estar sujeitos à incidência

da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico -

CIDE (Remessas para o Exterior), à alíquota de 10%."

(Processo de Consulta nº 122/05 - 7ª Região Fiscal)

Serviços de assessoria

FISCOSoft On Line 7

FISCOSoft Impresso

"A partir de 1º de janeiro de 2002, as importâncias pagas,

creditadas, entregues, empregadas ou remetidas a

beneficiários residentes ou domiciliados no exterior a título de

remuneração pela prestação contínua de serviços de

assessoria gerencial e administrativa, planejamento,

orçamento, coordenação de contratação de pessoal,

assessoria diretiva, marketing e assessoria técnica e de

qualidade, estão sujeitas ao pagamento da Contribuição de

Intervenção no Domínio Econômico (Cide) à alíquota de 10%

(dez por cento), por configurarem assistência administrativa e

semelhante de que trata o § 2º do art. 2º da Lei nº 10.168, de

2000 (com a redação dada pelo art. 6º da Lei nº 10.332, de

2001)." (Processo de Consulta nº 159/07 - SRRF / 8ª Região

Fiscal)

Utilização de "unidade tecnológica"

"Os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou

remetidos por fonte situada no País a pessoa jurídica

domiciliada no exterior, pela utilização de "unidade

tecnológica" nas áreas de telecomunicações e de

informática, caracterizam remuneração por serviços

prestados.Tais importâncias, por configurarem remuneração

de "serviços técnicos e de assistência técnica", sujeitam-se a

partir de 1º de janeiro de 2002 com a cobrança da

Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico-Cide, ao

imposto de renda na fonte à alíquota de 15% (quinze por

cento)." (Processo de Consulta nº 164/03 - 3ª Região Fiscal)

FISCOSoft On Line 8

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