View
236
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
ISSN-1981-2566
1
COMUNICAES ORAIS
FORMAO INICIAL EM PSICOLOGIA ESCOLAR: PRTICA NUMA ESCOLA ESTADUAL DE PORTO VELHO/RO
rea temtica: Formao do Psiclogo Escolar/Educacional
CLAUDIR PAULO LOCH JUNIOR; LUCIANO SRGIO DE SOUSA GUEDES; CINTIA FROTA BISCONSIN
Desde a dcada de 1980 vem sendo denunciadas e combatidas pela Psicologia Escolar Histrico-Crtica as
concepes e as prticas do Psiclogo Escolar que esto calcadas no modelo clnico de atendimento
individual que compreende estar no aluno e/ou em suas relaes parentais as causas das dificuldades de
aprendizagem e a origem do fracasso escolar. A Teoria Crtica questiona duramente esse entendimento de
ser humano fragmentado, uma vez que considera e analisa o todo da estrutura escolar e sua conjuntura
scio-poltico-ideolgica, onde a histria escolar do aluno mantm uma relao dialgica entre ele, seu
meio e outros indivduos, inexistindo por si s. Destarte, visando uma formao profissional comprometida
com a igualdade social e com uma prtica no-alienante que compreenda a totalidade do processo de
escolarizao e despreze todo preconceito que permeia o cotidiano escolar, as disciplinas de PEPA I e II,
ministradas sob o olhar da Teoria Crtica, oportunizaram aos acadmicos de Psicologia da Universidade
Federal de Rondnia o aprendizado dos conhecimentos terico-prticos necessrios a uma atuao crtica
e coletivizada do Psiclogo no mbito escolar. Deste modo, esse trabalho pretende expor os resultados da
interveno de um grupo de alunos numa Escola Estadual de Porto Velho/RO que buscou proporcionar aos
pais, professores e alunos com alguma queixa escolar um espao onde pudessem expor suas queixas,
angstias e expectativas em relao aos gestores escolares, instituio escolar e ao sistema educacional.
TRANSTORNO DE DFICIT DE ATENO E HIPERATIVIDADE: OS (DES)CAMINHOS DA CONSTRUO DE UM
CONCEITO
rea temtica: Formao do Psiclogo Escolar/Educacional
IEDA MARIA MUNHS BENEDETTI; ALEXANDRA AYACH ANACHE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE
MATO GROSSO DO SUL
O presente trabalho traz a anlise do processo de construo do conceito de TDA/H o conceito e seus
pontos crticos, os sujeitos diagnosticados e a escola e a famlia envolvidos, os tratamentos e a literatura
sobre o tema, enfim, os descaminhos de um transtorno. Partindo de casos entrevistados, a pesquisa se
desenvolve em quatro grandes momentos. No primeiro, faz-se uma anlise evolutiva do mtodo cientfico,
estabelecendo os fundamentos metodolgicos da pesquisa, com a apresentao da Metodologia
Qualitativa utilizada na tese. O segundo traa o cenrio no qual foi construdo e atua o conceito de TDA/H
o capitalismo contemporneo , analisando a escola, suas recentes transformaes, a famlia e a
sociedade de consumo. O terceiro momento traz uma reviso de literatura sobre o conceito de TDA/H, a
partir da viso hegemnica (positivista). Por fim, so apresentadas vertentes crticas que oferecem
contrapontos viso hegemnica: a Psicodinmica e a abordagem Histrico-Cultural; Infere-se que o
TDA/H um megadiagnstico: todo um conjunto de manifestaes subjetivas do sujeito contemporneo foi
apropriado pela cincia positivista que o classificou, definiu, mediu e props estratgias de cura tornando-o
elemento gerador de consumo. Na dinmica desse mega-conceito, escola e famlia ficam eximidas da
responsabilidade de repensar suas prticas e vinculaes, ficando a culpa centrada no sujeito que recebe o
diagnstico. Conclui-se, tambm, que as dimenses gigantescas conferidas ao TDA/H permitiram que
vrios possveis outros diagnsticos fossem abarcados por uma nica expresso conceitual e que vrias
questes fossem condensadas por uma nica sigla. Assim, infere-se que o referido transtorno pode
realmente existir a partir de um dado modelo que referencia a construo do conhecimento, mas est super
dimensionado e, sobre sua alada, escondem-se erros cometidos nos campos da tica, da m formao
profissional, da banalizao da medicamentaco, da superficialidade das anlises e das leviandades
ideolgicas.
ISSN-1981-2566
2
O PSICLOGO ESCOLAR E A ORIENTAO PROFISSIONAL: DESVENDANDO E ABRINDO NOVOS CAMINHOS
rea temtica: Formao do Psiclogo Escolar/Educacional
LARISSY ALVES COTONHOTO; IVONE MARIA NUNES PERES; MARLI ISABEL DE SOUZA; VANESSA
KELLEN ALVES CAIXETA; CSSIA ANGLICA NOGUEIRA BARBOSA; ESEQUIAS CAETANO DE
ALMEIDA NETO; HOHANA HASSAN JOMAA CENTRO UNIVERSITRIO DE PATOS DE MINAS
O presente estudo teve por objetivo investigar e caracterizar a percepo de alunos de uma escola pblica
sobre o papel do psiclogo escolar enquanto orientador profissional. A pesquisa foi realizada com 100
alunos de 3 ano colegial diurno e noturno de uma escola estadual de Patos de Minas. Foi elaborado e
aplicado um questionrio semi-aberto e feita uma comparao entre as respostas de alunos do turno diurno
e noturno. Os resultados parciais revelaram que 45% dos alunos trabalham independente de estudarem
pela manh ou noite. Do total, 25% estavam atrasados em sua trajetria escolar. Em relao s
expectativas profissionais, 32,5% dos alunos visavam reconhecimento profissional, 31,5% pretendiam
ganhar dinheiro, 30,6% buscavam a felicidade e apenas 3,2% relacionaram escolha profissional status
ou no tinham nenhuma expectativa profissional. Os alunos atriburam ao psiclogo escolar o papel de
orientador atravs de palestras, dinmica de grupo e outras estratgias pertinentes (34,25%); propostas
com motivaes profissionais (25%); desenvolvimento de atividades prticas em relao s profisses
(24%) e informaes sobre as profisses atuais de trabalho (16,66%). Pode-se concluir, a partir da leitura e
interpretao dos dados que os alunos que participaram da pesquisa tm uma viso positiva do que seja o
papel do psiclogo escolar junto ao ensino mdio, mas percebe-se haver a necessidade de apresentar,
esclarecer e discutir os resultados deste estudo para uma futura interveno, pois dessa forma o psiclogo
poderia realizar, alm das atribuies mencionadas na pesquisa, outras intervenes como apoio e
acompanhamento psicopedaggico, orientao de pais e professores para que alunos pr-vestibulandos
possam se sentir preparados, seguros e confiantes em relao ao futuro profissional. Esse estudo contribui
para que as escolas percebam a necessidade de ter um psiclogo e, juntos, trabalharem e promoverem
uma educao de qualidade.
A REPRESENTAO DE DEUS EM ESTUDANTES DE PSICOLOGIA
rea temtica: Formao do Psiclogo Escolar/Educacional
MARA LUCIA CARDOSO FERRETTI; ELIANE BRIGIDA MORAIS FALCO UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RIO DE JANEIRO
Esta pesquisa desenvolveu um estudo comparativo das representaes sociais sobre Deus, realizado em
trs momentos da graduao (incio, meio e final) do curso de Psicologia de duas universidades, uma
pblica e outra privada. Discutiram-se as caractersticas das possveis relaes entre o contexto acadmico
e cientfico da formao e a crena religiosa dos alunos. A metodologia, de natureza qualitativa, utilizada foi
a do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), criada por Lefvre e Lefvre (2000). Os dados foram coletados
com o preenchimento de um questionrio composto por perguntas abertas e fechadas, tendo estas ltimas,
permitido investigar o padro sociocultural dos alunos. As questes abertas abordaram o tema sobre a
descrio e definio de Deus. Os resultados parciais mostram que em ambas as universidades a presena
do sexo feminino maior, porm o nmero de jovens na universidade pblica mais elevado do que na
particular. Prevaleceu entre os estudantes o discurso de Deus como Protetor, declarando-se
predominantemente religiosos cristos. A importncia do conhecimento das representaes sociais de
Deus entre os estudantes elemento necessrio para a compreenso do comportamento estudantil diante
das explicaes cientficas apresentadas no curso de psicologia.
DESENVOLVIMENTO DE UM PROGRAMA EDUCATIVO PARA ADOLESCENTES INGRESSANTES NO MERCADO DE
TRABALHO: UMA EXPERINCIA DE ESTGIO
rea temtica: Formao do Psiclogo Escolar/Educacional
TATIANE ZANFELICI UNIVERSIDADE FEDERAL DE SO CARLOS; FERNANDA AGUILLERA
UNIVERSIDADE DE SO PAULO, CENTRO UNIVERSITRIO HERMNIO OMETTO E UNIVERSIDADE
METODISTA DE PIRACICABA
Objetivou-se apresentar uma experincia de estgio supervisionado na rea Prticas Educativas e
Sociais, realizado por um grupo de alunas de um curso de Psicologia. O estgio consistiu na elaborao e
implementao de um programa educativo para grupos de adolescentes ingressantes no mercado de
trabalho (menores aprendizagens). Participaram grupos que frequentavam duas instituies educacionais,
ISSN-1981-2566
3
sem fins lucrativos, as quais atendiam jovens de baixa renda familiar que cursavam o ensino mdio em
escolas pblicas, visando ao oferecimento de capacitao e encaminhamento dos jovens para o trabalho,
porm cuidando para que os estudos no fossem abandonados. Aps levantar as necessidades
institucionais, caracterizar o pblico atendido e consultar referncias bibliogrficas da rea, o programa foi
estruturado e implementado, tendo em vista o ensino de algumas habilidades sociais e de comunicao aos
grupos de adolescentes. Foram realizados cerca de cinco encontros semanais com 14 grupos, trabalhando
com as temticas: Comunicao, Assertividade, Resoluo e Enfrentamento de Problemas, Auto-
estima, e Escolhas. Algumas das estratgicas utilizadas foram: expresso escrita, dramtica ou artstica,
dinmicas de grupo, discusso de filmes e histrias. Ao trmino, os encontros eram avaliados
anonimamente pelos adolescentes, que pareceram satisfeitos com o programa, atribuindo-lhe conceitos
como timo e Bom, e sugerindo a introduo de mais encontros sobre assuntos variados. Os
coordenadores e profissionais responsveis pela instituio tambm se mostraram satisfeitos, comentando
que as oficinas beneficiavam os adolescentes ensinando tcnicas que favoreciam o contato social, sendo
refletidas nos relacionamentos com os colegas, na instituio e no ambiente de trabalho posterior. O vnculo
entre a universidade e as instituies foi renovado ao final do ano, possibilitando que o programa fosse
novamente oferecido. Acredita-se que o estgio cumpriu seus objetivos, trazendo benefcios aos
adolescentes, s instituies, e proporcionando s estagirias conhecerem alternativas de formao na
profisso, bem como colaborando no aprendizado do desenvolvimento de um programa educativo.
A EVASO ESCOLAR MOTIVADA POR HOMOFOBIA E SUAS CONSEQUNCIAS SOBRE A TRAJETRIA DE VIDA DE
JOVENS LGBT DE CAMADAS POPULARES
rea temtica: Educao e Direitos Humanos
MARCOS ROBERTO VIEIRA GARCIA
A literatura internacional tem chamado a ateno para o aumento significativo em alguns pases do nmero
que jovens que vivem em situao de rua (homeless youths). Um contingente significativo deste segmento
por volta de 20 % nas grandes cidades norte-americanas composto de jovens LGBT (lsbicas, gays,
bissexuais e trangneros), mais susceptveis expulso ou fuga de casa em idade precoce do que os(as)
heterossexuais, o que leva muitos(as) a viverem em abrigos ou nas ruas. Entre os elementos que levam
estes jovens situao de rua est a evaso escolar precoce, motivada em grande parte pela homofobia
dentro da escola. A presente apresentao visa discutir a respeito da ocorrncia significativa do mesmo
fenmeno no Brasil. Embora a bibliografia sobre homoerotismo brasileira esteja concentrada nas pessoas
LGBT de segmentos de renda mdios e altos, alguns estudos sobre a populao em situao de rua e
sobre a trajetria social de travestis no Brasil mostram que aparentemente grande a evaso escolar de
jovens LGBT, motivando dificuldades em relao ao acesso a ocupaes que exigem escolaridade e,
consequentemente, levando-os a uma situao de pobreza e/ou ao recurso ao comrcio sexual. O trabalho,
na ltima parte, discute as respostas polticas frente a esta situao, em especial o incentivo a organizao
poltica dos jovens LGBT, o combate homofobia nas escolas e a reivindicao por programas de ateno
especfica a este segmento por parte de organizaes governamentais e no-governamentais.
UMA EXPERINCIA DE PSICOLOGIA EM ONG
rea temtica: Educao e Direitos Humanos
NEIVA DE ASSIS
Apresento o relato de interveno em uma ONG em Blumenau SC, a partir de uma perspectiva social
crtica. Inicialmente observou-se ausncia de espaos de interao, de um PPP construdo coletivamente,
refletindo em poucos resultados do trabalho educativo. Por meio de um projeto de formao continuada, os
educadores tiveram encontros mensais para reflexo sobre a prtica educativa. A construo do PPP foi
uma das aes mais significativas; todos os educadores responsabilizaram-se em discutir e definir uma
linha de trabalho, construram uma proposta educativa para a ONG. A participao da psicologia foi
fundamental para a consolidao de concepes e prticas educativas que considerem crianas e
adolescentes socialmente construdos, respeitando a diversidade e oportunizando saltos qualitativos no
desenvolvimento destes sujeitos. A psicologia atuou tambm diretamente com as famlias, visando a
participao da comunidade no processo educativo. Em 2005, desenvolveu-se um projeto de organizao
comunitria e apoio-sciofamiliar, com oficinas educativas, trabalho psicossocial, voltado para preveno e
promoo de convivncia familiar e comunitria. Ocorreu por meio de conversas, visitas domiciliares,
articulao com a rede de servios, constituio de um grupo de mulheres, encontros para discusso das
ISSN-1981-2566
4
problemticas da comunidade, entre outros. O projeto incluiu ainda a construo de uma horta comunitria,
envolvendo as famlias nos mutires, na organizao, aproximando-se mais do dia-a-dia de seus filhos.
Estes mutires na verdade, caracterizaram-se como espaos de interao entre os adultos, crianas,
comunidade e instituio. A psicologia foi fundamental para chamar ateno para as relaes que se
estabeleciam na instituio, consolidando espaos de participao comunitria. O trabalho educativo da
equipe voltou-se para a famlia e a comunidade e no para um aluno descontextualizado de sua realidade e
de suas mediaes. Com tudo isso, enfatiza-se a atuao da psicologia para que educadores,
crianas/adolescentes e famlias envolvam-se na construo de relaes de respeito e cooperao.
DIREITOS HUMANOS E EDUCAO: PERSPECTIVAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE.
rea temtica: Educao e Direitos Humanos
SRGIO DE OLIVEIRA SANTOS UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA CAMPUS RIO CLARO
Nossa produo tem por base que o ser humano no algo estanque e definitivo, podendo ser moldado e
(re)inventado junto de suas formas de conhecer, experenciar e pensar(-se) no mundo. Tais formas so
regidas por valores que se materializam em economias, intituies e polticas sociais ao longo da histria.
Histria que, tomada na perspectiva efetiva trazida por Foucault, vai de encontro estabilidade, s crenas
nas constncias e processualidades contnuas, imutveis e sagradas desenvolvidas pelo ser humano ao
longo dos tempos. Nada no homem nem mesmo seu corpo bastante fixo para compreender outros
homens e se reconhecer neles dizia o francs. Por esse vis, e atravs do conceito de vida em Nietzsche
que se apresenta como conservao e superao, grosso modo, entendemos que o que se produziu da
Modernidade Contemporaneidade em nome da vida aqui se toma as revolues, declaraes e formas
de produo de bens e do prprio ser humano nada mais foi que um engodo para subjug-la. Isto resta
claro na degradante e vulnervel experincia de vida humana e planetria nos dias atuais. Somente uma
educao que esteja para alm do bem e do mal poder engendrar na sociedade ocidental contempornea
perspectivas de valor que dm conta de ser palco/movimento para o surgimento de um ser humano tico ao
invs de moral, que no desperdice a experincia de estar vivo, podendo assim contribuir para a eficincia
e a efetividade dos direitos humanos e, consequentemente, para a constituio de discursos (psicolgicos,
pedaggicos etc.) voltados muito mais para as liberdades, igualdades e fraternidades...
RACISMO SUTIL: OLHANDO PARA O BRASIL E PARA A ESPANHA
rea temtica: Educao e Direitos Humanos
SYLVIA DA SILVEIRA NUNES UNIVERSIDADE DE SO PAULO
Financiador: FAPESP
Pensar a educao para todos significa olhar para a diversidade que compe a sala de aula. O racismo e
suas implicaes nas relaes humanas fazem parte desse quadro, uma vez que em nossa realidade, a
idia de raa continua presente. H dcadas, o conceito de raa tem sido questionado em diferentes reas
do conhecimento, pois no possvel a delimitao de grupos humanos homogneos o suficiente para
configurar raa. Assim, para a cincia, no existem raas humanas. No entanto, no cotidiano, as
consequncias deste conceito persistem. Pesquisas mostram mudanas na forma de apresentao do
racismo. Nas ltimas dcadas, observamos maior crescimento do racismo sutil em detrimento do racismo
flagrante. Com o objetivo de comparar realidades de dois pases diferentes Brasil e Espanha, a presente
pesquisa combinou mtodos quantitativo (escalas de racismo sutil e flagrante) e qualitativo (entrevistas).
Dentre os vrios grupos humanos possveis de ser alvo de prticas racistas, enfocamos o racismo contra
negros no Brasil e contra ciganos na Espanha. Embora existam diferenas na histria de cada grupo,
comum entre eles o fato de estarem h sculos em territrio brasileiro e espanhol, respectivamente, e
persistirem as prticas discriminatrias contra eles. As escalas foram respondidas por 87 alunos brasileiros
e 80 espanhis. Dentre esses, 3 brasileiros e 5 espanhis foram entrevistados. A anlise das escalas
aponta maior facilidade dos espanhis em declarar o racismo. As entrevistas trazem mais elementos para a
compreenso desse fenmeno, apontando algumas questes da dinmica do preconceito racial, tais como
o problema da sutileza na discriminao, a culpabilizao da vtima e a no percepo da racializao
presente. A concluso no sentido de elucidar formas sutis de apropriao do discurso racial. Sugerimos
outras pesquisas e intervenes a fim de que a reflexo sobre esse problema social favorea a superao
do preconceito nas relaes humanas.
ISSN-1981-2566
5
GNERO, ESCOLA E CONFLITO COM A LEI: UM ESTUDO DE REGISTROS DE ATENDIMENTO A ADOLESCENTES EM
MEDIDA SCIOEDUCATIVA EM MEIO ABERTO
rea temtica: Educao e Direitos Humanos
VNIA APARECIDA CALADO; MARILENE PROENA REBELLO DE SOUZA UNIVERSIDADE DE SO
PAULO; NICOLAU APOENA CASTRO USINAS SIDERRGICAS DE MINAS GERAIS S/A
Financiador: CNPQ
Esta pesquisa aborda a complexa rede de relaes presente na escola para compreender os fatores que
articulam as questes de gnero, fracasso escolar e o cometimento de um delito na escola. O referencial
terico adotado a Psicologia Histrico-Cultural. Objetivos: compreender as relaes estabelecidas entre
adolescentes e escola que produzam atos de indisciplina que culminem no cumprimento de medidas
scioeducativas em meio-aberto; identificar a presena das questes de gnero estabelecidas nas relaes
entre adolescentes e escola. A pesquisa foi realizada num municpio da Grande So Paulo e se encontra
na fase final de anlise dos dados. Na etapa quantitativa mapeamos pastas tcnicas de adolescentes que
cumpriram medida scioeducativa em meio aberto entre 2000-2007, para estudo exploratrio dos atos
produzidos na escola e interpretados como delitos. So 628 pastas, 91,6% meninos, 8,4% meninas; 68,5%
com 15-17 anos; 65% das meninas e 52% dos meninos estudavam; 60% cursavam entre a 5 e a 8 srie
do Ensino Fundamental, proporcionalmente as meninas apresentam maior escolaridade. O censo escolar
de 2007 do Estado de So Paulo, elaborado pelo INEP, apresenta que 85% dos alunos matriculados no
Ensino Fundamental tinham entre 11-14 anos e 20% entre 15-19 anos, perfil diferente da populao
mapeada nesta pesquisa. As meninas cometeram mais furto (25%) e agresso (22%), os meninos mais
roubo (37%) e furto (19%). 19 pastas pertencem a adolescentes que cometeram ato infracional na escola,
sendo a agresso o delito predominante. Na segunda etapa da pesquisa, selecionamos 4 pastas para
anlise da trajetria escolar do adolescente durante o cumprimento da medida. Os atendimentos
apresentam foco individual, sem resgate de trajetria escolar e o que levou ao cometimento do delito, sem
aes em parceria com a escola. A gravidez adolescente se revela como o exerccio de um papel social
diferente e valorizado culturalmente.
A PRESENA DAS IDIAS PEDAGGICAS DA ESCOLA NOVA EM MANUAIS DE PSICOLOGIA EDUCACIONAL DA
DCADA DE 1930
rea temtica: Histria da Psicologia Escolar/Educacional
EDER AHMAD CHARAF EDDINE; SONIA DA CUNHA URT UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO
GROSSO DO SUL
O presente trabalho analisa a influncia das idias pedaggicas na histria da disciplina Psicologia
Educacional. Para isso, focalizamos no perodo que corresponde ao incio da institucionalizao das idias
da Escola Nova, movimento assim denominado porque apresentou um conjunto de princpios que prope a
reviso das formas tradicionais de ensino, embasando-se, inicialmente, na Psicologia e Biologia. Ao discutir
as idias pedaggicas da Pedagogia Nova, nosso intento, de mesmo modo, perceber como a disciplina
Psicologia Educacional desse perodo, sofre as influncias das idias da Escola Nova, difundidas pelo
psiclogo Loureno Filho a partir da dcada de 1930. Para tanto, utilizamos alguns manuais produzidos
entre 1930 at 1940. A disciplina Psicologia foi inserida nas Escolas Normais, mais precisamente, em 1890,
pela Reforma de Benjamim Constant. Contudo, no contexto educacional brasileiro, essa insero,
oficialmente, ocorre por decreto, a partir do ano de 1928, que inclui essa disciplina em seu currculo,
contribuindo com a produo de conhecimento, por meio de pesquisas e estudos realizados em laboratrio
e com as experincias prticas em salas de aula. Nesse sentido, investigamos como a disciplina foi
pensada a partir da anlise de alguns manuais brasileiros produzidos neste perodo, notadamente as obras
Noes de Psicologia aplicadas Educao, de Iago Pimentel, Introduo Psicologia Educacional, de
Noemy da Silveira Rudolfer, e, por ltimo, Estrutura e aprendizagem: novos rumos da psicologia
pedaggica, de Lucia Magalhes e Joaquim Ribeiro, todos editados na dcada estudada. O resultado
evidencia que h uma influncia das idias da Escola Nova nos manuais publicados na dcada de 1930,
principalmente no da Noemy da Silveira Rudolfer.
ISSN-1981-2566
6
DE DOMINATRIX A PARCEIRA: BREVE FOCO SOBRE OS ENCONTROS E DESENCONTROS ENTRE PSICOLOGIA E
EDUCAO
rea temtica: Histria da Psicologia Escolar/Educacional
LILIAN ROSE ULUP; FRANCISCO TEIXEIRA PORTUGAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE
JANEIRO
O trabalho enfoca, brevemente, encontros e desencontros entre psicologia e educao no Brasil, desde
fins do sculo XIX, e avana possibilidades de superao. Inspira-se nas contribuies da psicologia
histrico-social e da psicologia institucional. Alinha-se com aqueles que criticam a prtica psicolgica
escolar baseada no modelo clnico, mas que defendem a importante contribuio da rea na construo de
uma educao de qualidade. A tessitura da parceria entre psiclogo e professor requer a mudana das
representaes sociais hegemnicas modos de pensar, sentir, viver sobre o psiclogo escolar.
preciso que: a) este encare criticamente o papel desempenhado pela cincia psicolgica, ainda presente
em alguns domnios, baseada numa concepo especialista -a qual sobredetermina, com conceitos psi, a
variedade do cotidiano escolar-, patologizante e adaptacionista, que entende os processos psquicos como
naturais, resultantes de uma essncia humana; tal abordagem, conforme demonstrado por diversos
autores, tanto da educao quanto da psicologia, contribui para a produo do fracasso escolar, atribuindo
a culpa ao indivduo seja o aluno, seja sua famlia; b) o professor encare o psiclogo no mais como
detentor de um saber tcnico capaz de tudo resolver ou como algum cuja colaborao para os processos
educacionais prescindvel. Tal parceria requer que o psiclogo deixe de ocupar o lugar que, em algumas
prticas, lhe apraz e que, em certos dispositivos de trabalho, lhe atribudo. preciso que tanto ele quanto
o professor construam um novo olhar entre si. Essa a abordagem que tem formado o estgio curricular e
a disciplina de psicologia escolar no Instituto de Psicologia / UFRJ.
PSICOLOGIA E RENASCIMENTO: ESTUDAR O HOMEM A PARTIR DE DA VINCI E MAQUIAVEL
rea temtica: Histria da Psicologia Escolar/Educacional
LUCIANA DADICO UNIVERSIDADE DE SO PAULO
Financiador: CNPQ / MINISTERO DEGLI AFFARI ESTERI ITALIA
Durante o Renascimento, assistiu-se a profundas mudanas na conformao do homem moderno, mas,
fato relevante para a histria da Psicologia, as transformaes tambm no modo de se compreender e
estudar o homem de ento. A difuso da leitura e da escrita em latim e em vulgar contriburam na
reelaborao do pensamento medieval a partir do acesso aos textos filosficos clssicos, enquanto a
perspectiva cientfica auxiliava na promoo de substanciais alteraes perceptivas envolvidas no
desenvolvimento de novas formas de pensamento e de representao artstica. Leonardo Da Vinci, a partir
de uma concepo da arte como expresso das emoes humanas, buscar identific-las por meio das
alteraes que estas promovem na fisionomia do rosto, agora estudadas e sistematizadas. As linhas da
face passam a ser vistas como sinais exteriores do que se conceber como mundo interno do homem, sua
"alma", "esprito" ou "inconsciente". Maquiavel, por sua vez, preocupado em estabelecer regras polticas
que auxiliassem politicamente os governos locais em meio a um perodo de grande instabilidade, ir
ocupar-se dos homens agrupados em povos e corporaes, coesos por meio de sentimentos como amor ou
temor. Responsveis por instituir um novo modo de olhar o ser humano, procurando as regras e as
excees daquilo que outrossim podemos chamar a "essncia" ou a "interioridade" do homem, ambos
deram importantes passos na direo de uma Psicologia compreendida como cincia, voltada ao estudo do
ser humano em seus aspectos objetivos e subjetivos, com implicaes importantes para o pensamento
psicolgico moderno.
TRAJETRIA DE UMA EQUIPE DE PSICOLOGIA INSERIDA NA REDE MUNICIPAL DE EDUCAO DE PORTO ALEGRE
rea temtica: Histria da Psicologia Escolar/Educacional
MARTA XAVIER FADRIQUE; LUCIA ALMEIDA DA SILVA; SIRLENE REGINA DA COSTA GINDRI; ANA
CRISTINA BRUM DA SILVA; MARA LAGO SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAO
Este trabalho pretende apresentar reflexes sobre a trajetria de uma equipe de psiclogas a servio das
escolas da Rede Municipal de Educao de Porto Alegre, discutindo a construo de uma oferta de
trabalho que leve em conta a escola como uma instituio, cujas demandas podem ser mais bem
trabalhadas a partir da perspectiva da Psicologia Institucional. Os primeiros profissionais da Psicologia
iniciaram o trabalho na SMED de Porto Alegre no final dos anos 80, como parte de uma equipe
ISSN-1981-2566
7
multidisciplinar para avaliao de crianas para ingresso nas escolas especiais. Posteriormente, os
psiclogos passaram a fazer parte das equipes de assessoria que atendiam as escolas de Ensino
Fundamental, Mdio e Educao Infantil. Com o aprofundamento do movimento de Incluso, mudaram as
demandas das escolas: surgem desde questes relacionadas aos processos de Incluso, a dificuldades de
aprendizagem ou de adaptao dos alunos ao regramento escolar; at problemas com funcionrios, nas
relaes de trabalho e no gerenciamento de conflitos entre os educadores Se por um lado esta ampliao
do trabalho possibilitou aos profissionais um deslocamento da lgica dos especialismos, por outro, tornou
imprescindvel a formulao de uma oferta da Psicologia que se diferenciasse das ofertas tradicionais e
escapasse de uma lgica individualista na compreenso dos problemas. A partir disso, procuramos pensar
em outro modo de responder aos pedidos da escola, com o aporte da Psicologia Institucional, pois
individualizar e centrar a dificuldade no aluno ou no professor no tem se mostrado eficiente, j que no
contempla espaos de reflexo sobre os institudos da escola nem promove transformaes significativas
no cotidiano escolar.
PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL NA PRIMEIRA REPBLICA: A TEORIA DE MANOEL BOMFIM
rea temtica: Histria da Psicologia Escolar/Educacional
RAFAEL PINHEIRAL FERREIRA
O presente trabalho objetiva realizar uma anlise qualitativa das aplicaes da psicologia ao campo
educacional da teoria de Manoel Bomfim (1868-1932) e compar-las com as atuais diretrizes do Conselho
Federal de Psicologia e a atuao contempornea dos psiclogos escolares. Professor e mdico sergipano,
Bomfim, principalmente durante a Primeira Repblica, entre os anos de 1890 a 1932, teve forte atuao no
cenrio educacional brasileiro na capital da recm-formada Repblica, atuando por muitos anos na Escola
Normal, no Liceu de Educao e no Pedagogium, o museu pedaggico brasileiro, extinto no ano de 1919.
Para o autor, a educao seria um fato natural que corresponderia forma mais elementar no processo de
formao psicolgica dos indivduos, conferindo-lhes os meios para atingir e realizar as contingncias do
viver humano, apresentando-se como uma necessidade resultante do viver social, das atividades de
adaptao do homem e tendo como principal objetivo preparar o indivduo para que pudesse desenvolver
de forma eficaz sua sade fsica e mental, desenvolver instruo suficiente para que os indivduos
conhecessem a si mesmos e ao meio em que viviam, dotando a inteligncia ento de bons mtodos de
pensar, bem como de capacidades de ateno e observao e qualidades de iniciativa e crtica. A
educao aparecia como toda ao sistemtica ou interveno necessria na formao do indivduo, aonde
se conquistaria ento a qualidade de ser humano, em que a psicologia seria a forma pela qual se
desenvolveriam estratgias e estudos para que esses objetivos pudessem ser alcanados. Em suma, seria
por meio das intervenes educacionais mediadas pela atuao dos psicologistas, termo utilizado na
poca, que se desenvolveriam todas as potencialidades que caracterizariam o indivduo, de onde o autor
postulou que a educao deveria ser obrigao do Estado nacional e acessvel a toda populao, para a
formao de uma nao forte e saudvel.
ORIENTAO PROFISSIONAL E PROTOCOLO: UMA DUPLA QUE D CERTO?
rea temtica: Orientao Profissional
LUCIANA PIRES CORRA NEVES; MRIO JOS BERTINI SILVA DE JESUS; LAS PARANAIBA; CARMEN
LCIA REIS UNIVERDADE FEDERAL DE UBERLNDIA
A orientao profissional tem se mostrado ao longo dos anos como um tipo de interveno capaz de
consubstanciar a escolha profissional contribuindo para a tomada de decises que levem em conta um
nmero muito maior de determinaes e maior qualidade na anlise das mesmas. Nesse contexto, o
presente trabalho pretende apresentar o uso do protocolo enquanto recurso de interveno com
adolescentes. Define-se protocolo como o relato dos fatos que se passaram com o grupo durante a sesso;
esse deve ser realizado por apenas uma pessoa. Ressalta-se que esse registro pode ser realizado
livremente, podendo ser escrito ou no, desde que represente os fatos que ocorreram naquele encontro a
ser registrado. O procedimento relatado nesse trabalho foi realizado com um grupo de trs adolescentes
com mdia de idade 17 anos, que cursam 2 e 3 ano do ensino mdio e curso pr-vestibular, em encontros
semanais. O protocolo foi utilizado como disparador para reflexes sobre as problemticas apontadas pelos
adolescentes sobre a escolha profissional. O uso desse recurso possibilitou aos adolescentes uma tomada
de conscincia sobre as determinaes da escolha e um maior engajamento no processo de orientao
profissional.
ISSN-1981-2566
8
REFLEXES SOBRE O PAPEL DA ESCOLA NA CONSTRUO DO PROJETO DE VIDA DO ADOLESCENTE
rea temtica: Orientao Profissional
MARIA ELISA GRIJ GUAHYBA DE ALMEIDA
Vrios so os fatores que influenciam na construo de um projeto de vida. Porm a escola, pelo fato de
ser o lugar onde o adolescente passa grande parte do seu tempo, fator de forte influncia tanto no
desenvolvimento vocacional, como na socializao, na formao da identidade e no desenvolvimento da
personalidade dos adolescentes. Esta comunicao tem por objetivo refletir sobre a importncia do papel
da escola no processo de construo do projeto de vida do adolescente e levantar questes a respeito de
como as atuais prticas educacionais vm contribuindo nesse processo. Destacamos como desafios
importantes a articulao do saber escolar com as experincias cotidianas, de forma a dar sentido
aprendizagem e ao saber adquiridos na escola, assim como a ideia de orientao profissional enquanto um
processo contnuo ao longo da escolaridade. A orientao profissional, inserida no contexto escolar,
pensada em forma de processo contnuo e no apenas como uma interveno pontual permite auxiliar
o jovem na escolha de uma profisso, mas tambm se constitui como um espao de reflexo crtica a
respeito do sentido da escola e do trabalho, bem como da realidade na qual o adolescente est inserido e
elabora o seu projeto de vida.
TRABALHANDO A ESCOLHA PROFISSIONAL COM GRUPO DE ADOLESCENTES.
rea temtica: Orientao Profissional
MARIANA DE ABREU BARBOSA PEREIRA DA SILVA; ALISSON MACHADO BORGES; CARMEN LCIA
REIS UNIVERDADE FEDERAL DE UBERLNDIA
A Orientao Profissional, no Brasil, pode ser vista, geralmente, como apenas um auxlio na escolha de
uma profisso ou carreira, visando satisfao do que escolhe. Porm, ao nos aproximarmos do fenmeno
escolha, percebemos que necessrio uma busca cuidadosa dentre as diversas possibilidades,
considerando-se os determinantes da escolha. Nesse sentido, o trabalho do orientador profissional deve
visar criao de espaos para discusso e reflexo sobre o escolher de modo que permita a produo de
novos sentidos e a apropriao, de fato, dessa (s) escolha (s). O presente trabalho refere-se ao relato de
uma experincia de estgio em Orientao Profissional, realizado na clnica escola do Instituto de
Psicologia da Universidade Federal de Uberlndia. Participam desse servio um grupo de 4 jovens com
faixa etria de 16 anos que esto cursando o 3 ano do Ensino Mdio em escola da rede de ensino privada
da cidade de Uberlndia-MG. Esse foi divido em quatro eixos temticos: autoconhecimento, informao
sobre cursos tcnicos e em nvel de Ensino Superior, mercado de trabalho e vestibular/universidade, que
so desenvolvidos em aproximadamente doze encontros. Para discutir os temas citados utilizamos jogos,
vivncias, visualizaes, pesquisas sobre as profisses e os cursos desejados. O uso de tais recursos tem
possibilitado que esses jovens percebam a escolha de uma profisso com mais segurana e clareza, onde
esta assume um lugar de significativa importncia no plano individual, uma vez que a escolha profissional
envolve a definio de quem se deseja ser muito mais do que a escolha do que fazer.
SINGULARIDADES DO SUJEITO-PROFESSOR DA EJA PELO OLHAR DA COMPLEXIDADE.
rea temtica: Orientao Profissional
SILVANA DE OLIVEIRA CORTADA; ELAINE TERESINHA DAL MAS DIAS UNIVERSIDADE NOVE DE
JULHO
Financiador: CAPES / PROSUP
O presente trabalho aborda a presena da subjetividade nas falas dos professores da EJA (Educao de
Jovens e Adultos) referenciadas pela a noo de sujeito da Teoria da Complexidade de Edgar Morin. Como
metodologia apresenta pesquisa qualitativa que versa sobre a anlise de depoimentos utilizando, como
procedimento, a tcnica da histria oral temtica, por fornecer subsdios ao entendimento de como o
docente v a si mesmo e o outro, as relaes scio-educativas e o trabalho pedaggico. Objetiva a
identificao das singularidades que determinam suas relaes interpessoais e a conduo do fazer
educativo, partindo da hiptese de que este professor apresenta caractersticas peculiares e interesses
pessoais que o orientam para esse segmento educacional. Conclui-se que dar voz ao professor favorece a
manifestao de sentimentos e emoes, certezas e incertezas, alegrias e angstias, limitaes e acertos
na descrio de como cada um direciona o ato educacional, denotando o sentido de sua trajetria no
contexto educativo. Obteve-se a resposta de que solidariedade, altrusmo e afetividade so marcas
ISSN-1981-2566
9
identitrias comuns a esses professores, sujeitos abstrados de suas histrias de vida, com verdades
objetivas interiorizadas como realidade subjetiva.
O PROCESSO DE ESCOLHA PROFISSIONAL DE ADOLESCENTES DE UBERABA-MG: DEMANDAS E MOTIVAES
rea temtica: Orientao Profissional
WANDERLEI ABADIO DE OLIVEIRA; WALTER MARIANO DE FARIA SILVA NETO; JORGE LUIZ DA SILVA;
FLVIA ROBERTA BASSO; IVONILDA CRUZ CARDOSO; FERNANDA ASSIS COSTA UNIVERSIDADE
DE UBERABA
A escolha profissional , em geral, um processo que deve ser fomentado dentro de parmetros e
motivaes pessoais, que conciliem a realizao pessoal e profissional com as expectativas do mercado.
Assim, neste estudo, objetivou-se caracterizar a escolha profissional de adolescentes do municpio de
Uberaba-MG, comparando as motivaes das escolhas entre alunos da rede pblica e da rede particular.
Para tanto, foram realizadas quatro entrevistas com adolescentes, com idade mdia de 17 anos,
concluintes do ensino mdio. Os participantes da pesquisa j realizaram suas escolhas, quais sejam: dois
adolescentes pretendem realizar cursos na rea de Exatas Engenharia e Sistema de Produo; e os
outros dois pretendem, respectivamente, cursar Administrao de Empresas e Direito. Ainda existem
dvidas quanto ao futuro profissional e estas refletem as exigncias para que acontea uma sntese entre a
responsabilidade individual e a social. Para que as escolhas fossem realizadas os entrevistados buscaram
informaes sobre as reas e tendem a conciliar seus desejos pessoais com a prtica profissional.
Destaca-se que os jovens da rede pblica tm maior contato com o mercado de trabalho, pois atuam ou
esto envolvidos em grupos que propiciam este contato. Na outra ponta, os alunos da rede privada
conseguem vislumbrar o mercado com outras perspectivas, definindo metas quanto aos cursos e
instituio em que desejam ingressar na graduao. No que tange a profisso dos pais, esta foi
mencionada como influncia para a escolha apenas por um dos participantes. A partir dos resultados,
identifica-se uma necessidade de aes de orientao profissional nos ambientes escolares, que permitam
ao jovem obter conhecimentos pertinentes ao definir seu futuro profissional. Elucida-se, contudo, que a
orientao profissional no se limita graduao e isso exige iniciativas de instruo que respeitem as
caractersticas pessoais, os desejos, as tendncias e os contextos sociais em que os jovens esto
inseridos.
FAMLIA-ESCOLA: UMA ANLISE DAS PRODUES ACADMICAS NOS LTIMOS CINCO ANOS
rea temtica: Famlia
CARLA PELLICER DOS SANTOS; PAULA CRISTINA MEDEIROS REZENDE UNIVERSIDADE FEDERAL
DE UBERLNDIA
Financiador: CNPQ
Este trabalho compreende um levantamento bibliogrfico realizado na base de dados Biblioteca Virtual de
Sade BVS acerca do tema famlia-escola, para a compreenso dos sentidos nas produes acadmicas
dos ltimos cinco anos. Foram utilizados diferentes descritores, a saber: famlia e escola (274), famlia e
creche (30), reunio de pais (0), famlia-escola (2). Por meio da leitura dos resumos, selecionaram-se
aqueles que apresentavam uma discusso sobre o relacionamento entre a famlia e a escola no contexto
educacional. Ao todo foram eleitas 10 publicaes para a presente anlise, destacando que o elevado
nmero de artigos encontrados abrange discusses relacionadas a diferentes reas e a discusses
especficas sobre famlia e escola. O levantamento situado na BVS no pretende esgotar as produes
acadmicas existentes sobre a temtica. A leitura e anlise dos artigos possibilitaram a produo de alguns
sentidos: relao famlia-escola compreendida como colaborao na qual cada uma das instncias possui
um conjunto determinado de funes que se complementam; a forma de escola e famlia se relacionarem
est arraigada em concepes sociais, econmicas e histricas de idealizao da escola associada a uma
submisso das famlias que encontram dificuldades na participao escolar devido jornada de trabalho;
cobrana das escolas pela participao ativa das famlias em atividades em casa, nas reunies de pais,
festas da escola, considerando este aspecto como fundamental para o sucesso escolar dos alunos. Estas
reflexes suscitaram questionamentos importantes sobre aspectos que extrapolam as questes referentes
ao sucesso ou fracasso escolar de crianas, pensando a relao famlia-escola como fundamental para
discutir aspectos ideolgicos, histricos e sociais que perpassam a educao, a construo da infncia na
nossa sociedade. Acredita-se que importante dar visibilidade para desigualdades que se configuram no
ISSN-1981-2566
10
contexto educacional, permitindo a construo de um compromisso social e de relaes mais horizontais
entre os diferentes protagonistas da educao.
O LUGAR DOS PAIS NA ESCOLA SEGUNDO OS EDUCADORES: UM ESTUDO SOBRE PARCERIA FAMLIA-ESCOLA
rea temtica: Famlia
JOSIANE DA COSTA MAFRA SOUZA; LCIA HELENA FERREIRA MENDONA COSTA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE UBERLNDIA
Este trabalho um recorte de uma pesquisa qualitativa mais ampla e visa compreender os significados
construdos pelos educadores a respeito da parceria pais-escola. Esta pesquisa teve como colaboradoras
uma diretora e uma educadora do ensino fundamental de nove anos e de uma escola pblica municipal da
periferia de Uberlndia-MG. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, aplicadas individualmente,
com durao mdia de uma hora e trinta minutos, versando sobre: O que voc entende por parceria entre
educadores e pais? Em sua opinio como deveria ser ou acontecer esta parceria? Como os pais podem
contribuir com vocs em relao aprendizagem das crianas? Aps a transcrio das entrevistas, foram
identificados trs blocos temticos: (1) Parceria famlia-escola: o que ? (2) Parceria famlia-escola: Como
e como deveria ser? (3) Lugar dos pais na escola. Analisando os dados, as educadoras revelaram que a
parceria acontece quando pais e escola ajudam-se mutuamente, a amizade mtua para chegar a um bem
comum visando o desenvolvimento da criana. Pais e educadores dialogando e no transferindo
responsabilidades. Afirmaram, ainda, que o dilogo deve ocorrer com constncia, onde a troca de
experincia possa ocorrer espontaneamente. O conhecimento do mtodo e processo pedaggico da escola
por ambas as partes, facilitar que falem a mesma lngua, bem como para auxiliarem e acompanharem o
desenvolvimento da criana. Por fim, as entrevistadas asseguraram que a parceria deve acontecer atravs
de reunies agendadas, encontros espordicos atravs da escola aberta. Neste sentido, a pesquisa
evidenciou que para os educadores os pais tambm devem ser educadores, que precisam apoiar o
professor, dando opinies, aprendendo com os filhos na escola, enfim, sendo responsveis pela educao
social da criana. Deste modo, este trabalho procura evidenciar que a parceria possibilita melhorar o
ambiente escolar, e transformar a experincia educacional dos alunos numa vivncia mais significativa.
FAMLIA E ESCOLA: UMA PARCERIA POSSVEL E NECESSRIA?
rea temtica: Famlia
JULIANA MENDES ALVES; MARIA TEREZA DA CUNHA COUTINHO PONTIFCIA UNIVERSIDADE
CATLICA DE MINAS GERAIS
Famlia e escola: uma parceria possvel e necesria? Este trabalho uma proposta de reflexo sobre a
funo da famlia e da escola nos dias atuais, aps tantas mudanas destas duas instituies to
importantes na constituio do sujeito. Escola e famlia em um novo contexto, com novas funes, precisam
se reorganizar para funcionarem em parceria, contribuindo positivamente no processo ensino
aprendizagem. Com este estudo foi possvel refletir sobre as funes da famla e da escola, e como isso
tem contribuido positivamente no contexto educacional nos dias atuais. E com a pesquisa de campo foi
possvel ilustrar essa realidade. Com a observao do contexto escolar e a participao da famlia nos
processos educacionais, percebeu-se que tanto a escola quanto a famlia encontram-se perdidas na
atuao eficiente no processo ensino aprendizagem de seus educandos (as ) e filhos (as).
FAMLIA E ESCOLA: ESPAOS DE PROMOO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
rea temtica: Famlia
LAURA MARISA CARNIELO CALEJON; GUILLERMO ARIAS BEATN UNIVERSIDADE DE HAVANA;
ADRIANA MOLINA UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL / CENTRO DE DESENVOLVIMENTO
PROFISSIONAL E PESSOAL
Financiador: FAPEMIG
Uma das linhas de pesquisa do grupo Aprendizagem, Construo do Conhecimento e Contexto
Sociocultural trata da famlia e da escola como espaos de promoo do desenvolvimento humano, assim
como do dilogo, considerado necessrio entre estas instituies ou espaos sociais de promoo do
desenvolvimento. As investigaes nesta direo so orientadas por resultados de pesquisas realizadas
por Arias Beatn e seus colaboradores na Universidade de Havana e em outros centros de investigao no
contexto cubano. O grupo citado sistematizou, ao longo dos anos e a partir de diferentes investigaes,
caractersticas daquelas famlias que se mostravam capazes de promover o desenvolvimento de seus
componentes. As investigaes sustentam polticas pblicas e organizao de programas de ateno no
ISSN-1981-2566
11
contexto mencionado. Os estudos sobre famlias desenvolvidos pelos pesquisadores do grupo e por alunos
do curso de especializao em Psicopedagogia tomam como referncia os indicadores assinalados,
construdos a partir do enfoque Histrico-cultural, procurando analis-los de forma crtica, a partir do
contexto cultural em que foram produzidos. A anlise aponta para a reafirmao de alguns indicadores de
famlia potenciadoras no nosso contexto, e para a necessidade de reviso de outros encontrados no
contexto cubano, dadas as peculiaridades do contexto brasileiro.
O ENVOLVIMENTO DOS PAIS NA EDUCAO ESCOLAR DOS FILHOS: UM ESTUDO EXPLORATRIO
rea temtica: Famlia
LUCIANA B. FEVORINI; JOS FERNANDO BITENCOURT LOMONACO UNIVERSIDADE DE SO PAULO
O presente estudo procurou avaliar o grau de envolvimento de pais das classes sociais mdia-alta e alta da
populao na educao escolar dos seus filhos. A seleo das escolas particulares da cidade de So Paulo
foi feita a partir dos resultados de seus alunos no exame do ENEM (Exame Nacional do Ensino Mdio):
escolheu-se uma escola com boa colocao (entre as dez primeiras), uma com colocao mdia (entre as
60 primeiras) e uma que no obteve bons resultados. O instrumento para a coleta de dados foi a entrevista
semi-estruturada. Foram realizadas 13 entrevistas com casais ou apenas com a me, totalizando 21
entrevistados. A anlise dos resultados revelou que estes pais e mes, contrariando esteretipos e/ou
crenas comuns a respeito do envolvimento dos pais na vida escolar dos filhos, mostraram-se muito
envolvidos com a escolaridade de seus filhos e afirmaram no delegar escola tarefas como a formao de
valores e o estmulo disciplina. A idia de diferentes estudiosos de que a famlia vive uma crise de valores
e de autoridade e que delega escola tarefas que no se sente capaz de realizar no foi corroborada neste
estudo. Em face dos resultados foram sugeridos alguns caminhos para a escola desenvolver uma parceria
efetiva com as famlias de seus alunos: estabelecer relaes simtricas e de co-responsabilidade com os
pais e oferecer a eles espaos de debate e reflexo sobre questes que vivenciam no dia a dia com seus
filhos.
ESCOLHAS DE TRAJETRIAS ACADMICAS E REPRESENTAES SOCIAIS DA UNIVERSIDADE PBLICA ENTRE
EX-ALUNOS DA ESCOLA PBLICA
rea temtica: Ensino Superior
DAVID A. ROMEROS DE ASSIS; CARLOS HENRIQUE GERKEN UNIVESIDADE FEDERAL DE SO
JOO DEL-REI
Financiador: FAPEMIG
Preocupados em compreender alguns dos mecanismos subjetivos implicados no acesso Universidade
Pblica por parte de jovens oriundos da escola pblica, realizamos em 2007, uma pesquisa na qual foram
investigadas as representaes sociais de um grupo de alunos do 3 ano do ensino mdio de uma escola
pblica de So Joo del-Rei a respeito de seu ingresso em uma Universidade Pblica. Este trabalho nos
mostrou que as representaes sociais do referido grupo colocavam a instituio Universidade Pblica em
posio de destaque, como local de realizao pessoal e profissional, tal como um templo do conhecimento
presente nos sonhos mais remotos dos alunos. Mas concomitante a esse contedo, outro, igualmente
relevante, apontava para a impossibilidade do ingresso, para as dificuldades percebidas na realizao de
um desejo fugidio. Na presente pesquisa buscamos compreender, dois anos mais tarde, quais foram as
trajetrias escolhidas por estes mesmos alunos, o porqu de suas escolhas, as estratgias para efetiv-las
e como estas se relacionam com as representaes sociais da Universidade Pblica. Para tanto
aplicaremos um questionrio em 141 sujeitos a fim de entender quais foram seus destinos aps o ensino
mdio. Em um segundo momento elegeremos pequenos grupos de sujeitos que fizeram as mesmas
escolhas e realizaremos com eles entrevistas em profundidade. Nosso referencial terico a teoria das
representaes sociais de Serge Moscovici. Tentaremos ainda fazer uma aproximao da Psicologia Social
com pesquisas da Sociologia da Educao. Para a leitura dos dados utilizaremos a analise de contedo de
Bardin. Como resultados esperamos encontrar elementos que nos permitam refletir sobre o quanto os ex-
alunos so sujeitos de suas escolhas e de que maneira suas representaes podem ajuda-los a vencer
certas determinaes sociais.
A PARTICIPAO DA ESCOLA NA CONSTRUO DE TRAJETRIAS DE SUCESSO ESCOLAR: REFLEXES A PARTIR
DE HISTRIAS DE ESTUDANTES DAS CAMADAS POPULARES NO ENSINO SUPERIOR PBLICO
rea temtica: Ensino Superior
DBORA CRISTINA PIOTTO; RENATA DE OLIVEIRA ALVES UNIVERSIDADE DE SO PAULO
ISSN-1981-2566
12
Os estudos sobre o fracasso escolar que partem de uma concepo crtica da relao entre escola e
sociedade e discutem a participao da escola em sua produo so mais numerosos do que pesquisas
sobre o sucesso escolar que partem de tal perspectiva. Alguns estudos brasileiros se dedicaram a
pesquisar trajetrias escolares bem-sucedidas, porm seus focos de investigao foram as prticas
educativas familiares. Assim, o objetivo do presente trabalho discutir algumas questes relativas
participao da escola na construo de trajetrias de sucesso escolar nas camadas populares. Para isso
analisamos aspectos de entrevistas em profundidade realizadas com duas estudantes de Pedagogia de
uma universidade pblica, provenientes das camadas populares. Com base nas contribuies de estudos
sobre o tema, bem como em alguns conceitos da teoria histrico-cultural, discutimos como a escola esteve
presente na construo das trajetrias analisadas.
A VISO DE ESTUDANTES UNIVERSITRIOS DAS CAMADAS POPULARES SOBRE A CONTRIBUIO DA ESCOLA
PARA SUAS TRAJETRIAS
rea temtica: Ensino Superior
DBORA CRISTINA PIOTTO UNIVERSIDADE DE SO PAULO
Os estudos que versam sobre trajetrias de escolarizao bem-sucedidas nas camadas populares so
pouco freqentes quando comparados ao nmero de estudos que tratam do fracasso escolar. Nas
pesquisas que investigam o tema, destaca-se a discusso sobre o papel e a contribuio da famlia para a
construo de histrias de sucesso escolar nos meios populares. Procurando contribuir para o debate sobre
qual o papel da escola na construo do sucesso escolar, objetivo do presente trabalho apresentar e
discutir a viso de estudantes do ensino superior pblico, provenientes das camadas populares, sobre sua
experincia escolar. Para isso foram entrevistados cinco estudantes oriundos das camadas populares e que
ingressaram em cursos de alta seletividade de uma universidade pblica paulista, a saber: Administrao,
Biologia, Farmcia, Medicina e Psicologia. Dos relatos dos estudantes destaca-se que, muito embora eles
team crticas educao recebida, sobretudo no que se refere experincia em escolas pblicas, eles
tambm reconhecem algumas contribuies dessa mesma escola para suas trajetrias.
PROCESSOS DE APRENDIZAGEM E ENSINO NA UNIVERSIDADE:UMA ANLISE DOS ARTIGOS PUBLICADOS NA
REVISTA DA ASSOCIAO BRASILEIRA DE PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCIONAL
rea temtica: Ensino Superior
SYLVIA HELENA SOUZA DA SILVA BATISTA; IVELY ABDALLA; SONIA ABDALLA; CINTHIA REGO;
THAMIRES DA SILVA SOUTO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SO PAULO
Financiador: CNPQ
Este trabalho inscreve-se no mbito do projeto Docncia, inovao curricular e formao: da produo
cientfica nacional (1997-2007) a propostas de desenvolvimento docente em sade (CNPQ). Assume-se
que os processos de aprendizagem e ensino articulam teoria e prtica, mediando a construo de saberes
na interface dos campos cientficos. OBJETIVO: Identificar e caracterizar artigos publicados na Revista da
Associao Brasileira de Psicologia escolar e Educacional que abordem processos de aprendizagem e
ensino na universidade, perodo de 2001 a 2008. O processo de coleta de dados envolveu localizao dos
artigos atravs dos identificadores de assunto ensino superior, aluno, aprendizagem, professor, ensino,
optando pelo perodo em que todos os nmeros da revista esto disponveis on-line. Aps a localizao,
cuja busca incidiu somente na seo artigos originais, procedeu-se a leitura dos mesmo identificando-se a
origem institucional dos autores, focos de investigao, desenhos metodolgicos e principais resultados.
Mapeou-se 17 artigos publicados, com a produo publicao distribuindo-se em todo o perodo estudado.
Os artigos trazem como autores pesquisadores, principalmente, da regio sudeste do pas, com significativa
incidncia de estudos no campo dos processo de aprendizagem, assumindo o estudante universitrio como
o sujeito nuclear das pesquisas. Um achado importante refere-se natureza quali-quantitativa dos estudos,
trazendo como temticas: leitura na universidade, mtodos de estudo, motivao, aprendizagem de
lnguas, dilemas morais, adaptao de ingressantes, criatividade, rendimento e estratgias pedaggicas,
mudana de curso, concepes de estudantes, concepes de docentes, avaliao da aprendizagem,
autoconceito. Os dados captados permitem reconhecer os processos de aprendizagem e ensino na
universidade como um campo temtico significativo, trazendo enfoques a serem descortinados e
demandando um aprofundamento dos recortes que possam envolver o docente universitrio e sua
formao, ampliando compreenso dos processos de constituio da docncia em cursos superiores a
partir de uma perspectiva complexa e multireferenciada.
ISSN-1981-2566
13
DOCNCIA NO ENSINO SUPERIOR, PSICOLOGIA DA EDUCAO E LICENCIATURAS: O DESAFIO NA FORMAO DE
PROFESSORES
rea temtica: Ensino Superior
VIVIANE PRADO BUIATTI MARAL; CIRLEI EVANGELISTA SILVA SOUZA UNIVERSIDADE FEDERAL
DE UBERLNDIA
A Psicologia da Educao uma das disciplinas oferecidas nos cursos de formao de professores, sendo
obrigatria s licenciaturas. tambm uma rea de pesquisa com implicaes para a aprendizagem e o
ensino, que tem relaes com a prtica educacional, o que significa que toda construo de seu trabalho
consiste em unir a prtica da educao escolar em seus diferentes nveis de ensino com a psicologia
cientfica. Para ns, docentes, o grande desafio est em se pensar nesta disciplina de forma
contextualizada, para que no se torne algo isolado da realidade dos diferentes cursos de licenciatura.
Temos buscado, em nossa prtica, fazer esta reflexo e empreender esforos para vincular o ensino da
Psicologia da Educao ao contexto de cada curso, estando voltados para as problemticas que os
licenciados vivenciaro futuramente em sua prtica cotidiana enquanto professores. Nessa perspectiva, a
Psicologia da Educao objetiva contribuir para que os professores desenvolvam uma perspectiva terico-
prtica de atuao, visto que esta disciplina tem a funo de refletir sobre as diferentes posies e olhares
a partir dos quais possam ser pensadas a realidade educacional e as relaes sociais nela presentes. Para
que isso acontea, preciso se discutir sobre os conhecimentos construdos socialmente e que podero ser
teis ao trabalho do professor, reflexo que depender do modo como a Psicologia da Educao ser
ministrada, apreendida, refletida e concretizada na prtica pelos licenciados e pelos docentes que a
lecionam. Dessa forma, percebe-se que a docncia no Ensino Superior compreende inmeros desafios que
envolvem uma atuao muito solitria que, por vezes, se reflete na prtica do professor formador por meio
da apropriao dos currculos e ementas das disciplinas prontas e delineadas por outros, que precisariam
ser repensadas para que seu fazer esteja sempre em consonncia com as novas demandas de
aprendizagem que se consolidam socialmente.
O DILOGO ENTRE ADOLESCENTES E PROFESSORES NUMA VISO HISTRICO-CULTURAL
rea temtica: Desenvolvimento Humano
CLUDIA SILVA DE SOUZA; DBORA NOGUEIRA TOMS; LCIA HELENA DE PAULA MENEZES
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLNDIA
Esta pesquisa se insere numa perspectiva crtica em psicologia, que compreende a escola como um dos
contextos de desenvolvimento, uma vez que o adolescente se constitui por meio de relaes que
estabelece com seus pares e com os adultos envolvidos em seu processo de aprendizagem. Neste estudo,
investigamos algumas interaes que acontecem no espao escolar, partindo da anlise das concepes
dos adolescentes acerca dos dilogos que eles instituem com os seus professores. Constatamos que os
assuntos discutidos com maior frequncia esto relacionados vida escolar, especialmente aos contedos
das matrias estudadas em sala de aula. Temas da vida cotidiana, como festas, futebol, novelas, tambm
foram mencionados, porm com menor intensidade. Quando questionados sobre o que gostariam de
conversar com os docentes, alguns adolescentes manifestaram o desejo de aprofundar o dilogo acerca de
assuntos em que eles pudessem refletir e ampliar seus projetos e experincias de vida. Alm disso,
verificamos em alguns relatos uma dissociao entre o ensino e a aprendizagem, na qual este processo
no visto como algo dialtico, ou como uma relao de troca entre professor e aluno, mas apenas como
uma transmisso de informaes. Esses dados so preocupantes, pois a escola consiste num espao de
formao humana para alm da transmisso de contedos, onde o adolescente encontra, ou deveria
encontrar contribuies mais efetivas para o seu processo de subjetivao, com vistas construo da
autonomia.
CRITRIOS MEDIACIONAIS E OS CONTOS DE FADA COMO ELEMENTOS PROMOTORES DO DESENVOLVIMENTO
INFANTIL
rea temtica: Desenvolvimento Humano
DBORA NOGUEIRA TOMS; CELIA VECTORE; FERNANDA MACHADO; JULIENE MADUREIRA
FERREIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLNDIA
O desenvolvimento e a aprendizagem da criana pequena vm sendo alvo de muitas pesquisas ao longo
das ltimas dcadas, tendo em vista que o cuidado nos primeiros anos de vida so considerados
fundamentais para um desenvolvimento satisfatrio. Algumas caractersticas do comportamento do adulto
ISSN-1981-2566
14
nas interaes infantis podem criar experincias de aprendizagem e conseqentemente promover o
desenvolvimento, o que chamamos de mediao. Este trabalho apresenta cinco critrios mediacionais que
devem ser enfatizados nas interaes adulto-criana, em especial, nos contextos de educao infantil. So
eles: focalizao, expanso, afetividade, recompensa e regulao do comportamento. Isto corrobora com
pesquisas que mostram que quando as crianas experimentam uma aprendizagem mediada desde os
princpios da educao infantil, desenvolvem comportamentos que potencializam suas aes de
aprendizagem no futuro. Neste estudo, os contos de fada foram inseridos como instrumento auxiliar na
construo de significados da vida diria, pois eles oferecem sentido ao mundo, sendo essencial sua
incluso no cotidiano infantil. Foram realizadas seis sesses, junto a um grupo de crianas de 5 anos de
idade, numa creche do interior de Minas Gerais. No primeiro momento foi explicado o objetivo do trabalho
para as crianas a fim de conseguir o consentimento das mesmas. Os encontros que se seguiram foram de
narrativas, sendo dois utilizando os critrios mediacionais e dois sem utiliz-los. Os resultados da mediao
atravs dos contos de fadas, alm de apontarem os contos como recursos adequados no trabalho com
crianas pequenas, tambm mostram a eficcia da mediao entre adulto e criana, para o
desenvolvimento global desta, uma vez que se verificou a elaborao de novos significados e sentidos das
situaes cotidianas, pelas crianas, bem como um acrscimo no vocabulrio, e enriquecimento das
associaes e discernimentos infantis.
O PROBLEMA DO CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO NA CLNICA PSICANALTICA COM CRIANAS
rea temtica: Desenvolvimento Humano
DELIA MARIA CARMEN DE CSARIS
A Psicologia do Desenvolvimento, alm de questes de ndole cientfica, se encontra cada vez mais voltada
a problemas de carter sociocultural. Isto significa que a Psicologia do Desenvolvimento participa na
atualidade, junto Psicologia Geral, de preocupaes ligadas ao ser humano contextualizado no tempo e
no espao, e em uma realidade social em permanente construo. Essa realidade fsica e simblica, isto
porque o ser humano est imerso em um mundo de linguagem, mitos, arte e religio que constituem uma
verdadeira rede que o pr-existe e o marca subjetivamente em sua experincia vital. Esta experincia vital
est composta de aspetos nitidamente individuais, mas tambm sociais, o que faro dele um ser autnomo,
sujeito e ator social. Nesta vertente passamos do estdio da criana e do adolescente como entes fixos, ao
estdio do desenvolvimento como mudana, onde a varivel temporal adquire uma grande relevncia. A
partir daqui se produzem importantes transformaes nas representaes que se tem da infncia, as que
so de grande relevncia para os pesquisadores que visam compreender a influncia do meio no
moldamento e reproduo de determinados comportamentos. Frente a este panorama geral da disciplina
at agora denominada Psicologia do Desenvolvimento me pergunto sobre quais so as influncias destas
mudanas na prtica da Psicanlise. A respeito so muitas as abordagens e pontos de vista que as
diferentes escolas psicanalticas tm a respeito do desenvolvimento. Neste trabalho no me referirei a elas
seno a algumas reflexes sobre a importncia de uma interlocuo da Psicanlise com a Psicologia do
Desenvolvimento e a Psicologia Gentica visando clnica com crianas.
FREQUNCIA DE ENVOLVIMENTO PATERNO: COMPARANDO PAIS DE MENINOS E DE MENINAS
rea temtica: Desenvolvimento Humano
FABIANA CIA; ELIZABETH JOAN BARHAM UNIVERSIDADE FEDERAL DE SO CARLOS
Financiador: FAPESP
A interao pai e filho tem sido considerada por vrios pesquisadores como um influenciador direto no
desenvolvimento infantil, principalmente no desenvolvimento socioemocional e intelectual. No entanto,
acredita-se que o envolvimento do pai com o filho pode ser afetado pelo sexo da criana. Diante disso, o
presente estudo teve por objetivo o de comparar a frequncia de envolvimento paterno, entre pais de
meninos e de meninas. Participaram deste estudo 97 pais (homens), com mdia de idade de 35 anos, que
tinham filhos na 1 ou 2 sries do Ensino Fundamental, sendo que 50,5% das famlias eram de classe
socioeconmica baixa e mdia baixa. Destes pais, 49 tinham filhos do sexo masculino e 50 do sexo
feminino (dois pais tinham filhos gmeos). A coleta de dados ocorreu em duas instituies de ensino
municipais e uma estadual, localizadas em uma cidade de mdio porte do interior do estado de So Paulo.
Para avaliar a frequncia do envolvimento paterno, os pais preencheram ao questionrio Avaliao do bem-
estar pessoal e familiar e do relacionamento pai-filho Verso Paterna (composto por trs escalas). Para
comparar os grupos de pais utilizou-se o teste-t. Como principais resultados, pode-se verificar que os pais
ISSN-1981-2566
15
de meninos apresentaram uma frequncia mdia estatisticamente maior nas escalas de Comunicao entre
pai e filho (t(97) = 2,70, p.
REPERTRIO DE HABILIDADES SOCIAIS, PROBLEMAS DE COMPORTAMENTO E DESEMPENHO ACADMICO EM
ADOLESCENTES: ESTABELECENDO RELAES ENTRE AS VARIVEIS
rea temtica: Desenvolvimento Humano
FABIANA CIA; CAMILA DE SOUSA PEREIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SO CARLOS; ELIZABETH
JOAN BARHAM UNIVERSIDADE FEDERAL DE SO CARLOS
Financiador: FAPESP
Segundo Psicopatologia do Desenvolvimento Humano, a adolescncia uma fase de transio, que requer
novas habilidades e adaptaes, o que aumenta a probabilidade de o indivduo apresentar problemas no
desenvolvimento social e no desempenho acadmico. Considerando o nmero crescente de adolescentes
com baixo desempenho acadmico e com comportamentos de risco, este estudo avaliou as relaes entre
o repertrio de habilidades sociais, os problemas de comportamento e o desempenho acadmico entre
adolescentes do sexo feminino e masculino. Participaram cinco professores da disciplina de Portugus, que
avaliaram 68 alunos (36 sexo feminino e 32 sexo masculino) da 5 srie (todos com 11 anos),
freqentadores de uma escola pblica. Para avaliar o repertrio de habilidades sociais, os problemas de
comportamento e o desempenho acadmico dos alunos, os professores preencheram o Social Skills Rating
System Verso para Professores (composto por 56 itens). Para verificar as relaes entre as variveis
utilizou-se o teste de correlao de Pearson. Os resultados demonstraram que o repertrio de habilidades
sociais estava negativamente correlacionado com os problemas de comportamento externalizantes (r= -
0,665, p).
IMAGINAO E INFNCIA: UMA ABORDAGEM HISTRICO-CULTURAL
rea temtica: Desenvolvimento Humano
GABRIELLA NUNES NEVES; DANIELE NUNES HENRIQUE SILVA; FABRCIO SANTOS DIAS DE ABREU;
HENRIQUE MELO CARVALHO; LAS PINHEIRO DE MENEZES; MARCOS JNIOR SANTOS DE
ALVARENGA UNIVERSIDADE DE BRASLIA
Financiador: UNIVERSIDADE DE BRASLIA
Vigotski (2007 e 2008) dedicou-se compreenso do funcionamento imaginativo e o caracterizou pela
capacidade de o homem criar novas imagens por meio de associao e dissociao das impresses
percebidas do real. Para ele, a imaginao responsvel pela composio de aes criadoras, que se
manifestam em todos os aspectos da vida cultural do homem. De fato, no h nada no mundo (excetuando-
se o que da ordem da natureza) que no seja resultado da autoria humana. A cincia, a arte e a tcnica
so exemplos de produes que, ao serem viabilizadas pela imaginao, nos conferem uma dimenso
autoral. Como autor, cada indivduo tem objetivado no real, nas diversas obras que compartilha, que cria ou
que v sendo criadas, um saber original sobre a prpria realidade. Por isso, impossvel pensar em atos
criadores dissociados dos atos de significao e dos processos de interpretao historicamente produzidos.
Nesse sentido, imaginar e conhecer so processos indissociveis da atividade consciente e constituem o
princpio do processo criativo (Ges & Cruz, 2006). Interpretao e modos prprios de expresso,
demonstrados nas aes inventivas, permitem a explorao de esferas cognoscitivas e sensveis da
vivncia subjetiva no mundo. Essas dimenses emergem desde a tenra infncia, a partir do momento em
que as crianas brincam, narram, desenham, produzindo uma variedade de aes criadoras que dialogam
profundamente com a realidade. Uma criana faz-de-conta que professora; uma outra conta as peripcias
de um personagem, ao narrar a histria de um caroo de feijo (Silva, 2006). Todas essas construes
inventivas fazem parte do cotidiano da criana e so fundamentais para o seu desenvolvimento. No
presente trabalho, pretendemos abordar teoricamente, a partir da perspectiva histrico-cultural, o papel da
atividade criadora no desenvolvimento infantil e sua articulao com os espaos formativos, em destaque,
para escola.
CONTANDO E CONSTRUINDO HISTRIAS: O PAPEL DO PSICLOGO ESCOLAR COMO MEDIADOR NOS PROCESSOS
DE ENSINO E APRENDIZAGEM
rea temtica: Desenvolvimento Humano
HELENA FERREIRA VANDER VELDEN; MARCELO BOSCH BENETTI DOS SANTOS; MARISA EUGNIA
MELILLO MEIRA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA CAMPUS BAURU
ISSN-1981-2566
16
O presente trabalho trata de um projeto de Contao de Histrias, realizado em uma escola municipal da
cidade de Bauru (SP), com alunos entre nove e dez anos que cursam 4 srie do ensino fundamental.
Atravs da socializao e da educao, disposies culturais relativamente permanentes so
internalizadas, sendo assim capazes de estruturar o comportamento individual e grupal e reproduzir as
relaes de classe existentes. Vivemos atualmente em uma ordem social estratificada, na qual os grupos
dominantes determinam quais so os valores culturais mais valorizados socialmente e os legitimam. Estes,
por sua vez, quando inculcados por meio da educao so geralmente aceitos e respeitados, na ordem
social, pelos grupos subordinados. Considerando que cabe educao escolar um papel fundamental na
luta pela transformao dessas relaes sociais e tendo como base os pressupostos da Pedagogia
Histrico-Crtica e da Psicologia Histrico-Cultural, entende-se que o psiclogo escolar deve contribuir para
que a escola cumpra sua funo social de transmitir aos alunos os contedos historicamente produzidos,
garantindo as condies necessrias para a humanizao dos indivduos atravs da apropriao dos
conhecimentos e possibilitando processos reflexivos que ajudem a desvelar o cotidiano alienado. Como
finalidades do trabalho com histrias, pode-se destacar a contribuio para o desvelamento da realidade, a
livre expresso de projees simblicas, o despertar da paixo pela leitura e a formao de valores. O
trabalho de contao estruturado em trs eixos principais de atuao com as crianas, com as famlias
e com a escola e sua metodologia consiste em contar a histria, destacar sua temtica principal, verificar
a compreenso da histria pelas crianas, desenvolver atividades de reflexo e vivncia e, por fim, realizar
uma sntese da temtica trabalhada.
CONTRIBUIES DA PSICOLOGIA HISTRICO-CULTURAL: UM ESTUDO DA RELAO ENTRE DESENVOLVIMENTO
INFANTIL E PROCESSO EDUCATIVO.
rea temtica: Desenvolvimento Humano
JANAINA CASSIANO SILVA
Financiador: FAPESP
Apesar dos avanos na legislao brasileira no atendimento das crianas de 0 a 6 anos, principalmente
aps a Constituio de 1988, a promulgao da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB) em
1996 e dos Referenciais Curriculares Nacionais para a Educao Infantil em 1998, ainda se verifica que o
trabalho nas instituies de Educao Infantil est pautado, essencialmente, no cuidado com as crianas e
o trabalho educativo muitas vezes no ocorre. Visando contribuir para este debate, a presente pesquisa de
Mestrado, financiada pela Fapesp, tem por objetivo aprofundar a reflexo acerca da Educao Infantil, a
viso do assistencialismo x ensino, e contribuir para o processo de consolidao da Educao Infantil como
segmento educacional promotor do desenvolvimento humano integral. Apresentaremos neste trabalho parte
de nosso estudo terico referente relao entre o desenvolvimento infantil e o processo educativo na
perspectiva da Psicologia Histrico-Cultural. A Psicologia Histrico-Cultural surgiu no incio do sculo XX na
ex-Unio Sovitica (URSS), no contexto da Rssia ps-revolucionria. Esta corrente tem como principais
referncias L. S. Vigotski, A. N. Leontiev e A. R. Luria, que junto com representantes como Elkonin,
Davidov, Zaporzhets, Galperin, Bozhovich compe a chamada Escola de Vigotski. A tarefa da psicologia
histrico-cultural consiste na investigao das particularidades psicolgicas da criana segundo sua idade,
que no se limitam caracterstica dos processos psquicos isolados e sim, pelo contrrio, revele a
estrutura da personalidade integral da criana em seu processo de formao e desenvolvimento. Ademais,
temos que o desenvolvimento psquico na infncia influenciado pela educao e ensino estabelecidos por
adultos, que organizam a vida da criana, criam condies especficas e transmitem-lhes a experincia
social acumulada pela humanidade.
A APROPRIAO DA SEXUALIDADE PELO ADOLESCENTE: DVIDAS, VIVNCIAS E MITOS
rea temtica: Desenvolvimento Humano
JANAINA F. CARDOSO CAOBIANCO; JANAINA FERNANDES CARDOSO CAOBIANCO
Este Trabalho constitui-se de uma pesquisa qualitativa que teve como objetivo investigar quais so as
dvidas vivenciadas e expressas por pr-adolescentes e adolescentes, regularmente matriculados na
stima srie do ensino fundamental de duas escolas pblicas de Curitiba no ano de 2007, no que se refere
a vivncia da sexualidade no seu contexto scio-cultural. Os dados foram coletados atravs das anotaes
realizadas em oficinas de sexualidade ofertadas aos alunos, bem como perguntas escritas anonimamente
pelos participantes, no incio e final de cada encontro. Estas oficinas ocorriam semanalmente, num total de
dez encontros por grupo. Participaram da pesquisa um total de sessenta e sete alunos. O que se verificou
ISSN-1981-2566
17
na anlise dos dados que as dvidas dos pr-adolescentes e adolescentes so muito semelhantes entre
seus pares. As questes foram agrupadas em quatro grandes temas: dvidas com relao ao
conhecimento do seu corpo; dvidas com relao ao desenvolvimento humano, infncia, puberdade,
juventude e velhice; dvidas com relao s vivencias individuais e coletivas da sexualidade e dvidas com
relao s doenas sexualmente transmissveis, DSTs/HIV e Aids. A maioria das questes se
concentravam no conhecimento do prprio corpo. Constatou-se nas questes e dvidas trazidas pelos
sujeitos da pesquisa que eles no se apropriam da sexualidade humana como algo construdo
historicamente num tempo e lugar, percebem esta vivncia como algo biolgica e socialmente determinado.
Por conta disto, eles no se apoderam de suas vivncias e suas escolhas individuais. H muitos mitos e
preconceitos envolvendo a sexualidade. Existe um desconhecimento e uma no apropriao da
sexualidade. O psiclogo escolar/educacional pode auxiliar neste processo de apropriao do sujeito nas
suas escolhas e construo de uma sexualidade crtica, responsvel e prazerosa.
A INFNCIA INDGENA DOS POVOS BAKAIRI
rea temtica: Desenvolvimento Humano
JURACY MACHADO PACFICO; MARIA IVONETE BARBOSA TAMBORIL; JULIANE DE OLIVEIRA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDNIA CAMPUS VILHENA
Financiador: UNIVERSIDADE COMUNITRIA REGIONAL DE CHAPEC (UNOCHAPEC)
O estudo investigou a infncia indgena no que se refere s condies e caractersticas do desenvolvimento
infantil em seus aspectos social, econmico e cultural, a partir da perspectiva das crianas e adultos
indgenas dos povos Bakairi, da Aldeia Cana, no municpio de Nobres/Mato Grosso. A partir de uma
abordagem qualitativa, com pesquisa bibliogrfica e emprica, atravs da observao e da entrevista, o
estudo procurou responder s questes: como a infncia indgena dos povos Bakairi? Como se
desenvolvem, em relao aos aspectos social, econmico e cultural? Quais so os seus limites, valores e
educao na comunidade em que vivem? O estudo considerou ainda que, atualmente, as crianas esto
em contato de forma direta ou indireta com vrias realidades e delas apreendem valores e estratgias de
compreenso de mundo e de formao de suas prprias identidades individual e social j que acabam
vivendo e interagindo intensamente com outras crianas, partilhando experincias, quase sempre em
situaes mediadas por adultos. Conclui que as crianas indgenas apropriam-se de sua cultura, seja
reproduzindo, reinventando ou recriando o seu mundo pela mediao com os adultos, com as crianas e
com todo o meio que vivem.
ORIENTAO SEXUAL COM ADOLESCENTES NA PERSPECTIVA DA PSICOLOGIA SCIO-HISTRICA
rea temtica: Desenvolvimento Humano
MARCIO MAGALHAES DA SILVA; JESSICA RODRIGUES ROSA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CAMPUS BAURU
Em uma concepo crtica de educao a orientao sexual deve se inserir na escola como parte do
processo de formao que visa promover o desenvolvimento humano pela apropriao dos contedos
cientficos produzidos e acumulados historicamente. Esta apropriao no ocorre pela mera apresentao
de contedos, mas pela relao que se estabelece entre estes contedos e a vida cotidiana dos
orientandos. Por isso o orientador deve estar atento para as vrias formas de expresso da sexualidade,
tais como grafites, brincadeiras, pardias, palavres, xingamentos, relacionamentos afetivo-amorosos, e s
diferentes fontes de informao e conhecimento acessveis, tais como a famlia, amigos, escola, trabalho,
profissionais de sade e mdia. Estes contedos emergentes da prtica social devem constituir a primeira
etapa do trabalho do orientador, de acordo com a proposta didtica de Gasparin (2007), adotada neste
trabalho realizado com alunos da stima srie do ensino fundamental em uma escola pblica municipal de
Bauru, denominada prtica social inicial do contedo. Na fase da problematizao procura-se evidenciar
aspectos contraditrios da prtica: aspectos histrico-culturais da sexualidade compreendidos como
naturais, por exemplo, so questionados. Na fase da instrumentalizao o contedo formal apresentado
como resposta aos problemas identificados, desvelando-se o processo histrico-social da construo de
conceitos como adolescncia e dos papis atribudos ao gnero masculino e feminino, por exemplo.
Diferentes recursos podem ser utilizados em todas as fases, tais como filmes, msicas, tcnicas grupais,
brincadeiras, gincanas, kits de orientao sexual, folhetos informativos, redao individual, inclusive nas
duas fases de avaliao da aprendizagem, sendo a primeira de elaborao terica de solues para os
problemas detectados na prtica (catarse) e a segunda da vivncia cotidiana dos novos contedos
ISSN-1981-2566
18
aprendidos (prtica social final dos contedos). Gasparin, J. L. Uma didtica para a pedagogia histrico-
crtica Coleo educao contempornea. 4 ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2007.
HBITOS DE ESTUDO EM ESTUDANTES DA EDUCAO SUPERIOR: ESTUDOS PRELIMINARES
rea temtica: Avaliao e Medidas no Contexto Escolar
DENISE PEREIRA DE ALCANTARA FERRAZ; ANDR LUIZ MORAES RAMOS; ANELISE DE BARROS
LEITE NOGUEIRA; ELISABETH HOFFMANN SANCHEZ; ESTEFNIA M DE ALMEIDA GONALVES;
JULIANA DOS ANJOS CORRA LIMA; LGIA MARIA TEIXEIRA DE FARIA BREZOLIN; LUCIANA MARIA
PINTO; LVIA DIEGO STUART ANICETO SIMES; WILSON DE FREITAS MUNIZ CENTRO
UNIVERSITRIO SALESIANO DE SO PAULO CAMPUS LORENA
Levando-se em conta a democratizao na educao superior, e a ampliao da demanda, as
investigaes que esclarecem aspectos do comportamento estudantil so fundamentais, de acordo com a
realidade de cada pas. Apresentam-se, por ora, resultados de uma investigao (2006-2008) como parte
de um projeto maior acerca dos hbitos de estudo na educao superior. O objetivo principal foi realizar o
estudo psicomtrico do instrumento utilizado e efetuar anlises iniciais sobre os fatores identificados (total
9) em torno do tema. A faixa etria dos participantes (781) era de 17 a 55 anos, com mdia 25, observando-
se que 42,5% trabalhavam e 57,5% no trabalhavam no perodo da coleta, sendo alunos de diversos
cursos de uma instituio particular do interior do estado de So Paulo. O instrumento foi um Questionrio
(informatizado, 97 questes), aplicado individualmente, sobre Hbitos de Estudo em Estudantes da
Educao Superior, adaptado pelo Grupo de Pesquisa a partir de Tierno (2003), sistema Likert 5 pontos. Os
resultados mostraram que este instrumento est capacitado para avaliar o fenmeno hbitos de estudos em
estudantes universitrios em 9 fatores, representativos do fenmeno na amostra estudada: planejamento
do estudo, dificuldades no uso de tcnicas de estudo, uso de tecnologias, estudo em grupo, condies
ambientais adequadas para o estudo, falta de atualizao do conhecimento, dificuldade de organizao
espao-temporal, desateno e desmotivao, anotao da matria. Acima do escore mdio (3,0) esto os
fatores anotao da matria (4,1), e estudo em grupo (3,9) que se destacam como positivos. Dentre os
resultados abaixo do escore mdio esto os resultados do planejamento de estudo (2,8), uso de
tecnologias (2,7), requerendo ateno especial. Novas aplicaes sero programadas, tendo-se em vista a
comparao cursos / sries, maior nmero de dados para as anlises e uso mais rigoroso de provas
estatsticas.
AVALIAO EDUCACIONAL: BUSCANDO NOVOS RUMOS
rea temtica: Avaliao e Medidas no Contexto Escolar
JLIA ANDRS ROSSI
Avaliaes esto presentes em qualquer prtica de ensino. Porm, deve-se refletir se o critrio que a
maioria das escolas adota realmente fidedigno e vlido para afirmar se o aluno est capacitado ou no
para ir para a prxima srie. A forma de avaliao tradicional reduz toda a situao escolar, com seus
aspectos sociais, econmicos, emocionais, etc, em um momento unicamente objetivo, de relao entre o
aluno e o conhecimento adquirido; como se nada mais, alm do momento escolar, constitusse a relao
entre ensino-aprendizagem. Assim, a avaliao, aparentemente neutra e imparcial, torna-se um instrumento
de controle, culpabilizando o aluno ou o professor pelo fracasso e servindo como mantenedor do status-
quo. Este trabalho tem como objetivo fundamental que os profissionais ligados a educao reflitam
criticamente acerca dos sistemas avaliativos, e que percebam que a mudana tanto na forma de avaliar
como no sistema educacional no deve ocorrer de maneira isolada, e sim como um processo conjunto e
integrado. Prope-se, ento, uma avaliao constituda por uma perspectiva scio-interacionista,
condizente
Recommended