View
0
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
Consulta Pública 061/2018
Leilão de Contratação de Potência
Reunião ABRAGE
28/11/2018
Motivação da Proposta de Leilão
Segundo a Nota Técnica EPE-DEE-RE-054/2018r2, de 19/09/2018, o
planejamento da expansão para o período 2019-2027 indica necessidade de
geração flexível em todos os subsistemas, para garantir a segurança
operacional do SIN.
Por “geração flexível”, entende-se aquela “... composta por tecnologias que
atendam, dentre outros, requisitos como disponibilidade para operar sempre
que requerido pelo operador do sistema e baixo custo de instalação, aderente
à expectativa de baixo fator de despacho”.
A EPE considera que “... a cesta de oferta candidata fornecida pelo MDI com
estas características considera usinas termelétricas a ciclo aberto e, a partir de
2024, também tecnologias de armazenamento, como hidrelétricas reversíveis,
baterias, entre outros”.
Minuta PDE 2027
Curva de Carga
Condições Gerais da Proposta
Leilão para contratação de “potência associada à energia de reserva”.
Leilão regional.
Contratação de UTEs a gás natural, em ciclo aberto (resposta rápida).
CVU limitado.
Flexibilidade 100%.
Embasamento legal: Lei 10.848/2004:
“Art. 3º, § 3º Com vistas em garantir a continuidade do fornecimento de energiaelétrica, o Poder Concedente poderá definir reserva de capacidade de geração aser contratada”.
Nossas Considerações Jurídicas –Parecer Jurídico
Art. 3º O Poder Concedente homologará a quantidade de energia elétrica a ser contratada para o atendimento de todas as necessidades do mercado nacional, bem como a relação dos novos empreendimentos de geração que integrarão, a título de referência, o processo licitatório de contratação de energia.
..................
§ 3º Com vistas em garantir a continuidade do fornecimento de energia elétrica, o Poder Concedente poderá definir reserva de capacidade de geração a ser contratada.
Art. 3º-A Os custos decorrentes da contratação de energia de reserva de que trata o art. 3º desta Lei, contendo, dentre outros, os custos administrativos, financeiros e encargos tributários, serão rateados entre todos os usuários finais de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional - SIN, incluindo os consumidores referidos nos arts. 15 e 16 da Lei no 9.074, de 7 de julho de 1995, e no § 5º do art. 26 da Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, e os autoprodutores apenas na parcela da energia decorrente da interligação ao SIN, conforme regulamentação.” (grifos nossos)
Nossas Considerações Jurídicas –Parecer Jurídico
Contratação de potência nos moldes propostos é ilegal:
(i) não há equivalência entre os conceitos de potência associada e reserva de
capacidade, considerando uma análise interpretativa do conjunto
normativo aplicável à matéria.
(ii) Interpretando-se historicamente, identifica-se que as razões de
interesse público que motivaram a inclusão do artigo 3º-A da Lei nº
10.848/2004 não coincidem com os motivos que agora sustentam a
pretensão de alteração de sua regulamentação pelo MME.
(iii) princípio da legalidade aplicável à definição de tarifas públicas é
violado: art. 3º-A faz referência exclusiva à energia de reserva.
Nossas Considerações Regulatórias
Modelo regulatório de tratamento da necessidade de potência indefinido.
Até junho de 2016, buscava-se incentivos via penalidades por insuficiência de lastro de
potência.
AIR para definição do modelo regulatório, diante de um modelo
todo voltado à contratação de energia, do planejamento à
comercialização.
AIR para definição de leilões regionais, a avaliarem e quantificarem
os ônus e bônus das opções, especialmente considerando-se opções
alternativas e, particularmente, o risco de reserva de mercado a
prejudicar a eficiência da escolha dos projetos vencedores.
AIR para aferir e afastar qualquer risco adicional de imposição
de custos extras a geradores hidrelétricos.
Nossas Considerações Regulatórias
Contexto de judicialização do setor elétrico – energia de reserva é
fator de deslocamento, na visão dos geradores.
Melhor caminho a ser adotado é dar continuidade à reforma do modelo
comercial do setor elétrico, tendo como referência a Consulta Pública MME
33/2017.
No contexto da proposta de separação de lastro e energia (CP 033/2017),
prevê-se a contratação de “lastro”, considerando a valorização de atributos:
confiabilidade;
velocidade de respostas às decisões de despacho;
contribuição para redução das perdas de energia elétrica;
economicidade proporcionada ao sistema de transmissão ou de distribuição
necessário ao escoamento da energia elétrica gerada;
capacidade de atendimento à demanda de energia elétrica nos momentos de
maior consumo; e
capacidade de regulação de tensão e de frequência.
Nossas Considerações Técnicas
Do ponto de vista técnico, não é imprescindível que o atendimento de
capacidade deva ser atendido exclusivamente por térmicas a GNL em
ciclo aberto.
Dificuldade de se imaginar projetos de UTEs a gás natural, em ciclo
aberto, com CVU baixo e flexibilidade de 100%.
GNL possui características pouco afeitas ao propósito do leilão.
De qualquer forma, caso o processo siga seu curso com UTEs a gás
natural em ciclo aberto, é relevante que sejam mantidas as condições:
vedação ao despacho antecipado;
flexibilidade de 100% para despacho das usinas.
Contribuições do ONS à CP MME 061/2018
Recommended