CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE E SEGURANÇA...

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CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE E

SEGURANÇA DO TRABALHO

Profª. MSc. Marta Cristina WachowiczEspecialista em Psicologia do Trabalho

Mestre em Engenharia de Produção-Ergonomia

O AMBIENTE E AS DOENÇAS

DO TRABALHO

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AMBIENTE E DOENÇAS DO TRABAHO

1. Ambiente e Doenças do Trabalho

2. PCMSO

3. Primeiros Socorros

4. Toxicologia

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REFERÊNCIAS

CLOT, Y. A função psicológica do trabalho. Petrópolis, RJ: Vozes,2006.

CODO, W. Indivíduo, trabalho e sofrimento. Petrópolis: Vozes, 1993.

CODO, W. (org.). O trabalho enlouquece? Um encontro entre a clínica e o trabalho. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.

DEJOURS, C. A loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho. São Paulo: Cortez – Oboré, 1992.

DEJOURS, C.; ABDOUCHELI, E.; JAYET, C. Psicodinâmica do trabalho: contribuições da escola Dejouriana à análise da relação prazer, sofrimento e trabalho. São Paulo: Atlas, 1994.

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FRANÇA, A. C. L.; RODRIGUES, A. L. Stress e trabalho: uma abordagem psicossomática. São Paulo: Atlas, 1999.

GAIGHER FILHO, G.; MELLO, S. I.L. LER/DORT: a psicossomatização no processo de surgimento e agravamento. São Paulo: LTR, 2001.

GLINA, D. M. R.; ROCHA, L. E. (Orgs.) Saúde mental no trabalho: desafios e soluções. São Paulo: VK, 2000.

GUIMARÃES, L.A.M.; GRUBITS, S. Série saúde mental e trabalho (orgs). São Paulo: Casa do psicólogo, 2000. (vol. I, II, III)

JACQUES, M. das G.; CODO, W. Saúde mental e trabalho: leituras. Petrópolis: Vozes, 2002.

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MATTOS, U. A. de O.; MASCULO, F. S. (org.). Higiene e segurança do trabalho. Rio de Janeiro: Elsevier-Abepro, 2011.

MENDES, R. Patologia do trabalho. Rio de Janeiro: Atheneu, 1995.

RAMAZZINI, B. As doenças dos trabalhadores. São Paulo: FUNDACENTRO, 2000.

REYNER, J. H. Medicina psiônica: estudo e tratamento dos fatores causativos da doença. São Paulo: Cultrix, 2005

RODRIGUES, M. V. C. Qualidade de vida no trabalho. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

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ROSSI, A.M.; PERREWÉ, P.L.; SAUTER, S.L. Stress e qualidade de vida no trabalho: perspectivas atuais da saúde ocupacional. São Paulo: Atlas, 2005.

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO. São Paulo: IOB, 1996. (inclui as Portarias MTb n.3.214, de 08.06.78).

WACHOWICZ, M. C. Segurança, saúde & ergonomia. Curitiba: IBPEX, 2012.

WISNER, A. A inteligência no trabalho: textos selecionados de ergonomia. São Paulo: FUNDACENTRO, 1994.

WISNER, A. Por dentro do trabalho. São Paulo: FTD, Oboré, 1987.

ZANELLI, J.C; BORGES-ANDRADE, J.E; BASTOS, A.V.B. (orgs). Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004.

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SITES de PESQUISA

www.protecao.com.br

www.mtb.gov.br ou www.trabalho.gov.br

www.anamt.com.br

www.previdenciasocial.gov.br ou www.mpas.gov.br

www.anvisa.gov.br

www.fundacentro.gov.br

www.ergonomia.com.br

www.amb.gov.br

www.saude.gov.br

www.fiocruz.br

www.saudeetrabalho.com.br

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AULA 1

AMBIENTE E DOENÇAS

DO TRABALHO

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O que é Saúde?

Conservação da vida; estado do indivíduo cujas funções orgânicas, físicas e mentais se acham em situação normal. (Aurélio)

Saúde é um estado completo de bem-estar físico, mental e social e não só a ausência de doença ou enfermidade. (OMS)

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Saúde Ocupacional

Promoção e manutenção, no mais alto grau, do bem estar físico, mental e social dos trabalhadores em todas as ocupações.

Prevenção, entre os trabalhadores, de doenças ocupacionais causadas por suas condições de trabalho.

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Saúde OcupacionalProteção dos trabalhadores em seus

empregos, dos riscos resultantes de fatores adversos à saúde.

Colocação e conservação (manutenção) dos trabalhadores nos ambientes ocupacionais adaptados às suas aptidões fisiológicas e psicológicas.

(Saúde Ocupacional, segundo a OIT –Organização Mundial de Saúde).

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NÃO É PRECISO ADOECER PELO TRABALHO, MUITO MENOS MORRER

PELO TRABALHO, E QUICÁ, NEM VIVER PELO TRABALHO...

HÁ SEM DÚVIDA, OUTRAS FORMAS DE VIVER A VIDA. ESTE DEVIR PODE

COMEÇAR HOJE.

(MENDES, 2001)

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Saúde Ocupacional

Tudo isto veio configurar um novo modelo baseado na interdisciplinaridade e na multiprofissionalidade.

A Saúde Ocupacional, que nasceu como base da Saúde Pública com uma visão bem mais ampla que o modelo original de Medicina do Trabalho.

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Saúde Ocupacional

Ressalta-se que esta não desapareceu, e sim ampliou-se somando-se o acervo de seus conhecimentos ao saber incorporado de outras disciplinas e de outras profissões.

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Saúde Ocupacional

A Saúde Ocupacional passa a dar uma resposta racional, científica, para problemas de saúde determinados pelos processos e ambientes de trabalho e através da Toxicologia…

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Saúde Ocupacional

… e dos parâmetros instituídos como limites de tolerância, tentava-se quantificar a resposta ou resistência do homem trabalhador aos fatores de risco ocupacionais.

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Saúde mental é um termo usado para descrever um nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional ou a ausência de uma doença mental. Na perspectiva da psicologia ou do holismo, a saúde mental pode incluir a capacidade de um indivíduo de apreciar a vida e procurar um equilíbrio entre as atividades e os esforços para atingir a resiliência psicológica.

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A Organização Mundial de Saúde afirma que não existe definição "oficial" de saúde mental.

Diferenças culturais, julgamentos subjetivos, e teorias relacionadas concorrentes afetam o modo como a "saúde mental" é definida.

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Por doença mental devemos entender qualquer anormalidade na mente ou no seu funcionamento. A anormalidade perante o comportamento aceito de uma sociedade é indicativo de doença.

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A doença mental é conhecida no campo científico como psicopatologia ou distúrbio mental e é campo de estudo da psiquiatria, neurologia e psicologia.

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Seguem critérios de diagnóstico de resoluções psiquiátricas, que atualmente são o DSM IV e o CID –10.

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A LOUCURA

Ângelo Bronzino

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O sofrimento psicológico no trabalho, denominado de Saúde Mental e Trabalho (SM&T) abrange as áreas:

� Estresse

� Psicodinâmica do Trabalho

� Epidemiologia do Trabalho

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Saúde mental é a capacidade de construir a si próprio e à espécie, produzindo e reproduzindo a si próprio e à espécie.

Distúrbio psicológico, sofrimento psicológico ou doença mental são o rompimento dessa capacidade.

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Para Dejours (1992) o sofrimento mental resulta da organização do trabalho através da:

Condição de Trabalho

� aspectos físicos ergonômicos

� ambiente químico: poeira, vapores, gases tóxicos, fumaça...

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Condição de Trabalho

� ambiente biológico: virus, bactérias, fungos, parasitas…

� condições de higiene e de segurança

� antropometria dos postos de trabalho

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Organização do Trabalho

� sistema hierárquico

� modalidades de comando

� relações de poder

� questões de responsabilidade

� canais de comunicação

� relações interpessoais

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O QUE ACONTECE COM A VIDA PSÍQUICA DO TRABALHADOR DESPROVIDO DE SUA ATIVIDADE INTELECTUAL PELA ORGANIZAÇÃO CIENTÍFICA DO TRABALHO?????

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Trabalho Despersonalizante

� pouca criatividade

� baixa autonomia

� regras muito rígidas

� fracas relações interpessoais

� foco na produtividade

� insatisfações e ansiedade

� tarefa desinteressante

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Vivência Depressiva

� sentimentos de indignidade, inutilidade e desqualificação

� depressão denominda por cansaço

� investimento afetivo baixo

� adormecimento intelectual

� monotonia física e mental

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A relação saúde-trabalho, na vivência do trabalhador, ocupa um lugar particular que lhe é conferido pela posição privilegiada do aparelho psíquico na economia psicossomática.

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O aparelho psíquico seria, de alguma maneira encarregado de representar e de fazer triunfar as aspirações do sujeito, num arranjo de realidade suscetível de produzir, simultaneamente:

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� Satisfações Concretas

Proteção da vida, bem-estar físico, biológico e nervoso, isto é, saúde do corpo.

� Satisfações Simbólicas

Significado do trabalho, desejos, motivação, sinergia.

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TRABALHO & MEDO

� a angústia resulta de um conflito intrapsíquico, isto é, contradição entre dois impulsos inconciliáveis.

� o medo está presente em todos as ocupações profissionais.

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TRABALHO & MEDO

� medo decorrente das condições físicas dos postos de trabalho.

� tensão nervosa, sobrecarga.

� patamares rígidos e crescentes de produtividade

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TRABALHO & MEDO

� ansiedade decorrente da desestruturação das relações psico-afetivas espontâneas com colegas de trabalho: agressividade, competitividade…

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TRABALHO & MEDO

� ansiedade relativa à degradação do organismo trazendo riscos à saúde física: doenças profissionais e psicossomáticas.

� ansiedade gerada pela relação homem-organização-tarefa.

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As descompensações psicóticas e neuróticas dependem, em última instância, da estrutura da personalidade e com o esta reagem aos padrões de produtividade.

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A doença mental deve levar em consideração três componentes da relação homem-organização do trabalho:

� fadiga que faz com que o aparelho mental perca sua versatilidade.

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� sistema frustração-agressividade reativa que deixa sem saída uma parte importante da energia pulsional.

� organização do trabalho principalmente com as tarefas de pouca qualificação profissional.

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O doente não se traduz por sintomas mentais, mas pelo aparecimento de uma doença somática.

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A somatização decorre de um processo pelo qual um conflito que não consegue encontrar uma resolução mental, desencadeia, no corpo, desordens endócrino-metabólicas, ponto de partida de uma doença somática

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A organização do trabalho determina o conteúdo da tarefa através da divisão do trabalho.

Não somente o conteúdo significativo mas também o conteúdo ergonômico, quer dizer, gestos, posturas e os ambientes físicos e químicos que, de certo modo, visam à economia toda do corpo em situação de trabalho.

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Assim sendo, a organização do trabalho é causa de uma fragilização somática, na medida em que ela pode bloquear os esforços do trabalhador para adequar o modo operatório às necessidades de sua estrutura mental.

O bloqueio contínuo à organização do trabalho desencadeia ou agrava a somatização no físico.

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A fadiga pode advir da sobrecarga ou da subcarga física e mental do trabalho.

A inatividade é fadigante porque não é um simples repouso mas, ao contrário, uma repressão, uma inibição da atividade espontânea.

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A organização do trabalho exerce, sobre o homem, uma ação específica, cujo impacto é o aparelho psíquico...

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... Esse sofrimento, de natureza mental, começa quando o homem, no trabalho, já não pode fazer nenhuma modificação na sua tarefa no sentido de torná-la mais conforme às suas necessidades fisiológicas e a seus desejos psicológicos – isto é, quando a relação homem-trabalho é bloqueada.

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A forma de que se reveste o sofrimento varia com o tipo de organização do trabalho.

O trabalho repetitivo cria a insatisfação, cujas consequências não se limitam a um desgosto particular.

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Ela é de certa forma uma porta de entrada para a doença, e uma encruzilhada que se abre para as descompensações mentais ou doenças somáticas.

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Contra a angústia do trabalho, assim como contra a insatisfação, o trabalhador elabora estratégias defensivas, de maneira que o sofrimento não é imediatamente identificável.

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Assim disfarçado ou mascarado, o sofrimento só pode ser revelado através de uma capa própria a cada profissão, que constitui de certa forma sua sintomatologia.

52

Mas o trabalho pode atuar como fator de equilíbrio mental e à saúde do corpo quando a organização do trabalho é favorável:

� as exigências intelectuais, motoras ou psicossensoriais da tarefa estão, especificamente, de acordo com as necessidades do trabalhador.

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� o conteúdo do trabalho é fonte de uma satisfação sublimatória.

� espontaneidade nos ritmos biológicos, endócrinos e psicoafetivos levando a uma homeostasia.

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Então, o que é um trabalho sadio?

É aquele que leva a sublimação, que apresenta níveis de conflitos compatíveis, e principalmente, aquele no qual a pessoa sente e sabe que o autotransforma, e no qual pode controlar a direção em que isso ocorre.

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PSICOSSOMÁTICA

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O termo foi introduzido na Medicina em 1818 por Helmholtz.

O sentido era de designar as doenças somáticas que surgiam tendo como fator etiológico os aspectos mentais.

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Na moderna psicossomática, este conceito evoluiu para o estudo da pessoa como ser holístico.

Um sistema único constituído de três subsistemas: corpo, mente e social.

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Essa inter-relação das dimensões biológica, psicológica e social é inerente a cada ser humano e cada uma dessas características humanas contém aspectos muito especiais e diferenciam-se em termos de funcionamento e modo de reação, mas são totalmente interdependentes.

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O conceito holístico, básico para a Medicina Psicossomática, foi introduzido na medicina por Smutesem 1926.

O termo advém do grego holos, que significa todo, sistêmico, global ou geral.

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Este conceito estabelece noções acerca da natureza biopsicossocial do homem, na saúde e na doença, bem como o respectivo tratamento.

61

O estudo e a pesquisa devem sempre levar em conta a pessoa como um todo e não as partes isoladas.

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É fundamental que se considere a totalidade do ser humano e as circunstâncias que o rodeiam para termos uma compreensão mais ampla dos processos de adoecer.

63

O indivíduo, no decorrer de seu desenvolvimento, constrói e estrutura formas de ser e reagir aos diferentes estímulos aos quais pode ser submetido no sentido de manter a homeostase do sistema humano.

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A dimensão biológica refere-se às características constitucionais herdadas e congênitas, incluindo os diferentes órgãos e sistemas que promovem o funcionamento do corpo humano, como o sistema glandular, cardiovascular, gastrointestinal, inclusive as resistências e vulnerabilidades destes mesmos órgãos e sistemas.

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A dimensão psicológica corresponde aos processos afetivos, emocionais e intelectuais, conscientes ou inconscientes, caracterizando a personalidade, a vida mental, o afeto e o jeito de se relacionar com as pessoas e com o mundo que as rodeia.

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A dimensão social é relativa à incorporação e influências dos valores, das crenças e expectativas das pessoas com as quais se convive, dos grupos sociais e das diferentes comunidades com as quais entramos em contato durante a vida, desde o nascimento...

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... Inclui também a influência do ambiente físico e as características ergonômicas dos objetos que utilizamos.

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Em função da integração dessas dimensões, o organismo, diante de cada reação desencadeada pelos diferentes estímulos a que se está submetido, tende a uma volta ao equilíbrio.

Mas esses impactos e as tensões que eles provocam deixam marcas e modificam as pessoas, inclusive seus corpos.

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No corpo de cada ser humano, estão as marcas de sua história, de seu esforço, de suas perdas e de suas vitórias.

Todo processo biopsicossocial desencadeia-se a partir de impactos internos e externos ao corpo.

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Essas manifestações também podem ser percebidas de forma inesperada pelas pessoas com as quais convivemos.

As respostas humanas não são isoladas ou ao acaso. Elas ocorrem simultaneamente em todo o organismo.

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Se levamos um susto - o que é uma reação psicológica -concomitantemente a respiração fica alterada, a pressão arterial se eleva, o pulso acelera, há palidez ou rubor facial, aumento da produção de suor, entre outras expressões corporais e, muitas vezes, precisamos de outras pessoas para nos darem apoio.

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Do ponto de vista biopsicossocial, podemos entender o ser humano e suas manifestações, tanto na saúde como nas doenças, de forma mais completa.

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Coerente com a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), que observa a saúde do ser humano como:

“o completo bem-estar biológico, psicológico e social e não apenas como a ausência de doença”.

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O processo do adoecer

As doenças são expressões do comprometimento do organismo humano devido a causas biológicas, como vírus, bactérias, hereditariedade, ou físicas e químicas como frio, calor, poluição, intoxicações, entre outras.

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O processo do adoecer

Este Modelo Unicausal determina que a presença de microorganismos é a única condição necessária para o surgimento de doenças.

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No século XIX, no ano de 1881, o químico e microbiologista francês Louis Pasteur junto com o médico alemão Robert Koch, criaram as condições necessárias para uma compreensão mais racional dos processos infecciosos.

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Esse conjunto de conhecimentos possibilitou a descoberta do bacilo da tuberculose e do princípio das vacinas.

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A partir desse momento, a compreensão dos mecanismos que determinam as doenças, concentram-se quase que exclusivamente na ideia de contágio, em que o organismo é um mero receptáculo das doenças.

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Surge a crença de que a bacteriologia iria resolver se não todos, a maioria dos problemas com que a medicina se defrontava.

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O Modelo da Multicausalidade enfatiza que uma pessoa não adoece unicamente em função da existência de elementos nocivos no ambiente, mas pelo fato de ser ou tornar-se sensível à ação desses agentes.

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Há uma interação recíproca entre múltiplos fatores envolvidos na causalidade das doenças: o potencial patogênico do agente agressor, a susceptibilidade do organismo e o ambiente (desnutrição, pobreza, más condições de higiene e habitação).

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As diferenças individuais, de como cada pessoa avalia a situação, é que irá descrever a vulnerabilidade orgânica ou não.

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Como as pessoas se fazem e se constroem em seu cotidiano e suas características de caráter, temperamento e personalidade é que irão determinar a forma de avaliar e enfrentar a relação doença-saúde.

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As emoções ocorrem simultaneamente no nível do subsistema do corpo e no nível do subsistema dos processos mentais.

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Aquilo que no nível dos sentimentos é medo, raiva, tristeza, alegria, fome, no corpo concomitantemente se expressa através de modificações no subsistema somático, através de modificações das funções motoras, secretoras e de irrigação sanguínea.

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As pessoas podem apresentar disfunções motoras:

� Aparelho digestivo: vômito, diarreia, prisão de ventre.

� Aparelho respiratório: asma, bronquite.

� Aparelho circulatório: hipertensão arterial, enxaqueca.

� Pele: eczemas, pruridos, micoses.

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Os desgastes que encontramos no nosso processo de viver é um dos cofatores mais potentes no desenvolvimento de doenças.

A forma pela qual reagimos frente a estes desgastes é determinante.

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Estar doente ou saudável é uma questão de filosofia de vida.

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DESENHO ORGANIZCIONAL

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DESENHO ORGANIZACIONAL

Representa a definição da estrutura organizacional mais adequada ao ambiente, estratégia, tecnologia, pessoas, atividades e tamanho da organização.

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Deve considerar:

Fatores de contexto

A missão e a visão da organização, estratégias adotadas, o ambiente, a tecnologia utilizada e os parceiros envolvidos na tarefa organizacional.

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Deve considerar:

Dimensões anatômicas da organização

Tamanho, configuração estrutural, dispersão geográfica das unidades e os tipos de combinações entre as unidades.

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As feições operacionais

Autoridade, processos, tarefas, atividades cotidianas e os controles.

Consequências operacionais

O desempenho, a satisfação, a rotatividade, o conflito, a ansiedade e os padrões informais de relacionamento no trabalho.

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Como a configuração destas contingências varia de uma organização para outra não existe uma única e melhor maneira para definir o desenho organizacional.

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DESENHO - Modelo Mecânico

� Centralização das decisões

� Hierarquia de autoridade e cadeia de comando rígida

� Divisão do trabalho e especialização

� Departamentalização

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DESENHO - Modelo Mecânico

� Alta formalização na comunicações

� Cultura organizacional conservadora

� Adoção contínua de rotinas e padrões

� Formato piramidal

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DESENHO - Modelo Mecânico

� Descentralização das decisões

� Equalização do poder

� Integração e coordenação

� Equipes multifuncionais de trabalho

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DESENHO - Modelo Mecânico

� Baixa formalização nas comunicações

� Cultura organizacional inovadora e criativa

� Ênfase no conhecimento e na intuição

� Formato circular

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MISSÃO ORGANIZACIONAL

Traduz a filosofia da organização, que é geralmente formulada por seus fundadores por meio de seu comportamento e ações.

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MISSÃO ORGANIZACIONAL

Envolve crenças e valores centrais que representam os princípios básicos da organização e que balizam a conduta ética, a responsabilidade social e as respostas às necessidades do ambiente.

São as metas.

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VISÃO ORGANIZACIONAL

Representa a imagem que a organização tem de si mesma e do seu futuro.

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VISÃO ORGANIZACIONAL

É o esforço de ver a si própria no tempo e no espaço. Está mais voltada para aquilo que a organização pretende ser dentro de um certo prazo de tempo e o caminho que pretende adotar para chegar lá.

103

CULTURA ORGANIZACIONAL

Representa as normas informais e não-escritas que orientam o comportamento dos membros de uma organização no dia-a-dia e que direcionam suas ações para a realização dos objetivos organizacionais.

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É o conjunto de hábitos e crenças estabelecidos por meio de normas, valores, atitudes e expectativas compartilhados por todos os membros da organização.

A cultura espelha a mentalidade que predomina em uma organização.

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A cultura organizacional não é algo que se possa tocar.

Ela não é percebida ou observada em si mesma, mas por meio dos seus efeitos e consequências.

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Aspectos Formais e Abertos

Componentes tangíveis, visíveis e publicamente observáveis, orientados para aspectos operacionais e de tarefas do cotidiano:

� Estrutura organizacional

� Títulos e descrições de cargos

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� Objetivos organizacionais e estratégias

� Tecnologia e práticas organizacionais

� Políticas e diretrizes de pessoal

� Métodos e procedimentos de trabalho

� Medidas de produtividade e financeiras

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Aspectos Informais e Ocultos

Componentes intangíveis, invisíveis, afetivos e emocionais, orientados para aspectos sociais e psicológicos:

� Padrões de influência e de poder

� Percepções e atitudes das pessoas

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� Sentimentos e normas grupais

� Valores e expectativas

� Padrões de interações formais

� Relações afetivas

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Principais características da cultura organizacional

Regularidades nos comportamentos observados:

Interações entre os participantes através da linguagem, de terminologias próprias e rituais relacionados com condutas e deferências.

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Principais características da cultura organizacional

Normas

Padrões de comportamento que incluem guias sobre a maneira de fazer as coisas.

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Principais características da cultura organizacional

Valores dominantes

Valores que a empresa espera dos seus funcionários: eficiência, ética, respeito.

113

Principais características da cultura organizacional

Ideologia ou filosofia

São políticas que afirmam as crenças sobre como os empregados e os clientes devem ser tratados.

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Principais características da cultura organizacional

Regras

São guias estabelecidos e relacionados com o comportamento na organização.

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Principais características da cultura organizacional

Clima organizacional

É o sentimento transmitido pelo local físico, como os participantes interagem, como as pessoas tratam os outros, clientes, fornecedores...

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PREVENÇÃO

E

PROMOÇÃO

DA

SAÚDE MENTAL

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Do ponto de vista da ergonomia, o sistema psíquico tem por objetivo proporcionar a melhor interação possível com o trabalho.

118

A atividade mental deve ser analisada de forma mais abrangente possível (emocional, social...), bem como, de forma mais específica através do processamento das informações (percepção, memória, linguagem...)

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Os Limites da Carga Mental

O ser humano tem uma grande variabilidade individual.

Parece ter um sistema psíquico dotado de grande elasticidade e capaz de grandes esforços adaptacionais, em função das necessidades detectadas, de fatores motivacionais.

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Os Limites da Carga Mental

A fadiga psíquica está relacionada com a monotonia, estresse, entre outros.

121

O cérebro como qualquer sistema de base biológica, não tem capacidade de manter de forma contínua um alto rendimento.

122

Independentemente da vontade, ocorrem períodos curtos de interrupção na elaboração das informações que chegam até o cérebro: bloqueios, pausa forçada ou autônoma.

123

Estas pausas tem o objetivo de manter o nível da capacidade mental o máximo tempo possível com o máximo de rendimento, oferecendo pequenos intervalos de tempo para recuperação da capacidade funcional.

124

Em trabalhos de longa duração aumentam a frequência e a duração destes bloqueios, o que pode ser um sintoma de fadiga mental diante das exigências de rendimento que se impõem à mente.

125

Trabalho Mental em Condições Adequadas

A organização do trabalho deve permitir que haja pausas para recuperação do esforço de concentração: intervalos, pausas, enriquecimento de tarefas, atividade física.

126

Trabalho Mental em Condições Adequadas

� Oferecer ambiente não fatigante: iluminação, temperatura, ruído.

127

� Adequação de estimulação sensorial em qualidade: contrastes, cores e sons.

� Conteúdo do trabalho deve oferecer desafios que instiguem o potencial cognitivo.

128

� Adequação de estimulação sensorial em qualidade (contrastes, cores e sons).

� Conteúdo do trabalho deve oferecer desafios que instiguem o potencial cognitivo.

129

� Clima organizacional com condições adequadas de conforto psíquico.

� Aplicação da macroergonomia.

130

Fatores Externos ao Trabalho

Importantes

para o Trabalho Mental

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� Estilo de vida equilibrado

� Sono e alimentação de qualidade

� Acompanhamento médico

� Gerenciamento do estresse

� Gostar do que faz

� Praticar atividade física

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Fatores Internos ao Trabalho

Importantes

para o Trabalho Mental

133

� Descentralização das decisões

� Equalização do poder

� Integração e coordenação

� Equipes multifuncionais de trabalho

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� Baixa formalização nas comunicações

� Cultura organizacional inovadora e criativa

� Ênfase no conhecimento e na intuição

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QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

QVT

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Qualidade de vida no trabalho é uma compreensão abrangente e comprometida das condições de vida no trabalho, que inclui aspectos de bem-estar, garantia de saúde e segurança física, mental e social, e capacitação para realizar tarefas com segurança e bom uso da energia pessoal.

137

A origem do conceito, segundo França e Rodrigues (1999), está ligada às condições humana e ética do trabalho, que compreendem desde a exposição a riscos ocupacionais observáveis no ambiente físico...

138

... padrões de relação entre o trabalho contratado e a retribuição a esse esforço, com suas implicações éticas e ideológicas, até a dinâmica do uso do poder formal e informal, ou seja, o significado do trabalho.

139

A falta de QVT abre um imenso precedente para o adoecimento físico, mental e emocional dos trabalhadores.

140

Há necessidade de se introduzir políticas que visem à QVT, sensibilizando os empregadores e instituições, para o impacto econômico dos problemas decorrentes da sua falta ou pouca valorização...

141

...valorização expressos na performance reduzida, nos altos índices de absenteísmo, na rotatividade do trabalho (turnover), nos acidentes de trabalho, e em um contexto geral, no adoecimento do trabalhador.

142

As características de personalidade mediam os fatores estressantes do ambiente e os sintomas.

143

A situação saudável de trabalho seria a que permitisse o desenvolvimento do indivíduo, alternando exigências e períodos de repouso, numa interação dinâmica homem-trabalho-ambiente.

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