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Ótimo para quem estuda Constitucional
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Seja bem Vindo!
Curso
Direito Constitucional
CursosOnlineSP.com.br
Carga horria: 60hs
Contedo Programtico: I - Do direito Constitucional e da Constituio
Da Constituio
Supremacia da Constituio
Controle de Constitucionalidade
Ao Declaratria de Constitucionalidade
Emenda Constituio
II - Dos Princpios Fundamentais
Dos Princpios Constitucionais do Estado Brasileiro
Poder e Diviso de Poderes
O Estado Democrtico de Direito
Princpio Democrtico e garantia dos Direitos fundamentais
Democracia
Teoria dos Direitos e Garantias Fundamentais
II - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Do Direito Vida
Direito Privacidade
Direito de Igualdade
Direito de Liberdade
Direitos Coletivos
Regime das Liberdades
Direito de Propriedade
Propriedades Especiais
Limitaes ao Direito de Propriedade
Funo Social da Propriedade
III - Direitos Sociais - Fundamentos Constitucionais
Direitos Sociais relativos aos trabalhadores
Direitos Coletivos dos Trabalhadores
Direitos Sociais do homem consumidor
Direito Ambiental
Direitos Sociais das Crianas e dos Idosos
IV - Direito de Nacionalidade
Direito de Nacionalidade Brasileira
Condio Jurdica do Estrangeiro no Brasil
V - Direito de Cidadania
Direitos Polticos Positivos
Direito de Sufrgio
Sistemas Eleitorais
Procedimento Eleitoral
Direitos Polticos Negativos
Privao dos Direitos Polticos
Re-aquisio dos Direitos Polticos
Inelegibilidades
Dos Partidos Polticos
Princpios Constitucionais de Organizao Partidria
Partidos e Representao Poltica
VI - Garantias Constitucionais
Garantias Constitucionais Individuais
Princpio da Legalidade
Princpio da Proteo Judiciria
Estabilidade dos Direitos Subjetivos
Direito Segurana
Remdios Constitucionais
Garantia dos Direitos Coletivos, Sociais e Polticos
Garantia dos Direitos Sociais
Direitos Polticos
Da Organizao do Estado e dos Poderes
Da Repartio de Competncias
Da Interveno nos Estados e nos Municpios
Interveno Federal nos Estados e no Distrito Federal
Interveno nos Municpios
II - Do Governo da Unio
Competncias da Unio
Organizao dos Poderes da Unio
Do Poder Legislativo
Funcionamento e Atribuies
Procedimento Legislativo
Estatuto dos Congressistas
Do Poder Executivo
Do Poder Judicirio
Supremo Tribunal Federal
Superior Tribunal de Justia
Justia Federal
Justia do Trabalho
Justia Eleitoral
Justia Militar
Das Funes Essenciais Justia
Advogado
Ministrio Pblico
Advocacia Pblica
III - Dos Estados, dos Municpios e do Distrito Federal
Competncias Estaduais
Organizao dos Governos Estaduais
Contedo da Constituio Estadual
Dos Municpios
Governo Municipal
Do Distrito Federal
Governo do Distrito Federal
IV - Da Administrao Pblica
rgos Superiores da Administrao Federal
Conselhos
rgos Superiores Estaduais
Dos Princpios Constitucionais da Administrao Pblica
Dos Servidores Pblicos
V - Bases Constitucionais das Instituies Financeiras
Limitaes do Poder de Tributar
Discriminao Constitucional do Poder de Tributar
Discriminao das Rendas por Fonte
Discriminao das Rendas pelo Produto
Das Finanas Pblicas e do Sistema Oramentrio
Estrutura dos Oramentos Pblicos
Princpios Oramentrios
Elaborao das Leis Oramentrias
Da Fiscalizao Contbil, Financeira e Oramentria
Tribunais de Contas
VI - Da Defesa do Estado e das Instituies Democrticas
Estado de Defesa
Estado de Stio
Das Foras Armadas
Da Segurana Pblica
Da Ordem Econmica e da Ordem Social
Constituio Econmica e seus Princpios
Atuao Estatal no Domnio Econmico
Das Propriedades na Ordem Econmica
Do Sistema Financeiro Nacional
Da Ordem Social
Da Seguridade Social
Da Ordem Constitucional da Cultura
Da famlia, da criana, do adolescente e do idoso
Dos ndios
Bibliografia/Links Recomendados
I - Do direito Constitucional e da Constituio
DIREITO CONSTITUCIONAL
Direito Constitucional o ramo do Direito Pblico que expe,
interpreta e sistematiza os princpios e normas fundamentais do
Estado; a cincia positiva das constituies; tem por Objeto a
constituio poltica do Estado, cabendo a ele o estudo sistemtico
das normas que integram a constituio. O contedo cientfico do
Direito Constitucional abrange seguintes disciplinas:
- Direito Constitucional Positivo ou Particular: o que tem por
objeto o estudo dos princpios
e normas de uma constituio concreta, de um Estado det
erminado; compreende a interpretao , sistematizao e crtica
das normas jurdico-constitucionais desse Estado,
configuradas na constituio vigente, nos seus legados histric
os e sua conexo com a realidade scio-cultural.
- Direito Constitucional Comparado: o estudo terico das
normas jurdico-constitucionais positivas (no necessariamente
vigentes) de vrios Estados, preocupando-se em destacar as
singularidades e os contrastes entre eles ou entre grupo deles.
- Direito Constitucional Geral: delineia uma srie de princpios, de
conceitos e de instituies que se acham em vrios direitos
positivos ou em grupos deles para classifica-los e sistematiz- los
numa viso unitria; uma cincia, que visa generalizar os
princpios tericos do Direito Constitucional particular e, ao mesmo
tempo, constatar pontos de contato e independncia do
Direito Constitucional Positivo dos vrios Estados que adotam
formas semelhantes do Governo. Da Constituio
1)Conceito: considerada sua lei fundamental, seria, ento, a
organizao dos seus elementos essenciais: um sistema de normas
jurdicas, escritas ou costumeiras, que regula a forma do Estado, a
forma de seu governo, o modo de aquisio e o exerccio do poder,
o estabelecimento de seus rgos, os limites de sua ao, os
direitos fundamentais do homem e as respectivas garantias; em
sntese, o conjunto de normas que organiza os elementos
constitutivos do Estado.
A constituio algo que tem, como forma, um complexo de
normas; como contedo, a conduta humana motivada das relaes
sociais; como fim, a realizao dos valores que apontam para o
existir da comunidade; e, finalmente,como causa criadora e
recriadora, o poder que emana do povo; no podendo ser
compreendida e interpretada, se no tiver em mente essa estrutura,
considerada como conexo de sentido, como tudo aquilo que
integra um conjunto de valores.
2)Classificao das Constituies: quanto ao contedo: materiais e formais; quanto forma: escritas e no escritas; quanto ao modo de elaborao: dogmticas e histricas; quanto origem: populares (democrticas) ou outorgadas; quanto estabilidade: rgidas, flexveis e semi-rgidas.
A constituio material em sentido amplo, identifica-se com a
organizao total do Estado, com regime poltico; em sentido
estrito, designa as normas escritas ou costumeiras, inseridas ou
no num documento escrito, que regulam a estrutura do Estado, a
organizao de seus rgos e os direitos fundamentais.
A constituio formal o peculiar modo de existir do Estado,
reduzido, sob forma escrita, a um documento solenemente
estabelecido pelo poder constituinte e somente modificvel por
processos e formalidades especiais nela prpria
A constituio escrita considerada, quando codificada e
sistematizada num texto nico, elaborado por um rgo constituinte,
encerrando todas as normas tidas como fundamentais sobre a
estrutura do Estado, a organizao dos poderes constitudos, seu
modo de exerccio e limites de atuao e os direitos fundamentais.
No escrita, a que cujas normas no constam de um documento
nico e solene, baseando-se nos costumes, na jurisprudncia e em
convenes e em textos constitucionais esparsos. Ex. constituio
inglesa.
Constituio dogmtica a elaborada por um rgo constituinte,
e sistematiza os dogmas ou idias fundamentais da teoria poltica e
do Direito dominantes no momento.
Histrica ou costumeira: a resultante de lenta formao
histrica, do lento evoluir das tradies, dos fatos scio-polticos,
que se cristalizam como normas fundamentais da organizao de
determinado Estado.
So populares as que se originam de um rgo constituinte
composto de representantes do povo, eleitos para o fim de elaborar
e estabelecer a mesma. (Cfs de 1891, 1934, 1946 e 1988).
Outorgadas so as elaboradas e estabelecidas sem a participao
do povo, aquelas que o governante por si ou por interposta pessoa
ou instituio, outorga, impe, concede ao povo. (Cfs 1824,1937,
1967 e 1969).
Rgida a somente altervel mediante processos, solenidades e
exigncias formais especiais, diferentes e mais difceis que os de
formao das leis ordinrias ou complementares.
Flexvel a que pode ser livremente modificada pelo legislador
segundo o mesmo processo de elaborao das leis ordinrias.
Semi-rgida a que contm uma parte rgida e uma flexvel.
3) Objeto: estabelecer a estrutura do Estado, a organizao de
seus rgos, o modo de aquisio do poder e a forma de seu
exerccio, limites de sua atuao, assegurar os direitos e garantias
dos indivduos, fixar o regime poltico e disciplinar os fins scio-
econmicos do Estado, bem como os fundamentos dos direitos
econmicos, sociais e culturais.
4) Contedo: varivel no espao e no tempo, integrando a
multiplicidade no uno das instituies econmicas, jurdicas, polticas e sociais na unidade mltipla da lei fundamental do Estado.
5) Elementos: por sua generalidade, revela em sua estrutura
normativa as seguintes categorias:
a) elementos orgnicos: que se contm nas normas que regulam a
estrutura do Estado e do poder;
b) limitativos: que se manifestam nas normas que consubstanciam
o elenco dos direitos e garantias fundamentais; limitam a ao dos
poderes estatais e do a tnica do Estado de Direito (individuais e
suas garantias, de nacionalidade, polticos);
c) scio-ideolgicos: consubstanciados nas normas scio-
ideolgicas, que revelam a carter de compromisso
das constituies modernas entre o Estado individualista e o social
intervencionista;
d) de estabilizao constitucional: consagrados nas normas
destinadas a assegurar a soluo dos conflitos constitucionais, a
defesa da constituio, do Estado e das instituies democrticas;
e) formais de aplicabilidade: so os que se acham
consubstanciados nas normas que estatuem regras de aplicao
das constituies, assim, o prembulo, o dispositivo que contm as
clausulas de promulgao e as disposies transitrias, assim, as
normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tm
aplicao imediata.
Supremacia da Constituio
6) Rigidez e supremacia constitucional: A rigidez decorre da
maior dificuldade para sua modificao do que as demais; dela
emana o princpio da supremacia da constituio, colocando-a no
vrtice do sistema jurdico.
7) Supremacia da Constituio Federal: por ser rgida, toda
autoridade s nela encontra fundamento e s ela confere poderes e
competncias governamentais; exerce, suas atribuies nos termos
dela; sendo que todas as normas que integram a ordenao jurdica
nacional s sero vlidas se se conformarem com as normas
constitucionais federais. Controle de Constitucionalidade
8) Inconstitucionalidade: as conformidades com os ditames
constitucionais no se satisfaz apenas com a atuao positiva;
exige mais, pois omitir a aplicao das normas, quando a
Constituio determina, tambm constitui conduta inconstitucional,
sendo reconhecida as seguintes formas de inconstitucionalidade:
- Por ao: ocorre com a produo de atos legislativos ou
administrativos que contrariem normas ou princpios da
constituio; seu fundamento resulta da compatibilidade vertical das
normas (as inferiores s valem se compatveis com as superiores);
essa incompatibilidade que se chama de inconstitucionalidades da
lei ou dos atos do Poder Pblico;
- Por omisso: verifica-se nos casos em que no sejam praticados
atos requeridos pata tornar plenamente
aplicveis normas constitucionais; no realizado um direito por
omisso do legislador, caracteriza-se como inconstitucional;
pressuposto para a propositura de uma ao de
inconstitucionalidade por omisso.
9) Sistema de controle de constitucionalidade: se estabelece,
tecnicamente, para defender a supremacia constitucional contra as
inconstitucionalidades.
- Controle poltico: entrega a verificao de inconstitucionalidade a
rgos de natureza poltica;
- Jurisdicional: a faculdade no qual as constituies outorga ao
Judicirio de declarar a inconstitucionalidade de lei ou outros atos
de Poder Pblico; Misto: realiza-se quando a constituio submete
certas categorias de lei ao controle poltico e outras ao controle
jurisdicional.
10) Critrios e modos de exerccio do
controle jurisdicional: so conhecidos dois critrios de
controle:Controle difuso: verifica-se quando se reconhece o seu
exerccio a todos os componentes do Judicirio; controle
concentrado: se s for deferido ao tribunal de cpula do Judicirio;
subordina-se ao princpio geral de que no h juzo sem autor,
rigorosamente seguido no sistema brasileiro, como na maioria que
possui controle difuso.
11) Sistema brasileiro de controle de constitucionalidade:
jurisdicional introduzido com a Constituio de 1891, acolhendo
o controle difuso por via de exceo (cabe ao demandado argir a
inconstitucionalidade, apresentando sua defesa num caso
concreto), perdurando at a vigente; em vista da atual constituio,
temos a inconstitucionalidade por ao ou omisso; o controle
jurisdicional, combinando os critrios difuso e concentrado, este de
competncia do STF; portanto, temos o exerccio do controle por via
de exceo e por ao direta de inconstitucionalidade e ainda a
ao declaratria de constitucionalidade; a ao direta de
inconstitucionalidade compreende trs modalidades: Interventiva,
genrica e a supridora de omisso. A constituio mantm a regra
segundo a qual somente pelo voto da maioria absoluta de seus
membros ou dos membros do respectivo rgo especial podero os
tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
Poder Pblico. (art. 97)
12) Efeitos da declarao de inconstitucionalidade: depende da
soluo sobre a natureza do ato inconstitucional: se inexistente,
nulo ou anulvel. A declarao de inconstitucionalidade, na via
indireta, no anula a lei nem a revoga; teoricamente a lei continua
em vigor, eficaz e aplicvel, at que o Senado Federal suspenda
sua executoriedade (art. 52, X). A declarao na via direta tem
efeito diverso, importa suprimir a eficcia e aplicabilidade da lei ou
ato; distines a seguir:
- Qual a eficcia da sentena que decide a
inconstitucionalidade na via de exceo: se resolve pelos
princpios processuais; a argio de inconstitucionalidade
questo prejudicial e gera um procedimentoincidenter tantum, que
busca a simples verificao da existncia ou do vcio alegado; a
sentena declaratria; faz coisa julgada somente no caso e entre
as partes; no que tange ao caso concreto, a declarao surte
efeitos ex tunc; no entanto a lei contnua eficaz e aplicvel, at que
seja suspensa sua executoriedade pelo Senado; ato que no
revoga nem anula a lei, apenas lhe retira a eficcia, da por
diante ex nunc.
- Qual a eficcia da sentena proferida no processo de ao
direta de inconstitucionalidade genrica?: tem por objeto a
prpria questo de inconstitucionalidade; qualquer deciso, que a
decrete, dever ter eficcia erga omnes (genrica) e obrigatria; a
sentena a faz coisa julgada material, que vincula as autoridades
aplicadoras da lei, que no podero mais dar-lhe execuo sob
pena de arrostar a eficcia da coisa julgada, uma vez que a
declarao de inconstitucionalidade em tese visa precisamente
atingir o efeito imediato de retirar a aplicabilidade da lei.
- Efeito da sentena proferida no processo de ao de
inconstitucionalidade interventiva: visa no apenas
obter a declarao de inconstitucionalidade, mas tambm
restabelecer a ordem constitucional no Estado, ou Municpio,
mediante a interveno; a sentena no ser meramente
declaratria; no cabendo ao Senado a suspenso da execuo do
ato; a Constituio declara que o decreto se limitar a suspender a
execuo do ato impugnado, se essa medida
bastar ao restabelecimento da normalidade; a deciso tem um
efeito condenatrio que fundamenta o decreto de interveno; a
condenao tem efeito constitutivo da sentena que faz coisa
julgada material erga omnes.
- Efeito da declarao de inconstitucionalidade por omisso: o
efeito est no art. 103, 2 da Constituio, ao estatuir que,
declarada a inconstitucionalidade por omisso de medida para
tornar efetiva norma constitucional, ser dada cincia ao Poder
competente para a adoo das providncias necessrias e, em se
tratando de rgo administrativo, para faz-lo em 30 dias; a
sentena que reconhece a inconstitucionalidade por omisso
declaratria, mas no meramente, porque dela decorre um efeito
ulterior de natureza mandamental no sentido de exigir a adoo das
providncias necessrias ao suprimento da omisso Ao Declaratria de Constitucionalidade
uma ao que tem a caracterstica de um meio paralisante de
debates em torno de questes jurdicas fundamentais de interesse
coletivo; ter como pressuposto ftico a existncia de decises de
constitucionalidade, em processos concretos, contrrias posio
governamental; seu exerccio gera um processo constitucional
contencioso, de fato, porque visa desfazer decises proferidas
entre as partes, mediante sua propositura por uma delas; tem
natureza de meio de impugnao antes que de ao, com o mesmo
objeto das contestaes, sustentando a constitucionalidade da lei
ou ato normativo.
13) Finalidade o objeto da ao declaratria de
constitucionalidade: essa ao pressupe controvrsia a respeito
da constitucionalidade da lei, o que aferido diante da existncia de
um grande nmero de aes onde a constitucionalidade da lei
impugnada, sua finalidade imediata consiste na rpida soluo
dessas pendncias; visa solucionar isso, por via de coisa julgada
vinculante, que declara ou no a constitucionalidade da lei. O objeto
da ao a verificao da constitucionalidade da lei ou ato
normativo federal impugnado em processos concretos; no tem por
objeto a verificao da constitucionalidade de lei ou ato estadual ou
municipal, no h previso dessa possibilidade.
14) Legitimao e competncia para a ao: segundo o art. 103,
4, podero prop-la o Presidente da Repblica, a Mesa do Senado
Federal, a Mesa da Cmara dos Deputados e o Procurador-Geral
da Repblica, e o STF j decidiu que no cabe a interveno do
Advogado-Geral da Unio no processo dessa ao.
A competncia para processar e julgar a ao declaratria de
constitucionalidade exclusivamente do STF.
15) Efeitos da deciso da ao declaratria de
constitucionalidade: segundo a art. 102, 2, as decises
definitivas de mrito nessas aes, produziro eficcia contra todos
e efeito vinculante aos demais rgos do Judicirio e do Executivo;
ter efeito erga omnes, se estendendo a todos os feitos em
andamento, paralisando-os com o desfazimento dos efeitos das
decises neles proferidas no primeiro caso ou a confirmao
desses efeitos no segundo caso; o ato, dali por diante,
constitucional, sem possibilidade de qualquer outra declarao em
contrrio; pelo efeito vinculante funo jurisdicional dos demais
rgos do Judicirio, nenhum juzo ou Tribunal poder conhecer de
ao ou processo em que se postule uma deciso contrria
declarao emitida no processo de ao declaratria de
constitucionalidade pelo STF nem produzir validamente ato
normativo em sentido contrrio quela deciso. Emenda Constituio
Emenda o processo formal de mudanas das constituies
rgidas, por meio de atuao de certos rgos, mediante
determinadas formalidades, estabelecidas nas
prprias constituies para o exerccio do poder reformador;
a modificao de certos pontos, cuja estabilidade o
legislador constituinte no considerou to grande como outros mais
valiosos, se bem que submetida a obstculos e formalidades mais
difceis que os exigidos para a alterao das leis ordinrias; o
nico sistema de mudana formal da Constituio.
16) Sistema brasileiro: Apresentada a proposta, ser ela
discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, considerando-se aprovada quando obtiver, em ambos, trs
quintos (3/5) dos votos dos membros de cada uma delas (art. 60,
2); uma vez aprovada, a emenda ser promulgada pelas Mesas da
Cmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo
nmero de ordem; acrescenta-se que a matria constante de
proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada no
poder ser objeto de nova proposta na mesma sesso legislativa
(art. 60, 5).
17) Poder constituinte e poder reformador: a Constituio
conferiu ao Congresso Nacional a competncia para elaborar
emendas a ela; o prprio poder constituinte originrio, ao
estabelecer a CF, instituiu um poder constituinte
reformador; no fundo, o agente ou sujeito da reforma, o poder
constituinte originrio, que, por esse mtodo, atua em segundo
grau, de modo indireto, pela outorga de competncia um rgo
constitudo para, em seu lugar, proceder s modificaes na
Constituio, que a realidade exige; segundo o Prof. Manoel G.
Ferreira Filho, poder constituinte de reviso aquele poder, inerente Constituio rgida que se destina a modific-la, segundo
o que a mesma estabelece; visa permitir a mudana da
Constituio, adaptao da Constituio a novas necessidades, a
novos impulsos, a novas foras, sem que para tanto seja preciso
recorrer revoluo, sem que seja preciso recorrer ao poder
constituinte originrio.
18) Limitaes ao poder de reforma constitucional: limitado,
porque a prpria norma constitucional lhe impe procedimento e
modo de agir, dos quais no pode arredar sob pena de sua obra
sair viciada, ficando sujeita ao sistema de controle de
constitucionalidade, configura as limitaes formais.
A doutrina distribui as limitaes em:
Limitaes temporais: no so comumente encontrveis na
histria constitucional brasileira; s a do Imprio estabeleceu esse
tipo de limitao; visto que previa, que somente aps um certo
tempo estabelecido, que ela poderia ser reformada ( no caso 4
anos).
Limitaes circunstanciais: desde 1934 estatui-se um tipo de
limitao ao poder de reforma, qual seja a de que no se proceder
reforma na vigncia do estado de stio; a Cf vigente veda
emendas na vigncia de interveno federal, de estado de defesa
ou estado de stio (art. 60, 1).
Limitaes materiais: distingue, materiais explcitas
(compreende-se que o constituinte originrio
poder, expressamente, excluir determinadas matrias ou
contedos da incidncia do poder de reforma) e implcitas(ocorre
quando so enumeradas matrias de direitos fundamentais,
insuscetveis de emendas)
19) Controle de constitucionalidade da reforma
constitucional: toda modificao, feita com desrespeito
de procedimento especial estabelecido ou de preceito que no possa ser objeto de emenda, padecer de vcio de inconstitucionalidade formal ou material, e assim ficar sujeita ao controle de constitucionalidade pelo Judicirio, tal como se d com as leis ordinrias.
II - Dos Princpios Fundamentais
DOS PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS
As normas so preceitos que tutelam situaes subjetivas de
vantagem ou de vnculo, ou seja, reconhecem a pessoa ou a
entidade, a faculdade de realizar certos interesses por ato prprio
ou exigindo ao ou absteno de outrem; vinculam elas
obrigao de submeter-se s exigncias de realizar uma prestao.
Os princpios so ordenaes que se irradiam e imantam os
sistemas de normas; so como ncleos de condensaes nos quais
confluem valores e bens constitucionais.
20) Os princpios constitucionais positivos: se traduzem em
normas da Constituio ou que delas diretamente se inferem; so
basicamente de duas categorias:
Princpios poltico-constitucionais: constituem-se
daquelas decises polticas fundamentais concretizadas em normas
conformadoras do sistema constitucional positivo, e so normas-
princpio.
Princpios jurdico-constitucionais: so informadores da ordem
jurdica nacional; decorrem de certas normas constitucionais, e
constituem desdobramentos dos fundamentais.
21) Conceito e contedo dos princpios
fundamentais: constituem-se dos princpios definidores da forma
de Estado, dos princpios definidores da estrutura do Estado, dos
princpios estruturantes do regime poltico e dos princpios
caracterizadores da forma de governo e da organizao poltica em
geral; os da CF/88 discriminadamente so:
a) princpios relativos existncia, forma, estrutura e tipo de
Estado: Repblica Federativa, soberania, Estado democrtico de
direito (art. 1);
b) relativos forma de governo e organizao dos
poderes: Repblica e separao de poderes (art. 1 e 2);
c) relativos organizao da sociedade: princpio da livre
organizao social, de convivncia justa e da solidariedade (art 3,
I);
d) relativos ao regime poltico: da cidadania, da dignidade da
pessoa, do pluralismo, da soberania popular, da representao
poltica e da participao popular direta (art. 1, pargrafo nico);
e) relativos prestao positiva do Estado: da independncia e do
desenvolvimento nacional, da justia social e da no discriminao
(arts. 3, II, III e IV); relativos comunidade internacional: da
independncia nacional, do respeito dos direitos fundamentais da
pessoa humana, da auto determinao dos povos, da no-
interveno, da igualdade dos Estados, da soluo pacfica dos
conflitos e da defesa da paz; do repdio ao terrorismo e ao racismo,
da cooperao entre os povos e o da integrao da Amrica Latina
(art. 4).
22) Princpios fundamentais e princpios gerais do Direito
Constitucional: os fundamentais traduzem-se em normas
fundamentais que explicitam as valoraes polticas fundamentais
do legislador constituinte, contm as decises polticas
fundamentais; os gerais formam temas de uma teoria geral do
Direito Constitucional, por envolver conceitos gerais, relaes,
objetos, que podem ter seu estudo destacado da dogmtica
jurdico-constitucional.
23) Funo e relevncia dos princpios fundamentais: a funo
ordenadora, bem como sua ao imediata, enquanto diretamente
aplicveis ou diretamente capazes de conformarem as relaes
poltico-constitucionais; a ao imediata dos princpios consiste, em
primeiro lugar, em funcionarem como critrio de interpretao e de
integrao, pois so eles que do coerncia geral ao sistema.
Dos Princpios Constitucionais do Estado Brasileiro
REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
24) O Pas e o Estado brasileiros: Pas se refere aos aspectos
fsicos, ao habitat, ao torro nacional; manifesta a unidade
geogrfica, histrica, econmica e cultural das terras ocupadas
pelos brasileiros. Estado uma ordenao que tem por fim
especfico e essencial a regulamentao global das relaes sociais
entre os membros de uma dada populao sobre um dado territrio;
constitui-se de um poder soberano de um povo situado num
territrio com certas finalidades; a constituio organiza esses
elementos.
25) Territrio e forma de Estado: territrio o limite espacial
dentro do qual o Estado exerce de modo efetivo o poder de imprio
sobre pessoas e bens. Forma de Estado o modo de exerccio do
poder poltico em funo do territrio.
26) Estado Federal - forma do Estado brasileiro: o federalismo,
refere-se a uma forma de Estado (federao ou Estado Federal)
caracterizada pela unio de coletividades pblicas dotadas de
autonomia poltico-constitucional, autonomia federativa;
a federao consiste na unio de coletividades regionais autnomas
(estados federados, estados-membros ou estado). Estado federal
o todo, dotado de personalidade jurdica de Direito Pblico
Internacional. A Unio a entidade federal formada pela reunio
das partes componentes, constituindo pessoa jurdica de Direito
Pblico interno, autnoma em relao aos Estados e a que cabe
exercer as prerrogativas da soberania do Estado brasileiro.
A autonomia federativa assenta-se em dois elementos:
a) na existncia de rgos governamentais prprios;
b) na posse de competncias exclusivas. O Estado federal
apresenta-se como um Estado que, embora parecendo nico nas
relaes internacionais, constitudo por Estados-membros
dotados de autonomia, notadamente quanto ao exerccio de
capacidade normativa sobre matrias reservadas sua
competncia.
27) Forma de Governo - a Repblica: Forma de governo
conceito que se refere maneira como se d a instituio do poder
na sociedade e como se d a relao entre governantes e
governados. Repblica uma forma de governo que designa uma
coletividade poltica com caractersticas da res pblica, ou seja,
coisa do povo e para o povo, que se ope a toda forma de tirania.
O princpio republicano (art. 1) no instaura a Repblica, recebe-a
da evoluo constitucional. Sistema de Governo o modo como
se relacionam os poderes, especialmente o Legislativo e o
Executivo, que d origem aos sistemas parlamentarista,
presidencialista e diretorial.
28) Fundamentos do Estado brasileiro: segundo o art. 1, o
Estado brasileiro tem como fundamentos a soberania, a cidadania,
a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da
livre iniciativa e o pluralismo poltico.
29) Objetivos fundamentais do Estado brasileiro: a Constituio
consigna como objetivos fundamentais (art. 3): construir uma
sociedade livre, justa e solidria; garantir o desenvolvimento
nacional; erradicar a pobreza e a marginalizao; reduzir as
desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raa, sexo, cor, idade e de outras formas
de discriminao.
Poder e Diviso de Poderes
A diviso de poderes um princpio fundamental da Constituio,
consta no ser art. 2: so poderes da Unio, independentes e
harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judicirio;
exprimem, a um tempo, as funes legislativa, executiva e
jurisdicional e indicam os respectivos rgos, estabelecidos na
organizao dos poderes.
30) Poder poltico: pode ser definido como uma energia capaz
de coordenar e impor decises visando realizao de
determinados fins; superior a todos os outros poderes sociais, os
quais reconhece, rege e domina, visando a ordenar as relaes
entre esses grupos de indivduos entre si e reciprocamente, de
maneira a manter um mnimo de ordem e estimular o mximo de
progresso vista do bem comum; possui 3 caractersticas
fundamentais; unidade, indivisibilidade e indelegabilidade.
31) Governo e distino de funes do poder: Governo o
conjunto de rgos mediante os quais a vontade do Estado
formulada, expressada e realizada,ou, o conjunto de rgos
supremos a quem incumbe o exerccio das funes do poder
poltico; a distino das funes que so a legislativa, a executiva e
a jurisdicional, fundamentalmente :
- a legislativa consiste na edio de regras gerais(leis), abstratas,
impessoais e inovadoras da ordem pblica;
- a executiva resolve os problemas concretos e individualizados, de
acordo com as leis;
- a jurisdicional tem por objeto aplicar o direito aos casos concretos
a fim de dirimir conflitos de interesse.
32) Diviso dos poderes: consiste em confiar cada uma das
funes governamentais a rgos diferentes, que tomam os nomes
das respectivas funes; fundamenta-se em dois elementos: a
especializao funcional e a independncia orgnica.
33) Independncia e harmonia entre os
poderes: a independncia dos poderes significa que a investidura
e a permanncia das pessoas num dos rgos no dependem da
confiana nem da vontade dos outros, que, no exerccio das
atribuies que lhe sejam prprias, no precisam os titulares
consultar os outros nem necessitam de sua autorizao, que, na
organizao dos respectivos servios, cada um livre, observadas
apenas as disposies constitucionais e legais. A harmonia entre os
poderes verifica-se pelas normas de cortesia no trato recproco e no
respeito s prerrogativas e faculdades a que mutuamente todos tm
direito; a diviso de funes entre os rgos do poder nem sua
independncia so absolutas; h interferncias, que visam ao
estabelecimento de um sistema de freios e contrapesos, busca do
equilbrio necessrio realizao do bem da coletividade.
34) Excees ao princpio: a Constituio estabelece
incompatibilidades relativamente ao exerccio de funes e poderes
(art. 54), e porque os limites e excees ao princpio decorrem de
normas; Exemplos de exceo ao princpio: arts. 56, 62 (medidas
provisrias com fora de lei) e 68 ( delegao de atribuies
legislativas).
O Estado Democrtico de Direito
A democracia, como realizao de valores de convivncia humana,
conceito mais abrangente do que o de Estado de Direito, que
surgiu como expresso jurdica da democracia liberal. O Estado
Democrtico de Direito rene os princpios do Estado Democrtico
e do Estado de Direito, no como simples reunio formal dos
respectivos elemento, revela um conceito novo que os supera, na
medida em que incorpora um componente revolucionrio de
transformao do status quo.
35) Estado de Direito: suas caractersticas bsicas foram a
submisso do imprio a lei, a diviso de poderes e o enunciado e
garantia dos direitos individuais.
36) Estado Social de Direito: transformao do Estado de Direito,
onde o qualitativo social refere-se correo do individualismo
clssico liberal pela afirmao dos chamados direitos sociais e
realizao de objetivos de justia social; caracteriza-se no propsito
de compatibilizar, em um mesmo sistema, 2 elementos: o
capitalismo, como forma de produo, e a consecuo do bem-
estar social geral, servindo de base ao neocapitalismo.
37) Estado Democrtico: se funda no princpio da soberania
popular, que impe a participao efetiva e operante do povo na
coisa pblica, participao que no se exaure, na simples formao
das instituies representativas, que constituem em estgio da
evoluo do Estado Democrtico, mas no o seu completo
desenvolvimento; visa, assim, a realizar o princpio democrtico
como garantia real dos direitos fundamentais da pessoa humana.
38) Caracterizao do Estado Democrtico de Direito: no
significa apenas unir formalmente os conceitos de Estado de
Democrtico e Estado de Direito; consiste na criao de um
conceito novo, levando em conta os conceitos dos elementos
componentes, mas os supera na medida em que incorpora um
componente revolucionrio de transformao do status quo; um
tipo de Estado que tende a realizar a sntese do processo
contraditrio do mundo contemporneo, superando o Estado
capitalista para configurar um Estado promotor de justia social que
o personalismo e monismo poltico das democracias populares sob
o influxo do socialismo real no foram capazes de construir; a CF
de 88 apenas abre as perspectivas de realizao social profunda
pela prtica dos direitos sociais que ela inscreve e pelo exerccio
dos instrumentos que oferece cidadania e que possibilita
concretizar as exigncias de um Estado de justia social, fundado
na dignidade da pessoa humana.
39) A lei no Estado Democrtico de Direito: o princpio da
legalidade tambm um princpio basilar desse Estado; da
essncia do seu conceito subordinar-se Constituio e fundar-se
na legalidade democrtica; sujeita-se ao imprio da lei, mas da lei
que realize o princpio da igualdade e da justia no pela sua
generalidade, mas pela busca da equalizao das condies dos
socialmente desiguais.
40) Princpios a tarefa do Estado Democrtico de Direito: so os
seguintes: princpio da constitucionalidade, democrtico, do sistema
de direitos fundamentais, da justia social, da igualdade, da diviso
de poderes, da legalidade e da segurana jurdica; sua tarefa
fundamental consiste em superar as desigualdades sociais e
regionais e instaurar um regime democrtico que realize a justia
social.
Princpio Democrtico e garantia dos Direitos fundamentais
REGIME POLTICO
41) Conceito de regime poltico: um complexo estrutural de
princpios e foras polticas que
configuram determinada concepo do Estado e da sociedade, e
que inspiram seu ordenamento jurdico; antes de tudo, pressupe a
existncia de um conjunto de instituies e princpios fundamentais
que informam determinada concepo poltica do Estado e da
sociedade, sendo tambm um conceito ativo, pois, ao fato estrutural
h que superpor o elemento funcional, que implica uma atividade e
um fim, supondo dinamismo, sem reduo a uma simples atividade
de governo.
42) Regime poltico brasileiro: segundo a CF/88, funda-se no
princpio democrtico; o prembulo e o art. 1 o enunciam de
maneira insofismvel.
Democracia
43) Conceito de Democracia: um processo de convivncia social
em que o poder emana do povo, h de ser exercido, direta ou
indiretamente, pelo povo e em proveito do povo.
44) Pressupostos da democracia: a democracia no necessita de
pressupostos especiais; basta a existncia de uma sociedade; se
seu governo emana do povo, democracia; se no, no o ; a
Constituio estrutura um regime democrtico consubstanciando
esses objetivos de equalizao por via dos direitos sociais e da
universalizao de prestaes sociais; a democratizao dessas
prestaes, ou seja, a estrutura de modos democrticos, constitui
fundamento do Estado Democrtico de Direito, institudo no art. 1.
45) Princpios e valores da democracia: a doutrina afirma que a
democracia repousa sobre trs princpios fundamentais: o princpio
da maioria, o princpio da igualdade e o princpio da liberdade; em
verdade, repousa sobre dois princpios fundamentais, que lhe do
a essncia conceitual: o da soberania popular, segundo o qual o
povo a nica fonte do poder, que se exprime pela regra de que
todo o poder emana do povo; a participao, direta e indireta, do
povo no poder, para que este seja efetiva expresso da vontade
popular; nos casos em que a participao indireta, surge um
princpio derivado ou secundrio: o da representao; Igualdade e
Liberdade, tambm, no so princpios, mas valores democrticos,
no sentido que a democracia constitui instrumento de sua
realizao no plano prtico; a igualdade valor fundante da
democracia, no igualdade formal, mas a substancial.
46) O poder democrtico e as qualificaes da democracia: o
que d essncia democracia o fato de o poder residir no povo;
repousa na vontade popular no que tange fonte do exerccio do
poder; o conceito de democracia fundamenta-se na existncia de
um vnculo entre o povo e o poder; como este recebe qualificaes
na conformidade de seu objeto e modo de atuao; a
democratizao do poder fenmeno histrico, da o aparecimento
de qualificaes da democracia para denotar-lhe uma nova faceta,
ou seja, a democracia poltica, a social e a econmica.
47) Exerccio do poder democrtico
Democracia direta aquela em que o povo exerce, por si, os
poderes governamentais, fazendo leis, administrando e julgando;
Democracia indireta, chamada representativa, aquela na qual o
povo, fonte primria do poder, no podendo dirigir os negcios do
Estado diretamente, em face da extenso territorial, da densidade
demogrfica e da complexidade dos problemas sociais, outorga as
funes de governo aos seus representantes, que elege
periodicamente;
Democracia semidireta , na verdade, democracia representativa
com alguns institutos de participao direta do povo nas funes de
governo, institutos que, entre outros, integram a democracia
participativa.
48) Democracia representativa: pressupe um conjunto de
instituies que disciplinam a participao popular no processo
poltico, que vem a formar os direitos polticos que qualificam a
cidadania, tais como as eleies, o sistema eleitoral, etc., como
constam nos arts. 14 a 17 da CF; a participao popular indireta,
peridica e formal, por via das instituies eleitorais que visam a
disciplinar as tcnicas de escolhas do representantes do povo.
49) O mandato poltico representativo: a eleio gera, em favor
do eleito, o mandato poltico representativo; nele se
consubstanciam os princpios da representao e da autoridade
legtima; o mandado se diz poltico representativo porque constitui
uma situao jurdico-poltica com base na qual algum, designado
por via eleitoral, desempenha uma funo poltica na democracia
representativa.
50) Democracia participativa: o princpio participativo
caracteriza-se pela participao direta e pessoal da cidadania na
formao dos atos de governo; as primeiras manifestaes
consistiram nos institutos de democracia semidireta, que combinam
instituies de participao direta e indireta, tais como: a iniciativa
popular (art. 14, III, regulado no art. 61, 2), o referendo popular
(art. 14, II e 49, XV), o plebiscito (art. 14, I e 18, 3 e 4) e a ao
popular (art. 5, LXXIII).
51) Democracia pluralista: a CF/88 assegura os valores de uma
sociedade pluralista (prembulo) e fundamenta-se no pluralismo
poltico (art. 1, V); a Constituio opta, pois, pela sociedade
pluralista que respeita a pessoa humana e sua liberdade; optar por
isso significa acolher uma sociedade conflitiva, de interesses
contraditrios e antinmicos; o papel poltico inserido para
satisfazer, pela edio de medidas adequadas o pluralismo social,
contendo seu efeito dissolvente pela unidade de fundamento da
ordem jurdica.
52) Democracia e direito constitucional brasileiro: o regime
assume uma forma de democracia participativa, no qual
encontramos participao por via representativa e participao
direta por via do cidado. A esse modelo, a Constituio incorpora
princpios da justia social e do pluralismo; assim, o modelo o de
uma democracia social, participativa e pluralista; no porm, uma
democracia socialista, pois o modelo econmico adotado
fundamentalmente capitalista.
Teoria dos Direitos e Garantias Fundamentais
I - A DECLARAO DOS DIREITOS
1) A declarao dos direitos nas constituies brasileiras: a
Constituio do Imprio j os consignava quase integralmente,
havendo, nesse aspecto, pouca inovao de fundo, salvo quanto
Constituio vigente que incorpora novidades de relevo; ela
continha um ttulo sob rubrica confusa Das Disposies Gerais, e
Garantia dos Direitos Civis e Polticos dos cidado brasileiros, com
disposies sobre a aplicao da Constituio, sua reforma,
natureza de suas normas e o art. 179, com 35 incisos, dedicados
aos direitos e garantias individuais especialmente. J a Constituio
de 1891 abria a Seo II do Ttulo IV com uma Declarao de
Direitos, assegurando a inviolabilidade dos direitos concernentes
liberdade, segurana e propriedade nos termos dos 31
pargrafos do art. 72; basicamente, contm s os chamados
direitos e garantias individuais. Essa metodologia modificou-se a
partir da Constituio de 1934 que abriu um ttulo especial para a
Declarao de Direitos, nela inscrevendo no s os direitos e
garantias individuais, mas tambm os de nacionalidade e os
polticos; essa constituio durou pouco mais de 3 anos, pelo que
nem teve tempo de ter efetividade. A ela sucedeu a Carta de 1937,
ditatorial na forma, no contedo e na aplicao, com integral
desrespeito aos direitos do homem, especialmente os concernentes
s relaes polticas. A Constituio de 1946 trouxe o Ttulo IV
sobre as Declaraes dos Direitos, com 2 captulos, um sobre a
nacionalidade e a cidadania e outro sobre os direitos e garantias
individuais, incluindo no caput do art. 141, o direito vida. Assim
fixou o enunciado que se repetiria da Constituio de 1967 (art.
151) e sua Emenda 1/69 (art. 153), assegurando os direitos
concernentes vida, liberdade, segurana individual e
propriedade. A CF/88 adota tcnica mais moderna; abre-se com um
ttulo sobre os princpios fundamentais, e logo introduz o Ttulo II -
Dos Direitos e Garantias Fundamentais, matria que nos ocupar a
partir de agora.
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO HOMEM
2) Inspirao e fundamentao dos direitos fundamentais:
a doutrina francesa indica o pensamento cristo e a concepo dos
direitos naturais como as principais fontes de inspirao das
declaraes dos direitos; fundada na insuficiente e restrita
concepo das liberdades pblicas, no atina com a necessidade
de envolver nessa problemtica tambm os direitos econmicos,
sociais e culturais, aos quais se chama brevemente direitos sociais;
outras fontes de inspirao dos direitos fundamentais so o
Manifesto Comunista e as doutrinas marxistas, a doutrina social da
Igreja, a partir do Papa Leo XIII e o intervencionismo estatal.
3) Forma das declaraes de direitos: assumiram, inicialmente, a
forma de proclamaes solenes; depois, passaram a constituir o
prembulo das constituies; atualmente, ainda que nos
documentos internacionais assumam a forma das primeiras
declaraes, nos ordenamentos nacionais integram as
constituies, adquirindo o carter concreto de normas jurdicas
positivas constitucionais, por isso, subjetivando-se em direito
particular de cada povo, que tem conseqncia jurdica prtica
relevante.
4) Conceito de direitos fundamentais: direitos fundamentais do
homem constitui a expresso mais adequada a este estudo, porque,
alm de referir-se a princpios que resumem a concepo do mundo
e informam a ideologia poltica de cada ordenamento jurdico,
reservada para designar, no nvel do direito positivo, aquelas
prerrogativas e instituies que ele concretiza em garantia de uma
convivncia digna, livre e igual de todas as pessoas; no qualitativo
fundamentais acha-se a indicao de que se trata de situaes
jurdicas sem as quais a pessoa humana no se realiza, no
convive e, as vezes, nem mesmo sobrevive; fundamentais do
homem no sentido de que a todos, por igual, devem ser, no
apenas formalmente reconhecidos, mas concreta e
materialmente efetivados; a limitao imposta pela soberania
popular aos poderes constitudos do Estado que dela dependem.
5) Natureza e eficcia das normas sobre direitos
fundamentais: a natureza desses direitos so situaes jurdicas,
objetivas e subjetivas, definidas no direito positivo, em prol da
dignidade, igualdade e liberdade da pessoa humana; a eficcia e
aplicabilidade das norma que contm os direitos
fundamentais dependem muito de seu enunciado, pois se trata de
assunto que est em funo do direito positivo; a CF/88 expressa
sobre o assunto, quando estatui que as normas definidoras dos
direitos e garantias fundamentais, tm aplicao imediata.
6) Classificao dos direitos fundamentais: em sntese, com
base na CF/88. podemos classificar os direitos fundamentais em 5
grupos:
1 - direitos individuais (art. 5);
2 - direitos coletivos (art. 5);
3 - direitos sociais (arts. 6 e 193 e ss.);
4 - direitos nacionalidade (art. 12);
5 - direitos polticos (arts. 14 a 17).
7) Integrao das categorias de direitos fundamentais: a
Constituio fundamenta o entendimento de que as categorias de
direitos humanos fundamentais, nela previstos, integram-se num
todo harmnico, mediante influncias recprocas, at porque os
direitos individuais, esto contaminados de dimenso social, de tal
sorte que a previso dos direitos sociais, entre eles, os direitos de
nacionalidade e polticos, lhes quebra o formalismo e o sentido
abstrato; com isso, transita-se de uma democracia de contedo
basicamente poltico-formal para a democracia de contedo social,
se no de tendncia socializante; h certamente um desequilibrio
entre uma ordem social socializante e uma ordem econmica
liberalizante.
8) Direitos e garantias dos direitos: interessam-nos apenas as
garantias dos direitos fundamentais, que distinguiremos em 2
grupos:
- garantias gerais, destinadas a assegurar e existncia e a
efetividade (eficcia social) daqueles direitos, as quais se referem
organizao da comunidade poltica, e que poderamos chamar
condies econmico-sociais, culturais e polticas que favorecem o
exerccio dos direitos fundamentais;
- garantias constitucionais que consistem nas instituies,
determinaes e procedimentos mediante os quais a prpria
Constituio tutela a observncia ou, em caso de inobservncia, a
reintegrao dos direitos fundamentais; so de 2 tipos: gerais, que
so instituies constitucionais que se inserem no mecanismo de
freios e contrapesos dos poderes e, assim, impedem o arbtrio com
o que constituem, ao mesmo tempo, tcnicas de garantia e
respeito aos direitos fundamentais; especiais, que so prescries
constitucionais estatuindo tcnicas e mecanismos que, limitando a
atuao dos rgos estatais ou de particulares, protegem a
eficcia, a aplicabilidade e a inviolabilidade dos direitos
fundamentais de modo especial.
O conjunto das garantias forma o sistema de proteo deles:
proteo social, poltica e jurdica; em conjunto caracterizam-se
como imposies, positivas ou negativas, aos rgos do Poder
Pblico, limitativas de sua conduta, para assegurar a observncia
ou, no caso de violao, a reintegrao dos direitos fundamentais.
II - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS
9) Conceito de direito individual: so do direitos fundamentais do
homem-indivduo, que so aqueles que reconhecem a autonomia
aos particulares, garantindo a iniciativa e independncia aos
indivduos diante dos demais membros da sociedade poltica e do
prprio Estado.
10) Destinatrios dos direitos e garantias individuais: so
os brasileiros e os estrangeiros residentes no Pas(art. 5); quanto
aos estrangeiros no residentes, difcil delinear sua posio, pois
o artigo s menciona brasileiros e estrangeiros residentes.
11) Classificao dos direitos individuais: a Constituio d-nos
um critrio para a classificao dos direitos que ela anuncia no art.
5, quando assegura a inviolabilidade do direito vida, igualdade.
liberdade, segurana e propriedade; preferimos no entanto,
fazer uma distino em 3 grupos:
1) direitos individuais expressos, aqueles explicitamente
enunciados nos incisos do art. 5;
2) direitos individuais implcitos, aqueles que esto
subentendidos nas regras de garantias, como direito identidade
pessoal, certos desdobramentos do direito vida, o direito
atuao geral (art. 5, II);
3) direitos individuais decorrentes do regime e de tratados
internacionais subscritos pelo Brasil, aqueles que no so nem
explcita nem implicitamente enumerados, mas provm ou podem
vir a provir do regime adotado, como direito de resistncia, entre
outros de difcil caracterizao a priori.
12) Direitos coletivos: a rubrica do Captulo I, do Ttulo II anuncia
uma especial categoria dos direitos fundamentais: os coletivos, mas
nada mais diz a seu respeito; onde esto, nos incisos do art. 5,
esses direitos coletivos?; muitos desses ditos interesses coletivos
sobrevivem no texto constitucional, caracterizados, na maior parte,
como direitos sociais (arts, 8 e 37, VI; 9 e 37, VII; 10; 11; 225) ou
caracterizados como instituto de democracia direta nos arts. 14, I, II
e III, 27, 4, 29, XIII, e 61, 2, ou ainda, como instituto de
fiscalizao financeira, no art. 31, 3; apenas as liberdades de
reunio e de associao, o direito de entidades associativas de
representar seus filiados e os direitos de receber informao de
interesse coletivo e de petio restaram subordinados rubrica dos
direitos coletivos.
13) Deveres individuais e coletivos: os deveres que decorrem
dos incisos do art. 5, tm como destinatrios mais o Poder Pblico
e seus agentes em qualquer nvel do que os indivduos
em particular; a inviolabilidade dos direitos assegurados impe
deveres a todos, mas especialmente s autoridades e detentores de
poder; Ex: incisos XLIX, LXII, LXIII, LXIV, e etc.. do art. 5.
Do Direito Vida
DIREITO VIDA
14) A vida como objeto do direito: a vida humana, que o objeto
do direito assegurado no art. 5, integra-se de elementos materiais
e imateriais; a vida intimidade conosco mesmo, saber-se e dar-se
conta de si mesmo, um assistir a si mesmo e um tomar posio de
si mesmo; por isso que ela constitui a fonte primria de todos os
outros bens jurdicos.
15) Direito existncia: consiste no direito de estar vivo, de lutar
pelo viver, de defender prpria vida, de permanecer vivo; o
direito de no ter interrompido o processo vital seno pela morte
espontnea e inevitvel; tentou-se incluir na Constituio o direito a
uma existncia digna.
16) Direito integridade fsica: a Constituio alm de garantir o
respeito integridade fsica e moral (art. 5, XLIX), declara que
ningum ser submetido a tortura ou tratamento desumano ou
degradante (art. 5, III); a fim de dotar essas normas de eficcia, a
Constituio preordena vrias garantias penais apropriadas, como o
dever de comunicar, imediatamente, ao juiz competente e famlia
ou pessoa indicada, a priso de qualquer pessoa e o local onde se
encontre; o dever da autoridade policial informar ao preso seus
direitos; o direito do preso identificao dos responsveis por sua
priso e interrogatrio policial.
17) Direito integridade moral: a Constituio realou o valor da
moral individual, tornando-a um bem indenizvel (art. 5, V e X);
integridade moral do direito assume feio de direito fundamental;
por isso que o Direito Penal tutela a honra contra a calnia, a
difamao e a injria.
18) Pena de morte: vedada; s admitida no caso de guerra
externa declarada, nos termos do art. 84, XIX (art. 5, XLVII, a).
19) Eutansia: vedado pela Constituio; o desinteresse do
indivduo pela prpria vida no exclui esta da tutela; o Estado
continua a proteg-la como valor social e este interesse superior
torna invlido o consentimento do particular para que dela o privem.
20) Aborto: a Constituio no enfrentou diretamente o tema, mas
parece inadmitir o abortamento; devendo o assunto ser decidido
pela legislao ordinria, especialmente a penal.
21) Tortura: prtica expressamente condenada pelo inciso III do
art. 5, segundo o qual ningum ser submetido a tortura ou a
tratamento desumano e degradante; a condenao to incisiva
que o inciso XLIII determina que a lei considerar a prtica de
tortura crime inafianvel e insuscetvel de graa, por ele
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo
evit-lo, se omitirem (Lei 9.455/97). Direito Privacidade
22) Conceito e contedo: A Constituio declara inviolveis a
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas (art. 5,
X); portanto, erigiu, expressamente, esses valores humanos
condio de direito individual, considerando-o um direito conexo ao
da vida.
23) Intimidade: se caracteriza como a esfera secreta da vida do
indivduo na qual este tem o poder legal de evitar os demais;
abrangendo nesse sentido inviolabilidade do domiclio, o sigilo de
correspondncia e ao segredo profissional.
24) Vida privada: a tutela constitucional visa proteger as pessoas
de 2 atentados particulares: ao segredo da vida privada e
liberdade da vida privada.
25) Honra e imagem das pessoas: o direito preservao da
honra e da imagem, no caracteriza propriamente um direito
privacidade e menos intimidade; a CF reputa-os valores humanos
distintos; a honra, a imagem constituem, pois, objeto de um direito,
independente, da personalidade.
26) Privacidade e informtica: a Constituio tutela a privacidade
das pessoas, acolhendo um instituto tpico e especfico para a
efetividade dessa tutela, que o habeas data, que ser estudado
mais adiante.
27) Violao privacidade e indenizao: essa violao, em
algumas hipteses, j constitui ilcito penal; a CF foi explcita em
assegurar ao lesado, direito indenizao por dano material ou
moral decorrente da violao do direito privacidade.
Direito de Igualdade
28) Introduo ao tema: as Constituies s tem reconhecido a
igualdade no seu sentido jurdico-formal (perante a lei); a CF/88
abre o captulo dos direitos individuais com o princpio que todos
so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza; refora
o princpio com muitas outras normas sobre a igualdade ou
buscando a equalizao dos desiguais pela outorga de direitos
sociais substanciais.
29) Isonomia formal e isonomia material: isonomia formal a
igualdade perante a lei; a material so as regras que probem
distines fundadas em certos fatores; Ex: art. 7, XXX e XXXI; a
Constituio procura aproximar os 2 tipos de isonomia, na medida
em que no delimitar ao simples enunciado da igualdade perante a
lei; menciona tambm a igualdade entre homens e mulheres e
acrescenta vedaes a distino de qualquer natureza e qualquer
forma de discriminao.
30) O sentido da expresso igualdade perante a lei: o princpio tem como destinatrios tanto o legislador como os aplicadores da
lei; significa para o legislador que, ao elaborar a lei, deve reger, com
iguais disposies situaes idnticas, e, reciprocamente, distinguir,
na repartio de encargos e benefcios, as situaes que sejam
entre si distintas, de sorte aquinho-las ou grav-las em proporo
s suas diversidades; isso que permite, legislao, tutelar
pessoas que se achem em posio econmica inferior, buscando
realizar o princpio da equalizao.
31) Igualdade de homens e mulheres: essa igualdade j se
contm na norma geral da igualdade perante a lei; tambm
contemplada em todas as normas que vedam a discriminao de
sexo (arts. 3, IV, e 7, XXX), sendo destacada no inciso I, do art. 5
que homens e mulheres so iguais em direitos e obrigaes, nos
termos desta Constituio; s valem as discriminaes feitas pela
prpria Constituio e sempre em favor da mulher, por exemplo, a
aposentadoria da mulher com menor tempo de servio e de idade
que o homem (arts. 40, III, e 202, I a III).
32) O princpio da igualdade jurisdicional: a igualdade
jurisdicional ou igualdade perante o juiz decorre, pois, da igualdade
perante a lei, como garantia constitucional indissoluvelmente ligada
democracia; apresenta-se sob 2 prismas: como interdio do juiz
de fazer distino entre situaes iguais, ao aplicar a lei; como
interdio ao legislador de editar leis que possibilitem tratamento
desigual a situaes iguais ou tratamento igual a situaes
desiguais por parte da Justia.
33) Igualdade perante tributao: o princpio da igualdade
tributria relaciona-se com a justia distributiva em matria fiscal;
diz respeito repartio do nus fiscal do modo mais justo possvel;
fora disso a igualdade ser puramente formal.
34) Igualdade perante a lei penal: essa igualdade deve significar
que a mesma lei penal e seus sistemas de sanes ho de se
aplicar a todos quanto pratiquem o fato tpico nela definido como
crime; devido aos fatores econmicos, as condies reais de
desigualdade condicionam o tratamento desigual perante a lei
penal, apesar do princpio da isonomia assegurado a todos pela
Constituio (art. 5).
35) Igualdade sem distino de qualquer natureza: alm da base geral em que assenta o princpio da igualdade perante a
lei, consistente no tratamento igual a situaes iguais e tratamento
desigual a situaes desiguais, vedado distines de
qualquer natureza; as discriminaes so proibidas expressamente
no art. 3, IV, onde diz que:... promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raa, sexo, cor, idade, e quaisquer outras
formas de discriminao; probe tambm, diferena de salrios, de
exerccio de funes e de critrio de admisso por motivo de sexo,
idade, cor, estado civil ou posse de deficincia (art. 7, XXX e
XXXI).
36) O princpio da no discriminao e sua tutela penal: a
Constituio traz 2 dispositivos que fundamentam e exigem normas
penais rigorosas contra discriminaes; diz-se num deles que a lei
punir qualquer discriminao atentatria dos direitos e liberdades
fundamentais, e outro, mais especfico porque destaca a forma mais
comum de discriminao, estabelecendo que a prtica do racismo
constitui crime inafianvel e imprescritvel, sujeito a pena de
recluso, nos termos da lei. (art.5, XLI e XLII).
37) Discriminaes e inconstitucionalidade: so inconstitucionais
as discriminaes no autorizadas pela Constituio; h 2 formas
de cometer essa inconstitucionalidade; uma consiste em outorgar
benefcio legtimo a pessoas ou grupos, discriminando-os
favoravelmente em detrimento de outras pessoas ou grupos em
igual situao; a outra forma revela-se em se impor obrigao,
dever, nus, sano ou qualquer sacrifcio a pessoas ou grupos de
pessoas, discriminando-as em face de outros na mesma situao
que, assim, permaneceram em condies mais favorveis.
Direito de Liberdade
38) O problema da Liberdade: a liberdade tem um carter
histrico, porque depende do poder do homem sobre a natureza, a
sociedade, e sobre si mesmo em cada momento histrico; o
contedo da liberdade se amplia com a evoluo da humanidade;
fortalece-se, medida que a atividade humana se alarga. A
liberdade ope-se ao autoritarismo, deformao da autoridade;
no porm, autoridade legtima; o que vlido afirmar que a
liberdade consiste na ausncia de coao anormal, ilegtima e
imoral; da se conclui que toda a lei que limita a liberdade precisa
ser lei normal, moral e legtima, no sentido de que seja consentida
por aqueles cuja liberdade restringe; como conceito podemos dizer
que liberdade consiste na possibilidade de coordenao consciente
dos meios necessrios realizao da felicidade pessoal. O
assinalado o aspecto histrico denota que a liberdade consiste num
processo dinmico de liberao do homem de vrios obstculos
que se antepem realizao de sua personalidade: obstculos
naturais, econmicos, sociais e polticos; hoje funo do Estado
promover a liberao do homem de todos esses obstculos, e
aqui que a autoridade e liberdade se ligam. O regime democrtico
uma garantia geral da realizao dos direitos humanos
fundamentais; quanto mais o processo de democratizao avana,
mais o homem se vai libertando dos obstculos que o constrangem,
mais liberdade conquista.
39) Liberdade e liberdades: liberdades, no plural, so formas de
liberdade, que aqui, em funo do Direito Constitucional positivo,
distingue-se em 5 grupos:
1) liberdade da pessoa fsica;
2) liberdade de pensamento, com todas as suas liberdades;
3) liberdade de expresso coletiva;
4) liberdade de ao profissional;
5) liberdade de contedo econmico.
Cabe considerar aquela que constitui a liberdade-matriz, que a
liberdade de ao em geral, que decorre do art. 5, II, segundo o
qual ningum ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
seno em virtude de lei.
40) Liberdade da pessoa fsica: a possibilidade jurdica que se
reconhece a todas as pessoas de serem senhoras de sua prpria
vontade e de locomoverem-se desembaraadamente dentro do
territrio nacional; para ns as formas de expresso dessa
liberdade se revelam apenas na liberdade de locomoo e na
liberdade de circulao; mencionando tambm o problema da
segurana, no como forma dessa liberdade em si, mas como
forma de garantir a efetividade destas.
41) Liberdade de pensamento: o direito de exprimir, por
qualquer forma, o que se pense em cincia, religio, arte, ou o que
for; trata-se de liberdade de contedo intelectual e supe contato
com seus semelhantes; inclui as liberdades de opinio, de
comunicao, de informao, religiosa, de expresso intelectual,
artstica e cientfica e direitos conexos, de expresso cultural e de
transmisso e recepo do conhecimento.
42) Liberdade de ao profissional: confere liberdade de
escolha de trabalho, de ofcio e de profisso, de acordo com as
propenses de cada pessoa e na medida em que a sorte e o
esforo prprio possam romper as barreiras que se antepem
maioria do povo; a liberdade anunciada no acima (art. 5, XIII),
beneficia brasileiros e estrangeiros residentes, enquanto a
acessibilidade funo pblica sofre restries de nacionalidade
(arts. 12 3, e 37, I e II); A Constituio ressalva, quanto escolha
e exerccio de ofcio ou profisso, que ela fica sujeita observncia
das qualificaes profissionais que a lei exigir, s podendo a lei
federal definir as qualificaes profissionais requeridas para o
exerccio das profisses. (art. 22, XVI).
Direitos Coletivos
43) Direito informao: o direito de informar, como aspecto da
liberdade de manifestao de pensamento, revela-se um direito
individual, mas j contaminado no sentido coletivo, em virtude das
transformaes dos meios de comunicao, que especialmente se
concretiza pelos meios de comunicao social ou de massa; a CF
acolhe essa distino, no captulo da comunicao (220 a 224),
preordena a liberdade de informar completada com a liberdade de
manifestao do pensamento (5, IV).
44) Direito de representao coletiva: estabelece que as
entidades associativas, quando expressamente autorizadas, tm
legitimidade para representar seus filiados em juzo ou fora dele
(art.5, XXI), legitimidade essa tambm reconhecida aos sindicatos
em termos at mais amplos e precisos, in verbis: ao sindicato cabe
a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da
categoria, inclusive em questes judiciais ou administrativas (art. 8,
III).
45) Direito de participao: distinguiremos 2 tipos; um
a participao direta dos cidados no processo poltico e
decisrio (arts. 14, I e II, e 61, 2); s se reputa coletivo porque s
pode ser exercido por um nmero razovel de eleitores: uma
coletividade, ainda que no organizada formalmente. Outro,
a participao orgnica, s vezes resvalando para uma forma de
participao corporativa, a participao prevista no art. 10 e a
representao assegurada no art. 11, as quais aparecem entre os
direitos sociais. Coletivo, de natureza comunitria no-corporativa,
o direito de participao da comunidade (arts. 194, VII e 198, III).
46) Direito dos consumidores: estabelece que o Estado prover,
na forma da lei, a defesa do consumidor (art. 5, XXXII), conjugando
isso com a considerao do art. 170, V, que eleva a defesa do
consumidor condio de princpio da ordem econmica.
47) Liberdade de reunio: est prevista no art. 5, XVI; a liberdade
de reunio est plena e eficazmente assegurada, no mais se exige
lei que determine os casos em que ser necessria a comunicao
prvia autoridade, bem como a designao, por esta, do local de
reunio; nem se autoriza mais a autoridade a intervir para manter a
ordem, cabendo apenas um aviso autoridade que ter o dever, de
ofcio, de garantir a realizao da reunio.
48) Liberdade de associao: reconhecida e garantida pelos
incisos XVII a XXI do art. 5; h duas restries expressas
liberdade de associar-se: veda-se associao que no seja para
fins lcitos ou de carter paramilitar; e a que se encontra a
sindicabilidade que autoriza a dissoluo por via judicial; no mais
tm as associaes o direito de existir, permanecer, desenvolver-se
e expandir-se livremente.
Regime das Liberdades
49) Eficcia das normas constitucionais sobre as liberdade
s: as normas constitucionais que definem as liberdades so, via
de regra, de eficcia plena e aplicabilidade direta e imediata; vale
dizer, no dependem de legislao nem de providncia do Poder
Pblico para serem aplicadas; algumas normas
podem caracterizar-se como de eficcia contida (quando a lei
restringe a plenitude desta, regulando os direitos subjetivos que
delas decorrem); o exerccio das liberdades no depende de
normas reguladoras, porque, como foi dito, as
normas constitucionais que as reconhecem so de aplicabilidade
direta e imediata, sejam de eficcia plena ou eficcia contida.
50) Sistemas de restries das liberdades individuais: a
caracterstica de normas de eficcia contida tem
extrema importncia, porque da que vm os sistemas de
restries das liberdades
pblicas; algumas normas conferidoras de liberdade e garantias
individuais, mencionam uma lei limitadora (art. 5, VI, VII, XIII,
XV, XVIII); outras limitaes podem provir da incidncia de normas
constitucionais (art. 5, XVI e XVII); tudo isso constitui modos de
restries de liberdades que, no entanto, esbarram no princpio de
que liberdade, o direito, que deve prevalecer, no podendo ser
extirpado por via da atuao do Poder Legislativo nem do poder de
polcia.
Direito de Propriedade
Direito de Propriedade em Geral
51) Fundamento constitucional: O regime jurdico da proprie
dade tem seu fundamento na Constituio; esta garante o
direito de propriedade, desde que este atenda sua funo social
(art. 5, XXII), sendo assim, no h como escapar ao sentido que s
garante o direito de propriedade que atenda sua funo social; a
prpria Constituio d conseqncia a isso quando autoriza a
desapropriao, como pagamento mediante ttulo, de propriedade
que no cumpra sua funo social (arts. 182, 4, e 184); existem
outras normas que interferem com a propriedade mediante
provises especiais (arts. 5, XXIV a XXX, 170, II e III, 176, 177 e
178, 182, 183, 184, 185, 186, 191 e 222).
52) Conceito e natureza: entende-se como uma relao entre um
indivduo (sujeito ativo) e um sujeito passivo universal integrado por
todas as pessoas, o qual tem o dever de respeit-lo, abstraindo-se
de viol-lo, e assim o direito de propriedade se revela como um
modo de imputao jurdica de uma coisa a um sujeito.
53) Regime jurdico da propriedade privada: em verdade, a
Constituio assegura o direito de
propriedade, estabelece seu regime fundamental, de tal
sorte que o Direito Civil no disciplina a propriedade, mas to-
somente as relaes civis e ela referentes; assim, s valem no
mbito das relaes civis as disposies que estabelecem as
faculdades de usar, gozar e dispor de bens (art.524), a plenitude da
propriedade (525), etc.; vale dizer, que as normas de Direito
Privado sobre a propriedade ho de ser compreendidas de
conformidade com a disciplina que a Constituio lhe impe.
54) Propriedade e propriedades: a Constituio consagra a tese
de que a propriedade no constitui uma instituio nica, mas
vrias instituies diferenciadas, em correlao com os diversos
tipos de bens e de titulares, de onde ser cabvel falar no em
propriedade, mas em propriedades; ela foi explcita e precisa;
garante o direito de propriedade em geral (art. 5, XXII), mas
distingue claramente a propriedade urbana (182, 2) e a
propriedade rural (arts. 5, XXIV, e 184, 185 e 186), com seus
regimes jurdicos prprios.
55) Propriedade pblica: a Constituio a reconhece: - ao incluir
entre os bens da Unio aqueles enumerados no art. 20 e, entre os
dos Estados, os indicados no art. 26; - ao autorizar desapropriao,
que consiste na transferncia compulsria de bens privados para o
domnio pblico; - ao facultar a
explorao direta de atividade econmica pelo Estado (art. 173
) e o monoplio (art. 177), que importam apropriao pblica de
bens de produo. *ver tambm os arts. 65 a 68 do CC; e 20, XI,
e 231 da CF.
Propriedades Especiais
56) Propriedade autoral: consta no art. 5, XXVII, que contm 2
normas: a primeira confere aos autores o direito exclusivo de
utilizar, publicar e reproduzir suas obras; a segunda declara que
esse direito transmissvel aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
o autor , pois, titular de direitos morais e de direitos patrimoniais
sobre a obra intelectual que produzir; os direitos morais so
inalienveis e irrenunciveis; mas, salvo os de natureza
personalssima, so transmissveis por herana nos termos da lei; j
os patrimoniais so alienveis por ele ou por seus sucessores.
57) Propriedade de inventos, de marcas e indstrias e de nome
de empresas: seu enunciado e contedo denotam, quando a
eficcia da norma fica dependendo de legislao ulterior: que a lei assegurar aos autores de inventos industriais privilgio
temporrio para sua utilizao, bem como a proteo s criaes
industriais, propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnolgico e econmico do Pas (art. 5, XXIX); a lei, hoje, a de n 9279/96, que substitui a Lei 5772/71.
58) Propriedade-bem de famlia: segundo o inc. XXVI do art. 5, a
pequena propriedade rural, desde que trabalhada pela famlia, no
ser objeto de penhora para pagamento de dbitos decorrentes de
sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o
seu desenvolvimento; possui o interesse de proteger um patrimnio
necessrio manuteno e sobrevivncia da famlia.
Limitaes ao Direito de Propriedade
59) Conceito: consistem nos condicionamentos que atingem os
caracteres tradicionais desse direito, pelo que era tido como direito
absoluto (assegura a liberdade de dispor da coisa do modo que
melhor lhe aprouver), exclusivo e perptuo (no desaparece com a
vida do proprietrio).
60) Restries: limitam, em qualquer de suas faculdades, o carter
absoluto da propriedade; existem restries faculdade de
fruio, que condicionam o uso e a ocupao da coisa;
faculdade de modificao coisa; alienabilidade da coisa, quando,
por exemplo, se estabelece direito de preferncia em favor de
alguma pessoa.
61) Servides e utilizao de propriedade alheia: so formas de
limitao que lhe atinge o carter exclusivo; constituem nus
impostos coisa; vinculam 2 coisas: uma serviente e outra
dominante; a utilizao pode ser pelo Poder Pblico (decorrente do
art. 5, XXV) ou por particular; as servides so
indenizveis, em princpio; outra forma so as requisies do
Poder Pblico; a CF permite as requisies civis e militares, mas
to-s em caso de iminente perigo e em tempo de guerra (art. 22,
III); so tambm indenizveis.
62) Desapropriao: a limitao que afeta o carter perptuo,
porque o meio pelo qual o Poder Pblico determina a
transferncia compulsria da
propriedade particular especialmente para o seu patrimnio ou de
seus delegados (arts. 5 XXIV, 182 e 184).
Funo Social da Propriedade
63) Conceito: no se confunde com os sistemas de limitao da
propriedade; estes dizem respeito ao exerccio do direito ao
proprietrio; aquela estrutura do direito mesmo, propriedade; a
funo social se modifica com as mudanas na relao de
produo; a norma que contm o princpio da funo social incide
imediatamente, de aplicabilidade imediata; a prpria
jurisprudncia j o reconhece; o
princpio transforma a propriedade capitalista, sem socializ-
la; constitui o regime jurdico da
propriedade, no de limitaes, obrigaes e nus que podem
apoiar-se em outros ttulos de interveno, como a
ordem pblica ou a atividade de polcia; constitui um
princpio ordenador da propriedade privada; no autoriza a
suprimir por via legislativa, a instituio da propriedade privada.
III - Direitos Sociais - Fundamentos Constitucionais
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS
64) Ordem social e direitos sociais: a CF/88 traz um captulo
prprio dos direitos sociais e, bem distanciado deste, um titulo
especial sobre a ordem social, no ocorrendo uma
separao radical, como se os direitos sociais no fossem algo
nsito na ordem social; o art. 6 diz que so direitos sociais a
educao, a sade, o trabalho, o lazer, a segurana a
previdncia social ......, na forma desta Constituio; esta forma
dada precisamente no ttulo da ordem social, onde trata dos
mecanismos e aspectos organizacionais desses direitos.
65) Direitos sociais e direitos econmicos: a Constituio inclui o
direito dos trabalhadores como espcie de direitos sociais, e o
trabalho como primado bsico da ordem social (arts. 7 e 193); o
direito econmico tem uma dimenso institucional, enquanto os
sociais constituem forma de tutela pessoal; o
direito econmico a disciplina jurdica de atividades desenvol
vidas nos mercados, visando a organiz-los sob a inspirao
dominante do interesse social; os sociais disciplinam situaes
objetivas, pessoais ou grupais de carter concreto.
66) Conceito de direitos sociais: so
prestaes positivas proporcionadas pelo Estado direta ou
indiretamente, enunciadas em normas constitucionais, que
possibilitam melhores condies de vida aos mais fracos, direitos
que tendem a realizar a equalizao de situaes sociais desiguais.
67) Classificao dos direitos sociais: vista do Direito positivo,
e com base nos arts. 6 a 11, so agrupados em 5 classes:
a) direitos sociais relativos ao trabalhador;
b) relativos seguridade, compreendendo os direitos sade,
previdncia e assistncia social;
c) relativos educao e cultura;
d) relativos famlia, criana, adolescente e idoso;
e) relativos ao meio ambiente; h porm uma classificao dos
direitos sociais do homem como produtor e como consumidor.
Direitos Sociais relativos aos trabalhadores
Questo de Ordem
68) Espcies de direitos relativos aos trabalhadores: so de
duas ordens: a) os direitos em suas relaes individuais de trabalho
(art. 7); b) direitos coletivos dos trabalhadores (arts. 9 a 11).
Direitos dos Trabalhadores
69) Destinatrios: o art. 7 relaciona os direitos dos trabalhad
ores urbanos e rurais, mas seu pargrafo nico assegura
categoria dos trabalhadores domsticos os direitos indicados nos
incisos IV, VI, VIII, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV.
70) Direitos reconhecidos: so direitos dos trabalhadores os
enumerados nos incisos do art. 7, alm
de outros que visem melhoria de sua condio social; temo
s assim direitos expressamente enumerados e direitos
simplesmente previstos.
71) Direito ao trabalho e garantia do emprego: o art. 6 define o
trabalho como direito social, mas nem ele nem o art. 7
trazem norma expressa conferindo o direito ao trabalho; este
sobressai do conjunto de normas sobre o trabalho; no art. 1, IV,
declara que o Pas tem como fundamento, entre outros, os valores
sociais do trabalho; o 170 estatui que a ordem econmica funda-se
na valorizao do trabalho; o 193 dispe que a ordem social tem
como base o primado do trabalho. A garantia de
emprego significa o direito de o trabalhador conservar sua
relao de emprego contra despedida arbitrria ou sem justa
causa , prevendo uma indenizao compensatria, caso ocorra
essa hiptese (art. 7, I).
72) Direitos sobre as condies de trabalho: as condies
dignas de trabalho constituem objetivos dos direitos dos
trabalhadores; por meio delas que eles alcanam a melhoria de
sua condio social (art. 7, caput); a Constituio no o lugar
para se estabelecerem as condies das relaes de trabalho, mas
ela o faz, visando proteger o trabalhador, quanto a valores mnimos
e certas condies de salrios (art. 7, IV a X), e,
especialmente para assegurar a isonomia material (XXX a XXXII e
XXXIV), garantir o equilbrio entre o trabalho e descanso (XIII a XV
e XVII a XIX).
73) Direitos relativos ao salrio: quanto fixao, a CF
oferece vrias regras e condies, tais como: salrio mnimo, piso
salarial, salrio nunca inferior ao mnimo, dcimo-terceiro salrio,
renumerao do trabalho noturno superior do diurno,
determinao que a renumerao da hora extra seja superior no
mnimo 50% a do trabalho normal, salrio-famlia, respeito ao
princpio da isonomia salarial e o adicional de insalubridade; quanto
proteo do salrio, possui 2 preceitos especficos: irredutibilidade
do salrio (inciso VI), e a proteo do salrio na forma da lei,
constituindo crime sua reteno dolosa (inciso X).
74) Direitos relativos ao repouso e inatividade do trabalh
ador: a Constituio assegura o repouso semanal renumerado, o
gozo de frias anuais, a licena a gestante e a licena-paternidade
(incisos XV e XVII a XIX).
75) Proteo dos trabalhadores: a CF ampliou as hipteses de
proteo, a primeira na ordem do art. 7 que aparece a do inciso
XX: proteo ao mercado de trabalho da mulher; a segunda a do
inciso
XXII, forma de segurana do trabalho; a terceira do inciso XX
VII, prev a proteo em face da automao, na forma da lei; a
quarta a do inciso XXVIII, que estabelece o seguro contra
acidentes de trabalho; cabe observar que os dispositivos que
garantem a isonomia e no discriminao (XXX a XXXII) tambm
possuem uma dimenso protetora do trabalhador.
76) Direitos relativos aos dependentes do trabalhador: o da
maior importncia social o direito previsto no inc. XXV, do art.7,
pelo qual se assegura assistncia gratuita aos filhos e dependentes
do trabalhador desde o nascimento at 6 anos de idade em creches
e pr-escolas.
77) Participao nos lucros e co-gesto: diz-se que direito dos
trabalhadores a participao nos lucros, ou resultados,
desvinculada da renumerao, e, excepcionalmente, a participao
na gesto da empresa, conforme definido em lei (art. 7, XI); o texto
fala em participao nos lucros, ou resultados; so diferentes;
resultados, consistem na equao positiva ou negativa entre todos
os ganhos e perdas; lucro bruto a diferena entre a receita lquida
e custos de produo dos bens e servios da empresa; a
participao na gesto da empresa s ocorrer quando a
coletividade trabalhadora da empresa, por si ou por uma comisso,
um conselho, um delegado ou um representante, fazendo parte ou
no dos rgos diretivos dela, disponha de algum poder de co-
deciso ou pelo menos de controle.
Direitos Coletivos dos Trabalhadores
78) Liberdade de associao ou sindical: so mencionados no
art. 8, 2 tipos de associao: a profissional e a sindical; a diferena
que a sindical uma associao profissional com prerrogativas
especiais, tais como: defender os direitos e interesses coletivos ou
individuais da categoria, participar das negociaes coletivas,
eleger ou designar representantes da respectiva categoria, impor
contribuies; j a associao profissional no sindical se limit
a a fins de estudo, defesa e coordenao dos interesses
econmicos e profissionais de seus associados. A Constit
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