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Cestóides:
Taenia e Echinococcus
Felipe Seixas
Cestóides
Características:
• Classe Cestoda;
•Corpo geralmente em forma de fita;
• São segmentados, providos anteriormente de um órgão de fixação (escólex) que apresenta estruturas adesivas (ex. Ventosas);
• Não apresentam tubo digestivo, geralmente são hermafroditas;
• Cada proglote possui um conjunto completo de órgãos
reprodutivos;
• Apresenta crescimento contínuo: proglotes são
destacadas e eliminadas com as fezes e novas se formam.
Cestóides
Características
• São parasitas obrigatórios, ciclo heteroxeno (parasita apresenta
seu ciclo biológico em dois hospedeiros – um definitivo e outro intermediário)
• Adultos – parasitam tubo digestivo, dutos biliares e
pancreáticos de vertebrados
• Larvas – parasitam tecidos de vertebrados e invertebrados
– cistos de diferentes tipos:
• Cisticerco
• Cisto hidático
Características do Corpo do Parasito
• Corpo muito alongado -
comprimento de centenas de
vezes maior do que a largura;
• Parte anterior – escólex com
4 ventosas com ou sem
ganchos;
• Colo ou pescoço – origina as
proglotes (zona de
crescimento);
• Estróbilo – cadeia de
segmentos: proglotes jovens,
maduras e grávidas.
estróbilo
colo
ESCÓLEX
escólex Taenia
solium
Taenia saginata
Cestóides
Taenia taeniformis
Escólex
• Rostro ou rostelo (presente ou não)
• Ganchos (presentes ou não)
• Ventosas (podem variar)
ESCÓLEX
Taenia
solium
Taenia saginata
Cestóides • Escólex
Ventosas
Rostelo com
ganchos
Taenia solium
Cestóides
• Escólex
Anoplocephala magna
Anoplocephala perfoliata
Cestóides • Forma adulta no intestino
Cestóides
Tegumento
• Membrana externa: há troca nutritiva e
excreção de metabólitos, tem
microvilosidades ou microtríquias;
• Abaixo há uma faixa contínua de citoplasma
rica em mitocôndrias, vacúolos e vesículas;
• Fibras musculares (contração do estróbilo:
resistindo aos movimentos peristálticos).
Cestóides
Nutrição e metabolismo
• Utilizam CO2, rico no habitat
intestinal;
• São anaeróbicos, mas também
tem a capacidade de utilizar
oxigênio;
• Nutrientes absorvidos por
pinocitose, difusão ou transporte
ativo;
• Grandes reservas de glicogênio.
Cestóides
Proglote 1. Ovo
2. Útero
3. Canal deferente
4. Átrio (poro) genital
5. Vagina
6. Ovário
7. Canal excretor longitudinal
8. Vitelária
9. Canal excretor transversal
10.Testículos
11.Canal eferente
12.Receptáculo seminal
13.Oótipo
14.Glândulas de Mehlis
• Após a fertilização há a formação e liberação dos ovos: podem ser
liberados pelos poros uterinos, rompimento da proglote dentro do
hospedeiro ou por sua eliminação e desintegração no meio ambiente.
• Os ovos contém no seu interior um embrião hexacanto (possuem 6
ganchos), também chamado oncosfera, o qual está protegido por uma
casca estriada, escura e espessa denominada embrióforo.
Ciclo Biológico
Ovos de Taenia
ganchos ganchos
• Os ovos contendo o embrião hexacanto são ingeridos por
hospedeiros intermediários (HI).
• No tubo digestivo a casca é digerida liberando o embrião.
• As oncosferas invadem a mucosa intestinal, atingem a circulação
linfática ou venosa e migram para os órgãos.
• O tipo de larva formada varia em função da espécie do cestóide.
• Hospedeiro definitivo (HD) se alimenta de tecido do HI contendo
formas larvais
• No tubo digestivo do HD ocorre digestão dos tecidos do HI e liberação
da larva.
• Os escólex fixa-se por meio das ventosas e acúleos para crescimento
e diferenciação das proglotes em adulto.
• Adulto pode viver por muitos anos
Ciclo Biológico
• Larva cisticerco: É uma vesícula cheia de líquido contendo um
único escólex invaginado fixado, às vezes denominado proto-
escólex.
• É a forma larval encontrada no gênero Taenia e ocorre apenas em
hospedeiros vertebrados.
Tipos de estágios larvais
• Cisto hidático: É um grande cisto cheio de líquido, revestido por
epitélio germinativo, contém numerosas vesículas originadas por
brotamento interno que formam escólex no seu interior. Estas
vesículas prolígeras são denominadas de “areia hidática”. O cisto é
coberto por uma cápsula fibrosa. Ocorre em hospedeiros
vertebrados, é a larva característica do Echinococcus granulosus.
Tipos de estágios larvais
Cestóides da família Taeniidae de interesse humano
ESPÉCIE HD LOCALIZAÇÃO MORFOLOGIA HI LOCALIZAÇÃO FORMA
LARVAR
Taenia saginata Homem Int. Delgado
Até 15m Bovinos, ovinos caprinos
Musculatura Cysticercus bovis
T. solium Homem Int. Delgado
Até 8m Suínos, cão, gato bovinos, equino (raro)
homem (zoonose)
Musculatura SNC
Cysticercus cellulosae
T. multiceps Canídeos Int. Delgado
0,4 a 1m Bovino, ovino, caprino, suíno, homem (raro)
Encéfalo Coenurus cerebralis
Echinococcus granulosus
Canídeos Int.
Delgado
Até 6mm Ovinos, bovinos, caprinos, cervideos,
Primatas,suinos,coelho, homem (zoonose)
Pulmões,fígado Cav.peritoneal
Hidátide ou Cisto hidático
Taenia spp.
Classificação Platyhelminthes
Cestoda
Cestodaria
Eucestoda
Classe
Sub-classe
Cyclophyllidea
Ordem
Taeniidae
Taenia spp.
Gênero
Filo
Echinococcus
Taenia solium
• Adultos medem 2 a 3 metros
em média, podendo chegar a 8
metros.
• Apresentam um escólex
globoso, medindo 1 mm de
diâmetro, rostelo com ganchos
e 4 ventosas arredondadas.
• Rostelo com duas fileiras
concêntricas de ganchos.
Morfologia
Ventosas
Rostelo com
ganchos
Escólex
Ventosas Rostelo com ganchos
• O colo é curto e delgado, o estróbilo possui 700 a 900 proglotes
• Apresenta cor branca de aspecto leitoso e a superfície é lisa e
brilhante
Morfologia
• Hospedeiro definitivo: homem.
• Hospedeiro intermediário: suíno, raramente o cão, o gato, os
ruminantes, os eqüinos e o próprio homem.
• Localização:
• Adultos localiza-se no intestino delgado do homem;
• Larvas (cisticercos) chamado Cysticercus celullosae observado no
tecido conjuntivo interfascicular dos músculos sublinguais,
mastigadores, diafragma, músculo cardíaco e no cérebro.
• Distribuição: maior prevalência na América Latina, Índia, África e em
determinadas regiões do Oriente Médio.
• América Latina: 75 milhões de pessoas vivem em áreas endêmicas e
cerca de 0,5 milhão de pessoas são acometidas pela cisticercose.
• Cisticercose é a maior causa epilepsia em humanos em todo o mundo.
Taenia solium
Taenia solium
Verme adulto no
Intestino delgado
do homem
Proglotes grávidas
se destacam e
passam pelas fezes
Homem ingere
carne suína crua
ou mal passada
Oncosfera se
desenvolve
em cisticerco
no músculo
Cisticerco
no
músculo
Cisticerco se
transforma em
verme adulto
Oncosfera no intestino migra
para os músculos no suíno
Ovo Após ingestão,
oncosfera eclode,
migra para algum
sítio e se
transforma em
cisticerco
Taenia solium
• No trato digestivo o embrião hexacanto é liberado pela ação dos
sucos gástricos e da bile
• Há penetração ativa da larva na mucosa e circulação sanguínea
• Há formação do cisticerco na musculatura
Cisticercos isolados de carne
Cisticerco
No hospedeiro definitivo
• No intestino, o cisticerco são liberados pela digestão
da carne, o escólex desinvagina por ação da bile;
• As ventosas se fixam à mucosa e o rostro insinua-se
entre as vilosidades;
• A vesícula atrofia-se e há o crescimento do estróbilo.
Taenia solium
Particularidades do ciclo biológico:
• O homem pode apresentar a teníase (parasitismo com vermes
adultos) ou a cisticercose (presença de formas larvais formando
cisticercos).
• O homem pode desenvolver a cisticercose pela ingestão acidental
de ovos de T. solium ou por retroperistaltismo até o estômago
(auto-infecção) de oncosferas liberadas após a digestão de
proglote grávida.
• Após três meses da infecção: proglotes grávidas eliminadas nas
fezes, geralmente em número de 3 a 6 por vez.
• Os ovos podem permanecer viáveis no ambiente por até 12
meses.
• Infecção crônica (após 8 meses): o cisticerco pode sofrer
calcificação.
Taenia solium
• Hospedeiro definitivo: tênias adultas podem causar anorexia ou
apetite exagerado, náuseas, vômitos, diarréias alternadas com
constipação, dores abdominais, perda de peso, manifestações
alérgicas e neurológicas.
• Muitas destas perturbações digestivas podem ser decorrentes de
irritações nas terminações nervosas do plexo nervoso simpático
provocadas pela movimentação do rostro ou rostelo.
• Hospedeiro intermediário:
• Suínos infectados com cisticerco os sinais clínicos são
inaparentes
• Cisticercose em humanos: forma larvar - olhos, cérebro e tecido
subcutâneo podendo levar a alterações patológicas como
cegueira, nódulos no olho, transtornos neurológicos...
Sintomas
• Suínos podem se infectar com água, alimentos
contaminados com ovos.
• Tipos de infecção no homem:
• Teníase – pela ingestão de carne crua ou mal
passada contendo cisticercos.
• Cisticercose – pela ingestão de ovos presentes
em alimentos contaminados com ovos, ou por re-
infecção com a oncosfera por retroperistaltismo.
Taenia solium
• Legislação para controle de alimentos;
• Inquéritos e vigilância epidemiológica;
• Medidas de controle da carne;
• Inspeção rigorosa dos músculos mastigadores
(masseter) , da língua, faringe esôfago e coração.
• Medidas ecológicas e de proteção ambiental;
• Educação sanitária (escola, comunidades).
Controle
Diagnóstico:
• Exame de fezes: pesquisa de proglotes (hospedeiro
definitivo);
• Verificação de cisticerco em animais (hospedeiro
intermediário);
• Detecção de cisticerco no homem (tomografia, pesquisa de
anticorpos).
Tratamento:
• Suíno: não há tratamento eficaz que elimine os cisticercos.
• Homem: cirúrgico (cisticerco), praziquantel e a niclosamida
(somente para os vermes adultos) podem ser empregados.
Diagnóstico e Tratamento
• Hospedeiro definitivo: Homem
• Hospedeiro intermediário: Bovino, raramente ovinos e
caprinos. Não há cisticercose no homem.
• Localização:
• Adulto: intestino delgado do homem
• Larvas (cisticercos): Cysticercus bovis na
musculatura esquelética e cardíaca, pulmões e fígado
do hospedeiro intermediário.
Taenia saginata
Introdução
• Adultos medem entre 5 a 15 m, o escólex é cubóide, SEM rostelo nem
ganchos, o colo é longo e delgado.
Morfologia
• O estróbilo é composto por 1.200 a 2.000 proglotes
• Primeiro terço: proglotes mais largas que longas
• Terço médio: proglotes quadradas
• Terço posterior: proglotes mais longas que largas.
Morfologia
• Quando os ovos são ingeridos pelo bovino há
eclosão e ativação do embrião hexacanto pela
ação dos sucos digestivos e da bile;
• A oncosfera penetra na mucosa intestinal
atingindo a circulação sanguínea;
• Há desenvolvimento do cisticerco nos músculos
esqueléticos e cardíaco;
Morfologia
• O Cysticercus bovis, é branco-acinzentado de aproximadamente 1 cm
de diâmetro, cheio de líquido, no qual pode-se encontrar o escólex.
• Geralmente observado no coração, língua e músculos masseter e
intercostais. Em infecções maciças pode acometer demais músculos
esqueléticos.
Morfologia
• Semelhante aos demais ciclos dos cestóides
• Particularidades:
• Proglotes grávidas destacam-se do estróbilo individualmente,
possuem movimentos próprios, podem atingir o ânus e o exterior
independentemente do ato da defecação.
• O cisticerco somente é infectante ao homem após 12 semanas de
seu desenvolvimento, quando atinge aproximadamente 1 cm de
diâmetro.
• O cisticerco pode continuar infectivo por semanas a anos no
hospedeiro intermediário.
• Após a infecção, o período de vida do parasita adulto no homem
inicia-se dentro de 2 a 3 meses.
Ciclo Biológico
Sintomas:
• Semelhantes ao causados pela T. solium.
Diagnóstico:
• Hospedeiro definitivo:
• Exame visual (presença de proglotes nas fezes,
cama, roupas íntimas).
• Exame parasitológico de fezes.
• Hospedeiro intermediário: não é feito na prática in vivo
• Necroscópico durante a inspeção rotineira das
carcaças.
Sintomas e Diagnóstico
• Tratamento:
• Não há tratamento efetivo através das drogas
contra os cisticercos.
• Controle:
• Evitar que bovinos tenham acesso à água
contaminada com esgoto de origem humana;
• Ingerir carne bovina bem passada;
• Inspeção sanitária em abatedouros.
Tratamento
Echinococcus granulosus
Introdução
• Echinococcus granulosus granulosus
•Hospedeiro definitivo:
• cão e canídeos silvestres (menos a raposa vermelha);
•Hospedeiro intermediário:
• ruminantes domésticos e silvestres, homem, primatas, suínos,
coelhos;
Localização:
• Adultos: intestino delgado do cão
• Larvas (cistos hidáticos): fígado e pulmões (principalmente) do
HI.
Distribuição:
• E. g. granulosus: mundial
Localização e Distribuição
• Adulto: tem cerca de 6 mm de comprimento,
sendo uma das menores espécies de
tenídeos conhecidas, quase invisível a olho
nu.
• Escólex típico de tenídeo de 0,3 mm de
largura, com rostro e dupla coroa de
acúleos, colo curto, estróbilo constituído por
3 ou 4 segmentos, sendo que o último é
grávido e ocupa cerca de metade do seu
comprimento, cada segmento possui uma
única abertura genital.
Morfologia
Poro genital
Poro genital
Testículos
Glândulas
vitelogênicas
Útero
Morfologia
• Cisto hidático ou hidátide: tem
até 20 cm de diâmetro,
presentes no fígado e pulmões
ou cavidade abdominal.
Morfologia
Cisto hidático
Cápsula fibrosa (origem do
hospedeiro)
Cápsula fibrosa
(origem do parasita)
Cápula
prolígera
Camada
germinativa
Protoescólex
• HD cão doméstico
• HI ovino, homem (acidental)
• O homem pode adquirir a infecção pela ingestão de oncosferas da
pelagem dos cães ou de alimentos contaminados com fezes de cães
hidatidose (zoonose). Os cistos hidáticos tem crescimento lento e só
são percebidos alguns anos após a infecção. Há citações de cistos de
até 50 litros de líquido em humanos. A ruptura pode causar choque
anafilático e morte.
• Oncosferas (embrião hexacanto) são resistentes e podem sobreviver no
ambiente por cerca de 2 anos.
Ciclo Biológico
Ciclo Biológico
do cestoide
adultos
Lesões
Lesões
• Clínico: pouco elucidativo, sintomatologia pouco evidente;
• Laboratorial: pesquisa de proglotes nas fezes dos cães
(difícil, proglotes pequenas e escassas);
• Humanos - diagnóstico por imagem (cisto hidático), ELISA.
Diagnóstico
• Cães: praziquantel ou arecolina (aumenta a
eliminação dos parasitas adultos).
• Homem: excisão cirúrgica dos cistos hidáticos,
albendazol.
• Controle:
• Humanos - educação sanitária e medidas de
higiene
Tratamento
• Apesar de ser conhecido muitas vezes como
uma tênia, o gênero Hymenolepis pertence à
família Hymenolepididae, e não à Taeniidae.
• É a única tênia que infecta o homem sem um
hospedeiro intermediário obrigatório.
• É o menor dos cestódeos que ocorrem no homem.
• Podem apresentar um ciclo monoxênico parasitando
apenas o intestino delgado do homem ou
heteroxênico, parasitando o intestino de insetos
(pulgas e coleópteros).
• Hospedeiro Definitivo: homem
• Hospedeiros Intermediários: pulgas e coleópteros.
• Adulto: mede cerca de 3 - 5cm (também
chamado de "tênia anã"); todas as suas
proglotes são iguais, de formato retangular,
mais largas do que compridas. Seu escólex
possui 4 ventosas e um rostro retrátil,
contendo de 20 a 30 acúleos.
• Ovo: Tem formato quase esférico, medindo 40-
50 micrômetros de diâmetro, é transparente; a
casca possui 2 membranas (interna e externa).
No interior da casca há um embrião hexacanto
(oncosfera), contendo 6 acúleos.
• Se a infecção do indivíduo for severa, poderá
causar forte diarréia, perda de peso,
desnutrição, desidratação e forte dor
abdominal. Agitação, insônia, irritabilidade,
sintomas nervosos e etc. Ação reflexa e
liberação de toxina: excitação do córtex
cerebral: ataques epiléticos.
• É feito através da identificação microscópica
dos ovos nas fezes. Sendo às vezes
necessário repetir o exame para fechar o
diagnóstico.
Uma pessoa com fortes dores na cabeça,
após a realização de uma Tomografia Axial
Computadorizada, apresentou algumas
formas císticas disseminadas no
parênquima cerebral.
Quais enfermidades poderiam estar
associadas à presença de formas císticas no
cérebro?
Qual o ciclo do parasito causador desta
infecção?
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