Desenvolvimento do Serviço Social na América Latina

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Desenvolvimento do Serviço Social na América Latina

Na América Latina, ao longo de sua história (incluindo passado de colonização), efetuou-se um processo de acumulação de riqueza e de pobreza devido à monopolização da economia e acumulação privada por parte de setores minoritários da sociedade.

Existência de uma sociedade composta por:

Elites com rendimentos econômicos e nível de vida comparáveis aos dos países desenvolvidos economicamente.

Massa humana de desempregados e/ou subempregados impossibilitados de satisfazer a nível mínimo suas necessidades vitais.

A articulação da estrutura agrária com o processo de industrialização capitalista dependente gerou uma situação de extrema miséria entre a população camponesa, desencadeando migrações maciças e conseqüente convergência de populações sem uma inserção segura na estrutura produtiva

Criação de concentrações urbanas constituindo periferias miseráveis nas metrópoles urbanas

A partir da década de 1920 as causas desses problemas já estavam presentes nos países latinoamericanos, conforme a dinâmica interna de cada um deles, emergindo com mais intensidade a partir da década de 1950.

A questão social existente vai adquirindo uma importância crescente, pela própria pressão da existência objetiva de seus problemas inerentes e a tensão que estes vão gerando.

A sociedade, por sua própria dinâmica, gera a questão social. Os grupos afetados pressionam a fim de obter respostas e satisfações mínimas frente a estes problemas.

Leis e programas são criados para regulamentar essa situação e oferecer respostas.

Na América Latina, o Estado e a Igreja desempenharam papel fundamental no processo de enfrentamento dos problemas sociais, reconhecendo as emergências e constituição dos setores empobrecidos e a necessidade de formulação de respostas para o enfrentamento de seus problemas.

Neste sentido, o Estado busca desenvolver ações visando a instalação de uma “paz social” para garantia do desenvolvimento (econômico).

A legislação social formulada favorece o desenvolvimento do assistencialismo.

O Estado põe em ação políticas e medidas sociais de cunho assistencialista com pouco caráter preventivo.

A ação assistencialista apresenta as seguintes características:• Caráter de beneficência, de ação paliativa, de

cunho curativo.• Caráter normativo e até repressivo (negação das

reivindicações).

Ações sociais que buscam apenas minorar a desordem social.

O trabalho do assistente social neste âmbito, apresentava cunho doutrinário, assistencial e paternalista.

Trabalho assistencial da Igreja

Obras de caridade, instituições assistenciais, rede de hospitais.

Ação social voltada para minorar os problemas sociais.

Dentro da Igreja, o movimento laico exerceu, em todos os países da América Latina, um destacado papel na organização e direção de obras assistenciais por meio da ação social católica.

Ligados à ação da igreja, setores aristocráticos e oligárquicos das sociedades latino-americanas desenvolveram ações sociais de “ajuda aos necessitados”.

Em geral, nos países da América Latina, a criação das escolas de Serviço Social contou com a colaboração de alguma assistente social formada na Europa.

Em seu início o Serviço Social recrutou quadros femininos ligados à Igreja e pertencentes a setores da sociedade economicamente privilegiados.

Progressivamente as instituições estatais vão assimilando as incipientes escolas de Serviço Social.

Mais tarde o Estado assume um papel centralizador e se converte num propulsor de centros especializados de formação, passando a regulamentar a profissão e incentivar a formação de mão-de-obra especializada para atuação nas instituições estatais criadas.

O desenvolvimento do capitalismo mundial e o domínio econômico e político norteamericano na América Latina, articulados à realidade interna de cada país, criaram demandas sociais que passaram a exigir uma intervenção mais especializada, menos leiga e voluntária.

A formação adquire caráter mais técnico e especializado. O Serviço Social procura se cercar de meios de intervenção (métodos) mais especializados, surgindo os métodos de Serviço Social de Caso, Serviço Social de Grupo e Serviço Social de Comunidade.

A partir de década de 1950 passa a haver maior vinculação do Serviço Social às organizações estatais.

Os Estados dos países latino-americanos formulam, nessa época, políticas sociais fundamentadas na política desenvolvimentista e de modernização capitalista.

A adoção da política desenvolvimentista com base no nacional-desenvolvimentismo, serviu de base para a constituição de uma identidade ideológica do Serviço Social afinada com a concepção desenvolvimentista.

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