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desfiliaçao partidaria
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DESFILIAÇÃO PARTIDÁRIA
Desfiliação partidária é a comunicação ao juiz eleitoral, por escrito, da
desfiliação ao partido político.
O ato deve ser precedido de requerimento de desfiliação dirigido ao juiz
eleitoral e de cópia do pedido de desfiliação protocolada junto ao órgão municipal do
partido político.
Na hipótese de inexistência de órgão partidário municipal ou de comprovada
impossibilidade de localização de quem o represente, o filiado poderá fazer a
comunicação apenas ao juiz eleitoral competente. Para fazê-lo o filiado deverá
apresentar requerimento de desfiliação partidária no Cartório Eleitoral no qual é
inscrito como eleitor.
A filiação será cancelada com a data do protocolo da comunicação da
desfiliação no Cartório Eleitoral.
O Tribunal Superior Eleitoral regulamentou a perda do mandato na Resolução
22.610/2007, e estabeleceu as hipóteses que justificam a desfiliação partidária, em
homenagem ao direito constitucional do contraditório e da ampla defesa.
Diz o texto da Resolução 22.610/2007:
Art. 1º - O partido político interessado pode pedir, perante a Justiça Eleitoral, a
decretação da perda de cargo eletivo em decorrência de desfiliação partidária
sem justa causa.
§ 1º - Considera-se justa causa:
I) incorporação ou fusão do partido;
II) criação de novo partido;
III) mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
IV) grave discriminação pessoal.
COMPETÊNCIA PARA SOLICITAR
DECRETAÇÃO DA PERDA DE MANDATO ELETIVO
O Tribunal Superior Eleitoral é o órgão competente para processar e julgar o
pedido relativo a mandato federal, ou seja, Presidente e Vice, Senador e Deputado
Federal. Nos demais casos, será competente o Tribunal Regional Eleitoral do
respectivo estado, consoante previsto na Res. n. 22.610, de 25 de outubro de 2007,
do TSE.
Segundo ainda o TSE, não é o órgão partidário ou a assembléia (e também a
câmara municipal e federal, além do senado) órgão competente para dizer se este
ou aquele deputado deve ser taxado de infiel partidário: a competência é da Justiça
Eleitoral.
QUEM PODE ENTRAR COM A AÇÃO - LEGITIMIDADE ATIVA
Terá legitimidade ativa para requerer a decretação da perda do Mandato
Eletivo o Partido Político, dentro do prazo de trinta dias, contados do conhecimento
do ato de desfiliação. Nos trinta dias subseqüentes ao término daquele prazo,
poderá também requerer a decretação da perda quem tenha interesse jurídico ou o
Ministério Público.
Á vista do que prescrve o art. 1º, caput, não há maiores dúvidas acerca da
legitimidade ativa:
“Art. 1º - O partido político interessado pode pedir, perante a Justiça Eleitoral,
a decretação da perda de cargo eletivo em decorrência de desfiliação
partidária sem justa causa.
§ 2º - Quando o partido político não formular o pedido dentro de 30 (trinta)
dias da desfiliação, pode fazê-lo, em nome próprio, nos 30 (trinta)
subseqüentes, quem tenha interesse jurídico ou o Ministério Público Eleitoral.
”
Eis a sistemática: a legitimação “preferencial” é a do partido. Sucessivamente,
decorrido o prazo decadencial, surge uma legitimação concorrente: a do legítimo
interessado ou do Ministério Público Eleitoral, por seu órgão oficiante junto ao TRE
ou TSE, conforme o caso.
No que se refere à legitimidade ativa subsidiária do Ministério Público (art. 1°,
§ 2°): a lei estabelece sua legitimidade ativa após o decurso de trinta dias após o
decurso de igual prazo para os partidos políticos (e que se inicia com a desfiliação).
Entretanto já houve questionamentos quanto à competência do Tribunal Superior
Eleitoral para dispor sobre normas de processo, tarefa igualmente reservada à lei
(art. 22, I, Constituição) e instituir legitimidade subsidiária ao Parquet quando, no
campo da defesa do regime democrático, da ordem jurídica, e dos interesses difusos
e coletivos (arts. 127 e 129, III, § 1°, Constituição).
O e. STF quando do julgamento das ADI's 3.999/DF e 4.086/DF, declarou a
constitucionalidade da Resolução TSE nº 22.610/2007, logo assiste competência ao
Ministério Público para ingressar com Ação de Perda de Mandato por Infidelidade
Partidária.
Segundo Resolução Conjunta da Procuradoria Eleitoral do Ministério Público
Federal em São Paulo e dos Promotores Eleitorais do Ministério Público de São
Paulo, protocolando o eleito no cartório eleitoral o comunicado de desfiliação
partidária, deve a serventoria comunicar ao Ministério Público Eleitoral o fato.
Decorridos 30 (trinta) dias e não tendo o partido questionado a desfiliação
partidária, assiste ao Ministério Público iniciar a ação para a qual será chamado o
eleito, que, querendo, apresente suas defesas.
A questão, que não é objeto do presente parecer, é saber qual o
entendimento do Ministério Público sobre os pontos que permitem a justa
desfiliação. Para isso, necessário seria avançar sobre itens que no caso concreto
não foram veiculados.
Enfim, assiste ao Ministério Público o direito de, zelando pelo estado democrático de
direito, impetrar Ação de Perda de Mandato por Infidelidade Partidária, no caso do
Partido, decorridos 30 dias não recorrer ao Judiciário pela retomada do mandato.
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