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DIREITO PROCESSUAL DO
TRABALHO
RECURSOS
(PARTE FINAL)
E
UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA
Prof. Antero Arantes Martins
RECURSO DE REVISTA
TRANSCENDÊNCIA
Recurso de Revista. Transcendência.
• A lógica do sistema recursal brasileiro nunca foibem compreendida.
• A idéia é de um sistema de DUPLO grau dejurisdição (e não triplo ou quádruplo).
• A busca da justiça para o conflito em concreto éfeita nas Instâncias Ordinárias (Vara e TRT).
• A atuação dos tribunais superiores (TST, STJ etambém do STF) não é relacionada com oconflito em concreto, mas, sim, com um bemmaior, que transcende o interesse das partes. (Daíutilizar-se a expressão transcendência)
Recurso de Revista. Transcendência.
• Na mesma lógica é o sistema de “repercussão geral” no
STF, ou seja, a atuação da Suprema Corte deve
acontecer em processos cujos julgamentos tenham
relevância para a sociedade.
• A proteção à Constituição Federal é feita, em última
análise, para a proteção da sociedade em questões
relevantes, que repercuntem para todos (daí a expressão
repercussão geral).
• Na mesma linha, a proteção à Lei Federal, feita pelo
TST nos casos trabalhistas não é voltada a resolver o
interesse de um trabalhador ou um empregador (partes),
mas, sim, de toda a sociedade.
Recurso de Revista. Transcendência.
• Sem utilizar a expressão “transcendência” o TST sempre
valorizou esta posição de transposição, entendendo que
sua função era a de uniformizar a jurisprudência (“una
lex, una jurisdictio”).
• Agora, com a regulamentação da transcendência pela
Lei 13.467/2.017, verifica-se que a função desta Corte é,
também esta (uniformizar), mas, não a única, como se vê
no detalhamento da própria Lei.
• Caberá, então, ao advogado que interpuser um recurso
de revista, demonstrar a transcendência da matéria ali
debatida, a fim de que ele seja processado e aceito.
Recurso de Revista. Transcendência.
Redação anterior Nova redação
Art.896-A - O Tribunal
Superior do Trabalho, no
recurso de revista, examinará
previamente se a causa
oferece transcendência com
relação aos reflexos gerais de
natureza econômica, política,
social ou jurídica.
X IDEM
INEXISTENTE X § 1º São indicadores de transcendência, entre outros:
I – econômica, o elevado valor da causa;
II – política, o desrespeito da instância recorrida à
jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do
Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal;
III – social, a postulação, por reclamante-recorrente,
de direito social constitucionalmente assegurado;
IV – jurídica, a existência de questão nova em torno
da interpretação da legislação trabalhista.
Recurso de Revista. Transcendência.
• A questão da transcendência não é nova. Foiincluída na Medida Provisória 2.226 de04/09/2001, portanto, há mais de 15 anos.
• Entretanto, esta mesma MP estabelecia que amatéria seria tratada no regimento interno doTST (este artigo foi expressamente revogado pelaLei 13.467/2017 – reforma trabalhista).
• O TST nunca regulamentou a matéria, eis que aquestão está “sub judice” no E. STF (ADIN2.527-9, com liminar em 2007 para suspenderapenas o parágrafo terceiro da referia MP.).
Recurso de Revista. Transcendência.
– § 1º São indicadores de transcendência, entre outros:
– I – econômica, o elevado valor da causa;
• Auto-explicativo. O impacto social de uma decisão de elevado valor pode levar ao encerramento da atividade empresarial e ao fim de inúmeros postos de trabalho.– II – política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada
do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal;
• Não penso que seja uma questão política, mas, de qualquermaneira, a finalidade unformizadora do TST é a vinculação dasdecisões à sua jurisprudência sumulada (IRDR, Súmulas, OJ’s).– III – social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social
constitucionalmente assegurado.
• Auto-explicativo: Proteção aos direitos constitucionais dotrabalhador integrantes do denominado “patamar mínimocivilizatório”.– IV – jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da
legislação trabalhista.
• Interpretações diversas nos Tribunais inferiores que demandamunificação.
Recorribilidade da questão da transcendência.
Redação anterior Nova redação
INEXISTENTE X § 2o Poderá o relator, monocraticamente,
denegar seguimento ao recurso de revista que
não demonstrar transcendência, cabendo
agravo desta decisão para o colegiado.
INEXISTENTE X § 3o Em relação ao recurso que o relator
considerou não ter transcendência, o
recorrente poderá realizar sustentação oral
sobre a questão da transcendência, durante
cinco minutos em sessão.
INEXISTENTE X § 4o Mantido o voto do relator quanto à não
transcendência do recurso, será lavrado
acórdão com fundamentação sucinta, que
constituirá decisão irrecorrível no âmbito do
tribunal.
Recorribilidade da questão da transcendência.
– § 2o Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao recurso derevista que não demonstrar transcendência, cabendo agravo desta decisãopara o colegiado.
• Recurso de Revista admitido pelo TRT e remetido ao TST. Relatorde sorteio entendo que não há transcendência. Tranca o recurso.Agravo interno é cabível para a Turma (outros dois ministrosvotarão).– § 3o Em relação ao recurso que o relator considerou não ter transcendência,
o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre a questão datranscendência, durante cinco minutos em sessão.
• Trata do julgamento do agravo interno mencionado no parágrafoanterior.– § 4o Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do recurso,
será lavrado acórdão com fundamentação sucinta, que constituirá decisãoirrecorrível no âmbito do tribunal.
• Não cabe embargos à SDI. Somente seria possível recurso ao E.STF se a matéria for constitucional e houver repercussão geral.
Recorribilidade da questão da transcendência.
Redação anterior Nova redação
INEXISTENTE X § 5o É irrecorrível a decisão monocrática
do relator que, em agravo de instrumento
em recurso de revista, considerar ausente
a transcendência da matéria.
INEXISTENTE X § 6o O juízo de admissibilidade do
recurso de revista exercido pela
Presidência dos Tribunais Regionais do
Trabalho limita-se à análise dos
pressupostos intrínsecos e extrínsecos do
apelo, não abrangendo o critério da
transcendência das questões nele
veiculadas.” (NR)
Recorribilidade da questão da transcendência.
– § 5o É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravode instrumento em recurso de revista, considerar ausente atranscendência da matéria.
• Aqui a hipótese é diversa. O Presidente do TRT negouseguimento ao recurso de revista. A parte entrou com Agravode Instrumento. O Relator no TST entende que não hátranscendência. Acabou. Não tem recurso. Nem agravointerno.– § 6o O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela
Presidência dos Tribunais Regionais do Trabalho limita-se à análisedos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não abrangendoo critério da transcendência das questões nele veiculadas.
• A instância “a quo” (TRT) não analisa transcendência. Seestiverem presentes os demais requisitos, deve processar orecurso de revista e deixar esta análise para o ministro relatorno TST.
EMBARGOS NO TST
Embargos no TST
• CLT. Art. 894 [...] II - das decisões das Turmas que divergirementre si ou das decisões proferidas pela Seção de DissídiosIndividuais, ou contrárias a súmula ou orientação jurisprudencialdo Tribunal Superior do Trabalho ou súmula vinculante doSupremo Tribunal Federal.
• § 2o A divergência apta a ensejar os embargos deve ser atual, nãose considerando tal a ultrapassada por súmula do TribunalSuperior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ousuperada por iterativa e notória jurisprudência do TribunalSuperior do Trabalho.
• Repete o § 4º aplicável ao recurso de revista e já era aplicado peloC. TST;
• Lembrar a função uniformizadora. Se a questão já está superada,não há razão para embargos que tem por finalidade uniformizar;
• O ATO Nº 491/SEGJUD.GP, DE 23 DE SETEMBRO DE 2014,no seu art. 2º, concede competência ao Presidente da SDI-1 pararejeitar o recurso de embargos por este fundamento.
Embargos no TST
• § 3o O Ministro Relator denegará seguimento aosembargos:
• I - se a decisão recorrida estiver em consonância comsúmula da jurisprudência do Tribunal Superior doTrabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou comiterativa, notória e atual jurisprudência do TribunalSuperior do Trabalho, cumprindo-lhe indicá-la;
• II - nas hipóteses de intempestividade, deserção,irregularidade de representação ou de ausência de qualqueroutro pressuposto extrínseco de admissibilidade.
• Insere a regra do art. 557 do CPC que já vinha sendoaplicada a todos os recursos por força da Súmula 421;
• O ATO Nº 491/SEGJUD.GP, de 23/09/2014, no seu art. 2º,concede ao Presidente da SDI-1 competência para denegar orecurso de embargos, sem prejuízo da competência do relator.
Embargos no TST
• § 4o Da decisão denegatória dos embargos
caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias.
• Trata-se de agravo legal e não regimental.
DIREITO PROCESSUAL DO
TRABALHO
Uniformização de jurisprudência
Prof. Antero Arantes Martins
INTRODUÇÃO
Uniformização da jurisprudência.
• Liberdade x Segurança.
• Zygmunt Baumann, diz que o ser humano não
pode abrir mão de nenhum destes valores, mas
igualmente não pode tê-los na sua plenitude ao
mesmo tempo.
• Um só poderá ser promovido à custa do outro.
• A liberdade sem segurança equivale ao completo
caos, enquanto que a segurança sem a liberdade
equivale à escravidão
Uniformização da jurisprudência.
• Lei 13.015/2014: A obrigatoriedade de observância da
jurisprudência sumulada supervaloriza o conceito da
segurança, cuja importância está em transmitir à
sociedade um julgamento previsível e, assim, estabelecer
padrões de conduta dentro das relações jurídicas.
• Custo: Liberdade do magistrado de expressar e julgar de
acordo com seu próprio pensamento jurídico.
• Liberdade criativa do exercício da advocacia em buscar
soluções para situações previamente adversas ao seu
cliente e que, ao fim e ao cabo, impulsiona a
modificação da jurisprudência e a evolução do próprio
direito
Uniformização da jurisprudência.
• Efeito colateral:
• A jurisprudência, de regra, deve ser um efeito
reativo às condutas sociais, aceitando-as ou
repudiando-as em consonância com a estrutura
jurídica de estabilização de expectativas.
• Entretanto, a jurisprudência pode estabelecer
alteração de condutas em virtude de
entendimentos que foram aceitos e consolidados.
Uniformização da jurisprudência.
• A Norma Jurídica deixa de ser a referência para
adoção das condutas sociais, notadamente na
consolidação de comportamentos.
• A referência passa a ser a interpretação que a
jurisprudência concede à norma jurídica.
• Ex: Art. 477, 1º da CLT x Súmula 30 TRT
Uniformização da jurisprudência.
• Art. 477 – [...]
• § 1º - O pedido de demissão ou recibo de quitação derescisão, do contrato de trabalho, firmado por empregadocom mais de 1 (um) ano de serviço, só será válido quandofeito com a assistência do respectivo Sindicato ou perantea autoridade do Ministério do Trabalho e PrevidênciaSocial.
x• 30 - Pedido de demissão. Contrato de trabalho com
mais de um ano de vigência. Ausência dehomologação. Efeitos.A ausência de homologação, de que trata o artigo 477, § 1º,da CLT, não invalida o pedido de demissão demonstradopor outros meios de prova.
Uniformização da jurisprudência.
• Não há dúvida que a Lei 13.015/2014 e o novo
Código de Processo Civil prestigiam, através do
tema afeto à uniformização de jurisprudência, a
segurança, ao estabelecer de forma explícita ou
implícita a obrigatoriedade de aplicação do
entendimento uniformizado.
• ATO Nº 491/SEGJUD.GP (Art. 3º);
• CPC (Art. 489, 1º, VI)
• CPC (Art. 927, IV e V)
• CPC (Art. 1.035, 3º, I)
Uniformização da jurisprudência.
• Efetividade é o valor buscado pelo código de Processo Civil. Estevalor foi citado mais de uma vez na exposição de motivos da Lei13.105/2015.
• “Sendo ineficiente o sistema processual, todo o ordenamentojurídico passa a carecer de real efetividade. De fato, as normas dedireito material se transformam em pura ilusão, sem a garantia desua correlata realização, no mundo empírico, por meio doprocesso.”
• (...)
• “Assim, além de conservados os institutos cujos resultados forampositivos, incluíram-se no sistema outros tantos que visam aatribuir-lhe alto grau de eficiência”
• (...)
• “Trata-se de uma forma de tornar o processo mais eficiente eefetivo, o que significa, indubitavelmente, aproximá-lo daConstituição Federal, em cujas entrelinhas se lê que o processodeve assegurar o cumprimento da lei material”
Uniformização da jurisprudência.
• É de se lembrar que segurança e liberdade
são valores de igual dimensão.
• É preciso compatibilizar. Exacerbar uma é
neutralizar a outra e o ser humano não
sobrevive sem nenhuma delas.
• A compatibilização, a meu ver, passa pela
valorização das regras de exceção, quais
sejam, a distinção e a superação da tese.
Uniformização da jurisprudência.
• Distinção fática:
– Análise dos precedentes
• Superação de tese:
– Alteração da norma jurídica que baseou os
precedentes (não apenas renumeração);
– Decisão de Corte Superior em sentido contrário;
– Alteração de condição fática ou comportamento
social que implique mudança na forma de se analisar
a questão.
– Surgimento de fundamento diverso, não analisado nos
precedentes, capaz, por si só, de alterar a conclusão.
EDIÇÃO DE SÚMULAS
FORMAÇÃO DE SÚMULAS. Introdução
• A Lei 13.015/2014 tinha alterado substancialmente o sistema
de uniformização de jurisprudência na Justiça do Trabalho,
antecipando o sistema que estava previsto no projeto do CPC
que seria aprovado um ano depois (2016), visando criar um
sistema de precedentes obrigatórios.
• Antes desta Lei, súmulas eram editadas apenas quando
houvesse maturidade de julgamento (vários julgamentos
repetitivos no mesmo sentido).
• Depois desta Lei, para editar uma súmula ou Tese Jurídica
Prevalecente, bastava que se constatasse divergência de
julgamentos dentro do mesmo Tribunal, ainda que a matéria
fosse pouco debatida. O foco não era uma tese amadurecida,
mas, sim, eliminar divergências.
FORMAÇÃO DE SÚMULAS. Introdução
• A Lei 13.467/2017 (reforma trabalhista) alterousubstancialmente este entendimento, criando critériosrigorosíssimos para que o TST e os TRT’s criem Súmulas dejurisprudência.
• Retomou o entendimento, que me parece correto, no sentidode que as Súmulas devem decorrer de uma maturidade dejulgamento. Entretanto, exagerou na dose. Os critérios sãopraticamente impossíveis de serem cumpridos.
• Assim, enquanto todo o Poder Judiciário caminha para umsistema de julgamentos através de precedentes vinculativos,a Justiça do Trabalho não os terá porque será muito difícilfazer uma Súmula.
• Ademais, houve expressa revogação dos parágrafos 3º a 6ºdo art. 896 da CLT, que estabeleciam o sistema deobrigatoriedade de observância destas Súmulas. Em outraspalavras, ainda que existam, estas Súmulas serão precedentesinformativos e não precedentes vinculativos.
FORMAÇÃO DE SUMULAS.
Redação anterior Nova redação
ART. 896 - ...
§ 3o Os Tribunais Regionais do Trabalho procederão, obrigatoriamente, à
uniformização de sua jurisprudência e aplicarão, nas causas da competência da
Justiça do Trabalho, no que couber, o incidente de uniformização de
jurisprudência previsto nos termos do Capítulo I do Título IX do Livro I da Lei
nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil)
X REVOGADO
§ 4o Ao constatar, de ofício ou mediante provocação de qualquer das partes ou
do Ministério Público do Trabalho, a existência de decisões atuais e
conflitantes no âmbito do mesmo Tribunal Regional do Trabalho sobre o tema
objeto de recurso de revista, o Tribunal Superior do Trabalho determinará o
retorno dos autos à Corte de origem, a fim de que proceda à uniformização da
jurisprudência.
X REVOGADO
§ 5o A providência a que se refere o § 4o deverá ser determinada pelo
Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, ao emitir juízo de
admissibilidade sobre o recurso de revista, ou pelo Ministro Relator, mediante
decisões irrecorríveis.
X REVOGADO
§ 6o Após o julgamento do incidente a que se refere o § 3o, unicamente a súmula
regional ou a tese jurídica prevalecente no Tribunal Regional do Trabalho e não
conflitante com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do
Trabalho servirá como paradigma para viabilizar o conhecimento do recurso de
revista, por divergência.
X REVOGADO
FORMAÇÃO DE SÚMULAS
Redação anterior Nova redação
Art. 702 - Ao Tribunal Pleno
compete:
I - em única instância:
X IDEM
f) estabelecer súmulas de
jurisprudência uniforme, na
forma prescrita no Regimento
Interno.
X f) estabelecer ou alterar súmulas e outros
enunciados de jurisprudência uniforme,
pelo voto de pelo menos dois terços de
seus membros, caso a mesma matéria já
tenha sido decidida de forma idêntica
por unanimidade em, no mínimo, dois
terços das turmas em pelo menos dez
sessões diferentes em cada uma delas,
podendo, ainda, por maioria de dois
terços de seus membros, restringir os
efeitos daquela declaração ou decidir que
ela só tenha eficácia a partir de sua
publicação no Diário Oficial;
FORMAÇÃO DE SÚMULAS
– Art. 702, f) estabelecer ou alterar súmulas e outros enunciados dejurisprudência uniforme, pelo voto de pelo menos dois terços deseus membros, caso a mesma matéria já tenha sido decidida deforma idêntica por unanimidade em, no mínimo, dois terços dasturmas em pelo menos dez sessões diferentes em cada uma delas,podendo, ainda, por maioria de dois terços de seus membros,restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenhaeficácia a partir de sua publicação no Diário Oficial;
• TST tem 27 ministros e 08 turmas. O projeto de Súmuladeve ter decisões unânimes no mesmo sentido de, pelomenos, 06 turmas, em dez sessões diferentes para cadauma delas, ou seja, dez decisões por turma, totalizando ummínimo 60 precedentes (6 turmas x 10 precedentes porturma).
• E, uma vez posta em votação no plenário do TST, devecontar com 18 votos (2/3 de 27) no sentido do verbeteproposto.
FORMAÇÃO DE SÚMULAS
Redação anterior Nova redação
INEXISTENTE X § 3o As sessões de julgamento sobre
estabelecimento ou alteração de
súmulas e outros enunciados de
jurisprudência deverão ser públicas,
divulgadas com, no mínimo, trinta dias
de antecedência, e deverão possibilitar
a sustentação oral pelo Procurador-
Geral do Trabalho, pelo Conselho
Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil, pelo Advogado-Geral da União
e por confederações sindicais ou
entidades de classe de âmbito nacional.
FORMAÇÃO DE SÚMULAS
– § 3o As sessões de julgamento sobre estabelecimento
ou alteração de súmulas e outros enunciados de
jurisprudência deverão ser públicas, divulgadas com, no
mínimo, trinta dias de antecedência, e deverão
possibilitar a sustentação oral pelo Procurador-Geral do
Trabalho, pelo Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil, pelo Advogado-Geral da União e
por confederações sindicais ou entidades de classe de
âmbito nacional.
• Tanto a criação quanto à alteração das súmulas
deve permitir a participação de interessados na
defesa de suas posições. Muito boa medida.
FORMAÇÃO DE SÚMULAS
Redação anterior Nova redação
INEXISTENTE X § 4o O estabelecimento ou a
alteração de súmulas e outros
enunciados de jurisprudência
pelos Tribunais Regionais do
Trabalho deverão observar o
disposto na alínea f do inciso I
e no § 3o deste artigo, com rol
equivalente de legitimados para
sustentação oral, observada a
abrangência de sua
circunscrição judiciária.” (NR)
FORMAÇÃO DE SÚMULAS
– § 4o O estabelecimento ou a alteração de súmulas e outrosenunciados de jurisprudência pelos Tribunais Regionais do Trabalhodeverão observar o disposto na alínea f do inciso I e no § 3o desteartigo, com rol equivalente de legitimados para sustentação oral,observada a abrangência de sua circunscrição judiciária.” (NR)
• TRT da 2ª Região tem 94 desembargadores e 18 turmas. Oprojeto de Súmula deve ter decisões unânimes no mesmosentido de, pelo menos, 12 turmas, em dez sessõesdiferentes para cada uma delas, ou seja, dez decisões porturma, totalizando um mínimo 120 precedentes (12 turmasx 10 precedentes por turma).
• E, uma vez posta em votação no plenário do TRT, devecontar com 62 votos (2/3 de 94) no sentido do verbeteproposto.
INCIDENTE DE RESOLUÇÃO
DE
RECURSOS REPETITIVOS - IRRR
(No TST)
JULGAMENTO DE RECURSOS REPETITIVOS
Lei 13.015/2016.
Instrução Normativa 39/2015 do C. TST.
Arts. 976/987 do CPC/2015
Recursos Repetitivos. Inclusão Legal e comentários.
• “Art. 896-B. Aplicam-seao recurso de revista, noque couber, as normasda Lei no 5.869, de 11 dejaneiro de 1973 (Códigode Processo Civil),relativas ao julgamentodos recursosextraordinário e especialrepetitivos.”
• Cria no Processo do Trabalho
o julgamento de recursos
repetitivos que já existia no
Processo Civil.
• Garante a aplicabilidade do
CPC, evitando discussões
inócuas;
• A expressão “no que couber”
deve ser entendida como o
dispositivo do CPC que não
contrarie expressamente o
que aqui está estabelecido;
Recursos Repetitivos. Inclusão Legal e comentários.
• “Art. 896-C. Quando houvermultiplicidade de recursos derevista fundados em idênticaquestão de direito, a questãopoderá ser afetada à SeçãoEspecializada em DissídiosIndividuais ou ao TribunalPleno, por decisão da maioriasimples de seus membros,mediante requerimento de umdos Ministros que compõem aSeção Especializada,considerando a relevância damatéria ou a existência deentendimentos divergentesentre os Ministros dessa Seçãoou das Turmas do Tribunal.
• Pressupostos:
• Multiplicidade derecursos;
• Questão de direito(material ou processual,trabalhista ou não);
• Relevância da matéria;
• Entendimentosdivergentes no próprioTST;
Recursos Repetitivos. Comentários.
• Procedimento:
• O Ministro Relator do recurso de revista provoca o
Presidente da Turma no sentido de que a hipótese
versa sobre recurso repetitivo;
• O Presidente da Turma remete os autos à SDI-1;
• O Presidente da Turma afeta um ou mais recursos
representantes da controvérsia e oficia aos demais
Presidentes de Turma e da própria SDI-1 e estes, por
sua vez, poderão afetar outros recursos submetidos
aos respectivos órgãos fracionários;
Recursos Repetitivos. Comentários.
• O Presidente da SDI-1 deve submeter a questão aojulgamento do órgão no prazo de 30 dias ou deimediato se a questão for tida como preliminar
• A SDI-1 decide se é ou não o caso de recursorepetitivo (maioria simples).
• Decidindo afirmativamente, já estabelece se ojulgamento será pela SDI-1 ou se remete ao pleno.
• Em caso negativo, volta à turma para julgamentonormal.
• (A admissibilidade do recurso repetitivo, portanto, éda SDI-1)
• A decisão de afetação deve delimitar a matéria dacontrovérsia e o Tribunal não pode julgar fora destadelimitação.
Recursos Repetitivos. Comentários.
• Consequências da afetação do recurso ao
procedimento:
• O presidente do TST oficia os presidentes dos
TRT’s que sobrestarão a tramitação dos
recursos de revista que estejam aguardando
admissibilidade;
• O presidente do TRT pode separar um ou mais
recursos demonstrativos da matéria e
encaminhar ao TST para auxiliar na visão
global do tema (limitado a dois recursos);
IN 38/2015 – Regulamentação pelo TST
• Art. 8º Se, após receber osrecursos de revistaselecionados pelo Presidenteou Vice-Presidente doTribunal Regional doTrabalho, não se proceder àsua afetação, o relator, noTribunal Superior doTrabalho, comunicará o fatoao Presidente ou Vice-Presidente que os houverenviado, para que sejarevogada a decisão desuspensão referida no artigo896-C, § 4º, da CLT.
• Hipótese de erro do TRT ao afetarrecursos que não tratem da matériaem julgamento, sobrestandoindevidamente o andamentodaqueles;
• Constatado o equívoco peloMinistro Relator, oficia-se pararevogar a suspensão de tramitação.
IN 38/2015 – Regulamentação pelo TST
• Art. 896-C:
• § 3o O Presidente do TribunalSuperior do Trabalho oficiará osPresidentes dos TribunaisRegionais do Trabalho para quesuspendam os recursosinterpostos em casos idênticosaos afetados como recursosrepetitivos, até opronunciamento definitivo doTribunal Superior do Trabalho.
• Art. 6º O Presidente do TribunalSuperior do Trabalho oficiará osPresidentes dos TribunaisRegionais do Trabalho, com cópiada decisão de afetação, para quesuspendam os recursos de revistainterpostos em casos idênticos aosafetados como recursos repetitivose ainda não encaminhados a esteTribunal, bem como os recursosordinários interpostos contra assentenças proferidas em casosidênticos aos afetados comorecursos repetitivos, até opronunciamento definitivo doTribunal Superior do Trabalho.
Recursos Repetitivos. Comentários.
• O TST deu interpretação abrangente ao
vocábulo “recursos” contido no § 3º do art.
896-C, abrangendo também os recursos
ordinários (e, hipoteticamente, aos agravos de
petição);
• Veja-se que o texto regulamentador trata de
recursos interpostos contra sentenças.
• As partes devem ser intimadas da suspensão
da tramitação de seus recursos
IN 38/2015 – Regulamentação pelo TST
• Art. 9º As partes deverão serintimadas da decisão desuspensão de seu processo, aser proferida pelo respectivorelator.
• § 1º A parte poderá requerero prosseguimento de seuprocesso se demonstrar aintempestividade do recursonele interposto ou aexistência de distinção entre aquestão de direito a serdecidida no seu processo eaquela a ser julgada sob o ritodos recursos repetitivos.
• Garante à parte o direito
de discutir eventual
equívoco na afetação de
seu recurso por parte do
relator ou do Presidente
do Tribunal.
• A outra parte deve ser
ouvida.
• A decisão é irrecorrível.
Recursos Repetitivos. Comentários.
• Faz-se o sorteio do relator na SDI-1 ou no Pleno(conforme deliberação da SDI-1 sobre qual órgãoprocederá o julgamento);
• Este relator pode determinar o sobrestamento dojulgamento dos recursos de revista e de embargosque tratem da matéria;
• O Relator pode solicitar informações aos TRT’s arespeito da matéria controvertida;
• Admite-se a intervenção de terceiros interessados.Este interesse, ao que parece, não precisa ser jurídico,podendo ser econômico, moral, religioso ou dequalquer outra natureza;
• O relator pode designar audiência pública (art. 10 daIN 38/2015)
Recursos Repetitivos. Comentários.
• Após vista ao MPT, o TST (SDI-1 ou Pleno,conforme o caso) procederá o julgamento no prazomáximo de um ano, com preferência aos demais.
• Julgado, os recursos de revista no TRT que ataquemdecisões de entendimento idêntico ao adotado peloTST serão denegados;
• Se a decisão recorrida for contrária ao entendimentoadotado no TST os autos retornam à turma do TRT(Juízo de retratação);
• Se houver retratação, o recurso de revista perde oobjeto;
• Se mantida a divergência, o presidente do TRT fará aadmissibilidade do recurso de revista originalmenteinterposto;
IN 38/2015 – Regulamentação pelo TST
• Art. 13. Decidido o
recurso representativo da
controvérsia, os órgãos
jurisdicionais respectivos
declararão prejudicados
os demais recursos
versando sobre idêntica
controvérsia ou os
decidirão, aplicando a
tese firmada.
• Se o recurso tem tema
único e a tese do
recorrente é contrária ao
que foi decidido, então
prejudicado;
• Se o recurso tem vários
temas, ou o tema único é
favorável à tese decidida,
então julga-se o recurso
aplicando a tese.
IN 38/2015 – Regulamentação pelo TST
• Art. 14. Publicado o acórdãoparadigma:
• I – o Presidente ou Vice-Presidentedo Tribunal de origem negaráseguimento aos recursos de revistasobrestados na origem, se oacórdão recorrido coincidir com aorientação do Tribunal Superior doTrabalho;
• II – o órgão que proferiu o acórdãorecorrido, na origem, reexaminará oprocesso de competência origináriaou o recurso anteriormente julgado,na hipótese de o acórdão recorridocontrariar a orientação do TribunalSuperior do Trabalho;
• III – os processos porventurasuspensos em primeiro e segundograus de jurisdição retomarão ocurso para julgamento e aplicaçãoda tese firmada pelo TribunalSuperior do Trabalho.
• Os processos já julgados com
Recurso de Revista
interposto:
• O Acórdão Recorrido está de
acordo com a decisão do
TST: Recurso de Revista com
seguimento denegado;
• O Acórdão Recorrido está em
desacordo com a decisão do
TST: Volta à Turma para
Juízo de retratação.
• Os processos não julgados
retomam o curso com
julgamento pela tese adotada.
IN 38/2015 – Regulamentação pelo TST
• Art. 15. Para fundamentar adecisão de manutenção doentendimento, o órgão queproferiu o acórdão recorridodeverá demonstrar a existênciade distinção, por se tratar decaso particularizado porhipótese fática distinta ouquestão jurídica nãoexaminada, a impor soluçãodiversa.
• § 1º Na hipótese de que trata ocaput deste artigo, o recurso derevista será submetido a novoexame de sua admissibilidadepelo Presidente ouVicePresidente do TribunalRegional, retomando oprocesso o seu curso normal.
§ 2º Realizado o juízo de retratação,
com alteração do acórdão
divergente, o Tribunal de origem, se
for o caso, decidirá as demais
questões ainda não decididas, cujo
enfrentamento se tornou
necessário em decorrência da
alteração.
§ 3º Quando for alterado o acórdão
divergente na forma do § 1º e o
recurso anteriormente interposto
versar sobre outras questões, o
Presidente ou VicePresidente do
Tribunal Regional,
independentemente de ratificação
do recurso, procederá a novo juízo
de admissibilidade, retomando o
processo o seu curso normal.
Recursos Repetitivos. Comentários.
• Registro, inicialmente, a imperatividade no
sentido de que o julgamento e a retratação
devem adotar a tese do TST;
• O § 2º preserva a relação de prejudicialidade
positiva (mas, por óbvio, também a negativa);
• O § 3º trata da admissibilidade do Recurso de
Revista que envolva outros temas não
correlatos ou afetos ao rito do julgamento de
recursos repetitivos.
Recursos Repetitivos. Comentários.
• Se o tema envolver matéria constitucional, ojulgamento pelo rito dos recursos repetitivosnão impedirá a interposição de recursoextraordinário;
• Se a hipótese for de afetação de recursosextraordinários repetitivos, o presidente doTST selecionará um ou mais recursosrepresentativos da controvérsia para enviar aoSTF;
• O Presidente do TST, neste caso, pode oficiaràs Turmas e SDI-1 para que suspendam ojulgamento de recursos com matéria idêntica;
Recursos Repetitivos. Comentários.
• O parágrafo 15 permite a não aplicabilidade do
entendimento firmado no julgamento sob o rito dos
recursos repetitivos se ficar assente que a hipótese
fática ou de direito é diversa daquela que originou o
julgamento original, ou seja, fica mantido o
entendimento e afastada a sua aplicação;
• Já o parágrafo 17 prevê a hipótese de revisão do
entendimento se houver alteração na situação
econômica, social ou jurídica, mas, neste caso, o TST
deve respeitar a segurança jurídica e “modular” os
efeitos da nova decisão.
INCIDENTE DE RESOLUÇÃO
DE RECURSOS REPETITIVOS
EM SEGUNDO GRAU
(IRDR)
Arts. 976/987 do CPC/2015
IRDR - TRT
• Cada TRT deverá regulamentar o
processamento de seu IRDR.
• A Segunda Região ainda não regulamentou no
âmbito interno este processamento.
• Estudo feito com base exclusivamente no
CPC.
IRDR - TRT
• Hipóteses de cabimento:
– Repetição efetiva de processos com questão
unicamente de direito (material ou processual);
– Risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica;
• Quem pode requerer:
– O próprio relator, ao proferir o voto que submeterá
ao órgão turmário;
– A parte, através de petição ao relator,
demonstrando os requisitos acima;
– O MPT por petição, devendo demonstrar os
requisitos;
IRDR - TRT
• Efeitos:
– Suspensão dos processos que tratem do mesmo tema,
garantida, entretanto, a integral instrução processual (logo,
a suspensão é de julgamento);
– Durante a suspensão a tutela de urgência é do Juiz do
processo suspenso e não do relator.
– Decisão atinge e vincula todos os processos de matéria
idêntica no âmbito do TRT.
• Procedimento:
– Será do Tribunal Pleno;
– Julgamento em dois momentos: Admissibilidade e mérito
(se for admitido);
– Restante: A regulamentar.
INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE
COMPETÊNCIA
(IAC)
Incidente de Assunção de Competência.
• A ser regulamentado no âmbito interno do TRT.
– Art. 947. É admissível a assunção de competência quando ojulgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo decompetência originária envolver relevante questão de direito, comgrande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.
– § 1o Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relatorproporá, de ofício ou a requerimento da parte, do Ministério Público ouda Defensoria Pública, que seja o recurso, a remessa necessária ou oprocesso de competência originária julgado pelo órgão colegiado que oregimento indicar.
– § 2o O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou oprocesso de competência originária se reconhecer interesse público naassunção de competência.
– § 3o O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todosos juízes e órgãos fracionários, exceto se houver revisão de tese.
– § 4o Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questãode direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou acomposição de divergência entre câmaras ou turmas do tribunal.
Incidente de Assunção de Competência.
• Não é preciso ter repetição e sim relevância;
• Continua a ser matéria de direito;
• Quem pode requerer:
– O próprio relator, ao proferir o voto que submeterá
ao órgão turmário;
– A parte;
– O MPT por petição;
• Se aceito, desloca para o Tribunal Pleno;
• Decisão atinge e vincula todos os processos de
matéria idêntica no âmbito do TRT.
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