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I
UNIVERSIDADE PAULISTA
PROGRAMA DE MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO DA CADEIA
PRODUTIVA DO CAJU: INFLUÊNCIAS DA PRODUÇÃO
DE CASTANHA E DA CAJUÍNA NO DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO DO ESTADO DO PIAUÍ
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Paulista – UNIP, para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção.
KARMEM WERUSCA FORTES DE ARAÚJO
São Paulo
2016
II
UNIVERSIDADE PAULISTA
PROGRAMA DE MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO DA CADEIA
PRODUTIVA DO CAJU: INFLUÊNCIAS DA PRODUÇÃO
DE CASTANHA E DA CAJUÍNA NO DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO DO ESTADO DO PIAUÍ
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Paulista – UNIP, para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção.
Área de Concentração: Gestão de Sistemas de Operações. Linha de Pesquisa: Redes de Empresas e Planejamento da Produção. Orientador: Prof. Dr. João Gilberto Mendes dos Reis.
KARMEM WERUSCA FORTES DE ARAÚJO
São Paulo
2016
Araújo, Karmem Werusca Fortes de.
Posicionamento estratégico da cadeia produtiva do caju : influências da
produção de castanha e da cajuina no desenvolvimento econômico do Estado do
Piauí / Karmem Werusca Fortes de Araújo. - 2016.
79 f. : il. color. + CD-ROM.
Dissertação de Mestrado Apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Engenharia da Produção da Universidade Paulista, São Paulo, 2016.
Área de Concentração: Gestão de Sistemas de Operação.
Orientador: Prof.º Dr. João Gilberto Mendes dos Reis.
1. Processo de transformação. 2. Cadeia produtiva. 3. Cajucultura.
4. Produção. I. Reis, João Gilberto Mendes. (orientador). II. Título.
IV
KARMEM WERUSCA FORTES DE ARAÚJO
POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO DA CADEIA
PRODUTIVA DO CAJU: INFLUÊNCIAS DA PRODUÇÃO
DE CASTANHA E DA CAJUÍNA NO DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO DO ESTADO DO PIAUÍ
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Paulista – UNIP, para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção.
Banca examinadora:
_____________________________________________________________ Prof. Dr. João Gilberto Mendes dos Reis (Orientador)
______________________________________________________________ Prof. Dr. Oduvaldo Vendrametto (UNIP)
______________________________________________________________ Prof. Dr. Sérgio Luiz Kyrillos (IFSP)
V
Dedico este trabalho, com todo amor e gratidão, a minha filha Ilana Wivian Fortes
Nascimento, por ser a minha luz e ter me fortalecido com seu carinho todo esse
tempo.
Ao meu marido Iratan Nascimento, pela amizade, amor e companheirismo.
A minha amada mãe Maria das Graças Fortes e a minha irmã Karlla Wivianne,
pelo apoio e compreensão que me dedicaram.
VI
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me proporcionar a oportunidade de participar do curso de pós-
graduação em engenharia de produção, me dando forças para seguir em frente e
continuar essa jornada tão árdua, mas no final tão gratificante, iluminando meus
caminhos e me ajudando para a realização deste trabalho. A Ti, Senhor, concedo
mais esta vitória alcançada.
À Faculdade Santo Agostinho- FSA, que em parceria com a Universidade
Paulista – UNIP, favoreceu a minha participação no curso de pós-graduação em
engenharia de produção.
Aos doutores que compõem o corpo docente do curso de mestrado em
engenharia de produção da UNIP, que incluíram em seus ensinamentos muita
competência, amizade, compreensão, valorização e respeito pela profissão que
exercem, e principalmente, em especial, ao meu orientador Dr. João Gilberto
Mendes dos Reis, pela sabedoria, respeito, dedicação, incentivo, resiliência,
eficiência e conhecimentos que tão brilhantemente foram repassados ao longo do
curso e deste trabalho.
Aos colegas do mestrado que, diariamente, mostraram por meio de gestos
de carinho, palavras de consolo e muito respeito, uma parceria para o
desenvolvimento das atividades acadêmicas. Tenho um carinho e respeito por
todos, espero encontrá-los ao longo da vida e conservar esta amizade saudável e
respeitosa adquirida ao longo do curso.
A minha rainha, Maria das Graças (mãe), pelos conselhos, força, amor e
sempre me mostrar que Deus faz tudo certo na hora certa.
A minha filha, por ser essa luz que Deus mandou para eu cuidar como mãe
e poder conhecer o verdadeiro significado da palavra amor.
O meu eterno amor Iratan Nascimento, pelos cuidados, compreensão,
respeito e amizade nos momentos mais difíceis da minha vida e apoio sempre.
Aos entrevistados que me proporcionaram, além de muito respeito, atenção
e valorização do trabalho, mais dedicação, entusiasmo e conhecimento sobre o
tema.
Enfim, obrigada a todos que contribuíram direta ou indiretamente, sejam com
conselhos, pensamentos positivos e conversas para a realização deste sonho.
VII
“Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende.”
Leonardo da Vinci
VIII
RESUMO
A agroindústria do caju apresenta uma importante contribuição para a economia
do Piauí. O caju é uma planta tipicamente brasileira, originária do Nordeste do
Brasil, especialmente nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí. Estes
três estados juntos respondem por cerca de 86% da produção nacional, com
557.452 mil hectares de área destinada à colheita. O cajueiro produz inúmeros
produtos, originários do pedúnculo, conhecido como pseudofruto, e da castanha,
verdadeiro fruto. O pedúnculo viabiliza a extração de diversos produtos, tais
como: cerveja, cajuína, mel, licor, doces, sucos, dentre outros, enquanto a
castanha é uma iguaria mundialmente reconhecida e desejada. O objetivo deste
trabalho consistiu em investigar a cadeia produtiva do caju, identificando os seus
principais produtos, atores envolvidos e entraves enfrentados, para contribuir com
propostas de melhorias para umas das principais atividades econômicas do
estado do Piauí. Como metodologia adotou-se, inicialmente, um levantamento do
estado da arte das cadeias produtivas da cajucultura do Piauí e utilizou-se uma
abordagem qualitativa, com base em uma pesquisa descritiva e estudo de caso.
Os resultados apresentam um panorama do setor no Piauí e chama a atenção
para o desenvolvimento dessa importante cadeia produtiva no Nordeste brasileiro.
Palavras-chave: Processo de transformação, Cadeia Produtiva, Cajucultura,
Produção.
IX
ABSTRACT
The cashew production represents an important contribution for Piauí's economy.
The cashew is a typical Brazilian plant, native from the Northeast of Brazil,
especially in the states of Ceará, Rio Grande do Norte and Piauí. These three
states together represent about 86% of the national production and 557,452
hectares of area intended for harvest. The cashew plant produces many products,
obtained from the peduncle, known as pseudo fruit, and chestnut, the real fruit.
The peduncle enables the extraction of various products such as beer, cajuína,
honey, liquor, candies, juices, among others, while the chesnut is a dish known
and desired worldwide. The purpose of this work was to investigate the cashew
production chain, identifying the main products, involved players and barriers
faced, to contribute through proposals of improvement to one of the main
economic activities of Piauí state. As methodology was adopted, at first, an
information gathering of the state of art of the production chains of cashew
cultivation of Piauí and used a qualitative approach, based on a descriptive
research and case study. The results showed a widespread view about the sector
in Piauí state and highlight the importance of development of this important
productive chain in Brazilian Northeast.
Key words: Transformation Process, Production Chain, Cashew Cultivation, Production.
X
LISTA DE FIGURA
Figura 1: Cadeia da amêndoa da castanha de caju .......................................... 32
Figura 2: Cadeia Produtiva do Caju. Fonte: (FERNANDES; OLIVEIRA;
SILVA, 2009) ..................................................................................................................... 43
Figura 3: Limpeza da matéria. Fonte: autora ...................................................... 45
Figura 4: Separação da castanha por tamanho e cor. Fonte: autora ............. 46
Figura 5: Ensacamento das castanhas selecionadas. Fonte: autora ............. 46
Figura 6: Recipientes que comportam até 9 mil quilos de castanha. Fonte:
autora .................................................................................................................................. 47
Figura 7: Processo de assamento da castanha. Fonte: autora ....................... 47
Figura 8: Castanhas saindo assadas e separadas por
tamanhos. Fonte: autora .................................................................................................. 47
Figura 9: Processo de Corte. Fonte: autora ........................................................ 48
Figura 10: Estufas. Fonte: autora ......................................................................... 48
Figura 11: Limpeza final das castanhas. Fonte: autora .................................... 49
Figura 12: Amêndoa sendo torrada e apenas por realizada apenas por
mulheres. Fonte: autora 49
Figura 13: Amêndoas ensacadas e depois encaixadas e prontas para
distribuição. Fonte: autora ............................................................................................... 49
Figura 14: Processo de fabricação artesanal da cajuína. Fonte: autora ........ 58
Figura 15: Processo de prensagem e embalagem da cajuína. Fonte: autora
.............................................................................................................................. 58
XI
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABIS – Associação Brasileira das Indústrias
ACC- Amêndoa da castanha do caju
APMS – Advances in Production Management Systems APPCC – Análise de perigos e pontos críticos de controle
BB - Banco do Brasil
COCAJUPI - Cooperativas dos Cajucultores do Estado do Piauí
CAJUESPI -Cooperativas dos Produtores de Cajuína do Piauí
EMBRAPA- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
FISET - Fundo de Investimento Setorial
FINOR- Fundo de Investimento do Nordeste
IG- Indicação geográfica
IBGE -Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INPI -Instituto Nacional da Propriedade Industrial
LCC- Líquido da castanha do caju
IPHAN- Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
PNB – Produto nacional bruto
SEBRAE -Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SUDENE -Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste
UNIP -Universidade Paulista
XII
SUMÁRIO
RESUMO ......................................................................................................................... VIII
ABSTRACT ........................................................................................................................ IX
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 14
1.1 Justificativa ............................................................................................................... 16
1.2 Objetivos ................................................................................................................... 17
1.2.1 Objetivo geral ......................................................................................................... 17
1.2.2 Objetivo específicos .............................................................................................. 17
1.3 Estrutura do trabalho .............................................................................................. 17
2 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................... 19
2.1 A industrialização brasileira ...................................................................................... 19
2.2 Logística e a cadeia de suprimentos ...................................................................... 21
2.3 Desenvolvimento e construção das cadeias produtivas ...................................... 26
2.4 Visão geral da cajucultura e sua expansão do Brasil para o mundo ................. 28
2.4.1 Caju in natura .......................................................................................................... 29
2.4.2 Castanha de caju .................................................................................................... 31
2.4.3 Cajuína ..................................................................................................................... 33
3 METODOLOGIA ............................................................................................................ 35
3.1 Metodologia artigos .................................................................................................... 36
3.1.1 Metodologia do artigo 1 ......................................................................................... 37
3.1.2 Metodologia do artigo 2 ......................................................................................... 38
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................ 40
4.1 Resultados (Artigo 1) ................................................................................................. 40
Artigo 1 - A Produção de Castanha no Estado do Piauí como Fator de
Desenvolvimento Econômico .................................................................................. 40
XIII
4.1.1 Introdução ................................................................................................................ 40
4.1.2 Cadeia Produtiva do Caju ...................................................................................... 41
4.1.3 Metodologia ............................................................................................................. 43
4.1.4 Estudo de caso ........................................................................................................ 44
4.1.4.1 Processo Produtivo ............................................................................................. 44
4.1.4.2 Discussões sobre o Estudo de Caso ............................................................... 50
4.1.5 Considerações Finais ............................................................................................. 51
4.2 Resultados (Artigo 2) ................................................................................................. 52
Produção de Cajuína no Estado do Piauí: Um Estudo de Caso Exploratório ........ 52
4.2.1 Introdução ................................................................................................................ 52
4.2.2 Cajuína ..................................................................................................................... 54
4.2.3 Metodologia ............................................................................................................. 56
4.2.4 Estudo de Caso ....................................................................................................... 56
4.2.5 Considerações Finais ............................................................................................. 59
4.3 Resultados complementares .................................................................................... 60
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 63
1.4 Recomendação de trabalhos futuros ................................................................... 64
14
INTRODUÇÃO
O cajueiro, cientificamente conhecido como Anarcadium Occidentale L é
uma planta adaptada a viver em ambientes com o clima semiárido e desértico, ou
em regiões úmidas, mas salinas, é tipicamente brasileiro e originário do Nordeste
do Brasil, especialmente nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí.
Esses três estados juntos representam cerca de 86% da produção brasileira com
557.452 mil hectares de área destinada à colheita (IBGE, 2010).
Embora o caju seja originário do Brasil, foi na Índia que teve início a
comercialização e consumo da amêndoa da castanha do caju (ACC).
Posteriormente, o produto teve uma excelente aceitação por parte dos norte-
americanos, canadenses e europeus (EMBRAPA, 2003), o que impulsionou sua
comercialização da Índia para esses países no século XX. O Brasil só foi
ingressar neste mercado na década de 1950 motivado pelo preço de mercado da
ACC (ALBUQUERQUE e SILVA, 2008).
Assim, no início da década de 1950, a produção de castanha no Brasil,
principalmente na Região Nordeste, não apresentava importância para a
economia do País e seu consumo era restrito às zonas de produção local de
alguns estados do Nordeste. Já na segunda metade da década de 1960, a
Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), por meio da
redução da carga tributária, instalou o parque industrial processador da castanha,
nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí, possibilitando a ascensão da
produção e o aumento do consumo da matéria-prima, que resultou em
desenvolvimento acelerado de área para ser semeada. Dessa maneira, a
agroindústria do caju passou a ter um papel relevante para a economia brasileira,
com geração de empregos e renda (BARROS, 2003).
O cajueiro produz, com sua matéria-prima, inúmeros produtos originários do
pedúnculo, conhecido como pseudofruto, e da castanha, verdadeiro fruto. O
pedúnculo (pseudofruto) viabiliza a extração de diversos produtos, como: cerveja,
cajuína, mel, licor, doces, sucos, dentre outros (PESSOA e LEITE, 2015),
enquanto a castanha é uma iguaria utilizada em diversos produtos e pratos em
muitas culturas.
15
Assim, o caju propicia, por seu fruto e pseudofruto uma grande variedade de
produtos industrializados e apresenta importância estratégica para os estados
produtores. O fruto apresenta uma potencialidade nutricional, devido à afluência
de vitaminas, pós-vitaminas, compostos antioxidantes, carboidratos, dentre
outros, e representa uma grande fonte de vitamina C, necessária para o
metabolismo do organismo (SOUZA, 2008).
O cajueiro é uma planta que apresenta tolerância à seca. Por seu histórico
de possuir um clima seco, o estado do Piauí tornou-se um dos estados mais
propícios para disseminar a cultura. A cajucultura tem grande importância
econômica e social para o estado.
A importância social e econômica descreve-se pela geração de emprego e
renda para a população rural, uma vez que grande parte dos plantios são
explorados pelos pequenos e médios produtores. Estima-se que o agronegócio do
caju, para o Piauí, gere no campo um emprego permanente para cada seis
hectares e mais dois temporários durante os meses de colheita (RIBEIRO et al.,
2006). Esses dados são relevantes, haja vista que o período em que estas
atividades acontecem coincide, em sua maioria com a entressafra das culturas
anuais, tais como o arroz, milho, feijão e mandioca.
O estado do Piauí já foi considerado o segundo produtor de caju do Brasil,
com uma área plantada de 184.145 hectares em 2009, com uma produção de
42.963 toneladas de castanha. Em 2014 foi classificado em terceiro lugar, com
uma área colhida de 92.338 hectares o que representa 50,33%, correspondente a
uma perda de 91.807 hectares em relação à área colhida em 2009. O Ceará
colheu 396.672 hectares, com uma produção de 52.318 toneladas de castanha
classificado como maior produtor do Brasil. O Rio Grande do Norte ficou em
segundo lugar com uma área colhida de 112.779 hectares e 31.876 toneladas de
castanha, e no ano de 2015 a área colhida foi de 87.377 hectares e tem-se uma
estimativa de 79.588 hectares de área colhida em 2016 (IBGE,2016).
Devido ao apelo socioeconômico e cultural da cajucultura no Brasil,
principalmente para a região Nordeste, o presente trabalho aborda a importância
da cadeia produtiva do caju e seus derivados, apresenta o processo da produção
de castanha e cajuína e a comercialização no mercado interno e externo,
utilizando como referência o estado do Piauí.
16
1.1 Justificativa
Para se alcançar uma melhor competitividade em uma cadeia produtiva é
imprescindível fortalecer a atuação dos produtores envolvidos. Para que isso
aconteça é necessário que os produtores rurais e as agroindústrias compreendam
a atividade e a importância de se gerenciar sua cadeia produtiva, para que
possam obter uma melhor participação no mercado, com um produto de maior
valor e qualidade (CARVALHO, 2012).
Muitas cadeias produtivas brasileiras dependem da produção provida pela
agricultura familiar, que é o caso da cajucultura, que muitas vezes não tem um
gerenciamento das operações comerciais, por falta de conhecimento e
capacitação dessas famílias (CARVALHO, 2012).
Para gerenciar uma operação agrícola é essencial que o produtor esteja
embasado no contexto de gerenciamento da cadeia produtiva, de modo a
enriquecer ao máximo suas potencialidades, utilizando métodos que
proporcionem a melhoria das atividades envolvidas e a geração de valor à
produção (CARVALHO, 2012).
Segundo Gomes, Mangabeira e Mello (2005), o diagnóstico dos
rendimentos das unidades produtivas tem um destaque com relação ao
planejamento, a determinação e a sagacidade do produtor, pois nesse ambiente
agrícola, há um confronto entre os recursos disponíveis e os resultados obtidos. É
imprescindível, portanto, para os produtores rurais empenharem-se na integração
da cadeia produtiva.
O agronegócio do caju se insere neste contexto e precisa ser gerenciada e
organizada de modo a obter o máximo de valor de sua cadeia produtiva. O estado
do Piauí, no qual este estudo é realizado, depende muito de cadeias produtivas
ligadas à agricultura familiar e à pequena indústria. Assim, a cajucultura possui
relevância para o estado, gerando emprego e renda, e é uma cultura
imprescindível para a sustentabilidade da agricultura familiar. A atividade também
proporciona o desenvolvimento das agroindústrias localizadas nas áreas urbanas,
devido à demanda do produto na época da safra.
A presente pesquisa estuda questões relacionadas à sustentabilidade
econômica da cadeia produtiva do caju, no estado do Piauí, e como essa cultura
17
pode impactar de forma satisfatória a sobrevivência do pequeno produtor. Além
disso, existem questionamentos acerca da produção da castanha da Região
Nordeste, em particular no Piauí, pois a mesma ainda não é suficiente para
atender à demanda do mercado interno, já que praticamente todo o processo de
comercialização da safra agrícola de castanha de caju constitui uma das etapas
necessárias para o processo produtivo. O agronegócio do caju corresponde a um
dos mais importantes setores para a economia do estado.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo geral
O objetivo geral desse estudo é investigar a cadeia produtiva do caju,
identificar os principais produtos, atores e entraves enfrentados, para contribuir
com propostas de melhorias a umas das principais atividades econômicas do
estado do Piauí.
1.2.2 Objetivo específicos
Como objetivos específicos esta dissertação busca:
Identificar a importância da cadeia produtiva do caju e seus derivados para
a economia do Piauí.
Investigar as estratégias de produção e comercialização de castanha e da
cajuína no estado do Piauí, por meio de pesquisa de campo.
Analisar a participação dos órgãos públicos como (Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária - Embrapa, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas - Sebrae, Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural - Emater) no processo de produção e comercialização da cajucultura
para o Estado.
1.3 Estrutura do trabalho
Para cumprir os objetivos dessa pesquisa, o presente trabalho foi dividido
em cinco capítulos. Primeiramente são apresentadas as considerações iniciais da
pesquisa, os objetivos, a problemática e a justificativa.
18
No segundo capítulo apresenta-se a revisão de literatura, com temas sobre
industrialização brasileira, logística e cadeia de suprimentos, desenvolvimento e
construção das cadeias produtivas e uma visão geral da cajucultura e sua
expansão do Brasil para o mundo, mostrando sua importância para o estado.
No terceiro capítulo são descritos os procedimentos metodológicos e a forma
como foi desenvolvido o trabalho.
No quarto capítulo são mostrados os resultados da pesquisa com a
apresentação de dois artigos produzidos e publicados.
Por fim, no quinto capítulo são apresentadas as considerações finais do
trabalho, com a conclusão dos objetivos, seguido das referências.
19
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 A industrialização brasileira
A sociedade é dividida em três setores econômicos: primário, secundário e
terciário, sendo que a força motriz do país gira em torno do setor industrial, uma
vez que esse é o principal responsável pelo desenvolvimento econômico. No
Brasil, o estudo do surgimento e efetivação do processo industrial, sobretudo nos
aspectos geográfico e histórico, ancora muitas indagações.
Para entender melhor os aspectos industriais deve-se ressaltar uma
conceituação acerca do crescimento e desenvolvimento econômico. Para
Vendrametto e Rocha (2016), o crescimento econômico é resultante da
capacidade produtiva por meio de uma economia baseada no tempo, mensurada
através do produto nacional bruto (PNB), ou por meio do produto per capita em
uma referida época. Sendo assim, o crescimento econômico é um fator gerador
do desenvolvimento, uma vez que propicia benefícios à população de forma geral
e favorece amplo progresso nacional.
Segundo Tigre (2006), a mudança tecnológica não ocorre como um
processo automatizado, pois implica na substituição de métodos já
convencionados, causando prejuízo ao capital já investido. E para que ela
aconteça, é necessário haver uma adequação de fatores que incitem essa
mudança. Esses fatores predominantes seriam uma oportunidade de
aperfeiçoamento das técnicas ou uma necessidade de aprimoramento criada pelo
aumento dos custos dos fatores e a introdução de novos métodos que fossem
compensatórios para cobrir os custos da mudança.
Destaca que a separação histórica entre a ciência e tecnologia, foi sendo
superada com o acontecimento da Revolução Industrial, pois até então as
preocupações científicas tinham caráter essencialmente filosóficos e buscavam
explicar fenômenos naturais que instigassem a curiosidade humana. Assim, com
o advento de um mercado capitalista resultado da própria industrialização, é que a
ciência passou a influenciar o progresso técnico, ou seja, da visibilidade do
mundo das polias para a invisibilidade do eletromagnetismo e das reações
químicas.
20
As inovações ocorridas na Revolução Industrial dividem-se em três
princípios, o primeiro é a substituição da habilidade e do esforço humano pelas
máquinas, o segundo é a substituição das fontes animadas de energia por fontes
inanimadas e o terceiro é o uso de matérias-primas mais novas e mais
abundantes. Em virtude da aplicação desses princípios é que houve um
progressivo aumento da produtividade e na renda, motivando um fluxo ininterrupto
de investimentos e inovações tecnológicas.
Ainda nesse enfoque, Vieira, Avellar, e Verissimo (2013) defendem, por
meio de análise de aspectos práticos a respeito de um conjunto de países em
desenvolvimento e países desenvolvidos, e percebem que há em torno dessa
realidade situações benéficas que estimulam o crescimento econômico, mesmo
que no longo prazo.
Cada país, sendo conivente ou não, com o modo de produção efetivado
pelo capitalismo, a inclusão nele, segue como irremissível. Consoante Cara e
França (2009), os países aderem ao sistema capitalista que sempre se
reestrutura, com o desenvolvimento de tecnologias inovadoras que colaboram
para um aumento dos lucros, concorrência mercadológica, ampliação de novos
mercados, integrações e culminam na centralização do capital.
Em relação à origem da industrialização brasileira deve-se ficar atento para
as diversas teorias existentes sobre ela. Ainda de acordo com Cara e França
(2009), diferentes abordagens e fatos tentam explicar as origens desse fator.
Alguns autores atestam que a indústria brasileira teria nascido em Volta Redonda,
ou ainda, a noção mais óbvia que seria a partir do café. No entanto, Mamigonian
(2000) infere acerca de tais referências e assevera que o imigrante desempenhou
papel importante em torno dessa situação. Para o autor, 20% das fábricas do
complexo industrial de São Paulo haviam surgido no século XIX ou nas duas
primeiras décadas do século XX e em 1946, quando a Cia. Siderúrgica Nacional
começou a produzir aço.
O Brasil aderiu aos avanços tecnológicos circundantes no mundo, devido à
globalização com a abertura do mercado e as possibilidades de participação do
país em um contexto diversificado em aspectos competitivos. A maioria das
indústrias sediadas no País aspiram aos mercados internacionais, apesar das
dificuldades encontradas nesse âmbito, como: o câmbio elevado, os altos salários
21
superando o nível de produtividade, que inserem grande parcela do País em
estado de desmotivação competitiva no mercado externo, conforme apresenta
Kon e Borelli (2015), já que para esses autores, faz se fundamental uma revisão
na política que gira em torno do setor industrial brasileiro, que priorize o
desenvolvimento da capacidade de competição externa.
A tecnologia vem ganhando cada vez mais espaço nas indústrias do Brasil,
desde os fatores mais simples, como também aos aspectos mais significativos e
isso ocorre de modo simplificado e natural, favorecendo o crescimento do
processo produtivo.
A robotização conquistou, aos poucos, seu espaço - mesmo que motivado
pela facilidade na aquisição, seja pela necessidade de melhorias e
instrumentalização contemporâneas, cada vez mais segmentos industriais
investem em tecnologias, visando à ampliação mercadológica para atrair um
maior núcleo consumidor.
No Brasil, a robotização é uma realidade em crescente ascensão,
principalmente pela internacionalização, que ancoram aqui com a possibilidade de
produção industrial aceitável e crescente, no entanto, o processo de
industrialização brasileira requer uma renovação que estimule à competitividade,
para que desse modo, haja possibilidade de condução da indústria brasileira para
um novo patamar.
2.2 Logística e a cadeia de suprimentos
A logística tem ganhado espaço nas organizações, assim como a
compreensão do seu papel no contexto das empresas, fomentando dessa
maneira a noção de ambiente concorrencial. Segundo Reis et al. (2015),
conseguir gerenciar a logística é elemento fundamental para a ascensão
empresarial.
O termo logística tem sua origem no antigo grego, na palavra logos que
surge com o significado de racionalidade, de pensar e analisar. Mais tarde os
franceses criaram o termo logistique, como um conceito com caráter militar,
associando-a as grandes guerras e todas as suas estratégias e planejamento de
ações.
22
Entretanto, a logística constitui o planejamento, a organização para a
realização, bem como o desenvolvimento de todo o projeto. Assim, de acordo
com Caxito (2014), essa associação de elementos constitui a parte da arte da
guerra que cuida exatamente do enfoque de manutenção e assistência que
promova qualquer desempenho militar.
Para outros estudiosos do termo logística, ela existe desde o começo das
civilizações, ou seja, não é possível pensar a humanidade sem o auxílio
fundamental dessa atividade, já que não se pode descartar que desde os
primórdios, o homem já executava a prática da logística. Conforme Caxito (2014),
as civilizações antigas, de grande importância para a sua era já utilizava essa
forma de organização, bem como as expedições lusitanas, em suas grandes
navegações, sem artifícios tecnológicos que pudessem subsidiar os seus feitos,
ainda assim conseguiram descobrir e explorar grande parte do planeta,
favorecendo às gerações futuras, fenômenos como a globalização.
O termo logística tem passado por uma contínua revisão crítica, o que tem
possibilitado a existência de variados conceitos e definições. No entanto, de
acordo com Ballou (2007), o olhar científico dos pesquisadores para os seus
benefícios ocorreu no ano de 1961, com o lançamento do primeiro livro-texto
consolidando uma definição generalizada de logística. Em consonância a ele, a
logística empresarial segue como um campo novo que envolve uma gestão
unificada, que inclui os enfoques financeiro, publicitário e produtivo. Já na ótica de
Bowersox et al. (2014), a logística refere-se à responsabilidade de projetar e
administrar sistemas para controlar transporte e a localização geográfica dos
estoques de matérias-primas, de produção em processos acabados pelo menor
custo.
Compartilhando do mesmo raciocínio de logística como um procedimento
planejado e analisado, Reis (2015) infere que ela é um processo de
gerenciamento estratégico da compra, do transporte e da armazenagem de
matérias-primas, partes e produtos acabados (além dos fluxos de informação
relacionados) por parte da organização e de seus canais de marketing, de tal
modo que as lucratividades, atual e futura, se façam mediante a entrega de
encomendas.
23
Entretanto os autores supracitados não englobam a visão de logística com
uma essência empresarial, ou seja, ela é pensada e executada na versão militar,
que não privilegia sua compreensão de forma mais global para além do campo de
bens materiais. Ballou (2006) afirma que a logística pode ser vista como fluxo de
serviços, ou seja, ultrapassa a vertente de bens materiais, uma vez que constitui
um processo e favorece a aquisição de bens e serviços os consumidores.
Acompanhando o rápido desenvolvimento do comércio global, o
entendimento logístico também expandiu, e com ele a complexidade relacionada
aos seus conceitos, que promovem um escopo mais amplo de logística. Nesse
contexto, a Council of Supply Chain Management Professionals, instituição norte–
americana que reúne empresas e profissionais do setor, chegou a uma definição
mais aprofundada, e de acordo com ela a logística é o planejamento, a
implementação, o controle e o armazenamento eficiente de bens e serviços, bem
como informações que norteiam todo o consumo de bens e serviços, como
assevera o autor (REIS, 2015).
O resultado foi a concretização da logística empresarial numa junção entre
dois tipos de logística, a de abastecimento, ou logística interna, e a distribuição
física, ou logística externa, que passaram a ser integrantes de uma única área do
processo logístico de uma empresa. O planejamento integrado foi responsável por
um grande avanço no estudo dessa temática, uma vez que a logística avança
com as empresas que desejam se consolidar com qualidade, segundo afirma
Caxito (2014), que essa trajetória tem como objetivo principal, o apoio às
necessidades e expectativas do cliente.
A garantia dessa integração logística aparece também como desafio para
as empresas, juntamente com o conceito de gestão de cadeia de suprimentos,
que apresenta como objetivo não só as integrações das atividades logísticas, mas
também com os parceiros de fornecimento e consumo, eliminando os possíveis
desperdícios e assim permitir um melhor alinhamento das decisões e
coordenação dos fluxos de produtos e informações.
A logística ganha mais um aspecto a ser trabalhado em sua definição, já
que para Ballou (2007), ela é parte do processo da cadeia de suprimentos e não o
processo inteiro. O gerenciamento da cadeia de suprimentos nos tempos atuais é
24
uma ferramenta que possibilita uma empresa estar à frente da concorrência em
um ambiente competitivo.
Assim como a logística, o interesse pelo conhecimento mais específico das
redes de suprimentos tem sido atraído diversas áreas, o que explica suas
diferentes nomenclaturas e conceitos.
Além disso, outro aspecto importante para a compreensão do termo cadeia
de suprimentos refere-se ao seu surgimento na chamada era da informação, ou
era digital, caracterizada pela rapidez de informações, acessibilidade, e a
conectividade dos negócios facilitadas pela internet. Sendo assim,
[...] Na era da informação, a realidade de conectividade de negócios continua a impulsionar uma nova ordem de relacionamentos denominada gestão de cadeia de suprimentos. Os administradores estão, cada vez mais, melhorando as práticas tradicionais de marketing, manufaturas, compras e logística (BOWERSOX et al., 2014, p.3).
Como entender os “nós” das redes de suprimentos e suas relações?
Alguns autores e estudiosos sobre o assunto defendem que essa é uma
ferramenta utilizada na tomada de decisões, auxiliando as organizações na busca
por maiores lucros, menores custos e melhor aproveitamento do dados e
informações disponíveis.
A partir desse entendimento, o conceito de Reis (2015), é que o termo
cadeia de suprimentos tem sido comumente utilizado para definir os
relacionamentos empresariais realizados com intuito de atender aos
requerimentos dos consumidores. Além disso, ela é representada por uma série
agentes interligados por uma operação logística e sua remuneração nessa cadeia
é de acordo com cada contrato celebrados entre os agentes.
Na visão de Ballou (2006), a cadeia de suprimentos refere-se a todas as
atividades relacionadas com o fluxo e transformação de mercadorias desde o
estágio da matéria-prima (extração) até o usuário final, bem como os respectivos
fluxos de informação. Para Bowersox (2014), a estratégia da cadeia de
suprimentos é uma conciliação organizacional baseada no princípio da
colaboração e dependência, na qual as operações da cadeia de suprimentos são
fomentadas por projetos que ultrapassam as áreas funcionais das empresas e
25
admitem amplas conexões com os parceiros de modo geral, nas fronteiras
organizacionais.
Nas versões defendidas por esses autores, a cadeia de suprimentos não
diverge quanto ao seu objetivo de manter com eficiência as relações comerciais,
eliminando do processo aquilo que atrapalha e é improdutivo, e o mais
importante, satisfazendo o cliente, o que faz com que a empresa se destaque no
mercado. Nesse enfoque, Reis (2015) esclarece que mesmo com a diversidade
conceitual em associação, é possível denominar de forma efetiva como a relação
entre autores, numa constante integração de processos, que se efetivam desde a
matéria-prima, até o produto final, com o propósito de gerar ao cliente um devido
valor de uso, com produtos e serviços bem elaborados.
Mas como atingir esse objetivo da cadeia de suprimentos? E quem
gerencia todo esse processo de integração? É a partir daí, que um segundo
conceito, embora sinônimo de cadeia de suprimentos aparece nas discussões,
sendo necessária uma diferenciação entre os dois termos: cadeia de suprimentos
e gestão da cadeia de suprimentos.
A premissa a ser considerada está relacionada ao fato de que todos os
relacionamentos nas cadeias precisam de uma supervisão, ou seja, de um
gerenciamento das atividades de integração, dessa forma, o termo gestão de
cadeia de suprimentos adequa-se perfeitamente a essa realidade de
conectividade de negócios na era da informação.
Para Reis (2015), o gerenciamento da cadeia de suprimentos é a conexão
estabelecida entre essas relações devido ao aperfeiçoamento na cadeia, com a
proposta de uma prestação de serviços e bens cada vez mais competitiva e
sustentável. Essa organização permite que as empresas se estabeleçam com
mais vantagens, tanto no segmento competitivo como sustentável, ou seja,
passíveis de duração cronológica.
Com relação a esse termo, Ballou (2007, p.29) expõe que o gerenciamento
da cadeia de suprimentos é:
[...] O gerenciamento da cadeia de suprimentos é definido como a coordenação estratégica sistemática das tradicionais funções de negócios no âmbito de uma determinada empresa e ao longo dos negócios no âmbito da cadeia de suprimentos, com o objetivo de aperfeiçoar o desempenho a
26
longo prazo das empresas isoladamente e da cadeia de suprimentos como um todo.
No entender de Bowersox (2014), a gestão da cadeia de suprimentos
consiste na colaboração entre as empresas para impulsionar o posicionamento
estratégico e melhorar a eficiência operacional. Para cada empresa envolvida, o
relacionamento na cadeia de suprimentos reflete uma operação estratégica.
Diante desses diferentes posicionamentos, relacionados tanto à logística
quanto à cadeia de suprimentos e à gestão da cadeia de suprimentos conclui-se a
complexidade dos termos e que essas discussões teóricas não se encerram por
aqui, já que o mundo dos negócios está em constante transformação e evolução e
possivelmente as necessidades logísticas e suas estratégias sejam adaptadas às
novas realidades.
2.3 Desenvolvimento e construção das cadeias produtivas
Cadeia produtiva está relacionada com as etapas de um setor de produção,
ou seja, vai desde o planejamento da matéria-prima até o consumidor final. Nesse
processo estão inclusas a distribuição e a comercialização. Portanto, para Oliveira
(2009), a conceituação de cadeia produtiva foi criada pautada numa visão
organizacional. A sistematização da produção de bens por meio de conexões com
todo o aparato necessário para um bom funcionamento, tendo como objetivo,
suprir a demanda de um consumidor final com produtos do sistema. A cadeia
produtiva visa à qualidade e manutenção do seu próprio funcionamento, além de
oferecer subsídios para uma organização bem articulada que favoreça a
competitividade e a qualidade, e com isso, a satisfação dos clientes e o sucesso
de todos os envolvidos nessa seção.
Para tanto, parte-se do ponto de vista de que a cadeia produtiva foi
estruturada como forma de percepção ordenada, ou seja, a produção de um
determinado produto, caracteriza-se como um processo em que produtores,
indústrias, receptores e comércio encontram-se vinculados aos produtos finais.
Pode-se citar ainda, segundo Costa (2011), que a cadeia produtiva como
um arcabouço esquemático dos recursos econômicos em bens e serviços,
sustenta como uma estrutura, já que nela ficam interligados os diversos
27
segmentos que articulam os bens finais até o consumidor e os recursos
financeiros até o início da cadeia, numa ordem cíclica.
Para que uma cadeia produtiva seja sustentável é imprescindível que a
mesma tenha um bom desempenho, ou seja, tem que haver uma integração entre
os agentes envolvidos no desenvolvimento do processo produtivo, desde a
matéria-prima até o processamento do produto final, fazendo com que o cliente,
consumidor final, fique satisfeito (COSTA, 2011).
Quando surgiu o conceito de cadeia produtiva? Tal questionamento pode
ser respondido baseado em contextos e áreas de conhecimentos que se
dedicaram ao estudo desse tema. Entretanto,
A cadeia produtiva começou a ter sua base sedimentada ainda nos anos 50, pelos professores Davis e Goldberg, quando eles desenvolveram o conceito de Agribusiness. Essa definição foi, nos anos seguintes, introduzida no Brasil com a denominação de complexo agroindustrial, negócio agrícola e agronegócio, sendo definido não apenas em relação ao que ocorre dentro dos limites das propriedades rurais, mas também no que diz respeito a todos os processos interligados que propiciam a oferta dos produtos da agricultura aos seus consumidores (OLIVEIRA, 2009,p.23).
Agronegócio ou agribusiness é uma palavra muito abrangente, pois refere-se
a todas as operações ligadas às cadeias, ou seja, operações de produção, de
armazenamento, processamento e distribuição. Portanto, pode ser compreendido
como aglomerado diversificado de negócios, que vai desde a produção da
matéria-prima até a chegada ao consumidor final.
Para tanto, o conceito de cadeia produtiva pode ser entendido como
modelos de sistemas de produção que engloba todos os envolvidos no processo
produtivo, ou seja, subsistemas do agronegócio. No entanto, Callado (2011)
caracteriza como uma abordagem sistemática, em que os indivíduos envolvidos
possam vislumbrar a organização como um todo e como constituinte de uma
composição maior, que é o conjunto externo.
Contudo, a definição de cadeia produtiva possibilita não apenas a
dependência entre as partes, mas a perspectiva de que o todo é mais que a soma
das partes. Entre as décadas de 1960 e 1990 foi implantada no Brasil uma das
28
mais relevantes cadeias produtivas agrícolas do Nordeste, a cadeia produtiva do
caju (ARAÚJO, 2013).
Nesta época, o Brasil obteve diversos incentivos e contribuições financeiras
por meio de órgãos como Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste –
Sudene, Banco do Brasil - BB, Fundo de Investimento Setorial – Fiset e Fundo de
Investimento do Nordeste – Finor, investimentos que asseguraram a implantação
de grandes plantios de cajueiro e contribuíram também para empreendimentos de
novos negócios para essa atividade produtiva, assim como, a construção de um
parque industrial que chegou a possuir, na época, mais de 30 grandes fábricas
(ARAÚJO, 2013).
Neste mesmo período, o Brasil passou a ocupar a 2ª posição mundial de
produção de castanha de caju e exportação de amêndoa de castanha de caju -
ACC, chegando a produzir 18,76% e exportar 28,78% de sua produção (ARAÚJO,
2013).
No final dos anos 1980, o estado brasileiro passou por grandes dificuldades,
o que afetou significativamente a política agrícola brasileira e a produção de ACC,
com isso os incentivos e contribuições fiscais tornaram-se cada vez mais
escassos e a distribuição de crédito passou a ser mais exigente, dificultando
assim a valorização do produto no mercado.
Segundo Araújo (2013), é válido ressaltar que a competitividade
mercadológica internacional foi acentuada, uma vez que a redução das
importações de ACC vindas da Índia, pela antiga União Soviética, região que
constituía o principal mercado para exportação da Índia, e a crescente
participação do Vietnã como grande produtor e exportador acentuaram ainda mais
a posição dos EUA como formador de preços. Diante de tal situação, o
desempenho produtivo e comercial da ACC brasileira, nas últimas décadas,
tornou-se um dos indicadores mais importantes tanto economicamente como
socialmente para a agronegócio do caju no Brasil.
2.4 Visão geral da cajucultura e sua expansão do Brasil para o mundo
A primeira escritura conhecida acerca do cajueiro foi elaborada em 1558,
por um frade franciscano francês, cosmógrafo e escritor André Thevet, onde se
29
descreve a época da dominação francesa no Brasil e retrata alguns informes
sobre a planta e o fruto. Houve também relatos sobre o cajueiro, por Jean de
Lery, em sua obra intitulada de “Viagem à Terra do Brasil” (LEITE, 1994).
Há documentos que relatam a importância do cajueiro como fonte
alimentícia para os índios e colonizadores que ancoravam em terras brasileiras,
tanto pelo valor nutricional quanto medicinal, além, de mencionar a luta constante
entre diversas tribos pelo monopólio dos cajueiros. Muitas plantas foram cortadas
para conceder lugar às plantações de cana de açúcar e obtenção de madeira
para as fornalhas dos engenhos (LEITE, 1994).
Na primeira metade do século XVII foi estabelecida pelo príncipe Maurício
de Nassau uma lei que protegia as florestas de cajueiro, proibindo os machados,
determinando uma multa de 100 (cem) florins por cajueiro derrubado
(FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL, 2010).
Embora o cajueiro seja de origem brasileira com destaque na Região
Nordeste, essa cultura não conseguiu relevância econômica nas quatro primeiras
décadas do século XX, tendo sua importância reconhecida no início da década de
70, com a inserção de 10 grandes indústrias processadoras na região de
Fortaleza, Teresina e Mossoró e a implantação de 300.000 hectares de caju
(EMATER, 2008).
Diversos incentivos foram alavancados com apoio da Sudene por meio da
utilização de dois mecanismos fiscais: o Fundo de Investimento Setorial – Fiset,
que visava o reflorestamento com as mudas de caju e o Fundo de Investimento
do Nordeste – Finor, que visava o desenvolvimento das indústrias processadoras
de castanha (GUANZIROLI et al., 2009).
Finalmente, o caju se espalhou do Brasil para o mundo por meio dos
portugueses, que inseriram a cultura inicialmente na Índia, especificamente na
região de Goa e Costa de Malabar a partir do século XVI. Essas regiões serviram
de centro de dispersão para outros lugares. Já sob o domínio inglês, a Índia
iniciou, no século XX, as primeiras exportações de amêndoa e LCC para a Europa
(LEITE, 1994).
2.4.1 Caju in natura
O Brasil é considerado o centro proveniente da cultura do caju, possuindo
em seu amplo território inúmeras espécies do gênero Anarcadium Occidentale L.,
30
pois somente este tipo pode ser cultivado para o comércio, constando apenas
dois tipos o anão-precoce e comum. Essa variedade da cultura, além de possuir
uma relevância social e econômica apresenta privilégios tanto comparativos como
competitivos com relação a diversos países produtores (ARAÚJO, 2015).
Presume-se que o cultivo do caju seja de origem nordestina, com ênfase nos
estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. A extração do caju começou a
dominar o Brasil na década de 50. Desde então deu início aos primeiros plantios
comerciais e a inserção de pomares para as pesquisas agronômica (COSTA et
al., 2015).
O pedúnculo, considerado o pseudofruto do caju, é consumido em quase
todo território nordestino, geralmente em forma de suco fresco, suco processado
(cajuína), licores, refrigerantes, aguardentes, dentre outras formas, e tem-se ainda
a fabrico de doces. Devido a sua perecibilidade e sazonalidade, o mercado dos
produtos derivados encontra-se sobretudo limitado ao plano interno, ou seja, à
região local (ARAÚJO, 2013).
Diversos estudos revelaram que o suco fresco possui propriedades
essenciais para o corpo por conter substâncias antibacterianas, antifúngica e
antitumoral, bem como um alto teor de vitamina C e efeitos antioxidantes
(CAVALCANTE et al., 2005).
De acordo com Lavinas et al. (2006,p.875),
O caju apresenta um grande potencial nutricional, visto que em sua composição são observadas concentrações desejáveis de vitaminas e provitaminas, compostos antioxidantes, sais minerais, ácidos orgânicos e carboidratos, apresentando-se assim como uma importante fonte de nutrientes. É uma grande fonte de vitamina C, esta necessária em vários processos metabólicos do organismo, dentre eles, formação de colágeno e de ácidos biliares, inativação de radicais livres, aumento de absorção do ferro e fortalecimento do sistema imunológico.
Segundo Broinizi et al. (2007), nos últimos anos foram estudadas algumas
frutas e vegetais, com o objetivo de verificar a presença de substâncias
antioxidantes, como por exemplo, a existência de compostos fenólicos,
antocianinas, vitaminas C e E, dentre outras, observando suas contribuições
benéficas à saúde.
31
Ainda para Broinizi et al. (2007), a avaliação antioxidante das frutas tropicais,
quando comparada com a atividade antioxidante de compostos sintéticos
habitualmente aplicada às indústrias alimentícias, comprovou-se que o caju
apresenta vantagem neste processo, revalidando sua capacidade de prevenção
de doenças degenerativas.
São conhecidas cerca de vinte variedades de caju, classificadas segundo a
consistência da polpa, o formato, o paladar e a cor da fruta (amarela, vermelha ou
roxo-amarelada). Quando o fruto ainda se encontra no estágio de
desenvolvimento imaturo, o chamado maturi, também é muito utilizado na
culinária nordestina brasileira para fins alimentícios. O caju in natura pode ser
consumido de preferência no dia da colheita ou quando adquirido, caso contrário,
armazena-se sob refrigeração até o tempo de consumo (SOUZA, 2008).
2.4.2 Castanha de caju
A amêndoa da castanha de caju (ACC) apresenta uma grande importância
socioeconômica no Nordeste brasileiro, principalmente nos estados do Ceará, Rio
Grande do Norte e Piauí.
Segundo Araújo (2013,p.395):
O uso de nozes como alimento remonta a tempos pré-históricos. Muitos povos primitivos subsistiram principalmente com o consumo delas, juntamente a raízes e frutos silvestres. Depois de séculos de negligência, elas vieram de novo em destaque, como resultado dos avanços na pesquisa de alimentos. Hoje as nozes formam uma parte importante de cada refeição diária em vários países, sendo, em geral, alimentos ricos em proteína, gordura, carboidratos, minerais e vitaminas essenciais para o bem-estar do ser humano.
Ainda segundo Araújo (2013), a amêndoa é considerada a terceira noz mais
consumida no mundo, sendo que a industrialização da castanha de caju teve
início mundialmente no século 20, na Índia, onde liderou por mais de 70 anos. No
Brasil, tal industrialização começou no início da década de 70, com implantações
de máquinas nas fábricas, possibilitando assim, o crescimento da cajucultura.
Grande parte dos produtores que trabalham com a cajucultura fornecem a
castanha do caju, alguns quando obtêm uma grande quantidade e capacidade na
entrega, comercializam para indústrias de processamento (GUANZIROLI et al.,
2009).
32
Na Figura 1 observa-se como é destinado o caju, nas explorações rurais,
apresentando quatro principais atividades na cadeia produtiva, tais como: os
mediadores de castanha (intermediários), as indústrias processadoras de
castanha que comercializam diretamente para as indústrias de processamento do
pedúnculo e logo depois, para os distribuidores de caju. Observa-se ainda que o
caju in natura e o seu processamento com relação ao pedúnculo servem
exclusivamente o mercado interno, enquanto que o processamento da castanha
do caju serve tanto ao mercado interno como ao externo.
Figura 1: Cadeia da amêndoa da castanha de caju
Fonte: Guanziroli et al., 2009.
O processamento da castanha ainda é considerado como a principal
atividade da cadeia produtiva do caju. Nas pequenas fábricas a mão de obra
apresenta-se mais intensa, se comparada com as grandes fábricas, nestas, as
etapas apresentam-se mecanizadas e o corte da castanha de caju apresenta-se
com rendimentos de produtos e subprodutos bem diferentes. Nas minifábricas,
devido ao corte ser manual, aproveita-se melhor o ACC, já nas grandes fábricas o
33
líquido da castanha do caju - LCC é melhor aproveitado e é então designado para
as indústrias químicas e de materiais de fricção.
2.4.3 Cajuína
O caju é um fruto composto pela castanha, considerado verdadeiro fruto e
pedúnculo chamado, falso fruto ou pseudofruto. Quando o suco de caju é
purificado, engarrafado e cozido em banho maria, dá-se origem à cajuína. Uma
bebida sem teor alcoólico, sem integração de adicional químico e sem adição de
açúcares, seu sabor é comparado com o suco de maça clarificado (SILVA NETO,
ABREU e PAIVA, 2010).
Nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí, regiões onde se têm
uma maior produção de caju, a cajuína é uma mercadoria muito apreciada e
estimada, por ser uma bebida agradável, refrescante e por ter um sabor e
aspectos bastante peculiar (SILVA NETO, ABREU e PAIVA, 2010).
Recentemente, o estado do Piauí obteve dois títulos: um que preserva a
cajuína como sendo um produto de tradição e cultura piauiense e outro que
resguarda possíveis influências de multinacionais produtoras de bebidas, de se
apropriar do processo de produção e de patentear o produto (CIDADE VERDE,
2015).
Os título Indicação Geográfica (IG) expedido pelo Instituto Nacional da
Propriedade Industrial – INPI e Patrimônio Cultural Brasileiro, e pelo Instituto de
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, marca a tradição e a cultura da
cajuína (CIDADE VERDE, 2015). Com o intuito de resguardar a cultura local,
valorizando e preservando a forma artesanal de como é produzida a cajuína e
incentivando o surgimento de políticas públicas, que ressaltam a importância do
produto para o estado (CODEVASF, 2014a).
As indicações geográficas no Brasil tem sua lei específica, Lei n.º 9.279/96,
Lei da Propriedade Industrial, que determina a indicação de procedência e visa
reconhecer a região como produtora de um serviço específico e denominação de
origem, onde a qualidade do produto depende das condições geográficas (INPI,
2014).
No Brasil, qualquer tipo de produto ou serviço pode ter o registro de
indicação geográfica, pois estas podem englobar a denominação de origem,
indicação de procedência e indicação geográfica em sentido estrito (INPI, 2013).
34
Assim, no dia 1 de junho de 2015, o Instituto Nacional da Propriedade
Industrial – INPI, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas - Sebrae, realizou a entrega do certificado de indicação
geográfica (IG) da cajuína para a união das Associações, Cooperativas e
Produtores de Cajuína do Piauí (Procajuína) (INPI, 2015), e tal indicação agrega
ainda mais valor ao produto e à cultura do estado.
Antes disso, em 15 de maio de 2014, os conselheiros consultivos do Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - (IPHAN), registraram a tradicional
cajuína, símbolo da agricultura familiar, como Patrimônio Cultural Brasileiro da
Produção Tradicional e práticas socioculturais associados à cajuína do Piauí
(IPHAN, 2014).
A cajuína é uma bebida processada artesanalmente, para consumo familiar,
foi concebida no decorrer do tempo, como uma forma muito tradicional de
produção, na qual cada produtor tem uma forma especial de fazer, com técnicas
cada vez mais aperfeiçoadas que podem trazer algumas sutilezas no efeito final e
que distinguem o sabor da bebida.
A cajuína é uma bebida que apresenta inúmeros benefícios à saúde, com
propriedades antioxidantes que protegem o organismo de radicais livres, rica em
vitamina C, contém ferro, e é indicada de forma moderada para diabéticos, dentre
outros (CIDADE VERDE, 2015).
35
3 METODOLOGIA
O método no qual se baseia esta dissertação é o estudo de caso. Segundo
Gil (2010), o estudo de caso é uma modalidade de pesquisa que entende os
fenômenos sociais mais complexos e foca em um caso para deter uma
compreensão globalizante e atual.
Assim, realizou-se a pesquisa de campo utilizando dados e informações
estatísticas de organizações de tecnologia e fomento como: Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas - Sebrae, Fundação Banco do Brasil, Instituto de Assistência
Técnica e Extensão Rural – Emater e Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE.
Após a coleta e triagem dos dados a próxima etapa da pesquisa constituiu-
se em um estudo de campo junto aos produtores, fabricantes e órgãos
governamentais e não governamentais, em três fases:
Primeira fase: visita à empresa processadora de castanha e realização de
uma entrevista, com o gerente industrial, conforme o roteiro apresentado
no Apêndice 1, para atingir parte dos objetivos pretendidos nesta pesquisa.
A entrevista teve cerca de uma hora e meia de duração. Os dados
coletados na entrevista foram tratados por meio de análise empírica da
importância da produção de caju e seus subprodutos no estado do Piauí,
no período de fevereiro a maio de 2015. A visita e a entrevista
possibilitaram a produção do artigo 1, publicado no Simpósio de
Engenharia de Produção de Bauru, em 2015.
Segunda fase: para uma melhor compreensão sobre o processo de
produção de caju foi feito um levantamento de informações, com uma
entrevista aberta, no Sítio Veneza, produtor de cajuína, localizado na
estrada da Usina Santana a 10 km da capital, Teresina, para averiguação
de como ocorre o processo da fabricação da cajuína. Esta tarefa foi
realizada entre setembro e dezembro de 2015. A visita ao Sítio Veneza
possibilitou a produção do artigo 2, que foi publicado no Congresso APMS
realizado em Foz do Iguaçu, em setembro de 2016.
Terceira fase: foi realizado um levantamento de informações nos principais
órgãos responsáveis pela cajucultura no estado: Empresa Brasileira de
36
Pesquisa Agropecuária - Embrapa, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas - Sebrae, Fundação Banco do Brasil, Empresa de
Assistência Técnica e Extensão Rural - Emater, assim como na Central de
Cooperativas de Cajucultores do Estado do Piauí - Cocajupi e Cooperativa
dos Produtores de Cajuína do Piauí - Cajuespi, nas quais,
respectivamente, se encontra o representante da Cooperativa de
Cajucultores do Estado do Piauí , o presidente da Cooperativa de Cajuína,
e ainda com representante da maior fazenda processadora de castanha do
Piauí - Fazenda Planalto, localizada em Pio IX, a 420 km de Teresina, para
fazer uma comparação sobre como acontece o processamento da
castanha, e conhecer como cada um desses órgãos trabalha para um
melhor aproveitamento desta cultura, que tem uma representação social e
econômica importante para o estado do Piauí. Esta pesquisa foi realizada
no período de maio a junho de 2016 e é apresentada nos resultados
complementares desta dissertação.
3.1 Metodologia artigos
Em concordância com a orientação e regulamento do Programa de Pós-
Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Paulista – UNIP, este
trabalho foi estruturado com dois artigos que caracterizam o estudo exploratório e
são apresentados no capítulo 4, que trata dos resultados alcançados. Para uma
melhor compreensão e organização optou-se por apresentar os artigos no formato
da dissertação e de acordo com a ordem de publicação, conforme Tabela 1.
37
Tabela 1 - Lista de artigos
Ordem Publicação Tema Idioma
Artigo I XXII SIMPEP 2015 Simpósio de Engenharia de Produção. Bauru/SP
A produção de castanha no estado do Piauí como fator de desenvolvimento econômico.
Português
Artigo II APMS – International Conference Advances in Production Management Systems– Foz do Iguaçu – PR – Brasil / 2016
Cashew apple juice production in Piauí state: an exploratory case study.
Inglês
3.1.1 Metodologia do artigo 1
A ideia central apresentada no primeiro artigo foi a representatividade
econômica e social da produção de castanha de caju no estado do Piauí, por ser
uma das poucas fontes de renda para os produtores rurais no período da seca.
Com o objetivo de identificar seu processo de produção e posicionamento no
mercado, foi realizado um estudo de caso sobre o processamento da castanha de
caju, com uma visita in loco, em uma empresa processadora de castanha de caju.
Desse modo, o estudo possibilitou ainda descrever e compreender melhor como
ocorre o processo da produção da amêndoa, produto retirado da castanha de
caju.
Para a coleta de dados, além do uso de documentos, foi realizada uma
entrevista aberta com o gerente industrial da empresa e ainda visitas para
identificar o processo de produção e as estratégias de comercialização da
amêndoa adotadas pela empresa.
Diante dos aspectos observados na empresa, pôde-se concluir que a
mesma tem uma contribuição satisfatória para o crescimento social e econômico
no estado, pois gera emprego e renda para os pequenos produtores, auxilia
também na qualificação profissional de seus colaboradores, além de dar
visibilidade nacional e internacional para o estado, com relação à produção e
comercialização da castanha de caju. O Quadro 1 apresenta um resumo da
abordagem do artigo 1.
38
Quadro 1: Resumo do artigo 1
Método da
pesquisa
Estudo de caso em uma empresa produtora de castanha.
Objetivos Compreender melhor o processo de produção de castanha.
Objeto de estudo Para o estudo de caso, além do uso de documentos, foi realizada uma entrevista com o gerente industrial da empresa acompanhada de visitas ao processo, sendo explorado o processo da produção e identificadas as estratégias de comercialização da amêndoa adotadas pela empresa.
Abordagem Qualitativa
Finalidade Teve como finalidade uma pesquisa exploratória que possibilitasse a descrição e compreensão do processo da produção da amêndoa retirada da castanha do caju e a importância dos restos da castanha para a fabricação de fertilizantes, vernizes dentre outros.
3.1.2 Metodologia do artigo 2
A ideia central do segundo artigo é mostrar a importância da cajuína para o
estado do Piauí, apresentando as qualidades e características benéficas do
produto para a saúde. Para a realização do trabalho foi feito um estudo de caso,
em uma das fazendas produtoras de cajuína do estado e uma entrevista com o
presidente da Cajuespi, para investigar como ocorre o processo produtivo e a
comercialização da cajuína.
Verificou-se ainda, que uma das maiores dificuldades encontradas pelos
produtores é a safra do caju, que devido às mudanças climáticas muitas vezes
dificulta a colheita e compromete a competitividade, com reflexos negativos em
toda a cadeia produtiva, bem como em sua produção.
Diante de todos os aspectos observados, conclui-se que a cooperativa
contribui satisfatoriamente para o crescimento econômico do estado, com a
geração de empregos diretos ou não, e que juntamente com órgãos
especializados, como o Sebrae, qualificam a mão de obra local, com relação à
produção e à comercialização da cajuína. O Quadro 2 apresenta um resumo da
abordagem do artigo 2.
39
Quadro 2: Resumo do artigo 2
Método da
pesquisa
Um estudo de caso em uma das fazendas produtoras de cajuína do estado e uma entrevista com o presidente da Cajuespi.
Objetivos Compreender o processo produtivo da cajuína para a economia do Piauí, assim como sua produção e benefícios à saúde.
Objeto de estudo Foi realizado um levantamento de estudos bibliográficos, registros e descrição dos fatos observados, envolvendo coleta e análise de informações e possibilitando contextualizar e aprofundar o conhecimento sobre o tema.
Abordagem Qualitativa
Finalidade Investigar como ocorre o processo produtivo e a comercialização da cajuína, a quantidade de colaboradores envolvidos, clientes potenciais e os fornecedores.
40
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Resultados (Artigo 1)
Nesta seção é apresentado o artigo intitulado “A produção de castanha no
Estado do Piauí como fator de desenvolvimento econômico”, concernente com a
criação e validação dos anais do congresso do XXII Simpósio de Engenharia de
Produção (Simpep), com o tema: Política nacional de inovação e engenharia de
produção e ISSN 1809-7189.
O trabalho foi submetido em 7 de julho de 2015 para os anais do XXII
Simpósio de Engenharia de Produção, foi aceito em 26 de agosto de 2015 e
publicado em 11 de outubro de 2015. O evento foi realizado entre os dias 9 e 11
de novembro de 2015, no campus da Unesp- Universidade Estadual Paulista,
cidade de Bauru –SP.
O Simpep é um evento que permite a publicação de pesquisas em
andamento, cuja edição é anual na Faculdade de Engenharia da Unesp, campus
Bauru, que tem por objetivo divulgar de forma gratuita resultados de pesquisas
que estão no contexto da proposta, que é discutir temas de alto nível e atuais na
área de engenharia de produção.
Adota a filosofia do acesso público, que permite ao usuário ler, referenciar e
distribuir conteúdo da área. O artigo está disponível no seguinte link:
<http://www.simpep.feb.unesp.br/consulta.php#topo>.
Artigo 1 - A Produção de Castanha no Estado do Piauí como Fator de
Desenvolvimento Econômico
4.1.1 Introdução
As agroindústrias são uma importante fonte de geração de emprego e
renda na economia brasileira (COSTA, GUILHOTO e IMORI, 2013). Para a região
Nordeste, por exemplo, a cadeia produtiva do caju gera 300 mil empregos com
destaque para o estado do Piauí com 180 mil hectares de cajueiros plantados
(COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DOS VALES DO SÃO FRANCISCO E
DO PARNAÍBA, 2012). Esse total corresponde à segunda maior área plantada do
fruto no Brasil e, consequentemente, a segunda maior produção, atrás apenas do
41
estado do Ceará que tem uma área plantada de 407.455 hectares (EMPRESA
BRASILEIRA DE PESQUISAS AGROPECUÁRIAS, 2013).
A produção de caju no Piauí representa uma das principais fontes de renda
para os produtores rurais, pela sua importância econômica e, principalmente, por
ser umas das poucas alternativas de geração de renda no período de seca. A
industrialização dessa produção divide-se em dois grandes ramos: a indústria de
beneficiamento de castanha e a indústria de transformação do pedúnculo
(EMBRAPA, 2003). Este artigo aborda especificamente o primeiro ramo
relacionado à castanha.
Segundo levantamento sistemático da produção agrícola desenvolvido pelo
(IBGE, 2010), em 2009, o estado do Piauí, objeto do estudo deste trabalho, teve
uma produção de 184.145 hectares e 42.963 toneladas de castanha, o que
representou uma produtividade de 252 kg por hectare (ARRUDA, BOTELHO e
CARVALHO, 2011).
O polo agroindustrial de beneficiamento de castanha do Piauí é formado
por 20 unidades industriais de pequeno e médio porte com capacidade anual de
processar 65 mil toneladas de castanha (FERNANDES, OLIVEIRA e SILVA,
2009). A castanha produzida é comercializada nos mercados interno e externo,
sendo os maiores exportadores os Estados Unidos, Canadá, Itália e Países
Baixos (FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL, 2010b).
Diante da importância da cadeia produtiva do caju para o Piauí e mais
especificamente da castanha para a economia local, como as empresas do
estado tem trabalhado e se organizado para serem competitivas e atuarem nesse
segmento?
Com o objetivo de responder a essa questão, este artigo apresenta um
estudo de caso em uma empresa produtora de castanha, buscando identificar seu
processo de produção e seu posicionamento nesse mercado. Este trabalho faz
parte de uma pesquisa em andamento que visa estudar a importância da cadeia
produtiva de caju e seus derivados para a economia do Piauí.
4.1.2 Cadeia produtiva do caju
O nome caju provém da palavra indígena “acaju” e em vários países da
América Latina é conhecido como marañon, provavelmente devido ao nome da
42
região onde foi visto pela primeira vez, o estado do Maranhão, no meio norte do
Brasil. A história registra a chegada do cajueiro em Goa, principal colônia de
Portugal nas Índias Orientais, entre 1560 e 1565 de onde partiu posteriormente
para a Índia, entre 1563 e 1578. Posteriormente, foi introduzida no sudeste
asiático, chegando a África durante a segunda metade do século XVI (INSTITUTO
CAJU NORDESTE, 2011) (FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL, 2010b).
O principal subproduto do caju é a castanha. As primeiras importações de
amêndoas de castanha de caju da Índia foram feitas em 1905 pelos Estados
Unidos. O comércio mundial de amêndoa de caju teve início de forma efetiva
depois que representantes da empresa americana General Food Corporation
descobriu essas nozes durante uma missão na Índia no início da década de 1920.
Em 1941, as exportações indianas de amêndoas de castanha de caju já
alcançavam quase 20 mil toneladas. Hoje, a castanha é um importante item no
comércio mundial. O valor total das vendas, após agregação de valor, supera a
soma de US$ 2 bilhões (INSTITUTO CAJU NORDESTE, 2011) (FUNDAÇÃO
BANCO DO BRASIL, 2010b).
A castanha é uma amêndoa envolvida por uma casca dura, e que constitui
o verdadeiro fruto; da película que cobre essa amêndoa é extraído o tanino,
enquanto que o pedúnculo, pseudofruto ou caju, apresenta estrutura fibrosa e
suculenta, que por sua vez, proporciona a obtenção de inúmeros produtos como
sucos, doces e cajuína, entre outros (ARRUDA, BOTELHO e CARVALHO, 2011).
A cadeia produtiva do caju apresenta cerca de vinte produtos
industrializados, conforme representado na Figura 4 e na qual pode-se observar
que os três principais produtos derivados do caju são: castanha, pedúnculo e a
casca da madeira do cajueiro. A castanha representa 10% do fruto e pode ser
utilizada para consumo humano extraindo-se a amêndoa. O pedúnculo
(pseudofruto) representa 90% do fruto e dele podem ser extraídos vários produtos
que podem ser consumidos pelos humanos, tais como doces, sucos e
refrigerantes, entre outros, além de ser utilizado na indústria química e como
complemento para ração animal; já a madeira pode ser utilizada pelas indústrias
na produção de tintas, vernizes, lubrificantes, dentre outros (ARRUDA, BOTELHO
e CARVALHO, 2011).
43
Figura 2: Cadeia produtiva do caju. Fonte: Fernandes, Oliveira e Silva (2009).
4.1.3 Metodologia
Para realização deste trabalho optou-se pela realização de um estudo de
caso, uma vez que tinha como objetivo compreender melhor o processo de
produção de castanha. Segundo Yin (2010), o estudo de caso entende os
fenômenos sociais mais complexos e foca em um caso para deter uma
compreensão globalizante e atual.
O estudo de caso na empresa processadora de castanha de caju,
localizada no município de Altos-PI, possibilitou uma análise empírica da
importância da produção de caju e seus subprodutos no estado do Piauí e
consiste na primeira etapa de uma pesquisa em andamento que objetiva avaliar o
estágio atual da cadeia produtiva do caju no estado.
Desse modo o estudo possibilitou a descrição e compreensão do processo
da produção da amêndoa retirada da castanha do caju e a importância dos restos
da castanha para a fabricação de fertilizantes, vernizes dentre outros.
Inicialmente foi realizado um levantamento do estado da arte nas cadeias
produtivas da cajucultura do Piauí, com coleta e análise de informações para
contextualizar e aprofundar o conhecimento do objeto de estudo.
44
Para coleta de dados para o estudo de caso, além do uso de documentos,
foi realizada uma entrevista com o gerente industrial da empresa, bem como
visitas ao processo de produção e ainda identificar as estratégias de
comercialização da amêndoa adotadas pela empresa. Segundo Marconi (2010), o
estudo com coleta de dados por meio de entrevista dá a oportunidade de mostrar
um trabalho onde não se encontram fontes documentais e pode-se obter
informações mais precisas e diretas.
A presente pesquisa ocorreu entre fevereiro e maio de 2015 e sua maior
limitação foi a impossibilidade de se obter mais casos para um entendimento
inicial da cajucultura no estado. Entretanto, isso não inviabilizou o estudo que
busca conhecer melhor a cadeia no estado. Como essa pesquisa ainda está em
andamento, outros desdobramentos ainda irão ocorrer, permitindo obter um
cenário real do estado da cajucultura no Piauí.
4.1.4 Estudo de caso
Com o propósito de atingir os objetivos propostos neste trabalho foram
realizadas uma visita e uma entrevista com o gerente industrial da empresa
Euroalimentos Ltda., para investigar como ocorre o processo de produção,
comercialização e transporte da castanha, a quantidade de colaboradores,
clientes potenciais e empresas fornecedoras, cujos resultados são apresentados
na sequência.
Para facilitar o entendimento deste estudo de caso a sua apresentação foi
dividida em duas partes: (i) apresentação do processo produtivo; (ii) discussão
dos dados levantados na empresa e observações dos pesquisadores.
4.1.4.1 Processo produtivo
O processo produtivo da castanha do caju ocorre em diversas etapas,
conforme descritas a seguir:
1º passo: o processamento da castanha começa no momento em que
chega à empresa, onde é feito o descarregamento e seleção do produto.
São retirados cerca de 20 kg de castanha de sacos diferentes. Um
quilograma é retirado para análise em laboratório e o restante vai para a
etapa chamada peneiração, na qual as castanhas serão separadas por
45
tamanho, fazendo uma análise com relação a tamanhos e volumes.
Considerando essa análise, são gerados percentuais, a partir dos quais se
decide pela autorização ou não do recebimento do produto, pois existe um
valor mínimo do percentual da castanha considerado aceitável para a
produção. A empresa trabalha com 20% de perda do recebimento da
castanha, caso esse percentual seja maior que o estimado não é possível
receber o produto, pois não haverá lucro.
2º passo: nessa etapa a castanha passa por uma máquina denominada
secador para baixar sua umidade de 7% a 8%, pois as mesmas chegam
com aproximadamente 10% a 15 % de umidade. As castanhas são
colocadas a uma altura aproximada de 30 cm com relação ao chão; esse
processo é todo manual e os colaboradores viram constantemente a
castanha até que ela fique no ponto de dar início à etapa seguinte.
3º passo: nesta fase ocorre a limpeza e a calibragem das castanhas para
retirada de todas as impurezas, como por exemplo, pedras, areia, gravetos,
dentre outros, conforme verifica-se na Figura 5. Esses resíduos mensuram
um prejuízo de compras e fabricação do produto. Em seguida, o material
selecionado nas caixas é ensacado por cor e tipo para serem armazenados
e seguir para o tratamento da castanha (Figuras 6 e 7).
Figura 3: Limpeza da matéria Fonte: autora(2015).
46
F
Figura 5: Ensacamento das castanhas selecionadas
Fonte: autora(2015).
4º passo: o tratamento da castanha ocorre em recipientes que comportam
cerca de nove mil quilos de castanha (Figura 8), no qual, novamente, a
umidade é retirada para que uma nova amostra seja coletada. O percentual
de umidade é avaliado e caso atinja 6%, as castanhas deverão ficar
imersas durante 20 minutos e depois em repouso por 80 horas. Nessa
mesma etapa ocorre o processo de assamento, no qual a castanha é
cozida no próprio óleo; esse óleo circula em área fechada e a castanha
cozinha a uma temperatura que varia de 200ºC a 220ºC, em um intervalo
de 20 a 40 segundos de cozimento, da entrada a saída. As imagens desse
processo de assamento podem ser verificadas nas Figuras 9 e 10.
Figura 4: Separação da castanha por tamanho e cor
Fonte: autora(2015).
47
Figura 6: Recipientes que comportam até nove mil quilos de castanha Fonte: autora.
Figura 7: Processo de assamento da castanha
Fonte: autora (2015).
5º passo: nessa etapa ocorrem os processos de centrifugação,
enxugamento e resfriamento da castanha, respectivamente, nessa
sequência. Durante o processo de resfriamento, as castanhas
permanecem em temperatura ambiente para depois seguir para a fase de
Figura 8: Castanhas saindo assadas e separadas por tamanhos Fonte: autora(2015).
48
corte (Figura 8). Nesse momento, uma máquina dá “pancada” na castanha
fazendo com que a amêndoa saia da casca.
Figura 9: Processo de corte
Fonte: autora(2015).
6º passo: depois que a amêndoa é retirada da casca, passa por um
processo de peneiração, passando em seguida por uma esteira que a leva
até uma ventiladora, onde o excesso de casca é removido. Posteriormente
a castanha passa por outro processo de peneiração que irá separá-la por
cor. Nessa fase a castanha tem que apresentar de 10% a 12% de
umidade. Finalizado todos esses processos, as castanhas são levadas
para carrinhos, que irão transportá-las até as estufas, onde permanecerão
de seis a oito horas em uma temperatura de 60ºC, conforme mostra a
Figura 12. Ao sair da estufa, dependendo da estação do ano, as castanhas
apresentarão 3% de umidade (no inverno) e 5% de umidade (no verão).
Figura 10: Estufas
Fonte: autora(2015).
49
7º passo: ao sair das estufas e medida a umidade, as castanhas
permanecem em temperatura ambiente por 24 horas passando por um
processo de limpeza. Essa atividade é realizada especificamente por
mulheres que retiram as películas que ainda ficaram na amêndoa e depois
as ensacam para o consumo (Figuras 13, 14 e 15).
Figura 11: Limpeza final das castanhas
Fonte: autora(2015).
Figura 12: Amêndoa sendo torrada, operação realizada apenas por mulheres
Fonte: autora(2015).
Figura 13: Amêndoas ensacadas, encaixadas e prontas para distribuição
Fonte: autora(2015).
50
4.1.4.2 Discussões sobre o estudo de caso
A Euroalimentos pertence ao grupo Arrey, que atua há 26 anos no mercado
em diversas áreas, como hotelaria, construção, distribuição, incorporações e
câmbio. O grupo tem seus investimentos na área de hotelaria na Europa
atualmente será inaugurado um de seus empreendimentos na África.
A empresa desenvolve atividades relacionadas à produção e
comercialização da amêndoa, subproduto do caju e atende aos parâmetros de
qualidade exigidos às empresas que trabalham com a castanha. Além disso, a
organização possui o selo da Associação Brasileira das Indústrias e do setor de
Sorvetes e de Qualidade (ABIS) e Análise de Perigos e Pontos Críticos de
Controle (APPCC).
A Euroalimentos possui atualmente em seu quadro funcional 160
colaboradores, entre internos e externos, não apresentando problemas com
relação à mão de obra qualificada, pois especializa e capacita seus funcionários.
Os principais clientes são: J.T.C Ltda., Jandira Produtos Naturais Ltda.,
Mundial Supermercado, Moncou Ltda., Supermercado Intercontinental, Carino
Ltda., Manibom, Arte Pan, Supermercado Carvalho, Olívio J. Fonseca e Riter S/A.
A maior dificuldade enfrentada atualmente pela empresa é com relação à
safra do caju. As mudanças climáticas muitas vezes dificultam a colheita, pois a
cultura do caju segue uma linha incerta. Apesar de o cajueiro ser uma planta
bastante resistente, inclusive às secas, a heterogeneidade dos plantios
comerciais existentes compromete a competitividade, com reflexos negativos em
toda a cadeia produtiva e com isso o custo da produção varia muito. Além disso, o
caju está sujeito a muitas doenças que reduzem a produtividade e encarece a
matéria-prima (FREIRE et al., 2002).
A empresa não possui distribuição própria e por esta razão terceiriza este
serviço por meio das distribuidoras Atlas e Starlog. A etapa de transporte é
importante para a produção e os veículos devem ser constantemente
inspecionados, sendo que o produto precisa estar devidamente acondicionado e
protegido sem risco de contaminação na carga e descarga (NASSU, LIMA e
PAIVA, 2004).
51
Durante o estudo foi possível evidenciar a importância da empresa para o
estado do Piauí e capacidade de competividade da organização, principalmente
atrelada à competitividade da castanha de caju brasileira. Todavia se evidencia a
necessidade de uma maior interação de todos os stakeholders envolvidos com a
cadeia para permiti-la se destacar no mercado. O estado do Ceará é responsável
por 396 mil toneladas de castanha contra 87,6 do Piauí. Assim, embora o estado
seja o segundo maior produtor de caju, na produção de castanha é o terceiro,
atrás também do Rio Grande do Norte (CONAB, 2015).
Outro fator importante é que a castanha cearense era vendida por R$ 2,50
kg em maio de 2015 contra R$ 2,00 kg da castanha piauiense. A produção do
estado representa receitas anuais de R$ 175,2 milhões, enquanto se
acompanhasse o preço cobrado pela agroindústria do Ceará essa receita seria de
R$ 219 milhões, o que representaria incremento de 25% nos valores. Portanto, é
possível inferir a necessidade de melhorias no processo produtivo e na logística
na agroindústria castanheira do Piauí.
4.1.5 Considerações finais
O presente estudo teve como propósito analisar a importância da cadeia
produtiva da castanha de caju e sua comercialização no estado do Piauí, cuja
metodologia caracterizou-se pela aplicação de um estudo de caso na Empresa
Euroalimentos Ltda., produtora da amêndoa da castanha do caju.
Diante de todos os aspectos observados, conclui-se que a empresa
contribui satisfatoriamente para o crescimento econômico do estado, com a
geração de empregos e qualificação profissional da mão de obra local, além da
visibilidade nacional e internacional dada ao estado com relação à produção e à
comercialização da castanha de caju. Entretanto, é preciso envolvimento de todos
os stakeholders, como empresários, órgãos de fomento e governos para melhorar
o processo produtivo e a logística no Piauí, o que poderia se refletir em melhor
qualidade e preço do produto para competir com maior igualdade com o estado
vizinho do Ceará.
52
4.2 Resultados (Artigo 2)
Nesta seção é apresentado o artigo intitulado por Fresh Cashew Apple Juice
Production in Piauí State: An Exploratory Case Study, publicado nos anais da
conferência APMS 2016 International Conference Advances in Production
Management Systems. Com o tema: Production management initiatives for a
sustainable world (Iniciativas em gestão da produção para um mundo
sustentável).
O artigo foi submetido em 8 de abril de 2016 e a versão final no dia 11 de
julho de 2016. O evento aconteceu nos dias 3 a 7 de setembro de 2016, na
cidade de Foz do Iguaçu – Paraná, sob a coordenação do Programa de Pós-
Graduação em Engenharia de Produção da UNIP, com o apoio da Itaipu
Binacional. O APMS 2016 é organizado pelo grupo de trabalho WG5.7
International Federation of Information Processing - IFPI, que tem por objetivo
discutir os sistemas de gerenciamento de produção por meio de artigos de
pesquisa, estudo de caso e relatórios do estado da arte, com a perspectiva de
aprimorar a médio e longo prazo, percepções futuras.
Nesta dissertação insere-se o artigo em português, para manter o mesmo
padrão do idioma em toda a dissertação. As figuras e tabelas são apresentadas
na ordem sequencial da dissertação e as referências inseridas na lista geral.
Produção de Cajuína no Estado do Piauí: Um Estudo de Caso Exploratório
4.2.1 Introdução
A produção de caju vem crescendo nos estados do Nordeste brasileiro
diante da demanda do mercado internacional. O seu cultivo vem gerando
impactos positivos no que tange à geração de empregos na zona rural e urbana.
Entretanto, a cultura do caju segue uma linha incerta, apesar de ser uma planta
bastante resistente, inclusive às secas, a heterogeneidade dos plantios
comerciais existentes, sem a devida adoção de práticas recomendadas vêm
comprometendo a competitividade de toda a cadeia produtiva (RIBEIRO, VAL e
ARAÚJO NETO, 2008)
53
O caju começou a ser plantado nos estados do Nordeste, inicialmente, que
o utilizavam de diversas maneiras, como fruto ou bebida. O caju é um fruto
composto da castanha, chamada de verdadeiro fruto, e pelo pedúnculo,
considerado pseudofruto, sendo muito rico em vitamina C, cálcio, fósforo, fibras,
dentre outros nutrientes. O suco desta fruta é muito rico em vitamina C, açúcares
redutores e minerais, principalmente o ferro (SILVA NETO, ABREU e PAIVA,
2009).
Dentre as plantas frutíferas tropicais, o cajueiro ocupa lugar de relevante
importância devido ao seu processo de industrialização. O caju é uma das poucas
frutas tropicais que se utiliza da benfeitoria de todo o seu fruto para atividades
comerciais, tendo como principais produtos a amêndoa e o óleo da castanha,
entre outros subprodutos advindos do pedúnculo (pseudofruto), do qual pode-se
extrair cerca de 30 produtos que são comercializados de diversas formas, como
os sucos, refrigerantes com ou sem gás, doces, hambúrguer, cerveja, trufas,
condimentos, ração animal, cajuína, dentre outros, tendo uma grande importância
econômica no mercado (BARROS, AQUINO e PAIVA, 2001).
O estado do Piauí é o terceiro maior produtor de caju brasileiro com 90 mil
hectares plantados. A produção anual de cajuína em 2014 foi de nove milhões de
garrafas. Este segmento movimenta cerca de R$ 28 milhões de reais por ano em
todo o Estado. Toda a produção de cajuína produzida no Piauí, 80% fica no
estado e 20% vai para outros estados e para a exportação.
Recentemente o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional -
IPHAN (2014) registrou o produto como patrimônio cultural brasileiro, e o Instituto
Nacional de Propriedade Industrial- INPI (2015) concedeu o registro de Indicação
Geográfica (IG), garantindo a procedência, a originalidade do produto e a
proteção do nome geográfico, obtendo assim uma diferenciação do produto no
mercado e mantendo seus padrões locais (CODEVASF, 2014). O objetivo desses
institutos é a preocupação com a permanência da identidade, a valorização e o
estímulo à qualidade do produto estudado. A cajuína piauiense tem qualidades e
características únicas, com isso se diferencia das demais cajuínas produzidas no
Brasil.
O objetivo deste trabalho é investigar o papel do suco de caju fresco
conhecido como cajuína na economia do Piauí. Para essa finalidade realizou-se
um estudo de caso na Cooperativa de Caju. O trabalho está dividido da seguinte
54
forma: após a seção de introdução, a parte dois revisa a literatura sobre caju e
suco de caju fresco; a seção três apresenta a metodologia; a seção quatro mostra
e discute o estudo de caso, e, finalmente, a parte cinco apresenta algumas
observações finais.
4.2.2 Cajuína
Apesar da importância da castanha que é o principal produto comercializado
e exportado do caju no Brasil, neste artigo em que parte da pesquisa de
dissertação ainda acontece, o foco será no caju, a matéria-prima para produzir
diferentes tipos de produtos, e mais especificamente, no suco de caju fresco. No
entanto, em trabalho anterior pôde ser lido sobre o processo de produção da
castanha no Piauí.
A composição química do suco de caju tem sido objeto de investigação por
vários autores Todos concordam que os principais constituintes do suco aquoso
são carboidratos (açúcares), proteínas, ácidos orgânicos, ácido ascórbico, sais
minerais (cálcio, fósforo e ferro), polifenóis (taninos) e pigmentos. O suco extraído
é normalmente obtido pelo processo de espremer e peneirar (LUZ et al., 2008).
É composto por duas fases: uma fase sólida, que é geralmente amarelo e
contém polissacárideos, pigmentos insolúveis e taninos, e uma fase aquosa,
incolor, que é rica em carboidratos e pode ser um pouco turva devido ao tanino
em suspensão. Detectou-se uma quantidade substancial de frutose e glicose na
fase aquosa do suco de caju e relatou-se separação bem-sucedida da frutose e
glicose em leito móvel simulado utilizando suco integral e suco clarificado como
alimentação, sem qualquer tratamento anterior (LUZ et al., 2008). O caju,
(Anacardium occidentale L.) é amplamente consumido no Nordeste do Brasil.
Um produto muito importante de caju no Piauí é regularmente bebido na
forma de cajuína, desenvolvida pelos índios que habitavam o Nordeste brasileiro,
no momento da colonização portuguesa (RIBEIRO, 2011). É uma bebida não
fermentada, não alcoólica e não diluída, obtida com a parte comestível do caju
(RIBEIRO, 2011). FCAJ tem funções antibacterianas, antifúngicas e antitumorais,
bem como antioxidantes e efeitos antimutagênicos.
A produção de caju fresco teve o seu início em Valença do Piauí, uma
cidade localizada a 216 quilômetros da capital, Teresina, microrregião no centro
55
do Norte, fundada em 20 de setembro de 1762, no final do século XIX, pela
família Portela (FIGUEIREDO et al., 2011).
No Brasil, o Piauí é o estado que mais produz suco de caju fresco. A
cajuína é um suco clarificado, engarrafado e cozido em banho-maria, sem adição
de álcool, substâncias químicas e açúcares, seu sabor é originário da própria
fruta. O consumo de cajuína regularmente proporciona vários benefícios à saúde,
como a prevenção de doenças cardíacas e circulatórias. A fruta possui nove dos
dez aminoácidos essenciais ao corpo, reconstitui e fortalece os cabelos, as unhas
a elasticidade da pele, dentre outros benefícios.
A produção artesanal da cajuína está ligada a três grandes revelações: à
neutralização do tanino, ao equilíbrio da dosagem da gelatina e ao tempo de
cozimento. Os taninos são compostos fenólicos que atuam nas plantas para sua
defesa, causam um “travo” ao ser consumido, é amargo, e provoca a contração
dos tecidos e vasos sanguíneos. Sua concentração nas frutas identifica seu
amadurecimento e sua presença na cajuína ajuda na prevenção das doenças
cardíacas e circulatórias. A gelatina é uma proteína originária do colágeno,
presentes no tecido conjuntivo e cartilagens dos animais. Não possui cheiro,
gosto nem cor. Atua como cola na produção artesanal da cajuína, tornando o
suco do caju um líquido clarificado (FIGUEIREDO et al., 2011).
O cashew apple juice (CAJ - suco de caju) e a cajuína são mutagênicos
bacterianos e têm se mostrado com forte potencial antimutagênico contra o H2O2
(peróxido de hidrogênio) em protocolos de pós-tratamento. Esta atividade
antimutagênica poderia ser devido aos compostos fenólicos, tais como quercetina,
taninos e antocianinas, assim como à presença de carotenoides e do ácido
ascórbico. Além disso, dependendo das condições experimentais, tais como rota
ou tempo de exposição relativa aos tratamentos de H2O2, os sucos parecem ser
tóxicos e/ou comutagênico. Assim, o CAJ e a cajuína podem ser não apenas
nutritivos, mas podem também ser uma fonte de compostos químicos com
propriedades antioxidantes, mutagênicos, antimutagênicos e propriedades
comutagênicas (CAVALCANTE et al., 2005).
56
4.2.3 Metodologia
Para realização deste trabalho optou-se pela execução de um estudo de
caso, uma vez que tinha como objetivo compreender o processo produtivo da
cajuína e sua importância para a economia do Piauí, assim como, sua produção e
benefícios à saúde. O estudo de caso entende os fenômenos sociais mais
complexos e foca em um caso para deter uma compreensão globalizante e atual
(YIN, 2010).
Inicialmente foi realizado um levantamento de estudos bibliográficos,
registros e descrição dos fatos observados, com coleta e análise de informações
para contextualizar e aprofundar o conhecimento do objeto de estudo.
O estudo de caso foi realizado na Cooperativa dos Produtores de Cajuína
do Piauí – CAJUESPI. Há na cooperativa cerca de 630 produtores da agricultura
familiar em 120 fábricas em todo o estado do Piauí. Esse estudo possibilita a
descrição e o conhecimento do processo produtivo da cajuína, bem como seus
benefícios para a saúde e a economia.
Para coleta de dados para o estudo de caso, além do uso de documentos,
foi realizada uma entrevista com o presidente da cooperativa acompanhada de
visitas para explorar o processo de produção e identificar as estratégias de
produção da cajuína adotadas pelos produtores pertencentes às cooperativas. O
estudo que utiliza a coleta de dados por meio de entrevista dá a oportunidade de
pesquisar fontes documentais, para obter informações mais precisas e diretas
(MARCONI, 2010).
A presente pesquisa ocorreu entre agosto e outubro de 2015 e sua maior
limitação foi a falta de referências bibliográficas e estudos anteriores sobre o
objeto de estudo. Entretanto, isso não inviabilizou esse estudo que busca
conhecer melhor o processo produtivo do produto.
4.2.4 Estudo de caso
Com o propósito de atingir os objetivos propostos neste trabalho foi realizada
uma visita e uma entrevista com o presidente da cooperativa do caju – Cajuespi,
para investigar como ocorre o processo produtivo e a comercialização da cajuína,
como também, a quantidade de colaboradores, clientes potenciais e os
fornecedores, cujos resultados são apresentados na sequência. Para melhor
57
embasamento teórico foi feita uma visita ao Sítio Nova Veneza, localizado na
estrada Usina Santana a 10 km da capital, para averiguação do processo
produtivo da cajuína.
4.2.4.1 Processo produtivo
O processo da fabricação da cajuína ocorre em diversas etapas, conforme
descritas a seguir:
Passo 1 - Colheita e limpeza do caju: os frutos são coletados à mão, são lavados
em água corrente, retiradas as castanhas e logo depois imprensados para a
retirada do suco. A Figura 16 mostra o processo de fabricação artesanal da
cajuína.
Passo 2 - Esmagamento e prensagem: depois de esmagados na prensagem o
suco é levado para colocar a gelatina para a retirada do tanino.
Passo 3 - Clarificação e filtração: para a produção da cajuína é essencial o “corte”
do suco, que seria a adição da gelatina em pó, provocando a separação da polpa
para a clarificação do suco. Logo após a clarificação, o suco é colocado em panos
de saco, com o formato de redes de aproximadamente 50 cm de comprimento. O
tanino fica em formato de coágulos fixando-se nas redes e garantindo assim o
processo de filtragem. A Figura 17 mostra o processo de prensagem e
embalagem da cajuína.
Passo 4 - Envasamento e tapagem: logo após a filtragem e a clarificação, o suco
clarificado passa por mais um processo de filtragem e só assim é feito o
envasamento apropriado em garrafas “virgens” de vidro e logo depois são
tampadas de preferência com tampinhas de metal.
Passo 5 - Cozimento em banho-maria chamado de tratamento térmico: depois do
engarrafamento do produto, a garrafa passará por um cozimento em banho-maria,
ou seja, são colocadas em recipientes em forma de jaulas, e logo depois são
mergulhadas na água que se encontra com uma temperatura de 90ºC, com um
tempo estimado de duas horas.
Após a finalização do processo de produção, a cajuína é armazenada em
quartos bem iluminados, para a garantia da qualidade do produto.
58
Figura 14: Processo de fabricação artesanal da cajuína
Fonte: autora
Figura 15: Processo de prensagem e embalagem da cajuína
Fonte: autora.
4.2.4.2 Discussão
A Cooperativa dos Produtores de Cajuína do Estado do Piauí – Cajuespi foi
inaugurada em 2005, com apenas 21 cooperados. Hoje conta com mais de 630
pessoas da agricultura familiar e 120 fábricas de cajuína em todo o estado do
Piauí. No primeiro ano de inauguração foram produzidas 200 mil garrafas de
cajuína e em 2014 atingiu um milhão de garrafas em todo o estado do Piauí, com
uma venda de 98 mil garrafas de 500 ml, a um custo de R$ 1,90 a garrafa. Em
2016 espera-se atingir mais de um milhão de garrafas produzidas.
A cooperativa desenvolve atividades relacionadas à produção e à
comercialização do caju, tendo mais de 400 produtos da fruta, dentre eles, doce,
mel, cerveja, espumante e licor, todos produzidos de forma artesanal.
A Cajuespi possui atualmente em seu quadro de colaboradores diretos
11.600 com carteira assinada em todo o estado, dentre eles 9.400 na região de
Picos, além de mais de 15 mil colaboradores trabalhando indiretamente com o
caju no período de safra.
59
Os principais clientes para a cajuína no estado são os grandes
supermercados, para os quais chega-se ao fornecimento de 22.200 caixas por
mês, oferecendo aos pequenos mercadinhos em média 1.500 caixas por mês.
A maior dificuldade enfrentada atualmente pela instituição é com relação à
safra do caju. As mudanças climáticas muitas vezes dificultam a colheita. Apesar
do cajueiro ser uma planta bastante resistente, inclusive às secas, a
heterogeneidade dos plantios comerciais existentes, compromete a
competitividade, com reflexos negativos em toda a cadeia produtiva e com isso o
custo da produção varia muito. Além disso, o caju está sujeito a muitas doenças
que reduzem a produtividade e encarece a matéria-prima (FREIRE et al., 2002).
A cooperativa não possui distribuição própria e por esta razão, sua
distribuição é feita de forma incerta, mas não deixando de fazer sua distribuição
para outros estados. Do total produzido, 80% da cajuína é distribuída dentro do
estado e 20% para outros estados, como São Paulo, Brasília e Maranhão, dentre
outros.
4.2.5 Considerações finais
O presente estudo teve como propósito analisar a importância da cadeia
produtiva da cajuína bem como seus benefícios para a saúde, cuja a metodologia
caracterizou-se pela aplicação de um estudo de caso na Cooperativa dos
Produtores de Cajuína do Piauí - Cajuespi.
Atualmente, a cooperativa conta com aproximadamente 630 produtores da
agricultura familiar em 120 fábricas em todo o estado, das quais somente oito
estão devidamente legalizadas no Ministério da Agricultura. Este segmento
movimenta cerca de R$ 28 milhões de reais por ano em todo o estado.
Considerando os benefícios sociais, econômicos e nutricionais da cajuína,
sugere-se o aperfeiçoamento e fortalecimento do setor com a legalização dos
produtores junto ao Ministério da Agricultura, pois somente os que estão
legalizados podem comercializar para grandes redes de supermercados, dentro e
fora do estado.
No ano de 2015, a produção teve uma perda de produção de 40% com
relação à 2014, produzindo apenas 650.000 mil garrafas, com a venda de 37.000
caixas na cidade de Teresina e o restante para outros estados.
60
Um ponto observado e que interfere na cultura do cultivo do caju, são as
condições climáticas e a baixa umidade do ar, que apresenta o estado do Piauí,
com isso os reflexos na produtividade são negativos.
Diante de todos os aspectos observados, conclui-se que a cooperativa
contribui satisfatoriamente para o crescimento econômico do estado, com a
geração de empregos diretos e indiretos, e que juntamente com órgãos
especializados como o Sebrae qualificam os produtores de mão de obra local,
com relação a produção e comercialização da cajuína.
4.3 Resultados complementares
Além dos artigos publicados realizou-se um estudo com os principais
agentes envolvidos na cadeia produtiva do caju no Piauí. Nesta dissertação estes
dados são analisados como parte complementar do estudo. Todavia pretende-se
no futuro a submissão de um artigo que possa complementar a abordagem
apresentada neste trabalho.
Como abordado na metodologia foram realizadas entrevistas com
cooperação dos órgãos e agentes envolvidos. Os atores envolvidos na pesquisa
foram:
a) Cooperativas dos Cajucultores do Estado do Piauí- Cocajupi;
b) Cooperativas dos Produtores de Cajuína do Piauí – Cajuespi;
c) Órgãos oficiais afins;
d) Indústria de beneficiamento de castanha de caju;
e) Produtores rurais.
Os informes obtidos permitiram uma melhor compreensão quanto à
atuação dos agentes envolvidos na cadeia produtiva do caju. Foram levantadas
informações para análise e interpretação na pesquisa, para cumprir o o objetivo
do estudo. Assim, foram obtidos dados sobre área plantada e colhida,
produtividade, comercialização, contato entre os agentes da cadeia, apoio
governamental, principais entraves enfrentados e sugestões para o
aprimoramento do setor na visão dos entrevistados. Não houve divergências nas
informações prestadas entre os entrevistados.
61
As informações dos agentes prevaleceram no que diz respeito à seca no
estado, às exigências desnecessárias de órgãos competentes, como o Ministério
da Agricultura em relação ao pequeno produtor, às dificuldades com a falta de
incentivo governamental e à desvalorização do pequeno produtor.
Dos representantes das cooperativas, as reclamações foram com a falta de
incentivo do governo tanto pelo lado econômico como social para uma melhor
produção e a valorização do pequeno produtor.
Nas entrevistas realizadas percebeu-se um alto grau de conhecimento dos
informantes com relação à cajucultura do estado do Piauí e interesse em prestar
as informações solicitadas.
Um desses agentes, aqui denominado como A, destacou a execução de
um projeto para recuperar as áreas perdidas dos pomares devido à seca e de
assistência ao pequeno agricultor, visando o aumento da produção e valorização
do trabalhador, conforme transcrição abaixo:
O projeto se chama Inovação e revitalização da cadeia produtiva do caju e já se encontra em execução. Atualmente estamos trabalhando com 331 famílias. O projeto contempla a aquisição de mudas, de calcário, máquinas de corte, tratores para os tratos culturais e assistência técnica; é um projeto bem completo e acredita-se que vai servir como modelo para outras cadeias produtivas e até mesmo outras associações. Não é um projeto só de distribuição de mudas, pois foi averiguado que só a distribuição de mudas não deu certo, portanto, esse projeto é mais completo, foi muito discutido na base e orientado pelos técnicos; é um projeto piloto que se acredita que o estado do Piauí vai se apropriar e quem sabe até servir como modelo para outros estados. A expectativa do projeto é garantir ao pequeno produtor, a recomposição dos pomares que foram perdidos com mudas de qualidade, correção de solo, algo que nunca foi feito na região, a uso do gel e dentro desse projeto há ainda o projeto de ATS de assistência técnica, que vai acompanhar o pequeno produtor durante um ano com condições de ser renovado. O grande retorno que a cooperativa está dando para os cooperados é que por meio da cooperativa eles conseguiram elaborar um projeto, que é um projeto que beneficia o pequeno produtor, ou seja, o desejo de todas as famílias que trabalham com a cajucultura, além de conseguir máquinas para fazer os tratos culturais com baixo custo, mais ou menos 50% a 60% mais barato. É um grande projeto (Agente A).
Entretanto, outro ator denominado Agente B, apresentou durante a
entrevista uma série de dificuldades pelas quais passa o setor e destacou,
principalmente, a falta de incentivo do governo, as exigências do Ministério da
Agricultura para o pequeno produtor vender e fabricar seus produtos.
A cajucultura é grande fonte de renda para a agricultura familiar o que falta é incentivo do governo. A importância da cajuína para a agricultura familiar hoje é apenas uma renda complementar, a produção de 1200 garrafas de cajuína já ajuda na renda do pequeno produtor, e também tem o aproveitamento do pedúnculo, pois se estragava muito, só aproveitando a castanha. Hoje tem quase 3000 fabricantes de cajuína no estado do Piauí, mais de 30 cidades do Piauí produzindo cajuína. A produção atual no geral chega a mais de dez milhões de garrafas de cajuína no estado todo, em uma boa safra. Atualmente o Piauí é patrimônio cultural brasileiro, para o modo de fazer cajuína.
62
Falta incentivo do governo em termos de imposto, pois é cobrado 17% por produção. Não exportam porque o Ministério da Agricultura faz muita exigência, tipo construção de um prédio com banheiros e vestiário, e o pequeno produtor não tem condição financeira de realizar este tipo de investimento, pois ele luta para sua sobrevivência com várias culturas. A cooperativa tem vários projetos para mostrar ao governo sobre a construção de minifábricas para ajudar o pequeno produtor , com melhor estruturação tanto com relação ao local, como também com a melhoria financeira. O objetivo é a construção de 15 minifábricas para o pequeno produtor (Agente B).
Outros importantes aspectos foram coletados no Emater e no Sebrae:
A região de Picos (envolvendo PIO IX) concentra mais ou menos 60% de toda a área plantada, mais da metade da área cultivada com caju, é uma região diferenciada, pois já tem compradores certos para seus produtos e vem compradores de outros estados. Na safra, o pequeno produtor tem várias oportunidades de vender o pedúnculo. Porque em outras regiões não tem essa oportunidade. As indústrias de outros estados compram no Piauí para estocar matéria-prima. Porque nossa safra acontece antes. No início da safra o pedúnculo tem um preço mais elevados, porque tem vários compradores querendo abastecer suas indústrias. Uma das maiores dificuldades do pequeno produtor é a legislação, pois o Ministério da Agricultura exige a criação de uma empresa, ou seja, tem que ser uma pessoa jurídica e o pequeno produtor, não é um empresário especializado na cajucultura. O pequeno agricultor ele pode sim comercializar mais pelas cooperativas; ou seja, ele só tem condição de participar da comercialização por meio de associação, cooperativas, porque eles não têm condições de seguir as leis do ministério da agricultura. O governo tem uma ação de distribuição de mudas para recompor essas áreas, o efeito é positivo se o governo melhorasse a condução do processo. A muda chegar com qualidade, no momento certo, o processo de distribuição para produtores que se encontram com suas áreas prontas (EMATER).
A safra de caju no Piauí tem sofrido uma queda acentuada nos últimos anos tanto pela falta de investimentos no setor como por conta das constantes secas que vêm ocorrendo na região, e segundo o pesquisador do caju da Embrapa Meio-Norte, se nada for feito em aproximadamente dez anos o caju será uma cultura extinta no estado do Piauí. A produção de caju representa uma das principais fontes de renda para os produtores rurais do Piauí. Pela sua importância econômica e, principalmente, por ser uma das poucas alternativas de geração de renda no período seco, que coincide com a safra de caju. Em minha opinião literalmente nada tem sido feito para recuperar os pomares de caju do Piauí, enquanto no Ceará a câmara do caju contratou uma empresa de consultoria que elaborou um projeto de melhorias tecnológicas para a cajucultura daquele estado para um período de 13 anos. No Piauí a camará do caju somente discute e não chama técnicos que conhecem da cajucultura para apresentarem um projeto de recuperação. Desconheço qualquer incentivo do governo, principalmente direcionado aos pequenos produtores de caju de nosso estado (SEBRAE).
A pesquisa constatou que a falta de incentivo do governo e a situação
climática da região são fatores que preocupam os especialistas em cajucultura do
estado e ainda que projetos sendo executados poderão salvar uma das culturas
mais importantes para a região, pois gera emprego e renda para pequenos
produtores.
63
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pelos resultados dessa pesquisa pode-se perceber a importância da cadeia
produtiva do caju para o estado do Piauí. No âmbito regional, essa atividade
apresenta-se como fonte de renda para muitos agricultores incluídos na
agricultura familiar.
A produção, a comercialização e o beneficiamento da castanha de caju são
atividades de grande importância socioeconômica para o estado do Piauí, tanto
com relação à geração de emprego e renda, quanto às agroindústrias urbanas e
rurais.
Como objetivo geral, este trabalho centrou-se em investigar a cadeia
produtiva do caju para identificar os principais produtos, atores e entraves
enfrentados e dessa forma contribuir com propostas de melhorias para uma das
principais atividades econômicas do estado do Piauí.
Como desdobramento deste objetivo geral foram elaborados três objetivos
específicos. O primeiro e o segundo objetivo foram contemplados no primeiro e no
segundo artigo. O primeiro artigo intitulado “A produção de castanha no estado do
Piauí como fator de desenvolvimento econômico” teve como propósito analisar a
importância da cadeia produtiva da castanha do caju e sua comercialização no
estado do Piauí. Já o segundo artigo intitulado “Produção de cajuína no estado do
Piauí: um estudo de caso exploratório” procurou analisar a importância da cadeia
produtiva da cajuína, bem como seus benefícios para a saúde, por meio de uma
pesquisa de campo. O terceiro objetivo é apresentar sugestões de melhorias para
a cadeia produtiva do caju, no estado do Piauí, contemplado na discussão dos
resultados complementares e nas considerações finais.
Para o alcance dos objetivos da pesquisa foi necessário o
desenvolvimento, durante o desenrolar dessa dissertação, de uma série de
levantamentos e estudos adjacentes. A estrutura de estudo propiciou ordenar as
informações coletadas de forma a transformar a dissertação em artigos, o que
possibilitou uma melhor compreensão e análise dos conceitos da cadeia produtiva
do caju e uma visualização da influência de todos os atores da cadeia no contexto
socioeconômico, verificando os impactos internos e externos à cadeia.
64
Entretanto, ao fim deste trabalho, entende-se que tal atividade não
apresenta um crescimento suficiente para atender à demanda do produto, ou
seja, não se apresenta como uma atividade sustentável para o pequeno produtor,
tendo o mesmo que procurar outras alternativas para sua sobrevivência.
A cadeia produtiva da cajucultura no estado do Piauí precisa avançar,
quanto aos procedimentos de produção e comercialização da safra. Os pequenos
produtores precisam de mais recursos e incentivos financeiros do governo, e
menos exigências dos órgãos competentes. Segundo os representantes dos
produtores, para que as exigências sejam cumpridas é necessário apoio
governamental, o que eles atualmente não têm. O Ministério da Agricultura, por
exemplo, exige ao pequeno agricultor abrir uma empresa para comercializar o
produto. Para isso acontecer, o pequeno produtor precisa se sentir seguro para
aumentar a escala de produção, melhorar o nível tecnológico de plantio e a
conservação dos cajueiros, o que infelizmente para muitos não existe essa
possibilidade.
Neste segmento, os pequenos produtores rurais têm uma participação
pequena com relação à agregação de valores na sua produção, pois além de
obterem uma baixa produtividade dos seus cajueiros eles são mal remunerados
pela produção de castanha, logo alguns utilizam o pedúnculo para fabricação de
doces, cajuína e sucos para sua sobrevivência.
Diante das entrevistas realizadas nos órgãos responsáveis identificou-se
que importantes intervenções, se implantadas, poderão incidir no crescimento da
atividade, mesmo diante da situação climática que impede o avanço da produção
agrícola da cajucultura.
1.4 Recomendação de trabalhos futuros
Uma proposta para trabalho futuro e complementar a este seria um projeto
do Governo do Estado do Piauí, que contemplasse a agroindústria do caju, com a
aquisição de mudas, de calcário, máquinas de corte, tratores para os tratos
culturais e assistência técnica. Diante dos resultados encontrados pode-se
constatar que o cultivo do cajueiro é considerado a principal fonte de renda dos
produtores, na época da safra. Diante dos relatos dos agentes entrevistados a
cajucultura continua sendo uma das culturas mais importantes da economia local.
Nos últimos 10 anos o caju teve um grande impulso na sua produção, mas o
65
pequeno produtor não tem incentivo por meio de financiamento governamental
para produzir. O produtor não pode financiar como pessoa física e só pode pedir
um empréstimo por meio da cooperativa, ou seja, ele tem que ter uma assistência
técnica.
Nos últimos anos houve uma perda muito grande de área plantada: em
2006, o Piauí totalizava 176.000 hectares, hoje já se perdeu mais ou menos 52%
da área em função da seca. Para retomar o que foi perdido demorará vários
anos. Se não houver uma ação do governo em recuperar as áreas perdidas e
dar mais apoio, sobretudo na questão da assistência técnica, pode comprometer
toda a atividade e seria um desastre econômico para o Piauí.
Além disso, sugerem-se, também, estudos que abordem as dificuldades no
processo de tecnologias e inovações para o setor produtivo e o mercado.
66
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YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre (RS): Bookman, 2010.
71
APÊNDICE
72
ENTREVISTAS
Prezado (a) Sr. (a)
Estou concluindo curso no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Produção Mestrado Interinstitucional da Universidade Paulista –UNIP, venho por meio
deste, solicitar a V.Sa. a autorização para a realização de uma pesquisa para a conclusão da
dissertação. A intenção é estudar a cadeia produtiva do caju, identificar sua importância
social e econômica, os principais produtos, atores e entraves enfrentados, visando
contribuir com propostas de melhorias para umas das principais atividades econômicas do
estado do Piauí.
Uma das etapas do estudo consiste na coleta de dados junto aos gestores
responsáveis pela cajucultura no estado do Piauí.
Grata,
Karmem Werusca Fortes de Araújo
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APÊNDICE A - ROTEIRO DA PESQUISA NA EMPRESA PROCESSADORA DE
CASTANHA
ROTEIRO DA ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA
1) Qual o nome da empresa?
2) Quando ela foi inaugurada?
3) Quantas empresas o grupo possui?
4) Os senhores têm produção própria?
5) Quais os custos desta produção?
6) Caso não tenha produção própria, quais os principais fornecedores?
7) Quantos empregos diretos e indiretos são gerados com a produção de caju?
8) Em relação ao processo produtivo, quais os investimentos em máquinas e equipamentos?
9) Quais os principais produtos produzidos pela empresa?
10) Quais os seus clientes potenciais?
11) A produção é somente interna ou exporta também?
12) Quais os principais consumidores?
13) Como ocorre o relacionamento com os compradores dos seus produtos?
14) O processo de industrialização obedece aos critérios de qualidade exigido pela norma ISO
9000?
15) A empresa possui certificação de qualidade?
16) Existe dificuldade de aquisição de mão de obra qualificada?
17) Como se dá o apoio do governo para sua atividade econômica? Quais são os incentivos que
os governos federais ou estaduais oferecem?
18) Quais as principais dificuldades enfrentadas e que impactam na sustentabilidade deste
negócio?
19) Quanto à logística, quais são as principais dificuldades de distribuição e transporte destes
produtos?
20) Possui frota própria? Quantos carros?
21) Já sofreu algum prejuízo em relação ao processo de distribuição destes produtos?
22) O grupo já sofreu avarias?
23) Qual é o custo médio do processo de distribuição?
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APÊNDICE B - ROTEIRO DA ENTREVISTA COM PRESIDENTE DA
COOPERATIVA DE CAJUINA – CAJUESPI
ROTEIRO DA ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA
1) Qual a importância social e econômica da cajuína na agricultura familiar?
2) Quantos empregos diretos e indiretos se têm para cada produção de cajuína?
3) Qual a produção de 2015 e as perspectivas para 2016?
4) Houve perda de produção de 2014 para 2015? De quanto foi essa perda?
5) Quais os indicadores que podemos citar para que os pequenos produtores só produzam na
época do caju?
6) O que fazer para estimular o pequeno produtor a produzir cajuína que dê para suprir sua
necessidade financeira?
7) O governo incentiva o pequeno produtor na produção da cajuína?
8) Com relação ao cadastro no Ministério da Fazenda, qual a exigência necessária para se
cadastrar? E porque poucos se cadastram?
9) Quais os custos e lucros que se tem com a produção da cajuína? Quais os incentivos que o
pequeno produtor tem de órgãos como Sebrae e Embrapa, com relação ao processo produtivo da
cajuína?
10) O pequeno produtor tem estrutura e motivação para fabricar cajuína?
11) Quais os maiores problemas enfrentados pelos produtores de cajuína?
12) Quantos produtos temos atualmente, com relação ao caju?
13) A cajuína é vendida em outros estados? Quais?
14) Como é feito o processo logístico?
15) Ela é exportada?
16) Ela tem uma lucratividade anual de quanto?
17) Porque tem tanta perda de cajueiro? Qual a causa?
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APÊNDICE C: ROTEIRO DA ENTREVISTA COM REPRESENTANTE DA
COOPERATIVA DA CAJUCULTURA – COCAJUPI
ROTEIRO DA ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA
1) Quando e como surgiu a ideia da cooperativa?
2) Como funciona a cooperativa?
3) Quantos cooperados a Cocajupi possui atualmente?
4) Desde a implantação da cooperativa teve alguma melhoria econômica e social para o pequeno
produtor?
5) Quais os projetos elaborados pela cooperativa, para a melhoria da cajucultura no estado?
6) A cooperativa tem algum incentivo do governo?
7) Como é feito o processo logístico da cajucultura?
8) Fale um pouco do programa “Viva Semiárido”.
9) Quais os objetivos do programa?
10) Quais as expectativas proporcionadas pelo programa na melhoria do pequeno agricultor?
11) O Sebrae proporciona cursos de capacitação para o pequeno agricultor? Quais? Qual a
visão do pequeno agricultor com relação aos cursos oferecidos?
12) Como ocorre a participação dos pequenos produtores nestes cursos?
13) Teve melhoria com relação às perspectivas do pequeno produtor depois dos cursos
ofertados?
14) Existe um mapeamento da cadeia produtiva do caju no estado?
15) Qual a produção média de caju no estado, nos últimos anos?
16) Qual a importância social e econômica da cajucultura para o estado?
17) Qual a geração de emprego e renda da atividade?
18) Qual o papel do pequeno produtor na produção do caju no estado?
19) Quais os cursos oferecidos pela Embrapa para esse pequeno produtor? E as perspectivas
futuras?
20) O pequeno produtor de caju recebe incentivo do governo? Se sim, quais os incentivos?
21) Quais os produtos do caju são mais comercializados no estado?
22) Como é feito o processo logístico da cajucultura?
23) Os produtos do caju são vendidos para outros estados ou países? Quais?
24) O pequeno produtor tem como se manter durante todo o ano somente com a cajucultura?
25) Quais os problemas enfrentados por esses produtores? Quais alternativas de melhoria?
26) Quanto tem crescido o agronegócio do caju no estado?
27) Poderia fornecer informações que possibilite mapear a cadeia?
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APÊNDICE D - ROTEIRO DA ENTREVISTA COM REPRESENTANTE DO
SEBRAE
ROTEIRO DA ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA
1) Quais são os principais produtos agrícolas produzidos no estado do Piauí? O Sebrae
desenvolve pesquisas em relação a todos estes produtos?
2) Qual a importância desses produtos com relação ao caju? O caju tem sido o principal produto
do estado?
3) Existe um mapeamento da cadeia produtiva do caju no estado? O Sebrae realizou estudos
nesse sentido?
4) Qual a produção média do estado do caju nos últimos anos no estado? Existem bases de
dados realizadas pelo Sebrae?
5) Qual a importância social e econômica da cajucultura para o estado?
6) Qual a geração de emprego e renda da atividade?
7) Qual o papel do pequeno produtor na produção do caju no estado?
8) Quais os cursos oferecidos pelo Sebrae para esse pequeno produtor? E as perspectivas
futuras?
9) O pequeno produtor de caju recebe incentivo do governo? Se sim, quais os incentivos?
10) Quais os produtos do caju que são mais comercializados no estado?
11) Como é feito o processo logístico da cajucultura?
12) Os produtos do caju são vendidos para outros estados ou países? Quais?
13) O pequeno produtor tem como se manter durante todo o ano somente com a cajucultura?
14) Quais os problemas enfrentados por esses produtores? Quais alternativas de melhoria?
15) Quanto tem crescido o agronegócio do caju no estado?
16) Poderia fornecer informações que possibilite mapear a cadeia?
17) Poderia sugerir nomes de instituições que possibilitem coletar informações sobre a produção
de caju?
18) O Sebrae tem algum projeto atualmente para melhoria da produtividade e qualidade dos
pomares de caju?
19) Qual o objetivo deste projeto?
20) O Sebrae possui parceria para a realização de seus projetos? Quais?
21) Quais os cursos de capacitação oferecidos pelo Sebrae?
22) O pequeno produtor participa dos cursos? Tem melhoria de produção e de plantação e
cuidados feitos pelo pequeno produtor depois destes cursos?
23) Qual o incentivo que o Sebrae transmite ao pequeno produtor com relação à importância
destes cursos?
24) Qual o relacionamento Sebrae e Cocajupi?
25) O Sebrae ajuda (incentiva) as cooperativas para inovação de novos produtos para a garantia
da rentabilidade dos produtores no período da entressafra e da seca?
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26) O caju no Piauí é bem aproveitado, ou seja, se aproveita o fruto em todas as etapas de
sua cadeia produtiva?
27) Quantos produtores familiares o Sebrae beneficia anualmente com ofertas alternativas de
produção, ou melhor, de aproveitamento do caju, com a estiagem, sem perdas lucrativas.
28) O Sebrae possui alguma proposta para solucionar os setores econômicos e sociais
prioritários do estado no perímetro da seca?
29) Cite alguns programas do governo que estão dando certo, ou que ainda serão
implantados.
30) Qual a sua opinião pessoal sobre a cajucultura do Estado? Pode ser melhorado com mais
incentivos do governo? Ou o governo já dá o incentivo necessário?
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APÊNDICE E: ROTEIRO DA ENTREVISTA NA FAZENDA PLANALTO
ROTEIRO DA ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA
1) Quando, como e porque surgiu a ideia da instalação de uma indústria de beneficiamento de
castanha de caju?
2) O título de maior produtor mundial dessa lavoura no mundo surgiu como?
3) Possui propriedades somente no Piauí? Quantos hectares de terra possuem atualmente?
4) Quantos pés plantados tem atualmente?
5) Há quantos anos está no mercado?
6) Porque que a fazenda escolheu o caju como produto principal?
7) Existe um mapeamento da cadeia produtiva do caju nos últimos anos?
8) Qual a produção média de caju nos últimos anos?
9) Qual a importância social e econômica da cajucultura para o estado?
10) Qual a geração de emprego e renda da atividade?
11) Quantos empregados com carteira assinada a fazenda tem atualmente?
12) Qual o papel do pequeno produtor na produção do caju?
13) Existem trabalhadores (pequeno produtor) que só trabalham na época da colheita? Quantos
empregos indiretos o senhor tem na época da safra? O que acontece com esse pequeno produtor
após a colheita?
14) Como funciona a produção e comercialização de caju? A colheita é feita somente no período
da safra?
15) Como é feito o processo logístico da cajucultura?
16) Quais os produtos do caju que são mais comercializados no estado?
17) Os produtos gerados pelo caju são vendidos para outros estados ou países? Quais?
18) Na comparação da produção de 2014 e 2015 houve crescimento? Quais as perspectivas para
2016?
19) Possuem alguma parceria? Embrapa? Sebrae?
20) O Sebrae proporciona cursos de capacitação para o pequeno agricultor? Quais? Qual a visão
do pequeno agricultor com relação aos cursos oferecidos?
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21) Como ocorre a participação dos pequenos produtores nestes cursos?
22) Teve melhoria com relação às perspectivas do pequeno produtor depois dos cursos
realizados?
23) Quais os cursos oferecidos pela Embrapa para o pequeno produtor? E as perspectivas
futuras?
24) Qual o rendimento médio anual da venda dos produtos?
25) Na época da seca, quais os procedimentos adotados para se ter uma boa safra?
26) Incentivos do governo? Isenção de impostos?
27) Como é feito o processo logístico da cajucultura?
28) O pequeno produtor tem como se manter durante todo o ano somente com a cajucultura?
29) Quais os problemas enfrentados por esses produtores? Quais alternativas de melhoria?
30) Quanto tem crescido o agronegócio do caju no estado?
31) É estipulado uma cota de produção por funcionário?
32) Como é feita o armazenamento da castanha?
33) Quantas toneladas de castanha são produzidas em média anualmente?
34) A fazenda tem indústria para fazer o processamento da castanha? Quantas toneladas por
dia são processadas?
35) Qual a porcentagem da produção de castanha de caju é exportada? Quais os países que se
beneficiam?
36) Quais os outros produtos que a fazenda produz?
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