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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A Política de Saúde da Região Litoranea de Araruama
Por: Iara Correa Alberto
Orientador
Prof. William Rocha
Rio de Janeiro
2015
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
3
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A Politica de Saúde da Região Litorânea de Araruama
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Mediação de Conflitos com
Ênfase em Familia.
Por: Iara Correa Alberto
4
AGRADECIMENTOS
A Deus que me sustentou até aqui pois
sem ele nada seria possível e nenhuma
conquista seria válida sem a aprovação
divina.
5
DEDICATÓRIA
Aos meus pacientes e amigos da Região
Litorânea de Araruama, pois é por eles
que me dedico cada vez mais todos os
dias.
6
RESUMO
Esta pesquisa tem como objetivo apresentar a Política de Saúde da Região
Litorânea de Araruama, a Evolução do Sistema Único de Saúde, a Atuação do
Assistente Social frente a Política de Saúde Atual.
Ela será desenvolvida em Três Capítulos onde deveremos ver a trajetória
da evolução da saúde até os dias atuais e de que forma esse sistema de
saúde interfere na atuação do Assistente Social e na vida do cotidiano dos
usuários que necessitam de atendimento na área da saúde da Região
Litorânea de Araruama.
7
METODOLOGIA
Esta pesquisa adotou um cunho metodológico de natureza aplicada com
abordagem qualitativa, cujo objetivo foi utilizar a forma descritiva. Ela se
preocupou com as ciências sociais e com o nível da realidade, que não pode
ser quantificada.
A pesquisa qualitativa trabalha o universo de significados, motivos,
aspirações, crenças, valores, atitudes, que correspondem a questões muito
particulares, onde há um espaço profundo entre as relações dos processos e
fenômenos, que não podem ser reduzidos a operacionalização de variáveis.
Desta forma, consideramos que o fenômeno ou processo foi entendido nas
suas determinações e transformações dadas pelo sujeito. Compreende uma
relação intrínseca de oposição e complementariedade entre o mundo natural e
social, e entre o pensamento e a base material. Advoga também a
necessidade de se trabalhar com a complexidade, a especificidade e com as
diferenciações dos problemas e/ou “objetos sociais” apresentam.
Segundo Minayo (1994), “a metodologia é o caminho do pensamento e a
prática exercida na abordagem da realidade”. A escolha da pesquisa
qualitativa justifica-se por pretendermos valorizar as abordagens encontradas e
descrevermos suas características.
De acordo com Gil (2002) a pesquisa descritiva tem como objetivo principal
as características de determinadas populações, fenômenos ou
estabelecimento de relações de variáveis.
Ainda, conforme Gil (2002), a pesquisa de revisão bibliográficas ou de
fontes secundárias, abrange todas as referências já publicadas em relação ao
tema de estudo desde simples publicações, artigos, análises, folhetins,
revistas, livros, pesquisas e teses.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Saúde 09
CAPÍTULO II - A Politíca de Saúde Atual 22
CAPÍTULO III – A Atuação do Assistente Social Frente a Politíca de Saúde
Atual 33
CONCLUSÃO 4O
BIBLIOGRAFIA CITADA 41
BIBLIOGRAFIA CIONSULTADA 46
ÍNDICE 47
FOLHA DE AVALIAÇÃO 48
9
INTRODUÇÃO
Segundo Boa Ventura de Souza Santos “Direitos iguais quando a diferença
diferencia inferioriza e o direito de ser diferente quando igualdade
descaracteriza”.
Esta pesquisa tem como objetivo apresentar a Política de Saúde da Região
Litorânea de Araruama, onde a saúde e doença serão conceituadas no seu
sentido amplo, a trajetória da evolução do Sistema Único de Saúde e de que
forma esta Política de Saúde interfere na atuação do Assistente Social diante
das demandas a ele apresentadas no se afazer profissional.
A Saúde deve ser entendida em seu sentido amplo como qualidade de vida
“um bem comum, um direito social a todos onde possa ser assegurado o
exercício e a prática deste direito, a saúde, envolvendo promoção e proteção
da saúde através de diagnósticos, tratamentos e reabilitação de doenças”.
Afirma Organização Mundial de Saúde (1947) a concepção de saúde com
ampla divulgação de conhecimento, definindo-a como “...é o estado de
completo bem-estar físico, mental e social e não apenas ausência de doença
ou enfermidades”. Ou seja, considerar esse bem e direito como componente e
exercício da cidadania, compreensão esta, que é um referencial de um valor
básico a ser assimilado pelo poder público par balizamento e orientação de
sua conduta, decisões, estratégias e ações, onde a redução das
desigualdades sociais “injustas” e as iniquidades, possibilitando intervenções
diferentes e busca de igualdades.
Apresentaremos a posição do Assistente Social frente as Políticas
Sociais e a contribuição dos profissionais para a criação de mecanismos que
venham a desburocratiza a relação com os usuários, orientar esses indivíduos
para fins de acesso a esses benefícios, comprometidos em favor da equidade
e justiça social.
10
CAPÍTULO I
O CONCEITO DE SAÚDE
Seção II - Da Saúde
Art. 196 – A saúde é direto de todos e dever do Estado
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção,
proteção e recuperação.
I.1. Conceito de Saúde e Doença
O Conceito de Saúde reflete a conjuntura social, econômica, política
e cultural. Ou; saúde não representa a mesma coisa para todas as pessoas.
Dependerá da época, do lugar, da classe social. Dependerá de valores
individuais, dependerá de concepções científicas, religiosas, filosóficas. O
mesmo, aliás, pode ser dito da doença. Aquilo que é considerado doença
varia muito.
Real ou imaginária a doença, e, sobretudo as doenças transmissíveis,
são um antigo acompanhante da espécie humana, como o revelam pesquisas
paleontológicas. Assim, múmias egípcias apresentavam sinais de
doenças(exemplo: a varíola do faraó Ramsés). Não é de admirar que desde
muito cedo, a humanidade se tenha empenhado em enfrentar essa ameaça, e
desde várias formas, baseadas em diferentes conceitos do que venha ser
doença (e a saúde).
Assim, a concepção mágico-religiosa partia, e parte, do princípio de
que a doença resulta da ação de forças alheias ao organismo que neste se
11
introduzem por causa do pecado ou de maldição. Para os antigos hebreus, a
doença não era necessariamente devida a ação de demônios, ou de maus
espíritos, mas representava, de qualquer modo, um sinal da cólera divina
diante dos pecados humanos. Deus é também o grande Médico: “Eu sou o
Senhor, e saúde que trago (Êxodo 15,26); de Deus vem toda cura”
(Eclesiastes, 38.1-9).
A doença era sinal de desobediência ao mandamento divino. A
enfermidade proclamava o pecado, quase sempre de forma visível, como no
caso da lepra. Trata-se de doença contagiosa, que sugere portanto, contato
entre corpos humanos, contato que pode ter evidentes conotações
pecaminosas
O Levítico detém-se longamente na maneira de diagnosticar a lepra;
mas não faz uma abordagem similar para o tratamento, pois na época não
havia tratamento disponível e era considerada um pecado.
Na cultura Xamã, o feiticeiro tribal que se encarregava de expulsar,
mediante rituais, os maus espíritos que se tinham apoderado da pessoa,
causando doença.
O objetivo é reintegrar o doente ao universo total, do qual ele é parte.
Esse universo total não é algo inerte: ele vive e fala; é um macro corpo, do
qual o sol e a lua são os olhos; o vento a respiração; as pedras os ossos
(homologação antropocósmica). A união do microcosmo, que é o corpo com o
macrocosmo, faz-se por meio do ritual.
O conceito de saúde entre os índios Sarrumá por causa de conduta
imprudente: se alguém come um animal tabu, o espírito desse animal vinga-se
provocando a morte.
A tarefa do Xamã é convocar os espíritos capazes de erradicar o mal.
Para isso ele passa por um tratamento longo e rigoroso, com
prolongadas abstinências sexual e alimentar; nesse período aprende as
canções xamanísticas e utiliza plantas com substâncias alucinógenas que são
chamarizes para os espíritos capazes de combater a doença.
12
A medicina grega representa uma importante inflexão na maneira de
encarar a doença. É verdade que na mitologia grega várias divindades
estavam vinculadas à saúde. Os gregos cultuavam, além da divindade da
medicina, Asclepius ou Aesculapius (que é mencionado como figura histórica
na Ilíada) duas outras deusas, Higieia, a Saúde, Panaceia, a cura. Orar,
Higieia, era uma das manifestações de Athena, a deusa da razão, e o seu
culto, como sugere o nome, representava a valorização das práticas higiênicas;
e se Panaceia representa a ideia de que tudo pode ser curado – uma crença
basicamente mágica ou religiosa – deve-se notar que cura, para os gregos, era
obtida pelo uso de plantas e de métodos naturais, e não apenas por
procedimentos ritualísticos.
Essa visão religiosa antecipa a entrada em cena de um importante
personagem: o pai da Medicina, Hipócrates de Cós (460-377ac). Pouco se
sabe sobre a sua vida; poderia ser uma figura imaginária, como tantas na
antiguidade, mas há referência a sua existência em textos de Platão, Sócrates
e Aristóteles. Os vários escritos que lhe são atribuídos, e que formam o
Corpus Hipocrático, provavelmente foi o trabalho de várias pessoas, talvez em
um longo período de tempo. O importante é que tais escritos traduzem uma
visão racional da Medicina, bem diferente da concepção mágicoreligiosa antes
descrita. O texto intitulado “A doença sagrada”, começa com a seguinte
afirmação: A doença chamada sagrada não é, em minha opinião, mais divina
ou mais sagrada que qualquer outra doença; tem uma causa natural e sua
origem supostamente divina reflete a ignorância humana.
Hipócrates postulou a existência de quatro fluidos (humores)
principais do corpo: bile amarela, bile negra, fleuma e sangue. Desta forma, a
saúde era baseada no equilíbrio desses elementos. Ele via o homem como
unidade organizada e entendia a doença como uma desorganização desse
estado. A obra hipocrática caracterizavase pela valorização da observação
empírica, como o demonstram os casos clínicos nela registrados, reveladores
de uma visão epidemiológica do problema de saúde-enfermidade.
13
Galeno (129199) revisitou a teoria humoral e ressaltou a importância
dos quatro temperamentos no estado de saúde. Via a causa da doença como
endógena, ou seja, estaria dentro do próprio homem, em sua constituição
física ou em hábitos de vida que levassem ao desequilíbrio. No Oriente, as
concepções de saúde e doença, seguia, e segue um rumo diferente, mas de
certa forma análogo ao da concepção hipocrática. Falase de forças vitais que
existem no corpo quando: funcionam de forma harmoniosa, há saúde; caso
contrário, sobrevém a doença. As medidas terapêuticas (acupuntura, ioga)
têm por objetivo restaurar o fluxo normal de energia (“chi”, na China; “prana” na
Índia). Na Idade Média européia, a influência da religião cristã manteve a
concepção da doença como resultado do pecado e a cura como questão de fé;
o cuidado de doentes estava, em boa parte, entregue a ordens religiosas, que
administravam inclusive o hospital, instituição que o cristianismo desenvolveu
muito, não como um lugar de cura, mas de abrigo e de conforto para os
doentes.
Mas, ao mesmo tempo, as idéias hipocráticas se mantinham, através
da temperança no comer e no beber, na contenção sexual e no controle das
paixões.
Procuravase evitar o: "contra naturam vivere" viver contra a natureza.
O advento da modernidade mudara essa concepção religiosa.
Segundo o suíço Paracelso (14931541) A doença era provocada por
agentes externos ao organismo. Naquela época, e no rastro da alquimia, a
química começava a se desenvolver e influenciava a Medicina. Segundo
Paracelso, se os processos que ocorrem no corpo humano são químicos, os
melhores remédios para expulsar a doença seriam também químicos, e
passou então a administrar aos doentes pequenas doses de minerais e metais.
Segundo a concepção de Renê Descartes que postulava um
dualismo mente-corpo,o corpo funcionando como máquina. Ao mesmo
tempo,o desenvolvimento da anatomia, também consequência da
modernidade, afastou a concepção humoral da doença que passou a ser
localizada nos órgãos. No famoso conceito de François Xavier Bichat (1771-
14
1802), saúde seria o silêncio dos órgão. Afirma Pascal que a enfermidade é
um caminho para o entendimento do que é a vida, para a aceitação da morte,
principalmente de Deus. O conceito de saúde segundo John Snow (18131858)
enquadrava o conceito de doença como num contexto de contabilidade da
doença. Se a saúde do corpo individual podia ser expressa por números, os
sinais vitais, o mesmo deveria acontecer com a saúde do corpo social: ela
teria seus indicadores, resultados desse olhar contábil sobre a população e
expresso em uma ciência que então começava a emergir, a estatística. O
conceito da OMS (Organização Mundial de Saúde), divulgado na carta de
princípios de 7 de abril de 1948, considerado o Dia Mundial da Saúde
conceituou a saúde como: “Saúde é o estado do mais completo bem–estar
físico, mental e social e não apenas a ausência de enfermidades”, gozar do
melhor estado de saúde que é possível.
Citamos algumas declarações importantes em saúde:
A de Adelaide (Austrália, 1988), a de Sundsvall (Suécia,1991), a de
Bogotá (Colômbia, 1992), a de Jacarta (1997), a do México (2000), a de
Bangkok (2002).
Chistopher Boorse (1977) afirma que Saúde é a ausência de doença.
A classificação dos seres humanos como saudáveis ou doentes seria
uma questão objetiva, relacionada ao grau das funções biológicas sem juízo de
valor.
Em todos os documentos mencionados, tem como desafio a
orientação do serviço de saúde, mais uma crescente conscientização dos
tomadores de decisão, bem como os responsáveis pelos cuidados da saúde,
como: prestadoras de serviço, políticos, associações filantrópicas do terceiro
setor, ONGS, Políticas Públicas e todos os segmentos da sociedade.
Nós Assistentes Sociais; desempenhamos um papel fundamental
como cuidadores, educadores, mobilizadores intelectuais orgânico e
promotores de saúde, enfim, somos peças chave na geração de uma nova
cultura de saúde, caracterizada pela humanização e integralização de ações,
15
para o tão sonhado caminho para a realização de uma política de saúde justa
e igualitária.
Ainda não entendemos de que forma podemos desenvolver a nossa
ação como metodologia de trabalho, independente de qual seja o nosso local
de inserção.
Penso que esses sejam os nossos grandes desafios; compreender o
nosso papel de educadores e a ação pedagógica profissional na Assistência
Social e nos demais espaços ocupacionais .
Nós; assistentes sociais, estamos, inseridos no caos e, por
vezes,somos levados a achar que a responsabilidade é nossa ou que o caos
por conta da corrupção e dos ? ?maus ? ? governos.
Perdemos o foco, deixamos de enxergar que o sistema é feito dessa
forma, que as políticas pobres para os pobres; são construídas
propositalmente por um sistema desigual e que explora o trabalhador.
Esta emergência per se justificaria a iniciativa de parcerias entre
governo e sociedade. Porém a cooperação tem um componente ético sem
supressão que é o reconhecimento do outro como sujeito de direitos, como
alguém pertencente ? ?a uma sociedade de semelhantes” (Castel,2005). Este
reconhecimento do outro como semelhante, enquanto sujeito de direitos, é
uma condição essencial para o processo de desnaturação das desigualdades
sociais e da pobreza.
O tempo todo somos levados a dar respostas ao imediato, no
cotidiano do nosso afazer profissional, fica cada vez mais restrito as demandas
apresentadas; precisamos buscar estratégias que não passam por nossa
responsabilidade de nós como profissionais para resolver os problemas devido
a transformação da Política de Saúde atual, mas temos que enxergar o nosso
usuário de outra forma, como sujeitos de um processo de organização social
que depende da organização da classe trabalhadora. Nossa ação pode ser
propulsora e formadora.
A nossa prática e nossa atuação profissional voltada para o
fortalecimento e a mobilização dos sujeitos sociais na cobrança das propostas
16
assumidas pelo governo, na construção de um modelo de desenvolvimento
necessário para o enfrentamento nas soluções de uma Política de Saúde justa
e igualitária. É o que veremos no capitulo a seguir onde na Constituição de
1988 encontramse aparatos que garantem a disseminação da demanda
participativa. Nela foram confirmados alguns dos anseios e dos projetos das
forças sociais que durante o momento constituinte, puseram na pauta e
inauguraram uma intensa disputa pela inadiável participação na socialização
da política, .isto é, o compartilhamento do poder estatal com as organizações
da sociedade civil. Essas demandas expressavam o compromisso com a
continuidade do processo de construção democrática da sociedade brasileira.
I.2. A Política de Saúde Preconizada
Segundo a Organização Mundial da Saúde (1947) o conceito de saúde com
ampla divulgação e conhecimento em nossa área, a saúde é definida como: “É
o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas ausência
de doenças ou enfermidades”. A Constituição de 1988 é bem clara, todos os
cidadãos têm os direitos civis para com a liberdade, pessoal de expressão,
religião e movimentação, direito político com o eleitorado, de associação, e de
direitos sociais, referentes às condições de saúde, educação, trabalho,
condições de vida e de assistência em situação de risco social, mas para isso
aconteça tem sido indispensável à participação social e a participação ativa
dos cidadãos, conforme Barcelos (2004:151), “fez uma clara opção pela
dignidade da pessoa humana como fundamento do Estado brasileiro e de sua
atuação”. Ela representa um marco na luta por direitos no Brasil. Com tudo,
as práticas de negação de direitos para a maioria do povo brasileiro não se
encerrou com a promulgação do texto constitucional. Muitas das formas como
se constituiu os direitos no Brasil ainda se fazem presentes, como o favor e a
visão do acesso a bens e serviços como doação, benesses do Estado ou dos
governantes. Aliás é a mesma Constituição de 1988; que estabelece como
17
princípio estruturada a participação da comunidade no planejamento e na
avaliação da saúde.
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Brasileira de
1988 para que a população do país tenha acesso ao atendimento público de
saúde.
Nessa perspectiva, na formação do referido sistema de saúde foram
estabelecidos princípios e diretrizes que norteiam a universalidade, equidade e
integridade. No tocante as diretrizes, podemos citar o controle social, a
descentralização, a hierarquização, a regionalização e a territorialização.
O princípio de universalidade significa que saúde é um direito de todos, e
cabe ao Estado garantir esse direito aos brasileiros, o segundo, é um princípio
de justiça social e trata do aspecto onde todos devam ter igual oportunidade de
acesso ao sistema de saúde neste país, e o seu teor se refere a um
atendimento integral que contemple as necessidades da população, incluindo
tanto meios curativos quanto os preventivos, como também uma atenção à
saúde individual e à coletiva.
O SUS foi criado, com o objetivo de oferecer atendimento igualitário, cuidar
e promover saúde à toda a população. O sistema constitui um projeto social
único que se materializa por meio de ações de promoção, prevenção e
assistência à saúde dos brasileiros (Ministério da Saúde). Esse Sistema
Único, é composto por centros de saúde, postos de saúde, hospitais incluindo
os universitários, laboratórios, hemocentros, serviços de vigilância sanitária,
epidemiologia, vigilância ambiental, fundações e institutos de pesquisas.
Devemos então exigir melhor qualidade no planejamento em relação à
distribuição de recursos públicos na área de saúde; ou seja, os recursos
específicos e como isso avança no sentido da qualidade, no atendimento e
serviços de saúde à população, pois como afirma Paine (2005 p 70): (...) “a
produção de conhecimentos e a cooperação técnica em política pública,
planificação e gestão podem fazer a diferença no processo de promoção...”.
Nesta perspectiva, ganha importância à ideia de indivisibilidade dos direitos
presentes na Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada em
18
1948. A referida declaração trata de direitos humanos, civis, políticos,
econômicos, sociais e culturais sem fazer distinção entre eles em termos de
geração de direitos. Esta compreensão de direitos humanos vem sendo cada
vez mais retomada e um exemplo disso, conforme Ortiz (2004:143) é a
Declaração de Viena de 1993.
A Conferência de Viena (1993) em sua Declaração reconheceu a
interdependência entre os direitos humanos, afirmando que: ? ? Todos os
direitos humanos têm caráter universal, são interdependentes e indivisíveis, o
que significa que o não respeito a um direito, compromete os esforços relativos
aos outros. ? ?
Além disso, também considerou a pobreza e a exclusão social como
violações da dignidade humana, conforme é explicado na afirmação a seguir:
“A Conferência Mundial sobre Direitos Humanos afirma que a pobreza extrema
e a exclusão social constituem uma violação da dignidade humana e que
devem ser tomadas medidas urgentes para se ter um conhecimento maior
sobre o problema da pobreza extrema e suas causas, particularmente aquelas
relacionadas ao problema de desenvolvimento, visando promover os direitos
humanos das camadas mais desfavorecidas, por fim a pobreza extrema e a
exclusão social e promover uma melhor distribuição dos frutos do progresso
social.
“É essencial que as Nações estimulem a participação das camadas mais
pobres nas decisões adotadas em relação a suas comunidades, a promoção
dos direitos humanos e aos esforços para combater a pobreza extrema.”
(Conferência... 1993).
Diante das questões apresentadas a pobreza é resultante da não satisfação
de direitos fundamentais, como alimentação, saúde e educação, sendo
também: “A principal causa da negação dos direitos humanos porque ela
transgride os direitos fundamentais.” (Ortiz, 2004:144)
A questão da saúde preconizada e a de direitos em algumas áreas foram
possíveis de conquistar com uma legislação avançada, ela, porém, não se
efetivou no cotidiano dos seus destinatários. Algumas áreas ainda não
19
conseguiram se traduzir na efetivação dos direitos para esta parcela da
população brasileira, sobretudo aos mais pobres, em decorrência de Políticas
Públicas que assegurem direitos a estes cidadãos. Assim, defender a
Constituição Federal de 1988 é uma tarefa ética e política inadiável. Colocála
em pratica é uma estratégia fundamental; pois é através dela que o profissional
de Serviço Social acompanhando as transformações da sociedade brasileira, a
sentiu necessidade de uma nova regulamentação: a lei 8662/93. Ainda em
1993 o Serviço Social instituiu um novo Código de Ética expressando o projeto
profissional contemporâneo comprometido com a democracia e com acesso
universal aos direitos social, civil e político. A prática profissional do assistente
social também é orientada pelos princípios de direitos firmados na Constituição
de 1988 e na legislação complementar referente às políticas sociais e aos
direitos da população, no sentido de agilizar e melhorar a qualidade dos
serviços prestados, proporcionando aos mesmos, equidade, justiça social que
assegure universalidade de acesso aos bens e serviço.
A Constituição preconiza que
Seção 2 :
Da Saúde :
Art.196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
políticas e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário as ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação.
Art.197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao
Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação,
fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através
de terceiros e também por pessoa física ou jurídica de direito privado.
Art.199. A assistência à saúde é de livre iniciativa.
§1. As instituições privadas poderão participar de forma complementar do
sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito
20
público ou convenio, tendo preferências entidades filantrópicas e sem fins
lucrativos. A Constituição Federal Preconiza que:
Seção 3
Da previdência social :
Art.201. A Previdência Social será organizada sob a forma de regime geral, de
caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atendera, nos termos da lei a:
1 Cobertura dos eventos da doença, invalidez, morte e idade avançada.
2 Proteção à maternidade, especialmente à gestante.
Seção 4
Da Assistência Social:
Art.203. A assistência será prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuição a seguridade social, e tem por objetivos:
1 A proteção à família, a maternidade. a infância, a adolescência e a velhice
Art.204. As ações governamentais na área da assistência social serão
realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previsto no artigo
195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:
2- Descentralização políticoadministrativa, cabendo a coordenação e as
normas gerais a esfera federal e a Coordenação e a execução dos respectivos
programas as esferas estaduais e municipais, bem como as entidades
beneficentes e de Assistência Social.
A Constituição Federal preconiza que:
SEÇÃO 1
21
Da Educação
Art.205. A educação, direito de todos, dever do estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
Art.206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
1 Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
2 Liberdade de apreender, ensinar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
A Constituição Federal preconiza que
1.2 A Política de Saúde Preconizada
Seção 2
Da Cultura
Art.215. O Estado garantira a todos o pleno exercício dos direitos culturais e
acesso as fontes da cultura nacional, apoiara e incentivara a valorização e a
difusão das manifestações culturais.
A Constituição Federal preconiza que:
Do Meio Ambiente
Art.225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
como o uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondose
22
ao Poder Público e a coletividade o dever de defendêlo e preserválo para as
presentes e futuras gerações.
A Constituição Federal preconiza que:
Da família, da criança, do adolescente e o idoso.
Art.226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§8. O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos
que aintegram, criando mecanismo para cobrir a violência no âmbito de suas
relações.
Art.227 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, á saúde, á alimentação,
á educação, lazer, profissionalização, cultura, dignidade, respeito, liberdade
convivência familiar e comunitária, além de colocálos a salvo de toda forma de
negligencia, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Pensar em direitos na contemporaneidade remete à discussão dos direitos
humanos, econômicos, sociais, culturais, ambientais, civis e políticos, além dos
“novos direitos”, como os relativos às questões ambientais, de gênero, etnia, e
de geração (criança e adolescentes, terceira idade, juventude).
Nesta pesquisa o foco é a preocupação com a política de saúde da Região
Litorânea de Araruama.
O trabalho desenvolvido pelo Assistente Social à frente das Políticas de
Saúde Atual, para viabilizar uma forma de desenvolver nossa ação profissional
para a garantia de alguns direitos e em alguns casos para garantia da própria
existência do sujeito e a qualidade dos serviços prestados do Sus.
Onde podemos observar diante das questões abordadas a concepção de
Décio (2003:11), a classificação de Marshall em direitos civis, políticos e
sociais ”equivale na prática a um quadro de indicadores concretos de
23
cidadania”. Tratase de uma classificação que se estabelece “segundo o
critério, mais implícito que explicito, das esferas da vida social onde o Estado
reconhece prerrogativas a todos os indivíduos: na esfera da produção, do
trabalho, a esfera da atividade política e a esfera do consumo”.
Contudo, apesar da importância dessa contribuição de Marshall, inúmeros
autores apontam limites nesta abordagem da questão da cidadania. É o que veremos no próximo capitulo; pois a sociedade neste período
passou por várias transformações e a Política de Saúde apresenta novas
ações face às novas necessidades sociais. Como afirma Iamamoto, é necessário aprender as demandas potenciais
gestadas historicamente; contribuindo assim para recriar o perfil profissional
dos assistentes sociais, indicando e antecipando perspectivas ao nível da
elaboração teórica, da pesquisa ou da intervenção profissional, perspectiva
capazes de responder as exigências de um projeto profissional coletivamente e
historicamente situado. (1992:104)
CAPÍTULO II
A POLÍTICA DE SAÚDE ATUAL
II.1. Políticas de Saúde em Vigência
A lei Orgânica de Saúde criada na década de 90 foi marcada pelas tensões
existentes entre os movimentos a favor da saúde o então presidente da
República Fernando Collor, no que tange à aprovação da Lei Orgânica da
Saúde (LOAS).Principalmente nos artigos referentes ao controle social e ao
financiamento, pois são eles os mais vetados na lei n 8.080.
Daí a importância da Lei n 8.142/90, elaborada com o objetivo de garantir o
exercício do controle social e a transparência do financiamento.
24
Ela foi o resultado da articulação da Plenária Nacional de Entidades de
Saúde, que pressionou o Congresso para a elaboração e apresentação desse
novo projeto de lei.
Esta lei dispõe sobre as condições para a promoção, proteção recuperação
da aúde, organização e o funcionamento dos serviços de saúde, executados
isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas
naturais ou jurídicas de direito público ou privado.
A Constituição garante o direito, mas, não diz como, então são necessárias
leis complementares, que são as Leis Orgânicas. No caso brasileiro, cada Lei
Orgânica foi feita separadamente.
Na verdade, a saúde tem duas leis orgânicas, porque o presidente Collor
vetou artigos da Lei 9.080 sobre a participação da sociedade na gestão do
sistema.
Houve uma grande pressão e,três meses após a promulgação da Lei
Orgânica, foi promulgada a Lei 8.142,que corrige essa questão .
Houve uma reação nacional imensa, e depois teve que voltar atrás,
resultando numa outra lei orgânica.
A Assistência Social, alçada à condição política pública na Constituição de
1988, foi a última política, entre as três que constituem o sistema de
Seguridade Social no Brasil, a ser regulamentada.
A Lei Orgânica de Assistência Social (Loas), sancionada em dezembro de
1993 pelo presidente Itamar Franco, foi conquistada a partir de um movimento
de luta articulado nacionalmente. Este, teve como protagonista principais
trabalhadores da área da assistência e organizações da sociedade civil. Os
Assistentes Sociais das unidades acadêmicas ou trabalhadores de instituições
de assistência tiveram participação relevante no processo de regulamentação.
Houve expectativa de se fazerem acertos e alterações na própria Loa para
corrigir seus pontos frágeis. O esforço de muitos tem sido direcionado a resistir
as iniciativas de autoridades do governo e do parlamento que, insistentemente
ignoram ou desobedecem ao determinado na Constituição e na legislação que
disciplinam a assistência como política e dever do Estado. A Loas é o marco a
25
ser buscado como referência por todos os que estão comprometidos com a
superação da exclusão social através dos direitos sociais e da expansão da
cidadania para a classe trabalhadora do nosso pais.
Onde a Lei Orgânica Social N 8.080, DE 19 de Setembro de 1990
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da
saúde; a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e de
outras providências:
Presidente da Republica, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte lei:
Art.1 Esta lei regula, em todo território nacional as ações e serviços de saúde,
executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por
pessoas naturais ou jurídicas de direito Publico ou privado.
Art. 2 A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado
prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
§1. O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução
de políticas econômicas e sociais que visem á redução de riscos de doenças e
de outras os agravos e no estabelecimento de condições que assegurem
acesso universal e igualitário as ações e aos serviços para a sua
promoção,proteção e recuperação.
§ 2. O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e
da sociedade.
Art. 3 A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros,
a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho,
a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços
essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e
econômica do País.
Parágrafo único. Dizem respeito também a saúde as ações que, por força do
disposto no artigo anterior, se destina a garantir a pessoas e a coletividade
condições de bemestar físico, mental e social. A Lei Orgânica de Assistência
Social Brasileira (1993, art. 23), por sua vez define serviços sócios
assistenciais como ? ?as atividades continuadas que visem à melhoria de vida
26
da população e cujas ações, voltadas para as necessidades básicas,
observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidas nessa lei. Guarda
alguma semelhança com os conceitos apontados, especificando tratarse de
atividades continuadas, o que impõe à definição um pouco mais de rigor. Na
verdade, a configuração de um sistema público e organizado de proteção
social, e no seu bojo um sistema de serviços não contributivo, destinado aos
cidadãos como um direito reconhecido para todos, eu Estado social, exige um
aparato legal, que se institui na Constituição do país e avança em três
direções: no plano do desenvolvimento normativo, estabelecendose um marco
jurídico que regule o setor, no plano de ordenação administrativa, definindose
as estruturas e normas de gestão que sustentarão e a concretude ao sistema,
e em terceiro lugar, no âmbito dos planos de ação.
Na concepção de Marshall ele entende que esta Política Social de Saúde é
compreendida como : ? ?isto deu a impressão de que a população como todo
estava agora dividida em duas classes dos que contribuíam e a dos que
recebiam. Parecia que o fato de receber ajuda de um órgão público deixara de
acarretar o estigma da indigência, mas se transformara num índice de classe
social. E levantou pela primeira vez, em sua firma moderna de decidiremse os
serviços sociais deviam ser utilizados como um instrumento para a
redistribuição de renda entre uma classe e outra. O auxílio á indigência nunca
provocara essa questão, visto que tratava de um tipo de caridade publica que
não exercia nenhuma influência sobre a sociedade como um todo. ? ?
(1967:79).
O Ministério da Saúde, criado em 1953, tem com o foco principal de planejar
ações que melhorem a qualidade da saúde que é um direito de todos os
cidadãos independente de classe social. Depois de planejar essas ações, ele
com a ajuda da verba recebida do Governo, colocaas em prática, melhorando
os centros hospitalares públicos, efetivando anualmente compra de
medicamentos e pagando os salários dos médicos, entre outras ações.
Uma das ações realizadas pelo Ministério da Saúde é que acaba com a
questão da desigualdade é a criação do Sistema Único de Saúde, o também
27
chamado SUS. Ele tem o objetivo de conceder a pessoa carente, o direito a
utilização de graça, do centro de saúde particular. Dentre essas utilizações se
encontra a realização de exames especializados e também atendimento com
especialistas em áreas aprofundadas.
Como sabemos é direito de todo cidadão ter uma saúde de qualidade essa
saúde tem que ser disponibilizada pelo Governo, para todos. Só que não é o
que ocorre hoje no Brasil. Muitas pessoas que vão ao centro médico públicos.
Mas não podemos esquecer que esse sistema algumas vezes passa por
problemas que precisam urgentemente ser solucionados para que não tenha
um índice muito alto de óbitos.
Com a criação do Ministério da Saúde, o povo começou a acreditar que em
breve teriam um sistema de saúde digno de primeiro mundo. Porém, com o
passar dos anos, viam essa fantasia se esvair rapidamente.
O principal motivo de o fato é a negligencia já que o sistema único de saúde
que foi implementada em 1988 continua até os dias atuais. São
desorganizados quanto na época em que foi criado; ou talvez esteja pior, já
que agora não falta somente organização. Faltam agora equipamentos, leitos
hospitalares e principalmente médicos e equipes especializadas no tratamento
dos pacientes. Uma coisa é o que eles dizem que fazem; isto é propaganda,
prevenção e atendimento médico de qualidade e outros completamente
diferente e a realidade que são filas enormes para conseguir fichas para serem
atendidas, falta de médicos especialistas, sendo necessário encaminhálos,
para outros municípios, pois a Região Litorânea não dá o que deixa a maioria
da população no olho da rua, doente sem ser atendida.
Recorrendo a Santos (2002:81), entendemos que: “cada homem vale pelo
lugar onde está: o seu valor como produto, consumidor, cidadão, depende de
sua localização no território{ ...}. A possibilidade de ser mais ou menos
cidadão depende, em larga proporção, do ponto do território onde se está.
Enquanto um lugar vem a ser condição de sua pobreza, um outro lugar
poderia, no mesmo momento histórico, facilitar o acesso aqueles bens e
serviços que lhes são teoricamente devidos, mas que, de fato,faltam”.
28
A única coisa que o governo se esforça em fazer para a população
prejudicada são as campanhas de vacinação.
Todos esses problemas não querem dizer que o Brasil não tem evoluído em
Saúde; pois vem aumentando bastante as tecnologias para tais hospitais,
porém ainda está longe do ideal, e somente quando parar de considerar o
paciente como algo bem menos valioso, do que um numero é para estes fins
teremos uma saída pública de qualidade.
Que caminhos trilhar para cruzar a fronteira da desigualdade na Política de
Saúde, superando a “escassez ? ? do respeito a esse outro que nem sempre é
visto ou reconhecido como ser humano integral, cidadão e sujeito de direitos.
Estas são as questões que pretendemos abordar, por fim, não se pode
desconhecer o esforço que vem sendo feito atualmente em alguns municípios
e pelo órgão gestor federal, no sentido da superação destes e de tantos outros
limites enfrentados na efetivação da assistência social como política pública.
Um destes esforços relacionase a centralidade que vem ocupando nas
ações do órgão gestor federal, no governo atual, sobretudo a partir de 2004,o
debate e a construção de uma antiga reivindicação das conferencias nacionais
e que foi reaf que foi reafirmada na IV Conferencia Nacional de Assistência
Social em 2003: a construção e implementação do Sistema Único de Saúde
Suas de tantos outros limites enfrentados na efetivação da assistência social
como política publica.
Este, tendo como instrumento Loas, a Política Nacional de Assistência
Social, o Plano Nacional de Assistência Social e a Norma Operacional Básica
NOB- UAS, vêm regulando em todo o território Nacional a hierarquia, os
vínculos e as responsabilidades do sistemas e serviços, benefícios e ações da
assistência social, sejam os que tem sua execução pelo Estado. Na
perspectiva do Suas, todas as ações devem ser desenvolvidas sob o critério
universal e em rede hierarquizada.
Assim a nova Política Nacional de Assistência Social (Brasil, 2004b) em
vigor desde Setembro de 2004, define que a proteção social deve ser a partir
de ações de caráter básico e especial. Diante de todas as questões
29
apresentadas assim caminharemos na direção de uma cidadania que busca
continuamente a afirmação de antigo e novos direitos, no Art.1 da Loa a
assistência é definida da seguinte forma: “A assistência social, direito do
cidadão e dever do Estado, é política de Seguridade Social não contributiva
que prove os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de
ações de iniciativa pública e da sociedade para garantir o atendimento as
necessidades básicas”. (Brasil, 2004a:7)
E a partir do próximo capitulo que começa a atuação do Assistente Social
que é um profissional liberal que tem a sua profissão acompanhada com as
transformações da sociedade brasileira, tendo sua prática profissional
orientada pelos princípios e direitos firmados na Constituição de 1988 e na
legislação complementar referente ás políticas sociais e aos direitos da
população. Tendo como posicionamento em favor da equidade, justiça social,
compromisso com a qualidade dos serviços prestados a população de maneira
a assegurar o acesso de bens e serviços em favor da equidade e justiça social.
É neste contexto que o assistente social converterse como sujeito
determinante desse processo por meio de uma regulamentação profissional,
um Código de. Ética, mediante á organização e desempenho de políticas
sociais, onde se gere um desenvolvimento substantivo do conhecimento sobre
a realidade e que redunde em situar a profissão como ator necessário para o
desempenho de funções estatais.
Com esta preocupação os serviços sociais são desenvolvidos por intermédio
das políticas sociais. tanto para usuários quanto para os setores responsáveis
pela sua implementação .Assim as políticas sociais são definidas.
Segundo Faleiros como: “formas de manutenção da força de trabalho
econômica e politicamente articuladas para não afetar o processo de
exploração capitalista e dentro do processo de hegemonia e contrahegemonia
da luta de classes”.(1986:80). Assim segundo o ponto de vista deste autor, as
políticas sociais passam a ser entendidas como um produto histórico concreto,
dentro do contexto da estrutura capitalista na idade dos monopólios.
30
Assim as políticas sociais podem ser entendidas como um instrumento útil,
como uma mediação para transformar as lutas de classes, ou melhor dizendo,
os elementos conflitos e manifesto delas, convertendoas num elemento de
pacto entre classes opostas, mas as políticas sociais elas são financiadas com
recursos públicos, proveniente dos imposto; principalmente os indiretos pagos
pela população; é assim que, no processo de produção, todos, e não só
aqueles que são favorecidos, subsidiam e contribuem para a produção dos
recursos que serão destinados a sobrevivência dos trabalhadores e suas
famílias.
Afirma: Guerra propõe distinguir as intervenções profissionais dirigidas a
situações imediatas daquelas que se encontram abertas aos “fenômenos
emergentes”. ( Guerra,1995:200),25.
O assistente social tem historicamente se vinculado as políticas e aos
programas sociais, e o seu processo de trabalho desenvolvese a partir
atualização de orientações, informações ou esclarecimentos diversos em
relação a direitos, normas institucionais, comportamentos, etc...
É o que veremos a partir do próximo capitulo onde veremos a inserção do
Assistente Social no processo do trabalho do profissional no cotidiano da
Política de Saúde Atual na Região Litorânea de Araruama.
II.2. A Política de Saúde Frente a Vivência Profissional
A cidade de Araruama emancipada desde fevereiro de 1859, situada há 120
km da cidade do Rio de Janeiro segundo dados do IBGE (2013) possui 112 mil
habitantes. A cidade na atualidade vem enfrentando desafios na elaboração e
fiscalização da saúde ao longo da história.
O Estado é responsável pelos infortuno que afetam a sociedade, o mercado
a iniciativa privada são santificados como esferas da eficácia ( Boron,1988).
31
Esta concepção tem como resultado um amplo processo de privatização da
crise pública, como Estado cada vez mais submetido aos interesses
econômicos e políticos dominantes no cenário internacional e nacional em
nome das exigências do grande capital financeiro e dos compromissos com as
dividas internas e externas.
Enfim, o Estado deve assumir, sobretudo a responsabilidade em
desenvolver ações de normatização, regulação, financiamento, monitoramento
e avaliação das organizações, tarefas essas desempenhadas pelos diferentes
níveis do Estado nacional, regional e local.
Rubiol (1984), Ao analisar a organização territorial dos serviços constata que
em geral. Eles são geridos pela administração municipal e organizados com
base em equipes que podem deslocarse em forma de grupos móveis, situados
em equipamentos próprios ou partilhados com outros serviços.
A política só será praticada efetivamente, quando todos nós como cidadãos,
com direitos e deveres, e não nos comportarmos como um grupo
desorganizado, inconstante e irreverente na nossa sociedade.
A cidadania não é, contudo uma concepção abstrata, mas prática cotidiana
que todo ser humano precisa exercer ser cidadão não é simplesmente
conhecer, mas sim, viver e fazer uso doas leis, todo ser humano, tem de ter
consciência que é um cidadão parte de uma comunidade, com, direitos e
deveres que precisam ser cumpridos.
A partir desta concepção de direitos e cidadania iremos abordar as questões
pertinentes a ação da atuação profissional do Assistente Social que na sua
rotina diária depende de articulações com as políticas sociais para desenvolver
a sua pratica profissional.
Dependemos de uma parceria com a Secretaria de Saúde e seus gestores,
pois é através desta articulação que viabilizamos exames, consultas e
transferência em/para hospitais referência, pois a Cidade de Araruama não
dispõe de determinadas especialidades e serviços. A cidade atualmente
dispõe de um Hospital Regional, Roberto Chabo, que tem a capacidade de
absorver 99 pacientes, atendendo-os nas seguintes especialidades: cirurgia
32
geral, cirurgia pediátrica, neurocirurgia, oftalmologia, UTI, emergência regulada
e Ortopedia, as quais não suprem as necessidades da população.
Em relação ao atendimento em Unidade de Terapia Intensiva existe uma
certa dificuldade em relação a disponibilidade de vagas, dependendo pois, da
Central de Regulação de Vagas que é composta por uma equipe de médicos
que intervém e verifica as prioridades onde o paciente internado na região
passa por um processo de seleção onde ele é cadastrado no sistema e todos
os dias até se conseguir a transferência para qualquer Unidade Hospitalar que
estiver vaga em CTI.
Os médicos fazem uma evolução clinica que é atualizado todos os dias no
sistema e os dados desta Evolução clínica são atualizados no Ser que é um
sistema de Regulação onde nós assistentes sociais cadastramos estes dados.
Um pronto atendimento com o serviço de uma UPA que tem mantém uma
rotina diária de uma jornada de 24hs com atendimento de: Clínicos, Pediatras,
Enfermeiros, Técnicos em Enfermagem, exames de Laboratório de Análise
Clínica, exames de Raios X e Assistentes Sociais.
O PAM tem o atendimento diário com marcação de consultas agendadas em
diversas especialidades .
Com referencia a Obstetrícia e Maternidade tem o Hospital São Silvestre o
único disponível na região para atender a toda as demanda ,o que ocasiona
vários conflitos pois não é suficiente para suprir as necessidades da
população.
O Hospital Prefeito Armando de Carvalho é um hospital de médio porte que
é mantido pelo Ministério da Saúde e recebe verba do PAC, ele possui
serviços de: Radiologia, Pediatria, Cirurgia Vascular, e Urologia. Consulta em
várias especialidades, tais como: Ginecologia, Cardiologia, Psiquiatria, Clínica
Médica, Nutrição, Urologia, Neurologia, Preventivos, Cirurgião Geral e
pequenos procedimentos cirúrgicos, os que não são realizados na unidade são
encaminhados aos hospitais de Referencia no Rio de Janeiro, através da
Secretaria Municipal de Saúde via um Sistema de Regulação ( Sisreg ).
33
As consultas são marcadas obedecendo aos critérios estabelecidos por este
sistema que acarreta uma série de problemas para os seus usuários e para os
assistentes sociais na viabilização de direitos.
Segundo Rousseau no seu escrito de maior influência, o Contrato Social
para garantir uma política totalitária, declara que: “Afim de que o pacto social
não represente um formulário vão, ele abrange tacitamente este compromisso,
o único que poderá dar força aos outros, aquele que recusar obedecer a
vontade geral será por ela constrangida e por todo um corpo; o que significa
que não o forçarão a ser livre, pois é essa a condição pela qual cada cidadão,
desde que a entregue à pátria, se garante contra qualquer dependência
pessoal tacitamente esse compromisso, o único que poderá dar força aos
outros: Aquele que se recusar obedecer a vontade geral será à ela
constrangido por todo um corpo; o que significa que não o forçarão a ser livre,
pois é essa a condição pela qual cada cidadão, desde que a entregue à pátria,
se garante contra qualquer dependência pessoal”.
Em casos de que não seja possível estabelecer uma agilidade em
determinados atendimentos que requeiram urgência às famílias, procuram
viabilizar esse atendimento por meios próprios ou por meio das instâncias
jurídicas recorrendo ao Poder Publico.
Nesse contexto, Lefort sustenta que: “os direitos não se dissociam da
consciência dos direitos”. Porque não basta só o reconhecimento das
autoridades sobre uma luta ou reivindicação; mais do que isso, é necessário
que essa tenha uma aprovação pública, seja partilhada e institucionalizada, de
modo que “as marcas da liberdade se tornem visíveis pela lei”. (Lefort,1987:25)
Apesar da Região Litorânea ter muitas especialidades médicas alguns
procedimentos cirúrgicos não são realizados no Município, sendo necessário
suporte em outras Cidades tais como : Ressonância Magnética, cintilografia do
miocárdio. Em caso de uma emergência, na especialidade de
Otorrinolaringologia, por exemplo, como presença de corpo estranho nas vias
aéreas, isso é inviável, pois o atendimento será realizado em hospitais de
referência no Rio de Janeiro. A solução que nós assistentes sociais
34
encontramos, é de enviamos um e mail para Vaga Zero relatando o ocorrido
enquanto aguardamos resposta, sendo esta incerta, que se positiva, o paciente
em questão é transferido para o referido hospital em uma ambulância de nossa
unidade, ou contactamos a Deve, que é o serviço de transporte regional.
Quando não, os familiares vão por meios próprios ou procuram ajuda de
algum vereador para dar um suporte; até porque não fazem mais do que a
obrigação já que foram eleitos pelo povo e é para eles que devem honrar os
compromissos e trabalharem em prol de seus eleitores pois são os
representantes do povo que são seus eleitores.
Mas a falta de algumas especialidades médicas, deve-se exclusivamente ao
baixos salários pagos aos médicos, que estudam, se especializam e procuram
migrar para outros Municípios ou atuam em seus consultórios, clínicas,
convênios e atendem aqueles que tem condições financeiras para pagar, o que
não comtempla a todos, pois as pessoas de baixo poder aquisitivo não têm
acesso a um plano de saúde privado.
Diante das questões colocadas, veremos atuação da assistente social frente à
política de saúde atual, seus efeitos, positivos e negativos na atualidade, bem
como suas consequências. A Securidade Social, é a garantia dada pela Constituição Federal de 1968,
para os três direitos sociais: saúde, previdência e assistência social. Em 2014,
seu orçamento definido em lei foi de R$643,9 bilhões. Este montante foi usado
para compor as despesas do governo federal com a Saúde, além de pagar
todas as aposentadorias dos trabalhadores urbano e rural regidos pela
previdência, bem como, pensões e outros benefícios assistenciais.
Capitulo III :
A Atuação Da Política Social de Saúde Frente à Atuação do
Assistente Social
35
III.1 A atuação da Política Social de Saúde X A atuação do Assistente Social
Ao apresentarmos a nossa prática profissional irei fazer um recorte sobre a
função da Secretaria de Saúde de Araruama frente a vivencia da nossa prática
profissional; pois o nosso trabalho do assistente social estar articulado na
Secretaria de Saúde de Araruama para viabilização de direitos dos usuários
através desta articulação; daí uma pequena apresentação dos princípios e
objetivos da referida Secretaria de Saúde de Araruama.
A Secretaria de Saúde de Araruama é responsável por formular as políticas
de saúde; o que inclui o assessoramento aos Municípios,a programação, o
acompanhamento e a avaliação das ações e a atividade de saúde.
A sindicalista Berenice de Freitas Diniz; integrante do Observatório de
Controle Social do SUS da PUC Minas avalia que o acesso ao Sistema único
de Saúde nas diversas regiões do país não é igual para todos, e na maioria
dos casos, ainda restrito e questiona: “Como ter saúde pública de qualidade se
não há o acesso equânime às políticas e ações de saúde?” A pesquisadora
que também considera fundamental o acesso à comunicação e a informação
no interior do sistema seja para obtenção de informações sobre o seu estado
de saúde ou doença ou acesso a dados sobre o funcionamento do sistema.
“Os fluxos e caminhos dentro do SUS são criados sem a participação dos
cidadãos, sem ouvir suas necessidades e sem entender suas dificuldades em
percorrer os caminhos dentro do sistema. O SUS ainda na concepção da
sindicalista precisa de um canal aberto para dialogar com a sociedade. Para
se ter Saúde Pública de qualidade e cuidar bem das pessoas é necessário
ouvilas; é necessário dialogar com ele.
A missão da Secretaria Municipal de Saúde de Araruama é formular um
plano e gerenciar as políticas públicas entre elas a de saúde a qual e o foco
desta pesquisa, ela é reconhecida como gestora do SUS na Cidade de
Araruama, sua função é garantir à saúde como direito de cidadania e promover
a defesa da vida.
36
Seus valores são: humanização, transparência, ética, probabilidade, gestão
democrática e participativa, comprometimento e inovação.
Sua visão é assegurar a saúde integral e universal com qualidade a todos os
cidadãos do Município de Araruama exercendo a função de gestora plena no
Sistema Único de Saúde.
Segundo o farmacêutico Michele Caputo Neto; Secretário de Saúde do
Paraná: “é preciso rever a gestão, qualificando a escuta com apropriação das
novas tecnologias de informação, de modo que as ações de comunicação
retornem para o cidadão sob a forma de informação. “A comunicação é uma
ferramenta fundamental para a saúde como um todo, para o sistema SUS no
qual a gente milita, trabalha, organiza e tem a responsabilidade de sua gestão”.
Em relação a esta questão devemos dar como exemplo da nossa pratica no
caso de viabilizar exames de alta complexidade; que são realizados fora do
Município, é a partir de um protocolo de informações os exames são
cadastrados nos sistemas e requer que os usuários compareçam na Secretaria
Municipal de Araruama para saber quando os respectivos exames serão
realizados, causando uma certa frustração nos mesmos devido a grande
demora.
Parte do SUS, a Secretaria de Saúde é norteada pelos princípios deste
sistema que tem como base priorizando as ações preventivas e
democratizando as informações relevantes para a população. Compostas por
subsecretários. A SMS é responsável no planejamento e execução de
estratégias que resultem na melhor infraestrutura da rede Municipal
oferecendo a missão de prover as condições necessárias para a promoção,
prevenção e assistência em saúde; compreendida em forma sistêmica,
executando atividades exigência em saúde publica que resultem em melhoria e
qualidade de vida da população proporcionando como finalidade assegurar à
saúde integral, universal com qualidade de vida aos cidadão do Município de
Araruama, exercendo a sua função de gestor pleno no Sistema Único de
Saúde.
O economista Carlos Octávio OckéReis do Instituto de Pesquisa Econômica
37
Aplicada (IPEA)alerta porém, para outro tipo de renúncia em relação aos
planos privados de saúde, que ameaçam o SUS e afirma que: ”O SUS o
problema de saúde; no Brasil não é conjuntural e sim estrutural, e vem das
relações parasitárias que o setor privado sempre desenvolveu em relação ao
SUS; ameaçando um direito da população, enfatiza. É o caso das renúncias
fiscais dadas a prestadores privados de Saúde e da dedução feita pelos
cidadãos e pelas empresas no Imposto de Renda que estimulam o consumo
de planos e contribuem para a precarização da saúde pública (Radis 131).
Como assistente social podemos observar que a Saúde não esta apenas
relacionada a parte social. Ela também engloba a parte política e econômica;
o que no caso seriam as ações do governo juntamente com o Ministério da
Saúde.
É necessário que o Ministério da Saúde tenha como força principal a
qualidade da saúde que é um direito de todos os cidadãos, independente da
classe social. Depois de planejadas as ações ele com a ajuda das verbas
recebidas do governo colocálas em práticas, melhorando os centros
hospitalares públicos, efetuando anualmente compra de medicamentos e
pagando o salário digno aos médicos e entre outras ações.
A finalidade do SUS; tem como uma das ações: Acabar com as
desigualdades e direito conceder as pessoas carentes o direito e a utilização
de graça dos serviços prestados, o que em alguns casos não o ocorre daí a
necessidade da intervenção do assistente social.
Segundo a Pesquisadora Maria Angélica Borges dos Santos pesquisadora
da Escola de Saúde Pública Sergio Arouca as medidas econômicas de
desoneração e renúncias fiscais fazem parte de um contexto mais amplo e
ameaça o SUS e de benefícios ao setor privado, pois são mecanismos de
incentivo ao mercado. Como determina a Constituição, tanto saúde quanto a
educação são obrigação do Estado, que podem ser prestadoras utilizando
capacidade da iniciativa própria ou da iniciativa privada. A esperança era que
o SUS oferecesse algumas blindagens a essas mudanças que ameaçam os
direitos da população, porém, o avanço do setor privado, que deveria
38
solucionar de forma suplementar ao SUS e não de modo independente tem
levado a um cenário de favorecimento cada vez maior a chamada “medicina de
mercado”. O conceito que parece está sendo abraçado pelo governo é o de
que desonerar a saúde privada equivale a dar acesso à população a serviços
de saúde; enfatiza a pesquisadora.
A saúde no Brasil não tem evoluído, pois vem aumentando bastante as
tecnologias para os hospitais, porém ainda se estar longe do ideal, e somente
quando para de considerar o paciente bem menos valioso do que o número é
para este país teremos uma saúde de qualidade.
Segundo Izabel Soares Santos vice presidente do Centro de Estudos de
Saúde (CEBES). “Para os cidadãos que fazem a opção pelo setor privado e
deduzem os gastos com a saúde no Imposto de renda, o bolso pode ser
aliviado em um primeiro momento, mas o enfraquecimento da saúde pública é
um prejuízo a longo prazo para todos. Esse segmento da população que
utiliza o setor privado deixa de usar e defender o SUS, comenta. Segundo ela,
essa é talvez a principal armadilha das desonerações e renúncias fiscais. “Se
as pessoas podem recorrer aos planos de saúde; para que investir na saúde
pública? Como convencer a opinião pública de que a saúde é um direito? Nós
como profissionais do Serviço Social questionamos: “O que seria da Saúde e
seus objetivos em relação a população?”
A Organização Mundial da Saúde recebe verbas que são destinadas a
construção e melhoria de centros hospitalares públicos, investimentos nos
profissionais da áreas com cursos e programas de Educação Continuada,
compra de medicamentos; que terão sua distribuição gratuita nos centros
médicos públicos, realização de concursos públicos para preencher as vagas
em especialidades na área de saúde.
Segundo Rosa Maria Marques, presidente da Associação Brasileira de
Economia da Saúde( AbrES): o Brasil faz parte de um seleto grupo de países
que conta com um sistema público universal na área de saúde. Contudo, a
participação do gasto público na saúde é menos que a metade da realizada
nos demais países enfatiza Rosa. Ela assinala ainda que o gasto em saúde no
39
Brasil é majoritariamente privado(47%com recursos públicos e 53% privados,
em 2010). Em sua tese de doutorado apresentada em 2009 na ENSP, Isabela
Soares Santos, constatou que a concorrência entre os sistemas público e
privado, privilégio dos brasileiros mais ricos e favorece o consumo de planos.
“A existência de dois sistemas em competição afeta negativamente o que o
Brasil é o segundo maior mercado de planos de saúde no mundo com 50,6
milhões de beneficiários em 2014, segundo dados da Agência Nacional de
Saúde.
Suplementar (ANS).
A saúde é universal e direito de todos, porém para efetivar tal direito fazse
necessário um caráter informativo na instituição a qual o paciente está
inserido, principalmente quando se trata de um tratamento onde o paciente
precisa saber o que irá acontecer com ele. Com isso a democratização das
informações possui uma função fundamental, a de criar uma articulação entre
o paciente até as instituições competentes, que são as prestadoras de
serviços, as quais efetivam seus direitos; uma vez que o Serviço Social na área
de saúde, possui como uma das atribuições “o de criar grupos sócio educativos
e de sensibilização junto aos usuários, sobre direitos sociais. Princípios e
direitos do SUS (Parâmetros para a atuação de assistentes sociais na saúde
2009): Considerando também que o Serviço Social na sua prática profissional
tende a exercer um papel na instituição de um viabilizado de direitos quanto a
organização da proposta do SUS; o que significa informar para o paciente,
quais instituições são responsáveis por qual direito, como ter tal benefício,
como e quando requerer o serviço, evitando futuros transtornos, onde o
paciente por não saber como chegar até esse processo de direitoconquista,
passa a não usufruir de uma estrutura existente e responsável pela efetivação
do seu bem estar, do seu ser social enfim a sua saúde, como preconiza a Lei
8,080, a Lei Orgânica de Saúde:
40
Art. 7 ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados
ou conveniados que integram o Sistema Único de SaúdeSUS são
desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no artigo 198 da
Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios.
(....)I.V igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios .
I De qualquer espécie direito à informação, ás pessoas assistidas sobre sua
saúde;
II V Divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde
III E sua utilização pelo usuário ;
I Assim a democratização de informações abrange benefícios condicionantes
a uma eficácia na intervenção social de uma forma abrangente, contribuindo
na promoção à saúde e ética. Assim defendendo, uma democratização de :
I De informações abrange benefícios condicionantes a uma eficácia na
II Intervenção social de forma abrangente, contribuindo na promoção á
III Saúde e a ética.Assim defendendo uma democratização de informações
IV Que venha ampliar a autonomia do paciente e contribuindo em um
aprofundamento do Sistema Único de Saúde; o qual esse mesmo paciente
está inserido, como menciona Bravo 2004:
I. Assim,compreende que cabe ao Serviço Social – numa ação
necessariamente articulada com outros segmentos
41
II que defendem o aprofundamento do Sistema Único de Saúde(SUS)
formular estratégias que busquem
III reforçar ou criar experiências nos serviços de saúde que efetivem o direito
social a saúde...
Lembramos que a partir do momento que o incentivo a cidadania, a
efetivação dos direitos parte das instituições de saúde, retorna em benefícios
de resultados para as mesmas, como também uma grande possibilidade
daquele usuário não precisar retornar a unidade de saúde.
E assim efetivando uma corrente de serviços e direitos, enfim a uma saúde
proposta de forma universal.
CONCLUSÃO
42
É necessário reconstruir uma base expressiva de apoio social
para defesa do SUS, devese lutar para ampliar o financiamento
para a melhoria, a gestão e para fortalecer a participação social do
SUS; devese propor a criação de estrutura institucional e
mecanismo regulatório que permitam reduzir o gasto dos
trabalhadores, das famílias, os idosos com planos de saúde,
serviços médicos hospitalares e remédios.
Devedese defender que a saúde suplementar seja regularizada
mediante o regime de concessão mudandose no Congresso
Nacional a normas que designam a assistência a saúde como livre
da iniciativa privada Artigo 199 a Constituição de 1988 e Artigo 21
da Lei Loas de 1990, lutar pela eliminação, redução ou focalização
dos subsídios destinado ao mercado de planos de saúde,desde
que os recursos do país sejam aplicados na atenção
primária(programa de saúde da família, promoção e prevenção da
saúde, etc) e na média complexidade(unidade de pronto
atendimento, prática clínica com profissionais especializados e com
recursos tecnológicos de apoio diagnóstico e terapêutico, etc.) do
SUS.
O assistente social precisa valorizar criticamente os desafios
apresentados no cotidiano profissional, para isso, é preciso formar
um profissional com densa base teórica; capaz de pesquisar a
realidade e propor alternativas para intervir nas condições objetivas
existentes pois a função social é a prestação de serviços sociais,
deve estar atualizado sobre as políticas sociais.
43
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28,n89,Especial março 2007
REVISTA RADIS DIREITOS SOCIAIS Rio de Janeiro ano 2015
n.150 março 2015
48
:
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I Saúde 9
1.1 – O Conceito de Saúde e Doença
1.2 – A Politíca de Saúde Preconizada
CAPITÚLO || A Politíca de Saúde Atual 22
2.1 A Politica de Saúde em Vigência
2.2 A Politica de Saúde frente a Vigência Profissional
CAPITÚLO || A Atuação do Assistente Social frente a Politica de Saúde Atual
33
3.1 A Politica de Saúde x Atuação don Assistente Social
CONCLUSÃO 40
BIBLIOGRAFIA CITADA 41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 45
ÍNDICE 46
FOLHA DE AVALIAÇÃO 47
49
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES NOME IARA CORREA ALBERTO TITÚLO A POLITÍCA DE SAÚDE DA REGIÃO LITORÃNEA DE ARARUAMA AUTOR IARA CORREA ALBERTO DATA DA ENTREGA 23|O8|15 AVALIADO POR WILLIAM ROCHA
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