Domingo, 29 de Junho de 2014 Nº 160 SÉRIE III...

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Numa época muito antiga, quan-do as bananeiras produziam pou-cas bananas, existiam numerososmacacos. Havia um, chamado Tra-vesso, que morava nas margensdo rio. O macaco Travesso possuíaum grupo de bananeiras que lheproporcionavam frutos suficientespara a sua alimentação, o que lhetrazia satisfação e orgulho porqueos seus frutos eram os mais sabo-rosos da região. No rio habitava ohipopótamo Ra-Ra, que era o reidaquelas paragens. A corpulênciadesse animal era notável e tãogrande a sua boca, que podia tra-gar seis macacos de uma só vez.Além disso, gostava imensamentede bananas e, especialmente asda propriedade do Travesso. Ra-Ra resolveu roubar-lhe as bana-nas, um acto muito feio para umrei. Ordenou então a todos os pa-pagaios que as trouxessem para asua residência. O macaco nãoarredava pé das suas bananeiras,afim de impedir que desapareces-sem os seus preciosos frutos. Ospapagaios logo encontraram esteobstáculo sério e recorreram à as-túcia para cumprir as ordens do rei.Após várias horas estudando di-

versas soluções para efectuar efi-cientemente o roubo, concorda-ram em dizer ao macaco que seuirmão estava muito doente e des-ejava vê-lo. Quando Travesso rece-beu a notícia, foi depressa procu-rar o irmão doente. Verificou quenão era verdade. Seu irmão gozavade boa saúde e, suspeitou imedia-tamente do que se tratava, voltou atoda pressa para perto das suas ba-naneiras. Uma surpresa dolorosa oaguardava. Não ficara nem uma ba-nana para semente. Enquanto la-mentava sua perda aproximou-seum papagaio, dizendo-lhe:

- Oh!, irmão Travesso! Sabes queRa-Ra, o hipopótamo, nos obrigou aroubar-te as bananas e depois nãonos quis dar uma só! - Ah! É assim? Então espera… Irei

à casa de Ra-Ra e tirar-lhe-ei as min-has bananas! - exclamou o macaco.A serpente, invejosa, passou por

ali por acaso quando o macaco fala-va e, foi contar tudo ao hipopótamo.- Está bem! - disse Ra-Ra. - Neste

caso ordeno ao Travesso que com-pareça aqui o quanto antes. A Serpente voltou a casa de Tra-

vesso e lhe deu a ordem de Ra-Ra,de modo que o macaco pôs-se a

tremer, pois, não era tão valente co-mo as suas palavras pareciam re-velar. Era preciso obedecer e quan-do se dispunha a fazer a desagra-dável visita ao hipopótamo, oco-rreu-lhe uma ideia. Preparou com omaior cuidado uma boa quantida-de de visgo, a cola que usava paracaçar passarinhos, e untou-se mui-to bem. Feito isto caminhou para acasa de Ra-Ra, à margem do rio. - Disseram-me - disse-lhe o hipo-

pótamo, ao vê-lo - que ameaçastede vir recobrar tuas bananas. É certoque o disseste? - De modo algum, senhor - res-

pondeu Travesso. - Tanto minhasfrutas como eu mesmo, estamos àsua disposição.- Bem, fico muito satisfeito em ou-

vir estas palavras. Sem dúvida, qui-seram fazer intriga e contaram-meessa mentira. Senta-te. Porém, pro-cura fazê-lo de frente para mim esem tocar em nenhuma das bana-nas que estão atrás de ti. Assim fez Travesso, apoiando com

força as costas, inteiramente unta-das, contra as bananas. - Disseram-me que sabes muitas

histórias. Queres contar-me uma? O macaco dispôs-se a satisfazer o

desejo de seu soberano e lhe contouuma história muito interessante. En-quanto isso não se esquecia de es-fregar o corpo contra as bananasafim de que aderisse às suas costaso maior número delas. Terminado oconto, Ra-Ra disse-lhe: - Obrigado. Podes sair, mas toma

cuidado para saíres de frente paramim. Assim se deve fazer diantede um rei. Nada podia favorecer melhor o ma-

caco, que estava com as costas cheiasdas bananas que a elas se haviam co-lado. Quando se viu fora da casa do hi-popótamo, pôs-se a correr, ocultando-se. Os papagaios não tardaram a des-cobrir a astúcia do macaco e foram co-rrendo contar a Ra-Ra.O hipopótamo,ao tomar conhecimento da notícia, te-ve tão grande ataque de raiva que viroude barriga para o ar, morrendo instan-taneamente. Então, os animais reuni-ram-se e, diante da inteligência do ma-caco, resolveram aclamá-lo sobera-no. Ficou muito conhecido por sua es-perteza e deram-lhe, então, o nome deSua Majestade Travesso I, o Esper-to. E o seu governo foi sábio e pru-dente, durante anos e anos.

« Fonte: Contos moçambicanos

CONSELHOS

CONTO POPULAR DE MOÇAMBIQUEO macaco chamado “Travesso” e o rei hipopótamo

PROVÉRBIO

ADIVINHAS

Soluções:1.Panela, feijões, colher; 2. Meu pai; 3.Massa de pão; 4. Meias e pernas; 5. Pessoa com dentes,

dedos, olhos, ouvidos, nariz e língua.

As aulas depois da pausaEste mês é da criança e é para estudar muito porque a pausa deixoumuitos meninos perdidos em relação à matéria da escola. Todos osmeus colegas e amigos vamo-nos reunir, formar um grupo de estu-do para nos prepararmos para as provas.A pausa foi necessária para que o Censo tivesse sucesso, pois émuito importante para toda a população angolana saber quantossomos e principalmente como vivemos. Agora que terminou o Cen-so todos nós temos de estudar muito para recuperar o tempo perdi-do e podermos passar de classe, porque muitos meninos e meninasnão estudaram durante esta pausa. Isto pode ser muito mau, porquecom certeza esqueceram a matéria que os professores ensinaramno início do ano.Então todos devem aplicar-se muito aos livros, porque assim comoo Censo, estudar também é muito importante. Quem estuda deixade ser analfabeto, aprende e, aprendendo, as pessoas adquiremconhecimentos, com conhecimentos desenvolvem-se e há mais hi-póteses de terem um bom emprego para sustentar as famílias evi-tando assim a pobreza e a miséria no seio das famílias. Estamos emJunho, mês da criança, e vamos mostrar ser crianças estudiosas ebem comportadas.

ARICLENE SANTANA |13 ANOS |GOLFE 2

1. Quase sempre aos desposados me dão no dia primeiro, poisno dia em que se casam começa o seu cativeiro.2. Tenho um tio; o meu tio tem um irmão, que não é meu tio. 3. Feminina que sou, milhões de bocas sustento, mas é tal o meutormento, que sempre ralada estou.4. Somos duas irmãs, com outras duas vivemos, desde que caí-mos em velhas, todo o merecimento perdemos.5. Uma torre fechada com trinta moleiros, dez carreteiros, duas vi-gias, duas escutas, dois cheiradores, e uma vassoura.

«Não creias em tudo o que ou-ves, quem crê em tudo o que ou-ve julga o que não vê.

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Como escrever para o “Recreio”O nosso endereço é:Recreio - Página Infantil do Jornalde Angola - Rua Rainha Ginga,18/26 - Luanda, ou para o e-mail:ednovembro.dg@nexus.ao.

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BRINCAR E APRENDERCARTAS DOS AMIGUINHOS

AQuando a temperatura do nosso corpo cai, precisamosgerar calor para mantê-lo dentro da faixa dos 37 graus centí-grados. Fazer os músculos contraírem-se e relaxarem rapi-damente gera calor, e os grandes músculos das mandíbulas,que fazem os dentes baterem uns nos outros, são perfeitospara isso.A A mucosidade nasal, para dar à secreção nasal o seu de-vido nome, é resultado de uma batalha diária entre bactérias,vírus e o nosso sistema imunizador. Respiramos as gotículasdas tosses e dos espirros de outras pessoas e elas se insta-lam na superfície interna do nosso nariz. AEste, por sua vez, tem uma impressionante eficiência paravarrer o ar dentro dele para as “escovas” que sobressaemnas suas passagens, para impedir as muitas partículas depoeira que tentam passar e ir directas para os pulmões.

SSAABBIIAASS QQUUEE......

Para viver e ser felizAqui estão três conselhos para se-res uma criança feliz: 1-Não fazer aos outros o que ja-mais gostarias que te fizessem;2-Dar espaço para que os outrosexpressem as suas opiniões, semdiscriminações ou punições; 3-Não maltratar, humilhar ou espe-zinhar as pessoas, simplesmenteporque te consideras certo ou me-lhor. Respeito ninguém te tira ouimpõe, está no teu carácter.Saiba que os gritos não educam,ensurdecem o coração, blo-queiam o pensamento, destroemo respeito e tornam-te violento.Seja feliz, faça outros felizes.

CASIMIRO PEDRO

VAMOS COLORIR

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