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SEMINÁRIO PERMANENTE
SOBRE O ESTADO E O ESTUDO EM
DIREITO(SPEED)Doutoranda: Maria José Guedes Gondim
Almeida zezeggondim@gmail.com
TTE TEMA
O DIREITO DA MULHER NA ESCOLHA DA VIA DO PARTO.
QUESTIONAMENTOS? Existe o Direito da mulher de escolher a via do
Parto? Se existe em que se configura esse Direito? Qual o “ Estado da Arte ” em relação a esse Direito
no Brasil e em Portugal? Com fica a relação Obstetra / Gestante nesse
Contexto? As Intervenções do Estado e das Políticas Públicas
de Saúde auxiliam ou trazem dificuldades? Esse Direito está plenamente justificado e validado? Qual seria a proposta para um novo paradigma em
relação a esse Direito?
EXISTE O DIREITO DA MULHER DE ESCOLHER A VIA DO PARTO?
NÃO
QUEM EXERCE ESSE DIREITO ?
SIM
SIM
EM QUE SE CONFIGURA ESSE DIREITO ?
Esse Direito tem respaldo em uma sociedade plural num Estado Democrático de Direito, onde subjaz o direito à liberdade de autodeterminação. No caso em questão se evoca em relação aos Direitos Reprodutivos, á liberdade do casal e ou da mulher grávida de escolher a partir de um Consentimento Livre e Esclarecido a via do Parto, se por via Vaginal ou através de uma Cesariana
CONSIDERAÇÕES DO PONTO DE VISTA
MÉDICO
COMO NASCEMOS ? Quanto a Técnica EUTÓCICO DISTÓCICO
-Parto DISTÓCICO
Instrumentalização - PARTO A FÓRCEPS - CESARIANA
PARTO NATURAL
QUANTO AO LOCAL
DOMICILIAR
CASAS DE PARTO
HOSPITALAR Partos Distócicos
VANTAGENS E DESVANTAGENS NA ESCOLHA DA VIA DO PARTO
- Vantagens para binômio mãe e feto no Parto Eutócico com gestação a termo.
Vantagens para o binômio mãe-feto nos Partos Distócicos , gestações de alto risco materno,nas urgências obstétricas.
PARTO VAGINAL CESARIANA
PARTO NORMAL X CESARIANA O parto evoluiu de um ato social,desde a
Antiguidade ,para um ato médico,a partir da introdução do fórceps há 400 anos para solucionar os partos difíceis.
Há 100 anos a Cesariana se tornou uma cirurgia segura e passou a ser outra opção para os casos de partos Distócicos.
Em 1950 a incidência de Cesariana era baixa (5%) e a de Fórceps ( 15%)
Em 1960 o cenário muda quando o feto atingiu o “status” de paciente, sendo o risco de ser lesado no parto vaginal cirúrgico passou a ser valorizado. Neste período a incidência de cesarianas aumentou em relação ao parto cirúrgico mundialmente.
“ Banalização ” da Cesariana.
CONSIDERAÇÕES SOBRE DECLARAÇÕES INTERNACIONAIS QUE
RESPALDAM ESSE DIREITO
DECLARAÇÕES INTERNACIONAIS Declaração de Nuremberg(1948) Declaração Universal de Direitos Humanos
(1948) Declaração de Helsinque (1964) – Modificada
2008. A IV Conferência Mundial sobre a Mulher –
Igualdade, Desenvolvimento e Paz,conhecida como a Declaração de Pequim ou Beijin, de 1995
Convenção sobre Direitos Humanos e a Biomedicina do Conselho da Europa-1997
Declaração Universal sobre a Bioética e Direitos Humanos-2005
QUAL O “ ESTADO DA ARTE ” EM RELAÇÃO A
ESSE DIREITO NO BRASIL E EM PORTUGAL?
BRASIL DIREITOS CONSTITUCIONAIS – CONSTITUIÇÃO FEDERAL ( 1988) CÓDIGO DE ETICA MÉDICA (CFM-2010)
CRMSP109.384/2013-Deve ser dada a possibilidade à mulher grávida sobre a escolha da via de parto, após orientação sobre os procedimentos envolvidos, os riscos e os benefícios para a parturiente e o neonato, com a escolha de uma determinada via de parto. Deverá constar no prontuário o Consentimento Informado, Livre e Esclarecido, explicitando a anuência e a realização do procedimento. Todas as Unidades de Saúde devem dispor das condições necessárias para que seja providenciado aconselhamento adequado a gestante ou ao casal. Não obstante, quando existir divergência de opinião entre grávida e a equipe de saúde sobre a via de parto a adotar, a gestante deve ser referenciada para uma equipe que esteja disposta a realizar o seu parto.
CRMRJ190/2008- Direito de a gestante escolher o tipo de parto.
PORTUGAL DIREITOS CONSTITUCIONAIS-CRP(1976) CÓDIGO DEONTOLÓGICO –ORDEM DOS
MÉDICOS. PARECER N.º P/12/APB/08 SOBRE O
DIREITO DE ESCOLHA DA VIA DE PARTO RELATORES: RUI NUNES, GUILHERMINA REGO, CRISTINA BRANDÃO
PARECER N.º P/18/APB/10 – CARTA DOS DIREITOS DO UTENTE DOS SERVIÇOS DE SAÚDE- RELATORES-RUI NUNES,HELENA MELO.
PARTE ESPECIAL :Capítulo II (Os direitos da Utente grávida, puérpera ou lactante)
PARECER N.º P/12/APB/08 SOBRE O DIREITO DE ESCOLHA DA VIA DE
PARTO
2- Deve ser dada a possibilidade à mulher grávida de escolher a via de parto no quadro do processo de obtenção de consentimento informado, livre e esclarecido
3- Qualquer que seja a escolha definitiva da mulher grávida o consentimento deve ser prestado também na forma escrita;
6- Não obstante a possibilidade de médicos e enfermeiros poderem exercer o seu legítimo direito à objecção de consciência, quando exista divergência de opinião entre a grávida e a equipa de saúde sobre a via de parto a adoptar, a mulher grávida deve ser referenciada para uma equipa que esteja disposta a aceder a essa vontade;
COM FICA A RELAÇÃO OBSTETRA
/ GESTANTE NESSE CONTEXTO?
RELAÇÃO OBSTETRA-GESTANTE
PATERNALISMO CLÍNICO AUTONOMIA- AUTODETERMINAÇÃO
AUTONOMIA
BENEFICIÊNCIA E NÃO-
MALEFICÊNCIA DO
MÉDICO
AGIR
BENEFICIÊNCIA/NÃO MALEFICÊNCIA DO
OBSTETRA
AUTONOMIA DA
GESTANTE
AGIR
AS INTERVENÇÕES DO ESTADO E DAS
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE AUXILIAM OU
TRAZEM DIFICULDADES?
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (1985) A mortalidade materna e a mortalidade
neonatal sempre foram relevantes para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a ponto de serem feitos vários estudos tentando minimizar ao máximo esses índices. Na Declaração da OMS de 1985 foi estipulado mundialmente, um índice de cesáreas de 10% a 15%,que foram calculados a partir do fato de que acima de um índice de cesárea de 10%, se conseguia diminuir em muito o índice de mortalidade materna.
Prevalência de Cesárea em alguns Países Europeus.-Fonte:OCDE- Health at a glance 2013.
Prevalência de Cesárea em Portugal a partir de 1985 – Fonte: PORDATA- Portugal- acesso 22/04/2015
Prevalência de Cesárea nos Hospitais Privados de Portugal – Fonte: PORDATA- Portugal- acesso 22/04/2015
DECLARAÇÃO DA OMS SOBRE TAXAS DE CESÁREAS –ABRIL DE 2015
“Os esforços devem se concentrar em garantir que cesáreas sejam feitas nos casos em que são necessárias, em vez de buscar atingir uma taxa específica de cesáreas.”
Classificação de Robson- Normativar mundialmente critérios de indicação de Cesarianas.
ESTADO –AGENCIAS REGULADORAS E SEGURO- SAÚDE
ESTADO- 0BSTETRAS -GESTANTES
MEDICINA DEFENSIVA AUTODETERMINAÇÃO
GESTANTE
OBSTETRA
MEDOS
PARTOSEGURO
MÍDIAOBSTETR
A
MS/ANS
PROCESSOS
PARTO SEGUR
O
MÍDIA
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE S U P L E M E N TA R (ANS)-BRASILRESOLUÇÃO NORMATIVA – RN
No - 368, DE 6 DE JANEIRO DE 2015 Dispõe sobre o direito de acesso à informação das beneficiárias aos percentuais de cirurgias cesáreas e de partos normais, por operadora, por estabelecimento de saúde e por médico e sobre a utilização do partograma, do cartão da gestante e da carta de informação à gestante no âmbito da saúde s u p l e m e n t a r.
SEGURO-SAÚDE - PORTUGAL
Reconhecem a “ Cesariana a Pedido”?
Honorários Médicos diferenciados para Parto Natural e Cesariana .
ESSE DIREITO ESTÁ PLENAMENTE
JUSTIFICADO E VALIDADO?
“NÃO ME OBRIGUEM A UM PARTO NORMAL”
“NÃO ME OBRIGUEM A UMA CESÁREA”
http://brasil.elpais.com/brasil/2015/10/30/politica/1446235127_667405.html
JUSTIFICADO- VALIDADO? As gestantes estão competentes para
exercer esse Direito ? A Sociedade como um todo reconhece
esse Direito ? As Entidades de Saúde reconhecem
esse Direito? A classe Médica está preparada para
“Introjetar”esse Direito na sua prática hodierna ?
A Mulher que procura o Serviço Público de Saúde exerce esse Direito?
Esse Direito está validado ?
QUAL SERIA A PROPOSTA PARA UM “
NOVO PARADIGMA” EM RELAÇÃO A ESSE
DIREITO?
DE ONDE PARTIMOS Aferimos uma discriminação negativa em relação
a autonomia da mulher na escolha da via do parto em relação a fatores sócio- econômicos e culturais .
O “Estado” no sentido de proteção das vulnerabilidades pode estar ferindo o princípio das “liberdades individuais”.
O “Estado” pode não está exercendo o seu papel “protetor”,pois não está oferecendo condições estruturais para que a gestante possa participar ativamente do processo de tomada de decisão,Livre e Consciente, na escolha da via do parto.
As Políticas de Saúde podem não estarem “preocupadas ” na Validação desse Direito.
Existe no Brasil uma clara dissociação entre postulados éticos e legais.
ONDE QUEREMOS CHEGAR ? Desvendar as profundezas desse
“iceberg”, onde se encontra o Direito da Mulher na escolha da via do Parto, em todas as suas implicações no campo da Medicina, Psicologia, Bioética, Sociologia, Economia e Direito.
Buscar Instrumentos que visem “atestar ” a validade desse Direito.
Contribuir para o aperfeiçoamento do “Estado da Arte ” nessa matéria.
OBRIGADO
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